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Libras - Trilha de Aprendizagem

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Libras
UNIDADE 1
1
Para início de conversa
Caro(a) aluno(a), como vai?
Nesta disciplina você irá descobrir um universo diferente e bastante interessante. 
Você já parou para pensar o que é a LIBRAS?
A LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) é uma língua com as mesmas características linguísticas de qual-
quer outra língua: possui uma organização gramatical por meio da sinalização e é lida através dos olhos 
de seus usuários.
Sendo assim, convido você para que juntos possamos construir, pesquisar, propor respostas, ao longo da 
disciplina LIBRAS. Sempre numa ação reflexiva sobre o fazer educacional.
orientações da disciPlina
Como proposta da disciplina, iniciaremos conhecendo os aspectos clínicos e socioantropológicos da Sur-
dez e o Alfabeto Manual. Em seguida, estudaremos a História da educação de pessoas surdas e Meto-
dologias de Ensino para surdos. Conheceremos a Língua de Sinais Brasileira: características básicas da 
fonologia, bem como a Legislação específica da LIBRAS e a Gramática da LIBRAS (Classificadores). 
Por fim, o Intérprete e o professor de LIBRAS. No decorrer da disciplina teremos momentos de aprendiza-
gem de sinais básicos da LIBRAS. Estes conteúdos estarão distribuídos em 4 guias de estudos.
Você já viu surdos conversando? 
Já teve curiosidade em saber o que aqueles movimentos das mãos significavam?
Então, querido estudante, prontos para conhecer um pouco sobre a LIBRAS?
Pois bem, compreender a língua que as pessoas surdas utilizam para se comunicar é um grande desafio. 
Desafio de saber que, ao mesmo tempo em que os movimentos das mãos e as expressões faciais se 
confundem com o prazer de compreender seus significados e presenciar a comunicação em sua mais 
verdadeira essência.
2
você sabia?
A LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) é uma língua com as mesmas características 
linguísticas de qualquer outra língua: possui uma organização gramatical por meio da 
sinalização e é lida através dos olhos de seus usuários.
Encontraremos nesta unidade de estudo alguns elementos que tentarão desmistificar ideias e compor-
tamentos sobra a Língua de Sinais que precisam ser repensados. Isto para nivelarmos conhecimentos 
basilares que facilitará a nossa caminhada no decorrer dos demais módulos.
Você também vai aprender o que é Surdez, o conceito da Língua de Sinais, da Língua Brasileira de Sinais e 
elementos que, no decorrer do tempo, configuraram modelos excludentes sobre a comunicação. Também 
conhecerá e compreenderá o alfabeto manual utilizado na língua de sinais, para que você já possa esta-
belecer o primeiro contato linguístico com o surdo, além de aprender um pouco sobre a cultura surda, seu 
modo de vida, e características necessárias à condução da pessoa surda em sala de aula, por exemplo.
dica 
Como forma de aprofundar seus estudos sobre os aspectos estudados nesta unidade, você pode consultar 
o livro-texto, realizando a leitura dos seguintes aspectos: Surdez – páginas: 20 a 22 e Cultura Surda – 
página 34.
Sendo assim, convido você a participar desta caminhada, para que juntos possamos construir, pesquisar 
e propor respostas aos questionamentos que surgirão ao longo da disciplina LIBRAS. Sempre numa ação 
reflexiva sobre o fazer educacional.
Vamos lá!
sUrdeZ
Para entender o porquê o uso da LIBRAS como uma língua, precisamos entender um pouco sobre a Surdez. 
Mas, afinal de contas o que é Surdez? 
Como e porque as pessoas nascem surdas?
A surdez pode ser adquirida durante a vida adulta?
Bem, são várias as nomenclaturas utilizadas para nomear pessoas surdas e/ou com deficiência auditiva.
???
3
Saiba que a audição é o sentido responsável por captar as informações sonoras que nos rodeiam, sejam 
elas sons de palavras ou não. Esta captação se dá por meio de mecanismos complexos entre o ouvido e 
o cérebro humano. Alguns ossos e estruturas pertencentes ao ouvido, muitas vezes, apresentam-se em 
anatomia distante da perfeita para garantir a audição desejável, tão importante no nosso dia a dia.
Normalmente, é através da audição que adquirimos a Linguagem. A linguagem é adquirida na vida social 
e é com ela que o sujeito se constitui como tal, com suas características humanas, diferenciando-se dos 
demais animais, por meio das construções de linguagem mais complexa que as apresentadas pelos de-
mais seres vivos.
Já a surdez é a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sendo considerado surdo o 
indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum, e parcialmente surdo, aquele cuja audição, ainda 
que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. A Surdez pode ser de nascença (congênita) ou 
causada posteriormente (adquirida) por alguma doença. Agora conheça as possíveis causas de surdez:
•	 causas pré-natais: A criança adquire a surdez através da mãe, no período de gestação:
•	Desordens genéticas ou hereditárias, relativas à consanguinidade ou ao fator;
•	Rh;
•	Doenças infectocontagiosas, como a rubéola, sífilis, toxoplasmose, herpes;
•	Remédios ototóxicos, drogas, alcoolismo materno;
•	Desnutrição/Subnutrição;
•	Carências alimentares;
•	Pressão alta;
•	Diabetes;
•	Exposição à radiação.
•	 causas Perinatais: A criança fica surda, porque surgem problemas no parto:
•	Pré-maturidade, pós-maturidade, anóxia, uso do fórceps durante o parto;
•	 Infecção hospitalar.
•	 causas Pós-natais: A criança fica surda, porque surgem problemas após seu nascimento:
•	Remédios ototóxicos em excesso ou sem orientação;
•	Exposição contínua a ruídos ou sons muito altos;
•	Traumatismos cranianos;
•	Sífilis adquirida;
•	 Infecções como sarampo, caxumba ou meningites.
Após conhecer as possíveis causas de surdez, você conhecerá quais os Graus de perda da surdez.
4
A capacidade auditiva pode ser medida, a fim de definir em que grau um indivíduo possui ou não déficit 
auditivo. A unidade sonora usada para medir a unidade de um som é o decibel (dB). Através de exames 
audiométricos é possível medir o grau de perda da surdez, que pode ser classificado em dois níveis:
•	 Parcialmente Surdo:
•	Surdez Leve – 20 a 40 Db
•	Surdez Moderada – 41 a 70 dB
•	 Surdo:
•	Surdez Severa – 71 a 90 dB
•	Surdez Profunda – acima de 91 dB
Muitas são as nomenclaturas utilizadas para identificar pessoas com surdez, mas, qual a denominação 
correta?
Surdos? Pessoas surdas? Deficientes auditivos?
Pessoas com deficiência auditiva? Pessoa com baixa audição?
Portadora de deficiência auditiva?
Pessoa portadora de deficiência auditiva?
Portadora de surdez? Pessoa portadora de surdez?
GUarde essa ideia!
Muitas pessoas utilizam de forma errônea o termo portador(a) para fazer referência às pessoas com de-
ficiência. Ter uma deficiência não significa que a pessoa a porte. O substantivo portador e o verbo portar 
não se aplicam à condição inata ou adquirida da pessoa surda. Neste sentido, o termo mostra-se inade-
quado para se referir não só aos surdos, mas a qualquer tipo de pessoa com deficiência.
A terminologia adequada e legitimada pela comunidade surda para pessoas com Surdez é “Surdo” ou 
“Pessoa Surda”.
sUrdo-MUdo
Como vimos, muitas são as terminologias que foram criadas para que pudessem se referir aos surdos 
ou pessoas surdas. Mas, uma das mais utilizadas de forma errônea é a terminologia surdo-mudo. Esta 
terminologia tem sua raiz na história, quando a pessoa surda estava condenada à mudez. Na antiguidade, 
ser surdo significava automaticamente ser mudo, e muitas vezes, ser um incapacitado, desabilitado e 
impossibilitado. Logo, caso uma pessoa adquirisse ou nascesse surda, fatalmente também seria muda, 
por isto esta terminologia se propagou sobremaneira ainda em nossos dias.
5
Prezado(a) aluno(a), esta terminologia foi sendo abolida do meio cientifico com o passar do tempo, mas, 
ainda assim, vemos de forma recorrente o uso errôneo deste termo.
Necessariamente os surdos não são mudos, visto que eles possuem o seu aparelho fonador em perfeitas 
condições de desenvolvimento. A surdez não interfere diretamente na condição fisiológicada oralidade, 
pois as causas da surdez não estão diretamente ligadas às causas da mudez, ou seja, são patologias dife-
rentes. Fácil é concluir então que, apesar de ser possível a união de fatores que levam à surdez e mudez 
concomitante, o termo surdo-mudo mostra-se inadequado pelo que expomos acima.
GUarde essa ideia!
O termo Surdo-Mudo é provavelmente a mais antiga e incorreta denominação atribuída ao surdo, e infeliz-
mente ainda utilizada em certas áreas e divulgada nos meios de comunicação, principalmente televisão, 
jornais e rádio.
Você pode ajudar a corrigir este erro!
Fonte: http://sereduc.com/r2gGve
Figura 1 - Fonte: http://sereduc.com/qKCg84
Agora que já sabemos o que é Surdez, vamos entender um pouco da Língua que é utilizada por pessoas 
surdas para se comunicar.
desMistiFicando a línGUa de sinais
Qual o termo correto?
Linguagem de sinais?
Linguagem Brasileira de Sinais?
Língua de sinais? Língua dos sinais?
Língua Brasileira de Sinais?
Língua de Sinais Brasileira? Língua de sinais brasileira?
Libras? LIBRAS? LSB?
http://sereduc.com/r2gGve
http://sereduc.com/qKCg84
6
Para iniciarmos a nossa conversa, precisamos saber que, a língua de sinais, é uma língua e não de lingua-
gem. Por isso, não devemos utilizar os termos “linguagem de sinais” e sim “Língua de Sinais”.
A Língua determina um povo, como por exemplo, o povo brasileiro, que faz uso da Língua Portuguesa. Já 
a linguagem pode ter vários sentidos: linguagem visual, dos animais, corporal, gestual, etc.
Cada país tem sua própria língua de sinais – não existe uma língua de sinais única em todo o mundo. As-
sim como nas línguas orais, cada país produz sua própria língua de sinais, embora possa haver influência 
de um país sobre outro. São, portanto, línguas nacionais, sendo assim, podemos concluir que as línguas 
de sinais não são universais.
A língua de sinais é considerada uma língua visual e espacial que se expressa por meio de sinais manuais 
e expressões corporais e orofaciais. É visual porque é percebida pela visão, o que se diferenciam das 
línguas orais que são percebidas pela audição, e espacial porque é no espaço que a língua de sinais se 
materializa. A língua de sinais possui dialetos e variações regionais e se transformam continuamente de 
acordo com a própria comunidade surda.
Ela também é considerada uma língua natural, por ser construída e fundamentada nas interações entre 
seres humanos, ou seja, as várias línguas de sinais são produzidas por seres humanos nas suas relações. 
Não são línguas artificiais, pois têm falantes nativos, em especial as famílias de surdos.
Os surdos consideram a língua de sinais como língua materna das pessoas surdas, no sentido de ser a 
primeira língua que a criança surda aprende de forma natural, nas relações dialógicas em seu ambiente.
a línGUa de sinais no brasil
Figura 2 - Fonte: http://sereduc.com/M1gCzr
No Brasil, a língua de sinais é chamada de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) ou LSB (Língua de Sinais 
Brasileira) em outros países seguem as seguintes nomenclaturas:
•	 Língua de Sinais Portuguesa (LGP - Língua Gestual Portuguesa);
•	 Língua de Sinais Holandesa (SLN – Sign Language of Netherlands);
•	 Língua de Sinais Americana (ASL – American Sign Language);
•	 Língua de Sinais Argentina (LSA - Lengua de Senas Argentina);
•	 Língua Francesa de Sinais (LSF Langue des Signes Française);
•	 Língua de Sinais Britânica (BSL - British Sign Language).
http://sereduc.com/M1gCzr
7
Muitos estudos atuais demonstram claramente que as Línguas de Sinais podem ser comparadas em ter-
mos de complexidade e expressividade a qualquer língua oral, mesmo que estabelecida na modalidade 
visual-espacial.
As pessoas que utilizam a LIBRAS, sejam surdas ou ouvintes, estão aptas a discussões sobre os mais 
diferentes temas, como: filosofia, política, esportes, literatura e da mesma forma, utilizá-la com função 
estética para recitar poesias, fazer teatro, histórias, humor e entre outras.
você sabia?
Querido estudante, você sabia que no Brasil existem registros de uma língua de sinais 
utilizada pelos índios? Pois bem, é uma língua de sinais dos índios Urubus- Kaapor, que 
vivem na região amazônica. Muito interessante!
Muitas pessoas pensam que as línguas de sinais são apenas gestos e mímicas atribuindo a língua muitas 
vezes um caráter de artificialidade, mas ao contrário, são línguas naturais, pois evoluíram a partir de um 
grupo cultural, os surdos.
o alFabeto ManUal X datiloloGia
O alfabeto manual teve origem pela necessidade de representar as letras de forma visual, são formas 
de mãos que representam as letras do alfabeto. A datilologia é a soletração de uma palavra usando o 
alfabeto manual.
O alfabeto manual tem origem francesa, mas foi expandido por todo o Brasil pelos alunos do Imperial 
Instituto dos Surdos-Mudos (IISM) que, naquela época (26 de setembro de 1857) eram trazidos pelos pais 
para o Rio de Janeiro, vindos de todas as partes do país.
Figura 2 - Imperial Instituto dos Surdos- Mudos (IISM) atualmente Instituto Nacional 
de Educação de Surdos (INES). Fonte: http://sereduc.com/698SCj
???
http://sereduc.com/698SCj
8
Muitas pessoas pensam que o alfabeto manual é a língua de sinais, quando, na realidade, a mão nas mais 
diversas configurações representa as letras do alfabeto das línguas orais e dos seus principais caracteres.
Já a datilologia, foi inserida por educadores na língua de sinais, com o propósito de servir de ponte entre 
a língua gestual e língua oral e é utilizada de forma corriqueira tanto por ouvintes quanto por surdos. A 
datilologia é mais usada para expressar nome de pessoas, localidades e outras palavras que não possuem 
um sinal específico. Pessoas ouvintes pode usar a datilologia quando ela não sabe o sinal correspondente 
do que quer falar com outra pessoa surda e para que o surdo entenda do que se trata, devemos soletrar 
usando o alfabeto manual.
Também de forma equivocada, pensar que o alfabeto manual é igual em todas as línguas de sinais. Mui-
tos alfabetos manuais de línguas de sinais são diferentes, mesmo apresentando semelhanças em suas 
estruturas manuais.
Do mesmo modo que algumas línguas orais têm diferentes alfabetos - língua japonesa e chinesa - nas lín-
guas de sinais, as formas de mãos para a formação do alfabeto manual também variam de país para país. 
eXeMPlos
Veja alguns exemplos:
 Alfabeto Manual Francês Alfabeto Manual Americano
Figuras 3 e 4 - Fontes: http://sereduc.com/1Vrm2t e http://sereduc.com/GQFecf
http://sereduc.com/1Vrm2t
http://sereduc.com/GQFecf
9
Alfabeto Manual Português (Portugal)
Figura 5 - Fonte: http://sereduc.com/En0VPo
Veja, abaixo, o alfabeto manual da Língua Brasileira de Sinais – Libras e compare com os outros alfabetos 
que foram mostrados acima:
Alfabeto Manual Brasileiro
Figura 6 - Fonte: http://sereduc.com/fdp1ul
http://sereduc.com/En0VPo
http://sereduc.com/fdp1ul
10
leitUra coMPleMentar
Querido(a) aluno(a), como leitura complementar, disponibilizo o link abaixo para 
você treinar o alfabeto manual da LIBRAS. Clique aqui para assistir.
noMes e sinal Pessoal
João, Maria, José...
Quando nascemos, recebemos dos nossos pais ou responsáveis nomes e este nome não pode ser muda-
do, a não ser em determinados casos permitidos pela legislação nacional. É assim que as pessoas ou-
vintes são identificadas, pelo nome ou até memorizamos a voz quando, por exemplo, se fala ao telefone.
Para os surdos, estes aspectos nominais são identificados de forma visual, memorizados e estabelecidos 
por características físicas das pessoas, por isso, torna-se impossível caracteriza-las pelo nome, afinal 
existem milhares de pessoas com os mesmos nomes.
Para suprir essa necessidade, a comunidade surda instituiu o Sinal Pessoal, ou seja, é uma espécie de 
nome em Libras. Esse sinal normalmente é escolhido de acordo com as características da pessoa ou por 
seu jeito de ser. O sinal deve preferencialmente ser dado por uma pessoa surda, mas, também pode ser 
escolhido pelopróprio usuário. Contudo, uma vez estabelecido, esse sinal não poderá ser modificado, 
visto que, como o sinal tem aspectos pessoais, é muito difícil encontrar pessoa, sejam surdas ou ouvintes, 
com sinais iguais.
comunidade e cultura surda
Em sua maioria, o termo comunidade surda se aplica as pessoas surdas ao redor do mundo que usam a 
língua de sinais e partilham de uma cultura surda. Não é uma comunidade geograficamente localizada e 
seus membros são considerados um grupo cultural cujo elo é uma língua em comum – a língua de sinais.
A formação desta comunidade se estabelece não somente da interação social, mas apoio emocional in-
dividual e coletivamente. Não é difícil localizar as pessoas surdas em praças públicas, shopping centers, 
bares, pontos de encontro para bate-papo etc. Estes encontros informais são muito importantes para a 
preservação da cultura surda.
A comunidade surda está organizada em diferentes aspectos, sendo a principal delas as Associações 
de Surdos. Nestas associações, as pessoas surdas têm seu espaço dialógico garantido, pois a língua de 
sinais está presente em todos os momentos. As associações de surdos assumem diferentes finalidades: 
recreativas (esportes e lazer, principalmente), culturais e políticas.
“As Associações de surdos, como todas as associações, possuem estatutos que estabelecem os ciclos 
de eleições, quando os associados se articulam em chapas para poderem concorrer a uma gestão de dois 
anos geralmente. Participam também dessas comunidades, pessoas ouvintes que fazem trabalhos de as-
sistência social ou religiosa, ou são intérpretes, ou são familiares, pais de surdos ou conjugues, ou ainda 
amigos e professores que participam ativamente em questões políticas e educacionais e por isso estão 
sempre nas comunidades, tornando-se membros.” (Fonte: FENEIS, folder informativo).
https://www.youtube.com/watch?v=fYaXJXf60gU
11
Prezado estudante, as lutas políticas da comunidade surda por intermédio das associações e seus re-
presentantes formam os Movimentos Surdos. Estes movimentos políticos são caracterizados pela união 
de todos para alcançar um objetivo comum: a defesa de direitos humanos imprescindíveis – o direito a 
uma educação de qualidade, ao ensino em língua de sinais, ao intérprete de língua de sinais em todos os 
espaços públicos, a legenda na TV, a melhores posições no mercado de trabalho, entre outros.
A FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos) é a representante nacional das 
associações de surdos. É uma “entidade filantrópica, que defende os interesses da comunidade surda, 
lutando pela integração e plena realização da cidadania do Surdo nas mais diversas áreas, tendo caráter 
educacional, assistencial e sociocultural”. (Fonte: FENEIS, - folder informativo). 
A FENEIS tem um papel muito importante perante os órgãos governamentais, pois atua como instituição 
consultiva nas decisões sobre políticas públicas relacionadas às pessoas surdas, assim como instituição 
que propõe leis, políticas e encaminhamentos, em geral, relacionados aos surdos brasileiros.
As associações e centros estão presentes em todos os estados do Brasil. Por este fato, e claro, pelas 
dimensões do nosso país, temos diferentes aspectos que podem contribuir para a diversidade nestas co-
munidades: as variações linguísticas, que também estão presentes na língua oral; os diferentes esportes 
praticados (futebol, xadrez, handebol), assim como campeonatos amadores e profissionais, divulgação de 
cursos a depender do interesse da comunidade e também a oferta de cursos para a comunidade que se 
interesse pelos aspectos da comunidade surda.
Além disso, os surdos têm nas escolas um espaço de convivência e encontro com outros surdos e ouvin-
tes. A Libras estará em circulação dentro e fora das salas de aulas, além do contato com o instrutor de 
Libras, surdo fluente na língua.
Além das escolas, as comunidades urbanas surdas no Brasil têm se fortalecido como fatores principais 
de integração a Libras, através dos esportes e das interações sociais, por isso elas têm uma organização 
hierárquica constituída por: uma Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS); seis Federações 
Desportivas e aproximadamente 113 associações/clubes/sociedades/congregações, em várias capitais e 
cidades do interior.
Os surdos que fazem parte das comunidades surdas convivem com duas comunidades e cultura, a dos 
surdos e a dos ouvintes e precisam utilizar duas línguas: a Libras e a língua portuguesa.
você sabia?
O número de surdos no Brasil era de 166.400, sendo 80 mil mulheres e 86.400 homens. 
Além disso, cerca de 900 mil pessoas declararam ter grande dificuldade permanente de 
ouvir. Entre os estados, Roraima tem o menor número de surdos (191 pessoas). 
Censo demográfico de 2000. Fonte: http://sereduc.com/BNKI7i
???
http://sereduc.com/BNKI7i
12
e a cultura surda...
Devemos considerar Cultura como uma característica especificamente humana. É através da cultura que 
gerações podem transmitir as outras gerações seus valores, seus pontos de vista, sua história e forma de 
ser. Não existe cultura sem língua.
Assim como outras culturas, a cultura a surda normalmente é constituída sobre a partilha de experiências 
e língua visuais, e isto acontece por meio da língua de sinais, sendo esta a maior marca da cultura surda, 
que a torna imprescindível para a sua transmissão e evolução. A língua de sinais é, portanto, manifesta-
ção cultural mais importante na comunidade surda.
Até algumas décadas passadas, a cultural do mundo moderno era considerada uma cultura hegemônica 
oriunda da divisão de classes sociais, considerando a cultura das classes mais fortes e economicamente 
poderosas. Neste modelo cultural, eram estabelecidas as normas de conduta, valores, crenças, formas 
de vida e o pensamento dos povos. Nela, a cultura surda não existia e, quando existia, era subalterna, 
inferior, dominada. As pessoas surdas são tratadas como “coitadinhas”, “deficientes”, e a língua de sinais 
não tinha espaço.
Estudos mais recentes da teoria cultural apresentam diferentes culturas, sendo cada uma delas respei-
tada, sem desnível ou dominação. Nesta perspectiva, as diferenças culturais referem-se aos diferentes 
jeitos das pessoas, diferentes formas de transformar o mundo, de representar o mundo.
Estes novos estudos sobre a teoria cultural e os Estudos Culturais abriram campo para o surgimento 
dos Estudos Surdos, em uma perspectiva que abrange os estudos sobre a cultura surda, as identidades 
surdas, a comunidade surda, a língua de sinais, a história surda, as artes surdas sob um ponto de vista 
fundamentado nas diferenças culturais.
É muito importante o conhecimento e entendimento da cultura surda. A cultura surda é produzida pelos 
próprios grupos surdos, nas experiências visuais e naquilo que é importante para eles.
Por esse motivo, falar em Cultura Surda significa também pensar em uma questão identitária. Um surdo 
estará mais ou menos próximo da cultura surda a depender da identidade que assume dentro da socie-
dade. 
Conforme os estudos de Perlin (1998) apontam que a Identidade pode ser definida como:
•	 identidade flutuante, o surdo se espelha na representação hegemônica do ouvinte, vivendo e se 
manifestando de acordo com o mundo ouvinte;
•	 Identidade inconformada, o surdo não consegue captar a representação da identidade ouvinte, 
hegemônica, e se sente numa identidade subalterna;
•	 Identidade de transição, o contato dos surdos com a comunidade surda é tardio, o que os faz pas-
sar da comunicação visual-oral (na maioria das vezes truncada) para a comunicação visual sinalizada 
- o surdo passa por um conflito cultural;
13
•	 identidade híbrida, reconhecida nos surdos que nasceram ouvintes e se ensurdeceram e terão 
presentes as duas línguas numa dependência dos sinais e do pensamento na língua oral;
•	 identidade surda, na qual ser surdo é estar no mundo visual e desenvolver sua experiência na 
Língua de Sinais. Os surdos que assumem a identidade surdasão representados por discursos que os 
veem capazes como sujeitos culturais, uma formação de identidade que só ocorre entre os espaços 
culturais surdos.
É através da FENEIS e das Associações de surdos que estas “identidades” são estabelecidas. Nestes 
espaços, são compartilhados ideias, concepções, significados, valores e sentimentos, que emergem, tam-
bém, no Teatro Surdo, no Humor Surdo, na Poesia Surda, na Pintura Surda, na Escultura Surda, entre 
outras manifestações culturais e artísticas, sem a interferência de ouvintes, que refletem peculiaridades 
da Visão Surda do mundo e envolvem questões de relacionamento, educação, etc.
aprendendo mais sobre cultura surda
•	 As artes surdas
As manifestações artísticas e culturais surdas são de cunho genuinamente visual e são denominadas Ar-
tes Surdas no qual podemos encaixar a literatura surda, o teatro surdo, as artes plásticas visuais, dentre 
outras.
Foi no Congresso de Milão, em 1880, que estudiosos da Educação de Surdos, optaram por, adotar de vez o 
oralismo como melhor método de ensino e comunicação para o aluno surdo, com isso as línguas de sinais 
foram praticamente anuladas no contexto educacional, portanto a língua oral foi preferida em detrimento 
da sinalizada e a escola passou a adotar essa prática, tanto nas Américas quanto na Europa. Ao priorizar a 
língua oral na comunicação de surdos, a literatura visual pode ter sido diminuída visto que os surdos eram 
obrigados e estimulados a usar a fala e, portanto, o não uso da sinalização como forma de expressar suas 
ideias e histórias. A Literatura quebra esse paradigma da oralidade e faz ora uma releitura de clássicos 
com adaptações, ora traduções para a Língua de Sinais ou ainda a produção de novos textos literários.
O teatro surdo é o meio de comunicação e expressão utilizados pelos surdos e para os surdos na apresen-
tação de peças e esquetes teatrais, nele é usado exclusivamente a língua de sinais.
As artes fazem parte da cultura surda, assim como a literatura. As artes visuais são representações de 
surdos apresentando suas habilidades, desejos, histórias, assim como uma forma de comunicação, são 
representadas por imagens, pinturas e outras formas de expressão feitas por surdo ou para surdos.
tecnologias
As tecnologias também fazem parte das comunidades surdas e podem se encaixar no quesito artefato 
cultural surdo do tipo “material”, pois são aqueles pensados exclusivamente para uso e melhoria de vida 
das pessoas surdas, como é o caso do telefone para surdos, redes sociais, aplicativos em geral, mas 
principalmente os que fazem uso de vídeos, sensores de iluminação, entre outros tipos. O uso destes equi-
pamentos pode ajudar no cotidiano da pessoa surda em suas atividades de vida diária e na comunicação 
com seus pares.
14
Figura 7 - Fonte: http://sereduc.com/ZLMpzt
Porém, mais do que o uso de equipamentos de sinalização tátil ou visual que substituem os sons, é preciso 
compreender a cultura surda não apenas por seus aspectos externos ou por aquilo que é perceptível sig-
nifica é preciso compreendê-la em sua totalidade, ou seja, não basta apenas colocar sinalizadores visuais 
nas salas de aula, um intérprete de língua de sinais e encher a aula de imagens. O sentido mesmo do 
que é a “cultura surda” passa pela interiorização do mundo por meio de experiências visuais, nas quais a 
língua de sinais é primordial.
veja o vídeo!
Assista ao vídeo: Chapeuzinho Vermelho (produzido pelo INES – Instituto Nacional de 
Educação de Surdos) - (ECA/USP), com duração de nove minutos e quarenta e três se-
gundos. É um vídeo em língua de sinais e está disponível no Youtube. É visualizado por 
meio de videostreaming. Clique aqui para assistir.
Palavras Finais
Nesta unidade, você aprendeu o que é surdez e como a pessoa surda deve ser chamada. Aprendeu tam-
bém que a língua de sinais permite a participação das pessoas surdas nos mais diversos campos sociais 
e culturais, tornando seus “falantes” independentes e autônomos para exercer seus direitos e deveres 
como cidadãos, em igualdade de condições com as demais pessoas. Iniciamos nosso aprendizado conhe-
cendo a diferença entre o alfabeto manual e a datilologia. 
Descobrimos que cada surdo utiliza um sinal pessoal e que este é uma versão visual do nome que recebe-
mos por nossos pais. Conhecemos um pouco dos aspectos da comunidade e cultura surda.
Agora, ao encontrar um surdo, você já pode se identificar e cumprimentá-lo. Vá em frente! Ao longo dos 
demais módulos, temos certeza que a sua comunicação ficará cada vez mais fluida e fácil.
http://sereduc.com/ZLMpzt
https://www.youtube.com/watch?v=JdpN-Es1p5Y
15
acesse o aMbiente virtUal
Realize as atividades no Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA para fortalecer o que foi aprendido 
nesta unidade.
Lembramos que as atividades são avaliativas e que precisam ser realizadas para um bom desempenho 
na disciplina. 
Aguardamos você na próxima unidade.
Bons estudos!
Libras
UNIDADE 2
2
UNIDADE 2
lIbrAs
PARA INÍCIO DE CONVERSA
No guia da unidade anterior, você foi apresentado (a) à realidade da pessoa surda, bem como os 
diversos fatores que levam à surdez. Você aprendeu também que a surdez pode ser congênita ou 
adquirida, e que para nos comunicarmos com a pessoa surda há uma linguagem específica no 
Brasil, denominada de Língua Brasileira de Sinais – Libras.
Pois bem, você sabia que durante muito tempo, a língua de sinais foi rejeitada? 
Isto mesmo! 
Existia a crença de que o uso de “gestos” poderia interferir na aquisição de uma possível língua 
oral. Esse mito fez com que a comunidade surda fosse privada de usar a Língua de Sinais para se 
comunicar. Com isso, a concepção de que a fala era essencial, uma característica exclusiva da 
espécie humana fez com que qualquer outro tipo de comunicação ou outra modalidade linguística 
fosse considerada menor e sem valor.
Ao mesmo tempo, o falar com as mãos significava fazer “macaquices”, fazendo com que a língua 
de sinais fosse vista com preconceito e evitada pelas famílias das crianças surdas. Mais do que 
isto, usar a língua de sinais denunciava uma “deficiência”, visto que a surdez não é considerada 
uma deficiência visível, e isto traria consigo o preconceito tão indesejado.
Querido (a) estudante, você já parou para pensar como surgiu a Língua de Sinais?
ORIENtAçõES DA DISCIPlINA
Nesta unidade, você irá conhecer os aspectos históricos da Língua de Sinais no Mundo e no Brasil. 
Você vai aprender também os direitos adquiridos pelos surdos. Estas infor-mações serão impor-
tantes para o reconhecimento da legitimidade das Libras e seu status como língua de sentido e de 
interação entre membros de uma comunidade surda.
Vamos lá! Vamos conhecer como realmente tudo começou...
3
A HIStÓRIA DAS lÍNGUAS DE SINAIS 
Muitos são os estudos acerca da origem das Línguas de Sinais, porém, ainda não se sabe ao certo 
onde e nem como surgiram. 
Será que entre os ouvintes?
Surdos a inventaram ou suas comunidades? 
Bem, o que precisamos levar em consideração é que elas são instituídas por homens que perse-
veraram em resgatar a comunicação pelos mais diversos canais, isto por terem um impedimento 
sensorial auditivo ou lutaram por Wesses. 
Historicamente, registros retratam a origem das línguas de sinais, mesmo que não reconhecida 
como tal, na mesma época ou em épocas anteriores ao desenvolvimento das línguas orais.
Antes de entender um pouco sobre a origem das línguas de Sinais, vamos resgatar um pouco de 
como os surdos eram reconhecidos desde a antiguidade até a atualidade, consequentemente o 
surgimento da Língua de Sinais.
O Surdo na história 
As primeiras referências de surdo na história são encontradas no povo hebreu, naquela época os 
surdos eram considerados mediadores entre os deuses e o Faraó do Egito, sendo considerados 
como deuses. Em outras regiões, eles eram lançados de penhascos, ao mar ou oferecidos em 
sacrifício aos deuses.
Em Roma e na Grécia Antiga, o surdo não era considerado como humano, pois paraesses povos 
a fala era resultado do pensamento; logo, quem não pensava não era humano. Os surdos nestas 
regiões não tinham direito a testamentos, à escolarização e a frequentar os mesmos lugares que 
os ouvintes. Até o século XII, os surdos eram privados até mesmo de se casarem. Para Aristóteles, 
o ouvido seria o órgão mais importante para a educação, sendo assim, o surdo era visto como 
incapacitado para receber qualquer instrução naquela época.
Na Idade Média, a Igreja Católica comungava do pensamento de que o homem foi criado a “ima-
gem e semelhança de Deus”, com isso fortaleceu a discriminação no que se refere às pessoas 
com deficiência. Os que não se encaixavam neste padrão eram postos à margem da sociedade. 
 
VOCê SAbIA?
Você sabia que por não terem uma língua que se fizesse entender, os surdos não 
se confessavam e eles não podiam falar os sacramentos?
???
4
Isso mesmo! Foi então que ocorreu a primeira tentativa de educá-los. Os monges que estavam 
em clausura, que haviam feito o voto do silêncio, criaram uma linguagem gestual para que não 
ficassem totalmente incomunicáveis como forma de não transmitir o que era aprendido nas sa-
gradas escrituras. Esses monges foram convidados pela Igreja Católica a se tornarem mentores 
dos surdos.
Nos registros históricos, John Beverley, em 700 d.C, foi o primeiro a ensinar um surdo. No ano 
de 1570, o espanhol Pedro Pance de León, um monge beneditino, fundou uma escola para surdos 
e desenvolveu o primeiro alfabeto manual, possibilitando que os surdos aprendessem a soletrar 
palavras, com isso, sendo considerado o primeiro educador de surdos da história.
Em 1760, em Paris, foi criado o Instituto Nacional para Surdos-Mudos, por Charles Michel de 
L’Épée, Este instituto reconhecia a pessoa surda como um ser que tem sua própria língua. L´Epée 
fazia demonstrações de seus alunos em praça pública, assim arrecadava dinheiro para conti-
nuar seu trabalho. Tais apresentações consistiam em perguntas feitas por escrito aos surdos, 
confirmando que seu método era eficaz. Para L´Epée a Língua de Sinais deveria ser respeitada e 
publicou em 1776 a sua obra mais importante com o título: A Verdadeira Maneira de Instruir os 
Surdos-Mudos.
No século XVIII, muitas escolas para surdos foram fundadas, principalmente na Europa. Algumas 
dessas escolas tinham como filosofia o ensino de qualquer forma de comunicação, e os professo-
res eram quem criavam esses métodos. Outras escolas eram voltadas para a filosofia mais oralis-
ta, pensando sempre no uso da fala para compreensão e expressão, consequentemente surgem os 
primeiros avanços no uso das línguas de sinais.
Em 1814, o médico francês Jean-Marc Itard, tornou-se médico residente do Instituto Nacional 
de Surdos-Mudos de Paris. Ele acreditava no princípio de uma erradicação ou a “diminuição” da 
surdez. Então, para que o surdo tivesse acesso a esse conhecimento, iniciou um trabalho com o 
garoto selvagem no ano de 1799, descrito no filme francês de 1970 - O Garoto Selvagem, de Fran-
çois Truffaut. Itard dedicou grande parte da sua vida tentando entender quais as causas da surdez, 
constando inicialmente que a causa dela não era visível. 
Com o passar do tempo, ele começou a utilizar os seguintes procedimentos: dissecar cadáveres 
de surdos, além de realizar experiência com seus alunos surdos, tais como: descargas elétricas 
em seus ouvidos, o uso de sanguessugas para provocar sangramentos, furar as membranas timpâ-
nicas de alunos (alguns deles foram levados à morte) e outros sofreram fraturas cranianas, bem 
como infecções devido às suas intervenções.
Apesar disso tudo, Itard nunca aprendeu a Língua de Sinais; mesmo assim, após 16 anos de tra-
balho incessante para chegar à oralização, Itard rendeu-se ao fato de que o surdo só pode ser 
educado por meio da Língua de Sinais.
Outros espaços observados no decorrer da história das línguas de sinais são as fá-bricas, no inicio 
da Revolução Industrial. Nestes ambientes de trabalho os surdos, em sua maioria sem a educação 
formal, vindos de províncias distantes, aprendiam a língua de sinais.
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HIStÓRIA DA EDUCAçÃO DE SURDOS NO bRASIl 
Em 1855, um surdo francês, Ernest Huet, convidado pelo imperador Dom Pedro II, chega ao Brasil 
e cria a Lei nº 839 e com ela a primeira escola nacional de surdos, em 26 de setembro de 1857, no 
Rio de Janeiro, chamada de Imperial Instituto dos Sur-dos-Mudos (IISM), atualmente o Instituto 
Nacional de Educação de Surdos – INES. O Instituto era focado na educação literária e no ensino 
profissionalizante de meninos com idade entre 7 e 14 anos. O IISM teve como primeiro professor 
o próprio Huet, trazendo consigo a Língua de Sinais Francesa que deu origem à Língua Brasileira 
de Sinais.
Dom Pedro II tinha grande interesse à educação dos surdos, pois tinha um neto surdo, filho da 
princesa Isabel, que era casada com o Conde D`Eu, parcialmente surdo.
Figura 1 - Imperial Instituto dos Surdos-Mudos (IISM)
Fonte: http://www.csjonline.web.br.com/Imagem/Imagens/escola_surdos.jpg
Saiba que atualmente o INES é um centro de referência com atendimento diversificado, aten-
dendo surdos e ouvintes de todo o Brasil, assim como referência no que diz respeito à educação 
bilingue. Além de ser a única instituição no Brasil a oferecer o curso de Pedagogia Bilingue.
Além do Instituto Nacional de Surdos, temos outros locais que foram referências para a histó-
ria da Educação de Surdos no Brasil, como é o caso do Instituto Santa Terezinha em São Paulo, 
cujo princípio antendia apenas meninas surdas; posteriormente, passou a aceitar meninos. Outra 
escola referência foi a Escola Municipal de Educação Especial Hellen Keller, em homenagem a 
surdocega Hellen Keller, ícone dos esudos da surdocegueira no mundo. 
Nos anos 70, Ivete Vasconcelos, educadora de surdos da Universidade Gallaudet, trouxe para o 
Brasil a filosofia da Comunicação Total. Na década seguinte, o Bilinguismo passou a ser expan-
dindo, a partir das pesquisas das professoras: Lucinda Ferreira Brito (sobre a Língua Brasileira de 
Sinais) e Eulalia Fernandes (sobre a educação dos surdos).
http://www.csjonline.web.br.com/Imagem/Imagens/escola_surdos.jpg
6
VOCê SAbIA?
Você sabia que o Dia do Surdo era comemorado em 26 de setembro?
Pois bem, foi instituído o dia 26 de setembro como o Dia do Surdo, mesma data de fundação do 
IISM.
ENtENDENDO UM POUCO MAIS SObRE: ORAlISMO, COMUNICAçÃO tOtAl 
E bIlINGUISMO
Figura 2
Fonte: http://sereduc.com/40tbJ2
O surgimento do Oralismo 
Em ano de 1878, em Paris, aconteceu o I Congresso Internacional de Surdos-Mudos. Nesse evento 
foi instituído que o melhor método para a educação dos surdos incidia na articulação com leitura 
labial e no uso de gestos nas séries iniciais.
Em 1880, em Milão, ocorreu o II Congresso Mundial de Surdos-Mudos, que promoveu a defini-
ção de qual seria a melhor forma de educar uma pessoa surda, através de votação. Então, ficou 
determinado que o melhor método seria o oral puro, extinguindo oficialmente o uso da Língua de 
Sinais na educação dos surdos. Mas, vale ressaltar que neste evento houve a participação de 
apenas um surdo que não teve direito de voto, sendo convidado a se retirar da sala de votação. 
Consequentemente, por determinação da maioria dos participantes, a fala é incontestavelmente 
superior aos sinais e deve ter preferência na educação dos surdos; o método oral puro deve ser o 
único método utilizado. 
Também foram apresentados muitos surdos que falavam bem, para mostrar a eficiência do método 
oral, pois acreditava-se que o uso de gestos e sinais desviasse o surdo da aprendizagem da língua 
oral, que era a mais importante do ponto de vista social.
???
http://sereduc.com/40TBJ2
7
Foi a partir do Congresso de 1880 que o Oralismo foi adotado em vários países da Europa e do 
mundo, acreditando-se que esta era a melhor maneira para os surdos receberem a instrução no 
ambiente escolar, sendo esta uma fase de extrema importância para entendermos o processo que 
se deu na educação dossurdos.
Caro(a) aluno(a), saiba que para os oralistas, a linguagem falada é prioridade na comunicação 
dos surdos e a aprendizagem da linguagem oral torna-se indispensável para o desenvolvimento 
integral das crianças. De forma geral, sinais e alfabeto digitais são proibidos.
Após várias décadas, mais precisamente por oito anos, permaneceu o uso do oralismo, mesmo 
com insucessos notados mundialmente. O que acontecia era que os surdos, após as oito décadas, 
adquiriam poucas aquisições, visto que alguns saíam como sapateiros ou constureiros; já aqueles 
que não se adaptaram ao oralismo eram considerados retardados. Nesse sentido, a maioria dos 
surdos profundos não desenvolveu uma fala socialmente satisfatória, somadas a isso estavam às 
dificuldades ligadas à aprendizagem da leitura e da escrita: sempre tardia e cheia de problemas, 
mostravam sujeitos, muitas vezes, apenas parcialmente alfabetizados, após anos de escolariza-
ção.
VOCê SAbIA?
Caro(a) aluno(a), você sabia Alexander Graham Bell foi um grande defensor do 
oralismo?
Pois bem! Além de ele ser o inventor do telephone, ele foi um cientista. Filho de surda e casado 
com Mabel, que perdera a audição quando jovem. Mabel embora oralizada, não gostava de estar 
na presença de surdos. Para Graham Bell, a surdez era um desvio, visto que os surdos deveriam se 
passar por ouvintes encaixados num mundo ouvinte, e não um aluno surdo ter como professores 
um instrutor surdo, pois isso só serviria como empecilho para sua integração com a comunidade 
ouvinte.
Alexander acreditava que os surdos deviam estudar junto com os ouvintes, não como direito, 
mas para evitar que se unissem, que se casassem e criassem congregações. O fato de ocorrer 
casamento entre os surdos, para ele representava um perigo para a sociedade. Criou o telefone 
em 1876 tentando criar acessórios para Surdos. Foi de Graham Bell a ideia que mais tarde seria 
adaptada para os Aparelhos de Amplificação Sonora – AASi, usado por pessoas com deficência 
audtiva.
Agora é o momento de você compreender como surgiram novas propostas pedagógicas.
 Vamos lá!
???
8
A Comunicação total 
Com fracasso do oralismo surgem novas propostas pedagógico-educacionais em relação à educa-
ção da pessoa surda, esta tendência que ganhou impulso nos anos 70 e foi chamada de Comuni-
cação Total.
A Comunicação Total tem como prática fazer uso de sinais, leitura orofacial, desenhos, gestos, 
oralização e alfabeto digital para fornecer dispositivos linguísticos a estudantes surdos, de modo 
que fosse utilizado o que de melhor fornecesse a possibilidade de desenvolver uma comunicação 
real com seus familiares, professores e amigos. A prática deste método, nas mais diversas varia-
ções, foi percebida em diversos países nas décadas de 1970 e 1980.
A comunicação total favoreceu de maneira efetiva o reencontro dos surdos com os sinais, que era 
proibido pelo oralismo. Esse contato proporcionou que os surdos se preparassem à aprendizagem 
das línguas de sinais.
Chegou à vez de você, prezado (a) estudante, conhecer o Bilinguismo. Vamos começar!
O bilinguismo 
A partir do século XIX até os anos 60, o sistema de educação oral prevaleceu na educação de 
surdos no Brasil. A língua de sinais foi gradativamente sendo inutilizada nos ambientes das salas 
de aula, já que os educadores criam a concepção de que as pessoas surdas tinham como obriga-
ção primeiramente aprender a “falar” tanto para serem alfabetizados como também para serem 
inteirados aos ouvintes.
É prevista pela Constituição Federal, no final da década de 80, que a educação é direito de todos 
os cidadãos brasileiros, ouvintes ou surdos, deficientes ou não, assim como é de responsabilidade 
dos órgãos competentes à educação, oferecer as condições necessárias que garantam o acesso 
à informação.
A mudança mais significativa na educação de surdos brasileiros foi à discussão e implementação 
do bilinguismo na sala de aula regular, portanto, as duas línguas circulando em sala de aula 
com a presença do intérprete de Libras e/ou professor bilíngue. Segundo Goldfeld (1998), o “bi-
linguismo adotado nas últimas décadas parece oferecer melhores condições para a aquisição da 
comunicação por surdos”.
O método fundamentado em um panorama bilíngue não é unicamente uma violação de paradigma 
educacional que vinha sendo apresentado antes dos anos 90, é também o rompimento de normas 
sociais, já que, a representação social sobre a surdez, no decorrer do tempo, foi sendo transfor-
mada, assim também como a metodologia educativa utilizada para a instrução dos alunos surdos. 
Tais conquistas são frutos do empenho e muita luta da comunidade surda. Perceba que, com a 
geração das associações e federações que atuam em favor das pessoas surdas, possibilitou a ar-
gumentação e a criação de leis que viabilizam os direitos de uma comunidade linguística distinta.
9
No que se diz respeito, especificamente, aos surdos, acreditamos na importância da aprendi-
zagem da língua de sinais e do português, uma vez que estamos diante de um quadro bilíngue 
no qual, adotado pelo país, a Língua de Sinais Brasileira assume o papel de primeira língua dos 
surdos e a Língua Portuguesa, de segunda, prioritariamente na sua modalidade escrita, com base 
na Lei 10.436/2002 e no Decreto 5.626/2005. 
Pautada pela diferença linguística existente, remete a diversidade de línguas circulantes dentro 
da sala de aula.
A estruturação da educação de surdos nos moldes propostos pelo modelo inclusivista traz o bi-
linguismo como orientador das ações que devem se desdobrar, sendo assim marcaram mudanças 
radicais na vida do surdo, bem como da escola que teve a incumbência de implantar um trabalho 
pedagógico voltado para a efetivação dessa proposta, incluindo também os futuros docentes.
Cada filosofia possui uma visão distinta sobre a importância que a linguagem tem com relação 
ao desenvolvimento humano, além de como se defende aspectos distintos com relação à língua 
a ser adquirida pela criança surda, tanto no que diz respeito à sua modalidade, como no que diz 
respeito à sua eficácia.
VOCê SAbIA?
Caro(a) estudante, você sabia que ainda hoje cerca de 95% das crianças surdas 
são filhas de pais ouvintes?
Isso mesmo! Apenas 5% são de famílias surdas e têm a língua de sinais como sua língua materna.
VISItE A PáGINA
Para saber mais sobre o assunto, acesse o seguinte link.
 
DICA
 
Como forma de complementação dos estudos faça a leitura de toda a Unidade 1 
do livro texto!
???
http://www.feneis.org.br
10
lIbRAS: UM DIREItO DOS SURDOS bRASIlEIROS 
Como já estudamos cada país possui sua língua de sinais própria, pois a língua de sinais não é 
universal.
No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) tem sua origem na Língua de Sinais Francesa, 
sendo reconhecida no país, como uma língua de estrutura própria e como a Língua Oficial da 
Pessoa Surda por meio da Lei 10.436/2002 de 24 de abril de 2002 (confira a Lei no anexo 1). Este 
reconhecimento se deu a partir da luta sistemática e constante das comunidades surdas.
A Lei 10.436/2002, em seu artigo 4º, estabelece que:
O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Fe-
deral devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia 
e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Li-
bras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação 
vigente. 
Desde o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais no país, observamos uma intensa movi-
mentação sobre a língua de sinais, que culminou em determinações governamentais presentes em 
outras leis, decretos e portarias que passam a fazer parte da vida de todos os cidadãos brasileiros.
O Decreto n°5.626 de 22 de dezembro de 2005 (confira o Decreto no anexo 2), regulamentou a Lei 
10.436/2002. O documento faz referência ao termo “surdo” que passa a substituir o termo “de-
ficiente auditivo”, presente em documentos legaisanteriores. Como já estudamos, o Decreto diz 
que a “pessoa surda é definida como aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage 
com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso 
da Língua Brasileira de Sinais” (Art. 2º, Decreto 5.626/2005).
O Decreto acima, também reconhece o direito dos surdos à educação bilíngue, na qual a língua de 
sinais ocupa o espaço de primeira língua, e a língua portuguesa como segunda. A modalidade oral 
da língua pode ser oferecida, mas, fora do espaço escolar.
Como já previsto na Lei 10.436, o Decreto estabelece que:
Art. 3º A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de 
professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudio-
logia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas 
de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
(...)
§ 2º A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação su-
perior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste
Decreto.
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No capítulo III do mesmo decreto são estabelecidas recomendações sobre a formação do profes-
sor e do instrutor de Libras, assim especificadas:
Art. 4º A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do ensino fundamental, 
no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível superior, em curso de gradua-
ção de licenciatura plena em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa como segunda 
língua.
(...)
Art. 9º A partir da publicação deste Decreto, as instituições de ensino médio que ofe-recem cursos 
de formação para o magistério na modalidade normal e as instituições de educação superior que 
oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de formação de professores devem incluir Libras como 
disciplina curricular, nos seguintes prazos e percentuais mínimos:
I - até três anos, em vinte por cento dos cursos da instituição;
II - até cinco anos, em sessenta por cento dos cursos da instituição; III - até sete anos, em 
oitenta por cento dos cursos da instituição; e IV - dez anos, em cem por cento dos cursos 
da instituição.
Parágrafo único. O processo de inclusão da Libras como disciplina curricular deve iniciar-se nos 
cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, am-pliando-se progressivamen-
te para as demais licenciaturas.
O Decreto também aborda os seguintes aspectos:
•	 Da formação do professor de Libras e do instrutor de Libras; 
•	 Do uso e da difusão da Libras e da língua portuguesa para o acesso das pessoas surdas 
à educação; 
•	 Da formação do tradutor e intérprete de Libras–língua portuguesa; 
•	 Da garantia do direito à educação e saúde das pessoas surdas ou com deficiência au-
ditiva. 
Prezado (a) aluno (a), com a Lei n° 10.346/2002 e o Decreto n 5.626/2005, os direitos linguísticos 
dos surdos estão defendidos por políticas públicas que se manifestam através da garantia de 
acesso e permanência de alunos surdos nas escolas de ensino regular, porém, ainda nos depa-
ramos com práticas não efetivas do cumprimento dos aspectos previstos na legislação vigente.
 
VOCê SAbIA?
Você sabia que existem outras legislações aplicáveis às questões relacionadas 
aos direitos do surdo. 
???
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Vamos conhecer?
LEIS
Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
Lei nº8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente - Educação Especial. 
Lei 10.098/94 - Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade 
das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. 
DECRETOS
Decreto Nº 186/2008 - Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiên-
cia e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007. 
Decreto nº 6.949/2009 - Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007. 
Decreto Nº 6.094/2007 - Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos 
pela Educação. 
Decreto Nº 6.215/2007 - Institui o Comitê Gestor de Políticas de Inclusão das Pessoas com Defi-
ciência – CGPD. 
Decreto Nº 6.571/2008 - Dispõe sobre o atendimento educacional especiali-zado. 
Decreto nº 2.208/1997 - Regulamenta a Lei n° 9.394/1996 que estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. 
Recentemente a Presidenta da República, Dilma Rousseff decretou e sancionou a Lei nº 13.055, 
de 22 de dezembro de 2014, que estabelece o Dia da LIBRAS:
Art. 1° Fica instituído o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS a ser comemorado 
no dia 24 de abril de cada ano.
 
PAlAVRAS FINAIS
A conquista destes direitos traz significativas mudanças na vida social e política não apenas para 
os surdos, mas para a sociedade brasileira como um todo.
Nesta unidade você estudou um pouco da história das Línguas de Sinais e alguns aspectos da 
legislação atual que garante os direitos linguísticos e sociais dos surdos no país. 
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Vimos que em vários momentos da história que as pessoas surdas eram simplesmente eliminadas 
por serem considerados incapazes e um impedimento aos interesses da sociedade da época.
Estudamos que antes do Congresso de Milão, a língua de sinais tinha seu valor para os surdos e 
várias escolas para surdos foram criadas em diversos países do mundo. Porém, no Congresso de 
Milão, a língua de sinais foi abolida da educação dos surdos e o oralismo, que tinha com objetivo 
oferecer competência da fala para o surdo, prevaleceu durante aproximadamente 100 anos como 
método mais adequado de comunicação. Após o declínio do oralismo, surgiu a comunicação total 
e estudiosos começam a refletir sobre a competência comunicacional para as pessoas surdas. O 
método Comunicação Total, aceita várias formas de comunicação como língua de sinais, gestos, 
oralização e outros; cria o que chamamos de bimodalismo, ou seja, o uso simultâneo de duas lín-
guas com estruturas totalmente diferentes.
Atualmente vivemos o modelo bilíngue de educação de surdos. Nesse modelo, a Língua de Sinais 
se torna a primeira língua de instrução da pessoa surda e a língua portuguesa a segunda (na mo-
dalidade escrita). Com o bilinguismo, várias foram as conquistas incorporadas aos surdos, como 
estudado no tópico da legislação. Neste tópico aprendemos sobre o reconhecimento da LIBRAS 
através da Lei n°10.436/2002 como língua oficial dos Surdos e o decreto 5.626/2005, onde a LI-
BRAS torna-se disciplina obrigatória nos cursos de fonoaudiologia e de formação de professores 
a nível médio e superior. Com isso, concluímos que os surdos cada vez mais estão garantindo seus 
direitos linguísticos e sociais, sendo respeitados por suas diferenças na sociedade.
ACESSE O AMbIENtE VIRtUAl
Não se esqueça de que as atividades estão disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem – 
AVA, pois elas possuem caráter avaliativo.
Sucesso nos estudos e até a próxima unidade!
Libras
UNIDADE 3
1
	
  
 
Para início de conversa
Olá, querido(a) aluno(a)! Tudo bem?
Você viu nas unidades anteriores que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a língua usada pela maioria 
dos surdos nos centros urbanos brasileiros. Na Unidade I, você aprendeu que é uma língua derivada tanto 
da língua da comunidade local (autóctone) quanto da língua gestual francesa. Na Unidade II você conhe-
ceu um pouco sobre a história da língua de Sinais e viu também que a Língua Brasileira de Sinais é uma 
língua reconhecida por Lei.
Nesta unidade, vamos aprender que a Libras é composta por níveis linguísticos como: Fonologia, Morfo-
logia, Sintaxe e Semântica assim como as diversas línguas naturais e humanas existentes. Sendo assim, 
para se comunicar em Libras, não basta apenas conhecer sinais, é fundamental o conhecimento da gra-
mática da Libras para combinar as frases, estabelecer uma comunicação.Para revisar
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre a Gramática da Libras, vamos relembrar alguns conceitos?
•	 Língua de sinais: As Línguas de Sinais não são universais. Cada país possui a sua própria língua 
de sinais, que sofre as influências da cultura nacional e alterações em sinais que diferem de região 
para região (os regionalismos), o que a legitima ainda mais como língua, portanto, devemos ter aten-
ção às suas variações em cada unidade de Estado Brasileiro. A Libras é a Língua Brasileira de Sinais; 
•	 alfabeto Manual: O alfabeto manual teve origem pela necessidade de representar as letras de 
forma visual, são formas de mãos que representam as letras do alfabeto. A datilologia é a soletração 
de uma palavra usando o alfabeto manual; 
•	 sinais: Assim como nas línguas orais existem palavras, nas línguas de sinais também existem 
itens lexicais, que recebem o nome de sinais. Os sinais surgem da combinação de configurações de 
mão, movimentos e de pontos de articulações realizados em locais no espaço ou no corpo. Nas lín-
guas de sinais estas configurações são conhecidas como os parâmetros e a união destes parâmetros 
formarão os sinais.
Assim, a Libras se apresenta como um princípio linguístico de comunicação de conceitos e acontecimen-
tos naturais de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
2
asPecTos LinGUísTicos da LínGUa BrasiLeira de sinais
A Libras é constituída de um sistema linguístico de comunicação, naturais de comunidades surdas do 
Brasil, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria.
Conforme já mencionamos anteriormente, prezado(a) aluno(a) a língua de sinais contém os mesmos com-
ponentes constitutivos encontrados nas línguas orais: um vocabulário – composto dos sinais convencio-
nais da comunidade que a produz; uma composição gramatical – sistema de regras que regem o uso do 
léxico.
A Libras enquanto língua, é composta de todos os elementos relacionados às línguas orais, como gramá-
tica, semântica, pragmática, sintaxe dentre outros, configurando assim, os requisitos necessários para ser 
considerada Língua. É uma língua viva e autônoma, reconhecida pela linguística.
Vamos agora conhecer os parâmetros utilizados na Libras. Vamos começar!
os Parâmetros da Libras
Nas línguas de sinais, o termo “sinal” é utilizado para indicar uma palavra. Os sinais são desenvolvidos 
através da combinação do movimento das mãos em um determinado formato em um determinado lugar 
(uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo). O conjunto destas combinações é chamado de 
parâmetros.
•	 configuração das Mãos (cM): são formas das mãos, podendo o alfabeto manual (datilologia) 
ou outras formas feitas pelas mãos. Estas formas podem ser feitas pelas duas mãos ou pela mão di-
reita para os destros, esquerda para os canhotos:
Figura 1 - Fonte: http://sereduc.com/e4DTRt 
http://sereduc.com/e4DTRt
3
Os sinais abaixo, por exemplo, possuem a mesma configuração de mão (com a letra S). A diferença é que 
cada uma é produzida em um ponto diferente no corpo.
Figura 2 - Fonte: http://sereduc.com/RBx1ot
•	 Ponto de articulação ou locação: é o lugar onde é feito o sinal, podendo tocar alguma parte do 
corpo ou estar em um espaço neutro.
Figura 3 - Fonte: http://sereduc.com/nrZS73
•	 Movimento: Os sinais podem ter um movimento ou não. Por exemplo, o sinal AJOELHAR não tem 
movimento; já o sinal RIR possui movimento.
Figura 4 - Fonte: http://sereduc.com/2pyVI0
http://sereduc.com/RBx1ot
http://sereduc.com/nrZS73
http://sereduc.com/2pyVI0
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•	 expressão facial e/ou corporal: A entonação em Língua de Sinais é feita pela expressão facial, 
sendo este parâmetro de fundamental importância para o entendimento real do sinal. Na Libras exis-
tem sinais realizados somente através de expressões faciais como LADRÃO, RELAÇÃO-SEXUAL, bem 
como a utilização de expressões faciais para reforçar a entonação dos sinais e de expressão corporal 
para marcar os turnos no discurso.
Figura 5 - Fonte: http://sereduc.com/HgfN3Y
•	 orientação ou direção: Os sinais têm uma direção e há uma oposição em relação à direciona-
lidade. Se relacionam a palma da mão: podendo ser para fora, para dentro, para os lados, para cima, 
para baixo. Conforme percebemos no exemplo abaixo:
Figura 6 - Adaptada - Fonte: (Enciclopédia de Capovilla & Raphael. 2004. p. 169-190) 
GUarde essa ideia!
Assim como na língua oral, os signos linguísticos devem ser considerados também 
na LIBRAS. 
Vamos entender um pouco mais sobre isto?
http://sereduc.com/HgfN3Y
5
A modalidade visual-espacial utilizada pela Libras é produzida e reconhecida pelos surdos e muitas pes-
soas, quando não conhecem a língua de sinais, pensam que os sinais são “desenhos” no ar apresentados 
pelos surdos. Partes dos sinais em decorrência de sua natureza linguística são criados pelas 
características reais daquilo que se refere, mas isso não é uma regra. a grande maioria dos si-
nais da Libras são arbitrários, não mantendo relação de semelhança alguma com seu referente.
Mas o que é Iconicidade na Libras? 
E Arbitrariedade?
iconicidade
Consiste na representação “figurativa ou pictoricamente” do objeto tomado como referente. A represen-
tação do sinal através do objeto utilizado como ícone. Uma foto é icônica, por exemplo, porque reproduzir 
a imagem do referente, isto é, a pessoa ou coisa fotografada. Assim também são alguns sinais da LIBRAS, 
gestos que fazem alusão à imagem do seu significado. Exemplos:
Figura 7 - Adaptada - Fonte: http://sereduc.com/om9pEz 
arbitrariedade
São representações que não mantêm nenhuma semelhança do objeto tomado como referente. A repre-
sentação do sinal sem semelhança com o objeto. Exemplos:
Figura 8 - Adaptada - Fonte: http://sereduc.com/0YXHD5
Existem outras categorias na língua portuguesa, que também existem na LIBRAS. Apresentaremos a se-
guir alguns exemplos destas categorias:
•	 a grafia
Os sinais em LIBRAS são representados graficamente na Língua Portuguesa em letra maiúscula. 
Ex.: CASA, INSTRUTOR.
http://sereduc.com/om9pEz
http://sereduc.com/0YXHD5
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•	 a datilologia (alfabeto manual)
Usados para expressar nomes de pessoas, lugares e outras palavras que não possuem sinal, graficamente é 
representada pelas palavras separadas por hífen. Ex.: M-A-R-I-A, H-I-P-Ó-T-E-S-E.
•	 as frases
Obedecem à estrutura da LIBRAS, e não a do Português. Isso quer dizer que muitas vezes usaremos a forma: 
TÓPICO-COMENTÁRIO. Ex.: BANANA VOCÊ GOSTAR (Você gosta de banana?) Perceba que o “assunto princi-
pal”, ou seja, o tópico vem antes do comentário, que é o restante da oração.
•	 verbos
São apresentados no infinitivo. Todas as concordâncias e conjugações são feitas no espaço. 
Ex.: EU QUERER ÁGUA.
Na LIBRAS há basicamente dois tipos de verbo:
a) Verbos que não que concordam (não possui concordância), embora possam ter flexão para aspecto verbal. 
Exemplo: EU TRABALHAR ESCOLA “eu trabalho na escola”; ELE/A TRABALHAR ESCOLA “ele/a trabalha na 
escola”; ELES/AS TRABALHAR ESCOLA “eles/as trabalham na Escola”;
b) Verbos que possuem uma concordância que está associada a um dos parâmetros na configuração da frase.
concordância número-pessoal: a orientação marca as pessoas do discurso. O ponto inicial concorda com 
o sujeito e o final com o objeto. Exemplos:
1s RESPONDER 2s “eu respondo a você”;
2s RESPONDER 1s “você me responde”
concordância de gênero: são verbos classificadores porque a eles estão incorporados, através da configu-
ração de mão, uma concordância de gênero: PESSOA, ANIMAL ou COISA.
concordância com a localização: são verbos que começam ou terminam em um determinado lugar que 
se refere ao lugar.
1. concordância número-pessoal => parâmetro orientação
2. concordância de gênero e número => parâmetro configuração de mão
3. concordância de lugar => parâmetro ponto de articulação
 
•	 advérbios de tempo
Não há marca de tempo nas formas verbais na Libras, é como se os verbos das frases ficassem quase 
sempre no infinitivo. O tempo é marcado sintaticamenteatravés de advérbios de tempo que indicam se 
a ação está ocorrendo no presente: HOJE, AGORA; ocorreu no passado: ONTEM, ANTEONTEM; ou irá 
ocorrer no futuro: AMANHÃ.
7
•	 adjetivo
Os sinais de adjetivos formam uma classe particular na Libras e sempre estão na forma neutra, não haven-
do, alterações quanto para gênero (masculino e feminino) ou para número (singular e plural).
Figura 9 - Adaptada - Fonte: http://sereduc.com/Mfa6zA 
Em relação à posição dos adjetivos na frase, geralmente são apresentados após o substantivo que quali-
fica. Exemplos: PASSADO EU MAGRO NÃO GOSTAR COMER, AGORA EU GORDO COMER MUITO.
•	 Pronome na Libras
Pronomes pessoais:
O sinal para todos os pronomes do singular é o mesmo, ou seja, a configuração da mão predominante é 
em “d” (veja alfabeto manual), o que difere uma das outras é a orientação da mão:
EU - indicador apontado para o peito do emissor (a pessoa que está falando); 
VOCÊ- indicador apontado para o receptor (a pessoa com quem se fala);
ELE/ELA - indicador apontado para uma pessoa que não está na conversa.
No que se refere aos pronomes do plural sendo este dual, a mão ficará com o formato de dois, no trial o 
formato será de três e o sinal feito pela mão predominante com a configuração em “d” fazendo um círculo 
na representação de um grupo.
Processos de composição das palavras em Libras
No processo de formação de palavra são utilizados itens lexicais que são morfemas livres que se justa-
põem ou se aglutinam para formarem um novo item lexical.
Na Libras um dos exemplos desses processos são realizados através da justaposição de dois itens lexi-
cais, ou seja, dois sinais que formam uma terceira forma livre como, por exemplo, nos itens lexicais:
CAVALO^LISTRA-PELO-CORPO = (CAVALO + LISTRA-PELO-CORPO = “zebra”); MULHER^BEIJO-NA-MÃO = 
(MULHER + BEIJO-NA MÃO = “mãe”); CASA^ESTUDAR = (CASA + ESTUDAR “escola”).
http://sereduc.com/Mfa6zA
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semelhanças e diferenças entre as línguas
Quando falamos em língua de sinais, estamos fazendo referência a uma língua de produção manual, 
motora e de recepção visual, que possui um vocabulário e gramática próprios, são independentes de uma 
língua oral, utilizada pela comunidade surda e alguns ouvintes, como parentes de surdos, intérpretes, 
professores e outros.
Querido(o) estudante, agora vamos conhecer os aspectos comuns!
•	 arbitrariedade: também está presente nas línguas de sinais e é mais comum que a iconicidade, 
isso quer dizer que temos mais sinais na Libras arbitrários do que icônicos, sendo assim esses serão 
muito difícil de entender o significado apenas pela representação na Libras. Nas línguas orais, o léxico 
é composto por signos arbitrários também!
•	 comunidade: São os falantes da língua. Assim como nas línguas orais os falantes são aqueles 
que compartilham entre si a língua, o que também acontece nas línguas de sinais.
•	 sistema linguístico: as línguas orais são sistemas gráficos regidos por regras. Da mesma forma 
acontece com as línguas de sinais.
•	 Produtividade: diz respeito à possibilidade de nós falantes da língua usarmos e compreender-
mos infinitas palavras e sentenças na língua, tanto as línguas de sinais como as orais possuem esta 
produtividade. 
•	 evolução e renovação: como o próprio nome já revela é o fenômeno que as línguas sofrem, 
tanto de sinais como orais, devido ao desuso e o acréscimo de novas palavras, é exatamente uma 
renovação no léxico da língua, isso quer dizer que usamos palavras hoje, por exemplo, que não eram 
usadas antigamente.
•	 aquisição: a aquisição das línguas de sinais é natural, porém precisa ter um ambiente linguisti-
camente favorável, com a língua de sinais em circulação e uso. Na língua oral acontece de igual forma.
Outra semelhança entre as duas línguas é que quando se aprende uma língua, está aprendendo também 
a utilizá-la a partir do contexto. Os usuários de qualquer língua podem expressar seus pensamentos 
diferentemente: o modo de se falar com um amigo não é igual ao de se falar com uma pessoa estranha.
aspectos específicos da Libras
Estudiosos da linguística da língua de sinais nos mostra algumas propriedades exclusivas da língua, tais 
como: o uso de sinais simultâneos, o uso do espaço e a organização e ordem da representação dos sinais.
Assim, na comunicação (expressão e compreensão) das línguas de sinais é usada à modalidade gesto-
-visual, usamos gestos para nos expressar e a visão para compreender a língua. Além do mais, lembre-se: 
a língua de sinais não é universal.
As línguas de sinais não seguem a mesma estrutura sintática (ordem das palavras na frase) das línguas 
orais, assim o importante é não realizar uma “tradução literal”, pois não será compreendido como língua 
de sinais, mas uma sinalização da língua oral, por exemplo, o português sinalizado – que seria sinais da 
Libras na estrutura do português – por isso precisamos entender que as línguas de sinais têm sua gramá-
tica própria!
9
aspectos gramaticais em Libras
Preposições e conjunções:
Ex.: EU IR CASA. (LIBRAS)
Eu vou para casa. (LP)
verbo ser e estar:
Ex.: VOCÊ BONITO(A). (LIBRAS)
Você é bonito(a). (LP)
EU FELIZ! (LIBRAS)
Eu estou feliz! (LP)
PaLavras Finais
Nesta unidade, vimos que a língua de sinais é a língua materna para os surdos e, após o seu reconheci-
mento através da Lei 10.436, ela deixa de ser considerada mímica ou gestos utilizados por sujeitos surdos 
como meio de comunicação, recebendo o status de língua por possuir todos os elementos estruturais que 
formam todas as línguas, sejam elas línguas orais ou línguas de sinais.
Assim, identificamos que existem muitas semelhanças entre a língua de sinais e a língua oral, bem como 
existem muitas diferenças gramaticais que vão constituir elementos específicos das línguas de sinais.
Vimos também, os parâmetros linguísticos da Libras são correspondentes aos fonemas e morfemas utili-
zados nas línguas orais. E assim como novas palavras surgem na língua oral à medida que os morfemas 
são combinados, assim também novos sinais surgem a partir da combinação destes parâmetros.
O importante é sempre reconhecer a complexidade da Libras enquanto uma língua legítima de pessoas 
surdas, e que a difusão desta língua determinará a melhor inserção dos surdos nos ambientes sociais a 
partir da comunicação em sua língua natural.
acesse o aMBienTe virTUaL
Realize as atividades no ambiente para fortalecer o que foi aprendido nesta unidade. 
Lembramos que as atividades são avaliativas e que precisam ser realizadas para um bom desempenho 
na disciplina. 
Aguardamos você na Unidade IV. Bons estudos!
Libras
UNIDADE 4
1
 UNIDADE 4
Para início de conversa
Caro(a) estudante, tudo bem?
Você já conhecia a Libras antes de nossa disciplina?
Você já conhece algum sinal da Libras?
Já teve a experiência de se comunicar com uma pessoa surda?
Quando entramos em contato com o aprendizado de uma segunda língua é fundamental conhecermos não 
somente as palavras que compõem aquela língua, mas também compreender como é o seu funcionamen-
to, suas regras, estrutura e o uso em diferentes contextos.
Como você bem sabe, a Libras é uma língua de modalidade gesto-visual, ou seja, não basta conhecermos 
os sinais que fazem parte da língua, é preciso, além de tudo, compreendermos seus aspectos linguísticos 
e as especificidades, pois somente assim poderemos fazer uma comunicação eficaz.
Por isso, antes de aprender os sinais da Libras você entrou em contato, na Unidade 3, com os aspectos 
linguísticos da Língua de Sinais, para que tivesse uma base linguístico-gramatical da Libras e, conse-
quentemente, um fator a mais no seu aprendizado! Se achar importante, retome ao material da unidade 
passada: guia vídeo e/ou livro da disciplina e demais materiais disponibilizados para o seu aprendizado!
orientações da disciPlina
Nesta unidade vamos conhecer alguns aspectos lexicais da Libras (alfabeto, números, saudações), seu 
uso e regras gramaticais realizando assim uma introdução da prática da Libras para que vocêpossa ad-
quirir novos conhecimentos e usá-los em seu dia a dia.
2
PrÁtica introdUtÓria da liBras
Como você já sabe, a Língua Brasileira de Sinais é uma língua gesto-visual, por isso ao longo de nossos 
estudos dos sinais da Libras, quando houver a necessidade de traduzirmos um sinal, será usado um siste-
ma de transcrição em Libras, escrito com palavras do português, mas com a ordem da Libras. Este sistema 
foi apresentado pela Professora Tanya Felipe, denominado Sistema de Notação de Palavras.
Agora, querido(a) estudante, você irá conhecer o Sistema de Notação de Palavras:
•	 Os sinais em Libras serão representados por palavras da Língua Portuguesa em letras maiúsculas;
•	 A datilologia (alfabeto manual) estará representada pela palavra separada, letra por letras, por 
hífen;
•	 Os sinais que se referem a gêneros masculino/feminino estarão representados com palavras com 
o @ final, pois na Libras não temos a desinência de gênero.
GUarde essa ideia!
Não esqueça! Sempre que se deparar com transcrição, não é a escrita de sinais, é a ordem dos sinais a 
serem utilizados. 
Agora que você já conhece o funcionamento linguístico da Libras, vamos começar a colocar em prática! 
Iremos iniciar pelo Alfabeto manual, você já o conhece? 
Se ainda não conhece, a partir de agora poderá conhecê-lo e usá-lo no seu cotidiano, praticar e quem sabe 
usá-lo ao se comunicar com as pessoas surdas!
alfabeto Manual
O alfabeto manual é a representação das letras do alfabeto de forma visual, seu uso é especialmente no 
caso de:
a) Indicar nosso nome. No exemplo a seguir: Pedro, Ana e Maria.
Figura 1 - Fonte: Adaptação do(a) professor(a)
3
b) Para algumas palavras que não tem sinal em Libras, então fazemos uso da datilologia (soletramos).
c) Ou ainda em sinais da Libras que sofreram empréstimos linguísticos do português como é o exemplo, 
a seguir, B-A-R e N-U-N-C-A:
Figura 2 - Fonte: Adaptação do(a) professor(a)
d) Ensino da língua Portuguesa para pessoas surdas, para indicar a palavra em português.
dica 
Não é possível estabelecer comunicação usando apenas o alfabeto manual, pois é 
apenas um recurso da Libras e é usado apenas nas situações que foram ilustradas!
Prezado(a) aluno(a), antes de conhecermos o nosso alfabeto manual, vamos relembrar os alfabetos manu-
ais de outros países, como mencionamos no Guia da Unidade 1?
Alfabeto Manual da Língua Gestual Portuguesa
Figura 3 - Fonte: http://sereduc.com/cv4ypq
http://sereduc.com/cv4ypq
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Alfabeto Manual da Língua Americana de Sinais
Figura 4 - Fonte: http://sereduc.com/pvmdkK
Alfabeto Manual da Língua Francesa de Sinais
Figura 5 - Fonte: http://sereduc.com/wEDgWj
http://sereduc.com/pvmdkK
http://sereduc.com/wEDgWj
5
Agora que você conheceu outros alfabetos das línguas de sinais pelo mundo, conheça o Alfabeto Manual 
da Língua Brasileira de Sinais:
 Alfabeto Manual da Língua Brasileira de Sinais
Figura 6 - Fonte: http://sereduc.com/COmjXE
dicas 
Não deixe de assistir aos vídeos da disciplina no ambiente! Lá também temos uma rá-
pida demonstração do alfabeto manual da Libras. Fique atento as letras que são muito 
parecidas e podem ser confundidas na hora de usarmos: como é o caso do T e do F ou 
do Q e do G.
Como você já estudou nas outras unidades, os sinais são formados também pelas configurações de mão, 
portanto, as letras do alfabeto também são configurações de mão! 
Fique atento!
visite a PÁGina
Se você deseja conhecer mais sinais que são realizados com as configurações de mão 
das letras do alfabeto, acesse o site a seguir, e escolha os sinais que gostaria de apren-
der! Trata-se de um excelente dicionário e disponível gratuitamente! Clique aqui para 
acessar.
http://sereduc.com/COmjXE
http://www.acessibilidadebrasil.org.br/libras/
http://www.acessibilidadebrasil.org.br/libras/
6
números
Você imagina como os números são representados na Língua Brasileira de Sinais?
Usamos gestos para indicar quantidades? 
Ou há sinais específicos para esse contexto?
Você entenderá a partir de agora. Vamos começar!
Na LIBRAS precisamos entender o contexto no qual o número será usado: se para comunicar quantidade, 
se para comunicar números cardinais (código) ou ordinais, para cada um desses, temos sinais diferentes!
•	 Números Cardinais
Os números cardinais, ao comunicar quantidade. Esses números nós usamos ao nos expressar quantida-
des de objetos, por exemplo: duas bolas, três carros, quatro pessoas.
 Devem ser representados assim: 
Figura 7 - Fonte: http://sereduc.com/Dchxwa
Para representar os números cardinais (código), usamos, por exemplo, para número do telefone, idade, 
número de documentos e legislações (como a Lei 10.436).
Representamos da seguinte forma: 
Figura 8 - Fonte: http://sereduc.com/wS1lAP
Perceba que os números cardinais para quantidade e código só se diferem do 1 ao 4, portanto a partir do 
número 5 usamos os mesmos sinais para representar ambas formas.
http://sereduc.com/Dchxwa
http://sereduc.com/wS1lAP
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•	 Números Ordinais
No caso dos números ordinais também faremos uma diferenciação: usamos a mesma configuração dos 
números cardinais acrescentando o movimento: do número 1 ao número 4 movimentamos de cima para 
baixo e do 5 ao 9 para os lados, veja na figura:
Figura 9 - Fonte: http://sereduc.com/8T2Jhl
Fique atento: só fazemos movimento nos números ordinais até o 9º a partir do 10º não fazemos movimento!
Palavras Finais
Caro(a) estudante, nesta unidade nós realizamos uma prática introdutória da Libras, abordando o alfabeto 
manual e suas diferentes representações ao redor do mundo, entendemos quando é necessário fazer seu 
uso e a transcrição dos sinais da Libras para o Português. 
Também estudamos os números e suas diferentes representações no contexto: código, quantidade ou 
ordem.
Ao encontrar um surdo, você já pode tentar iniciar um diálogo e aprender mais sinais! 
Não deixe de praticar e adquirir mais sinais da Libras, eles são importantes na sua formação profissional!
acesse o aMBiente virtUal
Não se esqueça de que as atividades estão disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, pois 
elas possuem caráter avaliativo. 
No ambiente também temos os vídeos e outros materiais da disciplina que são excelentes guias para o 
aprendizado!
Tenha um excelente aproveitamento da disciplina!
http://sereduc.com/8T2Jhl

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