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Direito Civil SEÇÃO 1 LIVRO DIDÁTICO Seção 1 Direito Civil Olá, estudiosos do Direito! Nesta Seção nos dedicaremos à prática do Direito Civil. O conhecimento do direito material combinado com o estudo da prática forense é o grande trunfo para a aprovação no Exame de Ordem. O Direito Civil nos cerca por todos os lados, pois o seu conteúdo rege as relações pessoais, patrimoniais e os fatos jurídicos. Apresentaremos um caso prático muito recorrente na vida profissional dos advogados desta área e, a partir dele, treinaremos as peças cabíveis passando pela petição inicial, respostas do réu e recursos. Nas próximas páginas aprenderemos detalhes muito importantes sobre as peças cíveis, que farão toda a diferença. Atuando com dedicação, determinação e treino do caso prático que trabalharemos em conjunto já poderemos marcar a comemoração da aprovação! Vamos começar? Sua causa! 2 NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA DIREITO CIVIL - LIVRO DIDÁTICO - SEÇÃO 1 Imagine-se com o diploma da graduação em mãos e a tão sonhada identidade profissional (carteirinha da OAB) em sua carteira. Você acaba de montar seu escritório com colegas da faculdade, na cidade em que residem: Uberlândia, Minas Gerais. Você, amante do Direito Civil, optou por atuar nesta área do escritório. Nesta seção você deverá, na qualidade de advogado, tomar a medida cabível a fim de resguardar os direitos de seus clientes. Imagine que no dia 07/12/2015 a cliente Maria Carolina marca horário com você desejando contratar seus serviços. No horário combinado ela comparece com seus pais e narra que no dia 10 de novembro de 2015, ao sair de um jantar na Hippo Pizza localizada na Avenida Rondon Pacheco, seguia pela Avenida Professora Minervina Cândida de Oliveira em direção à sua casa, por volta das 22 horas, quando seu veículo foi atingido por outro carro, que transitava em velocidade muito acima do permitido. Maria Carolina lhe informou que testemunhas disseram que parecia estar ocorrendo um “racha” entre dois motoristas, que corriam muito, quando um dos veículos atingiu o seu automóvel que capotou e ficou de cabeça para baixo na pista. O condutor do veículo causador do acidente, residente e domiciliado em Uberaba, desceu de seu veículo sem ferimentos, e as testemunhas locais acionaram o SAMU. No acidente, Maria Carolina, vítima, fraturou a perna e teve cortes faciais. Ela ficou internada e foi necessária a realização de uma cirurgia ortopédica urgente, pois o osso quebrado em sua perna poderia colar caso não houvesse intervenção cirúrgica rápida. Ambos os motoristas não tinham seguro veicular e o carro de Maria Carolina teve perda total. O veículo da família de Maria Carolina era um SpaceFox da Volkswagen, ano 2013, no valor de R$55.000,00 (cinquenta e cinco mil reais). 33 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ eneas Realce eneas Realce Ao terminar de lhe descrever os fatos, Maria Carolina lhe informa que possui 23 anos e é estudante do curso de nutrição. O veículo era o único da família e pertencente aos seus pais. Sua cliente está muito aflita com todo o transtorno causado pelo acidente e emocionalmente fragilizada, além de sentir fortes dores na perna fraturada e não poder ficar sem o uso de medicamentos recomendados para dor e recuperação cirúrgica. Ademais, os gastos com o tratamento e remédios somam R$2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) até a presente data, e sua cliente teve despesas com a faculdade privada onde estuda em virtude da reprovação nas disciplinas, pois no período em que ficou internada e em recuperação pós-cirurgia perdeu provas e trabalhos que lhe levaram à reprovação. Assim, Maria Carolina deverá cursar novamente essas disciplinas, o que gera uma Figura 1 Cruzamento de Vias Fonte: <https:// goo.gl/jNSQs0>. Acesso em: 04 jan. 2015. 44 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ https://goo.gl/jNSQs0 https://goo.gl/jNSQs0 despesa no valor de R$7.000,00 (sete mil reais). Os pais de Maria Carolina lhe disseram que tentaram realizar um acordo informal com Luciano, causador do acidente, mas não obtiveram sucesso, pois ele sequer atendia suas ligações, ignorando totalmente a vítima. Ao final, os pais da vítima lhe perguntam o que poderia ser feito para reparar os danos que sua filha sofreu neste acidente de trânsito. Sua cliente requer pelo menos R$20.000,00 (vinte mil reais) a título de danos morais. Apresentado o caso, você, na qualidade de advogado de Maria Carolina, deverá elaborar a peça processual cível mais adequada à tutela dos direitos de sua cliente a fim de reparar os danos que lhe foram causados em virtude do acidente de trânsito do qual foi vítima. Um acidente de trânsito é capaz de causar danos irreparáveis às pessoas envolvidas. Pode ceifar a própria vida do acidentado, bem jurídico maior, além de provocar sequelas à saúde e prejuízos patrimoniais, como danos ao veículo e despesas com hospital, cirurgia, remédios e tratamentos necessários à recuperação (fisioterapia, por exemplo). Figura 2 Acidente de trânsito Fonte: iStock (2016). [18012554] Fundamentando! 55 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ eneas Realce A legislação brasileira é bem clara com relação ao dever de indenização pelos danos causados a outrem por ação ou omissão: é o que se denomina responsabilidade civil. Além disso, é importante observar que o Novo Código de Processo Civil (NCPC, Lei nº 13.105/2015) traz algumas alterações no rito processual, e devemos estar atentos para já nos habituarmos a estas mudanças. No caso hipotético apresentado, Maria Carolina, estudante, foi vítima de um acidente de trânsito por culpa exclusiva de Luciano, que trafegava em velocidade muito acima do permitido e atingiu o veículo que a jovem conduzia. Neste acidente ela teve a perna fraturada, o que resultou em cicatrizes profundas, além da perda total do veículo de sua família. Infelizmente, grande parte dos acidentes de trânsito são ocasionados por irresponsabilidade dos condutores e causam sequelas e prejuízos extremamente sérios. Este caso será importante porque lhe apresentará conceitos, dispositivos legais e argumentos jurídicos que permitirão não apenas identificar problemas semelhantes e o instrumento processual adequado, mas também contribuirão com o raciocínio para peças de outras áreas do Direito. A prática de caso tão comum como este garantirá maior facilidade quando da realização do Exame de Ordem, além de lhe preparar para o dia a dia no exercício da profissão advocatícia. Na resolução deste caso passaremos por algumas noções de direito constitucional, civil, processual civil e normas do Código de Trânsito, que lhe servirão de ferramentas na elaboração da peça cabível e resolução de questões. 66 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ A Constituição Federal garante em seu art. 5º, inciso V, o direito a indenização por dano material e moral, tal qual se pode verificar na transcrição a seguir: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem. As vítimas de sinistros, além dos danos de ordem material e moral, ainda devem comprovar o nexo causal entre o acidente e os danos por elas sofridos. Neste sentido, é importante tecermos algumas considerações sobre a responsabilidade civil que, no presente caso de acidente de trânsito, será extracontratual, pois o agente, Luciano, não tem vínculo contratual com a vítima, Maria Carolina, mas está ligado a ela em decorrência do descumprimento de um dever legal, no caso, o excesso de velocidade. Para a caracterizaçãoda responsabilidade civil é necessária a combinação de quatro fatores, quais sejam: i) a ação ou omissão do agente; ii) a culpa ou dolo do agente; iii) o nexo de causalidade; iv) o dano. Essa responsabilidade tem o papel de determinar o dever de reparação dos danos causados a outrem pelo sujeito que desrespeitou a lei. Este dever encontra previsão expressa no art. 927 combinado com os arts. 186 e 187 do nosso Código Civil, pelos quais: 77 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Vale observar o termo imprudência que destacamos no art. 186, por se tratar de uma das modalidades da culpa, juntamente com a negligência e a imperícia. A imprudência se refere a uma ação completamente sem cautela, como conduzir um veículo em velocidade acima do limite permitido. Ao conduzir seu veículo desse modo, Luciano violou também normas de trânsito, tal qual descrito nos arts. 29, inciso II e 218, incisos I a III do Código de Trânsito Brasileiro (CTB, Lei nº 9.503/1997): Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: [...] II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas. Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias: I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vinte por cento): Infração - média; Penalidade - multa; 88 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 20% (vinte por cento) até 50% (cinquenta por cento): Infração - grave; Penalidade - multa; III - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 50% (cinquenta por cento): Infração - gravíssima. Aqui, a responsabilidade civil extracontratual, também denominada aquiliana, é ainda subjetiva, ou seja, resulta da culpa, no sentido de ação intencional que trouxe prejuízo a outrem. Nesse contexto cabe à vítima provar o prejuízo que sofreu, a violação da norma e o nexo de causalidade para a configuração da culpa do agente. Não se aplica ao nosso caso, mas é bom lembrar que ao contrário da subjetiva, a responsabilidade objetiva tem seu ponto de partida na teoria do risco e determina indenização à vítima mesmo sem a comprovação da culpa. Por sua vez, superada a fase de direito material, passamos à análise das questões processuais. Primeiramente, é preciso estar atento às regras de competência para saber onde a ação deverá ser proposta. Para tanto, deve-se observar o que diz a nossa Constituição Federal nos arts. 51, inciso I, 52, incisos I e II, 102, inciso I, 108 e 109, além do previsto no Novo Código de Processo Civil (NCPC) em seus arts. 21 a 25 (no CPC de 1973 são os arts. 88 e 89) e 42 a 53 (arts. 86 a 100 do CPC de 1973). Em seguida, é importante atentar para os requisitos estabelecidos no art. 319 do Novo Código de Processo Civil, que alterou o art. 282 do CPC de 1973 para a redação da peça processual. Da leitura deste dispositivo você verá a importância de se indicar o juízo correto em conformidade com as regras de competência, bem como os dados pessoais das partes e a própria estrutura 99 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ lógica da peça, com a narração dos fatos, os fundamentos jurídicos, o pedido, o valor da causa e a indicação das provas por meio das quais se pretende demonstrar os fatos. Observe que o pedido é regido pelos arts. 322 a 329 do NCPC (arts. 286 a 294 do CPC de 1973) e trata-se da própria pretensão do autor, ou seja, do que ele deseja com a ação, e deve ser certo ou determinado. Por sua vez, deve-se constar o valor da causa ainda que o pedido não tenha valor pecuniário. Sobre as provas, deve-se juntar todos os documentos capazes de comprovar as alegações, com possibilidade ainda de depoimento pessoal do autor e do réu, oitiva de testemunhas e perícia técnica, quando aplicável, conforme determina o NCPC nos arts. 369 a 480 (arts. 332 a 439 do CPC de 1973). Com relação ao procedimento, deve-se identificar se é o especial ou o de jurisdição voluntária (ou comum), a partir da análise dos arts. 539 a 718 do NCPC (arts. 890 a 1.071 do CPC de 1973) no primeiro caso e dos arts. 719 a 770 do NCPC (arts. 1º e 1.103 a 1.210 do CPC de 1973) no segundo. Não se tratando de nenhum dos casos elencados nestes dispositivos, por exclusão, o rito será o comum. O NCPC trouxe uma inovação no rito comum, que deixou de ser subdividido em ordinário e sumário, nos termos do art. 318 do NCPC (art. 272 e ss. do CPC de 1973), não havendo mais esta diferenciação. É preciso estar atento ainda à questão da urgência pela reparação dos danos, o que encontra fundamento nos arts. 294 e 300 do NCPC, que alterou o art. 273 do CPC de 1973, pelo qual: Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. 1010 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ eneas Realce Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. O art. 300 anteriormente reproduzido alterou o art. 273 do CPC de 1973, cuja redação é: Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu. Com esta alteração, deixa-se de ter a cautelar como uma espécie de processo e passa-se a ter apenas a tutela provisória de urgência (arts. 300 a 310 do NCPC) e evidência (art. 311 do NCPC), nos termos do citado art. 294 do NCPC. A tutela provisória de urgência divide-se em: i) tutela antecipada, concedida em caráter antecedente, satisfativo e provisório, no sentido de se antecipar a concessão dos pedidos do autor liminarmente, com previsão nos arts. 303 e 304 do NCPC; e ii) tutela cautelar, “destinada a assegurar a efetividade do resultado final do processo”1 e de caráter apenas preventivo, com base no poder geral de cautela do juiz, conforme estabelecido pelos arts. 301 e 305 a 310 do NCPC. 1 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil: processo de execução e cumprimento de sentença, processo cautelar e tutela de urgência. Rio de Janeiro: Forense, 2009. p. 494. 1111 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ Para a concessão da tutela de urgência exige-se dois requisitos: i) a demonstração da probabilidade do direito (fumus boni iuris), cuja tradução literal seria a “fumaça do bom direito”, no sentido de que a tutela será concedida em caso de aparente possibilidade de êxito ao final da lide, o que na situação hipotética em estudo pode ser comprovado a partir da prova documental (boletim de ocorrência policial, comprovantes das despesas hospitalares e com medicamentos, além do comprovante da despesa com a reprovaçãona faculdade); e ii) o perigo de dano ou risco (periculum in mora), ou seja, se o perigo da demora na concessão da tutela puder ser capaz de prejudicar a autora de modo a comprometer a efetividade do processo ao final, de sorte que no caso em estudo a paciente precisou se submeter a cirurgia ortopédica, pois a demora poderia levar os ossos da perna a se colarem e lhe causar deformação, e também não pode ficar sem os remédios indicados para o tratamento e alívio das dores fortes que a autora sente, o que representa um gasto com o qual sua família não tem condições de arcar e sem o qual a autora não pode ficar, para não interromper o tratamento. Além das despesas com a saúde, a família de Maria Carolina tem tido gastos com o transporte de sua filha, que sente muitas dores na perna submetida a cirurgia, a qual está imobilizada, e frequentemente precisa usar táxi para se locomover, tendo em vista que seu veículo foi completamente perdido no acidente. Por fim, a tutela de evidência não exige a demonstração do fumus boni iuris e do periculum in mora, pois funda-se na própria evidência de procedência do pedido. Esta tutela está prevista no art. 311 do NCPC, nos seguintes termos: 1212 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. Observe o quadro a seguir com uma síntese dos fundamentos legais: Responsabilidade Civil Extracontratual Subjetiva por ato ilícito Arts. 186, 187 e 927 do CC. Caracterização do ato ilícito praticado pelo réu Arts. 29, inciso II e 218, incisos I a III do Código de Trânsito Brasileiro (CTB, Lei nº 9.503/1997). Danos morais e materiais Art. 5º, inciso V da CF. Quadro 1 Síntese Continua Fonte: Elaborado pela autora. 1313 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ Competência Arts. 51, inciso I, 52, incisos I e II, 102, inciso I, 108 e 109 da CF/88, e 21 a 25 e 42 a 53 do NCPC (arts. 88, 89 e 86 a 100 do CPC de 1979). Requisitos da peça Art. 319 do NCPC (art. 282 do CPC de 1973). Pedido Arts. 322 a 329 do NCPC (arts. 286 a 294 do CPC de 1973). Provas Arts. 369 a 480 do NCPC (arts. 332 a 439 do CPC de 1973). Procedimento Arts. 539 a 718 e arts. 719 a 770 do NCPC (arts. 890 a 1.071 e arts. 1º e 1.103 a 1.210 do CPC de 1973). Tutela provisória de urgência Arts. 294 a 310 do NCPC (e 273 do CPC de 1973). Tutela antecipada Arts. 303 e 304 do NCPC. Tutela cautelar Arts. 301 e 305 a 310 do NCPC. Fumus boni iuris e Periculum in mora Arts. 300 e 303 do NCPC (e 273 do CPC de 1973). Tutela de evidência Art. 311 do NCPC. Continuação Com todos estes elementos que fornecemos, com certeza você já sabe qual é a peça adequada e os passos que devem ser seguidos. 1414 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ Vamos nos lembrar um pouco da seção anterior e das aulas de Processo Civil? Você já sabe que em sua peça não pode faltar o endereçamento correto. A partir da leitura dos arts. 51, inciso I, 52, incisos I e II, 102, inciso I, 108 e 109 da CF/88, e 21 a 25 e 42 a 53 do NCPC (arts. 88, 89 e 86 a 100 do CPC de 1973), você poderá verificar qual é o foro competente no caso do acidente de trânsito que acarretou danos a Maria Carolina. Nesta etapa é preciso estar atento à formulação do pedido, que deve ser certo ou determinado, nos termos dos arts. 322 a 329 do NCPC (arts. 286 a 294 do CPC de 1973). Também não podem faltar em sua peça a indicação do valor da causa e das provas com as quais pretende demonstrar o direito de sua cliente. Como se trata de danos morais e materiais, será necessário apresentar também os comprovantes de pagamento das medicações e de todos os gastos com o tratamento, além do laudo pericial demonstrando a perda total do veículo e todo o prejuízo decorrente da falta do automóvel que era utilizado pela família para locomoção em geral, em especial para o trabalho e faculdade, a fim de mensurar o valor a ser estipulado no dano material. Com relação ao dano moral, deve-se enfatizar o sofrimento ao qual a autora foi submetida com o acidente, a dor sofrida pela jovem Maria Carolina com a fratura na perna, bem como as lesões corporais resultantes do sinistro. Vamos peticionar! 1515 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ eneas Realce Atente para a obrigação de reparação por danos causados a outrem, imposta pela regra dos arts. 927, 186 e 187 do Código Civil, bem como para a caracterização do ato ilícito praticado pelo réu, nos termos dos arts. 29, inciso II e 218, incisos I a III do Código de Trânsito Brasileiro (CTB, Lei nº 9.503/1997). Lembre-se de que no Exame de Ordem você será avaliado pela correta indicação do foro competente, preâmbulo, qualificação das partes, fundamentação jurídica, pedidos e requerimentos, lógica e argumentação, além de ortografia e gramática. Vamos peticionar? 161616 Direito Civil - Livro didático - Seção 1NPJ
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