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Aula - 1 - Intropdução a SST

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INTRODUÇÃO EM 
TECNOLOGIA 
E SEGURANÇA 
DO TRABALHO 
» UNIDADE 1 - TÓPICO 1 – HISTÓRICO – ANTECENTES HISTÓRICOS DA 
SEGURANÇA DO TRABALHO NO MUNDO 
A informação mais antiga sobre segurança e higiene do trabalho é o
papiro Anastacius V. É um registro egípcio que fala sobre a preservação da
saúde e da vida do trabalhador e mostra as condições de trabalho de um
pedreiro.
Em 2360 a.C., o papiro Sallier II trazia referências aos riscos doambiente
de trabalho. Nele consta a Sátira dos Ofícios, também chamada instruções de
Dua-Kheti, que foi escrita para seu filho Pepi. Pensa-se que o autor possa ter
sido guiado pelas instruções de Amanemhat. Descreve uma série de
profissões com uma luz exageradamente negativa, ressaltando as vantagens
de escriba.
Outra referência à Segurança do Trabalho provém do “Código de
Hamurabi”, que é um dos mais antigos conjuntos de leis, utilizado na
Mesopotâmia antiga. Acredita-se que foi escrito pelo rei Hamurabi, em torno
de 1700 a.C.
Neste código, havia punição a quem não desempenhasse a função
de construtor de casas dignamente, ou seja, cometesse falhas e a
construção viesse a ruir. Já era uma preocupação com as condições
tanto de trabalho como da qualidade deste trabalho.
A Bíblia Sagrada, no Livro II de Samuel (23:10), nos conta que
durante o reinado de Davi (1010 a 970 a.C.) “Eleazar se manteve firme e
combateu os filisteus até que sua mão, cansada, ficou colada à espada”.
Na antiga Grécia, a prioridade era a higiene dos aristocratas,
deixando-se de lado a saúde dos que trabalhavam para viver. As
doenças ocupacionais aconteciam, porém não havia registro no tocante
à saúde o trabalhador
Hipócrates (460-377 a.C.) foi considerado o primeiro médico a rejeitar
superstições e crendices de que as forças sobrenaturais ou divinas causassem
as doenças, e sim os fatores ambientais, a raça das pessoas e os hábitos de
vida.
Por causa destes estudos foi considerado o “Pai da Medicina”. Sua escola
defendia que as doenças eram o resultado do desequilíbrio de quatro humores
(sangue, bile negra, bile amarela e a fleuma) através de sua forma de entender
o funcionamento do organismo humano, incluindo a personalidade.
Segundo ele, a quantidade destes fluidos corporais era a principal
responsável pelo estado de equilíbrio ou de doença.
Em seus estudos, afirmou que um trabalhador desenvolveu paralisia
após realizar constantes e prolongados movimentos serpentiformes
e giratórios das mãos, caracterizando uma lesão proveniente de seu ofício.
Também, fez menção à existência de moléstias entre mineiros e
metalúrgicos, advindas do manuseio de compostos de enxofre e zinco.
Plínio, o Velho, descreveu diversas moléstias entre mineiros e
envenenamento.
Galeno, em seus estudos, fez várias referências às moléstias profissionais
entre trabalhadores das ilhas do Mediterrâneo. Descreveu, entre outras, a
neurite cervicobraquial, estabelecendo sua relação com a patologia vertebral.
Em Roma, Aulus Cornelius Celsus (25 a.C. – 50 d.C.) nos explica que a
inflamação possui quatro sinais: dor, calor, rubor e tumefação.
Na Idade Média, podemos destacar os trabalhos de Aviccena, no
tratamento da dor articular, e o de Armand de Villeneuve, em estudos
ergonômicos.
Aviccena (980-1037) - Era médico e filósofo e vivia na Pérsia. É conhecido
como o “príncipe da Medicina”. Em sua obra “Cânon da Medicina”, explica as
causas da saúde e da doença. Pensava que o corpo humano não poderia
recuperar a saúde a menos que se determinassem as causas, tanto da saúde
como da doença. relacionou a cólica dos trabalhadores com as pinturas à base
de chumbo que eles executavam.
Armand de Villeneuve (1253-1313), foi um médico francês, que
dentre outros aspectos, estudou riscos ergonômicos decorrentes da adoção de
posturas inadequadas.
Agrícola e Paracelso investigaram doenças ocupacionais nos séculos XV e
XVI. Agrícola (1494-1555) publicou o livro “De Re Metallica” em que eram
estudados os diversos problemas relacionados à extração de minerais.
No último capítulo, o autor discute os acidentes de trabalho,
principalmente a “asma dos mineiros”, provocada por poeiras. A descrição dos
sintomas e a rápida evolução da doença nos remetem à silicose.
Paracelso (1493-1541) foi um famoso médico, alquimista, físico e
astrólogo suíço. É sua a primeira monografia sobre as relações entre trabalho e
doença. São numerosas as citações relacionando métodos de trabalho e
substâncias manuseadas com doenças. Destaca-se a intoxicação com mercúrio,
cujos principais sintomas foram por ele relacionados.
Foi na Idade Moderna que viveu o mais expressivo médico no campo da
saúde ocupacional, Bernardo Ramazzini (1633-1714), o qual recebeu o apelido
de “Pai da Medicina do Trabalho” ou “Pai da Saúde Ocupacional”.
Seu livro “De Morbis Artificum Diatriba”, um verdadeiro monumento da
saúde ocupacional, descreve cerca de 100 profissões diversas e os riscos
específicos de cada uma delas. Cada vez que atendia uma consulta, perguntava
ao doente: qual a sua ocupação?
Uma nova fase estava surgindo quando na Inglaterra, entre 1760 e 1830,
iniciou-se a Revolução Industrial, um marco na industrialização moderna, com o
surgimento da máquina de tear. Antes disso, o artesão era o dono das máquinas
de fiação e tecelagem em que operava. Com a modernização seu custo evoluiu,
não permitindo mais a este artesão possuí-las. Assim surgiram os industriais
que, prevendo os altos níveis de produção, resolveram adquirir estas máquinas e
empregar os artesões para fazê-las funcionar. Foi assim que iniciaram as
primeiras fábricas de tecido e, com elas, o Capital e o Trabalho.
Com a entrada da máquina a
vapor o quadro industrial mudou
totalmente.
Houve o deslocamento
destas indústrias para as grandes
cidades, pois já não dependiam
de cursos de água, e a mão de
obra era abundante.
Porém, as condições de
trabalho eram as piores possíveis:
calor, ventilação ruim e umidade
somente pioravam as coisas. Estas
novas fábricas nada mais eram
que galpões improvisados.
Estas máquinas primitivas apresentavam todo tipo de riscos para seus
trabalhadores, e suas consequências eram tão críticas, que começaram as reclamações,
inclusive de órgãos governamentais.
Mulheres e crianças também eram contratadas para trabalhar nestas fábricas
improvisadas, e não havia qualquer preocupação com seu estado de saúde ou
desenvolvimento físico.
O parque industrial inglês sofreu uma série de transformações, as quais, se por
um lado trouxeram um aumento salarial aos trabalhadores, por outro trouxeram sérios
problemas ocupacionais. O trabalho em máquinas sem proteção, executado geralmente
em ambientes fechados, com ventilação precária, ruído altíssimo e sem limites de horas
de trabalho trazia aos trabalhadores altíssimos índices de acidentes e moléstias
profissionais.
A revolução industrial massacrou inocentes na Inglaterra, França e
Alemanha, e os que sobreviveram a isto foram levados a trabalhar nas mais
precárias condições das fábricas e minas, onde havia muito calor, gases, poeiras,
ruídos e outras condições adversas. Podia-se notar isto através dos elevados índices de
mortalidade entre estes trabalhadores, e principalmente entre as mulheres e crianças.
Pouco a pouco tivemos uma modificação na legislação, a qual chegou à
Teoria do Risco Social: o acidente de trabalho é um risco inerente à atividade
profissional exercida em benefício de toda a comunidade, portanto é esta
comunidade quem deverá arcar com o ônus da produção, ou seja, com os
encargos provenientes dos acidentes e lesões.
Em 1775, Percival Lott identifica que a fuligem e a falta de higiene dos
limpadores de chaminé, na Inglaterra, são as causas do câncer escrotal (câncer
ocupacional).
Percival também compara o trabalho dos limpadores ingleses com
os alemães. Estes possuíam a roupa mais ajustada ao corpo, não permitindo a
entrada da fuligem. Esta roupa era então uma espécie primitiva de EPI. Surgiu
de seus estudos a chamada “Lei dos Limpadores de Chaminé”, de 1778.
Entre os anos de 1800 e 1830, várias leis foram criadasna Inglaterra,
porém não obtiveram o efeito esperado devido à pressão dos empregadores.
Veremos a seguir algumas delas.
Peel, em 1802 criou a primeira lei de proteção aos trabalhadores, a Lei da
Saúde e Moral dos Aprendizes. Esta lei foi criada através de uma CPI. Estabelecia
doze horas de trabalho diárias, proibia o trabalho noturno, obrigava a lavação
das paredes das fábricas, no mínimo duas vezes ao ano e tornava obrigatória a
ventilação industrial nas fábricas.
Charles Thackrah, em 1830, publica o primeiro livro sobre doenças
ocupacionais na Inglaterra, inspirando a criação da legislação ocupacional
inglesa.
Também em 1830, Robert Dernham, proprietário de uma fábrica têxtil,
preocupado com o fato de que seus operários não dispunham de nenhum
cuidado médico a não ser aquele propiciado por instituições filantrópicas,
procurou o Dr. Robert Baker, seu médico, pedindo que indicasse qual a maneira
pela qual ele, como empresário, poderia resolver tal situação.
A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua
fábrica, surgindo assim, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
Como a Lei da Saúde e da Moral dos Aprendizes não era obedecida
por falta de um organismo fiscalizador, foi promulgada, no ano de 1833, a
“Lei das Fábricas”, sendo a primeira legislação realmente eficaz na proteção
aos trabalhadores.
Esta lei aplicava-se às fábricas têxteis. Entre os seus itens,
podemos destacar a proibição ao trabalho noturno de menores de 18 anos;
restringia o trabalho a 12 horas/dia e 69 horas/semana; as fábricas deviam ter
escola para os menores de 13 anos; a idade mínima para o trabalho era de 9 anos e
deviam suprir atestado médico quanto ao desenvolvimento das crianças.
Posteriormente, foram incluídas a obrigatoriedade da ventilação mecânica e a
proibição de ingestão de alimentos nos locais de trabalho.
Também em 1833, foi aprovada na Alemanha a Lei Operária, primeira
legislação constituída em prol do trabalhador fora da Inglaterra. Em 1842, na
Escócia, James Smith, gerente de uma fábrica têxtil, contratava um médico para a
realização de exames. Estes exames eram feitos antes da admissão do trabalhador,
assim como exames periódicos, com orientação dos problemas de saúde e a
prevenção de doenças ocupacionais ou não ocupacionais
A Lei das Fábricas (Factory Act) foi reformulada em 1844, protegendo
agora uma nova categoria de trabalhadores: as mulheres menores de 18 anos.
Elas foram igualadas aos adolescentes, seu trabalho limitado a 12 horas
diárias e proibido à noite.
Também com a Lei de 1844, o trabalho dos operários menores de 13
anos se reduziria a 6 horas e meia durante o dia. Com isto, inaugurou-se o
trabalho em turnos.
Para evitar o abuso dos industriários, iniciou-se o uso do relógio na
fábrica, regulado sempre pelo horário de um relógio público que ficasse mais
próximo da fábrica, como, por exemplo, de uma estação ferroviária.
Em 1847 é promulgado o “Ten Hour Act”, ou lei das 10 horas,
terminando assim uma luta que havia há quase 20 anos para diminuir o
horário de trabalho.
Como curiosidade, esta lei tornou-se possível graças à união da classe
operária com a classe industrial, em oposição à aristocracia latifundiária. No
ano de 1850, devido às dificuldades da aplicação da Lei de 1847, o parlamento
inglês firmou um compromisso entre fabricantes e operários:
• o dia de trabalho passou de 10 horas para 10 horas e meia de segunda
a sexta-feira e restringia-se a 7 horas e meia aos sábados para os adolescentes
e as mulheres;
• o trabalho começava às 6 horas da manhã (antes era das 5 e meia até
as 8 e meia da noite) e terminava às 6 da tarde, com pausas de hora e meia
para a refeição;
• o sistema de turnos era abolido definitivamente;
• o trabalho infantil regia-se pela Lei de 1844.
A partir de 1862, a França passou a regulamentar a higiene e a
segurança do trabalho.
Em Portugal, somente após 60 anos de promulgação das leis
inglesas é que foi definida a obrigatoriedade do descanso semanal
para o comércio e para a indústria.
Pouco a pouco, no decorrer da segunda metade do século XIX, as
inúmeras “Leis de Fábrica” se estendiam a todos os outros setores de
indústrias.
1878, houve a promulgação do “Factory and Workshops Act”,
que definia como dez anos de idade a mínima para o ingresso no
trabalho, restringia o trabalho de crianças entre 10 e 14 anos a dias de
trabalho alternados ou a meio dia, a fim de poderem frequentar a
escola, e também promulgava que o dia de trabalho não pudesse
ultrapassar as 12 horas para a juventude entre 14 e 18 anos, com duas
horas de descanso para as refeições.
Em Berlim, na Alemanha, no ano de 1890, o kaiser Guilherme II convocou
a Conferência de Berlim, sendo a primeira conferência internacional para
questões trabalhistas.
No século XX iniciou-se a expansão norte-americana, a qual colocou em
risco o poderio europeu e mudou o enfoque das questões mundiais,
principalmente porque trouxe alterações em relação ao comércio e à produção,
levando a uma nova avaliação de importância dos povos.
Após quase cem anos de discussões trabalhistas, iniciou a I Guerra
Mundial. Nas negociações para alcançar a paz, discutiu-se a universalização
do trabalho e seu tratamento.
Deste modo criou-se uma comissão, denominada Conferência de
Legislação Internacional do Trabalho, visando empenhar esforços para colocar
em prática tais ideias.
Foi neste contexto pós-guerra que se deram os primeiros passos para a
criação da OIT – Organização Internacional do Trabalho. Internacional porque
visava abranger todos os povos do planeta.
A OIT se constitui originalmente de três órgãos: Conferência
Internacional do Trabalho, também conhecida como Assembleia Geral,
Conselho de Administração e Repartição (Escritório ou o Bureau Internacional
do Trabalho).
O Conselho e a Conferência são integrados por representantes
governamentais, patronais e dos trabalhadores, na proporção de dois para
os primeiros e um para cada um dos demais, estabelecendo-se, assim, igual
número de representantes oficiais das classes produtoras.
Compete à Conferência aprovar projetos de Convenções e de
Recomendações, sujeitos à ratificação posterior de cada país.
A principal característica da Organização Internacional do Trabalho é a sua
estrutura tripartida, onde há a participação de governo, patrão e empregado,
tornando este organismo diferente de outros existentes em outros segmentos e
que congregam diversos Estados soberanos do mundo.
A OIT tem como sede a Suíça, provavelmente por ter uma vocação
pacifista. Seu primeiro diretor foi o francês Albert Thomas, presidindo esta
organização até 1932.
Em 1953, através de sua Recomendação 97 sobre a “Proteção da Saúde
dos Trabalhadores”, fomentou a formação de médicos de trabalho qualificados.
No ano de 1954, convocou um grupo de especialistas para organizar as diretrizes
gerais de “Serviços Médicos de Trabalho”. Em 1958, substituiu esta denominação
por “Serviços de Medicina do Trabalho”.
Em 1959, com a experiência dos países industrializados, formou-se a
Recomendação 112, sobre “Serviços de Medicina do Trabalho”. Este instrumento
normativo internacional passou a ser um referencial e paradigma para o
estabelecimento de diplomas legais nacionais. A norma brasileira baseia-se nela.
Na segunda metade da década de 60, um movimento social renovado,
revigorado e redirecionado aparece nos países industrializados do mundo
ocidental, principalmente na Alemanha, França, Inglaterra, EUA e Itália. Ele
questiona o sentido da vida, o valor da liberdade, o significado do trabalho na
vida, o uso do corpo e a queda de valores obsoletos, sem significado para a nova
geração. Surge disto a troca do conceito de saúde ocupacional pelo da saúde do
trabalhador.
Isto fez surgir uma nova legislação, que tem como pilar o reconhecimento
do exercício de direitos dos trabalhadores, entre eles, o direito à informação
(sobre a natureza dos riscos, as medidas de controle adotadas pelo empregador,
os resultados de exames médicos e de avaliações ambientais,entre outros), o
direito à recusa ao trabalho em condições de risco grave à saúde ou à vida do
trabalhador; o direito à consulta prévia aos trabalhadores, pelos empregadores,
antes de mudanças de tecnologia, métodos, processos e formas de organização
do trabalho, e o estabelecimento de mecanismos de participação, desde a
escolha de tecnologias até, em alguns países, a escolha dos profissionais que irão
atuar nos serviços de saúde no trabalho.
Na década de 70, tivemos mudanças ainda maiores nos processos de
trabalho, principalmente com a tendência de terceirização, marcada pelo
declínio das indústrias (setor secundário) e crescimento acentuado dos serviços
(setor terciário), gerando então uma mudança no perfil da força de trabalho
empregada.
Também nesta década aconteceu um processo de transferência das
indústrias para o terceiro mundo, principalmente daquelas que provocam
poluição ambiental ou risco para a saúde, e das que precisam de muita mão de
obra, com baixa tecnologia.
» ANTECENTES HISTÓRICOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL
No Brasil colonial, que vai desde o descobrimento (1500) até a nossa
Independência, em 1822, de uma forma geral, o atendimento médico era
escasso, principalmente no tocante aos trabalhadores.
Os únicos que tinham atendimento médico eram os militares, pois para
eles havia físicos e cirurgiões-mor, bem como hospitais militares. Aos outros
trabalhadores, restava o atendimento nas Santas Casas, com poucos
cirurgiões, ou então os cuidados da medicina doméstica, com os sangradores
(cirurgiões pouco instruídos) e os boticários (farmacêuticos), entre outros
curadores.
Os escravos, quando sofriam acidentes ou ficavam doentes,
contavam somente com a caridade dos senhores ou do Estado paternalista.
Em 1710 aconteceu a primeira intervenção neurocirúrgica no Brasil, na
cidade de Sabará, MG. Esta cirurgia teve relação com acidente de trabalho, pois
foi um traumatismo cranioencefálico com fraturas expostas e afundamento
ósseo, causado pela queda de galho de árvore sobre a cabeça de um escravo.
O caso está registrado no erário mineral, escrito pelo cirurgião português Luis
Gomes Ferreyra, originalmente publicado em Lisboa no ano de 1735.
Até o final dos anos 1800, a mão de obra escrava era a mais utilizada nas
indústrias brasileiras. Com a sua libertação, esta mão de obra foi substituída em
parte pelos imigrantes, os quais chegavam de países onde a Revolução Industrial
e as consequentes conquistas sociais dos trabalhadores já era realidade.
Estes imigrantes, possuidores de uma certa consciência de classe,
apoiados por alguns idealistas, médicos e políticos, iniciaram uma série de
movimentos reivindicatórios por melhores condições de vida e trabalho,
realizando greves em 1907 e 1912, e as grandes greves de 1917 a 1920.
Naquela época, as condições das fábricas eram assim descritas: as
instalações das fábricas eram improvisadas, mal iluminadas, mal ventiladas e
sem instalações sanitárias; as máquinas eram dispostas umas coladas às outras,
com engrenagens e correias girando sem nenhuma proteção; a jornada de
trabalho chegava a ter até 16 horas diárias, incluindo muitas vezes o domingo,
sem qualquer salário adicional; grande parte da mão de obra era constituída por
mulheres e crianças, inclusive com trabalho noturno e com salário de apenas
33% do salário dos homens; o número de acidentes de trabalho era enorme,
causados pelo cansaço, pela falta de preparo e proteção; inexistiam as
legislações trabalhistas, indenizações por acidentes de trabalho, auxílio-doença,
salário durante o período de afastamento etc.
A mineração (mina subterrânea) era também uma atividade muito
frequente nesta época no Brasil, principalmente em Minas Gerais. Nesta
atividade, o trabalhador estava exposto às condições de trabalho
permanentemente insalubres. Toledo e Marques (2008) mencionam um
acidente descrito no romance Morro Velho, obra que descreve as condições de
trabalho na mina de Morro Velho, em Nova Lima, MG, no fim do século XIX
O Brasil tem uma legislação relativamente nova em matéria
previdenciária.
Só depois da Primeira Guerra Mundial é que, no nosso país, em
decorrência da assinatura de tratados internacionais, como o Tratado de
Versalhes, se cogitaram medidas legislativas tendentes à proteção dos
trabalhadores que, já então, começavam a se concentrar nas cidades. Ainda no
campo da Segurança e Saúde do Trabalho, atuam diversas outras ciências como a
Medicina, a Psicologia e a Fisiologia do Trabalho, a Toxicologia etc. Todas com o
mesmo objetivo fundamental da Segurança e da Higiene do Trabalho, ou seja, a
preservação da saúde, integridade física e bemestar físico e psicológico dos
trabalhadores
A redução dos acidentes do trabalho traz, entre outros, os seguintes
benefícios econômicos às empresas:
• Redução dos prejuízos financeiros decorrentes de paradas na produção,
treinamento de trabalhadores substitutos, atrasos na entrega dos produtos etc.
• Redução dos prejuízos financeiros decorrentes dos desperdícios de
material.
• Melhoria do moral do trabalhador com implicações positivas para a
produtividade.
• Redução do preço final do produto.
• Redução das taxas de seguro contra acidentes do trabalho.
Se fizermos prevenção e, com ela, não tivermos acidentes; não tendo
acidentes, não teremos desperdícios/custos não assegurados. Seguimos firmes
na proposta de, através da partilha de conhecimentos, construirmos uma
prevenção melhor. Entendemos que seja esta a parte de nossa contribuição para
um Brasil melhor.
AGRADEÇO PELA PRESENÇA!

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