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Contabilidade Semana 2

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Estruturação de um plano de contas, 
agrupamento de contas do Balanço 
Patrimonial e de Resultado
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem será possível entender que a elaboração de um bom plano de 
contas é fundamental para garantir a que as informações geradas pela contabilidade sejam úteis, 
fidedignas e transparentes, visto que a Contabilidade tem um valor informativo para os inúmeros 
usuários.
Cada empresa deverá elaborar seu plano de contas mediante as suas peculiaridades de operação, 
necessidades internas, transações e contas específicas. Além disso, teremos a possbilidade de 
conhecer como são agrupadas, de acordo com a boa técnica contábil, as contas do Balanço 
Patrimonial e de Resultado.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Conhecer o agrupamento das contas no Balanço Patrimonial.•
Conhecer o agrupamento das contas de Resultado.•
Criticar a estruturação de um plano de contas.•
DESAFIO
Com o objetivo de receberem as informações, com antecedência, para participarem da 
Assembleia Geral Ordinária AGO da Empresa J&F Comércio Exterior S/A, os acionistas 
receberam o conjunto completo das demonstrações contábeis do período 01/01/XXX1 à 
31/12/XXX1. Na AGO será tratado entre outro assunto a aprovação das Demonstrações 
Contábeis do exercício encerrado em 31/12/XXX1 da J&F Comércio Exterior S/A. 
Porém os acionistas que não tem formação na área contábil e trata-se da primeira AGO que 
participam. Na primeira leitura das peças contábeis, em especial o balanço patrimonial e a 
demonstração do resultado do exercício, eles não entenderam as informações constantes nestas 
demonstrações. 
Entre as dúvidas estavam como se atribuía o nome a cada conta contábil no Balanço Patrimonial 
e porque as contas não estavam em ordem alfabética no Balanço Patrimonial. Já na apresentação 
da demonstração de Resultados do Exercício, os acionistas acharam sua apresentação muito 
confusa, pois na sua visão, bastava fazer a soma dos números, não havendo necessidade de 
vários subtotais. 
Diante do exposto, você deverá explicar as normas que norteiam a estruturação de um Balanço 
Patrimonial e a Demonstração de Resultados do Exercício.
INFOGRÁFICO
O infográfico a seguir apresenta um plano de contas, o qual é estruturado em no mínimo três 
níveis como segue:
 
Estruturação de um plano 
de contas: agrupamento 
de contas do balanço 
patrimonial e de resultado
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Analisar o agrupamento das contas no balanço patrimonial.
  Reconhecer o agrupamento das contas de resultado.
  Avaliar a estruturação de um plano de contas.
Introdução
O plano de contas patrimoniais é utilizado para a elaboração do ba-
lanço patrimonial; ou seja, é ele que direciona o agrupamento das 
contas do balanço. Já o plano de contas de resultado mostra como 
deve ser elaborada a demonstração do resultado. Com base nele, são 
agrupadas as contas de receita, custos e despesas. Ambos os planos 
são elaborados com base nas necessidades de informação da empresa. 
Dependendo do porte (pequena, média ou grande empresa) e do ramo 
de atividade (comércio, indústria ou serviços), as empresas utilizam 
planos de contas diferentes.
Neste capítulo, você vai estudar a estrutura dos planos de contas 
patrimoniais e de resultado, verificando, por fim, quais são os cuidados 
necessários para a estruturação de um plano de contas.
Agrupamento das contas do balanço patrimonial
A contabilidade de uma empresa deve ser elaborada seguindo as normas 
legais. Isso signifi ca que a contabilidade deve ser organizada, possibilitando a 
identifi cação das informações mais importantes sobre o patrimônio — aquilo 
que a empresa possui, seus bens, seus valores a receber e suas dívidas — e o 
resultado — o quanto sobra após descontar os custos e as despesas do valor 
das vendas.
Segundo o art. 176 da Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº. 6.404, de 15 
de dezembro de 1976, e alterações), ao fim de cada exercício social, uma das 
demonstrações que deve ser elaborada é o balanço patrimonial. O plano de 
contas, que você vai estudar agora, é fundamental para a elaboração dessa 
demonstração; isso porque o balanço patrimonial é elaborado com base no 
plano de contas utilizado pela empresa (BRASIL, 1976). O balanço patrimonial 
é composto pelo ativo (no qual estão registrados os bens e direitos) e pelo 
passivo (que registra as obrigações e o patrimônio líquido), divididos nos 
grupos apresentados no Quadro 1.
Fonte: Adaptado de Brasil (1976).
Ativo Passivo
 Circulante: nesse grupo, são 
registradas as contas de curto 
prazo, como caixa, bancos, contas 
a receber, impostos recuperáveis, 
estoques, despesas pagas 
antecipadamente, entre outros.
 Circulante: aqui são registradas as 
contas que se referem às obrigações 
de curto prazo, como contas a 
pagar, impostos a pagar, salários a 
pagar, empréstimos a pagar, entre 
outros.
 Não circulante: aqui são 
registradas as contas de longo 
prazo, como contas a receber 
de longo prazo, prédios, 
móveis, máquinas, veículos, 
etc.
 Não circulante: é representado 
pelas obrigações de longo prazo, 
como contas a pagar, empréstimos 
a pagar, entre outros. 
 Patrimônio líquido: nesse grupo, 
estão as contas contábeis que 
identificam o valor do capital social 
(valor investido pelos sócios), os 
lucros e prejuízos da empresa ao 
longo da sua existência, as reservas 
de capital/reserva legal, as reservas 
de lucros, entre outros.
Quadro 1. Grupos que compõem o balanço patrimonial
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado2
As definições de curto ou longo prazo estão relacionadas com o período em que 
determinado valor será recebido ou pago. Saiba mais no link a seguir.
https://qrgo.page.link/JpQMt
A elaboração do balanço deve atender aos requisitos legais e às necessidades 
de informação da organização. Logo, o plano de contas deve ser estruturado de 
forma a atender esses dois requisitos. A complexidade do balanço patrimonial 
depende das necessidades de informação da empresa: quanto mais detalhada é 
a informação, mais contas terá o balanço. Uma empresa de grande porte tam-
bém necessita de um balanço mais completo do que uma empresa de pequeno 
porte. O Quadro 2 mostra um modelo de balanço patrimonial simplificado.
Ativo Passivo
Circulante Circulante
 Caixa e equivalentes de caixa Fornecedores
 Caixa Salários a pagar
 Aplicações financeiras Encargos sociais a pagar
 Banco   Apropriações
 Contas a receber   13º salário a pagar
 Estoques Férias a pagar
 Matéria-prima —
 Produto acabado A —
 Produto acabado B —
Quadro 2. Modelo de balanço patrimonial simplificado
(Continua)
3Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
Agora você vai entender como ocorre a estruturação de um plano de 
contas, que permite elaborar o balanço patrimonial apresentado no Quadro 2. 
No plano de contas, a descrição das contas contábeis vem acompanhada de 
uma codificação numérica, que representa a posição que a conta ocupa e a 
sua hierarquia. Geralmente, a codificação do ativo inicia com o número 1, 
enquanto a do passivo inicia com o número 2. Na sequência, são inseridas as 
contas do primeiro nível inferior (aquelas que fazem parte do ativo e do pas-
sivo), seguindo uma codificação similar ao índice de um livro: 1.1 representa 
o ativo circulante e 2.1 representa o passivo circulante. 
Essa codificação segue uma estrutura hierárquica e possui dois grupos de 
contas: as sintéticas e as analíticas. Os lançamentos contábeis são registrados 
nas contas analíticas. Já as contas sintéticas representam o agrupamento de 
um conjunto de contas analíticas ou de contas sintéticas de níveis inferiores. 
Veja, no Quadro 3, como é estruturado o plano de contasque permite elaborar 
o balanço patrimonial apresentado no Quadro 2.
Fonte: Adaptado de Brasil (1976).
Ativo Passivo
Não circulante Não circulante
 Imobilizado Empréstimos
 Máquinas e equipamentos Banco A
 (−) Deprec. acumulada Banco B
 Veículos Patrimônio líquido
 (−) Deprec. acumulada Capital social
— Reservas de lucros
—   Reserva legal
Quadro 2. Modelo de balanço patrimonial simplificado
(Continuação)
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado4
Código Descrição Tipo de conta
1 Ativo Sintética de 1º nível
1.1 Circulante Sintética de 2º nível
1.1.1 Caixa e equivalentes 
de caixa
Sintética de 3º nível
1.1.1.01 Caixa Analítica
1.1.2 Bancos Sintética de 3º nível
1.1.2.01 Banco A Analítica
1.1.2.02 Banco B Analítica
1.1.3 Realizável Sintética de 3º nível
1.1.3.01 Contas a receber Analítica
1.1.4 Estoques Sintética de 3º nível
1.1.4.01 Matéria-prima Analítica
1.1.4.02 Produto acabado A Analítica
1.1.4.03 Produto acabado B Analítica
1.2 Não circulante Sintética de 2º nível
1.2.1 Imobilizado Sintética de 3º nível
1.2.1.01 Máquinas e 
equipamentos
Analítica
1.2.1.02 (−–) Depreciação 
acumulada
Analítica
1.2.1.03 Veículos Analítica
1.2.1.04 (–) Depreciação 
acumulada
Analítica
— — —
Quadro 3. Estrutura do plano de contas
(Continua)
5Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
Os lançamentos contábeis são realizados somente nas contas analíticas. 
Quando uma empresa retira dinheiro do caixa para fazer um pagamento, 
deve fazer o lançamento contábil desse pagamento na conta 1.1.1.01 Caixa. 
O lançamento não pode ser realizado na conta 1.1.1 Caixa e equivalentes 
Código Descrição Tipo de conta
2 Passivo Sintética de 1º nível
2.1 Circulante Sintética de 2º nível
2.1.1 Valores a pagar Sintética de 3º nível
2.1.1.01 Fornecedores Analítica
2.1.1.02 Salários a pagar Analítica
2.1.1.03 Encargos sociais a pagar Analítica
2.1.2 Provisões Sintética de 3º nível
2.1.2.01 Provisão para 13º salário Analítica
2.1.2.02 Provisão para férias Analítica
2.2 Não circulante Sintética de 2º nível
2.2.1 Empréstimos Sintética de 3º nível
2.2.1.01 Banco A Analítica
2.2.1.02 Banco B Analítica
— — —
2.3 Patrimônio líquido Sintética de 2º nível
2.3.1 Capital social Sintética de 3º nível
2.3.1.01 Capital social Analítica
2.3.2 Reservas de lucros Sintética de 3º nível
2.3.2.01 Reservas de lucros Analítica
2.3.3 Reserva legal Sintética de 3º nível
2.3.3.01 Reserva legal Analítica
Quadro 3. Estrutura do plano de contas
(Continuação)
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado6
de caixa, porque esta é do tipo sintética e serve para representar o total do 
dinheiro em caixa existente.
Você deve estar se perguntando: por que criar duas contas caixa, uma 
analítica e outra sintética? Isso é necessário em função da estrutura do plano 
de contas. A configuração dos sistemas contábeis e a totalização dos valores de 
ativo e passivo somente é possível quando todas as contas analíticas possuem 
a mesma quantidade de níveis. 
O tamanho do código das contas analíticas é definido em função da 
necessidade de controle de todas as contas. Veja o caso dos estoques. Nos 
Quadros 2 e 3, há três tipos distintos de estoque: matéria-prima, produto 
acabado A e produto acabado B. Vamos supor que a empresa tivesse em 
seu estoque $ 100 de matéria-prima, $ 80 de produto acabado A e $ 40 de 
produto acabado B. A representação no balanço patrimonial seria conforme 
o Quadro 4.
Código e descrição Valor
1.1.4 Estoques $ 220
1.1.4.01 Matéria-prima $ 100
1.1.4.02 Produto acabado A $ 80
1.1.4.03 Produto acabado B $ 40
Quadro 4. Representação dos estoques no balanço patrimonial
Veja que a conta sintética (1.1.4) faz a totalização de todos os tipos de 
estoque (100 + 80 + 40 = 220). Dessa forma, a estrutura do plano de contas 
permite identificar o valor de cada tipo de estoque e também do total de 
estoque que a empresa possui.
Se ocorrer uma venda do produto acabado A, o lançamento contábil será 
realizado na conta 1.1.4.02, e não na conta 1.1.4. Pela estrutura apresentada, 
essa empresa poderia ter até 99 tipos diferentes de estoque, porque o plano de 
contas possibilita a inclusão até a conta identificada como 1.1.4.99 Estoque 
XYZ. Nessa estrutura, não é possível incluir uma conta de estoque com o código 
1.1.4.100. Para isso, todo o plano de contas teria que ser readequado, com a 
previsão de três dígitos após o último ponto. Ou seja, o plano de contas teria 
que prever a conta de matéria-prima com o código 1.1.4.001, e essa estrutura 
7Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
precisaria ser seguida em todo o plano de contas. A conta caixa, por exemplo, 
teria o código 1.1.1.001, em vez de 1.1.1.01.
Por isso, é importante que a estrutura prevista para o plano de contas seja 
flexível, atendendo às necessidades do momento da criação do plano, mas 
também prevendo a inclusão de novas contas que venham a ser necessárias 
ao longo da existência da empresa. 
O plano de contas é estruturado com base nas particularidades e necessidades de 
informação de cada empresa. Uma empresa só terá em seu plano de contas a conta 
de imóveis se ela tiver algum prédio, casa ou construção. Somente são criadas aquelas 
contas que são efetivamente necessárias.
Agrupamento das contas da demonstração 
de resultado
A demonstração do resultado do exercício (DRE) tem como objetivo possi-
bilitar a identifi cação do resultado líquido, ou seja, identifi car se a organização 
teve lucro ou prejuízo em determinado período. Conforme a Lei nº. 6.404/1976 
e as suas alterações, essa demonstração deve ser elaborada anualmente para 
fi ns legais e de divulgação (BRASIL, 1976). Um modelo de DRE simplifi cada 
é apresentado no Quadro 5.
Descrição 
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
 Produto A
 Produto B
(–) Deduções sobre vendas
 Produto A
 Produto B
Quadro 5. Modelo de demonstração do resultado do exercício
(Continua)
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado8
Como você pode ver no Quadro 5, a receita líquida e os diferentes tipos 
de resultado (operacional bruto, antes do IR e da CS e do exercício) são 
obtidos por cálculos que partem das receitas (vendas da empresa), das quais 
vão sendo subtraídos os impostos, os custos e as despesas, até a obtenção do 
Fonte: Adaptado de Brasil (1976).
(–) Impostos sobre vendas
 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
(=) Receita operacional líquida
(–) Custo do produto vendido
 Produto A
 Produto B
(=) Resultado operacional bruto (lucro bruto)
(–) Despesas operacionais
Despesas administrativas
Salários e encargos
Energia elétrica
Depreciação
Despesas com vendas
Salários e encargos
Combustíveis
Comissões
(–) Despesas financeiras líquidas
Juros pagos
(–) Juros recebidos
(=) Resultado antes do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social (CS)
(–) Provisão para IR e CS
Provisão para IR
Provisão para CS
(=) Resultado do exercício
Quadro 5. Modelo de demonstração do resultado do exercício
(Continuação)
9Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
resultado do exercício, que é o lucro ou prejuízo. Esse cálculo é realizado 
em diferentes estágios, com várias totalizações intermediárias. Por exemplo, 
a receita líquida corresponde ao valor total das vendas menos as deduções 
de vendas, os impostos e os abatimentos concedidos. 
Para tender ao que determina a Lei nº. 6.404/1976 e alterações, o plano de 
contas de resultado deve possibilitar a identificação das informações a seguir:
  receita bruta, deduções, abatimentos e impostos;
  receita líquida, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
  despesas com asvendas, financeiras, gerais e administrativas, e outras 
despesas operacionais;
  lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
  resultado do exercício antes do IR e a provisão para o imposto;
  participações (valores pagos a empregados, administradores e partes 
beneficiárias que não se caracterizem como despesa);
  lucro ou prejuízo líquido e o seu valor por ação (BRASIL, 1976).
Desde que o plano de contas de resultado apresente as informações defi-
nidas na Lei, podem ser feitas adaptações para que sejam atendidas também 
as necessidades de informação da organização; por exemplo, apresentar a 
receita, as deduções e o custo por produto. É a necessidade de informação da 
organização que vai determinar a estrutura e o número de contas do plano.
Uma particularidade do plano de contas de resultado é que ele não é exa-
tamente igual à demonstração do resultado do exercício. Embora o plano de 
contas patrimonial também não seja exatamente igual ao balanço patrimonial, 
no caso da DRE, as diferenças em relação ao plano de contas de resultado 
são mais significativas. Isso porque, geralmente, é necessário ter mais contas 
no plano de contas de resultado do que aquelas que aparecem na DRE. Isso 
acontece por duas razões principais:
1. pela necessidade de uma conta analítica e outra sintética, em função da 
estrutura do plano de contas (como ocorre com a provisão para IR, que 
possui uma conta sintética, 4.3.1, e outra analítica, 4.3.1.01);
2. pela necessidade de identificação de diferentes tipos de resultado (receita 
operacional líquida, resultado operacional bruto, resultado antes do IR 
e da CS e resultado do exercício).
Lembre-se de que os lançamentos ocorrem nas contas analíticas, sendo 
que as contas sintéticas atuam como totalizadoras de um grupo de analíticas. 
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado10
Por exemplo, as receitas são lançadas nas contas 3.1.1.01 Produto A e 3.1.1.02 
Produto B, que são as contas analíticas. Já a totalização das vendas ocorre nas 
contas 3.1 Vendas e 3.1.1 Produtos, que são sintéticas. A conta 3.1.1 totaliza a 
vendas de produtos, e a conta 3.1 totaliza o total de vendas (o que se tornaria 
mais importante se a empresa tivesse também prestação de serviços, pois faria 
a totalização do total de receitas — as de vendas e as de serviços).
Veja, no Quadro 6, um modelo de plano de contas para a elaboração da DRE.
Código Descrição Tipo de conta
3 Receita operacional bruta Sintética de 1º nível
3.1 Vendas Sintética de 2º nível
3.1.1 Produtos Sintética de 3º nível
3.1.1.01 Produto A Analítica 
3.1.1.02 Produto B Analítica
3.2 (–) Deduções sobre vendas Sintética de 2º nível
3.2.1 Devolução de vendas Sintética de 3º nível
3.2.1.01 Produto A Analítica
3.2.1.02 Produto B Analítica
3.2.1.03 Impostos sobre vendas Analítica
3.3 (–) Custo do produto vendido Sintética de 2º nível
3.3.1 Custo do produto vendido Sintética de 3º nível
3.3.1.01 Produto A Analítica
3.3.1.02 Produto B Analítica
4 (–) Despesas operacionais Sintética de 1º nível
4.1 Despesas gerais Sintética de 2º nível
4.1.1 Despesas administrativas Sintética de 3º nível
4.1.1.01 Salários e encargos Analítica
4.1.1.02 Energia elétrica Analítica
4.1.1.03 Depreciação Analítica
Quadro 6. Plano de contas para a elaboração da DRE
(Continua)
11Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
Observe que a estrutura dos códigos das contas, bem como a classificação 
em sintética (1º, 2º ou 3º nível) ou analítica, seguem os mesmos padrões utili-
zados no plano de contas patrimonial. A codificação geralmente utilizada nas 
organizações é iniciada com 3 para as receitas e 4 para as despesas, porém, 
não segue o mesmo padrão em todas as empresas. Pode haver casos em que 
todo o plano de contas de resultado inicia com 3. Nesse caso, as despesas 
gerais teriam o código 3.4, as despesas financeiras líquidas teriam o código 
3.5, e a provisão para IR e CS teria o código 3.6. Codificações diferentes das 
apresentadas também podem ser encontradas.
Fonte: Adaptado de Brasil (1976).
Código Descrição Tipo de conta
4.1.2 Despesas com vendas Sintética de 3º nível
4.1.2.01 Salários e encargos Analítica
4.1.2.02 Combustíveis Analítica
4.1.2.03 Comissões Analítica
4.2 (–) Despesas financeiras líquidas Sintética de 2º nível
4.2.1 Juros Sintética de 3º nível
4.2.1.01 Juros pagos Analítica
4.2.1.02 (–) Juros recebidos Analítica
4.3 Provisão para IR e CS* Sintética de 2º nível
4.3.1 Provisão para IR Sintética de 3º nível
4.3.1.01 Provisão para IR Analítica
4.3.2 Provisão para CS Sintética de 3º nível
4.3.2.01 Provisão para CS Analítica
Quadro 6. Plano de contas para a elaboração da DRE
(Continuação)
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado12
Assim como no plano de contas patrimonial, os lançamentos contábeis são 
realizados nas contas analíticas, sendo as sintéticas utilizadas para definir a 
hierarquia ou totalizar outro grupo de contas. Veja, no Quadro 7, como ficaria 
o grupo das despesas com os valores contabilizados.
Código Descrição Valor 
4 (–) Despesas operacionais $ 192
4.1 Despesas gerais $ 192
4.1.1 Despesas administrativas $ 135
4.1.1.01 Salários e encargos $ 100
4.1.1.02 Energia elétrica $ 20
4.1.1.03 Depreciação $ 15
4.1.2 Despesas com vendas $57
4.1.2.01 Salários e encargos $ 50
4.1.2.02 Combustíveis $ 5
4.1.2.03 Comissões $ 2
Quadro 7. Exemplo de totalização das despesas operacionais
As despesas operacionais totalizam $ 192, dos quais $ 135 se referem a 
despesas administrativas e $ 57 a despesas com vendas. As despesas adminis-
trativas são compostas por salários e encargos ($ 100), energia elétrica ($ 20) e 
depreciação ($ 15). A mesma lógica de soma se aplica às despesas com vendas.
Estruturando o plano de contas dessa forma, estão disponíveis as infor-
mações em relação ao valor gasto em cada tipo de despesa (salários, energia, 
combustíveis e depreciação), em cada setor (administrativo e vendas), e tam-
bém o total. Estão disponíveis, portanto, informações bastante completas em 
relação às despesas.
13Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
O plano de contas não prevê as contas totalizadoras da DRE. Observe as diferenças 
entre o modelo de DRE (Quadro 5) e o plano de contas para a elaboração da DRE 
(Quadro 6). Repare que a receita operacional líquida, o resultado operacional bruto, 
o resultado antes do IR e da CS e o resultado do exercício não constam no plano de 
contas. Isso acontece porque esses valores são obtidos pelas somas realizadas, sendo 
apurados somente na emissão da DRE. Na contabilidade, não é realizado nenhum 
lançamento de débito ou crédito na conta de resultado operacional líquido, pois esse 
valor não decorre de um fato, mas, sim, de um cálculo. O mesmo ocorre com os outros 
totalizadores, o que justifica sua ausência no plano de contas. 
Cuidados na elaboração dos planos de contas
Um plano de contas é a base da escrituração contábil, estando relacionado 
diretamente com a qualidade das informações disponibilizadas nos relatórios, 
como no balanço patrimonial e na DRE. É com base no plano de contas e nos 
valores que correspondem a cada conta que são realizadas operações impor-
tantes nas organizações, como a apuração dos tributos e o planejamento dos 
estoques. Da mesma forma, são tomadas decisões com base em informações 
geradas pelas demonstrações contábeis, que, por sua vez, foram elaboradas 
com base na estrutura do plano de contas. 
Para Crepaldi (2003, p. 70):
[...] plano de contas é um conjunto de determinadas contas em função do 
ramo de atividade e porte de cada empresa. Nele são apresentadas as contas, 
títulos e descrição de cada uma, bem como os regulamentos e convenções 
que regem o uso do plano e de suas contas integrantes do sistema contábil 
da entidade, tendo como finalidadeservir de guia para o registro e a de-
monstração dos fatos contábeis.
Na elaboração tanto do plano de contas patrimonial quanto do plano de 
resultado, a principal questão a ser observada é em relação à finalidade do 
plano. É importante que as demandas — sejam elas societárias, tributárias, 
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado14
fiscais ou gerenciais — sejam atendidas. Também é importante avaliar as 
dificuldades, as limitações e as necessidades de cada organização.
Um plano de contas societário deve atender à legislação societária, em 
consonância com as Normas Brasileiras de Contabilidade e as determinações 
da Comissão de Valores Mobiliários (no caso de sociedade de capital aberto). Já 
em um plano elaborado para atender aos aspectos fiscais, deve-se estar atento 
aos aspectos determinados pela legislação do IR. Muitas empresas elaboram 
apenas um plano de contas, utilizado tanto para aspectos societários quanto 
fiscais. Geralmente, a elaboração de dois planos distintos está relacionada à 
necessidade de informação que a empresa tem e ao seu tamanho (nas pequenas 
empresas, é comum ter apenas um plano; as grandes costumam ter um plano 
fiscal e outro societário).
Analisando a finalidade para a qual é elaborado, o plano gerencial é o 
que apresenta maior flexibilidade, pois pode ser elaborado com base nas 
demandas de informação da organização. Passando para segundo plano os 
aspectos societários e fiscais, o foco pode ser direcionado para o atendi-
mento dos anseios da administração, no que diz respeito ao detalhamento 
das informações desejadas.
A relação custo–benefício deve ser sempre avaliada. Se, por um lado, 
um plano de contas detalhado traz maior quantidade de informações, por 
outro, torna-se mais complexo e mais extenso, com um número de contas 
maior. Muitas contas podem, em algumas situações, causar dificuldades na 
identificação da conta contábil correta. Por exemplo, um plano que contemple 
contas específicas de despesas de viagem, diárias e despesas com refeições 
pode gerar dúvidas no momento do registro de uma nota fiscal correspondente 
ao almoço de um dos diretores. Em qual das três contas a despesa deve ser 
registrada? Se não houver total clareza na definição do que deve ser registrado 
em cada conta e uma uniformidade de procedimentos, corre-se o risco de 
fazer o registro ora em uma conta, ora em outra, comprometendo a qualidade 
da informação gerada.
Outro aspecto importante na elaboração do plano de contas é em relação ao 
porte da organização e à quantidade de clientes e fornecedores que possui. É 
comum que, em empresas de pequeno porte, seja criada uma conta específica 
para controlar os valores a pagar para cada fornecedor (Quadro 8).
15Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
2 Passivo
2.1 Circulante
2.1.1 Contas a pagar
2.1.1.01 Fornecedor A
2.1.1.02 Fornecedor B
2.1.1.03 Fornecedor C
2.1.1.04 Fornecedor D
Quadro 8. Exemplo de contas a pagar
A estruturação das contas a pagar nesse formato permite identificar com 
facilidade o valor a ser pago para cada fornecedor, sem a necessidade de outros 
controles (inexistentes em grande parte das pequenas empresas). Porém, essa 
alternativa se torna inviável em empresas de grande porte, com 200 ou 300 
fornecedores diferentes. O plano de contas e o passivo circulante se tornariam 
demasiado extensos. Em uma grande empresa, é normal a utilização de apenas 
uma conta de fornecedores, e o valor a ser pago a cada fornecedor é controlado 
no sistema de informações.
Cabe, ainda, destacar a diferenciação do plano de contas em função das 
atividades da empresa. Um grupo ilustrativo dessa diferença é o “ativo 
circulante — estoques”. Dependendo da atividade da empresa, ela pode ter 
diferentes tipos de estoques, ou sequer ter esse item em seus ativos (Quadro 9).
Indústria Comércio Serviços
1.1.4 Estoques 1.1.4 Estoques Conta inexistente
1.1.4.01 Matéria-prima 1.1.4.01 Mercadoria A
1.1.4.02 Produtos em elaboração 1.1.4.02 Mercadoria B
1.1.4.03 Produto acabado A 1.1.4.03 Mercadoria C
1.1.4.04 Produto acabado B 1.1.4.04 Mercadoria D
Quadro 9. Comparativo entre estoques de indústria, comércio e serviços
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado16
Veja que uma indústria possui diferentes tipos de estoques e deve controlá-
-los separadamente, pois a informação de que há $ 15.000 em estoque é pouco
qualificada. É preciso saber quanto representa a matéria-prima, os produtos
em elaboração e os acabados. Já no comércio, não há matéria-prima nem
produtos em elaboração, sendo o estoque composto pelos tipos de mercadorias
disponíveis para venda. Por fim, uma empresa prestadora de serviços costuma 
não ter produtos em estoque.
O estoque é apenas um exemplo das diferenças entre os planos de contas 
considerando a atividade das empresas. Em outros grupos do balanço patri-
monial também podem ocorrer diferenças, bem como na DRE, e o custo acaba 
tendo diferentes denominações (Quadro 10).
Fonte: Adaptado de Martins et al. (2003).
Indústria Custo dos produtos vendidos (CPV)
Comércio Custo das mercadorias vendidas (CMV)
Serviços Custo dos serviços prestados (CSP)
Quadro 10. Nomenclaturas do custo das vendas
Veja que a nomenclatura utilizada segue a atividade da empresa. Uma vez 
que a indústria fabrica produtos, a nomenclatura utilizada é “produtos vendi-
dos”; já no caso das empresas comerciais, utiliza-se o termo “mercadorias”, e 
nas empresas prestadoras de serviços, utiliza-se o termo “serviços”, conforme 
leciona Martins (2003).
De forma geral, o plano de contas corresponde a um conjunto de normas, 
que pode ser complementado com o manual de contas, que contém a descrição 
do funcionamento e do que deve ser registrado em cada conta. Dessa forma, 
utiliza-se o manual para oferecer informações e indicações sobre a aplicação e 
a utilização de cada uma das contas, conforme aponta Martins (2003). Ou seja, 
o manual de contas nada mais é do que a descrição do que deve ser registrado
em cada conta contábil. A utilização do manual de contas possibilita que
qualquer pessoa da organização consiga identificar a conta contábil correta a
ser utilizada para registro de algum fato (Quadro 11).
17Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
Conta Origem Descrição 
1.1.1.01 
Caixa
Balanço patrimonial 
— ativo circulante
Registra todos os valores de dinheiro 
e cheques em poder da empresa.
2.2.1.01 
Banco A
Balanço patrimonial — 
passivo não circulante
Registra o valor dos empréstimos a 
serem pagos a longo prazo para o 
banco A.
1.1.2.01 
Banco A
Balanço patrimonial 
— ativo circulante
Registra os valores depositados 
em conta corrente no banco A.
3.1.1.01 
Produto A
DRE — Receitas Registra as receitas decorrentes das 
vendas à vista e a prazo do produto A.
3.2.1.01 
Produto A
DRE — Deduções Registra as devoluções de vendas 
por parte de clientes do produto A.
Quadro 11. Manual de contas
Algumas contas contábeis têm descrições idênticas, porém são utilizadas 
para registar eventos diferentes, em função da posição que ocupam no plano 
de contas. Conforme mostra o Quadro 6, embora seja possível identificar que 
a conta 3.1.1.01 se refere às receitas e a conta 3.2.1.01 se refere às deduções, 
em função do código, a descrição no manual de contas deixa claro o que deve 
ser registrado em cada uma. Assim, quem realiza lançamentos contábeis 
sabe para que serve cada código e o que pode e deve ser registrado em cada 
conta, para que as informações obtidas na contabilidade atendam, de fato, às 
necessidades da administração, dos agentes externos e do fisco.
Schier (2006) afirma que, para um plano de contas ser considerado eficaz, 
ele deve:
  ser adaptável à necessidade da organização;
  ser claro, não causando dificuldades na interpretação;
  ser flexível e permitir adaptações, ampliaçõese reduções;
  observar os princípios e preceitos que regem a contabilidade.
O autor afirma, ainda, que o plano de contas serve para orientar o registro 
das operações contábeis, possibilitando a visualização da real situação da 
empresa, independentemente de sua natureza.
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado18
C) Despesas Pagas Antecipadamente.
D) Despesas Financeiras.
E) Receita Bruta de Vendas.
NA PRÁTICA
O plano de contas é o conjunto de contas definidas a partir de um modelo básico com base na 
atividade que a empresa exerce. O objetivo de padronizar o plano de contas para as empresas é 
de registrar os fatos e atos ocorridos diariamente nas empresas, que precisam ser registrados de 
forma organizada, que atenda as exigências da legislação e ainda seja adequado as atividades da 
empresa. A legislação define um padrão básico, porém cada segmento guarda suas 
particularidades, pois um comércio tem estoque de mercadorias para revenda, uma indústria tem 
estoque de matérias primas, produtos acabados, embalagens entre outros, 
uma empresa prestadora de serviços possui estoques ligados a sua atividade fim, assim como 
uma corretora de câmbio que compra e vende moeda estrangeira possui um estoque de moedas 
estrangeiras.
Joana Souza foi contratada como analista contábil da Comercio de Camisetas Esportivas Verde 
e Amarelo Ltda, uma empresa constituída recentemente. Entre as primeiras tarefas que ela 
precisou executar foi de definir o plano de contas para a Empresa. O plano de contas deve 
atender as necessidades da empresa que possui valores aplicados com liquidez imediata e 
valores menores em conta corrente e no caixa da empresa. Também possui estoque de 
mercadorias para revenda que foram adquiridas a prazo. Ainda deve ser contemplado no plano 
de contas a sede da empresa que é própria e móveis e utensílios que foram adquiridos a vista. 
Também incluir no plano de contas que 50% das vendas são realizadas a prazo, gerando valores 
a receber de clientes. Lembrando que este é o primeiro ano de atividade da empresa e que 
houve movimentação somente nos meses setembro, outubro , novembro e dezembro. No plano 
devem ser apresentadas as contas sintéticas e analíticas até o quarto grau.
Acompanhe na imagem a seguir o modelo de Plano de Contas que a Joana propôs.
Definições e Características da situação 
Patrimonial e Componentes Patrimoniais
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem veremos as definições e as características da situação 
patrimonial e perceberemos que a contabilidade sempre estará presente, direta ou indiretamente, 
onde houver patrimônio - riqueza. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Determinar a situação Líquida Patrimonial.•
Definir os componentes Patrimoniais.•
Distinguir situação patrimonial superavitária, deficitária e nula.•
DESAFIO
Um investidor tem três negócios diferentes. Ao final de um exercício (12 meses), ele recebeu 
dos contadores das empresas os demonstrativos patrimoniais simplificados das três empresas 
que ele possuía para sua aprovação e, consequentemente, a consideração sobre a gestão que os 
administradores das empresas haviam realizado.
Os relatórios enviados, os balanços patrimoniais, dispunham na forma da legislação dos Ativos, 
bens direitos e obrigações, representados basicamente pelos saldos finais do caixa, bancos, 
aplicações financeiras, contas a receber (clientes), estoques, e imobilizado (máquinas e 
equipamentos, instalações, veículos, equipamentos de informática) todos registrados no lado 
esquerdo do balanço.
Do lado direito estavam os passivos, obrigações representadas basicamente pelos saldos finais 
de contas a pagar (fornecedores), salários a pagar, impostos a pagar, empréstimos e 
financiamentos a pagar. Os demonstrativos enviados pelo contador continham os seguintes 
números:
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
> Determinar a situação líquida patrimonial.
> Definir os componentes patrimoniais.
> Distinguir situação patrimonial superavitária, deficitária e nula.
Introdução
Neste capítulo, você vai ver como determinar a situação líquida patrimonial, 
conhecendo os critérios e procedimentos envolvidos. Você também vai estudar 
os componentes do patrimônio, conferindo exemplos. Além disso, vai identificar 
as situações superavitárias, deficitárias e nulas na interpretação dos patrimônios 
das entidades.
Situação líquida patrimonial
A contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio das entidades mediante 
o registro dos fenômenos e movimentações que afetam a sua situação patri-
Definições e 
características da 
situação patrimonial 
e componentes 
patrimoniais
monial e financeira. A partir disso, ela possibilita a interpretação da situação 
econômica, financeira, física e patrimonial das empresas (MONTOTO, 2018).
A contabilidade permite, por meio da aplicação de técnicas como a escri-
turação, que a empresa mantenha um controle permanente do seu patrimô-
nio. Isso ocorre porque a contabilidade gera informações que possibilitam 
responder aos seguintes questionamentos: a empresa está gerando lucro? O 
preço praticado é competitivo? O produto está trazendo o retorno esperado? 
Com base nas respostas a essas perguntas, é possível tomar decisões e, 
consequentemente, garantir a eficiência e a eficácia do gerenciamento do 
negócio (MONTOTO, 2018).
O patrimônio é representado pelo conjunto de bens, direitos e obrigações 
da entidade. Os bens são elementos tanto materiais quanto imateriais à dis-
posição de uma entidade. Ela os utiliza para executar sua atividade principal. 
Do ponto de vista contábil, os bens são tudo o que a empresa possui, seja 
para uso ou para troca.
Conforme Montoto (2018), os bens ainda podem ser classificados, de acordo 
com sua forma, em materiais e imateriais. Os bens materiais são aqueles que 
possuem corpo, matéria. Eles se dividem em bens móveis, que podem ser 
transportados ou trocados de lugar, como mesas e veículos, e bens imóveis, 
que são fixos, não podendo ser trocados de lugar, como casas, terrenos e 
edifícios. Já os bens imateriais são aqueles que, embora sejam considerados 
bens, não possuem corpo, não têm matéria, são poucos. A seguir, veja exemplos 
de bens materiais, imateriais e de troca.
 � Bens de uso materiais: prédios, computadores, máquinas de fábrica.
 � Bens de uso imateriais: software, marcas, patentes.
 � Bens de troca: estoques, mercadorias para revenda, matérias-primas.
Já os direitos são todos os valores que a empresa tem a receber de tercei-
ros, por exemplo, vendas com cartão de crédito a receber, aluguéis a receber 
e notas promissórias a receber. As obrigações constituem obrigações para 
a empresa; são valores a pagar a terceiros (como fornecedores), salários a 
pagar, aluguéis a pagar, impostos a pagar, etc.
O autor ainda afirma que, para que a contabilidade possa controlar o 
patrimônio, o registro de todos os fatos contábeis é fundamental. Esses 
fatos são todos os eventos econômicos que possuem valor monetário e, por 
consequência, afetam o patrimônio da empresa. O patrimônio é um conjunto 
de bens, direitos e obrigações, desde que seja possível quantificá-los em 
moeda corrente nacional.
Definições e características da situação patrimonial e componentes patrimoniais2
Para Rios e Marion (2017), o balanço patrimonial é a demonstração contábil 
cujo objetivo é evidenciar, em determinada data, a composição patrimonial 
da entidade, compreendendo todos os seus bens, direitos e obrigações, 
representados na demonstração pelos ativos (bens e direitos) e passivos 
(obrigações). A diferença entre ativo e passivo é denominada “patrimônio 
líquido”.
O patrimônio líquido são os ativos da entidade depois de deduzidos todos 
os seus passivos. São registrados no patrimônio líquido: o capital social, as 
reservas de recursos e os lucros ou prejuízos que a empresa tenha auferido 
em algum período.Por conter a participação dos sócios da empresa, o pa-
trimônio líquido também é chamado de “capital próprio”. Já o passivo, por 
representar dívidas da empresa com terceiros, é conhecido como “capital 
de terceiros”. Veja exemplos de contas do patrimônio líquido: capital social, 
reserva de capital, reserva legal e prejuízos acumulados (RIOS; MARION, 2017).
Variações patrimoniais
O patrimônio das empresas está em constante movimento em função dos 
acontecimentos que ocorrem diariamente. Esses acontecimentos podem 
ser divididos em dois grupos: atos administrativos e fatos administrativos.
Os atos administrativos são movimentações ocorridas na empresa que, 
por sua natureza, não provocam alterações no patrimônio, justamente por não 
possuírem valor monetário. Como exemplos, você pode considerar: contrata-
ção ou desligamento de colaboradores, assinatura de contratos (de compras 
e vendas ou serviços) e troca de colaboradores de setor.
Já os fatos administrativos, segundo Barbosa (2013), são os acontecimen-
tos que provocam variações nos valores patrimoniais, pois possuem valor 
monetário, além de alterarem ou não o patrimônio líquido. Justamente por 
possuírem valor monetário, essas movimentações devem ser registradas 
na contabilidade. Os fatos administrativos podem ser classificados em três 
grupos. Veja a seguir.
 � Fato qualitativo ou permutativo: qualifica os componentes do pa-
trimônio. Esse fato não altera o patrimônio líquido; ocorrem apenas 
trocas entre os elementos do patrimônio. Os fatos qualitativos ou 
permutativos são aqueles que permutam, isto é, movimentam apenas 
elementos que compõem o ativo ou o passivo, sem modificar o valor 
do patrimônio líquido. Considere este exemplo: a aquisição de veículos 
a prazo movimenta o imobilizado, que é um ativo aumentado, e as 
contas a pagar, que são um passivo também aumentado (RIBEIRO, 2013).
Definições e características da situação patrimonial e componentes patrimoniais 3
 � Fato quantitativo ou modificativo: atribui valor aos componentes do pa-
trimônio. Os fatos quantitativos ou modificativos alteram o patrimônio 
líquido, aumentando ou diminuindo o resultado da empresa mediante 
movimentação de receitas e despesas. Isto é, os fatos modificativos 
envolvem contas de resultado (receitas e despesas) e, consequen-
temente, alteram o patrimônio líquido (para mais ou para menos). 
Considere este exemplo: pagamento de despesa de energia elétrica 
com dinheiro, sendo a despesa uma conta que reduz o patrimônio 
líquido e (por haver saída do caixa) o ativo (RIBEIRO, 2013).
 � Fato misto: combina fatos permutativos e modificativos simultanea-
mente. Portanto, esse tipo de fato provoca alterações no ativo e no 
patrimônio líquido, ou no passivo e no patrimônio líquido, ou ainda 
no ativo, no passivo e no patrimônio líquido ao mesmo tempo. Con-
sidere este exemplo: pagamento de fornecedor em atraso com juros, 
acarretando a diminuição do ativo pela saída de recursos do caixa, 
a diminuição do passivo pela baixa do fornecedor e a diminuição do 
patrimônio líquido pelo pagamento da despesa com juros por atraso 
(RIBEIRO, 2013).
Escrituração contábil
Os fatos administrativos são registrados no patrimônio da entidade por meio 
da escrituração contábil. Para Montoto (2018), as técnicas contábeis são os 
procedimentos práticos de coleta de dados para a realização dos registros de 
forma acumulada; tais registros darão origem aos relatórios contábeis. São 
técnicas contábeis: a escrituração, as demonstrações contábeis, a auditoria 
e a análise das demonstrações contábeis. A escrituração está prevista no art. 
177 da Lei das Sociedades Anônimas (BRASIL, 1976, documento on-line). Veja:
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, 
com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios 
de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios 
contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o 
regime de competência.
Segundo Gimenez e Oliveira (2011), a escrituração é uma técnica que con-
siste em registrar nos livros (livro-diário e livro-razão) todos os fatos contábeis 
que ocorrem na empresa. No livro-diário, deve-se registrar todas as transações 
da empresa que possam ser expressas em valores monetários. Esse livro deve 
ser encadernado com folhas numeradas em sequência, contendo termos de 
Definições e características da situação patrimonial e componentes patrimoniais4
abertura e encerramento. Além disso, deve ser submetido à autenticação do 
órgão competente do registro do comércio.
Sua escrituração deve ser completa, em idioma nacional, em forma mer-
cantil, com individualização e clareza, por ordem cronológica de dia, mês e 
ano, sem intervalo em branco, emendas, rasuras e transportes para margens. 
Veja quais são as informações básicas a serem registradas:
1. data da transação ou data do seu registro no livro-diário;
2. nome das contas que estão sendo debitadas e creditadas;
3. valores dos débitos e créditos de cada conta;
4. histórico da transação (escrito de forma resumida).
O livro-razão é o livro que registra o movimento de todas as contas. 
Ele é exigido pela legislação comercial e tem a finalidade de demonstrar a 
movimentação analítica das contas escrituradas no diário e constantes do 
balanço. Não há necessidade de registro do livro-razão. Entretanto, ele deve 
conter termo de abertura e encerramento, com as assinaturas do contabilista 
e do responsável pela empresa.
É possível identificar o reflexo da escrituração dos fatos administrativos 
nas demonstrações contábeis apresentadas no final do exercício. Para Chagas 
(2014), as demonstrações contábeis são relatórios elaborados com base na 
escrituração mercantil mantida pela empresa, com a finalidade de apresentar 
aos diversos usuários informações, principalmente de natureza econômica 
e financeira, relativas à gestão do patrimônio ocorrida durante o exercício. 
Os usuários são todas as pessoas físicas e jurídicas que tenham interesse 
na avaliação da situação e do desenvolvimento da entidade; eles podem ser 
internos ou externos (por exemplo: empresários, sócios, gerentes, governo, 
clientes, bancos).
Você conhece o método das partidas dobradas? A essência desse 
método é que, para o registro de qualquer operação ocorrida na 
empresa, deve, obrigatoriamente, haver uma contrapartida. Ou seja, o total de 
um débito em uma ou mais contas deve ser igual ao total dos créditos em uma 
ou mais contas (MÉTODOS..., [201-?]).
Não existe um lançamento a débito sem haver um crédito, e aqui é importante 
não confundir a aplicação cotidiana dos termos com a terminologia contábil. 
Em suma, o lado do ativo consiste em débito porque as contas que o compõem 
são de natureza devedora, com exceção das contas retificadoras. Já o lado do 
passivo e o patrimônio líquido consistem em crédito porque as contas que 
os compõem são de natureza credora, com exceção das contas retificadoras.
Definições e características da situação patrimonial e componentes patrimoniais 5
Componentes patrimoniais
O balanço patrimonial tem por finalidade apresentar a posição financeira 
e patrimonial de uma empresa, de forma estática, respeitando a estrutura 
definida no art. 178 da Lei nº. 6.404/1976 (GELBCKE et al., 2018). Segundo 
Montoto (2018), o ativo compreende as aplicações de recursos, representadas 
por bens e direitos, sendo controlado pela entidade com a expectativa de 
gerar benefícios econômicos futuros. Assim, é importante que as contas 
sejam classificadas no balanço de modo ordenado e uniforme, para permitir 
aos usuários a análise e a interpretação adequadas da situação patrimonial 
e financeira da empresa.
A Lei nº. 6.404/1976 prevê que os itens do ativo sejam classificados em 
ordem decrescente de grau de liquidez. Ou seja, no ativo, são apresentadas 
em primeiro lugar as contas que mais rapidamente são conversíveis em 
recursos financeiros. Assim, a primeira conta apresentada é caixae bancos, 
seguida por contas a receber, estoques e assim sucessivamente. A seguir, 
veja qual é a estrutura do ativo.
 � Ativo circulante: os direitos e as obrigações são classificados em 
grupos do circulante, desde que os prazos esperados de realização 
dos direitos e os prazos das obrigações, estabelecidos ou esperados, 
sejam curtos. O ativo circulante é dividido em caixa e equivalentes de 
caixa, direitos realizáveis, estoques e despesas antecipadas. Veja as 
definições a seguir.
 ■ Caixa e equivalentes de caixa: são os recursos financeiros que se 
encontram à disposição imediata da entidade, o que compreende os 
meios de pagamento em moeda e em outras espécies, os depósitos 
bancários à vista e os títulos de liquidez imediata. Por exemplo: 
caixa, bancos e aplicação de liquidez imediata.
 ■ Direitos realizáveis: são os títulos de crédito, quaisquer valores 
mobiliários e os outros direitos a receber. Por exemplo: clientes a 
receber, aluguéis a receber e adiantamentos a fornecedores.
 ■ Estoques: são considerados bens de troca, pois são usados para 
venda e produção. Os valores classificados nesse grupo são referen-
tes a produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas, 
mercadorias e materiais de consumo relacionados às atividades-
-fim da entidade. Por exemplo: matérias-primas, mercadorias para 
revendas e estoques de produtos prontos.
Definições e características da situação patrimonial e componentes patrimoniais6
 ■ Despesas antecipadas: são as aplicações em gastos que tenham 
realização no curso do período subsequente à data do balanço 
patrimonial. Também são chamadas de “despesas do exercício se-
guinte”. Por exemplo: seguros pagos antecipadamente e assinaturas 
pagas antecipadamente.
 � Ativo não circulante: nessa categoria, estão os direitos realizáveis 
no longo prazo — originados de vendas, adiantamentos ou emprésti-
mos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou 
participantes no lucro da companhia — que não constituem negócios 
usuais na exploração do objeto da companhia. O ativo não circulante 
é classificado em: realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado 
e intangível. Veja as descrições a seguir.
 ■ Realizável a longo prazo: nessa categoria, estão os ativos referidos 
no item “direitos realizáveis”, cujos prazos esperados de realização 
são longos. Por exemplo: clientes a receber no longo prazo.
 ■ Investimentos: são as participações em sociedades, além dos bens 
e direitos que não se destinam à manutenção das atividades-fim da 
entidade. Por exemplo: participação em outras empresas e obras 
de arte.
 ■ Imobilizado: reúne os bens e direitos tangíveis utilizados na con-
secução das atividades-fim da entidade. Por exemplo: imóveis, 
terrenos e veículos.
 ■ Intangível: inclui os bens e direitos intangíveis utilizados na conse-
cução das atividade-fim da entidade. Por exemplo: marcas, patentes 
e software.
Já o passivo compreende as origens de recursos representadas por obri-
gações, classificadas em ordem decrescente de prioridade de pagamento. Ou 
seja, classifica-se em primeiro lugar a conta cuja exigibilidade ocorre antes, 
e a não liquidação dessa dívida pode comprometer o funcionamento das 
atividades da empresa. A estrutura do passivo também está definida na Lei 
nº. 6.404/1976; ele é dividido em passivo circulante e passivo não circulante.
 � Passivo circulante: as obrigações da companhia, inclusive financia-
mentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão clas-
sificadas no passivo circulante quando vencerem no curto prazo. Por 
exemplo: fornecedores, contas a pagar, impostos a pagar e salários a 
pagar (BRASIL, 1976).
Definições e características da situação patrimonial e componentes patrimoniais 7
 � Passivo não circulante: as obrigações da companhia, inclusive finan-
ciamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão 
classificadas no passivo não circulante se vencerem no longo prazo. 
Por exemplo: empréstimos a pagar a longo prazo e financiamentos a 
pagar a longo prazo (BRASIL, 1976).
Segundo Gelbcke et al. (2018), o patrimônio líquido representa o valor 
contábil pertencente aos acionistas ou sócios. Em casos de funcionamento 
normal de uma entidade, dificilmente o patrimônio líquido apresentado no 
balanço patrimonial será igual ao valor de mercado das ações da companhia, 
ou igual ao valor que poderia ser obtido por meio da venda de seus ativos e 
da liquidação de seus passivos (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 
[201-?]). Caso o passivo possua um valor superior ao do ativo, a diferença 
denomina-se “passivo a descoberto”. De acordo com a Lei nº. 6.404/1976, com 
redação modificada pela Lei nº. 11.941, de 27 de maio de 2009, o patrimônio 
líquido é dividido nos elementos listados a seguir.
 � Capital social: representa valores recebidos dos sócios e também 
aqueles gerados pela empresa que foram formalmente (juridicamente) 
incorporados ao capital (lucros a que os sócios renunciaram e incor-
poraram como capital).
 � Reservas de capital: representam valores recebidos que não transita-
ram e não transitarão pelo resultado como receitas, pois derivam de 
transações de capital com os sócios.
 � Reservas de lucros: representam lucros obtidos e reconhecidos pela 
empresa retidos com finalidade específica.
 � Prejuízos acumulados: são os prejuízos ainda não compensados que são 
apresentados como parcela redutora do patrimônio líquido (BRASIL, 
1976).
Contas de resultado
Para demonstrar como o patrimônio das entidades varia, são necessárias 
as contas de resultados que apresentam as variações, e o resultado será 
integrado ao patrimônio líquido da empresa. Conforme Ribeiro (2013), o 
confronto das contas de resultado — isto é, receitas subtraídas das despesas 
— evidenciará o resultado obtido pela empresa em determinado período, 
chamado de “resultado econômico”. Posteriormente, ao final do exercício, 
Definições e características da situação patrimonial e componentes patrimoniais8
esse resultado será transferido para o balanço patrimonial, classificado no 
patrimônio líquido da empresa.
Conforme Castilho, Castilho e Castilho (2010), receitas e despesas são 
consideradas contas de resultado. Elas aparecem durante o exercício social, 
isto é, durante o ano, encerrando-se no final desse período. As receitas e 
despesas não fazem parte do balanço patrimonial, mas é por meio delas que 
se sabe se a empresa apresentou lucro ou prejuízo em suas atividades. Tal 
lucro ou prejuízo, por sua vez, é registrado no patrimônio líquido.
Montoto (2018) destaca que as despesas decorrem do consumo de bens 
e da utilização de serviços. Estão em jogo, por exemplo: a energia elétrica 
consumida, os materiais de limpeza consumidos (sabões, desinfetantes, 
vassouras, detergentes), o café consumido, os materiais de expediente con-
sumidos (canetas, papéis, cartuchos de tintas para impressoras, impressos 
e outros) e os serviços telefônicos utilizados. As despesas são registradas 
pela contabilidade por meio das contas de resultado.
As despesas são saídas originadas da entrega dos produtos produzidos, da 
prestação de serviços ou da execução de outras atividades que resultam das 
atividades principais ou das operações centrais da empresa. Elas acarretam 
a redução dos ativos como resultado da utilização dos serviços econômicos 
na criação de receitas ou da imposição de taxa pelo governo, representada 
pela utilização ou consumo de bens e serviços no processo de produzir receita 
(GELBCKE et al., 2018).
Já as receitas, como define Montoto (2018), decorrem da venda de bens 
e da prestação de serviços. As receitas existem em número menor do que 
as despesas. As receitas mais comuns são representadas pelas seguintes 
contas: aluguéis recebidos, descontos obtidos, juros recebidos, receitas de 
serviços e vendas de mercadorias.
Gelbcke et al. (2018) acrescentam que as receitas representam entradas 
de fluxos de caixa, atuais ou esperados, resultantes das operações centrais 
da entidade,sendo expressas monetariamente. A movimentação das recei-
tas consiste na entrada de ativos ou no decréscimo de passivos resultante 
de atividades. Aqui, estão em jogo, entre outros itens: entradas ou outros 
aumentos de ativos de uma entidade; liquidação de suas obrigações durante 
um período, proveniente de entrega ou produção de mercadorias; e prestação 
de serviços ou outras atividades que constituem as operações centrais ou 
principais da entidade.
Já os ganhos e as perdas, segundo Montoto (2018), são originados de 
atividades que não fazem parte do objeto principal da empresa. Os ganhos 
são aumentos de ativos líquidos originados de transações incidentais de uma 
Definições e características da situação patrimonial e componentes patrimoniais 9
entidade que resultam de transações não recíprocas, como doações. Já as 
perdas são reduções de ativos líquidos originadas de transações incidentais 
de uma entidade. Elas resultam de transações não recíprocas, como furtos.
Como você sabe, a entidade utiliza recursos para manter as suas 
atividades, e esses recursos podem ser originados de terceiros ou de 
proprietários. As origens são representadas pelo passivo (origem de recursos 
de terceiros) e pelo patrimônio líquido (origem de recursos dos proprietários). 
Já as aplicações de recursos são representadas pelo ativo da empresa.
Por exemplo, se uma empresa adquire estoques a prazo, a origem do recurso 
é uma dívida com o fornecedor (por ser a prazo), e a aplicação desse recurso 
ocorre no estoque. Toda origem sempre deve ter uma aplicação de recursos 
(MONTOTO, 2018).
Situação patrimonial superavitária, 
deficitária e nula
A equação fundamental do patrimônio, ou simplesmente “equação patri-
monial”, é representada por: patrimônio líquido = ativo - passivo. Porém, é 
comum alguns autores apresentarem a seguinte equação: ativo = passivo + 
patrimônio líquido. Isso está ligado diretamente à representação gráfica do 
balanço patrimonial, como você pode ver no Quadro 1.
Quadro 1. Representação gráfica do balanço patrimonial
Bens + Direitos = Ativo Obrigações = Passivo
Patrimônio líquido
Na representação patrimonial, os bens e direitos (ativo) se localizam à 
esquerda, enquanto as obrigações (passivo) e o patrimônio líquido ficam à 
direita. O total do ativo sempre deve ser igual ao total do passivo somado 
ao patrimônio líquido. Com essa equação, é possível identificar a situação 
líquida patrimonial da empresa.
Para Barbosa (2013), a situação líquida patrimonial é a diferença entre 
o ativo (bens e direitos) e o passivo (obrigações). Seu objetivo é agregar
uma leitura diferenciada ao grupo de elementos da representação gráfica
Definições e características da situação patrimonial e componentes patrimoniais10
do patrimônio. As seguintes situações patrimoniais são possíveis: situação 
superavitária, situação deficitária e situação nula.
A situação superavitária é a situação patrimonial positiva, ou seja, mesmo 
operando com o mínimo de dívidas, a empresa sempre contará com recursos 
financeiros para arcar com as dívidas do mês subsequente, como salários. 
Nessa situação, o ativo é maior do que o passivo. Ou seja: ativo > passivo 
= patrimônio líquido positivo (ou: bens + direitos > obrigações). Veja essa 
situação representada graficamente no Quadro 2.
Quadro 2. Representação gráfica da situação superavitária
Ativo Passivo
Patrimônio líquido
Patrimônio líquido positivo ativo > Passivo
Situação positiva
Já na situação deficitária, ou “situação negativa”, os prejuízos acumulados 
são maiores do que o patrimônio líquido. A empresa já não possui ativos 
suficientes para honrar seus compromissos, por isso se diz que ela está com 
“passivo a descoberto”. Nessa situação, o passivo é maior do que o ativo, ou 
seja: ativo < passivo = patrimônio líquido negativo (ou: bens + direitos < obri-
gações). Nesse caso, o patrimônio líquido é apresentado de forma negativa. 
Veja a representação gráfica dessa situação no Quadro 3.
Quadro 3. Representação gráfica da situação deficitária
Ativo Passivo
— Passivo a descoberto
Patrimônio líquido negativo
Ativo < Passivo
Situação negativa
No Quadro 3, o retângulo abaixo do ativo representa a parte do passivo 
que está descoberta, ou seja, não há solvência na empresa para liquidar as 
obrigações, e o próprio patrimônio líquido já foi consumido por resultados 
negativos de períodos anteriores.
A situação nula, como destaca Barbosa (2013), ocorre somente se a em-
presa tiver prejuízos que anulem o patrimônio líquido — se o seu prejuízo 
for igual ao seu capital, por exemplo. Nessa situação, o ativo e o passivo são 
Definições e características da situação patrimonial e componentes patrimoniais 11
iguais, ou seja: ativo = passivo = patrimônio líquido nulo (ou: bens e direitos 
= obrigações). No Quadro 4, veja a representação gráfica dessa situação.
Quadro 4. Representação gráfica da situação nula
Ativo Passivo
Patrimônio líquido inexistente
Ativo = Passivo
Situação nula
Como você viu no Quadro 4, uma situação nula é uma situação em que o 
patrimônio líquido é inexistente, isto é, o total de recursos é igual ao total 
de dívidas. Nessa situação, todo o ativo da empresa está comprometido com 
passivos de terceiros, não existindo capital próprio, pois o patrimônio líquido 
é inexistente. Ou seja, o total de prejuízos acumulados é igual ao capital social 
investido pelos sócios.
Apuração do resultado do exercício
Conforme Castilho, Castilho e Castilho (2010), toda empresa é obrigada, ao 
final de cada exercício social (que no Brasil corresponde ao período de 1º de 
janeiro a 31 de dezembro), a encerrar todas as contas de resultado. O autor 
ainda acrescenta que a apuração do resultado do exercício nas empresas 
em geral envolve diversos procedimentos, como: elaboração de balancete 
de verificação; inventários físicos de bens de uso e de estoque; conciliação 
de contas contábeis; elaboração de resultado bruto e líquido; cálculo de 
tributos incidentes sobre o lucro líquido; cálculo de participações, reservas 
e dividendos; e elaboração das demonstrações contábeis exigidas pela Lei 
nº. 6.404/1976 e pelos documentos legais que a alteram.
Apurar o resultado do exercício consiste em confrontar as contas de 
resultado — por exemplo, contas de receitas e contas de despesa — a fim 
encontrar o resultado obtido durante a execução da atividade. Isto é, a ideia 
é verificar se a empresa apresentou lucro ou prejuízo durante o exercício 
social, ou seja, durante o ano.
Por meio da apuração do resultado, segundo Barbosa (2013), é possível 
observar se a movimentação do patrimônio da empresa gerou lucro ou prejuízo 
durante o exercício social. A apuração simplificada do resultado do exercício 
de uma empresa pode ser resumida em uma única operação: confronto das 
receitas com as despesas. A diferença será lucro (quando as receitas supera-
rem as despesas) ou prejuízo (quando as despesas superarem as receitas). O 
Definições e características da situação patrimonial e componentes patrimoniais12
saldo (lucro ou prejuízo) é transferido para o patrimônio líquido da empresa, 
constituindo a união entre as contas patrimoniais e as contas de resultado.
Caso a empresa tenha obtido lucro (mais receitas do que despesas), sua 
situação patrimonial será superavitária. Caso ela tenha sofrido prejuízo 
(mais despesas do que receitas), sua situação será deficitária. Por fim, caso 
o resultado seja zero (total de receitas igual ao total de despesas), a situação 
será nula.
Referências
BARBOSA, R. Contabilidade geral de bolso: resumo dos tópicos mais Importantes para 
Concursos Públicos. São Paulo: Método, 2013.
BRASIL. Lei. n. 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. 
Brasília: Presidência da República, 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 14 set. 2020.
CHAGAS, G. Contabilidade intermediária simplificada. São Paulo: Saraiva, 2014.
CASTILHO, E.; CASTILHO, A. S. N.; CASTILHO, L. F. N.Introdução à lógica contábil. São 
Paulo: Saraiva, 2010.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento conceitual básico: es-
trutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis. 
Brasília: CPC, [201-?]. Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/
anexo2_cvm539.htm. Acesso em: 14 set. 2020.
GELBCKE, E. R. et al. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as socieda-
des, de acordo com as Normas Internacionais e do CPC. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
GIMENEZ, L.; OLIVEIRA, A. B. S. Contabilidade para gestores. São Paulo: Atlas, 2011.
MÉTODOS de escrituração. In: SÓ contabilidade. [S. l.: s. n., 201-?]. Disponível em: 
https://www.socontabilidade.com.br/conteudo/metodos.php. Acesso em: 14 set. 2020.
MONTOTO, E. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 
2018.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica fácil. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
RIOS, R. P.; MARION, J. C. Contabilidade avançada: de acordo com as Normas Brasileiras 
de Contabilidade (NBC) e Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS). São Paulo: 
Atlas, 2017.
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Definições e características da situação patrimonial e componentes patrimoniais 13
Estruturação de um plano de contas, agrupamento de contas do Balanço Patrimonial e de Resultado 
 
1. Em uma empresa, a atividade é exclusivamente comercial (somente atividade de compra 
e revenda de mercadorias). Tendo em vista que o plano de contas deve ser adequado à 
atividade da empresa, escolha, dentre os grupos de contas abaixo, quais espelham as contas 
contábeis mais adequadas para a atividade-fim da empresa. 
Caixa, Bancos, Duplicatas a Receber, Estoque de mercadorias para revenda, Receita de Vendas 
de mercadorias, Fornecedores, Capital Social. Por que esta resposta é a correta? As contas caixa, 
banco, Clientes a Receber, fornecedores e capital social podem ser utilizada de forma geral, porém 
no caso de atividade exclusiva de comercial envolvendo compra e venda de mercadorias a conta 
de estoque tem que prevê estoque de mercadorias para revenda e a conta de receita deve ser de 
vendas de mercadorias. 
 
2. No artigo 178 da Lei 6404/76 e suas alterações prevê que no balanço patrimonial, as contas 
serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de 
modo a facilitar o conhecimento e análise da situação financeira da empresa, segregando 
ainda os itens que serão realizados em até um ano daqueles que serão realizados com prazo 
superior a um ano. Dentro deste contexto identifique a alternativa que contempla 
corretamente os subgrupos que representam itens de curto e longo prazo do ativo, 
respectivamente 
Por que esta resposta não é correta? 
Caixa e equivalentes de Caixa e Despesas pagas antecipadamente pertencem ao grupo de contas 
do ativo circulante, ou seja curto prazo. 
Investimentos e despesas pagas antecipadamente: Ambas as contas são contas de ativo, porém a 
ordem não está correto conforme o solicitado, pois investimentos pertence a grupo de contas de 
longo prazo e despesas pagas antecipadamente pertence a grupo de contas de curto prazo, ou 
seja não circulante e circulante. 
Despesas pagas antecipadamente e estoque são grupos de contas do ativo circulante, ou seja 
curto prazo. 
Investimento e intangível são grupos de contas do ativo não circulante, ou seja ambas são de longo 
prazo. 
Por que esta resposta é a correta? 
Caixa e equivalentes de Caixa pertence a grupo de contas do ativo circulante, ou seja curto prazo 
e intangível são grupo pertence a grupo s de contas do não circulante, ou seja longo prazo. 
 
3. As contas de ativo e passivo são alocadas conforme o prazo de realização. Sendo as 
contas que registram operações com prazo inferior a 360 dias são registradas no grupo 
circulante , do ativo e do passivo, porém aquelas que refletem operações com prazo de 
realização superior à 360 dias fazem parte do grupo não circulante do ativo ou do passivo. 
Tendo em vista as definições apresentadas , escolha a alternativa que apresenta uma conta 
do grupo não circulante: 
Por que esta resposta não é correta? 
Estoques - Trata-se de um ativo necessário às vendas ou à produção da entidade, normalmente 
será utilizado em período inferior a 360 dias da data do encerramento do balanço. 
Bancos - Trata dos depósitos à vista da entidade em uma instituição financeira, disponíveis de 
imediato. 
Contas a Receber - Trata das vendas a prazo que a empresa realiza, normalmente, com prazo de 
recebimento em período inferior a 360 dias da data do encerramento do balanço. 
Por que esta resposta é a correta? 
Investimento em Controladas/Coligadas - Trata do investimento que uma empresa realiza em outra 
empresa da qual tenha o controle acionário (controlada) ou que seja do mesmo grupo econômico 
(coligada). São investimentos cujo período normalmente são por períodos indefinidos, sendo 
portanto uma conta do Ativo Não Circulante. 
 
4. Para definir o plano de contas de uma empresa é preciso considerar sua atividade fim, 
para tanto nas contas patrimoniais como de resultado identifique-se onde cada operação 
será registrada. Desta forma é possível afirmar que são grupos de contas que pertencem ao 
resultado da entidade: 
Por que esta resposta não é correta? 
Circulante - Grupo que abrigará as contas que as empresas tem a receber ou a pagar em período 
de tempo inferior a 360 dias da data do encerramento do balanço. 
Realizável a Longo Prazo - Grupo que abrigará as contas que a empresa tem a receber em período 
superior a 360 dias da data do encerramento do balanço. 
Exigível de Longo Prazo - Grupo que abrigará as contas que a empresa tem a pagar em período 
superior a 360 dias da data do encerramento do balanço. 
Imobilizado: Este é o Grupo de contas onde são registrados os ativos tangíveis de natureza 
permanente da empresa. 
Por que esta resposta é a correta? Lucro Bruto - Trata-se do subtotal da Demonstração de 
Resultados do Exercício, resultado da subtração do Custo de Mercadorias Vendidas da Receita 
Líquida de Vendas 
5. Art. 176 da Lei 6404/76 e suas alterações, prevê que ao fim de cada exercício social, a 
diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da empresa, as demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da empresa e as 
mutações ocorridas no exercício. Para tanto é preciso definir o plano de contas que 
contemple contas patrimoniais e de resultado. 
Desta forma leia as alternativas a seguir e na sequência escolha aquela que representa 
corretamente um grupo de contas do balanço patrimonial. 
Por que esta resposta não é correta? 
Despesas Administrativas - Gastos da entidade para gestão de suas atividades. 
Despesas Comerciais - Gastos da entidade na comercialização de seus produtos. 
Despesas Financeiras - Gasto da entidade no pagamento de juros sobre os capitais de terceiros. 
Receita Bruta de Vendas - Somatório das vendas operacionais da entidade. 
Por que esta resposta é a correta? 
Despesas Pagas Antecipadamente - Gastos realizados antecipadamente, portanto a entidade tem 
o direito de posteriormente usufruir de serviços, portanto é um direito e consequentemente uma 
conta de ativo. 
 
 Definições e Características da situação Patrimonial e Componentes Patrimoniais 
 
1. Podemos classificar como contas de Ativo todas as contas abaixo, EXCETO 
Por que esta resposta não é correta? 
Os bancos representam os recursos de propriedade da empresa depositados em conta-corrente 
bancária. 
Todas as despesas que são pagas antecipadamente, implica que a empresa tem direito a ter um 
serviço nofuturo. Ex. Aluguéis pagos antecipadamente, implicam que a empresa tem direito a 
ocupar um imóvel pelo período que foi pago antecipadamente. 
Máquinas e Equipamentos : São os Ativos Imobilizados que a empresa utiliza para sua operação. 
Os estoques representam os materiais para revenda ou matéria-prima que a empresa armazena 
para produção de bens e serviços que serão vendidos gerando receita. 
Adiantamento de clientes. : Por que esta resposta é a correta? Toda vez que o cliente antecipa 
ou adianta um pagamento à empresa, esta fica na obrigação de fornecer ao seu cliente bens ou 
serviços, ou a devolução do dinheiro, portanto o adiantamento é um passivo. 
 
2. As contas abaixo relacionadas tem todas as condições para serem classificadas como 
contas de passivo, entretanto temos uma opção que NÃO obedece a esta definição. 
Por que esta resposta não é correta? 
Fornecedores : Representam os valores que a empresa tem a pagar aos seus fornecedores de bens 
ou serviços. 
Impostos a pagar : Representam as obrigações que a empresa tem para pagar ao fisco. 
Salários a pagar: Representam as obrigações que a empresa tem para pagar aos seus 
funcionários. 
Os empréstimos e financiamentos são os compromissos que a empresa assume com os bancos, 
em troca de um montante que geralmente será pago parcelado no futuro. 
Adiantamento a fornecedores: Por que esta resposta é a correta? Toda vez que a empresa antecipa 
ou adianta um pagamento aos fornecedores, a empresa fica com o direito a receber um bem ou 
serviço do seu fornecedor, portanto o adiantamento é um ativo. 
 
3. Tendo em vista que o Patrimônio Líquido é o resultado da diferença entre ativo e passivo, 
e que nele fica as contas do investimento inicial dos sócios e o seus acréscimos na forma 
de reservas, podemos afirmar que dentre as contas relacionadas, temos uma que NÃO 
atende a esta definição, identifique-a 
Por que esta resposta não é correta? 
O capital social é o saldo do investimento inicial dos sócios, acrescido dos aumentos de capital e 
subtraído das reduções de capital promovidas pelos sócios. 
A reserva de lucros é a destinação do lucro do exercício, que também pertence aos sócios. 
O prejuízo acumulado é a destinação do prejuízo do exercício que também pertence aos sócios. 
A reserva legal é a reserva de lucros a ser constituída no caso das sociedades anônimas por 
determinação da Lei 6.404/76. 
Por que esta resposta é a correta? Toda vez que o cliente antecipa ou adianta um pagamento à 
empresa, esta fica na obrigação de fornecer ao seu cliente bens ou serviços, ou a devolução do 
dinheiro, portanto, o adiantamento é um passivo. 
 
4. A Empresa Nacional de Máquinas tem a seguinte posição com relação aos seus ativos e 
passivos em 31 de Dezembro de 20XX: 
R$ 5.625.000 (Total de Ativos); 
R$ 4.250.000 (Total de Passivos) 
Diante destas informações, responda: qual é o valor do patrimônio líquido e da situação 
líquida patrimonial da Empresa Nacional de Máquinas? 
Por que esta resposta não é correta? 
Patrimônio Líquido de R$ 1.375.000 com uma situação líquida patrimonial negativa. O valor de 
patrimônio líquido está correto, mas para uma patrimônio líquido positivo, temos uma situação 
líquida patrimonial positiva. 
Patrimônio Líquido de R$ 5.625.000 com uma situação líquida patrimonial positiva.O valor de 
patrimônio líquido está errado, pois levou em conta somente o valor do ativo. Dessa forma, apenas 
a situação líquida patrimonial está correta. 
Patrimônio Líquido de - R$ 1.375.000 com situação líquida patrimonial negativa. O valor do 
patrimônio líquido é positiva em R$ 1.375.000 e, consequentemente, a situação líquida patrimonial 
é positiva. 
Patrimônio Líquido de R$ 4.250.000 com situação líquida patrimonial negativa. Este resultado levou 
em consideração somente o valor do passivo. 
Por que esta resposta é a correta? Patrimônio Líquido de R$ 1.375.000 com situação líquida 
patrimonial positiva. O valor do patrimônio líquido é resultado da subtração do ativo do valor do 
passivo. 
 
5. De acordo com a equação fundamental da contabilidade, responda em qual das situações 
a seguir teremos uma situação líquida patrimonial negativa? 
 
Por que esta resposta não é correta? 
Ativo > Passivo. Esta é uma situação patrimonial positiva ou superavitária. 
Ativo = Passivo. Está é uma situação líquida patrimonial nula. 
Inexistência de Ativo e Passivo. Nesta situação, nem o patrimônio líquido nem a entidade existem. 
Ativo e Passivos Negativos. Esta situação trata-se de uma impossibilidade matemática, pois não 
podemos ter o total de ativos e passivos negativos. 
Por que esta resposta é a correta? 
Ativo < Passivo. O Ativo é menor que o Passivo, portanto temos uma situação líquida negativa ou 
deficitária. 
 
 
NA PRÁTICA 
A contabilidade controla o fluxo de recursos que tem a sua origem no passivo e no patrimônio líquido, 
sendo que estes recursos são utilizados para aplicações que são Ativos. Estes têm como objetivo 
a geração de receitas, e estas somente podem ser geradas através dos gastos de uma forma geral, 
que são as despesas e os custos. O resultado da empresa seja lucro ou prejuízo, por sua vez, se 
agregam ao patrimônio líquido da empresa, determinando a sua variação positiva ou negativa em 
determinado período de tempo. 
Veja o balanço-modelo em que temos todos os componentes patrimoniais devidamente alocados. 
Observe que o resultado da demonstração de resultados do exercício é transferido para o 
Patrimônio Líquido no Balanço Patrimonial. Como o resultado de X1 é prejuízo, e o resultado de 
todos os exercícios é agregado ao Patrimônio Líquido, o valor deste diminui no exato valor do 
prejuízo do exercício. anexo 
 
 SAIBA MAIS 
 
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: 
Componentes Patrimoniais Os componentes patrimoniais englobam todos os bens e direitos da 
empresa, mensuráveis monetariamente, que representam benefícios presentes ou futuros e, todas 
as obrigações, que representam suas dívidas para com terceiros e para com os proprietários dessa 
empresa. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! 
Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, 
qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da 
Entidade. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! 
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público O Manual de Contabilidade Aplicada ao 
Setor Público (MCASP) visa colaborar com o processo de elaboração e execução do orçamento, 
além de contribuir para resgatar o objeto da contabilidade como ciência, que é o patrimônio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Balanço Patrimonial (R$) 
ATIVO X1 X0 
ATIVO CIRCULANTE 17.052.933 13.152.507 
Caixa 550.000 550.000 
Bancos conta movimento 6.067.961 5.167.961 
Aplicação financeira 2.373.643 1.638.565 
Clientes (duplicatas a receber) 7.720.000 2.220.000 
Provisão para devedores duvidosos (463.200) (177.600) 
Estoques 771.529 3.720.581 
Estoques (produtos acabados) 
Estoques (produtos em elaboração) 
IRRF a compensar 
ICMS a recuperar - - 
Prêmios de seguros 
(despesas pagas antecipadamente – seguros) 
33.000 - 
Despesas pagas antecipadamente – assinaturas - 33.000
Adiantamento a fornecedores - -
Títulos a receber 
Adiantamentos de viagem 
Empréstimos a receber 
NÃO CIRCULANTE 3.731.585 2.219.168 
REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO 1.300.000 1.300.000 
Empréstimos a coligadas 800.000 800.000 
Depósitos judiciais 
Títulos a receber em longo prazo 500.000 500.000 
Empréstimos compulsórios sobre veículos 
Empréstimos compulsórios Eletrobras 
INVESTIMENTOS - - 
Participação em coligadas e controladas 
(investimento em controladas) 
- - 
Obras de arte 
IMOBILIZADO 2.363.334 850.334 
Móveis e utensílios 1.500.000 700.000 
Veículos 150.000 150.000 
Equipamentos de informática 700.000 - 
Máquinas e equipamentos - - 
Imóveis de uso 100.000 100.000 
Terrenos 
Construções em andamento 
(-) Depreciação acumulada (86.666) (99.666)

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