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B R A S I L - M A I O D E 2 0 2 1 Em 1998 o Conselho Nacional de Saúde (CNS), por meio da Resolução n. 287 de 1998, definiu que as seguintes categorias profissionais de nível superior possuem área de atuação diretamente relacionada com o sistema de saúde e com a efetivação do direito à saúde pelo Estado brasileiro: Assistentes Sociais, Biólogos, Biomédicos, Profissionais De Educação Física, Enfermeiros, Farmacêuticos, Fisioterapeutas, Fono-Audiólogos, Médicos, Médicos Veterinários, Nutricionistas, Odontólogos, Psicólogos E Terapeutas Ocupacionais. Porém, esta resolução foi editada 20 anos antes da Regulamentação da Profissão de Esteticista através da Lei 13.643/18, isso significa que o fato de os esteticistas não estão relacionados na Resolução 287 do CNS que ele não é um profissional da saúde visto que todo restante de sua regulamentação a refere como uma atividade da saúde. Desde (2011), os esteticistas foram reclassificados para a Classificação Brasileira de Ocupação CBO 3221 - Tecnólogos e técnicos em terapias complementares e estéticas, passando a compor a mesma CBO dos Técnicos de acupuntura, quiropraxistas, podólogos e massoterapeutas, profissionais que atuam na área da saúde, serviços sociais e serviços pessoais. Dentre as atividades exercidas e constantes na CBO dos esteticistas estão aplicar procedimentos em pré e pós cirúrgicos; aplicar técnicas de eletroterapia (pré e pós cirúrgica, tratamentos facial, corporal e capilar); aplicar emolientes, medicamentos, cosméticos e cosmecêuticos; prescrever cosméticos, cosmecêuticos e óleos essenciais; trabalhar em equipe multi e interdisciplinar, dentre várias outras as quais já eram de sua competência como as práticas de embelezamento. Assim como a CBO, o MEC classifica os Cursos de Estética e Cosmética no eixo ambiente e saúde, estabelecendo como áreas de prosseguimento dos estudos pós- graduações interdisciplinares na área de Saúde e Ciências Biológicas, entre outras. P Á G I N A 1 O esteticista é um Profissional Liberal, ou seja, tem formação técnica em determinado ramo ou área do conhecimento, que pode ser obtida pela graduação ou curso técnico. Além disso, sua área de atuação é regulamentada em lei e pode ser registrado em um conselho de classe. Por ser um profissional liberal o direito que regula a atuação do esteticista é chamado de Direito Privado que tem como princípio constitucional que tudo o que não for expressamente proibido em lei, lhe é permitido fazer, tendo como base os princípios norteadores da lei que o regulamentou. A Lei que regulamenta a profissão do Esteticista é a lei 13.643/18 e a única proibição que a lei traz é quanto ao exercício da “estética médica” com base no artigo 4º da lei do Ato Médico. Procedimentos injetáveis não são privativos de médicos, assim o Esteticista tem permissão legal para a sua realização, desde que possua formação que o habilite para realizar o procedimento. A lei 13.643/18 no seu artigo 6º estabelece como competência para o Esteticista e Cosmetólogo a Responsabilidade Técnica pelos centros de estética que executam e aplicam recursos estéticos, observado o disposto nesta Lei. Importante observar que essa responsabilidade técnica não pode ser exercida pelos Técnicos em Estética visto que a lei deixou específico para os Graduados em Ensino Superior em Estética e Cosmética. O Esteticista não precisa ser inscrito em nenhum Conselho Profissional para ser responsável técnico enquanto não for criado o Conselho Federal de Estética visto que a RDC 63 de 2011 da ANVISA diz que o Responsável Técnico é profissional de nível superior legalmente habilitado, que assume perante a vigilância sanitária a responsabilidade técnica pelo serviço de saúde, conforme legislação vigente. Ou seja, a lei 13.643/18 é a legislação vigente que habilita o Esteticista como Responsável Técnico. P Á G I N A 2 A AUSÊNCIA DO CONSELHO FEDERAL DE ESTÉTICA IMPEDE O ESTETICISTA DE REALIZAR ALGUM PROCEDIMENTO? O Conselho Federal é uma autarquia criada exclusivamente pelo Presidente da República com a finalidade de regular e fiscalizar a atuação da profissão, tanto de seus integrantes quanto de falsos profissionais que exerçam ilegalmente a profissão. A ausência do Conselho Federal não traz nenhum prejuízo ao esteticista vista que a lei que regulamenta a profissão já orienta os deveres e garante os direitos de todos os esteticistas, além de que o Estado tem os demais órgãos de fiscalização para impedir que o esteticista não realize os procedimentos expressamente proibidos na lei 13.643/18. Apesar de poder ser assustadora esta resposta, precisamos entender como funciona o exercício das profissões no Brasil. A constituição federal de 1988 estabeleceu em seu artigo 5º, inciso XIII, a seguinte regra para o exercício de trabalho ou profissão: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;” Até a lei 13.643 entrar em vigor, os procedimentos estéticos eram apenas uma atividade profissional, assim, os Conselhos Federais de Biomedicina, Fisioterapia, Farmácia, Enfermagem e outros, editaram resoluções que autorizando os profissionais desta área a trabalhar com procedimentos estéticos. Acontece que, quando a profissão do Esteticista foi regulamentada, os procedimentos estéticos faciais, corporais e capilares passaram a ser competência somente do Esteticista, sendo garantido a todos que já trabalhavam na área a mais de 3 anos ou que possuíssem curso na área de estética a continuarem exercendo a atividade com as prerrogativas de Técnico de Estética. Todos os cursos realizados por estes profissionais após a entrada em vigor da lei que regulamentou a profissão não possuem validade legal pois contraria a ordem constitucional sobre a qualificação profissional. P Á G I N A 3 Da mesma forma que as pós graduações e os cursos de extensão universitária, os cursos livres só servem para habilitar (trazer novas habilidades) para os profissionais técnicos em estética e esteticistas e cosmetólogos. Cursos livres não qualificam ninguém a exercer a profissão de esteticista. O catálogo nacional de Cursos de Tecnologia de 2016 descreve como possibilidades de prosseguimento de estudos na Pós-Graduação: Pós-graduação Interdisciplinar na área de Saúde e Ciências Biológicas, entre outras. Ou seja, Por mais que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação permita às Instituições de Ensino estabelecer critérios para o ingresso em seus cursos, ela não pode impedir que o Esteticista faça os cursos que o MEC já autorizou. Caso a Instituição de Ensino tente impedir o ingresso do Esteticista em alguma pós- graduação interdisciplinar na área da saúde ela está cometendo a prática abusiva descrita no artigo 39, inciso IX do Código de Defesa do Consumidor: “recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais”. Nesta mesma prática incorre também qualquer fornecedor que dificulte ou se negue a fornecer produtos para o qual o esteticista possua comprovação de habilitação técnica para realizar. Todos esses casos devem ser imediatamente informados ao PROCON para abertura de processo administrativo conta o fornecedor dos produtos e contra as Instituições de Ensino. P Á G I N A 4
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