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Letícia França Tecido Adiposo Aspectos gerais ▸Especialização de tecido conjuntivo. ▸Adipoblastos surgem no mesoderma e se diferenciam em adipócitos. ▸Adipócitos: células completamente diferenciadas que tem como função síntese, armazenamento e liberação da gordura. ▸Maior depósito corporal de energia: triglicerídeos (gordura neutra): renovam-se constantemente. Essas moléculas podem ser metabolizadas para liberar energia contida em suas ligações. ▸Está localizado abaixo da pele: modela o corpo, compõe coxins absorventes de choques mecânicos (“almofadinhas” da planta dos pés e palma das mãos). ▸Contribui para o isolamento térmico do organismo e absorve choque mecânicos. Tecido Adiposo Unilocular ▸Cor varia entre branco e amarelo-escuro, dependendo da dieta. ▸Adipócitos: células que possuem um anel de cinete com núcleo muito próximo à membrana e uma gotícula de gordura “dentro”. ▸Funções: reserva e produção energética, forma o panículo adiposo (camada que modela a superfície corporal), forma coxins absorventes de choques mecânicos, atua como isolante térmico e sintetiza leptina. ↳Leptina é um hormônio proteico sintetizado pelos adipócitos que atua no SN dando a sensação de saciedade quando o tecido adiposo está sobrecarregado. Pode atuar em outras células aumentando o metabolismo para quebrar a gordura, participando, assim, da regulação da quantidade de tecido adiposo no corpo e da ingestão de alimentos. ▸Compõe praticamente todo o tecido adiposo no adulto, sendo a distribuição determinada por idade e sexo. ▸O tecido adiposo não cresce em número de células, e sim no tamanho dessas células. ▸Gotícula lipídica é removida por técnica histológica convencional, preenche todo o citoplasma. ▸ME: gotículas lipídicas desprovidas de membrana envolvente. ▸Apresenta septos conjuntivos (entre o tecido adiposo) contendo vasos e nervos: para inervar e vascularizar, contém fibras reticulares (colágeno tipo III) que sustentam as células adiposas. G: gotícula lipídica VS: vasos sanguíneos Deposição e mobilização de lipídios Lipídios armazenados na célula adiposa: principalmente triglicerídeos (ésteres de ácidos graxos e glicerol) que vem da alimentação. ▸Os triglicerídeos armazenados são advindos: *Por meio da alimentação, sendo absorvidos e levados até as células adiposas por meio da corrente sanguínea como triglicerídeos formando os quilomícrons. ↳Enterócito quebra e absorve o triacilglicerol, essas células do intestino então produzem os quilomícrons, Letícia França o qual leva a gordura do intestino até o fígado ou até o tecido adiposo. No fígado ele pode produzir o VLDL ou LDL, HDL. *Fígado: transportados até o tecido adiposo como triglicerídeos sob a forma de VLDL (lipoproteínas de baixo peso molecular). *Lipogênese: pela síntese nas células adiposas a partir da glicose. ▸Mobilização lipídica (de onde o corpo tira energia quando precisa) ocorre primeiro nos depósitos subcutâneos, mesentérico e retroperitoneais: coxins das mãos e pés resistem a longos períodos de desnutrição. ▸Após longos períodos de alimentação deficiente em calorias, o tecido adiposo unilocular perde quase toda a sua gordura e se transforma em um tecido com células poligonais ou fusiformes, com raras gotículas lipídicas. Tecido Adiposo Unilocular como órgão secretor ▸Síntese de leptina: hormônio proteico que regula a quantidade de tecido adiposo e ingestão de alimentos (hipotálamo: diminui ingestão alimento e aumenta o gasto energético). ▸Quilomícrons atingem a corrente linfática, vão para o sangue → capilares do tecido adiposo, onde possui lipases lipoproteicas que vão degradar (hidrólise) o TAG dos QM e de outras lipoproteínas liberando o ácido graxo e glicerol para ser absorvido pelos adipócitos. ▸O tecido adiposo pode ser acionado na presença de glucagon (quebrar gordura) ou resposta do SNS. ▸Hidrólise dos triglicerídeos é desencadeada pela noradrenalina: liberada pelas terminações pós- ganglionares dos nervos simpáticos do tecido adiposo: captada pela membrana do adipócito: ativa lipase sensível a hormônio: libera ácidos graxos e glicerol: capilar adiposo. ▸Difundem para citoplasma do adipócito: recombinam para formar novos triglicerídeos que serão armazenados. ▸Ácidos graxos ligam-se a albumina para distribuição pelo organismo (fonte de energia) Glicerol: livre no sangue - captado pelo fígado Histogênese do Tecido Adiposo ▸Células adiposas uniloculares de origem embrionária: células derivadas do mesênquima: lipoblastos. Tecido Adiposo Multilocular ▸Também conhecido por tecido pardo: cor característica: rica vascularização e numerosas mitocôndrias (citocromos: cor avermelhada). ▸Especializado na produção de calor: importante em mamíferos que hibernam, por meio da termogenina, uma proteína transmembrana mitocôndria desacopladora. ↳Liberação de noradrenalina: lipólise e oxidação de ácidos graxos: produz calor e não ATP. Energia dissipada na forma de calor. ▸Como este tecido não cresce, apresenta localização reduzida no adulto. Letícia França ▸Na espécie humana a quantidade deste tecido só é significativa no recém-nascido: função de termorregulação. ▸Células mais preenchidas com núcleo mais centralizado. ▸Mitocôndrias apresentam na membrana interna uma proteína transmembrana: termogenina ou UCP1, prótons voltam para matriz mitocondrial sem passar pelo sistema ATP sintetase. ▸São células menores em relação ao tecido adiposo unilocular ▸Células em arranjo epitelióide: forma massa compacta associada a capilares sanguíneos (dá a cor marrom) ▸Citoplasma com numerosas gotículas lipídicas de diferentes tamanhos. Numerosas mitocôndrias com cristas alongadas. Obesidade ▸Indivíduo com peso superior ao normal em 20% para sua altura. Problema mais comportamental. ▸Resultado da ingestão de calorias acima da quantidade necessária por dia → alto armazenamento nas células. ▸Independentemente do tipo de obesidade a causa principal é o excesso de calorias. ▸Adultos: obesidade relacionada ao aumento da quantidade de triglicerídeos depositada em cada adipócito unilocular sem haver aumento do número de adipócitos (obesidade hiperplásica). ↳Obesidade hiperplásica: há aumento dos adipócitos uniloculares. ▸Adipócitos maduros não se dividem na vida adulta: apenas no início da vida pós-natal ▸Evidência da superalimentação em recém- nascidos: pode aumentar o número de precursores de adipócitos: condições para obesidade hiperplásica na vida adulta ▸Base genética- mutação do gene que codifica leptina, forma inativa deste hormônio, apetite voraz e ganho de peso descontrolado. Tecido Cartilaginoso Aspectos Gerais ▸Tecido conjuntivo de consistência rígida. ▸Função: suporte a tecidos moles, revestimento de superfícies articulares, absorve choques mecânicos e diminui o atrito, facilitando o deslizamento dos ossos nas articulações. ▸Fundamental no crescimento dos ossos longos na vida intrauterina e depois do nascimento. ▸Contém células chamadas condrócitos e abundante material extracelular que constitui a matriz extracelular cartilaginosa. Os condrócitos alojam-se em cavidades da matriz (lacunas). ▸Consistência firme das cartilagens: ligações eletrostáticas entre glicosaminoglicanos sulfatados e colágeno. ▸Grande quantidade de moléculas de água presas a glicosaminoglicanos (água de solvatação): turgidez e resistência. ▸As cartilagens (exceto as articulares e as fibrosas) são envolvidas por uma bainha conjuntiva que Letícia França recebe o nome de pericôndrio, nela contém nervos e vasos sanguíneos e linfáticos. ↳O tecido cartilaginoso não contém vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos capilares do pericôndrio. ▸Três tipos de cartilagens: 1°) Cartilagem Hialina: mais comum, matriz com fibrilas delicadas (colágenotipo II) 2°) Cartilagem Elástica: poucas fibrilas de colágeno tipo II e muita fibra elástica 3°) Cartilagem Fibrosa: matriz formada em sua maioria por colágeno tipo I Cartilagem Hialina ▸Tipo mais encontrado no corpo Cartilagem Hialina, é basofílica (filia por corante básico) ▸Coloração branca-azulada e translúcida ▸Primeiro esqueleto do embrião que é posteriormente substituído por um esqueleto ósseo. ▸Adulto: parede das fossas nasais, traqueia, brônquios, extremidade ventral das costelas e recobrindo articulações dos ossos longos. ▸Compõe o disco epifisário: localizada entre a diáfise e epífise dos ossos longos em crescimento. Responsável pelo crescimento do osso em extensão durante a vida intrauterina até o fim do crescimento corporal após o nascimento. Matriz Cartilaginosa ▸Formada por fibrilas de colágeno tipo II associadas ao ácido hialurônico, proteoglicanas hidratadas e glicoproteínas ▸Matriz apresenta basofilia: presença de glicosaminas com radicais sulfato ▸Condronectina: glicoproteína estrutural que participa da associação do arcabouço macromolecular da matriz com os condrócitos. ▸Glicosaminoglicanos: combinados com proteínas covalentemente formando proteoglicanos. Alto conteúdo de água de solvatação - mola biomecânica- importante nas cartilagens articulares. ▸Proteoglicanos: glicosaminoglicanos ligadas covalentemente com proteínas: cerne proteico + moléculas de glicosaminoglicanos sulfatadas. ↳± 200 moléculas de proteoglicanos para cada molécula de ácido hialurônico: rigidez da matriz cartilaginosa ↳Moléculas de proteoglicanos como escovas de limpar: proteínas no eixo central e glicosaminoglicanos correspondem aos pelos. Letícia França Pericôndrio ▸Camada de tecido conjuntivo denso (maior parte), presente em todas as cartilagens hialinas, exceto nas cartilagens articulares. ▸Função: fonte de novos condroblastos que se tornam condrócitos para o crescimento. Responsável por nutrição, oxigenação, eliminação de metabólitos, devido a presença de vasos sanguíneos e linfáticos. Responsável pelo crescimento da cartilagem. ▸Tecido conjuntivo rico em fibras colágenas tipo I na parte mais superficial e rico em células próximo a cartilagem ▸Células do pericôndrio são semelhantes a fibroblastos, multiplicam-se por mitoses originando condroblastos. Células da Cartilagem ▸Três tipos de células: condrogênicas, condroblastos e condrócitos ▸Condrócitos: condroblastos circundados por matriz, localizados na periferia (ovoides) e na parte profunda da cartilagem (arredondados). Aparecem em grupos de até oito células: grupos isógenos. ▸Células condrogênicas: fusiformes, estreitas originárias de células mesenquimatosas: podem se diferenciar em condroblastos ou células osteoprogenitoras (algumas cartilagens dão origem a ossos). ▸Condroblastos: podem se originar de células mesenquimatosas ou de células condrogênicas do pericôndrio – sintetizam a matriz ▸Células basófilas, arredondadas: rico em RER, complexo de Golgi desenvolvido, numerosas mitocôndrias e vesículas de secreção. Condrócitos ▸Forma alongada na periferia da matriz e arredondados mais profundamente ▸Processamento histológico: retração da cartilagem: forma estrelada dos condrócitos e afastamento da cápsula. ↳Suas células são pequenos clones originados por divisão de um condroblasto. ▸Também são células secretoras de colágeno (principalmente tipo II), proteoglicanos e glicoproteínas, como a condronectina. ▸Oxigenação dos condrócitos é deficiente: cartilagem não apresenta capilares sanguíneos. ▸Nutrientes chegam pelos capilares do pericôndrio: penetram na matriz e atingem os condrócitos. ↳Difusão pela água de solvatação das macromoléculas e bombeamento por compressão/descompressão sobre a cartilagem ▸ME: superfície apresenta reentrâncias: aumento da superfície, facilita troca com meio extracelular Letícia França Histogênese ▸Embrião: surgem o esboço a partir do mesoderma e mesênquima: arredondamento das células mesenquimatosas: retraem seus prolongamentos e multiplicam-se rapidamente. ▸Condroblasto: células assim formadas tem o citoplasma muito basófilo. Em seguida inicia-se a síntese de matriz afastando os condroblastos um dos outros. ▸Cartilagem apresenta regiões diferentes no centro e periferia: células centrais apresentam características de condrócitos e as periféricas de condroblastos ▸Pericôndrio: será formado pelo mesênquima superficial Crescimento ▸Há dois processos envolvidos: *crescimento intersticial: divisão mitótica dos condrócitos e *crescimento aposicional: a partir das células do pericôndrio. Crescimento Intersticial ▸Ocorre somente na fase inicial de formação, cartilagens que não tem pericôndrio. ▸Os novos condrócitos formados produzem fibrilas colágenas, proteoglicanos e glicoproteínas, assim, o crescimento real é muito maior. ▸Células mesenquimatosas retraem seus prolongamentos: tornam-se arredondadas: formam grupos isógenos. ▸Início da produção de matriz → células se separam: formação de lacunas individuais→ aumento da cartilagem “por dentro” Crescimento Aposicional ▸Células mesenquimatosas se diferenciam em fibroblastos→ produção de tecido conjuntivo denso, fibras colágenas→ pericôndrio: responsável pelo crescimento e manutenção da cartilagem ▸Crescimento de toda cartilagem do corpo, EXCETO na cartilagem articular e placa epifisária: não apresenta pericôndrio: crescimento apenas intersticial ▸Células condrogênicas do pericôndrio=> dividem- se e diferenciam-se em condroblasto: síntese de matriz=> crescimento por acréscimo à periferia. ▸As cartilagens não se regeneram bem: adulto: regeneração incompleta a partir das células do pericôndrio: lesão extensa: pericôndrio forma cicatriz de tecido conjuntivo denso Cartilagem Elástica ▸Encontrada no pavilhão auditivo, conduto auditivo externo, tuba auditiva, epiglote e cartilagem cuneiforme da laringe ▸Semelhante a cartilagem hialina: colágeno tipo II e rica rede de fibras elásticas contínua com as do pericôndrio. ▸Rica em elastina: coloração amarelada a fresco, evidenciada por coloração como orceína. ▸Apresenta pericôndrio e cresce por aposição. ▸Está menos sujeita a processos degenerativos que a cartilagem hialina. Cartilagem Fibrosa ou fibrocartilagem ▸Diferentemente da cartilagem hialina e elástica, não apresenta pericôndrio e matriz possui colágeno do tipo I Letícia França ▸Apresenta características intermediárias entre tecido conjuntivo denso e cartilagem hialina ▸Localizada nos discos intervertebrais, região onde ligamentos e tendões se inserem no osso e na sínfise pubiana ▸ Sempre associada a conjuntivo denso: difícil de limitá-los ▸ Geralmente condrócitos formam fileiras alongadas ▸Característica acidófila, matriz com grande quantidade de fibras colágenas (tipo I) ▸Fibras colágenas formadas por feixes de orientação irregular entre os condrócitos ou paralelo a eles: orientação sofre influência das forças que atuam sobre a cartilagem. Discos Intervertebrais ▸Função de coxins lubrificados para prevenir o desgaste ósseo durante os movimentos da coluna espinhal. ▸Localizado entre os corpos das vértebras: união por ligamentos ▸Formada por anel fibroso e núcleo pulposo ↳Anel Fibroso: porção periférica de tecido conjuntivo denso e formada em sua maioria por fibrocartilagem: feixes de colágenos em camadas concêntricas ↳Núcleo Pulposo: localizado na parte central do anel fibroso, banhado por líquido viscoso (ácido hialurônico + colágeno tipo II): gradualmente substituído por fibrocartilagem com avançar da idade ▸Muito hidratado: absorve pressões reduzindo impacto sobre a coluna ▸Hérnia de Disco Intervertebral: ruptura do anel fibroso: expulsão do núcleo pulposo: achatamento do disco podendo se destacar
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