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Ana Paula Ferreira Elisangela Ferreira Lidiane Peixoto Paula Aparecida Feridas e curativos São Paulo -SP 17/04/2019 Ana Paula Ferreira Elisangela Ferreira Lidiane Peixoto Paula Aparecida Feridas e curativos Trabalho apresentado ao curso de Técnico de Enfermagem da Escola Técnica Sequencial U2, para enriquecimento de conhecimento, da disciplina saúde do adulto Orientador: Francisca São Paulo 2019 Sumario Introdução...............................................................................................................2 Objetivo.....................................................................................................................3 Pele humana.............................................................................................................4 Funções da pele.......................................................................................................4 O que são feridas......................................................................................................5 Tipos de feridas.........................................................................................................5 Evolução.....................................................................................................................6 Graus de contaminação das feridas.........................................................................7 Fatores de risco para desenvolvimento de uma ferida..........................................7 Cicatrização de feridas..............................................................................................8 Tratamento de feridas................................................................................................8 O que é um curativo...................................................................................................9 Classificação do curativo de acordo com o tamanho da ferida..........................10 Técnica de curativo..................................................................................................10 Cuidados importantes..............................................................................................11 Principais erros cometidos ao se realizar um Curativo........................................11 Conclusão.................................................................................................................12 Bibliografia................................................................................................................13 Introdução Nesse trabalho falaremos sobre a ferida que é definida como qualquer lesão no tecido epitelial, mucosas ou órgãos com prejuízo de suas funções básicas, podendo ser causadas por fatores extrínsecos como incisão cirúrgica e as lesões acidentais, por corte ou trauma ou por fatores intrínsecos, como as feridas produzidas por infecção, as úlceras crônicas, as causadas por alterações vasculares, defeitos metabólicos ou neoplasias. E o curativo que é a todo material colocado diretamente sobre a ferida a fim de favorecer a cicatrização. o processo do tratamento das feridas tem evoluído cada vez mais, pois trata-se de um processo dinâmico daí a necessidade de se aprofundar o conhecimento e estudo dos mesmos. 2 Objetivo O enriquecimento do conhecimento enfatizando os cuidados com pacientes em situação de ferimentos nesta pesquisa iremos ver cada aspecto e pontos de vista em relação ao tema. 3 Pele humana A pele é o maior órgão do nosso corpo, reveste e assegura grande parte das relações entre o meio interno e o externo. Além disso atua na defesa e colabora com outros órgãos para o bom funcionamento do organismo, como no controle da temperatura corporal e na elaboração de metabólitos. É constituída de derme e epiderme, tecidos intimamente unidos, que atuam de forma harmônica e cooperativa. Epiderme A epiderme é composta por epitélio de revestimento que é um tecido estratificado, pavimentoso e queratinizado, ou seja, formado por várias camadas de células com diferentes formas e funções. As células superficiais são achatadas como se fossem escamas e possuem queratina. A epiderme não possui vasos nem nervos; tem espessura variada, sendo mais grossa nas regiões de atrito como solas dos pés e palmas das mãos e mais fina sobre as pálpebras e próximo dos genitais. Derme A derme é formada de tecido conjuntivo denso. Sua composição é essencialmente de colágeno (cerca de 70%) e outras glicoproteínas e fibras do sistema elástico. As fibras elásticas formam uma rede ao redor das fibras de colágeno que conferem flexibilidade à pele. A camada imediatamente abaixo da epiderme é chamada de camada papilar pois possui inúmeras papilas dérmicas encaixadas nas reentrâncias da superfície irregular da epiderme. Em seguida há a camada reticular que contém mais fibras elásticas, além de vasos sanguíneos e linfáticos e terminações nervosas, também são encontradas glândulas sebáceas e sudoríparas e as raízes dos pelos. Hipoderme Localizada logo abaixo da derme encontra-se a tela subcutânea ou hipoderme, que é uma camada de tecido conjuntivo frouxo rica em fibras e células adiposas. A gordura que se acumula nessas células funciona como reserva de energia e isolante térmico. Funções da pele • Excretora • Protetora • De relação • Termorreguladora • Metabólica 4 O que são feridas? São lesões dos tecidos em decorrência de trauma mecânico, físico ou térmico ou que se desenvolva a partir de uma condição patológica ou fisiológica, que deve se fechar em até 2 semanas Ulceras: a ferida se torna úlcera após seis semanas de evolução sem intenção de cicatriz. Tipos de feridas: As feridas podem ser classificadas a partir de sua espessura, etiologia, evolução, presença de infecção, comprometimento tecidual • Espessura Superficial: danos teciduais na epiderme e derme. Profunda superficial: ocorre a destruição da epiderme, da derme e do tecido subcutâneo. Profunda total: as camadas atingidas são mais profundas, apresenta danos em tecido muscular e as estruturas adjacentes, como tendões, cartilagens, ossos, etc. • Etiologia Acidentais ou traumáticas: provenientes de situações imprevistas, com objetos cortantes, perfurantes, lacerantes, contundentes ou por inoculações de venenos, mordeduras e queimaduras. Intencionais ou cirúrgicas: quando for realizada alguma intervenção em cirurgias, com intuito terapêutico. Patológicas: são lesões secundárias, provenientes de doença básica. Iatrogênicas: ocorrem em situações e resultados inadequados em situações de intervenções, procedimentos ou tratamentos. Por fatores causais externos: podem resultar de pressões locais, como peso do corpo, cisalhamentos, fricções e umidade excessiva, geralmente em casos de úlceras de pressão. 5 • Evolução Agudas: processo imediato, onde ocorre o rompimento do sistema de vascularização, ocorre o imediato processo de hemostasia. Crônicas: considerada crônicas as feridas de longa duração ou que retornam diversas vezes, são de difícil cicatrização, é um processo lento e usualmente há situações de desvios, como doenças, infecções, etc. • Infecção Presente Assépticas: as feridas não possuem microrganismos, observa-se a presença de sinais flogísticos: dor, rubor, calor, no interesse de identificar se se iniciou um processo infeccioso. Limpas contaminadas: feridas com uma contaminação pouco significativa, os tecidos atingidos são de pouco colonização. A maior ocorrência é em feridas traumáticas com um tempo menor de 6 horas. Contaminadas: feridascontaminadas em atos cirúrgicos ou pós trauma com tempo superior a 6 horas. Sépticas: são aquelas feridas em que os tecidos são potencialmente colonizados, ou seja, com contaminação grosseira por detritos ou por microrganismos como parasitas, bactérias, vírus, fungos. A proliferação desses ocorre geralmente quando há uma imunidade baixa. Há evidências de processo infeccioso, por presença de tecido desvitalizado, exsudação purulenta e odor característico, forte e muitas vezes fétido. • Comprometimento tecidual Estágio I: o tecido apresenta-se hiperemiado, com áreas de descoloração e endurecimento local. Estágio II: ruptura e perda da epiderme ou derme, são superficiais podem apresentar bolhas ou crateras rasas. Estágio III: ferida com maior profundidade por perda total de tecido cutâneo, geralmente apresenta-se com necrose do tecido subcutâneo até a fáscia muscular, tem odor característico de tecido necrótico. Estágio IV: ferida em cavitação, profunda que atinge músculos, tendões e ossos, com necrose e odor característico. 6 Graus de contaminação das feridas Ferida limpa: as cirúrgicas são exemplos de feridas limpas. Como são realizadas em ambientes cirúrgicos e esterilizados, acredita-se não terem o risco de contato com microrganismos. Ferida limpa-contaminada: esse tipo tem grande chance de ser contaminada. São as feridas causadas por acidentes ou abertas por até seis horas antes do atendimento. Encaixam-se aqui também as cirurgias que envolvem cavidades. Ferida contaminada: são as que têm reação inflamatória. Essa reação pode ser causada pelo contato com terra ou algum outro tipo de matéria contaminada. Ferida infectada: esses tipos apresentam sinais claros de infecção, como edemas, vermelhidão, dor, alteração de temperatura e presença de pus. Úlceras, feridas crônicas ou as que demoram a cicatrizar são bastante suscetíveis a ter um agente infeccioso no local, causando uma reação inflamatória e destruindo tecidos. Fatores de risco para o desenvolvimento de uma ferida Os pacientes que têm Diabetes Melittus (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), são considerados como candidatos em potencial ao desenvolvimento de feridas crônicas. Isso porque esse grupo tem complicações vasculares mais frequentes, principalmente se houver a presença de fatores como obesidade e tabagismo. Além de aumentar o risco de desenvolver lesões, ainda há um agravante: dificulta a cicatrização das mesmas. Há outros tipos de pacientes que precisam ter cuidados redobrados: os acamados ou os que usam cadeiras de rodas. Mas por quê? Esses pacientes podem desenvolver uma úlcera por pressão, ou escara, como também é chamada. Pessoas que ficam por muito tempo na mesma posição têm seus tecidos moles pressionados a uma proeminência óssea por longos períodos de tempo, o que acaba causando um edema, isquemia local e até mesmo ter os mediadores de inflamação ativados 7 Cicatrização de feridas A cicatrização é o processo de reparação da pele. Assim que a pele sofre uma lesão, imediatamente o processo de cicatrização é iniciado. Ele passa por três fases: a inflamatória, a proliferativa e a de maturação. A fase inflamatória começa assim que acontece a lesão. Ela tem em uma função bem importante, que é preparar o local para que o novo tecido cresça. Nessa fase há sintomas como rubor, calor, dor e edema. A proliferativa é quando surge um tecido de granulação, formado por brotos endoteliais e novos vasos sanguíneos. Ela ocorre 72 horas após a lesão e dura até três semanas. A de maturação acontece por volta da terceira semana e dura até dois anos. Percebe- se que a cicatriz começa a perder a coloração avermelhada. Além das fases, existem os tipos de cicatrização, que são três: 1. Primeira intenção: acontece em pequenas feridas, as quais têm as bordas próximas e são unidas por sutura. 2. Segunda intenção: quando ocorre uma perda grande de tecido e as bordas estão mais afastadas. Podem ter ou não infecção. Não são suturadas, são deixadas abertas para que fechem pela epitelização. 3. Terceira intenção: acontece a abertura espontânea da sutura (chamado de deiscência). Então deve ser tratada e aguardar que o tecido de granulação se forme para depois captar as bordas da lesão. tratamento de feridas O tratamento consiste na limpeza de feridas e na aplicação de uma cobertura (o curativo) que tem a função de prevenir contaminação, infecção e ajudar a promover a cicatrização. 8 https://www.focoeducacaoprofissional.com.br/cursos-online/cuidados-aplicados-as-feridas-nocoes-gerais O que é um curativo? Trata-se de um procedimento utilizado para a limpeza e proteção de lesões, além de seu tratamento. Curativos passivos: os produtos utilizados cobrem e protegem a ferida. Algodão, esparadrapos, fitas cirúrgicas, micropore, gazes normais e gazes medicadas. Curativos ativos: Interativos ou hidroativos: são os que mantêm um microambiente mais adequado para a cura das feridas. Hidrocoloides, hidrogéis, polímeros de partículas e fibrosos, películas e espumas polimerizadas fazem parte deste grupo. Bioativos: esse tipo de curativo tem como função estimular que substâncias ativas sejam liberadas durante a cura. Polissacarídeos, hidrogéis, hidrocolóides e alginato de cálcio são exemplos de curativos bioativos. Os curativos também podem ser classificados em: Simples ou aberto: as feridas são limpadas com antissépticos e é aplicada uma medicação. A lesão não é coberta. Oclusivos: neste tipo de curativo, as feridas não ficam expostas. Há três tipos: • secos: coloca-se uma camada de gaze e se prende com esparadrapo ou atadura. • úmido: um antisséptico é aplicado para que as bactérias sejam removidas, assim como as células descamadas e as crostas. A ferida é então coberta com gaze umedecida. • compressivos: um curativo compressivo tem a função de interferir na hemostasia sanguínea. Esse curativo compressivo tem quatro camadas: uma de proteção, uma absorvente, a de compressão e a de fixação Contensivos: neste tipo de curativo os recursos são utilizados para aproximar as bordas das feridas. 9 https://www.focoeducacaoprofissional.com.br/cursos-online/cuidados-aplicados-as-feridas-nocoes-gerais Classificação do Curativo de acordo com o Tamanho da Ferida: Curativo pequeno: curativo realizado em ferida pequena: aproximadamente 16 cm2. (ex: cateteres venosos e arteriais, cicatrização de coto umbilical, fístulas anais, flebotomias e/ou subclávia/jugular, hemorroidectomia, pequenas incisões, traqueotomia, cateter de diálise e intermitente). Curativo Médio: curativo realizado em ferida média, variando de 16,5 a 36 cm2. (ex: Cesáreas infectadas, incisões de dreno, lesões cutâneas, abscessos drenados, escaras infectadas, outros especificar). Curativo grande: curativo realizado em ferida grande, variando de 36,5 a 80 cm2. (ex: Incisões contaminadas, grandes cirurgias – incisões extensas (cirurgia torácica, cardíaca), queimaduras (área e grau), toracotomia com drenagem, úlceras infectadas, outros). Curativo Extra Grande: curativo realizado em ferida grande, com mais de 80 cm2 (ex: Todas as ocorrências de curativos extragrandes deverão obrigatoriamente constar de justificativa médica). Técnica de Curativo: Normas Gerais: • Lavar as mãos antes e após cada curativo, mesmo que seja em um mesmo paciente; • Verificar data de esterilização nos pacotes utilizados para o curativo (validade usual 7 dias); • Expor a ferida e o material o mínimo de tempo possível; • Utilizar sempre material esterilizado; • Se as gazes estiverem aderidas na ferida, umedecê-las antes de retirá-las; • Não falar e não tossir sobre a ferida e ao manusear material estéril; • Considerar contaminado qualquer material que toque sobre locais não esterilizados; • Usar luvasde procedimentos em todos os curativos, fazendo-os com pinças • Utilizar luvas estéreis em curativos de cavidades ou quando houver necessidade de contato direto com a ferida ou com o material que irá entrar em contato com a ferida; • Os curativos devem ser realizados no leito com toda técnica asséptica; • Nunca colocar o material sobre a cama do paciente e sim sobre a mesa auxiliar, ou carrinho de curativo. O mesmo deve sofrer desinfecção após cada uso; 10 Cuidados importantes: • Em portadores de ostomias e fístulas utilizar placa protetora e TCM na proteção da pele nas áreas adjacentes à ferida; • Não comprimir demasiadamente com ataduras e esparadrapos o local da ferida a fim de garantir boa circulação; • Trocar os curativos úmidos quantas vezes forem necessárias, o mesmo procedimento deve ser adotado para a roupa de cama, com secreção do curativo; • Quando o curativo da ferida for removido, a ferida deve ser inspecionada quanto a sinais flogísticos. Se houver presença de sinais de infecção (calor, rubor, hiperemia, secreção) comunicar o S.C.I.H. e / ou a supervisora e anotar no prontuário, colher material para cultura conforme técnica; • O curativo deve ser feito após o banho do paciente, fora do horário das refeições; • O curativo não deve ser realizado em horário de limpeza do ambiente, o ideal é após a limpeza; • Em feridas em fase de granulação realizar a limpeza do interior da ferida com soro fisiológico em jatos, não esfregar o leito da ferida para não lesar o tecido em formação. • Os drenos devem ser de tamanho que permitam a sua permanência na posição vertical, livre de dobras e curva; • Mobilizar dreno conforme prescrição médica; • Em úlceras arteriais e neuropatias diabética (pé diabético) manter membro enfaixado e aquecido com algodão ortopédico; • Em úlceras venosas, manter membro elevado Principais erros cometidos ao se realizar um Curativo: • Usar curativo em feridas totalmente cicatrizadas; • Cobrir o curativo com excesso de esparadrapo; • Trocar o curativo em excesso em feridas secas; • Demorar a trocar o curativo de feridas secretantes; • Esquecer de fazer as anotações ou não faze-las corretamente; • Não lavar as mãos entre um curativo e outro; • Conversar durante o procedimento; • Misturar material de um curativo e outro, em um mesmo paciente; • Não fazer desinfecção do carrinho de um curativo para outro. 11 Conclusão Concluindo as feridas agudas e crônicas são problemas que afetam milhares de brasileiros e podem ser tratadas por meio de curativos eficientes e atendimento integral por profissionais da saúde. 12 Bibliografia https://www.portaleducacao.com.br http://www.enfermeiroaprendiz.com.br https://www.focoeducacaoprofissional.com.br https://www.tuasaude.com 13
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