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TRIBUNAIS 2014 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
1 
Apostila Processo do Trabalho 
P OR A R Y A NNA MA NFR ED IN I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TRIBUNAIS 2014 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
2 
Índice 
 
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO ...................................................................................................... 5 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – TST .................................................................................................................... 5 
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO – TRT ...................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
JUIZ DO TRABALHO ................................................................................................................................................... 6 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO ....................................................................................................... 6 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E EM RAZÃO DA PESSOA ...................................................................... 6 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL ............................................................................................................................. 13 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA ..................................................................................................................................... 14 
SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO ......................................................................................... 16 
SECRETARIAS ......................................................................................................................................................... 17 
DOS DISTRIBUIDORES .............................................................................................................................................. 17 
OFICIAIS DE JUSTIÇA ................................................................................................................................................ 18 
PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO DO TRABALHO ......................................................................................... 18 
PRINCÍPIO DA INÉRCIA OU DISPOSITIVO OU DA DEMANDA................................................................................................ 18 
PRINCÍPIO INQUISITIVO OU INQUISITÓRIO .................................................................................................................... 19 
PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO .................................................................................................................................. 19 
PRINCÍPIO DA ORALIDADE ......................................................................................................................................... 20 
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ .................................................................................................................... 20 
PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE OU DA IMEDIAÇÃO ........................................................................................................... 21 
PRINCÍPIO DA PERTETUATIO JURISDICTIONIS ................................................................................................................. 21 
ESTABILIDADE DA LIDE ............................................................................................................................................. 22 
PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE .................................................................................................................................. 22 
PRINCÍPIO DA FINALIDADE OU DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS ............................................................................... 22 
PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL ..................................................................................................................... 23 
PRINCÍPIO DA EXTRAPETIÇÃO .................................................................................................................................... 23 
PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO ........................................................................................................................................ 23 
ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS ........................................................................................................ 24 
ATO PROCESSUAL .............................................................................................................................................. 24 
TERMOS ............................................................................................................................................................. 25 
PRAZOS .............................................................................................................................................................. 25 
PARTES E PROCURADORES ............................................................................................................................. 30 
“JUS POSTULANDI” ............................................................................................................................................ 30 
REPRESENTAÇÃO POR ADVOGADO ................................................................................................................... 31 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ........................................................................................................................... 33 
JUSTIÇA GRATUITA E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA ................................................................................ 34 
PRINCÍPIOS DAS NULIDADES PROCESSUAIS .................................................................................................... 36 
PRINCÍPIO DA CONVALIDAÇÃO OU DA PRECLUSÃO ......................................................................................................... 36 
PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS OU DA FINALIDADE ................................................................................ 37 
PRINCÍPIO DA TRANSCENDÊNCIA OU DO PREJUÍZO: ........................................................................................................ 37 
PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL ........................................................................................................................ 37 
PRINCÍPIO DO INTERESSE .......................................................................................................................................... 38 
PRINCÍPIO DA UTILIDADE .......................................................................................................................................... 38 
 
 
 
 
 
 
 
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TRIBUNAIS 2014 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
3 
PROCEDIMENTOS NO PROCESSO DO TRABALHO ............................................................................................ 39 
PROCEDIMENTO SUMÁRIO................................................................................................................................ 39 
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO ............................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO ................................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA VERBAL .................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA ESCRITA ................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
AUDIÊNCIA ................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃODEFINIDO. 
NOÇÕES GERAIS ...................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
NOTIFICAÇÃO ......................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
COMPARECIMENTO DAS PARTES............................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
CONSEQUÊNCIAS DO NÃO COMPARECIMENTO DAS PARTES ................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
TRÂMITE DA AUDIÊNCIA ......................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
NO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO ...................................................................... Erro! Indicador não definido. 
NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO ................................................................. Erro! Indicador não definido. 
CONCILIAÇÃO ............................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
RESPOSTAS DO RÉU ...................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
CONTESTAÇÃO ........................................................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
DEDUÇÃO ............................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
EXCEÇÕES .......................................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RECONVENÇÃO ................................................................................................. Erro! Indicador não definido. 
PROVAS ........................................................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
ÔNUS DA PROVA ..................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
MEIOS DE PROVA .................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
DEPOIMENTO PESSOAL E INTERROGATÓRIO .................................................... Erro! Indicador não definido. 
PROVA TESTEMUNHAL ...................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
PROVA DOCUMENTAL ....................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
PROVA PERICIAL ................................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO ..................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
TEORIA GERAL DOS RECURSOS ............................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
Recursos Cabíveis .............................................................................................. Erro! Indicador não definido. 
Forma de Interposição e Efeitos ........................................................................ Erro! Indicador não definido. 
Contrarrazões .................................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
Decisões Interlocutórias .................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
Pedido de Revisão ............................................................................................. Erro! Indicador não definido. 
Recurso Adesivo ................................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
PRESSUSPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE .................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
DEPÓSITO RECURSAL .................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
CUSTAS ..................................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
REGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO ............................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
RECURSOS EM ESPÉCIE ........................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
RECURSO ORDINÁRIO ........................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
Remessa necessária .......................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RECURSO DE REVISTA ........................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
EMBARGOS AO TST ...................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO ................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
4 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ................................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO ............................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
EXECUÇÃO PROVISÓRIA E EXECUÇÃO DEFINITIVA.................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
TRÂMITE DA LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO ................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
EMBARGOS DE TERCEIROS ..................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
AGRAVO DE PETIÇÃO .............................................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
DISSÍDIO COLETIVO ...................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
AÇÃO RESCISÓRIA ........................................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
PRAZO ................................................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
Competência para Ação Rescisória ................................................................... Erro! Indicador não definido. 
MANDADO DE SEGURANÇA ......................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE ............................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TRIBUNAIS 2014 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
5 
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
 A Justiça do Trabalho é composta por: [Art. 111, CF/88] 
• TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO; 
• TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO; 
• JUIZ DO TRABALHO. 
Art. 111, CF. São órgãos da Justiça do Trabalho: 
I - o Tribunal Superior do Trabalho; 
II - os Tribunais Regionais do Trabalho; 
III - Juízes do Trabalho. 
 
O inciso III, do artigo 111, foi alterado pela Emenda Constitucional nº 24/1999, extinguindo a figura 
dos juízes classistas (representantes da categoria econômica e profissional) e as juntas de conciliação e 
julgamento. 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – TST 
 O Tribunal Superior do Trabalho tem sede em Brasília, possui jurisdição em todo o território 
nacional e é composto por EXATOS 27 ministros, que devem ser brasileiros, com mais de 35 e menos de 65 
anos, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. 
[Art. 690, CLTe art 111-A, CF] 
Um quinto de seus membros será composto por advogados e membros do Ministério Público 
(quinto constitucional) com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e de efetivo exercício, 
respectivamente. Os demais membros serão desembargadores dos Tribunais Regionais do Trabalho, 
oriundos da magistratura de carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. [Art. 111-A, CF/88] 
Funcionarão junto ao TST a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos Magistrados do Trabalho 
– ENAMAT - e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT. 
Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando 
possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 
e menos de 65 anos. Na composição dos membros do TRT, o quinto constitucional também é respeitado. 
Atualmente, há 24 regiões e 24 Tribunais Regionais do Trabalho, sendo dois deles situados no 
estado de São Paulo (um na Capital e outro em Campinas). 
Não há Tribunal Regional do Trabalho nos seguintes estados: Tocantins, Amapá, Acre e Roraima. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Os Tribunais Regionais deverão criar a Justiça Itinerante, com a realização de audiências e demais 
funções de atividade jurisdicional, dentro do limite territorial de sua jurisdição, servindo-se de 
equipamentos públicos e comunitários. 
JUIZ DO TRABALHO 
O Juiz do Trabalho ingressará na carreira como Juiz do Trabalho Substituto, após aprovação em 
concurso público de provas e títulos, sendo designado pelo Presidente do TRT para auxiliar ou substituir 
nas Varas do Trabalho. Após 2 (dois) anos de exercício, o Juiz do Trabalho substituto torna-se vitalício. 
Alternadamente, por antiguidade ou merecimento, o Juiz será promovido a juiz Titular da Vara do Trabalho 
e, posteriormente, pelo mesmo critério, a juiz do Tribunal Regional do Trabalho1. 
Nas Comarcas onde não houver juiz do trabalho, por lei, os Juízes de Direito poderão ser investidos 
da jurisdição trabalhista. Das sentenças que proferirem caberá Recurso Ordinário para o respectivo 
Tribunal Regional do Trabalho. [Art. 112, CF/88 e Art. 668, CLT]. 
 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
A competência será designada da seguinte forma: em razão da matéria, em razão das pessoas, em 
razão da função ou em razão do território. 
 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E EM RAZÃO DA PESSOA 
Compete às Varas do Trabalho processar e julgar as ações oriundas das relações de trabalho, como 
determinado pelo art. 114 da Constituição Federal. 
Art. 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito 
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos 
e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato 
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
 
1
 SCHIAVI. Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 3ª Ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 147. 
 
 
 
 
 
 
 
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V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, 
ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da 
relação de trabalho; 
VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, 
a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da 
lei. 
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 
§ 2º - Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à 
arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio 
coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o 
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, 
bem como as convencionadas anteriormente. 
§ 3º - Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão 
do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar 
dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 
 
A Emenda Constitucional nº 45/2004 foi responsável por uma significativa ampliação da 
competência da Justiça do Trabalho: 
 
Em seu inciso I, o artigo 114 traz como competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as 
ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de Direito Público externo e da Administração 
Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Contudo, o STF na ADI nº 3395, repetindo o entendimento já expostos na ADI 492, tornou defeso à 
Justiça do Trabalho a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e os servidores a ele 
vinculados por típica relação baseada no regime estatutário ou jurídico-administrativo. 
 Conclui-se que, em se tratando de demanda entre o Poder Público e servidor público estatutário, 
este não poderá ajuizar reclamatória trabalhista na Justiça do Trabalho. Também não poderá demandar na 
Justiça do Trabalho o servidor temporariamente contratado pelo ente público por regime especial previsto 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo do Trabalho 
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em lei municipal ou estadual, à luz dos artigos 114 e 37, IX, da CF/1988, pois toda contratação temporária 
apresenta índole administrativa, se previsto regime especial em lei própria. 
Assim, o processamento de litígios entre servidores temporários e a Administração Pública, na 
Justiça do Trabalho, afronta a autoridade da decisão exarada na ADI 3.395-MC/DF. Isto levou os ministros 
do Plenário do STF, no exame do Recurso Extraordinário nº 573.202-9/AM, em 21/8/2008, a darem 
repercussão geral à referida decisão, implicando, nos termos dos artigos 543-A e 543-B, do CPC (Lei 
11.418/2006), a objetivação do julgamento emitido pelo STF, ou seja, os casos análogos serão decididos 
exatamente no mesmo sentido daquele deliberado pelo órgão pleno no RE 573.202/AM. 
Dessa forma, o TST cancelou a OJ 205, da SBDI-12, que previa a competência da Justiça do Trabalho 
quando alegado o desvirtuamento em tal contratação, mediante a prestação de serviços à Administração 
para atendimento de necessidade permanente e não para acudir a situação transitória e emergencial. 
Sendo assim, é possível ajuizar RT contra Administração Pública, direta ou indireta, na Justiça do 
Trabalho, quando os servidores estiverem a ela vinculados por relação CELESTISTA. 
Nos demais casos: 
a) Tratando-se de servidor público federal a ação poderá ser ajuizada na Justiça Federal; 
b) Tratando-se de servidor público municipal ou estadual a reclamatória poderá ser ajuizada na 
Justiça Estadual. 
A Justiça do Trabalho é competente para julgar: 
• Dano moral e patrimonial decorrentes das relações de trabalho, inclusive em razão de 
acidente do trabalho; 
• Ações que envolvam o exercício do direito de GREVE; 
• Representação sindical (sind. x empregador / sind. x sind. / sind. x trabalhador); 
• Conflitos de competência entre seus órgãos, salvo nos casos de competência do STJ e do 
STF; 
• Mandado de segurança, habeas corpus e habeas data; 
 
2
 OJ 205, SDI-1 (cancelada). COMPETÊNCIA MATERIAL. JUSTIÇA DO TRABALHO. ENTE PÚBLICO. CONTRATAÇÃO IRREGULAR. REGIMEESPECIAL. 
DESVIRTUAMENTO (cancelada) – Res. 156/2009, DEJT divulgado em 27, 28 e 29.04.2009 
I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho dirimir dissídio individual entre trabalhador e ente público se há controvérsia 
acerca do vínculo empregatício. 
II - A simples presença de lei que disciplina a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional 
interesse público (art. 37, inciso IX, da CF/1988) não é o bastante para deslocar a competência da Justiça do Trabalho se se alega 
desvirtuamento em tal contratação, mediante a prestação de serviços à Administração para atendimento de necessidade permanente e não 
para acudir a situação transitória e emergencial. 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo do Trabalho 
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• Penalidades impostas pelos órgãos de fiscalização do trabalho (inclusive MS); e, 
• Executar, de ofício, as contribuições sociais decorrentes das sentenças que proferir. 
Ressalte-se que, quanto às contribuições fiscais, a Justiça do Trabalho tem competência apenas para 
determinar a sua retenção (súmula 368 do TST), não podendo executá-las de ofício. 
 
Nos termos da súmula 389, I, do TST, compete a Justiça do Trabalho julgar as ações em que se 
postule indenização substitutiva pelo não fornecimento das guias do seguro desemprego. 
Súmula 389, TST. I - Inscreve-se na competência material da Justiça do 
Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto 
indenização pelo não fornecimento das guias do seguro desemprego. 
II - O não fornecimento pelo empregador da guia necessária para o 
recebimento do seguro desemprego dá origem ao direito à indenização. 
É competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as ações decorrentes do não 
cadastramento do empregado no PIS. 
Súmula 300, TST. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações de 
empregados contra empregadores, relativas ao cadastramento no Plano de 
Integração Social (PIS). 
 Ressaltem-se as seguintes súmulas em matéria de competência da Justiça do Trabalho: 
• Súmula Vinculante 22, STF: 
Súmula Vinculante 22 do STF. A Justiça do Trabalho é competente para 
processar e julgar a ação de indenização por danos morais e patrimoniais 
decorrentes das relações de trabalho propostas por empregado contra 
empregador, inclusive aquelas que não possuíam sentença de mérito em 
primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional 45/2004. 
DOU de 11/12/2009. 
Podemos esquematizá-la da seguinte maneira: 
 
 
 
 
 
 
 
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No mesmo sentido é o entendimento do STJ, consubstanciado na súmula 367, para as demais ações 
que se tornaram de competência da Justiça do Trabalho com a EC 45/2004. In verbis: 
Súmula 367, STJ: A competência estabelecida pela EC n. 45/2004 não 
alcança os processos já sentenciados. 
Em relação ao acidente de trabalho, vale destacar que a Justiça do Trabalho é competente para 
processar e julgar tanto as ações indenizatórias ajuizadas pelo empregado contra o empregador, como 
também as movidas pelos sucessores contra o empregador. Em sentido contrário era o entendimento do 
STJ, consubstanciado na súmula 3663, que foi cancelada. Dessa maneira é inquestionável a competência da 
Justiça do Trabalho nos dois casos mencionados. 
Por fim, em razão do acidente de trabalho, 3 ações podem ser movidas pelo: 
a) empregado ou seus sucessores contra o empregador; 
b) empregado ou sucessores contra o INSS; 
c) INSS contra o empregador; 
• Súmula Vinculante 23, STF: 
 
3
 Súmula 366, STJ. “COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR AÇÃO INDENIZATÓRIA PROPOSTA POR VIÚVA E FILHOS DE 
EMPREGADO FALECIDO EM ACIDENTE DE TRABALHO.” 
 
 
 
 
 
 
 
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Súmula Vinculante 23 do STF: a Justiça do Trabalho é competente para 
processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do 
direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. DOU 11/12/2009. 
Cumpre destacar que a Justiça do Trabalho não tem competência para apreciar controvérsias 
decorrentes do exercício do direito de greve pelo servidor público estatutário, uma vez que, o STF, na ADI 
3395, excluiu da competência da Justiça do Trabalho as ações que sejam instauradas entre o Poder Público 
e seus servidores estatutários oriundas das relações de trabalho, tal como é a greve. 
• Súmula 363 do STJ 
Nos termos da súmula 363 do STJ a Justiça Comum é competente para as ações de execução de 
cobrança de honorários de profissionais liberais. Observe-se: 
Súmula 363, STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de 
cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente. 
 
• Súmula Vinculante 25 e ADI 3684, STF: 
Súmula Vinculante 25 do STF: É ilícita a prisão de depositário infiel, 
qualquer que seja a modalidade de depósito. DOU 23/12/2009. 
 O inciso IV, do artigo 114, da CF/88, confere à Justiça do Trabalho competência para processar e 
julgar os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data quando o ato questionado envolver 
matéria de sua jurisdição. Entretanto, vale mencionar que o STF, na ADI nº 3.684, concedeu liminar com 
efeito ex-tunc para declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações penais. 
Importante ressaltar que, de acordo com o art. 114, VIII, da Constituição, a Justiça do Trabalho é 
competente para a execução de ofício das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, da CF e seus 
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir. O mesmo ocorre com a contribuição 
denominada SAT (Seguro de Acidente do Trabalho) em razão de sua natureza de contribuição para a 
seguridade social, uma vez que é destinada ao financiamento de benefício relativo à incapacidade do 
empregado decorrente de infortúnio no trabalho. 
 
OJ 414, SDI-1, TST. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EXECUÇÃO 
DE OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL REFERENTE AO SEGURO DE ACIDENTE DE 
TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, "A", DA CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA. (DEJT divulgado em 14, 15 e 16/02/2012) 
Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição 
referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de 
contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, "a", da CF), 
pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do 
empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 
8.212/1991). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Já as contribuições devidas à terceiro, ou seja, as destinadas ao sistema S (Senac, Senai, Sesi, 
Sebrae, etc), não objetivam custear a seguridade social, mas sim as entidades privadas de serviço social e 
formação profissional vinculadas ao sistema sindical, razão pela qual sua execução não se insere na 
competência da Justiça do Trabalho. 
De acordo com a súmula 189, do TST, e PN 29, do TST, compete à Justiça do Trabalho declarar a 
abusividade ou não da greve. Observe-se: 
Súmula 189, TST. GREVE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
ABUSIVIDADE (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21/11/2003. 
A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da 
greve. 
 
PN 29, TST. GREVE. COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS PARA DECLARÁ-LA 
ABUSIVA (positivo) 
Compete aos Tribunais do Trabalho decidir sobre o abuso do direito de 
greve. 
 
Vale destacar ainda as seguintes súmulas e orientações jurisprudenciais: 
Súmula 19, TST. QUADRO DE CARREIRA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 
e 21/11/2003. 
A Justiça do Trabalho é competente para apreciar reclamação de 
empregado que tenha por objeto direito fundado em quadro de carreira. 
 
OJ 26, SDI-1, TST. COMPETÊNCIADA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
COMPLEMENTAÇÃO DE PENSÃO REQUERIDA POR VIÚVA DE EX-
EMPREGADO. Inserida em 01/02/1995 (inserido dispositivo, DJ 
20/04/2005). 
A Justiça do Trabalho é competente para apreciar pedido de 
complementação de pensão postulada por viúva de ex-empregado, por se 
tratar de pedido que deriva do contrato de trabalho. 
 
OJ 138, SDI-1, TST. COMPETÊNCIA RESIDUAL. REGIME JURÍDICO ÚNICO. 
LIMITAÇÃO DA EXECUÇÃO. (nova redação em decorrência da incorporação 
da Orientação Jurisprudencial nº 249 da SBDI-1, DJ 20/04/2005) 
Compete à Justiça do Trabalho julgar pedidos de direitos e vantagens 
previstos na legislação trabalhista referente a período anterior à Lei nº 
8.112/90, mesmo que a ação tenha sido ajuizada após a edição da referida 
lei. A superveniência de regime estatutário em substituição ao celetista, 
mesmo após a sentença, limita a execução ao período celetista. (1ª parte - 
ex-OJ nº 138 da SBDI-1 - inserida em 27/11/1998; 2ª parte - ex-OJ nº 249 - 
inserida em 13/03/2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A incompetência em razão da matéria é absoluta. Pode ser declarada pelo Juízo, de ofício, ou 
mediante alegação das partes em qualquer tempo ou grau de jurisdição (art. 795, § 1º, CLT e Art. 113, 
CPC). 
A incompetência material da Justiça do Trabalho deve ser alegada em preliminar de contestação. Já 
a incompetência territorial, por exceção de incompetência. 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL 
 A regra para a definição da competência territorial, na Justiça do Trabalho, é o LOCAL DA 
PRESTAÇÃO de serviços, tratada no art. 651, da CLT. 
Art. 651, CLT: A competência das Varas do Trabalho é determinada pela 
localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços 
ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no 
estrangeiro. 
Esse artigo da CLT é composto por três parágrafos que preveem exceções à regra geral apresentada 
pelo caput, quais sejam: 
a) Empregado agente ou viajante comercial (art. 651, § 1º, CLT): 
§ 1º – Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a 
competência será da Vara da localidade em que a empresa tenha agência 
ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será 
competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou 
a localidade mais próxima. 
b) Competência da Justiça do Trabalho Brasileira para julgar os dissídios ocorridos no estrangeiro 
envolvendo empregado de nacionalidade brasileira trabalhando no estrangeiro. (Art. 651, § 2º, CLT): 
§ 2º – A competência das Varas do Trabalho, estabelecida neste artigo, 
estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde 
que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional 
dispondo em contrário. 
A principal questão a respeito desse parágrafo é: qual a legislação aplicável quando o empregado 
brasileiro é contratado no Brasil para trabalhar em outro país? São duas as situações: 
� Empregado brasileiro contratado para trabalhar no estrangeiro por empresa sem sede no Brasil: a 
legislação aplicável é a do local da prestação dos serviços. 
� Empregado transferido: aplica-se a legislação mais favorável. [Lei 7064/82 – alterada em 2009]. 
Considera-se transferido: 
- empregado contratado no Brasil, trabalhando no Brasil e removido para o exterior; 
 
 
 
 
 
 
 
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- empregado contratado no Brasil, trabalhando no Brasil, cedido à empresa sediada no exterior, desde que 
mantido o vínculo com o empregador brasileiro; 
- empregado contratado por empresa sediada no Brasil para trabalhar no exterior; 
Nesse sentido é o art. 2º, da Lei 7064/82. Observe-se: 
Art. 2º, Lei 7064/82. Para os efeitos desta Lei, considera-se transferido: 
I - o empregado removido para o exterior, cujo contrato estava sendo 
executado no território brasileiro; 
II - o empregado cedido à empresa sediada no estrangeiro, para trabalhar 
no exterior, desde que mantido o vínculo trabalhista com o empregador 
brasileiro; 
III - o empregado contratado por empresa sediada no Brasil para trabalhar a 
seu serviço no exterior. 
Nos casos de transferência, aplica-se a legislação material mais favorável ao empregado, nos 
termos do art. 3º, da Lei 7064/82, in verbis: 
Art. 3º, Lei 7064/82. A empresa responsável pelo contrato de trabalho do 
empregado transferido assegurar-lhe-á, independentemente da 
observância da legislação do local da execução dos serviços: 
I - os direitos previstos nesta Lei; 
II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que 
não for incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável do 
que a legislação territorial, no conjunto de normas e em relação a cada 
matéria. 
c) Empregador que promove realização de atividade fora do lugar do contrato (Art. 651, § 3º, CLT): 
§ 3º – Em se tratando de empregador que promova realização de atividades 
fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado 
apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da 
prestação dos respectivos serviços. 
Não há compatibilidade entre o Direito Processual do Trabalho e o artigo 111, do Código de 
Processo Civil, que permite às partes instituírem o foro de eleição. 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
Nos termos do art. 115, do CPC, o conflito de competência pode ser positivo ou negativo. No 
primeiro caso, dois ou mais juízes se declaram competentes para julgar a causa. Já na segunda hipótese, 
 
 
 
 
 
 
 
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dois ou mais juízes se declaram incompetentes para julgar o processo. Por fim, pode ocorrer conflito de 
competência quando houver divergência entre dois ou mais juízes acerca da reunião ou separação de 
processos. 
O conflito de competência originado entre os órgãos da Justiça do Trabalho será solucionado pelas 
normas contidas na própria CLT (artigo 803 e seguintes, que observam o critério de hierarquia) e pelos 
artigos 102, I, “o” e 105, I, “d”, da Constituição Federal. 
Seguem os artigos mencionados: 
 
Art. 102, CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e 
quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer 
outro tribunal; 
 
Art. 105, CF. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o 
disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não 
vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; 
 
Art. 803, CLT. Os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre: 
a) Juntas de Conciliação e Julgamento e Juízes de Direito investidos na 
administração da Justiça do Trabalho; 
b) Tribunais Regionais do Trabalho; 
c) Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária; 
 
Art. 808, CLT. Os conflitos de jurisdição de que trata o art. 803 serão 
resolvidos: 
a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Juntas e entre Juízos de 
Direito, ou entre uma e outras, nas respectivas regiões; 
b) pelo Tribunal Superior do Trabalho, os suscitados entre Tribunais 
Regionais, ou entre Juntas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição de 
Tribunais Regionais diferentes; 
c) Revogado pelo Decreto Lei 9.797, de 1946; 
d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as autoridades da 
Justiça do Trabalho e as da Justiça Ordinária (esta alínea deve ser 
confrontada com o art. 105, I, “d”, da Constituição, conforme a seguir 
demonstrado). 
 
Assim, os conflitos serão resolvidos pelos TRT’s e TST e, também, pelo STJ, quando o conflito de 
competência ocorrer entre órgãos de justiças diferentes (entre quaisquer tribunais; entretribunais e juízes 
a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos, ressalvada a competência do STF 
prevista no artigo 102, I, alínea “o”, da CF) e, pelo STF, quando o conflito envolver tribunal superior (entre 
o STJ e qualquer outro tribunal; entre tribunais superiores e entre tribunais superiores e qualquer outro 
tribunal). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Segue resumo: 
 
Conflito Observações Órgão Julgador 
• Conflito entre duas Varas do Trabalho; 
• Conflito entre juiz do trabalho e juiz de 
direito investido da jurisdição trabalhista; 
Ambos subordinados ao mesmo TRT; 
TRT 
(art. 808, “a”, CLT) 
• Conflito entre duas Varas do Trabalho; 
• Conflito entre juiz do trabalho e juiz de 
direito investido da jurisdição trabalhista; 
Subordinados 
a TRT´s diversos; 
TST 
(art 808, “b”, CLT) 
• Conflito entre dois TRT’s; 
 
 
TST 
(art. 808, “b”, CLT) 
Conflito entre órgãos de justiças diferentes como, 
por exemplo: 
• Conflito entre juiz do trabalho e juiz de 
direito; 
• Conflito entre juiz do trabalho e juiz 
federal; 
• Conflito entre TRT e juiz federal; 
Conflito entre TRT e juiz de direito; 
 
STJ 
(art. 105, I, “d”, CF) 
Conflito envolvendo Tribunal Superior, como por 
exemplo: 
• Conflito entre TST e TJ; 
• Conflito entre TST e TRF; 
 
 
STF 
(art. 102, I, “o”, CF) 
 
 
Em razão do princípio hierárquico, não se configura conflito de competência entre Tribunal 
Regional do Trabalho e Vara do trabalho a ele vinculada, sendo nesse sentido a súmula 420, do TST: 
Súmula 420, TST. COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO. TRT E 
VARA DO TRABALHO DE IDÊNTICA REGIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO 
(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 115 da SBDI-2) - Res. 137/2005, 
DJ 22, 23 e 24/08/2005. Não se configura conflito de competência entre 
Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada. (ex-OJ nº 
115 da SBDI-2 - DJ 11/08/2003). 
 
 
Serviços Auxiliares da Justiça do Trabalho 
 
 
Os serviços auxiliares da Justiça do Trabalho são prestados por servidores e órgãos de auxílio, e o 
capítulo VI, da CLT (arts. 710 a 717) é destinado a tratar desse assunto. 
 
 
 
 
 
 
 
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SECRETARIAS 
Nos termos do art. 710, da CLT, as secretarias são dirigidas pelo Diretor de Secretaria. Segundo 
Mauro Schiavi4, elas são compostas “pelo Diretor de Secretaria; pelo Assistente de Diretor (que substitui o 
diretor em suas ausências); um assistente de Juiz (que auxilia o juiz diretamente); um Secretário de 
Audiências, também chamado de datilógrafo de audiências, a quem compete secretariar as audiências e 
digitar as atas; um assistente de cálculos (a quem compete auxiliar o juiz na elaboração e conferência dos 
cálculos de liquidação); o oficial de justiça avaliador, a quem compete o cumprimento dos mandados e 
diligências solicitadas pelo Juiz; e pelos demais funcionários da Justiça do Trabalho (analistas e técnicos 
judiciários), que ingressam mediante concurso público de provas”. 
Compete às secretarias realizar notificações, autuações, atendimento aos advogados e, ainda, sob a 
supervisão do juiz, nos termos do art. 162, §4º, do CPC, atos meramente ordinatórios, como a juntada e a 
vista obrigatória. 
 
Art. 162, § 4º, CPC. Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a 
vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de 
ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. 
 
DOS DISTRIBUIDORES 
Nas localidades em que houver mais de uma Vara do Trabalho e nos Tribunais, onde houver mais 
de uma Turma, haverá um distribuidor. Será de sua competência, entre outras, a distribuição do feito 
rigorosamente por ordem de entrada e o fornecimento de informações sobre os processos distribuídos 
(arts. 713 e 714, “a”, CLT). 
Os distribuidores são designados pelo Presidente do TRT, dentre funcionários das Varas do Trabalho 
e do TRT, ficando subordinados diretamente a ele (art. 715, CLT). 
As atribuições do distribuidor estão disciplinadas no art. 714 da CLT. In verbis: 
Art. 714, CLT. Compete ao distribuidor: 
a) a distribuição, pela ordem rigorosa de entrada, e sucessivamente a cada 
Junta, dos feitos que, para esse fim, lhe forem apresentados pelos 
interessados; 
b) o fornecimento, aos interessados, do recibo correspondente a cada feito 
distribuído; 
c) a manutenção de 2 (dois) fichários dos feitos distribuídos, sendo um 
organizado pelos nomes dos reclamantes e o outro dos reclamados, ambos 
por ordem alfabética; 
d) o fornecimento a qualquer pessoa que o solicite, verbalmente ou por 
certidão, de informações sobre os feitos distribuídos; 
 
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 Op. Cit, 152. 
 
 
 
 
 
 
 
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e) a baixa na distribuição dos feitos, quando isto lhe for determinado pelos 
Presidentes das Juntas, formando, com as fichas correspondentes, fichários 
à parte, cujos dados poderão ser consultados pelos interessados, mas não 
serão mencionados em certidões. 
 
OFICIAIS DE JUSTIÇA 
A CLT trata dos oficiais de Justiça no art. 721 e seguintes. Observe-se: 
Art. 721 - Incumbe aos Oficiais de Justiça e Oficiais de Justiça Avaliadores da 
Justiça do Trabalho a realização dos atos decorrentes da execução dos 
julgados das Juntas de Conciliação e Julgamento e dos Tribunais Regionais 
do Trabalho, que lhes forem cometidos pelos respectivos Presidentes. 
§ 1º Para efeito de distribuição dos referidos atos, cada Oficial de Justiça ou 
Oficial de Justiça Avaliador funcionará perante uma Junta de Conciliação e 
Julgamento, salvo quando da existência, nos Tribunais Regionais do 
Trabalho, de órgão específico, destinado à distribuição de mandados 
judiciais. 
§ 2º Nas localidades onde houver mais de uma Junta, respeitado o disposto 
no parágrafo anterior, a atribuição para o cumprimento do ato deprecado 
ao Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador será transferida a outro 
Oficial, sempre que, após o decurso de 9 (nove) dias, sem razões que o 
justifiquem, não tiver sido cumprido o ato, sujeitando-se o serventuário às 
penalidades da lei. 
§ 3º No caso de avaliação, terá o Oficial de Justiça Avaliador, para 
cumprimento do ato, o prazo previsto no art. 888. 
§ 4º É facultado aos Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho 
cometer a qualquer Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador a 
realização dos atos de execução das decisões desses Tribunais. 
§ 5º Na falta ou impedimento do Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça 
Avaliador, o Presidente da Junta poderá atribuir a realização do ato a 
qualquer serventuário. 
 
Princípios Gerais do Processo do Trabalho 
 
PRINCÍPIO DA INÉRCIA OU DISPOSITIVO OU DA DEMANDA 
 
 
 
 
 
 
 
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Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos 
casos e forma legais (art. 2º, CPC). 
Art. 2
o
, CPC. Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a 
parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. 
 
De acordo com o princípio da inércia, só haverá prestação da tutela jurisdicional por iniciativa da 
parte, a qual deve provocar o judiciário. No Processo do Trabalho há algumas exceções à aplicação do 
referido princípio. Observe-se: 
• Artigo 856, CLT: o Presidente do Tribunal pode suscitar o dissídio coletivo na hipótese de 
paralisação do trabalho; 
• Artigo 39, CLT: o juiz do trabalho poderá processar e julgar a reclamação encaminhada pela SRT – 
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (antiga DRT), nos casos em que, por não ter a sua CTPS 
assinada, o empregadopropuser uma reclamação perante a SRT e o Órgão Administrativo constatar: a) 
que, em sua defesa, o reclamado alega a inexistência do vínculo de emprego ou b) que é impossível 
verificar esta condição pelos meios administrativos. 
 
PRINCÍPIO INQUISITIVO OU INQUISITÓRIO 
O princípio do impulso oficial determina aos Juízos e Tribunais o dever de impulsionar o processo. 
O art. 262, CPC, contempla tal princípio. In verbis: 
Art. 262, CPC. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se 
desenvolve por impulso oficial. 
No Processo do Trabalho, tal princípio está previsto principalmente no art. 765, da CLT. Observe-se: 
 Art. 765, CLT: Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na 
direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo 
determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. 
 
PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO 
Segundo o princípio da concentração, no Processo do Trabalho, os atos de conciliação, defesa, 
provas, razões finais e sentença concentram-se em audiência. 
A CLT previu a audiência como una ou única, conforme se observa pelos seguintes artigos: 
Art. 849, CLT. A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for 
possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou 
 
 
 
 
 
 
 
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presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, 
independentemente de nova notificação. 
Art. 852-C, CLT. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e 
julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, 
que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. 
Na prática, o princípio da concentração foi mitigado sendo que, no procedimento ordinário, a 
audiência é dividida em inicial, instrução e julgamento. 
 
PRINCÍPIO DA ORALIDADE 
Apesar de não haver previsão expressa no CPC e nem na CLT, o princípio da oralidade possui grande 
destaque no Processo do Trabalho. Encontra-se implícito nas seguintes hipóteses: possibilidade de se 
apresentar reclamatória trabalhista verbal (artigo 840, §2º, CLT – princípio da informalidade), tentativas 
conciliatórias (arts. 846 e 850 da CLT); possibilidade de a defesa ser apresentada de forma oral em 
audiência (artigo 847, CLT); nas provas que são produzidas de forma oral (depoimento das partes, oitiva de 
testemunhas, dentre outras) e nas razões finais que são apresentadas de forma oral, em 10 minutos (art. 
850, CLT). 
 
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ 
Atualmente, o princípio da identidade física do juiz é aplicável ao processo do trabalho. Previsto no 
artigo 132 do CPC, estabelece que o juiz que presidiu a causa e concluiu a instrução probatória 
necessariamente deverá proferir a sentença: 
Art. 132, CPC. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a 
lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, 
promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor. 
É necessário aqui fazer um breve histórico. Antes da Emenda Constitucional 24/99 vigoravam, na 
Justiça do Trabalho, as juntas de conciliação e julgamento compostas por um juiz togado – juiz presidente –
, um juiz classista representante dos empregados e um juiz classista representante dos empregadores. A 
rotatividade dos juízes classistas era tão grande que impedia a aplicação desse preceito. Diante disso, as 
súmulas 136, do TST, e 222, do STF, estabeleceram que a identidade física do juiz não vigoraria no Processo 
do Trabalho. Quando, em 1999, através da emenda constitucional nro 24, as juntas foram extintas e 
substituídas pelas Varas trabalhistas, nada mais impediu aplicação desse princípio. Em setembro de 2012, a 
Súmula 136 do TST foi cancelada pela Res. 185/2012 e, agora, reclama-se também o cancelamento da 
Súmula 222 do STF. 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE OU DA IMEDIAÇÃO 
Segundo o princípio da imediatidade, as provas deverão ser produzidas com a participação do juiz. 
No CPC, este princípio está previsto nos arts. 342, 440 e 446, II. In verbis: 
 
Art. 342, CPC. O juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, 
determinar o comparecimento pessoal das partes, a fim de interrogá-las 
sobre os fatos da causa. 
Art. 440, CPC. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em 
qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se 
esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da causa. 
Art. 446, CPC. Compete ao juiz em especial: 
I - dirigir os trabalhos da audiência; 
II - proceder direta e pessoalmente à colheita das provas; 
Pode-se visualizar tal princípio na CLT, em seu artigo 820, segundo o qual o juiz participará da 
colheita do depoimento das partes e das testemunhas. Observe-se: 
Art. 820, CLT. As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou 
presidente, podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento 
dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados. 
 
PRINCÍPIO DA PERTETUATIO JURISDICTIONIS 
Segundo o princípio da perpetuatio jurisdictionis, a competência absoluta (em razão da matéria, da 
pessoa e da função) é imutável, sendo determinada no momento da propositura da ação, salvo nas 
hipóteses do art. 87 do CPC: supressão de órgão judiciário ou alteração da competência em razão da 
matéria e/ou da hierarquia. 
Observe-se o art. 87, do CPC: 
Art. 87, CPC. Determina-se a competência no momento em que a ação é 
proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito 
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou 
alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia. 
 
 Equipara-se à hipótese de supressão de órgão judiciário a criação de vara do trabalho nas hipóteses 
em que antes eram inexistentes. 
 Quando houver supressão do órgão judiciário, criação de vara do trabalho ou alteração da 
competência em razão da matéria, todas as ações, já sentenciadas ou não, deslocar-se-ão para o novo 
juízo competente. Quanto às ações que se tornaram de competência da Justiça do Trabalho com a EC 
 
 
 
 
 
 
 
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45/2004, tem-se que, por razões de política judiciária, apenas aquelas ainda não sentenciadas serão 
deslocadas. 
 
ESTABILIDADE DA LIDE 
O princípio da Estabilidade da Lide informa o momento processual limite para que o autor possa 
modificar a petição inicial, após a propositura da ação. 
No Processo Civil, antes da citação, o autor terá ampla liberdade para modificar a petição inicial 
(art. 294, CPC), após a sua realização, apenas com o consentimento do réu (art. 264, CPC) e após o 
despacho saneador, em nenhuma hipótese (art. 264, parágrafo único). 
No Processo do Trabalho, não há despacho saneador e a defesa é apresentada em audiência, de 
modo que, o último momento para o autor modificar a petição inicial é em audiência, antes da 
apresentação da defesa. Deve o juiz, nesse caso, conceder prazo não inferior a 5 (cinco) dias para que o réu 
se manifeste quanto às alterações. 
 
 
PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE 
O princípio da eventualidade está previsto no art. 300, do CPC, o qual prevê que “Compete ao réu 
alegar, na contestação, toda matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o 
pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir”. 
Assim, de acordo com este princípio, toda matéria de defesa deve ser aduzida na contestação. 
 
PRINCÍPIO DA FINALIDADE OU DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS 
O princípio da finalidade também é denominado princípio da instrumentalidade das formas, com 
previsão nos arts. 154 e 244, do CPC. Estes artigos, em síntese, estabelecem que quando a lei prevê 
determinada forma para a prática do ato processual, sem cominar nulidade,o ato será considerado válido 
se, realizado de outro modo, alcançar a sua finalidade. Observe-se: 
Art. 154, CPC. Os atos e termos processuais não dependem de forma 
determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se 
válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade 
essencial. 
Art. 244, CPC. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação 
de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe 
alcançar a finalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL 
 O princípio da Busca da Verdade Real equivale ao princípio de direito material, denominado 
primazia da realidade. 
 A aplicação desse princípio torna possível, por exemplo, invalidar recibos de pagamento, quando as 
testemunhas demonstram que não refletem a verdade real. Da mesma forma, quando contraditória a 
prova documental, prevalece a prova testemunhal. 
 
PRINCÍPIO DA EXTRAPETIÇÃO 
O princípio da Extrapetição autoriza que o juiz condene o reclamado a certos pedidos que não 
constem na petição inicial do reclamante. 
É exemplo de sua aplicação os juros e a correção monetária que serão computados, ainda que autor 
não formule pedido nesse sentido e, mais, mesmo que o juiz não os inclua na sentença serão incluídos nos 
cálculos de liquidação. Nesse sentido estão o art. 293 do CPC e a súmula 211 do TST. Observe-se: 
 
Art. 293. Os pedidos são interpretados restritivamente, compreendendo-se, 
entretanto, no principal os juros legais. 
 
Súmula 211, TST. JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. 
INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL 
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21/11/2003. 
Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda 
que omisso o pedido inicial ou a condenação. 
 
PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO 
Como afirma o professor Carlos Henrique Bezerra Leite (2009, p.69), o princípio da preclusão 
“(…)decorre da própria logicidade do processo, que é andar para frente, sem retorno a etapas ou 
momentos processuais já ultrapassados”. 
A preclusão pode ser consumativa (decorre da prática do ato processual); temporal (caracteriza-se 
pela impossibilidade de praticar o ato processual depois de expirado o prazo); preclusão lógica 
(caracteriza-se pela impossibilidade de praticar um ato processual por mostrar-se contraditório com o já 
praticado); preclusão ordinatória (pode ser definida como a impossibilidade de praticar um ato processual 
antes da realização de ato que a legislação prevê como precedente); preclusão máxima (consiste na 
impossibilidade de interposição de qualquer recurso após o trânsito em julgado); preclusão pro judicato 
(consiste na impossibilidade de o juiz conhecer de questões já decididas, salvo nas hipóteses de embargos 
de declaração e ação rescisória). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS 
 
ATO PROCESSUAL 
Os atos processuais são acontecimentos voluntários que ocorrem no processo. Em regra, são 
públicos, entretanto, segundo estabelece o art. 155 do CPC correm em segredo de justiça os processos: a) 
em que exigir o interesse público; e b) que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, 
conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores. 
Os atos processuais podem ser praticados: 
a) pelo juiz: despachos, decisões interlocutórias e sentenças (art. 162 do CPC), bem como a 
presidência das audiências, a supervisão dos trabalhos da secretaria, o atendimento aos advogados, etc.; 
b) pelas partes: petição inicial, contestação, recursos, depoimento pessoal, entre outros; e 
c) pelos auxiliares: notificação, penhora, avaliação, perícia, etc. 
 Devem ser realizados em dias úteis, das 6h00 às 20h00 (cuidado para não confundir com o horário 
das audiências, que é das 8h00 às 18h00, com duração máxima de 5 horas, salvo em caso de matéria 
urgente). 
A penhora PODE realizar-se em domingos e feriados mediante expressa autorização do juiz, 
observado o disposto no art. 5°, XI, da CF: ninguém pode penetrar na casa, asilo inviolável do morador, 
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por 
determinação judicial. 
Art. 770, CLT: Os atos processuais serão públicos, salvo quando o contrário 
determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias uteis das 6 às 20 
horas. 
Parágrafo Único. A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, 
mediante autorização expressa do juiz. 
 
Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas 
partes interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-
lo, serão firmados a rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas, sempre 
que não houver procurador legalmente constituído. 
 
É possível obter certidão em processo que corre em segredo de justiça, desde que haja despacho 
do juiz. 
Art. 781, CLT: As partes poderão requerer certidões dos processos em curso 
ou arquivados, as quais serão lavradas pelos escrivães ou diretores de 
secretaria. 
 
 
 
 
 
 
 
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Parágrafo Único. As certidões dos processos que correm em segredo de 
justiça dependerão de despacho do juiz ou presidente. 
 
TERMOS 
Termo é a redução escrita de um ato processual. 
Os atos processuais devem ser registrados. O objetivo do legislador é que os registros sejam feitos 
de forma indelével. Logo não se admitem termos lançados a lápis. 
Na CLT há três artigos que tratam de termos processuais: 
Art. 771, CLT. Os atos e termos processuais poderão ser escritos à tinta, 
datilografados ou a carimbo. 
Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas 
partes interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-
lo, serão firmados a rogo, na presença de duas testemunhas, sempre que 
não houver procurador legalmente constituído. 
Art. 773, CLT. Os termos relativos ao movimento de processos constarão de 
simples notas, datadas e rubricadas pelos Chefes de Secretaria ou escrivães. 
 Mesmo os atos processuais que podem ser praticados de forma oral devem ser reduzidos a termo. 
O CPC, em seus artigos 166 a 171, também traz diversas exigências em relação a termos 
processuais, como a numeração e rubrica do escrivão em todas as páginas do processo, a vedação do uso 
de abreviaturas, proibição de espaços em branco, de emendas ou rasuras (salvo se os espaços em branco 
forem inutilizados e as rasuras expressamente ressalvadas), etc. 
 
PRAZOS 
Devem ser destacados dois momentos quanto aos atos processuais: 
a) O momento do início do prazo: o prazo inicia-se no dia da notificação ou da intimação. 
b) O momento do início da contagem do prazo: o início da contagem ocorre no primeiro dia 
útil subsequente ao dia no início do prazo. 
Art. 774, CLT. Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste 
Título contam-se (sem grifo no original), conforme o caso, a partir da data 
em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que 
for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da 
 
 
 
 
 
 
 
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Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede 
da Junta, Juízo ou Tribunal. 
Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser 
encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará 
obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo 
de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem. 
Art. 775, CLT. Os prazos estabelecidos neste Título contam-se (sem grifo no 
original) com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e 
são contínuos e irreleváveis,podendo, entretanto, ser prorrogados pelo 
tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força 
maior, devidamente comprovada. 
Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia 
feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte. 
 
 Destacam-se as seguintes súmulas referentes ao início e à contagem dos prazos processuais: 
 Súmula 1, TST. PRAZO JUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 
21.11.2003. Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação 
com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da 
segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em 
que fluirá no dia útil que se seguir. 
Súmula 262, TST. PRAZO JUDICIAL. NOTIFICAÇÃO OU INTIMAÇÃO EM 
SÁBADO. RECESSO FORENSE (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 
209 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
a) I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se 
dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subseqüente. 
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior 
do Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) suspendem os prazos recursais. 
 
Recesso forense: 20 de dezembro a 6 de janeiro 
 Quando a intimação ocorre no sábado, tem-se por realizada na segunda-feira (se dia útil), sendo 
este o dia do início do prazo e terça-feira (se dia útil) o dia do início da contagem do prazo. 
b) OJ 310, SDI-I, TST. LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. 
PRAZO EM DOBRO. ART. 191 DO CPC. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO 
TRABALHO ( DJ 11.08.2003) A regra contida no art. 191 do CPC é inaplicável 
ao processo do trabalho, em face de sua incompatibilidade com o princípio 
da celeridade inerente ao processo trabalhista. 
O art. 191, do CPC, estabelece que litisconsortes, com procuradores diferentes, têm prazo em 
dobro. Como tal dispositivo legal não se aplica ao Processo do Trabalho, tem-se que LITISCONSORTES COM 
PROCURADORES DIFERENTES NÃO TÊM PRAZO EM DOBRO NO PROCESSO DO TRABALHO. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Ainda quanto aos prazos, vale destacar que a Fazenda Pública e o Ministério Público têm prazo em 
dobro para recorrer e em quádruplo para contestar. 
Art. 188, CPC. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em 
dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério 
Público. 
O Decreto Lei nº 779/69 em seu artigo 1º, estabelece que nos processos perante a Justiça do 
Trabalho constituem privilégio da União, dos Estados, do DF, dos Municípios, e das autarquias ou 
fundações de direito publico federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica: 
- Inciso II: o quádruplo de prazo fixado no artigo 841, in fine, da CLT. 
- Inciso III: o prazo em dobro para recurso. 
 
Assim, tendo em vista que a Fazenda tem prazo em quádruplo para contestar e que a defesa 
sempre é apresentada na primeira audiência, então para a Fazenda a audiência será a primeira 
desimpedida depois de 20 (vinte) dias. 
 
Quando a parte não comparecer à audiência em prosseguimento para prolação da sentença, o 
prazo para recurso será contado da data de sua intimação (súmula 197 do TST). 
Entretanto, se, mesmo presente a parte, a ata da audiência de julgamento não for juntada ao 
processo em 48 horas, o prazo para o recurso será contado da data em que receber a intimação (súmula 
30 do TST). 
Nos termos do art. 185 do CPC, não havendo previsão legal ou fixação pelo juiz, o prazo para a 
prática do ato processual será de 5 (cinco) dias. 
Os prazos que se vencerem sábados, domingos ou feriados prorrogam-se para o próximo dia útil 
subsequente (art. 775, parágrafo único, CLT). 
Em algumas hipóteses, os prazos processuais podem ser suspensos (paralisa-se a contagem e 
quando concluída a causa suspensiva o prazo volta a fluir pelo que lhe resta) ou interrompidos (paralisa-se 
a contagem e quando concluída a causa interruptiva o prazo reinicia). 
 
Súmula 262, TST, II. O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do 
Tribunal Superior do Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) suspendem os 
prazos recursais. (ex-OJ nº 209 da SBDI-1 - inserida em 08/11/2000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 180, CPC. Suspende-se também o curso do prazo por obstáculo criado 
pela parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 265, I e III; casos em 
que o prazo será restituído por tempo igual ao que faltava para a sua 
complementação. 
 
É possível a interposição de recurso por fac-símile, nos termos da Lei 9800/99 e da súmula 387 do 
TST. 
A súmula 387, do TST, alterada pelo Pleno do TST em maio de 2011, estabelece o seguinte: 
Súmula 387 RECURSO. FAC-SÍMILE. LEI Nº 9.800/1999 (inserido o item IV à 
redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31/05/2011I - A Lei nº 
9.800, de 26/05/1999, é aplicável somente a recursos interpostos após o 
início de sua vigência. (ex-OJ nº 194, da SBDI-1 - inserida em 08/11/2000) 
II - A contagem do quinquídio para apresentação dos originais de recurso 
interposto por intermédio de fac-símile começa a fluir do dia subsequente 
ao término do prazo recursal, nos termos do art. 2º da Lei nº 9.800, de 
26.05.1999, e não do dia seguinte à interposição do recurso, se esta se deu 
antes do termo final do prazo. (ex-OJ nº 337 da SBDI-1 - primeira parte - DJ 
04/05/2004) 
III - Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa de 
notificação, pois a parte, ao interpor o recurso, já tem ciência de seu ônus 
processual, não se aplica a regra do art. 184 do CPC quanto ao "dies a quo", 
podendo coincidir com sábado, domingo ou feriado. (ex-OJ nº 337 da SBDI-1 
- "in fine" - DJ 04/05/2004) 
IV - A autorização para utilização do fac-símile, constante do art. 1º da Lei 
n.º 9.800, de 26/05/1999, somente alcança as hipóteses em que o 
documento é dirigido diretamente ao órgão jurisdicional, não se aplicando à 
transmissão ocorrida entre particulares. 
 
Dos dispositivos legais e jurisprudenciais extrai-se que: 
a) Os originais devem ser juntados no prazo de 5 (cinco) dias contados do dia subsequente ao 
término do prazo recursal e não do dia subsequente ao envio do fax. Assim, mesmo que o recurso seja 
enviado ao órgão do poder judiciário via fax no terceiro dia do prazo recursal, o quinquídio para 
apresentação dos originais conta-se do dia subsequente ao oitavo dia do prazo; 
b) O primeiro dos 5 (cinco) dias para a juntada dos originais pode coincidir com sábado, 
domingo ou feriado; 
c) Se o último dos 5 (cinco) dias recair em sábados, domingos ou feriados, o prazo prorroga-se 
para o próximo dia útil subsequente; 
d) O item IV da súmula, recentemente acrescentado pelo Pleno do TST, destaca que a lei 
9800/99 permite a prática dos atos processuais por fax, mediante envio do documento diretamente ao 
 
 
 
 
 
 
 
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órgão jurisdicional. Não admite que o documento seja transmitido entre particulares para, em seguida, ser 
encaminhado ao órgão jurisdicional. Assim, os comprovantes de depósito recursal e de custas processuais 
encaminhados da matriz do escritório de advocacia para a filial via fax e somente depois, ato contínuo, 
encaminhados ao órgão jurisdicional não são reputados autênticos, segundo o entendimento do TST. 
 
Seguem os principais prazos trabalhistas: 
 
Hipóteses Prazo Fundamento 
Audiência 
Primeira desimpedida depois de 
5 (cinco) dias contados do 
recebimento da notificação; 
Art. 841, CLT; 
Defesa Verbal 20 minutos; Art. 847, CLT; 
Manifestação do Exceto em 
exceção de incompetência 
24 horas; Art. 800, CLT; 
Audiência para instrução e 
julgamento da exceção de 
suspeição e impedimento 
48 horas; Art. 802, CLT; 
Razões Finais 10 minutos; Art. 850, CLT; 
Recursoordinário 8 (oito) dias; Art. 895, CLT; 
Recurso de revista 8 (oito) dias; Art. 896, CLT; 
Embargos ao TST 8 (oito) dias; Art. 894, CLT; 
Agravo de petição 8 (oito) dias; Art. 897, “a”, CLT; 
Agravo de instrumento 8 (oito) dias; Art. 897, “b”, CLT; 
Embargos de declaração 5 (cinco) dias; Art. 897-A, CLT; 
Pedido de Revisão 48 horas; Art. 2º, § 2º, Lei 5584/70; 
Recurso extraordinário 15 (quinze) dias; 
Art. 102, III, CF e art. 266, § 1º 
do Regimento Interno do TST; 
Embargos à execução 
5 (cinco) dias contados da 
garantia do juízo; 
Art. 884, CLT. 
Embargos à execução pela 
Fazenda Pública 
30 (trinta) dias; Art. 1º-B, Lei 9494/97. 
Ação rescisória 
2 (dois) anos contados do dia 
subsequente ao trânsito em 
julgado; 
Art. 495, CPC e súmula 100, I, 
TST; 
Inquérito judicial para apuração 
de falta grave 
30 (trinta) dias contados da 
suspensão do empregado; 
Art. 853, CLT; 
Mandado de segurança 
120 (cento e vinte) dias 
contados da ciência do ato 
impugnado; 
Art. 23, Lei 12016/2009; 
Prazo para a Fazenda e 
Ministério recorrer 
Prazo em dobro; 
Art. 188, CPC e art. 1º, III, 
Decreto-Lei 779/69; 
Audiência para a Fazenda e 
Ministério Público na condição 
de parte 
Primeira desimpedida depois de 
20 (vinte) dias contados do 
recebimento da notificação 
(prazo em quádruplo); 
Art. 188, CPC e art. 1º, II, 
Decreto-Lei779/69; 
 
 
 
 
 
 
 
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Prescrição bienal 
2 (dois) anos contados do 
término do contrato de 
trabalho; 
Art. 7º, XXIX e art. 11, CLT; 
Prescrição quinquenal 
5 (cinco) anos contados do 
ajuizamento da ação; 
Art. 7º, XXIX e art. 11, CLT e 
súmula 308, TST; 
Litisconsortes com procuradores 
diferentes 
Não têm prazo em dobro; OJ 310, SDI-1, TST 
 
 
PARTES E PROCURADORES 
 
“JUS POSTULANDI” 
É a capacidade de postular pessoalmente em Juízo, sem a necessidade de representação por 
advogado. Na Justiça do Trabalho, diversamente do que ocorre no processo civil, a capacidade postulatória 
é facultada diretamente aos empregados e aos empregadores. 
Art. 791, CLT. Os empregados e os empregadores poderão reclamar 
pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas 
reclamações até o final. 
 É importante observar que o referido artigo trata apenas de empregados e empregadores, 
portanto, para as novas ações acrescidas à competência da Justiça do Trabalho pela EC 45/2004, a 
representação das partes por advogado será obrigatória. 
O TST firmou posicionamento no sentido de não ser conferida capacidade postulatória aos 
trabalhadores não empregados, como se extrai do art. 5º, da IN 27/2005, que trata das normas 
procedimentais aplicáveis ao Processo do Trabalho em decorrência da ampliação da competência da 
Justiça do Trabalho. 
 Ressalte-se, entretanto, que o jus postulandi sofreu limitação no entendimento do TST, conforme 
se observa pela redação da recentemente editada súmula 425. 
Súmula 425, TST. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da 
CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, 
não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança 
e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
Ressalte-se que, por força do art. 652, a, III, da CLT, aos dissídios resultantes de contratos de 
empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice, aplica-se a CLT, inclusive o art. 791, que trata 
do jus postulandi. O mesmo ocorre com o trabalhador avulso, nos termos do art. 643, da CLT: 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo do Trabalho 
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 Art. 643. Os dissídios, oriundos das relações entre empregados e 
empregadores bem como de trabalhadores avulsos e seus tomadores de 
serviços, em atividades reguladas na legislação social, serão dirimidos pela 
Justiça do Trabalho, de acordo com o presente Título e na forma 
estabelecida pelo processo judiciário do trabalho. 
 
REPRESENTAÇÃO POR ADVOGADO 
 Na Justiça do Trabalho faculta-se a representação do empregado e do empregador por advogado, 
porém, caso seja esta a opção da parte, o advogado deverá fazer constar nos autos a devida procuração. 
Sem esse instrumento de mandato, não poderá ingressar nos autos. 
 O artigo 37, do CPC, aplicável ao Processo do Trabalho (segundo o artigo 5º da IN 25/2005 do 
Tribunal Pleno do TST), ensina que, sem instrumento de mandato, o advogado não poderá ingressar em 
juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem 
como intervir no processo para praticar atos reputados urgentes. 
Nesses casos, o advogado obrigar-se-á, independentemente de caução, a exibir o instrumento de 
mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogáveis até outros 15 (quinze), por despacho do juiz. 
Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a 
procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim 
de evitar decadência ou prescrição (sem grifo no original), bem como 
intervir, no processo, para praticar atos reputados urgentes (sem grifo no 
original). Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de 
caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 (quinze) dias, 
prorrogável até outros 15 (quinze), por despacho do juiz. 
Parágrafo único. Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por 
inexistentes (sem grifo no original), respondendo o advogado por despesas 
e perdas e danos. 
 
Entretanto, mesmo sem a juntada da procuração, a representação estará regularizada se 
evidenciada a procuração apud acta, também denominada, para muitos, de mandato tácito. A Lei 12437, 
de 06 de julho de 2011, inseriu o parágrafo terceiro ao art. 791, passando a prever, expressamente, a tal 
procuração. Observe-se: 
Art. 791,§ 3º, CLT. A constituição de procurador com poderes para o foro 
em geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de 
audiência, a requerimento verbal do advogado interessado, com anuência 
da parte representada. 
Atenção! O detentor de procuração apud acta (mandato tácito) não tem poderes para 
substabelecer (OJ 200, SDI-1, TST). 
 
 
 
 
 
 
 
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OJ 200, SDI-1, TST. MANDATO TÁCITO. SUBSTABELECIMENTO INVÁLIDO. 
Inserida em 08.11.00 (inserido dispositivo, DJ 20/04/2005). 
É inválido o substabelecimento de advogado investido de mandato tácito. 
 
 As Súmulas 395 e 383, do TST, e a OJ 373, da SDI-1, tratam das condições de validade do mandato. 
Observe-se: 
Súmula 395, TST. MANDATO E SUBSTABELECIMENTO. CONDIÇÕES DE 
VALIDADE (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 108, 312, 313 e 
330 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25/04/2005. 
I - Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém 
cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da 
demanda. (ex-OJ nº 312 da SBDI-1 - DJ 11/08/2003). 
II - Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua 
juntada, o instrumento de mandato só tem validade se anexado ao processo 
dentro do aludido prazo. (ex-OJ nº 313 da SBDI-1 - DJ 11/08/2003). 
III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, 
no mandato, poderes expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos, 
do Código Civil de 2002). (ex-OJ nº 108 da SBDI-1 - inserida em 01/10/1997). 
IV - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento 
é anterior à outorga passada ao substabelecente. (ex-OJ nº 330 da SBDI-1 - 
DJ 09/12/2003). 
 
Súmula 383, TST. MANDATO. ARTS. 13 E 37 DO CPC. FASE RECURSAL. 
INAPLICABILIDADE (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 149 e 
311 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
I - É inadmissível, em instância recursal, o oferecimento tardio de 
procuração, nos termos do art. 37 do

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