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Histologia II - Histologia Médica

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ENZO AMARAL AVIDAGO - 2º PERÍODO / 2019.1 
 PROF. JULIANA CORREA DE CARMO CANCINO 
ENZO AMARAL AVIDAGO - 2º PERÍODO / 2019.1 
 PROF. JULIANA CORREA DE CARMO CANCINO 
 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
1 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
- Formada por uma porção epitelial de origem ectodérmica, a epiderme, e uma porção conjuntiva de origem mesodérmica, a derme. 
Dependendo da espessura da epiderme, distinguem-se a pele fina e a espessa; 
- Abaixo da derme encontra-se a hipoderme ou tecido celular subcutâneo, que não faz parte da pele, apenas serve de união com os órgãos 
subjacentes; é um tecido conjuntivo frouxo que pode conter muitas células adiposas, constituindo o panículo adiposo; 
- As junções entre a epiderme e a derme são irregulares; as projeções da derme na epiderme, papilas dérmicas, aumentam a coesão entre essas 
duas camadas; 
- Pelos, unhas e glândulas sudoríparas, sebáceas e mamárias são estruturas anexas da pele. 
 
2. FUNÇÕES 
 
- Protege o organismo contra a desidratação e atrito; 
- Proteção contra a entrada de microrganismos → células justapostas formam uma barreira contra invasão de antígenos. 
- Recepção de estímulos (presença de terminações nervosas sensoriais) → terminações nervosas livres (dor e temperatura), corpúsculo de Vater-
Pacini (pressão), corpúsculo de Meissner (táctil), corpúsculo de Krause (sensibilidade ao frio), corpúsculo de Ruffini (sensibilidade ao calor); 
- As glândulas, vasos sanguíneos e tecido adiposo colaboram para a manutenção da temperatura corporal (termorregulação); 
- O pigmento melanina produzida pelos melanocitos e acumulada na derme promove a proteção contra raios UV; 
- Presença de precursores da vitamina D3 na pele (fixação óssea de cálcio), ativados por ações dos raios UV, promovendo sua síntese. 
 
3. EPIDERME 
 
 Estrutura mais superficial da pele, formada pelo tecido epitelial de revestimento pavimentoso estratificado queratinizado. 
• PELE ESPESSA → mais complexa; encontrada na palma das mãos, na planta dos pés e em algumas articulações. 
a. Camada basal: repousa sobre a membrana basal, rica em células tronco da epiderme (renovação da região interna para a externa); 
alta atividade mitótica, sendo responsável pela renovação do epitélio, juntamente com a camada espinhosa. 
b. Camada espinhosa: presença de expansões citoplasmáticas contendo feixes de filamentos de queratina (tronofilamentos); esses 
prolongamentos do citoplasma possuem desmossomos responsáveis pela união das células adjacentes. 
c. Camada granulosa: citoplasma carregado de grânulos querato-hialinos (queratina com maior peso molecular), que não são envolvidos 
por membrana; há também a presença de grânulos lamelares, que fazem a deposição de lipídeos na camada intercelular, promovendo 
a impermeabilização. 
d. Camada lúcida: mais evidente na pele espessa, é constituída por uma delgada camada de células translúcidas, cujos núcleos e organelas 
citoplasmáticas foram digeridos por enzimas dos lisossomos e desaparecem (apoptose). Apresenta numerosos filamentos de queratina 
no citoplasma. 
e. Camada córnea: formada apenas por placas de queratina (não possui células), possui espessura variável; o citoplasma encontra-se 
repleto de queratina; 
 
Enzo Amaral Avidago 
2 
 
 
 
• PELE FINA → nesse tipo de pele, a epiderme é mais simples, faltando frequentemente as camadas granulosa e lúcida e apresenta uma 
córnea muito reduzida; encontrada no restante do corpo, onde não é revestido pela pele espessa. 
 Presença de glândulas sebáceas e folículos pilosos na derme. 
 
4. CÉLULAS DA EPIDERME 
 
• QUERATINÓCITOS → tipo celular mais abundante no sistema tegumentar; presente em todas as camadas da epiderme; armazena a 
melanina produzida pelos melanócitos. 
 A composição dos tonofilamentos se modificam à medida que os queratinócitos se diferenciam; as células da camada basal apresentam 
queratina de baixo peso molecular, enquanto os queratinócitos mais diferenciados sintetizam queratina com peso molecular maior. 
• MELANÓCITOS → sintetizam e secretam o pigmento de melanina, responsável pela coloração da pele e pela proteção contra os raios 
ultravioletas; apresentam-se apoiados na membrana basal; seus prolongamentos citoplasmáticos chegam à camada espinhosa. 
 A exposição à luz solar promove o escurecimento da melanina, e o aumento desta nos queratinócitos. Porém a exposição prolongada 
provoca estresse nos melanócitos, provocando a estimulação desenfreada destes, provocando o desenvolvimento de câncer de pele. 
• CÉLULAS DE LANGERHANS → distribuídas por toda a epiderme, entre os queratinócitos, originadas na medula óssea; participam nas reações 
imunitárias (identificam os antígenos e estimula os linfócitos T, contra esses corpos). 
• CÉLULAS DE MERKEL → mais abundantes em peles espessas, apoiadas na membrana basal e presas aos queratinócitos; são 
mecanorreceptoras (neurorreceptores de sensibilidade táctil), ligadas a fibras nervosas aferentes que a conecta ao sistema nervoso central. 
 
 
 É o tecido conjuntivo em que se apoia a epiderme e une a pele ao tecido subcutâneo ou hipoderme. Sua espessura é variável com a 
região onde se encontra; amplamente vascularizada e inervada, rica em fibras elásticas. Apresenta estruturas derivadas da epiderme. 
 Papilas dérmicas → são saliências que acompanham as reentrâncias da epiderme, aumentando a área de contato entre esta e a derme, 
reforçando a união entre essas duas camadas. São mais frequentes em zonas sujeitas a pressão e atritos. 
 A derme é constituída por duas camadas, de limites pouco distintos: a papilar, camada superficial constituída por tecido conjuntivo 
frouxo que forma as papilas dérmicas (composta por fibras colágenas que se inserem na membrana basal e na derme); e a reticular, camada 
mais profunda constituída por tecido conjuntivo denso. 
 Além de vasos sanguíneos e linfáticos, e dos nervos, também são encontradas na derme as seguintes estruturas, derivadas da 
epiderme: folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. 
 
6. DOENÇAS DE PELE 
 
• ALBINISMO → incapacidade hereditária dos melanócitos de produzirem melanina. Pela falta de melanina, a pele não possui proteção contra 
a radiação solar, tornando-os mais suscetíveis a tumores de pele. 
• VITILIGO → degeneração e desaparecimento de melanócitos em determinadas áreas da pele causam uma despigmentação localizada. 
• CARCINOMAS DE CÉLULAS BASAIS E ESPINOCELULARES → tumores derivados da camada basal ou da camada espinhosa. Ambos, quando 
detectados muito cedo, podem ser removidos com sucesso. 
5. DERME 
Enzo Amaral Avidago 
3 
 
• MELANOMAS MALÍGNOS → são tumores muito invasivos que se originam dos melanócitos. As células desses tumores se dividem muito 
rapidamente, atravessam a membrana basal, entram na derme e rapidamente invadem os vasos sanguíneos e linfáticos, provocando 
metástase. 
• DOENÇA DE ADDISON → a deficiência de cortisol, um hormônio produzido pela cortical da glândula adrenal, causa um aumento na síntese 
do hormônio adrenocortocotrófico da hipófise, que aumenta a pigmentação da pele. 
• PSORÍASE → doença que afeta a epiderme e a derme, ocorrendo o aumento acentuado no número e mitoses nas camadas basais e 
espinhosa; desta forma a epiderme se torna mais espessa, com acúmulos de placas de queratina. Há comprometimento dos capilares da 
derme e migração de neutrófilos, estabelecendo um processo inflamatório. 
 
7. HIPODERME 
 
 É formada por tecido conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme a derme aos órgãos subjacentes. Dependendo da região e 
do grau de nutrição do organismo, a hipoderme pode ter uma camada variável de tecido adiposo que, quando desenvolvida, constitui o panículo 
adiposo. 
 
8. PELOS 
 
 São estruturas delgadas e queratinizadas, que se desenvolvem a partir de 
uma invaginação da epiderme (folículo piloso). Estão presentes em praticamente 
todas as superfícies corporais. As características dos pelos de determinada região do 
corpo (face e regiãopubiana) são influenciadas por hormônios, principalmente os 
hormônios sexuais. 
 O pelo é formado pelas seguintes estruturas: 
- O folículo adiposo, região onde o pelo se origina (invaginações da epiderme); 
- O bulbo piloso, dilatação terminal do folículo; 
- A papila dérmica, encontrada no centro do bulbo piloso; 
- A raiz, região onde emerge o eixo o pelo, revestido pela papila; 
- A medula, região de proliferação de células centrais da raiz fracamente 
queratinizadas; 
- O córtex, células mais queratinizadas dispostas compactadamente ao redor da 
medula; 
- A cutícula, são células mais periféricas fortemente queratinizadas que se dispõem 
envolvendo o córtex como escamas; 
- A bainhas epiteliais, envolvem o pelo em sua porção inicial; 
- A membrana vítrea, membrana basal que envolve o folículo piloso; 
- A bainha conjuntiva do folículo piloso; 
- A músculo eretor do pelo, inseridos na bainha conjuntiva e na papila dérmica; 
- A melanócito, localizados entre as papilas e o epitélio da raiz do pelo. 
 
9. UNHA 
 
 As unhas são escamas córneas compactas fortemente unidas. A porção proximal da unha é chamada de raiz da unha. O epitélio se 
dobra sobre a raiz do pelo; a camada córnea desse epitélio forma a cutícula da unha. 
 
10. GLÂNDULAS DA PELE 
 
• GLÂNDULAS SEBÁCEAS → classificadas como tecido epitelial glandular exócrino sebáceo alveolares ramificado holócrino, situadas na 
derme e os seus ductos, revestidas por epitélio estratificado, geralmente desembocam nos folículos pilosos. Em algumas regiões (lábios 
mamilos, glande e pequenos lábios da vagina), porém, os ductos abrem-se diretamente na superfície da pele. A região da palma das mãos 
e da planta dos pés não possuem glândulas sebáceas. 
 A atividade secretora dessas glândulas é muito pequena até a puberdade, quando é estimulada pelos hormônios sexuais. 
 Presentes apenas na pele fina (não são encontradas na pele espessa porque não há folículos pilosos). 
 São exemplos de glândulas holócrinas (células mais centrais do alvéolo morrem e se rompem; possuem secreção de natureza lipídica. 
! A acne é uma inflamação crônica nos ductos glandulares, provocada por distúrbio no fluxo de secreção sebácea para a superfície da 
epiderme (frequentemente na puberdade). 
• GLÂNDULAS SUDORÍPARAS → classificadas como tecido epitelial glandular exócrino sudoríparo tubular simples enovelado merócrino, 
com sua porção secretora situada na derme (células mioepiteliais) e os ductos (cúbicos estratificados) se abrem na superfície da pele. São 
encontradas em todo o corpo (exceto na glande). 
 São exemplos de glândulas merócrinas (somente o conteúdo e eliminado); secretam uma solução diluída (ultrafiltrado do plasma 
sanguíneo) contendo poucas proteínas, sódio, potássio, cloreto, uréia, amônia e ácido úrico. 
 Presente tanto na pele espessa quanto na pele fina. 
 
 
 
 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
4 
 
 
 
11. INTRODUÇÃO 
 
- Formado pelos dois rins, dois ureteres, a bexiga e a uretra; 
- A urina é produzida nos rins, passa pelos ureteres até a bexiga e é lançada ao exterior pela uretra; 
- Contribui para a manutenção da homeostase, produzindo a urina (por meio da qual é eliminado diversos resíduos do metabolismo, água, 
eletrólitos e não eletrólitos em excesso no meio interno) → há um equilíbrio entre a ingestão e perda de água; 
- Além disso, participa da secreção de hormônios (p. ex., renina – regula a pressão sanguínea; eritropoietina – estimula a produção de eritrócitos, 
ou hemácias); junto com outros órgãos (fígado e pele), participa da ativação da vitamina D; 
 
12. RIM 
 
 Possui a forma de grão de feijão, apresentando uma borda convexa e outra côncava, na qual se situa o hilo, onde entram e saem vasos 
sanguíneos, entram nervos e saem os ureteres. O hilo também 
contém tecido adiposo, a pélvis renal (parte superior e dilatada 
do ureter), os cálices maiores (dois ou três) de onde desembocam 
os cálices menores. O rim é constituído pela cápsula, de tecido 
conjuntivo denso, a zona cortical e a zona medular. 
 A zona medular é formada pelas pirâmides medulares, 
cujos vértices provocam saliências nos cálices renais, chamadas 
papilas. Da base de cada pirâmide partem os raios medulares, 
que penetram a cortical. 
 Cada lobo renal é formado por uma pirâmide e pelo 
tecido cortical que recobre sua base e seus lados. Um lóbulo é 
constituído por um raio medular e pelo tecido cortical que fica ao 
seu redor, delimitado pelas artérias interlobulares. 
 
 O túbulo urinífero é composto por duas estruturas: o néfron e o túbulo coletor. 
• NÉFRON → formado por uma parte dilatada, o corpúsculo renal (ou de Malpighi), pelo túbulo contorcido proximal, pelas partes delgadas 
e espessa da alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal. 
! O corpúsculo renal, túbulo contorcido proximal e distal encontram-se na região cortical do rim. Enquanto a alça de Henle encontra-se na 
região cortical do rim. 
• TÚBULO COLETOR → conecta o túbulo contorcido distal aos segmentos corticais ou medulares dos ductos coletores. 
! O túbulo renal encontra-se tanto na região cortical, quanto na medular. 
 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
5 
 
13. CORPÚSCULOS RENAIS E FILTRAÇÃO DO SANGUE 
 
• CORPÚSCULO RENAL → é formado por um tufo de capilares, o glomérulo, que é envolvido pela cápsula de Bowman. A cápsula contém dois 
folhetos: um externo, ou parietal, que forma os limites do corpúsculo renal → formado por tecido simples pavimentosos; e outro interno, 
ou visceral, junto aos capilares glomerulares → formado por células com características próprias, os podócitos (formados pelo corpo celular, 
de onde partem diversos prolongamentos primários, que dão origem aos prolongamentos secundários). Os podócitos apresentam 
mobilidade e localizam-se sobre uma membrana basal em contato com os prolongamentos secundários. Seus prolongamentos envolvem 
completamente o capilar, sobrepondo-se às fenestras desses gerando uma resistência ao excesso de líquido filtrado e selecionando o que 
deve permanecer no capilar e o que pode ser descartado. 
 Entre os prolongamentos secundários existem espaços denominados fendas de filtração. 
 A membrana basal glomerular encontra-se entre o endotélio e os podócitos, formando a principal barreira de filtração. O filtrado 
glomerular (semelhante ao plasma sanguíneo) é formado pela pressão hidrostática do sangue. O espaço capsular, entre os folhetos, recebe 
o líquido filtrado através da parede dos capilares e do folheto visceral da cápsula. 
! A glomerulonefrite ocorre a partir de alterações na barreira de filtração glomerular causando proteinúria (perde excessiva de proteínas 
através da urina). 
 
 As células mesangiais, situadas nos glomérulos, são células contrateis e encontram mergulhadas em uma matriz mesangial, entre os 
capilares. Apresentam receptores de angiotensina II, que reduz o fluxo sanguíneo glomerular (contração do vaso). Contém ainda receptores 
para o hormônio ou fator natriurético produzido pelas células musculares do átrio do coração. Esse hormônio é um vasodilatador e relaxa 
as células mesangiais aumentando o volume de sangue nos capilares e a área de filtração. Além disso, garantem suporte estrutural ao 
glomérulo, sintetizam a matriz extracelular, fagocitam e digerem substâncias normais e patológicas retidas pela barreira de filtração e 
produzem moléculas biologicamente ativas, como prostaglandinas e endotelinas. 
 Cada corpúsculo renal tem um polo vascular pelo qual penetra a arteríola aferente e sai a arteríola eferente, e um polo urinário, no 
qual tem início o túbulo contorcido proximal. 
 
14. TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL 
 
 Formado por epitélio cúbico simples, visto nas proximidades dos glomérulos. Possui citoplasma apical com orla em escova 
(microvilosidades) e canalículos que aumentam a capacidade de absorção dos túbulos; células largas e muito acidófilas (muitas mitocôndrias). 
Apresentam lúmen amplo e uma grande quantidade de capilares próximos. 
 Local onde ocorre o início do processo de absorção (glicose,aminoácidos, água, cloreto de sódio, íons fosfato e cálcio) e excreção do 
filtrado. 
 
15. ALÇA DE HENLE 
 
 Estrutura em forma de U, divido em dois segmentos: 
- Segmento espesso: parte descendente → estrutura semelhante ao túbulo contorcido proximal; parte ascendente → estrutura semelhante ao 
túbulo contorcido distal; 
- Segmento delgado: lúmen largo e parede formada por um epitélio simples pavimentoso; 
 Responsável pela retenção de água (na parte delgada) produzindo urina hipertônica – cloreto de sódio transportado ativamente para 
o interstício medular causando sua hipertonicidade. Desta forma a água retorna ao sangue, promovendo uma redução na perda de líquido na 
urina. 
 
16. TÚBULO CONTORCIDO DISTAL 
 
 A parte espessa ascendente da alça de Henle torna-se tortuosa e passa a se chamar túbulo contorcido distal, também revestido por 
epitélio cúbico simples. Distingue-se dos túbulos proximais por apresentarem células menores, sem orla estriada e menos acidófilas. 
 Possui a mácula densa, porção do túbulo contato com o corpúsculo de Malpighi do mesmo néfron, onde suas células tornam-se 
cilíndricas e sensíveis ao conteúdo iônico e ao volume de água e promovem liberação da enzima renina na circulação. 
 Na presença de aldosterona ocorre trocas iônicas (influencia o conteúdo de sais e água no organismo). Secreção de íons hidrogênio e 
amônia para a urina (equilíbrio ácido-básico do sangue). 
 
17. TÚBULOS E DUCTOS COLETORES 
 
 Os túbulos coletores, são tubos mais calibrosos, que unem-se para formar os ductos coletores em trajeto retilíneo dirigindo-se para as 
papilas. 
- Túbulos coletores: revestidos por epitélio cúbico simples que passa a cilíndrico simples próximo aos ductos; 
- Ductos: epitélio simples cúbico alto ou cilíndrico baixo, diâmetro maior, na medula participam de mecanismos de retenção de água. 
 
 
18. APARELHO JUSTAGLOMERULAR 
 
 Região contendo a mácula densa, células justaglomerulares e mesangiais extraglomerulares. As células justaglomerulares são células 
musculares modificadas, de capilares (desprovidos de túnica elástica interna), apresentam grânulos citoplasmáticos que participam da regulação 
da pressão do sangue e produzem renina (aumenta a pressão arterial e secreção de aldosterona). 
• CONTROLE DO BALANÇO HÍDRICO E EQUILÍBRIO IÔNICO DO MEIO INTERNO 
AUMENTO DO NIVEL DE SAL → LIBEAÇÃO DE RENINA NO PLASMA → ANGIOTENCINOGÊNIO (PELO FIGADO) → ALDOSTERONA (PELA 
ADRENAL) → EXCREÇÃO DE SÓDIO (PELO RIM) → AUMENTO DA VOLEMIA E DE LÍQUIDO NO CORPO → AUMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL 
Enzo Amaral Avidago 
6 
 
19. SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA 
 
 O sistema tem início nas células justaglomerulares que são responsáveis pela produção de renina, por queda da pressão arterial, 
ativação do sistema nervoso simpático ou redução da contração de sódio no túbulo contorcido distal (sentida pela mácula densa). 
 A renina, já no fígado, converte a angiotensinogênio em angiotensina I, com baixo poder de contrição; posteriormente a angiotensina 
I é convertida em angiotensina II, pela enzima conversora da angiotensina (ECA), produzida pelo endotélio. 
 A angiotensina II atua: 
1. Promove vasoconstrição dos vasos do corpo; 
2. Promove vasoconstrição da arteríola eferente, aumentando a reabsorção osmótica; 
3. Estimula a secreção de aldosterona pela adrenal, que por sua vez, aumenta a reabsorção renal de sódio e excreção de potássio, no túbulo 
contorcido distal; 
4. Estimula a hipófise posterior a secretar ADH que atua nos ductos coletores aumentando a reabsorção renal de água. 
 Tem como resultado, aumento da vasoconstrição e aumento da reabsorção de sódio e água, promovendo um aumento da pressão 
arterial sistêmica. Caso a pressão arterial sistêmica esteja muito elevada, os estímulos para a secreção de renina são reduzidos há redução da 
vasoconstrição e redução da reabsorção de sódio e água. 
 
20. BEXIGA E VIAS URINÁRIAS 
 
 A bexiga e as vias urinárias são responsáveis por armazenar e conduzirem, respectivamente, a urina para o exterior. As composições 
histológicas das camadas de ambos os órgãos são iguais: 
- Mucosa: epitélio de transição e lamina de tecido conjuntivo frouxo ou denso; 
- Muscular: longitudinal externa, circular interna; a muscular da bexiga forma um esfíncter na parte proximal da uretra; 
- Adventícia: envolve as vias urinárias exceto a parte superior da bexiga coberta por peritônio (serosa); 
! A uretra masculina possui várias regiões → prostática (epitélio de transição); membranosa (epitélio pseudo-estratificado); peniana (epitélio 
pseudo-estratificado e estratificado pavimentoso). Já a uretra feminina possui apenas um tipo tecidual → epitélio pseudo-estratificado e 
estratificado pavimentoso. 
 
• CAMINHO DE FILTAÇÃO, SECREÇÃO E EXCREÇÃO: artéria renal → artéria interlobar → artéria arciforme → artéria interlobulares → 
arteríolas aferentes → capilares glomerulares → túbulo contorcido proximal → alça de Henle → túbulo contorcido distal → túbulo coletor 
→ ducto coletor → pelve renal → ureter → bexiga. 
 
21. FUNCIONAMENTO ANORMAL DO RIM 
 
- Redução da capacidade do rim de limpar o sangue → excesso de produtos de metabólicos nos líquidos corporais; desequilíbrio entre água e 
eletrólitos nos líquidos corporais; 
- Bloqueio renal abrupto e completo → pode correr por envenenamento por metais pesados, entupimento dos túbulos por hemoglobina (após 
reação de transfusão); destruição dos túbulos (choque circulatório prolongado); se o bloqueio for completo a pessoa pode morrer dentro de 8 
a 14 dias. 
- Perda de néfrons → infecções, traumas, anormalidades congênitas, envenenamento, toxidade, bloqueio dos vasos renais; até 2/3 dos néfrons 
podem ser lesados, o restante passa a funcionar com maior intensidade (sobrecarga); pode levar a bloqueio renal; 
- Glomerulonefrite aguda ou crônica → inflamação bacteriana (estreptocócias); geralmente não se trata de uma infecção em si que acomete os 
rins; antígenos e anticorpos provenientes de outras partes do corpo formam um complexo que retido nos glomérulos, provocando a proliferação 
de células do glomérulo, podendo levar à obstrução; os glomérulos não obstruídos podem ficar excessivamente permeáveis, permitindo a 
passagem de proteínas e hemácias para o filtrado; pode levar a falência completa ou insuficiência renal crônica; deterioração renal contínua; 
 
22. RIM ARTIFICIAL 
 
 Em caso de lesões graves o rim artificial se torna responsável pela remoção de produtos do metabolismo artificialmente. O sangue 
corre por um canal limitado por uma membrana delgada e banhado pelo líquido dialisador; substâncias migram pela membrana e são trocadas 
entre o sangue e o líquido dialisador. Há o uso de heparina. 
 
 
 
23. INTRODUÇÃO 
 
- O sistema circulatório abrange o sistema vascular sanguíneo (ou sistema cardiovascular) e o sistema vascular linfático; 
- A superfície interna de todos os vasos sanguíneos e linfáticos é revestida por uma única camada de epitélio pavimentoso, originado do 
mesênquima, denominado endotélio; 
- Macrocirculação → vasos mais calibrosos e responsáveis por transportar sangue aos órgãos e levar sangue de volta ao coração; microcirculação 
→ intercâmbio entre o sangue e os tecidos circum-adjacentes. 
- O sistema cardiovascular é uma circulação fechada (os líquidos não saem dos vasos), no interior do qual o sangue circula continuamente; já o 
sistema vascular linfático é uma circulação aberta (os líquidos saem dos vasos, para os tecidos subjacentes). 
 
 
 
 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
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24. SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 
 Componentes do sistema vascular sanguíneo: 
- Coração: bombeia o sangue através dos vasos sanguíneos; 
- Artérias: vasos eferentes que se ramificam a medida que se afastam do coração, tornam-se 
menores; rico em oxigênio e nutrientes (no circuito sistêmico); 
- Capilares: vasos sanguíneos muito delgados; através de suas paredes ocorre grande parte do 
intercâmbio entre o sangue e os tecidos adjacentes; 
- Veias: vasos aferentes, resultado da convergênciados vasos capilares, tornando-se cada vez mais 
calibrosos; pobre em oxigênio e nutrientes (no circuito sistêmico). 
! No circuito pulmonar (complexo de vasos que levam sangue aos pulmões para as trocas gasosas) 
as concentrações de oxigênio se invertem nas artérias e veias. 
 
25. ESTRUTURA DOS VASOS SANGUÍNEOS 
 
 Tecidos que compõem a parede dos vasos sanguíneos: 
• ENDOTÉLIO → é um tipo especial de epitélio altamente diferenciado para mediar e monitorar ativamente as extensas trocas bidirecionais 
de pequenas moléculas (oxigênio, gás carbônico, água, solutos, macromoléculas, substratos e metabólicos do sangue), e restringir o 
transporte de moléculas; 
• MÚSCULO LISO → faz parte de todos os vasos sanguíneos com exceção dos capilares e vênulas pericíticas. Encontram-se na túnica média 
dos vasos, onde se organizam em camadas helicoidais. 
• TECIDO CONJUNTIVO → encontradas nas paredes dos vasos sanguíneos em quantidade e proporção que varia de acordo com as suas 
necessidades funcionais. 
Camadas que compõem os vasos sanguíneos: 
• TÚNICA ÍNTIMA → formada por uma camada de células endoteliais apoiada em uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a camada 
subendotelial. Nas artérias, a túnica íntima está separada da túnica média por uma lâmina elástica interna (composta de elastina); essa 
lâmina possui fenestras que possibilitam a difusão de substâncias para nutrir células situadas mais profundamente na parede do vaso; 
• TÚNICA MÉDIA → composta de camadas concêntricas de células musculares lisas organizadas helicoidalmente. Entre as células musculares 
existem quantidades variáveis de matriz extracelular (fibras elásticas e reticulares, proteoglicanos e glicoproteínas). Nas artérias musculares 
a maior parte da túnica média é composta por material elástico. Nas artérias musculares menos calibrosas, a túnica média contém uma 
lâmina elástica externa no limite com a túnica adventícia. 
• TÚNICA ADVENTÍCIA → composta de fibras colágenas (tipo I) e elásticas, gradualmente contínua com o tecido conjuntivo do órgão pelo 
qual o vaso sanguíneo está passando. Pode conter células adiposas. 
! Vasos grandes normalmente contêm vasavasorum que são arteríolas, capilares e vênulas que se ramificam profundamente na adventícia 
e, em menor quantidade, na porção externa da média. 
 
• INERVAÇÃO (vasanervorum) → a maioria dos vasos sanguíneos que contém músculo liso nas suas paredes contêm fibras mielínicas de 
inervação simpática (nervos vasomotores), responsáveis pela vasoconstrição, cujo neurotransmissor é a norepinefrina. As artérias de 
músculo esquelético também recebem inervação colinérgica parassimpática, responsável pela vasodilatação. 
 
 
 
26. CAPILARES 
 
 Os capilares compõem os vasos com de menores dimensões, formados por uma única camada de células endoteliais que se enrolam 
em forma de tubo. Formam uma rede (leito) que interconecta arteríolas com vênulas; possuem variações estruturais e diferentes níveis de troca 
metabólica; são abundantes em locais de grande atividade metabólica. 
 
 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
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• TIPOS DE CAPILARES 
 
TIPO FENESTRA LÂMINA BASAL TROCAS LOCALIZAÇÃO 
Contínuo Ausente Contínua Pinocitose Muscular, conjuntivo, nervoso, glândula exócrina 
Fenestrado com diafragma Presente Contínua Diafragma Rim, pâncreas, intestino, glândula endócrina 
Fenestrado sem diafragma Presente Contínua e espessa Lâmina basal Glomérulo renal 
Sinusóide Presente Descontínua Livre Órgãos hemocitopoéticos, glândulas endócrinas 
 
 
 
! Pericitos → células que envolvem porções do endotélio, participam do processo de reparação deste tecido. 
 
27. ARTÉRIAS 
 
 Tipos de artérias: 
• ARTÉRIAS ELÁSTICAS → são artérias do tipo condutoras; são maiores, de grande calibre (próximas ao coração); baixa quantidade de 
músculo liso e alta quantidade de fibras elásticas (túnica média desenvolvida para suportar grandes pressões vindas do coração); 70 
camadas de lâminas elásticas; 
• ARTÉRIAS MUSCULARES → são artérias do tipo distribuidoras; túnica média ainda é bem desenvolvida; alta quantidade de músculo liso e 
baixa quantidade de fibras elásticas; 40 camadas de lâminas elásticas; 
• ARTERÍOLAS → são artérias mais finas (comunicam-se diretamente com os capilares); possuem as túnicas pouco desenvolvidas; 
• METARTERÍOLAS → algumas arteríolas possuem uma musculatura desenvolvida (esfíncter pré-capilar) que possibilita a priorização de 
alguns tecidos em determinados momentos, a partir do fechamento dos vasos e direcionamento do sangue (essa ação é controlada por 
hormônios e nervos); 
 Estruturas sensitivas especializadas das artérias: 
- Seio carotídeio: barorreceptor (carótida interna); 
- Corpo carotídeo: quimiorreceptor controlando níveis de oxigênio, dióxido de carbono e hidrogênio (bifurcação da carótida comum); 
- Corpo aórtico: estrutura e funções semelhantes às dos corpos carotídeos (arco da aorta). 
! Anastomoses arteriovenosas (AAV) → ligações vasculares diretas entre arteríolas e vênulas sem passar por um leito capilar. 
 
28. VEIAS 
 
 Tipos de veias: 
• GRANDES VEIAS → são veias situadas próximas ao coração; possuem a túnica média menos desenvolvidas do que artérias de mesmo 
calibre, pois estão sob menor pressão; 
• VEIAS MÉDIAS E PEQUENAS → são ramificações das veias de grande calibre; bem desenvolvidas e ricas em colágeno com fibroblastos; 
• VÊNULAS → veias com poucas células musculares lisas (presença de pericitos ou células pericíticas contráteis em vênulas pós-capilares). 
! O sangue venoso, nos membros inferiores, retorna ao coração através da ação da musculatura esquelética, durante o exercício destes, por 
ação da musculatura lisa que envolve os vasos e por causa da presença das válvulas venosas (dobras da túnica íntima em forma de meia-
lua, que bloqueiam o fluxo retrogrado (refluxo/retorno venoso) do sangue. 
 
29. CORAÇÃO 
 
 Órgão muscular que se contrai ritmicamente, enquanto bombeia sangue pelo sistema 
circulatório. Suas paredes são constituídas por três túnicas: 
- Endocárdio: homólogo a túnica íntima dos vasos sanguíneos, constituído por endotélio 
que repousa sobre uma camada de tecido conjuntivo frouxo fibroelástico e algumas 
células musculares lisas. Entre o endocárdio e o miocárdio há uma camada de tecido 
conjuntivo, a camada subendocardial que contém veias, nervos e fibras de Purkinje 
(células capazes de transmitir impulso elétrico no sistema cardíaco). 
- Miocárdio: camada mais espessa das túnicas do coração e consiste em camadas 
espirais de células musculares cardíacas envolvendo as câmaras do coração. Presença 
de células que ligam o miocárdio ao esqueleto fibroso; e células geradoras e condutoras 
de impulso nervoso (nó sinoatrial/marcapasso). 
- Pericárdio: formado pelo epicárdio, camada visceral e mesotélio (epitélio pavimentoso 
simples), e subepicárdio (tecido conjuntivo, veias e nervos). 
 O coração é formado por 4 câmaras: 2 átrios e 2 ventrículos. Entre as câmaras existem 
válvulas que garantem que o sangue percorra o caminho correto dentro coração, 
impedindo o retorno do sangue. 
Enzo Amaral Avidago 
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• VALVAS ATRIOVENTRICULARES (OU DE CAPTAÇÃO) → impede o retorno sanguíneo do ventrículo para o átrio; 
• VALAS SEMILUNARES (OU DE EXAUSTÃO) → impede o retorno sanguíneo da artéria para o ventrículo. 
 
30. SISTEMA VASCULAR LINFÁTICO 
 
 Além do sistema vascular sanguíneo, o corpo humano possui um sistema de canais de paredes finas revestidas por endotélio que coleta 
o fluido dos espaços intersticiais e o retorna para o sangue. Esse fluido é denominado linfa e, diferentemente do sangue, circula somente na 
direção do coração (estrutura dos vasos e mecanismo de circulação semelhante aos das veias). Os capilares linfáticos são túbulos de fundo cego 
que convergem para vasos maiores que desembocam em veias; consistem em uma única camada de endotélio e uma lâmina basal incompleta. 
Ao longo de seu trajeto, os vasos linfáticos atravessam os linfonodos, onde a linfa é filtrada. 
 Vasos linfáticos são encontradosna maioria dos órgãos, com raras exceções, tais como o sistema nervoso central e a medula óssea. 
 Como nas veias, a circulação linfática é ajudada pela ação de forças externas (p. ex., contração dos músculos esqueléticos 
circunjacentes) sobre suas paredes. Essas forças agem associadas à grande quantidade de válvulas, impulsionando a linfa em um fluxo 
unidirecional. A musculatura lisa das veias linfáticas maiores ajuda a impulsionar a linfa na direção do coração. 
 
31. INTRODUÇÃO 
- Formado pelo trato digestivo (cavidade oral, esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso) e suas glândulas associadas (glândulas salivares, 
fígado e pâncreas); 
- Sua função é obter as moléculas necessárias para manutenção, crescimento e demais necessidades energéticas do organismo a partir de 
alimentos ingeridos → moléculas grandes (proteínas, lipídeos, carboidratos complexos e ácidos nucleicos) são quebradas em moléculas menores 
e absorvidas, principalmente, pelo intestino delgado. 
- É responsável pela produção de muco (lumbrificação e proteção); produção de hormônios (regulação); 
- Possui uma barreira seletivamente permeável que protege contra invasões virais e bacterianas; 
- A digestão começa na boca (umedecimento do alimento e início da quebra de carboidratos pela saliva); continua no estômago e no intestino 
delgado, onde os componentes são quebrados em partículas menores (aminoácidos, monossacarídeos, ácidos graxos livres, monoglicerídeos, 
etc); a absorção de água ocorre no intestino grosso. 
 
32. ESTRUTURA GERAL DO TRATO INTESTINAL 
 
 O trato digestivo é formado por tubo oco composto por um lúmen, ou luz, de diâmetro variável, circulado por uma parede formada 
por quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa. 
• CAMADA MUCOSA → composta por um revestimento epitelial; uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo rica em vasos sanguíneos 
e linfáticos, glândulas e tecido linfoide (sistema digestivo é porta para a entrada de agentes infecciosos); uma camada muscular mucosa 
(células musculares lisas); 
• CAMADA SUBMUCOSA → composta por tecido conjuntivo com muitos vasos sanguíneos e linfáticos e um plexo nervoso submucoso (ou 
plexo de Meissner) que controlam a motilidade e a secreção de glândulas; pode conter também glândulas e tecido linfoide; 
• CAMADA MUSCULAR → composta por células musculares lisas dispostas em uma subcamada mais interna circular e uma subcamada mais 
externa longitudinal; um plexo nervoso mioentérico (ou plexo de Auerbach); tecido conjuntivo contendo vasos sanguíneos e linfáticos; 
• CAMADA SEROSA → composta por tecido conjuntivo frouxo; epitélio pavimentoso simples (mesotélio). 
! Doença de Chagas, megacólon congênito, diabetes → os plexos no trato digestivo são bastantes alterados, e muitos dos seus neurônios são 
destruídos, o que resulta em distúrbios de motilidade, com dilatações frequentes em algumas áreas. 
 
33. CAVIDADE ORAL 
 
 Revestida por um epitélio pavimentoso estratificado, queratinizado ou não, dependendo da região. A camada queratinizada protege 
a mucosa oral de agressões mecânicas durantes a mastigação e pode ser observada na gengiva e no palato duro; a camada não queratinizada 
reveste o palato mole, lábios, bochechas e o assoalho da boca. 
 O palato mole contém, em seu centro, músculo estriado esquelético e numerosas glândulas mucosas e nódulos linfoides na submucosa. 
 
• LÍNGUA → é uma massa de músculo estriado esquelético revestida por uma camada mucosa. A superfície ventral (inferior) da língua é lisa, 
enquanto a superfície dorsal é irregular, recoberta anteriormente por uma grande quantidade de eminências pequenas denominadas 
papilas → filiformes, fungiformes, foliadas e circunvaladas, podendo conter botões gustativos (estruturas contendo células detectoras de 
sabor). 
• FARINGE → região de transição entre a cavidade oral e os sistemas digestivos e respiratório, forma uma área de comunicação entre a região 
nasal e a laringe; revestida por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado na região continua do esôfago e por epitélio 
pseudoestratificado cilíndrico ciliado contendo células caliciformes nas regiões próximas à cavidade nasal. 
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• DENTE E ESTRUTRAS ASSOCIADAS → cada dente possui uma região que se projeta 
acima da gengiva, a coroa, e uma ou mais raízes abaixo da gengiva que unem os 
dentes aos alojamentos ósseos denominados alvéolos, um para cada dente. A coroa 
é revestida por um tecido mineralizado extremamente duro, chamado esmalte, e as 
raízes, por outro tecido mineralizado, o cemento. 
 Intermamente, encontra-se a dentina, outro tecido mineralizado que compõe 
a maior parte do dente; sua matriz orgânica é secretada pelos odontoblastos, 
localizados na periferia da polpa. É sensível a diversos estímulos (temperatura, 
trauma, pH), possui poucas nervosas amielinicas presentes nos túbulos dentinários. 
 A dentina circunda um espaço denominado cavidade pulpar, preenchido com 
tecido conjuntivo frouxo muito vascularizado e inervado, denominado polpa dental. 
O forame apical permite a saída de vasos sanguíneos, linfáticos e nervos da polpa. 
 O periodonto compreende as estruturas responsáveis por manter o dente nos 
ossos maxilar e mandibular → consiste no cemento, ligamento periodontal, osso 
alveolar e gengiva. 
! Tratamento de canal → remove os restos da polpa da raiz; ocorre destruição de 
odontoblastos, mas a dentina persiste. 
! Cárie → destruição do esmalte que recobre a coroa, geralmente estimula os 
odontoblastos a produzir componentes da dentina para proteger o dente da lesão. 
 
34. ESÔFAGO 
 
 Trata-se de um tubo muscular cuja função é transportar o alimento da boca para o estômago. De modo geral, contém as mesmas 
camadas que o resto do trato digestivo. A mucosa esofágica é revestida por um epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. Na camada 
submucosa há as glândulas esofágicas, cuja secreção facilita o transporte de alimento e protege a mucosa. 
 Na porção proximal do esôfago, a camada muscular consiste exclusivamente em fibras estriadas esqueleticas; na porção média, há 
uma mistura de musculatura estriada esquelética e lisa; na porção distal, a camada muscular consiste exclusivamente em células lisas. 
 Somente a porção do esôfago que está na cavidade peritonial é recoberta por uma membrana serosa (terço inferior). O restante é 
envolvido por uma camada de tecido conjuntivo, a adventícia, que se mistura com o tecido conjuntivo circundante. 
 
35. ESTÔMAGO 
 
 O estômago é responsável pela digestão parcial dos alimentos e secreção de enzimas e hormônios (funções exócrinas e endócrinas). 
Trata-se de um segmento dilatado do trato digestivo, cuja função principal é transformar o bolo alimentar em uma massa viscosa (quimo) por 
meio da atividade muscular e química. 
 A mucosa gástrica é formada por epitélio glandular, cuja unidade secretora é tubular e ramificada e desemboca na superfície, em uma 
área denominada fosseta gástrica. Todo epitélio gástrico está em contato com o tecido frouxo (lâmina própria), que contém células musculares 
lisas e células linfoides. O epitelio que recobre a superfície do estômago e reveste as fossetas é colunar simples, e todas as células secretam 
muco alcalino. As junções de oclusão entre as células superficiais e da fosseta também participam da barreira de proteção na mucosa gástrica 
(acidez do estômago). 
! O nervo vago inerva as glândulas secretoras de ácido. Em situação de estresse do nervo vago, ocorre a produção exagerada de ácido, podendo 
provocar úlceras. 
 A camada submucosa é formada por tecido conjuntivo denso, células linfóides e macrófagos; a camada muscular possui fibras 
musculares lisas orientadas em três direções (externa – longitudinal, média – circular, interna – oblíqua); a camada serosa é delgada. 
 No estômago são identificadas quatro regiões: cárdia, fundo, corpo e piloro (ou antro). As regiões do fundo e corpo apresentam 
etruturas microscópica indêntica e, portanto, apenas três regiõessão consideradas histologicamente. 
• CÁRDIA → região circular de transição entre o esôfago e o estômago. Possui fossetas curtas e longas, e glândulas curta. Sua mucosa contém 
glândulas tubulares simples ou ramificadas, denominadas glândulas da cárdia; secretam muco e lisozimas (destrói a parede de bactérias) e 
algumas produzem H+ e Cl- (formarão o ácido clorídrico no lúmen). 
• FUNDO E CORPO → a mucosa está preenchida por glândulas tubulares, das quais três a sete abrem-se em cada fosseta gástrica. Possui 
fossetas curtas e glândulas profundas. As glândulas contêm três regiões distintas: istmo, colo e base. O istmo tem células mucosas em 
diferenciação que substituirão as células da fosseta e células as superficiais, células-tronco e células parietais (oxínticas). O colo contém 
células-tronco, mucosas do colo (diferentes das mucosas do istmo e da superfície) e parietais (oxínticas). A base das glândulas contém 
principalmente células parietais e zimogênicas (principais). Células enteroendócrinas estão distribuídas pelo colo e pela base das glândulas. 
- CÉLULAS-TRONCO: são células colunares baixas com núcleos ovais proximos a base das células; apresentam elevada taxa de mitoses; 
- CÉLULAS MUCOSAS DO COLO: são obsevadas agrupadas ou isoladamente entre as células parietais no colo das glândulas gástricas. O tipo 
de mucina secretada é diferente daquela proveniente das células epiteliais mucosas da superfície e tem inclusive propriedades antibióticas; 
- CÉLULAS PARIETAIS (OXÍNTICAS): são observadas principalmente no istmo e no colo das glândulas gástricas e são mais escassas na base. 
Possuem abundante quantidade de mitocôndrias (eosinofilicas) e invaginação circular profunda da membrana plasmática apical, formando 
um canalículo intracelular. Produzem H+ e Cl-, cloreto de potássio e fator gástrico intrínseco (liga-se à vitamina B12 para sua absorção). As 
células oxínticas são estimuladas pelo nervo vago, histamina e gastrina; para que ocorra a produção normal de HCl é necessário o 
funcionamento correto dos três fatores. Em caso de alteração de qualquer um desses fatores, ocorrerá o efeito de potenciação da produção 
pelas células. Em caso de inibição ocorre redução drástica para produção e em caso de estimulação ocorre aumento drástico; 
- CÉLULAS ZIMOGÊNICAS (PRINCIPAIS): predominam na região basal das glândulas gástricas e apresentam todas as características de células 
que sintetizam e exportam proteínas. Os grânulos em seu citoplasma contêm uma proenzima, o pepsinogênio (que é rapidamente 
convertido na enzima pepsina em meio básico); também produzem a enzima lipase; 
- CÉLULAS ENTEROENDÓCRINAS: encontradas principalmente próximas da base das glândulas gástricas; diversos hormônios são secretados 
ao longo do trato gastrintestinal (p. ex., seratonina e gastrina). 
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! Na gastrite atrófica, tanto células parietais quanto zimogênicas são muito menos numerosas, e o suco gástrico apresenta pouca ou 
nenhuma atividade ácida ou pepsina. Como as células parietais são responsáveis pela produção do fator intrínseco, também pode ocorrer 
anemia perniciosa por deficiência de vitamina B12. 
• PILORO → contém fossetas gástricas profundas, nas quais glândulas pilóricas tubulosas simples ou ramificadas se abrem. Comparada a 
cárdia, possui fossetas mais longas e glândulas mais curtas. A região pilórica contém muitas células G (que liberam gastrina sob estimulo 
parassimpático), intercaladas com células mucosas. 
 
 
 
36. INTESTINO DELGADO 
 
 Trata-se do sítio terminal de digestão dos alimentos, absorção de nutrientes e secreção endócrina. Os processos de digestão são 
completados no intestino delgado, no qual os nutrientes são absorvidos pelas células epiteliais de revestimento. É dividido em três segmentos: 
duodeno, jejuno e íleo. 
 A parede do intestino apresenta várias estruturas que ampliam sua superfície, aumentando assim a área disponível para absorção de 
nutrientes. O revestimento do intestino delgado apresenta uma série de pregas permanentes, plicae circulares, que consiste em dobras da 
mucosa e submucosa. Na camada mucosa, as vilosidades intestinais ou vilos são projeções alongadas formadas pelo epitélio cilíndrico simples 
e lâmina própria. Além disso, ainda há as microvilosidades presentes nas células cilíndricas do epitélio. 
 O epitélio é formado principalmente por células absortivas (enterócitos) e células caliciformes; as criptas apresentam o fomato tubular 
e possui células absortivas, células caliciformes, células enteroendocrinas, células de Paneth e células tronco. As células absortivas são colunares 
altas com borda em escova que absorvem as moléculas produzidas durante a digestão; as células caliciformes encontram-se distribuidas entre 
as células absortivas e produzem muco com função de proteger e lumbrificar o revestimento do instetino; as células de Paneth são responsáveis 
pela produção de lisozimas. 
 As células M (microfold) são células epiteliais especializadas que recobrem folículos linfoides das placas de Peyer, localizadas no íleo; 
apresentam invaginações contendo linfócitos e células apresentadoras de antígenos; podem captar o antígeno por endocitose e transportá-los 
para os macrófagos e células linfoides sbjacentes. 
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 Além das células já discutidas, o intestino contém células amplamente distribuidas com características do sistema neuroendócrino 
difuso. Sob estímulo, essas células liberam seus grânulos de secreção por exocitose e os hormônios podem então exercer efeitos parácrinos 
(locais) ou endócrinos (via sangue). 
 A lâmina prórpria do intestino delgado é composta por tecido conjuntivo frouxo com vasos sanguíneos e linfáticos, fibras nervosas e 
fibras musculares lisas. Preenche o centro das vilosidades intestinais (células musculares lisas – movimentos rítmicos). 
 A submucosa contém, na porção inicial do duodeno, grupos de glândulas duodenais, cujas células secretam muco alcalino. Esse muco 
protege a mucosa duodenal contra os efeitos da acidez do suco gástrico e neutraliza o pH do quimo, aproximando-o do pH ótimo para ação das 
enzimas pancreáticas. 
 A lâmina própria e a submucosa do intestino delgado contém agregados de nódulos linfoides (MALT – tecido linfoide associado a 
mucosa), que são mais numerosos no íleo, e neste orgão são conhecidos como placas de Peyer (são revestidas por células M). 
 As camadas musculares são bem desenvolvidas nos intestinos, compostas de uma túnica circular interna e outra túnica longitudinal 
externa. 
• VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO 
 Os vasos sanguíneos que nutrem o intestino e removem os produtos da digestão penetram a camada muscular e formam um grande 
plexo na submucosa; desse ponto, ramos se estendem atravessando a muscular da mucosa, lâmina própria e penetram nas vilosidades. 
 A inervação dos intestinos apresenta um componente intrínseco e um componente extrínseco: 
- COMPONENTES INTRÍNSECOS: está constituído por grupos de neurônios que formam o plexo nervoso mioentérico (de Auerbach) e o 
plexo nervoso submucoso (de Meissner); contém neurônios sensoriais (quimiorreceptores/mecanorreceptores) e efetores (invervam as 
células musculares e secretoras de hormônios). 
- COMPONENTES EXTRÍNSECOS: pertence ao sistema nervoso autônomo, e é formada por fibras nervosas colinérgicas parassimpáticas que 
estimulam a atividade da musculatura lisa intestinal e por fibras nervosas adrenérgicas simpáticas que deprimem a atividade da 
musculatura lisa intestinal. 
 
 
 
37. INTESTINO GROSSO 
 
 É constituido por: ceco, cólon ascendente, cólon descendente, cólon sigmoide, reto e ânus. A camada mucosa não apresenta pregas, 
exceto na sua porção distal (reto), nem vilosidades. As criptas são longas e caracterizadas por abundância de células caliciformes e células 
absortivas; e um pequeno número de células enteroendócrinas. 
 Adaptado para exercer suas funções: absorção de água (passivamente, seguindo o transporte ativo de sódio na superfície basal as 
célulasepiteliais), fermentação, formação da massa fecal e produção de muco. 
 A lâmina própria é rica em células linfoides e em nódulos (MALT) que frequentemente se estendem até a submucosa; essa riqueza de 
tecido linfoide está relacionada com a população bacteriana abundante no intestino grosso. A camada muscular é constituida pelas camadas 
circular interna e longitudinal externa; as fibras da camada longitudinal se unem para formar três bandas longitudinais espessas denominaas 
tênias do cólon. 
 A região anal apresenta uma membrana mucosa com dobras longitudinais (de Morgagni) e o epitélio passa a estratificado pavimentoso. 
A lâmina própria possui um plexo de veias grandes; essas veias quando varicosas, provocam hemorroidas. Além disso, essa rica vascularização 
é muito importante clinicamente para a administração de medicamentos via retal. 
 
38. RENOVAÇÃO CELULAR DO TRATO GASTROINTESTINAL 
 
 As células epiteliais de todo o trato gastrointestinal são constantemente descamadas e repostas por novas células formadas por meio 
da divisão de células-tronco, as quais estão localizadas na camada basal do epitélio esofágico, istmo e colo das glândulas gástricas, porção inferior 
das criptas do intestino delgado e intestino grosso. 
 
 
 
 
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39. APÊNDICE 
 
 O apêndice é um divertículo do ceco; é caracterizado por um lúmen relativamente irregular, pequeno e estreito devido a abundantes 
nódulos linfoides em sua parede. Seu conteúdo não se renova com facilidade (sítio de inflamação), o que favorece ao desenvolvimento da 
apendicite. 
 
 
 
40. GLÂNDULAS SALIVARES 
 
 São glândulas exócrinas que produzem saliva, fluido que tem funções digestivas (amilase e lipase lingual), lubrificantes e protetoras 
(IgA, lisozima e lactoferrina). Além das glândulas pequenas dispersas pela cavidade oral, existe três pares de glândulas salivares maiores: 
glândulas parótida, submandibular (submaxilar) e sublingual. 
 As terminações secretoras têm dois tipos de células secretoras (serosas e mucosas), além de células mioepiteliais não secretoras. 
- CÉLULAS SEROSAS [mais coradas/basófilos]: são células secretoras de proteínas. Possuem formato piramidal de base larga apoiada na lâmina 
basal e um ápice com microvilos pequenos e irregulares, voltados para o lúmen. As células secretoras estão unidas através de complexos 
juncionais e formando uma massa esférica denominada ácino. 
- CÉLULAS MUCOSAS [menos coradas]: são células secretoras de muco, contendo glicoproteínas importantes para as funções lubrificantes da 
saliva. Possuem formato cuboide ou colunar, núcleo oval pressionado na base da célula; organizando-se em túbulos – arranjos cilíndricos 
circundando o lúmen. 
! Nas glândulas submandibulares e sublinguais dos seres humanos, as células mucosas formam túbulos, mas, no término deles, existe um grupo 
de células serosas que constituem as semiluas serosas. 
- CÉLULAS MIOEPITELIAIS: encontradas na lâmina basal das terminações secretoras (aceleram a secreção da saliva e prevenir a distensão 
excessiva da terminação nervosa) e ductos intercalares (aumenta o diâmetro luminal diminuindo a pressão na terminação secretora) facilitando 
a secreção. 
 No sistema de ductos, as terminações secretoras se continuam com os ductos intercalados, formado por células cuboides. Vários 
desses ductos curtos se unem para formar um ducto estriado, caracterizados por estriações radicais na base das células (invaginações de 
membrana com numerosas mitocôndrias – esta estrutura é característica de células transportadoras de íons). Os ductos intercalares e estriados 
são também denominados ductos intralobulares, devido à sua localização dentro dos lóbulos glandulares. 
 Os ductos estriados convergem e desembocam em ductos maiores localizados nos septos de tecido conjuntivo que separam os lóbulos, 
onde formam ductos interlobulares ou excretores (inicialmente formados por epitélio cuboide estratificado e, nas porções distais, epitélio 
colunar estratificado). O ducto principal de cada glândula salivar maior desemboca na cavidade oral, revestindo-se no final por epitélio 
pavimentoso estratificado não queratinizado. 
 
 
 
40.1. GLÂNDULA PARÓTIDA → é uma glândula acinosa composta, constituída exclusivamente por células serosas contendo grânulos de secreção 
ricos em proteínas e elevada atividade de amilase. 
40.2. GLÂNDULA SUBMANDIBULAR → é uma glândula tubuloacinosa composta, com predominância de células serosas, e o restante consiste 
em túbulos mucosos com semiluas serosas (secretam lisozimas, responsável por hidrolisar as paredes de determinadas bactérias). Nas 
Enzo Amaral Avidago 
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células secretoras, extensas invaginações basais e laterais voltadas para o plexo vascular aumentam a superfície para transporte de íons 
(água e eletrólitos). 
40.3. GLÂNDULA SUBLINGUAL → é uma glândula tubuloacinosa composta, com predominância de células mucosas, enquanto as células serosas 
apresentam-se exclusivamente constituindo semiluas serosas (secretam lisozimas), na extremidade de túbulos mucosos. 
 
41. PÂNCREAS 
 
 Trata-se de uma glândula mista (exócrina e endócrina) responsável por produzir e armazenar enzimas digestivas (células da porção 
exócrina – ácinos) e sintetiza hormônios (células epiteliais da porção endócrina – ilhotas de Langerhans). 
 O pâncreas exócrino é uma glândula acinosa composta, formada por células exclusivamente serosas com grânulos de secreção 
(zimogênio) variando de acordo com a fase digestiva (mais abundante em jejum); 
ausência de ductos estriados, de modo que os ductos intercalares penetram no lúmen 
dos ácinos (células centroacinares). 
 Há secreção de água, íons e diversas proteinases, armazenadas na forma de 
pré-enzimas (inativas). A secreção pancreática exócrina é controlada através de 
hormônios sintetizados por células enteroendócrinas (na mucosa intestinal). 
 A secreção pancreática exócrina é controlada principalmente por meio de dois 
hormônios: secretina (estimula secreção fluida abundante, pobre em enzimas e rica em 
bicarbonato, que neutraliza a acidez do quimo) e colecistoquinina (promove secreção 
pouco abundante rica em enzimas, ocorre extrusão dos grânulos de zimogênio). A ação 
integrada da secretina e colecistoquinina provê a secreção abundante de suco 
pancreático alcalino, rico em enzimas. 
 
! Na pancreatite hemorrágica as pré-enzimas presentes no pâncreas são ativadas e 
digerem o próprio órgão. 
! Em caso de desnutrição extrema, as células secretoras de proteínas (acinares do 
pâncreas) atrofiam prejudicando a produção de enzimas digestivas. 
 
42. FÍGADO 
 
 Segundo maior órgão do corpo, e maior glândula, situado na cavidade abdominal do diafragma. Responsável pelo processamento e 
armazenamento dos nutrientes absorvidos no trato digestivo para ser utilizado por outros órgãos (interface entre o sistema digestivo e o sangue). 
Todos os nutrientes absorvidos pelo intestino chegam ao fígado pela veia porta, exceto lipídeos complexos (quilomícrons), que chegam pela 
artéria hepática. O fígado também exerce função muito importante na produção de proteínas plasmáticas, como a albumina e outras proteínas 
carreadoras. 
 Revestido por uma cápsula conjuntiva (cápsula de Glisson), que acompanha os vasos (veia porta e artéria hepática) e penetram o hilo 
até o espaço porta, a partir daí, forma-se uma delicada rede de fibras reticulares que sustentam as células hepáticas (hepatócitos) e células 
endoteliais dos capilares sinusóides. 
 O componente básico do fígado é a célula hepática ou 
hepatócito. Essas células epiteliais estão agrupadas em placas 
interconectadas. Em algumas regiões da periferia dos lóbulos, 
denominadas espaços porta, existem tecido conjuntivo contendo 
ductos biliares, vasos linfáticos, nervos e vasos sanguíneos. A tríade 
portal é formada pelo ramo da artéria hepática, ducto biliar e ramo da 
veia porta. O lóbulo hepático é formado pelos cordões de hepatócitos, 
o espaço porta e a veia centrolobular. 
 As células endoteliais dossinusóides são separadas dos 
hepatócitos adjacentes por uma lâmina basal descontínua e um espaço 
subendotelial conhecido como espaço Disse, que contém microvilos 
dos hepatócitos (onde ocorre a troca de macromoléculas entre 
hepatócitos e os capilares). 
 Além das células endoteliais, os sinusóides contêm 
macrófagos conhecidos como células de Kupffer, localizados na 
superfície lumial do endotélio, e desempenham a função de 
metabolizar hemácias velhas, digerir hemoglobina, secretar proteínas 
relacionadas com processos imunológicos e destruir bactérias que 
eventualmente penetraram o sangue portal a partir do intestino 
grosso. A bilirrubina é produzida no fígado a partir da quebra da 
hemoglobina e é formada pelo sistema mononuclear fagocitário 
(células Kupffer) sendo transportada para os hepatócitos. Nessas 
células a bilirrubina é transformada em não-tóxica e solúvel em água, e finalmente excretada na bile. 
! A icterícia acontece quando a bilirrubina não é excretada. 
 As células de Ito, encontradas no espaço Disse, são células armazenadoras de lipídeos, ricas em vitamina A; promovem a captação, 
armazenamento e liberação de retinoides, síntese e secreção de várias proteínas da matriz extracelular e proteoglicanos, secreção de fatores de 
crescimento e citocinas e regulação do diâmetro do lúmen sinusoidal e resposta a diferentes fatores reguladores. 
! Em doenças crônicas do fígado as células de Ito proliferam e assumem características de miofibroblastos, e provocam o desenvolvimento de 
fibrose. 
 
Enzo Amaral Avidago 
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• SUPRIMENTO SANGUÍNEO → 80% do sangue derivam da veia porta, que transporta sangue pouco oxigenado e rico em nutrientes 
provenientes das vísceras abdominais, enquanto os 20% restantes derivam da artéria hepática, que fornece sangue rico em oxigênio. 
- SISTEMA PORTA VENOSO: a veia porta ramifica-se em vênulas portais (interlobulares/aos espaços porta), que por sua vez ramifica em 
vênulas distribuidoras; pequenas vênulas desembocam nos capilares sinusóides. Os capilares convergem nas veias centrolobulares 
(central), que deixa o lóbulo hepático em sua base fundindo-se com as veias sublobulares. As veias sublobulares gradualmente convergem 
e se fundem, formando as veias hepáticas, que desembocam na veia cava inferior; 
- SISTEMA ARTERIAL: a artéria hepática ramifica-se e formam as arteríolas interlobulares; algumas dessas arteríolas irrigam as estruturas 
do espaço porta e outras formam arteríolas que desembocam diretamente nos sinusóides, promovendo uma mistura de sangue arterial e 
venoso poral nesses capilares. 
 Os hepatócitos são poliédricas, com seis ou mais superfícies. Os hepatócitos encontram-se radialmente dispostos desde a periferia dos 
lóbulos até o centro anastomosando-se livremente, envolvidos por capilares sinusóides. Suas características estruturais, histoquímicas e 
bioquímicas variam em relação à distância dos espaços porta. 
 Cada hepatócito comunica-se com sinusóides (espaço de Disse) e com outro hepatócito (canalículos biliar/junções de oclusão e 
comunicantes). Os canalículos biliares anastomosam-se progressivamente terminando na região do espaço porta; a bile flui em direção contraria 
do sangue, onde adentra nos dúctulos biliares (canais de Hering); esses canais terminam nos ductos biliares, que gradualmente aumentam e se 
fundem, formando o ducto hepático que deixa o fígado. 
 Geralmente, o fígado contém glicogênio (variável de acordo com o estado nutricional do indivíduo); um depósito de glicose que 
contribui para a manutenção da glicemia. Além disso, sintetizam diversas proteínas para sua própria manutenção e outras que são secretadas 
diretamente na corrente sanguínea (endócrina). Secretam a bile constituída por água, eletrólitos, ácidos biliares, fosfolipídios, colesterol e 
bilirrubina (exócrina). Por fim, o fígado também é capaz de transformar aminoácidos em glicose (glicogênese). 
 Este órgão possui alta capacidade de regeneração, parte de um fígado podem ser utilizadas em transplantes cirúrgicos. 
 
 
 
! Na cirrose, há a formação de nódulos de hepatócitos circundados por tecido conjuntivo denso, devido à agressão repetida dos hepatócitos por 
longo período de tempo (álcool, drogas, hepatite viral e doenças hepáticas auto-imunes). 
! Os cálculos biliares podem ser causados por proporções anormais de ácidos biliares na vesícula, provocando o bloqueio do fluxo da bile 
provocando icterícia. 
! Tumores das glândulas digestivas derivam do parênquima hepático ou das células epiteliais dos ductos biliares; carcinoma hepatocelular; no 
pâncreas exócrino (derivam das células epiteliais dos ductos). 
 
43. TRATO BILIAR 
 
 A bile produzida pelos hepatócitos flui através dos canalículos biliares, ductos biliares (canais de Hering) e ductos biliares. Essas 
estruturas se fundem, formando uma rede que converge para formar os ductos hepáticos direito e esquerdo. O ducto hepático, após receber 
o ducto cístico proveniente da vesícula biliar, continua até o duodeno como ducto colédoco ou ducto biliar comum. Os dois últimos são formados 
por epitélio colunar simples; há uma camada muscular lisa formando o esfíncter próximo ao duodeno. 
 
44. VESÍCULA BILIAR 
 
 A vesícula biliar é um órgão oco, responsável por armazenar a bile, concentrá-la por meio da absorção de água e secretá-la no trato 
digestivo (induzida pela colecistoquinina). A camada mucosa é formada por um epitélio colunar simples, rico em mitocôndrias. A parede da 
vesícula também possui uma lâmina própria com pregas abundantes, uma camada de músculo liso, uma camada de tecido conjuntivo 
perimuscular e uma membrana serosa. Há glândulas mucosas tubuloacinosas próximas ao ducto cístico. 
Enzo Amaral Avidago 
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45. INTRODUÇÃO 
 Constituído pelos pulmões e um sistema de tubos que comunicam o parênquima pulmonar com o meio externo. O aparelho 
respiratório é dividido em: uma porção condutora, que compreende as fossas nasais, nasofaringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos; e 
uma porção respiratória (onde ocorre trocas gasosas), constituída pelos bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e alvéolos. 
 Além de possibilitar a entrada e saída de ar, a porção condutora exerce as importantes funções de limpar, umedecer e aquecer o ar 
inspirado, para proteger o delicado revestimento dos alvéolos pulmonares. Essa porção é constituída por uma combinação de cartilagem, tecido 
conjuntivo e tecido muscular liso, o que lhe proporciona suporte estrutural, flexibilidade e extensibilidade. A mucosa da parte condutora é 
revestida por um epitélio respiratório. 
 
46. EPITÉLIO RESPIRATÓRIO 
 
 A maior parte da porção condutora é revestida por epitélio ciliado pseudoestratificado colunar com muitas células caliciformes, 
denominado epitélio respiratório. 
 O epitélio respiratório típico possui cinco tipos celulares (todas essas células encontram-se apoiadas na lâmina basal) → células 
colunares ciliadas; células caliciformes (células secretoras de muco); células em escova (receptores sensoriais); células basais (células-tronco); 
células granulares (sistema neuroendócrino difuso). 
 
47. FOSSA NASAL 
 
• VESTÍBULO → porção mais anterior e dilatada das fossas nasais; sua mucosa é continuação da pele do nariz, porém o epitélio estratificado 
pavimentoso da pele perde sua camada queratinizada e o tecido conjuntivo da derme dá origem a lâmina própria da mucosa. Os vibrisas 
(pelos curtos) e a secreção das glândulas sebáceas e sudoríparas existentes no vestíbulo constituem uma barreira à penetração de partículas 
grosseiras nas vias respiratórias. 
• ÁREA RESPIRATÓRIA → compreende a maior parte das fossas nasais; a mucosa dessa região é recoberta por epitélio pseudoestratificado 
colunar ciliado, com muitas células caliciformes (epitélio respiratório). Nesse local a lâmina própria contém glândulas mistas (serosas e 
mucosas), cuja secreção é lançada na superfície do epitélio → essa secreção prende microrganismos e partículas inertes, sendo deslocados 
ao longoda superfície epitelial em direção à faringe, pelo batimento ciliar. 
 Na parede lateral de cada cavidade nasal há três expansões ósseas chamadas conchas ou cornetos. Nos cornetos inferior e médio, a 
lâmina própria contém um abundante plexo venoso (aquecimento do ar). 
• ÁREA OLFATÓRIA → situada na parte superior das fossas nasais, sendo responsável pela sensibilidade olfatória. Essa área é revestida pelo 
epitélio olfatório, que contém quimiorreceptores da olfação. 
 O epitélio olfatório é um neuroepitélio colunar pseudoestratificado, formado por três tipos celulares → células de sustentação 
prismáticas com microvilosidades; células basais (células-tronco do epitélio olfatório); células olfatórias (neurônios bipolares que se 
distinguem das célula de sustentação porque seus núcleos se localizam em uma porção mais inferior), seus dendritos apresentam dilatações 
elevadas, de onde partem 6 a 8 cílios, sem mobilidade, que são quimiorreceptores excitáveis pelas substâncias odoríferas. 
 Na lâmina própria dessa mucosa, além de abundantes vasos e nervos, observam-se glândulas ramificadas tubuloacinosas alveolares, 
as glândulas de Bowman (serosas), que secretam uma corrente líquida e contínua, que limpa os cílios das células olfatórias, para acesso de 
novas substâncias odoríferas. 
 
48. SEIOS PARANASAIS 
 
 São cavidades nos ossos frontal, maxilar, etmoide e esfenoide revestidas por epitélio do tipo respiratório, que se apresenta baixo e 
com poucas células caliciformes; a lâmina própria apresenta apenas algumas glândulas pequenas e é contínua com o periósteo adjacente. Os 
seios paranasais se comunicam com as fossas nasais por meio de pequenos orifícios. O muco produzido nessas cavidades é drenado para as 
fossas nasais pela atividade das células epiteliais ciliadas. 
 
49. NASOFARINGE 
 
 Primeira parte da laringe, continuando caudalmente com a orofaringe, porção oral do órgão. É separada incompletamente da 
orofaringe pelo palato mole, é revestida por epitélio tipo respiratório. Na orofaringe, o epitélio é estratificado pavimentoso. 
 
50. LARINGE 
 
 Tubo que une a faringe à traqueia, apresentando peças de cartilagem do tipo hialino na parede (tireóide, cricóide e ariténiode); que 
possuem a função de manter o lúmen da laringe sempre aberto, garantindo a livre passagem do ar. Na laringe está situada a epiglote. 
 A mucosa forma dois pares de pregas → na parte superior, as falsas cordas vocais (ou pregas vestibulares), com numerosas glândulas; 
na parte inferior, as cordas vocais verdadeiras, que apresentam um eixo de tecido conjuntivo muito elástico que continua com os músculos da 
laringe. 
 Na face ventral e parte da face dorsal da epiglote, bem como nas cordas vocais verdadeiras, o epitélio está sujeito a atritos e desgaste, 
sendo, portanto, do tipo estratificado pavimentoso não queratinizado; nas demais regiões é do tipo respiratório. A lâmina própria é rica em 
fibras elásticas e contém pequenas glândulas mistas (serosas e mucosas), exceto nas cordas vocais verdadeiras. 
 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
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51. TRAQUEIA 
 
 Continuação da laringe que se ramifica em dois brônquios extrapulmonares e termina ramificando-se nos dois brônquios 
extrapulmonares. É um tubo revestido internamente por epitélio do tipo respiratório. Apresenta de 16 à 20 cartilagens hialina, em forma de C. 
 A lâmina própria é de tecido conjuntivo frouxo rico em fibras elásticas e glândulas mistas, cujos ductos se abrem no lúmen traqueal. A 
proteção da traqueia contra o meio externo é realizada pela secreção das células caliciformes e das glândulas seromucosas, além da barreira 
linfocitária de função imunitária. 
 
52. ÁRVORE BRÔNQUICA 
 
 A traqueia ramifica-se originando dois brônquios que, entram nos pulmões através do hilo (também entram artérias e saem vasos 
linfáticos e veias). Todas essas estruturas são revestidas por tecido conjuntivo denso, sendo o conjunto conhecido por raiz do pulmão. 
 Os brônquios primários, ao penetrarem supre um lobo pulmonar. Esses brônquios lobares dividem-se repetidas vezes, originando 
brônquios cada vez menores, sendo os últimos ramos chamados de bronquíolos. Cada bronquíolo penetra um lóbulo pulmonar, no qual se 
ramifica, formando de cinco a sete bronquíolos terminais. Cada bronquíolo terminal origina um ou mais bronquíolos respiratórios, os quais 
marcam a transição para a porção respiratória (compreende os ductos alveolares, os sacos alveolares e os alvéolos). 
• BRÔNQUIOS → nos ramos maiores, a mucosa é idêntica à traqueia, enquanto nos ramos menores o epitélio pode ser cilíndrico simples 
ciliado. A lâmina própria é rica em fibras elásticas, feixes de músculo liso dispostos em espiral, glândulas mistas e peças de cartilagem hialina 
(revestida por uma capa conjuntiva, denominada camada adventícia). Tanto na camada mucosa quanto na camada adventícia são 
frequentes os acúmulos de linfócitos. 
• BRONQUÍOLOS → não apresentam cartilagem, glândulas ou nódulos linfáticos. O epitélio, nas porções iniciais, é cilíndrico simples ciliado, 
passando a cúbico simples, ciliado ou não, na porção final. Apresenta regiões especializadas, denominadas corpos neuroepiteliais (grupo 
de células que contêm grânulos de secreção de quimiorreceptores e recebem terminações nervosas colinérgicas. A lâmina própria é delgada 
e rica em fibras elásticas entrelaçadas a fibras musculares lisas formando camada mais desenvolvida que nos brônquios. 
! Crises asmáticas → ocorre a contração da musculatura bronquiolar; o uso de drogas simpaticomiméticas relaxa a musculatura; 
 
- BRONQUÍOLOS TERMINAIS: últimas porções da árvore brônquica; têm estrutura semelhante à dos bronquíolos, porém possui a parede 
mais delgada, revestida internamente por epitélio colunar baixo ou cúbico, com células ciliadas e não ciliadas. Apresenta células de Clara, 
não ciliadas, que apresentam grânulos secretores de proteínas protetoras em suas porções apicais; 
- BRONQUÍOLOS RESPIRÁTIOS: consiste na transição entre a porção condutora e a respiratória; é um tubo curto, ramificado, com estrutura 
semelhante à do bronquíolo terminal, exceto pela existência de numerosas expansões saculiformes constituídas por alvéolos, onde ocorrem 
trocas de gases. 
 
53. DUCTOS ALVEOLARES 
 
 A medida que a árvore respiratória se prolonga no parênquima pulmonar, o número de alvéolos aumenta, até que a parede passa a 
ser constituída apenas de alvéolos, e o tubo passa a ser chamado de ducto alveolar (revestido por epitélio simples plano cujas células são 
extremamente delgadas). Na borda dos alvéolos, a lâmina própria apresenta feixes de músculo liso (exceto nos ductos mais distais), fibras 
elásticas (responsáveis pela extensão e contração durante a respiração) e fibras reticulares (responsáveis pelo suporte para os ductos, alvéolos 
e capilares sanguíneos). 
 
54. ALVÉOLOS 
 
 O ducto alveolar termina em um alvéolo único ou em sacos alveolares constituídos por diversos alvéolos; constitui a última porção da 
árvore brônquica. 
 Formado por um epitélio simples plano apoiado em tecido conjuntivo delicado rico em capilares sanguíneos contínuos. Essa parede 
alveolar é comum a dois alvéolos adjacentes, constituindo uma parede ou septo interalveolar → formado por duas camadas de pneumócitos 
(principalmente tipo I) separadas pelo interstício de tecido conjuntivo com fibras reticulares e elásticas, substancia fundamental e células do 
conjuntivo, e a rede de capilares sanguíneos (mais rica do organismo). 
 O ar alveolar é separado do sangue capilar por quatro estruturas, que são o 
citoplasma do pneumócito tipo I, a lâmina basal dessa célula, a lâmina basal do 
capilar e o citoplasma da célula endotelial. Geralmente, as duas lâminas basais se 
fundem, formando uma membrana basal única. 
 O oxigênio do ar alveolar passa para o sangue capilar através das 
membranas citadas; o CO2 dinfunde-se em direção contrária. A liberação do CO2 a 
partir de H2CO3 é catalisada pela enzima anidrase carbônica existente nas 
hemácias. 
 A parede interalveolaré formada por três tipos celulares principais: células 
endoteliais dos capilares, pneumócitos tipo I e pneumócitos tipo II. 
- CÉLULAS ENDOTELIAIS DOS CAPILARES: são as mais numerosas e têm o núcleo 
mais alongado que o dos pneumócitos. O endotélio é do tipo contínuo e não 
fenestrado. 
- PNEUMÓCITOS TIPO I: são células pavimentosas ligadas às vizinhas por 
desmossomo; possuem zônulas de oclusão (junções oclusivas), que impedem a 
passagem de fluidos do espaço tecidual para o interior dos alvéolos. 
- PNEUMÓCITOS TIPO II: também chamadas de células septais, localizam-se entre 
os pneumócitos tipo I. Os corpos lamelares, presentes nessas células, originam o 
material que se espalha sobre a superficie dos alvéolos. Esse material forma uma 
camada extracelular nos alvéolos, denominada surfactante pulmonar, 
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responsável por reduzir a tensão superficial dos alvéolos, o que reduz também a força necessárias para a inspiração, facilitando a respiração. 
Além disso, sem o surfactante os alvéolos tenderiam a entrar em colapso durante a expiração. 
! Na Síndrome do Desconforto Respiratório do Recém-Nascido ocorre a deficiência de surfactante em crianças pré-maturas; a síntese de 
surfactantes pode ser induzida pela administração de glicocorticoides. Na Síndrome do Desconforto Respiratório ocorre lesão dos pneumócitos 
tipo I e endotélio (vírus, bactéria, medicamentos e drogas), provocando endema intra-alveolar e fibrose. 
! Insuficiência Cardíaca Congênita → ocorre acúmulo de sangue no pulmão, rompimento dos capilares e passagem de hemácias para os alvéolos 
onde são fagocitadas. 
 
55. VASCULARIZAÇÃO DOS PULMÕES 
 
• VASOS SANGUÍNEOS → A circulação sanguínea do pulmão compreende vasos nutridores (sistêmicos), compostos por artérias brônquicas, 
que levam sangue com nutrientes e oxigênio para todo o parênquima pulmonar; e vasos funcionais (vasos pulmonares). 
 A circulação funcional é representada pelas artérias e veias pulmonares, as artérias trazem o sangue venoso (pouco oxigenado) para 
ser oxigenado pelos alvéolos pulmonares. 
• VASOS LINFÁTICOS → distribuem-se acompanhando os brônquicos e os vasos pulmonares; são encontrados também nos septos 
interlobulares, dirigindo-se todos eles para os linfonodos da região do hilo. Essa rede linfática é chamada de rede profunda, para ser 
distinguida da rede superficial, que compreende os linfáticos existentes na pleura visceral. 
 
56. PLEURA 
 
 Camada serosa que envolve o pulmão, formada por dois folhetos (parietal e visceral) que são contínuos na região do hilo do pulmão. 
Os dois folhetos delimitam, para cada pulmão, uma cavidade independente e inteiramente revestida pelo mesotélio. Em condições normais, 
essa cavidade pleural é virtual, contendo apenas uma película de líquido que age como lubrificante, tornando possível o deslizamento suave 
dos dois folhetos durante os movimentos respiratórios e impossibilitando o atrito entre o mesotélio visceral e o parietal. 
 Trata-se de uma estrutura de grande permeabilidade, o que explica a frequência de acúmulo de líquidos entre os dois folhetos pleurais 
(derrame pleural), em condições de processos patológicos. 
 
57. MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS 
 
• INSPIRAÇÃO → ocorre contração dos músculos intercostais (elevação da costela), contração do diafragma, promovendo abaixamento do 
assoalho da cavidade torácica, o que aumenta o tamanho desta e determina a expansão pulmonar. Os brônquios e os bronquíolos 
aumentam em diâmetro e comprimento. A porção respiratória também se expande (por conta dos ductos alveolares), os alvéolos mudam 
pouco de volume. As fibras elásticas do parênquima pulmonar participam desta expansão. 
• EXPIRAÇÃO → os músculos se relaxam, de modo que a retração dos pulmões ocorre passivamente, sendo em grande parte devido às fibras 
elásticas que estavam sob tensão. 
 
 
 
58. HORMÔNIOS 
 
 São moléculas que agem como sinalizadores químicos. Eles são liberados por células especializadas chamadas endócrinas; que se unem 
e constituem glândulas endócrinas, desprovidas de ductos, secretando diretamente na circulação sanguínea. Há também células endócrinas 
isoladas no trato digestivo. 
 Como a secreção dos hormônios é eliminada na corrente sanguínea; as células endócrinas agem distantes do seu local de secreção. Há 
também células endócrinas que produzem hormônios que agem a uma distância curta, chamadas parácrinas (p. ex., gastrina). 
 Outro modo de controle é o justácrino, no qual uma molécula é liberada na matriz extracelular, difunde-se por essa matriz e atua em 
células situadas a uma distância muito curta de onde foram liberadas. 
 Os tecidos e órgãos nos quais os hormônios atuam são chamados tecido-alvo ou órgão-alvo. Esses reagem aos hormônios porque suas 
células têm receptores que reconhecem especificamente determinados hormônios e só a eles respondem. As próprias células endócrinas 
também podem ser células-alvo de outras glândulas endócrinas; possibilitando controlar a secreção de hormônios por mecanismo de 
retroalimentação (feedback) e manter níveis hormonais plasmáticos adequados. 
 
59. HIPÓFISE 
 
 Também chamada de pituitária, localiza-se em uma cavidade do osso esfenoide, a sella turcica. A hipófise se liga ao hipotálamo, situado 
na base do cérebro, por um pedículo que é ligação entre a hipófise e o sistema nervoso central. 
 Origem embrionária dupla: 
- NEURO-HIPÓFISE (origem nervosa) → consta de uma porção volumosa (pars nervosa), e do seu pedículo de fixação (infundíbulo), que se 
continua com o hipotálamo. 
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 - ADENO-HIPÓFISE (origem ectodérmica) → não tem conexão 
anatômica com o sistema nervoso; subdivida em três regiões: porção 
volumosa (pars distalis, no lobo anterior), porção cranial que envolve 
o infundíbulo (pars tuberalis, no lobo posterior), região intermediária 
entre a neuro-hipófise e o labo anterior (pars intermedia, no lobo 
posterior). 
 A glândula é revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo, 
continua com a rede de fibras reticulares que suporta as células do 
órgão. 
• SISTEMA HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIO 
- Neuro-hormônios produzidos no hipotálamo são levados 
diretamente à adeno-hipófise; 
- Hormônios produzidos no hipotálamo são acumulados na neuro-
hipófise; 
- Hormônios produzidos no hipotálamo são liberados nos capilares 
da eminência mediana, transportados para a adeno-hipófise pelo 
primeiro trecho do sistema porta; 
- Hormônio produzidos no lobo anterior da adeno-hipófise são 
distribuídos pela circulação sanguínea a partir do segundo trecho 
do sistema porta. 
 
60. ADENO-HIPÓFISE 
 
• PARS DISTALIS → formada por cordões e ilhas de células epiteliais cuboides ou poligonais produtoras de hormônios, que são armazenados 
em grânulos de secreção; entre os cordões e ilhas de células há muitos capilares sanguíneos (que pertencem ao plexo capilar secundário o 
sistema porta-hipofisário). 
 
 
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1. CÉLULAS CROMÓFOBAS: são células com poucos grânulos de secreação (células-tronco inespecíficas ou cromófilas desgranuladas) ou 
células com nenhum grânulo de secreção (células foliculoestreladas que apoiam as outras células). 
2. CÉLULAS CROMÓFILAS 
2.1 Células acidófilas: 
- Somatotrópicas: produtoras do hormônio do crescimento ou somatotropina (GH) – promove o crescimento de ossos longos e age no 
metabolismo em muitos locais do organismo; 
- Mamotrópicas (ou Lactotrópica): produtoras do hormônio prolactina (PRL) – desenvolvimento da glândula mamária durante a gestação 
e estimula a produção do leite; 
2.2 Células basófilas: 
- Gonadotrópica: produtoras do hormônio foliculoestimulante (FSH) – promove o crescimento de folículos ovarianos e secreção de 
estrógeno nas mulheres e estimula a espermatogênese em homens; e hormônio luteinizante (LH) – promove ovulação e secreção de 
progesterona nas mulheres e estímulo às células de Leydig e secreção de andrógenos nos homens; 
- Tireotrópica: produtoras do hormônio estimulante da tireoide ou tireotropina

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