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ANTROPOMETRIA - PD

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1 PEDIATRIA | HAB. CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
 
 
 
 
O método antropométrico permite a avaliação do peso, da 
estatura e de outras medidas do corpo humano. Ele representa 
um importante recurso para a avaliação do estado nutricional do 
individuo e ainda oferece dados para o acompanhamento do 
crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes. 
Neste item, descrevem-se os procedimentos comumente 
utilizados para a correta tomada das medidas antropométricas. 
A Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN recomenda a 
coleta de peso e da estatura para todos os indivíduos (crianças, 
gestantes, adolescentes, adultos e idosos) e da circunferência da 
cintura no caso de adultos. 
Pesar e medir são atividades de rotina nos serviços de saúde, e 
por serem atividades relativamente simples, a maioria das 
pessoas julga-se apta a realizá-las. No entanto, erros nos 
procedimentos, na leitura ou na anotação da medida são 
frequentes. Estas situações podem ser evitadas com um bom 
treinamento das equipes, uma revisão constante dos conceitos e 
procedimentos e uma manutenção frequente dos equipamentos. 
Para a correta tomada de peso e da estatura, deve-se garantir, 
previamente, o perfeito funcionamento dos equipamentos. A 
manutenção dos equipamentos é muito importante a fim de 
evitar erros causados por problemas ou defeitos deles. Dentre os 
equipamentos citados, a balança é o que gera mais problemas 
ao adquirir este equipamento, o EAS (Estabelecimento de 
Assistência à Saúde) deve solicitar um exame pelos órgãos 
responsáveis por este serviço. 
Recomenda-se que o infantômetro (antropômetro horizontal 
para medir o comprimento de crianças menores de 2 anos) e a 
balança pediátrica estejam apoiados em mesa ou bancada, 
confeccionadas em material firma e resistente. O estadiômetro 
(antropômetro vertical) deve ser colocado em parede lisa e sem 
rodapé e a balança plataforma em superfície lisa e nivelada. 
Um bom antropometrista deve conferir os equipamentos que 
utiliza, rotineiramente, antes de cada pesagem ou medição. Além 
disso, o local de instalação dos equipamentos deve ser escolhido 
de modo a: 
1) oferece claridade suficiente para que se possa 
fazer uma boa leitura da escala de medidas; 
2) permitir a privacidade do individuo e de sua 
família 
3) proporcionar conforto térmico, evitando-se 
correte de ar que podem afetar 
especialmente, os bebês e as pessoas idosas; 
4) ter espaço suficiente para permitir o trabalho 
dos profissionais e a presença da mãe e/ou 
familiares. 
Esse conjunto de cuidados e procedimentos é fundamental para 
a confiabilidade da classificação e do diagnóstico nutricional em 
todas as faixas etárias avaliadas em uma unidade de saúde. 
INDICES ANTROPOMÉTRICOS 
Peso para idade: Expressa a relação entre a massa corporal e a idade 
cronológica da criança. É o índice utilizado para a avaliação do estado 
nutricional, contemplado na Caderneta de Saúde da Criança, 
principalmente para avaliação do baixo peso. Essa avaliação é muito 
adequada para o acompanhamento do ganho de peso e reflete a 
situação global da criança; porém, não diferencia o comprometimento 
nutricional atual ou agudo dos pregressos ou crônicos. Por isso, é 
importante complementar a avaliação com outro índice 
antropométrico. 
Peso para estatura: Este índice dispensa a informação da idade; 
expressa a harmonia entre as dimensões de massa corporal e 
estatura. É utilizado tanto para identificar o emagrecimento da 
criança, como o excesso de peso. 
Índice de Massa Corporal para idade: expressa a relação entre o peso 
da criança e o quadrado da estatura. É utilizado para identificar o 
excesso de peso entre crianças e tem a vantagem de ser um índice 
que será utilizado em outras fases do curso da vida. 
O SISVAN recomenda a classificação do Índice de Massa Corporal - IMC 
proposta pela Organização Mundial da Saúde, tanto para menores de 
5 anos (WHO, 2006), como para crianças a partir dos 5 anos (WHO 
,2007). As curvas de avaliação do crescimento para crianças dos 5 aos 
Semiologia pediátrica 
O MÉTODO ANTROPOMÉTRICO 
 
2 PEDIATRIA | HAB. CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
19 anos foram lançadas recentemente pela OMS. Trata-se de uma 
reanálise dos dados do NCHS de 1977 (Hamill et al. 1977), além de um 
alisamento das curvas no período de transição entre os menores de 5 
anos de idade, avaliados segundo o estudo-base dos dados lançados 
em 2006, e os indivíduos a partir dos 5 anos. 
Estatura para idade: Expressa o crescimento linear da criança. É o 
índice que melhor indica o efeito cumulativo de situações adversas 
sobre o crescimento da criança. É considerado o indicador mais 
sensível para aferir a qualidade de vida de uma população. Trata-se 
de um índice incluído recentemente na Caderneta de Saúde da 
Criança.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 PEDIATRIA | HAB. CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
1) BALANÇA 
É o instrumento utilizado para medir a massa corporal total. O 
equipamento deverá ter precisão necessária para informar o peso de 
um indivíduo da forma mais exata possível. 
A precisao da escala numérica das balanças varia de acordo com o 
tipo ou fabricante. É recomendável que as balanças pediátricas 
tenham precisão mínima de dez gramas e, as balanças tipo 
plataforma, de cem gramas. Isso porque pequenas alterações no peso 
são indicadores nutricionais importantes para as crianças de 2 anos. 
 
 
a) a balança pediátrica utilizada para criança menores de 2 
anos ou até com 16kg, pode ser mecânica ou eletrônica 
b) balança plataforma: pesa crianças maiores de 2 anos, 
adolescentes, adultos, idosos, gestantes e nutrizes; pode ser 
mecânica ou eletrônica 
c) balança de campo ou tipo pêndulo: esta balança é assim 
denominada porque é portátil e foi idealizada para utilização 
em atividades externas ao serviço da saúde 
d) balança de campo tipo eletrônica: esta balança é também 
portátil, apropriada para o trabalho de campo com pesquisas 
populacionais. 
ANTROPÔMETRO HORIZONTAL OU VERTICAL 
A medida da estatura pode ser obtida na posição deitada, em sentido 
horizontal, quando se trata do comprimento e, na posição em pé, no 
sentido vertical, para o que se denomina altura. 
O infantômetro é o equipamento utilizado para medir o comprimento 
de crianças menores de dois anos. Pode ser denominado de 
antropômetro infantil, horizontal; régua antropométrica, ou 
pediômetro. 
Para crianças maiores de 2 anos, adolescente, adultos, idosos e 
gestantes, a altura é aferida utilizando-se o antropômetro vertical ou 
estadiômetro. 
 
2) FITA MÉTRICA 
A fita métrica deve ser utilizada somente para medir a circunferência 
da cintura em adultos. Utilize, de preferência, uma fita métrica de 
material resistente, inelástica e flexível, com precisão 0,1 cm. 
 
em crianças menores de dois anos 
As crianças menores de 2 anos devem ser pesadas e medidas 
sempre completamente despidas e no presença do mãe ou do 
responsável, pois estes devem auxiliar no retirada do roupa do 
criança e no tornado do medida Lembre-se que uma fralda 
molhada pode representar até 20% do peso de uma criança. 
Se for utilizar a balança pediátrica 
A balança pediátrica ou “tipo bebê” e o equipamento apropriado para 
crianças menores de 2 anos que ainda não ficam de pé com 
EQUIPAMENTOS ANTROPOMÉTRICOS 
AFERIÇÃO DO PESO 
 
4 PEDIATRIA | HAB. CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
segurança. É preciso ainda ter muito cuidado para pesar crianças 
pequenas, a fim de se evitar acidentes. Certifique-se de que a balança 
está apoiada sobre uma superfície plano, lisa e firme. Forre o prato 
com uma proteção antes de calibrar a balança para evitar erros na 
pesagem. 
1º Passo: Destravar a balança. 
2º Passo: Verificarse a balança está calibrada (a agulha do braço e o 
fiel devem estar na mesma linha horizontal). Caso contrário, calibrá-
la, girando lentamente o calibrador. 
3º Passo: Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados. 
4º Passo: Após constatar que a balança está calibrada, ela deve ser 
travada. 
5º Passo: Despir a criança com o auxílio da mãe ou responsável. 
6º Passo: Colocar a criança sentada ou deitada no centro do prato, de 
modo a distribuir o peso igualmente. Destravar a balança, mantendo 
a criança parada o máximo possível nessa posição. Orientar a mãe ou 
responsável a manter-se próximo, sem tocar na criança, nem no 
equipamento. 
7º Passo: Mover o cursor maior sobre a escala numérica para marcar 
os quilos. 
8º Passo: Depois mover o cursor menor para marcar os gramas. 
9º Passo: Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados. 
10º Passo: Travar a balança, evitando, assim, que sua mola desgaste, 
assegurando o bom funcionamento do equipamento. 
11º Passo: Realizar a leitura de frente para o equipamento com os 
olhos no mesmo nível da escala para visualizar melhor os valores 
apontados pelos cursores. 
12º Passo: Anotar o peso no formulário da Vigilância Alimentar e 
Nutricional/ prontuário. 
13º Passo: Retirar a criança e retornar os cursores ao zero na escala 
numérica. 
14º Passo: Marcar o peso na Caderneta de Saúde da Criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 PEDIATRIA | HAB. CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
Se for utilizar balança pediátrica eletrônica (digital) 
1º Passo: A balança deve estar ligada antes de a criança ser colocada 
sobre o equipamento. Esperar que a balança chegue ao zero. 
2º Passo: Despir totalmente a criança com o auxílio da 
mãe/responsável. 
3º Passo: Colocar a criança despida no centro do prato da balança, 
sentada ou deitada, de modo que o peso fique distribuído. Manter a 
criança parada (o máximo possível) nessa posição. Orientar a 
mãe/responsável a manter-se próximo, sem tocar na criança, nem no 
equipamento. 
4º Passo: Aguardar que o valor do peso esteja fixado no visor e realizar 
a leitura. 
5º Passo: Anotar o peso no formulário da Vigilância Alimentar e 
Nutricional - SISVAN/prontuário. Retirar a criança. 
6º Passo: Marcar o peso na Caderneta de Saúde da Criança.
 
em crianças Maiores de dois anos, adolescentes e adultos 
As crianças maiores de 2 anos devem ser pesadas descalças e com roupas 
bem leves. Idealmente, devem usar apenas calcinha, short ou cueca, na 
presença da mãe ou do responsável. Os adultos e adolescentes devem ser 
pesados descalços e usando roupas leves. Devem ser orientados a retirarem 
objetos pesados tais como chaves, cintos, óculos, telefones celulares e 
quaisquer outros objetos que possam interferir no peso total. 
Se for utilizar balança mecânica de plataforma 
Inicialmente certifique-se de que a balança plataforma está afastada da 
parede. 
1º Passo: Destravar a balança. 
2º Passo: Verificar-se a balança está calibrada (a agulha do braço e o fiel 
devem estar na mesma linha horizontal). Caso contrário, calibrá-la, girando 
lentamente o calibrador, 
3º Passo: Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados. 
4º Passo: Após a calibração da balança, ela deve ser travada e só então a 
criança, adolescente e adulto deve subir na plataforma para ser pesado. 
5º Passo: Posicionar o indivíduo de costas para a balança, descalço, com o 
mínimo de roupa possível, no centro do equipamento, ereto, com os pés juntos 
e os braços estendidos ao longo do corpo. Mantê-lo parado nessa posição. 
6º Passo: Destravar a balança. 
7º Passo: Mover o cursor maior sobre a escala numérica, para marcar os 
quilos. 
8º Passo: Depois mover o cursor menor para marcar os gramas. 
9º Passo: Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados. 
10º Passo: Travar a balança, evitando, assim que sua mola desgaste, 
assegurando o bom funcionamento do equipamento. 
11º Passo: Realizar a leitura de frente para o equipamento, para visualizar 
melhor os valores apontados pelos cursores. 
12º Passo: Anotar o peso no formulário da Vigilância Alimentar e Nutricional 
– SISVAN e no prontuário. 
13º Passo: Retirar a criança, adolescente ou adulto. 
14º Passo: Retornar os cursores ao zero na escala numérica. 
15º Passo: Marcar o peso das crianças na Caderneta de Saúde da Criança. 
 
 
6 PEDIATRIA | HAB. CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
EM CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS 
O comprimento é a distância que vai da sola (planta) dos pés descalços, ao 
topo da cabeça, comprimindo os cabelos, com a criança deitada em superfície 
horizontal, firme e lisa. Deve-se retirar os sapatos da criança. Deve-se, 
também, retirar toucas, fivelas ou enfeites de cabelo que possam interferir 
na tomada da medida. 
1º Passo: Deitar a criança no centro do infantômetro, descalça e com a cabeça 
livre de adereços. 
2º Passo: Manter, com a ajuda da mãe/ responsável: 
- a cabeça apoiada firmemente contra a parte fixa do equipamento, com o 
pescoço reto e o queixo afastado do peito, no plano de Frankfurt (margem 
inferior da abertura do orbital e a margem superior do meatus auditivo 
externo deverão ficar em uma mesma linha horizontal).; 
- os ombros totalmente em contato com a superfície de apoio do infantômetro; 
- os braços estendidos ao longo do corpo. 
3º Passo: As nádegas e os calcanhares da criança em pleno contato com a 
superfície que apoia o infantômetro. 
4º Passo: Pressionar, cuidadosamente, os joelhos da criança para baixo, com 
uma das mãos, de modo que eles fiquem estendidos. Juntar os pés, fazendo 
um ângulo reto com as pernas. Levar a parte móvel do equipamento até as 
plantas dos pés, com cuidado para que não se mexam. 
 
5º Passo: Realizar a leitura do comprimento quando estiver seguro de que a 
criança não se moveu da posição indicada. 
6º Passo: Anotar o resultado no formulário da Vigilância Alimentar e 
Nutricional - SISVAN e no prontuário e retirar a criança. Marcar a medida da 
estatura na Caderneta de Saúde da Criança. 
 
EM CRIANÇAS MAIORES DE DOIS ANOS,ADOLESCENTE E ADULTOS 
A estatura é a medida do indivíduo na posição de pé, encostado numa parede 
ou antropômetro vertical. 
1º Passo: Posicionar a criança, adolescente ou adulto descalço e com a cabeça 
livre de adereços, no centro do equipamento. Mantê-lo de pé, ereto, com os 
braços estendidos ao longo do corpo, com a cabeça erguida, olhando para um 
ponto fixo na altura dos olhos. 
2º Passo: A cabeça do indivíduo deve ser posicionada no plano de Frankfurt 
(margem inferior da abertura do orbital e a margem superior do meatus 
auditivo externo deverão ficar em uma mesma linha horizontal). 
3º Passo: As pernas devem estar paralelas, mas não é necessário que as 
partes internas das mesmas estejam encostadas. Os pés devem formar um 
ângulo reto com as pernas. 
Idealmente, o indivíduo deve encostar os calcanhares, as panturilhas, os 
glúteos, as escápulas e parte posterior da cabeça (região do occipital) no 
estadiômetro ou parede. Quando não for possível encostar esses cinco pontos, 
devem-se posicionar no mínimo três deles. 
 
4º Passo: Abaixar a parte móvel do equipamento, fixando-a contra a cabeça, 
com pressão suficiente para comprimir o cabelo. Retirar o indivíduo, quando 
tiver certeza de que o mesmo não se moveu. 
5º Passo: Realizar a leitura da estatura, sem soltar a parte móvel do 
equipamento. 
6º Passo: Anotar o resultado no formulário da Vigilância Alimentar e 
Nutricional - SISVAN e no prontuário. Para crianças, marcar a altura na 
Caderneta de Saúde da Criança. 
 
Ao longo do tempo diversos escores clínicos foram confeccionados 
com o objetivo de se avaliar a idade gestacional, sendo os mais 
utilizados os métodos de Dubowitz, Capurro e New Ballard. 
O escore deDubowitz (1970) utiliza 11 critérios físicos externos e 10 
critérios neurológicos para estimar a idade gestacional ao 
nascimento. Pode ser realizado até o 5º dia de vida e tem boa acurácia. 
Entretanto, sua extensão limita seu emprego na prática clínica. Então, 
Capurro e colaboradores criaram outro método a partir da 
simplificação do método de Dubowitz, utilizando para isso apenas 
AFERIÇÃO DO COMPRIMENTO 
AFERIÇÃO DA ALTURA 
CAPURRO SOMÁTICO 
 
7 PEDIATRIA | HAB. CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
cinco (Capurro Somático) ou seis características clínicas (Capurro 
Somatoneurológico) que deveriam ser analisadas idealmente nas 4-6 
primeiras horas de vida em neonatos a partir de 29 semanas de vida. 
O método de Capurro é simples, fácil e difusamente empregado na 
prática clínica neonatal. Entretanto, devemos ressaltar que não é um 
escore tão fidedigno quanto aquele que o originou, mas, na maioria das 
vezes, presta-se bem à avaliação geral do bebê a termo. 
Cada uma das características tem várias opções e cada opção, uma 
pontuação que foi determinada através de diferentes estudos. Será, ao 
final, a soma desses pontos o que vai determinar a idade gestacional. 
As características utilizadas desse método são: 
1) Forma da orelha 
Trata-se de observar (sem tocar) a encurvação do pavilhão da orelha. 
O observador deve ficar de frente para a criança e observar em 
particular se o bordo superior do pavilhão auricular forma uma 
cobertura pelos lados. A seguir, avalie o grau de encurvamento 
observado em cada pavilhão virando a face da criança de um lado para 
outro. Se pela posição ao nascimento o recém-nascido permanece com 
uma orelha achatada, não avalie esta. Se nenhuma das duas orelhas 
encontra-se achatada, avalie as duas. Assinale a pontuação de 0, 8, 16 
ou 24 dependendo da encurvação. 
 
2) Tamanho da glândula mamária 
Antes de palpar a zona correspondente ao nódulo mamário, pince 
suavemente o tecido celular subcutâneo adjacente para que seja 
possível avaliar se o que se mede é ou não tecido mamário. Utilize uma 
fita métrica e, com a outra mão, palpe o tecido que se encontra debaixo 
e em volta do mamilo. Especifique se é possível palpar tecido mamário 
ou não, e se seu diâmetro é < 5mm, de 5mm a 10mm ou > que 10mm. 
 
3) Formação do mamilo 
Observe ambos os mamilos e com uma fita métrica meça se o diâmetro 
é apenas visível, < que 7,5mm, > 7,5mm com aréola pontilhada e sem 
elevação de bordo, > 7,5mm com aréola pontilhada e bordos elevados. 
 
4) Textura da pele 
Palpe e examine a pele e os antebraços, mãos, pernas e pés e veja se 
no dorso das mãos e pés existem zonas de descamação ou rachaduras. 
Dependendo da profundidade das rachaduras ou da presença de 
descamação, pontue em 0, 5, 10, ou 20. 
 
5) Pregas plantares 
Observe a planta de ambos os pés e logo hiperestenda ambas de 
maneira que se mantenha tensa a pele da planta. A diferença entre 
pregas e sulcos plantares é que os primeiros tendem a desaparecer 
quando se estende a pele, os sulcos continuam marcados claramente. 
 
8 PEDIATRIA | HAB. CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
Dependendo da quantidade de sulcos e pregas, pontua-se 0, 5, 10, 15 
ou 20. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CÁLCULO 
Somam-se os pontos das 5 características. Ao resultado 
acrescenta-se a constante 204 para Capurro Somático. O 
resultado divide-se por 7, que é o número de dias 
transformados em semanas. 
 
9 PEDIATRIA | HAB. CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
Para o cálculo mais rápido, sem ter que se fazer operações 
matemáticas, utiliza-se o gráfico seguinte. A soma dos 5 parâmetros 
busca-se na coluna horizontal e, a seguir, siga a linha até encontrar a 
coluna vertical das semanas de gestação. 
 
 
O boletim APGAR é um escore de avaliação da vitalidade neonatal 
precoce e foi criado pela anestesista Virgínia APGAR, em 1952, e que 
atribui uma pontuação de 0 a 2 a cada um dos seguintes parâmetros: 
respiração, frequência cardíaca, tono, resposta reflexa e cor. Sua 
simplicidade e confiabilidade asseguraram sua ampla difusão na 
prática clínica neonatal, garantindo uma utilização irrestrita até os 
dias de hoje. 
Um dos objetivos do boletim APGAR é identificar o RN deprimido, que 
possivelmente necessitou de manobras de reanimação. Entretanto, ele 
NÃO pode ser o fator que determinará o início das manobras de 
reanimação, até porque sua primeira aferição acontece apenas no 
primeiro minuto de vida. 
Perceba que a decisão de começar a reanimação é tomada mediante 
a avaliação da respiração e da frequência cardíaca ANTES deste 
primeiro minuto de vida. O APGAR é uma medida de vitalidade, que 
deve e pode ser calculada depois que as medidas de cuidado inicial 
forem tomadas. Não se recomenda perder tempo calculando o APGAR 
somente para então decidir se há ou não necessidade de reanimar o 
bebê. 
O tempo é precioso e uma assistência adequada e rápida na sala de 
parto faz toda diferença para manutenção da vida e preservação 
neurológica do RN. Teoricamente, um escore baixo indica a presença 
de asfixia neonatal; e um escore alto (normal), sua ausência. Contudo, 
estudos recentes demonstraram que o valor do escore não traz a 
“verdade absoluta”, havendo uma proporção considerável de falso-
positivos (APGAR baixo com ausência de asfixia neonatal) e falso-
negativos (APGAR alto com asfixia neonatal). 
A confecção do boletim de APGAR é derivada da avaliação de cinco 
parâmetros clínicos – respiração, frequência cardíaca, cor, resposta a 
estímulos e tono – sendo que cada um recebe uma pontuação variando 
entre 0, 1 e 2. Sendo assim, a pontuação mínima é 0 e a máxima é 10. 
Rotineiramente, calculamos o APGAR no 1º e 5º minutos. Sempre que a 
pontuação for menor ou igual a 6, o escore continua a ser calculado 
com intervalos de cinco minutos (ex.: 10º, 15º, 20º minutos) até que se 
obtenha uma nota maior ou igual a 7. 
O APGAR no passado foi desenvolvido para avaliar aqueles neonatos 
que necessitariam de reanimação e para avaliar a sobrevida. Por 
exemplo, um APGAR baixo no primeiro minuto indica que aquele 
neonato necessitou e ainda necessita de cuidados de reanimação 
imediata. 
Mais uma vez ressaltamos que NÃO é necessário aguardar o primeiro 
minuto para calcular o APGAR e somente então iniciar as manobras de 
ressuscitação. Estas devem ser começadas o mais precocemente 
possível, e o cálculo do escore é, na prática, feito retrospectivamente 
a estabilização do RN. 
Contudo, o APGAR não tem o “poder” de determinar ou predizer o 
prognóstico neurológico em longo prazo. Por exemplo, muitas crianças 
com paralisia cerebral apresentaram escore APGAR normal ao 
nascimento, e nem todas com APGAR baixo evoluirão com sequela 
neurológica. Além disso, verificou-se que um APGAR de 0-3 no 5º 
minuto ou pH no sangue do cordão umbilical < 7.0 estavam associados 
à morte neonatal precoce. 
A nota do primeiro minuto se correlaciona com o pH do cordão 
umbilical e é um índice de depressão intraparto, não estando 
relacionado com resultados a longo prazo. Por exemplo, um APGAR 
menor ou igual a 4 no primeiro minuto está associado à acidose e 
PaCO2 alta. Por outro lado, a permanência de pontuação baixa além 
do 1º minuto está vinculada a consequências deletérias em longo 
prazo. Um APGAR baixo no 20º minuto é altamente compatível com um 
ESCALA DE APGAR 
 
10 PEDIATRIA | HAB. CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
mau prognóstico neonatal (mortalidade e disfunção neurológica 
permanente). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Definimos que RN PIG são aqueles com o peso de nascimento abaixo do 
percentil 10 da curva em relação à idade gestacional. Como 
mencionado anteriormente, nem todo RN PIG sofreu CIUR (Crescimento 
intrauterino restrito). Alguns PIG podem ser constitucionalmentepequenos, e alguns AIG podem não ter atingido seu total potencial de 
crescimento intraútero e ter sofrido uma restrição ao crescimento. 
Incidência: cerca de 5% no Nordeste 
ETIOLOGIA 
FATORES MATERNOS 
Causas genéticas, condições demográficas (ex.: extremos da idade 
reprodutiva) raça, desnutrição materna, doença crônica (ex.: 
cardiopatia, pneumopatia, nefropatia, hipertensão, tabagismo, uso de 
cocaína, doenças do colágeno, diabetes, pós-maturidade), 
multiparidade, exposição ao álcool e radiação. 
FATORES PLACENTÁRIOS 
Malformações, corioangioma (proliferação anómala de vasos 
provenientes do tecido coriónico), infartos, placenta prévia, 
descolamento prematuro de placenta. 
 
Constitucional (RN “geneticamente” pequeno), cromossomopatias, 
malformações de SNC e sistema esquelético, infecções congênitas (ex.: 
rubéola e CMV). 
De qualquer forma, os RN PIG que sofreram processo patológico 
intraútero (CIUR) estão sujeitos a algumas alterações típicas: 
 Asfixia 
 Aspiração de mecônio – pode ocorrer durante o parto ou 
antes do parto 
 Hemorragia pulmonar 
CAPURRO NEUROLÓGICO PIG E BAIXO PESO AO NASCER 
 
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 Hipertensão pulmonar persistente. 
 Hipotermia. 
 Hipoglicemia: há diminuição da gliconeogênese, menor 
reserva de glicogênio hepático, além de uma resposta 
inadequada das catecolaminas à hipoglicemia. 
 Policitemia: consequente à elevação da eritropoietina fetal 
pela hipóxia crônica intraútero, levando ao aumento do 
hematócrito e da viscosidade sanguínea, que acabam 
perpetuando a hipoglicemia. 
 Hipocalcemia. 
O baixo peso ao nascer (BPN) é considerado um dos grandes problemas 
de saúde pública, especialmente no Brasil, devido ao impacto sobre a 
morbidade e mortalidade infantil. A prematuridade e a restrição do 
crescimento intra-uterino (RCIU) têm sido apontadas como as maiores 
responsáveis por essa condição. A inter-relação dessas variáveis 
forma um quadro significativo de riscos às doenças, além de poder 
levar a morte no primeiro ano de vida. 
A definição de BPN pela Organização Mundial da Saúde é o peso ao 
nascimento a termo (> 37 semanas de gestação) abaixo de 2,5Kg. 
Mesmo com o peso e o comprimento adequados para a idade 
gestacional, muitas crianças prematuras entram na definição de BPN. 
É considerado recém-nascido de baixo peso, todo aquele que nasce 
com peso inferior a 2.500g. Neste critério estão incluídos tanto os 
prematuros quanto os RN de termo com retardo do crescimento 
intrauterino. Estes neonatos apresentam alguns problemas comuns e 
outros que os diferenciam entre si. 
Varia de acordo com o país ou região em função das condições sócio-
econômicas. No Brasil a média é de 10,2% variando de acordo com a 
região de 8,6% a 12,2%. 
RECÉM-NASCIDO PREMATURO 
a) regulação da temperatura 
 hipotermia 
 hipertermia 
b) apnéia 
c) problemas hematológicos 
 anemia 
 sangramento 
d) problemas neurológicos 
 hemorragia intracraniana 
e) problemas respiratórios 
 Membrana hialina; 
 Insuficiência respiratória transitória; 
 Displasia broncopulmonar; 
f) problemas cardiovasculares 
 hipotensão 
 hipovolemia 
g) problemas metabólicos 
 hipoglicemia 
 hipocalcemia 
 hiperbilirrubinemia 
 acidose metabólica 
h) dificuldade de sucção e/ou deglutição (menor de 34 
semanas) 
i) maior risco de infecção (imaturidade do sistema 
imunológico) 
RECÉM-NASCIDO COM CIUR 
a) Dependentes da Etiologia 
 Infecção intra-uterina; 
 Anormalidades cromossômicas 
 Outras malformações. 
b) Independentes da Etiologia 
 Sofrimento fetal 
 Síndrome de aspiração de mecônio; 
 Síndrome hipóxico-isquêmica. 
 Hipotermia 
 Distúrbios metabólicos 
 Hipoglicemia; 
 Hipomagnesemia. 
 Policitemia 
Uma das alterações cruciais em bebês de baixo peso ocorre no 
desenvolvimento motor. A literatura tem referido atrasos e problemas 
motores específicos, embora eles se originem de uma variedade de 
avaliações motoras diferentes. Na maioria dos estudos, é possível 
notar diferenças no desenvolvimento entre recém-nascidos de muito 
baixo peso e os de peso adequado. 
 
Em 1961 a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu que prematuro 
é todo RN que nasce com menos de 37 semanas completas (< 259 dias 
ou 36 semanas e 6 dias) a partir do primeiro dia da última 
menstruação, considerando-se como limite inferior o tempo de 22 
semanas. RN prematuro não é sinônimo de RN de baixo peso (< 2.500 
g). Embora haja um percentual considerável de prematuros com peso 
de nascimento menor que 2.500 g, muitos bebês de baixo peso 
possuem idade gestacional a termo, sendo então classificados como 
PIG ou CIUR. 
Os RN prematuros AIG têm o peso ao nascer adequado à idade 
gestacional. Contudo, muitos prematuros também são PIG (Pequenos 
para a Idade Gestacional), agravando ainda mais seu prognóstico 
futuro. 
1. Alimentação e aporte hídrico 
Os prematuros perdem cerca de 15% do peso de nascimento na 
primeira semana de vida e recuperam seu peso por volta de 14ª-21ª 
dia de vida. A partir daí suas taxas de crescimento aproximado são: 
10-20 g/kg/dia de peso, 1 cm/semana de comprimento e 0,5-1 
COMPLICAÇÕES DOS PREMATUROS 
 
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cm/semana de perímetro cefálico. Portanto, percebemos que os 
prematuros apresentam reservas nutricionais insuficientes, um 
sistema digestivo imaturo e uma alta demanda metabólica de 
crescimento (120-130 Kcal/kg/dia). Estes fatores reunidos justificam o 
desafio de estabelecer uma nutrição adequada para este grupo de 
crianças. 
2. Controle respiratório 
Quanto menor a idade gestacional, maior será a perda insensível de 
água pela pele e maior deverá ser o volume hídrico oferecido 
inicialmente. Com o amadurecimento progressivo da pele, durante os 
primeiros dias de vida, as perdas insensíveis diminuem. Os RN 
prematuros extremos geralmente permanecem em incubadoras 
umidificadas, o que acaba diminuindo a perda insensível, permitindo a 
oferta de líquidos de forma mais restrita. As taxas hídricas (em 
ml/kg/dia) são sugeridas por faixas. 
 
3. Controle infeccioso 
Prematuros com menos 1.000 g têm risco muito aumentado para sepse 
com estreptococos do grupo B e Gram-negativos entéricos. Para estes 
bebês, recomenda-se o uso de antibióticos profiláticos, geralmente 
4. Controle Cardiovascular 
Pressão Arterial. Geralmente uma pressão arterial média de 26 a 28 
mmHg para prematuros de 24-26 semanas de idade gestacional é o 
suficiente para garantir uma boa perfusão orgânica. O tratamento 
inicial da hipotensão é feito com a infusão de salina fisiológica 10-20 
ml/kg/dia, seguido da administração de aminas (ex.: dopamina, 
norepinefrina) e hidrocortisona (1 mg/kg EV 12/12h) para os casos 
refratários. 
Persistência do canal arterial. O ducto arterial costuma ter seu fluxo 
reduzido nas primeiras 10h de nascimento, fechando-se 
completamente entre o 3º e o 10º dia de vida. O fechamento é 
decorrente da queda abrupta nos níveis de PGE2 e aumento da PO2. 
Nos prematuros, especialmente aqueles com menos de 30 semanas ou 
com disfunção respiratória, o ducto tende a permanecer aberto por 
mais de quatro dias e, se for calibroso, gera um shunt esquerda-
direita, provocando hiperfluxo pulmonar e ICC (cardiomegalia, edema 
pulmonar, disfunção respiratória, hipoperfusão orgânica). O PCA em 
prematuro aumenta o risco de hemorragia pulmonar, displasia 
broncopulmonar, hemorragia intraventricular e enterocolite 
necrosante. O diagnóstico é confirmado pelo ecocardiograma. Controle 
infeccioso 
4. Controle da Hiperbilirrubinemia 
A fototerapia profilática é iniciada para todos os bebês com menos de 
1.000 g nas primeiras 24 horas de vida, independente dos níveis de 
bilirrubina. 
 
 
 
RN GIG é todo RN que nasce com peso e comprimento acima do 
percentil 90 ou com mais de dois desvios padrões para idade 
gestacional. Como o peso máximo correspondenteao P90 para 42 
semanas é próximo de 3.800 g, como regra prática, podemos inferir 
que todo bebê com mais de 4.000 g será invariavelmente um GIG. Mas 
cuidado, isso é apenas uma dica. Formalmente, termo GIG é 
determinado pelo peso/ comprimento em relação à idade gestacional, 
e não apenas pela medida do peso isolada. 
 
 
GIG E MACROSSÔMICO 
 
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ETIOLOGIA 
1. Constitucionalmente grandes. 
Filhos de mães com diabetes mellitus (classes A, B e C). Mecanismo: 
passagem de glicose em excesso pela placenta provoca hiperglicemia 
fetal que, por sua vez, determina maior produção de insulina pelo 
pâncreas fetal (hiperinsulinemia fetal). A insulina tem efeito trófico, 
acelerando o crescimento do feto. É a causa mais importante e mais 
frequente! 
2. Pós-termo. 
• Obesidade materna. 
• Síndromes genéticas (ex.: Síndrome de Beckwith-Wiedeman). 
CONSEQUÊNCIAS 
Parto de feto macrossômico: distocias, parto prolongado, necessidade 
de cesárea, tocotraumatismos (ex.: fratura de clavícula, lesão de plexo 
nervoso). 
RN de mãe diabética: polidrâmnio, hipoglicemia neonatal (pela 
hiperinsulinemia fetal), hipocalcemia neonatal, icterícia neonatal, 
policitemia, morte intrauterina, malformações cardíacas e 
neurológicas. É importante iniciar dieta o mais precocemente para 
estes bebês e monitorizar os níveis glicêmicos periodicamente nas 
primeiras horas de vida. 
 
O NBS é um método de avaliação da idade gestacional (IG) de recém-
nascido (RN) através da análise de 6 parâmetros neurológicos 
(postura, ângulo de flexão do punho, retração do braço, ângulo 
poplíteo, sinal do xale, calcanhar-orelha) e 6 parâmetros físicos (pele, 
lanugo, superfície plantar, glândula mamária, olhos/orelhas, genital 
masculino, genital feminino), a cada um dos quais se atribui uma 
pontuação que na somatória determinará a estimativa da idade 
gestacional. Este é um método modificado da versão original sendo 
agregados alguns itens, permitindo assim a avaliação de RN com IG a 
partir de 20 semanas. A correlação entre o NBS e a IG calculada pela 
amenorréia é de 0,97; para o RN < 26 semanas, esta correlação foi 
mantida quando o método foi aplicado nas primeiras 12 horas de vida. 
O New Ballard é bastante preciso quando aplicado até 12-20 horas 
após o nascimento, pode ser aplicado em prematuro extremo, requer 
pouca manipulação e sofre pouca influência por depressão 
neurológica. Atualmente, é o escore de avaliação de idade gestacional 
mais utilizado em prematuros e neonatos a termo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEW BALARD 
 
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EXAME NEUROLÓGICO 
POSTURA 
Com o RN em repouso, observar a atitude dos 4 membros. 
O. Deflexão total dos 4 membros. 
1. Flexão ligeira dos quadris e joelhos. 
2. Flexão moderada ou acentuada dos membros inferiores e discreta 
flexão do antebraço. 
3. Membros inferiores em flexão, quadris abduzidos, com membros 
superiores com alguma flexão (posição de batráquio). 
4. Os quatro membros apresentam flexão igual e forte. 
ÂNGULO DE FLEXÃO DO PUNHO 
Flexionar a mão sobre o punho, exercendo pressão suficiente para 
obter o máximo de flexão possível. Medir o ângulo entre a iminência 
hipotenar e a face anterior do antebraço. 
RETRAÇÃO DO BRAÇO 
Flexionar ao máximo o antebraço durante 5 segundos, em seguida 
estender ao máximo através de 185 tração das mãos, soltando em 
seguida observando o ângulo entre o braço e antebraço. 
ÂNGULO POPLÍTEO 
Com o RN em decúbito dorsal e a pelve apoiada na superfície da mesa 
de exame, a perna é flexionada por completo sobre a coxa com uma 
das mãos, e com a outra mão a perna é estendida, observando-se o 
ângulo obtido. 
SINAL DO XALE 
Com o RN em decúbito dorsal, segurar umas das mãos e levá-la o 
máximo possível em direção ao ombro do lado contralateral. Permite-
se levantar o cotovelo sobre o corpo. A contagem de pontos se faz 
segundo a localização do cotovelo. 
-1: cotovelo ultrapassa a linha axilar do lado oposto. 
O: cotovelo atinge a linha a linha axilar anterior contralateral. 
1: permanece entre a linha axilar contralateral e a linha média. 
2: cotovelo na linha média do tórax. 3: cotovelo não chega à linha 
média do tórax. 
MANOBRA DE CALCANHAR-ORELHA 
Levar um dos pés ao máximo possível em direção à cabeça, mantendo 
a pelve sobre a mesa. Atribua os pontos conforme a figura. 
 
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exame clínico 
No item superfície plantar medir o comprimento dos pés, da 
extremidade do primeiro artelho até a extremidade do calcanhar. 
Atribuir pontuação menos 1 quando a medida obtida estiver entre 40 e 
50 mm e pontuação menos 2 quando a medida encontrada for inferior 
a 40 mm. 
No item olhos-orelhas avaliar o grau de dificuldade encontrado para a 
abertura forçada das pálpebras. Frouxamente aderidas no caso de 
uma ou ambas poderem ser separadas com leve tração. Fortemente 
aderidas quando ambas as pálpebras não são separadas por leve 
tração. 
macrossômicos 
O termo macrossomia é usado para descrever recém-nascidos (RN) 
com peso ao nascimento superior a determinado limite, não 
consensual na literatura.1 Estudos prévios têm usado como definição 
de macrossomia neonatal peso ao nascimento superior a 4000, 4500 
ou 5000 g, independentemente da idade gestacional.2,3 O relatório do 
Consenso sobre Diabetes e Gravidez de 2011, publicado pela Direção-
Geral da Saúde (DGS), define macrossomia neonatal como peso ao 
nascimento igual ou superior a 4000 g.4 A prevalência de RN com peso 
superior a 4000 g varia em diferentes populações entre 5 e 20%. A 
maior proporção foi encontrada nos países nórdicos.1 Com o aumento 
da prevalência de diabetes mellitus e obesidade das mulheres em 
idade reprodutiva, é expectável um aumento paralelo dos RN 
macrossómicos. 
A macrossomia aumenta o risco de complicações para a mãe e para o 
RN. Desproporção feto-pélvica, maior necessidade de parto por 
cesariana, traumatismo perineal, aumento do tempo de internamento 
após o parto e necessidade de transfusão sanguínea são as 
complicações maternas mais frequentes.5,7,9 A distócia de ombros é 
uma complicação neonatal bem estabelecida, podendo ocorrer, 
associadas ou não a esta, fratura da clavícula ou lesão do plexo 
braquial.16,17 Recém-nascidos macrossómicos apresentam maior 
risco de baixo índice de Apgar ao 5º minuto, síndrome de aspiração 
meconial, hipoglicemia ou doença das membranas hialinas 
 
Dados de grandes registros mostram que o risco de morte perinatal, 
especialmente de natimortalidade pré-parto, aumenta com o avançar 
da idade gestacional. Se o risco é calculado com base no número de 
casos de gravidez em curso, a idade gestacional de alto risco fetal 
específico atinge um ponto mais baixo em 37-38 semanas e depois 
começa a aumentar lentamente; depois de 41 semanas, os riscos 
aumentam substancialmente; no entanto, o risco absoluto ainda é 
baixo:1 a 2 mortes por 1.000 gravidezes em curso, entre 41 e 43 
semanas. 
Vários riscos fetais podem ser enumerados, porém os mais relevantes 
são: crescimento fetal e placentário inadequado após 41 semanas, 
alterações degenerativas placentárias crescentes, incidência 
progressiva de líquido meconial, volume reduzido de líquido amniótico, 
oxigenação e nutrição fetal deficientes, unidade fetoplacentária 
gradualmente lesada, índices aumentados de sofrimento fetal, asfixia 
intrauterina, aspiração de mecônio (a mais temida complicação), 
fratura óssea, paralisia nervosa periférica, pneumonia, septicemia e 
mortes perinatais. 
 
O abortamento é definido como a interrupção da gravidez antes de 
atingida a viabilidade fetal. A Organização Mundial da Saúde 
estabelece como limite para caracterizá-lo a perda deconceptos de 
até 22 semanas ou 500 gramas. Os termos “abortamento” e “aborto” 
algumas vezes são empregados como sinônimos, porém 
“abortamento” refere-se ao processo e “aborto”, ao produto eliminado. 
O abortamento é a mais comum intercorrência obstétrica. Até 20% das 
gestações evoluem para aborto antes de 20 semanas, sendo que, 
destas, 80% são interrompidas até a 12ª semana. A perda de gestações 
subclínicas ou não diagnosticadas é ainda maior, podendo chegar a 
30%. A frequência diminui com o avançar da idade gestacional, sendo 
que o risco geral de abortar depois da 15ª semana é baixo (0,6%). O 
abortamento é dividido em precoce e tardio, respectivamente, se 
ocorre antes ou após a 12ª semana de gestação. 
FATOR DE RISCO 
• Idade: o risco de aborto aumenta com o avançar da idade 
materna, chegando a 40% aos 40 anos e 80% aos 45 anos; 
• Antecedente de aborto espontâneo: aumenta após duas ou mais 
perdas; 
• Tabagismo: o consumo de mais de 10 cigarros por dia aumenta 
em cerca de 1,5 a 3 vezes a chance de abortar. O tabagismo 
paterno também pode ser prejudicial. Dessa forma, os casais 
devem ser encorajados a abandonar o hábito; 
• Consumo de álcool e drogas; 
• Uso de anti-inflamatórios não hormonais: pode aumentar o risco 
de abortar se usados próximos à concepção. O uso de 
acetaminofeno, no entanto, constitui opção segura; 
• Cafeína: alguns estudos mostram associação entre alto consumo 
de cafeína (mais que quatro xícaras de café expresso por dia) e 
abortamento, mas os dados ainda são um pouco controversos; 
• Extremos de peso: IMC < 18,5 ou > 25. 
 
 
PÓS-TERMO 
ABORTO 
 
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ETIOLOGIA 
Anormalidades cromossômicas: são as causas mais comuns, 
responsáveis por até 50% das perdas gestacionais precoces. Decorrem 
de gametas anormais, fertilização anômala ou irregularidades na 
divisão embrionária. A maioria acontece por acaso, não sendo 
decorrentes de “defeitos herdados” da mãe ou do pai. A alteração 
cromossômica mais frequente no aborto é a Trissomia do cromossomo 
16. Só podem ser confirmadas quando o material de aborto é enviado 
para análise citogenética. 
Alterações uterinas: podem ser congênitas ou adquiridas. Dentre as 
congênitas, temos as malformações uterinas – útero bicorno, septado, 
didelfo e unicorno. São alterações na forma do útero que podem piorar 
o sítio de implantação e a vascularização, aumentando o risco de 
perda gestacional. A mais comum delas é o útero septado, também o 
único passível de correção cirúrgica. Nos demais casos, devem ser 
oferecidos apenas orientação e segmento. Dentre as alterações 
adquiridas, temos os leiomiomas e as sinéquias (aderências). Sugere-
se que sejam corrigidas cirurgicamente quando são de grande 
dimensão e deformam a cavidade uterina. 
Fatores endócrinos: alterações na produção de progesterona e dos 
hormônios tireoidianos podem, a rigor, prejudicar o desenvolvimento 
de um embrião normal, mas sua relação exata com o abortamento 
ainda permanece controversa. O diabetes insulino-dependente mal 
controlado também aumenta o risco de perda. 
Fatores imunológicos: são causas de abortamento de repetição, não 
devendo ser pesquisados na perda precoce eventual. 
Infecções: os principais processos infecciosos que podem levar ao 
abortamento são rubéola, toxoplasmose, parvovirose, 
citomegalovírus, HIV, sífilis e listeriose. Sem causa aparente: na 
maioria das vezes não se determina a etiologia da perda gestacional.

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