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Alexandre, o Grande, é um dos nomes mais conhecidos quando se fala no Império Macedônico, por ter criado o maior império que se tinha conhecimento até então. Sua importância ultrapassa o campo político, alcançando, também, a cultura que surgiu, sob seu domínio, denominada cultura helenística. IMPÉRIO MACEDÔNICO Módulos 61 e 62 131 Na Antiguidade, os macedônios viviam na região ao norte da Grécia e praticavam a agricultura e o pastoreio. Embora se considerassem gregos, estes os consideravam estrangeiros, apesar de os dois povos possuírem língua e costumes comuns. Atualmente, o antigo Reino da Macedônia faz parte da Grécia MACEDÔNIA Politicamente, a Macedônia estava unificada sob o comando de um rei, tendo a cidade de Pela como capital. Os reis macedônicos afirmavam serem descendentes de deuses gregos, e as famílias nobres enviavam seus filhos para serem educados na Grécia em razão da proximidade geográfica Ruínas da antiga cidade de Pela, atualmente. Em 359 a.C., aos 23 anos de idade, Filipe subiu ao trono. Ao se tornar rei, mandou cunhar moedas com a efígie de Zeus e de Héracles (Hércules, na mitologia romana), para afirmar ao mundo que a sua família reunia o poder divino e a força sobrenatural. Como governante da Macedônia, Filipe II modernizou a região, construindo estradas e fortalezas e incentivando o comércio. Também organizou um poderoso exército, que seu filho, Alexandre, herdou. FILIPE II Didracma de Amintas III, apresentando o herói Héracles (Hércules) com o chapéu de pele de leão no anverso Cunhada em Anfípolis, entre 355 e 345 a.C. Traz o deus Zeus no anverso Filipe II ambicionava conquistar os territórios da Grécia e o Império Persa. Para conquistar a Península Balcânica, ele se aproveitou do enfraquecimento generalizado provocado pela Guerra do Peloponeso. Utilizou como pôde a diplomacia, estimulou rivalidades entre grupos e cidades, atacou navios, prejudicando rotas comerciais, subornou líderes e exércitos, entre outras estratégias. Em 338 a.C., as tropas macedônicas derrotaram os exércitos de Tebas e Atenas, na chamada Batalha de Queroneia. FILIPE II Em seguida, Filipe II organizou as cidades-Estado sob o seu comando e fundou a Liga de Corinto, cujo objetivo era manter a Grécia unida, sendo seu comandante para a guerra contra a Pérsia. Dois anos após sua vitória, em Queroneia, ele foi assassinado por um oficial de sua guarda pessoal, Pausânias. Seu filho, Alexandre, aos quase 20 anos de idade, herdou seu trono e seu sonho de conquistar a Ásia. Alexandre nasceu em Pela, na Macedônia, em 356 a.C. Desde criança, destacava- se em todos os jogos e era um grande cavaleiro. Seus atos de agilidade, coragem e força circulavam de boca em boca, e o povo o via como filho de Zeus. Sua mãe, Olímpia, afirmava que ele fora gerado por Aquiles. Foi aluno de Aristóteles, filósofo que lhe transmitiu o gosto pela mitologia, poesia e filosofia. ALEXANDRE E O IMPÉRIO MACEDÔNICO Aproveitando-se da instabilidade macedônica, no período entre a morte de Filipe II e a consolidação de Alexandre, algumas cidades gregas se revoltaram e tentaram desfazer a Liga de Corinto. Tebas liderou a revolta, mas Alexandre arrasou a cidade, poupando a casa do poeta Píndaro, um dos mais importantes da história da literatura. ALEXANDRE E O IMPÉRIO MACEDÔNICO Busto do poeta Píndaro As demais cidades gregas acabaram se rendendo e deram ao jovem rei plenos poderes sobre seus exércitos, com exceção de Esparta, que já havia se recusado a participar da Liga de Corinto, promovida por Filipe II. Desde então, Alexandre passou a concretizar o sonho de seu pai: invadir a Pérsia. Calcula-se que, nessa empreitada, o exército de Alexandre era composto de cerca de 40 mil soldados. ALEXANDRE E O IMPÉRIO MACEDÔNICO O Império Persa era governado por Dario III, que confiava na superioridade numérica para enfrentar Alexandre. Os dois exércitos confrontaram-se às margens do Rio Granico. Alexandre desfechou um ataque surpresa contra os persas, o que lhe rendeu vantagem imediata, garantindo-lhe a vitória em 334 a.C. O IMPÉRIO DE ALEXANDRE A vitória de Granico abriu as portas da Ásia. Após outra derrota, numa fuga precipitada, o rei persa abandonou seu exército e sua família, que foi capturada em 333 a.C. Ao saber da captura da família real, Alexandre acolheu a esposa e as duas filhas de Dario III em seu acampamento e ordenou que recebessem o mesmo tratamento luxuoso a que estavam acostumadas. O IMPÉRIO DE ALEXANDRE Batalha de Granico, ocorrida em maio de 334 a.C., em representação feita por Francesco Fontebasso, no século XVIII. Por terra e por mar, o Império Persa ia diminuindo de tamanho e passando para as mãos de Alexandre, que expulsou os persas do Mar Mediterrâneo, controlando o tráfego marítimo de Chipre e Tiro. Anexou Damasco e Jerusalém, chegando até o Egito, onde fundou a cidade de Alexandria, que se tornou o principal foco de irradiação da cultura helenística na Antiguidade. Em 331 a.C., o terceiro e último confronto com Dario III consolidou o domínio macedônico sobre o Império Persa. Batalha de Issus ( conquista da Pérsia ) 333 A.C. Entre 336 a.C. e 323 a.C., Alexandre conquistou um imenso território, que abrangia terras no Ocidente e no Oriente, formando o maior Império da História, até então. A administração de seu gigantesco Império foi realizada por meio de alianças com as lideranças políticas locais. Alexandre permitiu que algumas instituições, religiões e costumes locais se mantivessem. Incorporou ao seu exército forças da cavalaria persa e permitiu que os soldados recebessem instrução de técnicas militares macedônicas. Entretanto, ele não teve tempo para montar um governo estável. Alexandre, o Grande, chegando à Babilônia, de Johann Georg Platzer, obra produzida no século XVIII. Em 323 a.C., Alexandre chegou à Babilônia e, em junho, uma febre o atacou, vitimando-o em 13 de junho de 323 a.C., semanas antes de completar 33 anos de idade. Ao morrer, após 11 anos de guerra, em 323 a.C., seu vasto império foi disputado entre seus generais, que fragmentaram o território em três grandes reinos: o Egito ficou com Ptolomeu; a Macedônia, com Antígono; e a Ásia, com Seleuco. Esses reinos acabaram se desmembrando em outros menores. Ptolomeu Antígono Seleuco Enquanto os generais disputavam a herança de Alexandre e, por esse motivo, enfraqueciam, uma nova potência estava se formando na Península Itálica – Roma –, que acabou por se tornar a nova senhora do mundo e dona de um território ainda maior que o de Alexandre. Sarcófago de Alexandre, o Grande. O túmulo foi enfeitado com esculturas de macedônios caçando leões com Abdalonymus e com os persas; encontra-se no Museu Arqueológico de Istambul, na Turquia.
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