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FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Não consegue avaliar uma criança baseada apenas numa estrutura corporal. o A partir da deficiência, o que a criança consegue fazer. o Avaliar o contexto em que a criança está inserida. o Interação da criança com o ambiente. o Focar no que a criança é capaz de fazer. o O tratamento é feito a partir da funcionalidade da criança. o Abordagem centrada na família – tratamento voltado para o que a criança e a família necessitam/desejam. o Manual que classifica de forma funcional o que o paciente tem. o Modelo de entendimento da funcionalidade. o Classifica a função e as estruturas que são acometidas. o É utilizado em vários países – Transcultural. o Interprofissional. o Não tem uma hierarquia de estrutura e função corporal, todos os domínios são importantes. o A CIF mostra que todos os fatores interferem na condição de saúde da criança. CONDIÇÃO DE SAÚDE (Distúrbio ou Doença) FUNÇÕES E ESTRUTURAS DO CORPO (Deficiências) ATIVIDADE (Limitações) PARTICIPAÇÃO (Restrição) FATORES AMBIENTAIS FATORES PESSOAIS AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Estruturas do corpo: são partes anatômicas. Ex: olho, pele. o Funções do corpo: são as funções fisiológicas. Ex: visão, sensibilidade. o Atividade: execução de uma tarefa – avalia o que a criança é capaz de fazer – classifica as limitações e as funcionalidades. o Participação: envolvimento em atividades da vida real – avalia as atividades que a criança realiza no meio social – classifica as restrições. o Fatores pessoais: são características particulares de um indivíduo. o Fatores ambientais: acesso à serviço, tecnologia assistida (órtese), condição socioeconômica. o Os fatores pessoais e ambientais são o que terá de barreiras ou facilitadores para a criança desenvolver uma atividade e participação. Isso da um diagnóstico, um retorno sobre o que está influenciando para essa criança não desenvolver uma atividade e participação. 1.1 Queixa Principal: aquilo que a família e a criança desejam, o que é relevante para a criança e para a família, queixa da família (foco na atividade e participação). Conhecer sobre a condição da criança, para poder direcionar a queixa da família. F-WORDS (minhas palavras favoritas): o aluno deverá preencher junto com a criança e a família, e deixar na pasta da criança. COPM (Medida de Desenvolvimento Ocupacional Modificada): família relata uma atividade como queixa principal e pontua de 1 a 10 o quanto a criança é capaz de realizar aquela atividade. A queixa principal trabalha com especificidades Ele tem condição de realizar essa atividade? (maturação, deficiências, prognóstico etc.) – informar a família. O ambiente facilita ou é uma barreira? (tem algo para ele segurar? Tem oportunidade?). 1.2 HMA (História da Moléstia Atual): todo o histórico da condição, desde a observação das primeiras alterações, até a fase atual em que a criança se encontra. Intercorrências durante a gravidez: traumatismo, hemorragias, medicação, exames laboratoriais, ameaça ou tentativa de aborto, infecções, reações alérgicas, hipertensão, pré- eclâmpsia ou eclâmpsia, crises convulsivas, tabagismo, drogas, alcoolismo, tempo de gestação, quedas. Fatos sobre o nascimento: nasceu atermo (prematuro)? Teve intercorrências? Tempo duração do parto (normal, cesárea, induzido), precisou de UTI? Peso ideal? Asfixia, choro, necessidade de reanimação e suporte de 02, ocorrência de icterícia, convulsões, infecções, apgar? FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 1.3 Fatores Pessoais: sexo, raça, idade, outros estados de saúde, condição física, estilo de vida, hábitos, criação, formas de enfrentamento, antecedentes sociais, nível de instrução, profissão, experiência prévia e atual (eventos prévios e atuais da vida), padrão geral de comportamento e estilo de caráter, qualidades psicológicas. 1.4 Fatores Ambientais: produtos e tecnologias (medicação e tecnologia assistida – o que auxilia a criança), ambiente natural (adaptações ambientais/facilitadores e barreiras – casa, escola, trabalho), apoio e relacionamentos (família, amigos e terapeutas), atividades individuais, membros da família e sociais (positivas e negativas), serviços, sistemas e politicas (tem acesso a saúde?). 1.5 Participação e Atividade (desempenho): perguntar o que a criança faz no ambiente que ela vive. Desempenho em situações de vida em casa, na escola e comunidade; participação em esportes, recreação, lazer, religião, comunicação, relacionamentos interpessoais. 2.1 Participação e Atividade (capacidade): avaliar a capacidade dessa criança em desenvolver a atividade. Aplicar ferramentas quantitativas, escalas de avaliação. Utiliza vários instrumentos padronizados de medida quantitativa/qualitativa. Antes de começar o exame físico, precisa levar em consideração como essa criança está no dia da avaliação. A criança precisar estar nos estados 3 e 4 para ser bem avaliada Avaliar autocuidado (lavar-se, cuidar de partes do corpo, vestir-se, comer e beber). Mudar e manter a posição do corpo, transferências, deslocar-se (supino, prono, sentado e de pé; rolar, pivotear, arrastar, engatinhar, pular, correr, subir e descer degraus). Transportar, mover e manusear objetos (avaliação da função motora manual – posição do teste: sentada com boa estabilidade postural – alcance, preensão de objetos grandes e pequenos, manipulação). Mobilidade (locomoção, andar). Irá escolher a melhor ferramenta de acordo com a queixa principal da mãe/família. ESTADO DE ATIVIDADE ENCEFÁLICA PARA AVALIAÇÃO Estado 1: olhos fechados, respiração regular, sem movimentos. Estado 2: olhos fechados, respiração regular, sem movimentos grosseiros. Estado 3: olhos abertos, sem movimentos grosseiros. Estado 4: olhos abertos, movimentos grosseiros, sem choro. Estado 5: olhos abertos ou fechados, chorando. Estado 6: outros estados, descrever. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 2.2 Estrutura e Funções do corpo: instrumentos padronizados de medida quantitativa. Padrão de marcha (análise visual das fases da marcha, cadência, tamanho de passo). Tônus – escala de Ashworth modificada (fazer movimentos contínuos e rápidos). Amplitude de movimento – goniômetro; app Handy Level Free. Flexibilidade. Força e resistência – testes manuais e dinamômetros. Equilíbrio – escala de equilíbrio pediátrica. Índice de Reimers (vigilância do quadril) – em crianças com paralisia cerebral ou que não tiveram oportunidade de ficar em posição bípede (em pé), tem muita propensão a ter luxação do quadril, sendo um empecilho no tratamento fisioterapêutico. Os fisioterapeutas e médicos devem vigiar, acompanhar o quadril dessa criança. A criança precisa ser colocada de pé desde os 9 meses, caso não seja coloca de pé desde os 9 meses tem propensão a luxação do quadril. Através do raio x do quadril da criança, irá avaliar, traça uma reta (P) a partir da crista ilíaca do quadril e traça a reta (H) que delimita onde está a cabeça do fêmur da criança., traça uma reta onde a cabeça do fêmur inicia, onde termina e na onde começa a cabeça do fêmur. Tem a medida A e a medida B (total do comprimento da cabeça do fêmur), aplica as medidas na fórmula MP = A/B x 100%. Risco: 11% a 30%, Subluxação: 31% a 90%, Luxação maior que 91%. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Atividade reflexa (reflexos primitivos). Movimentos involuntários (distonia, atetóide, coreoatetóide, ataxia, clonus) Perímetro cefálico. o COPM – perguntas feitas para os pais, para conseguir ter uma ideia de qual a queixa principal.Quantifica a queixa da família de 1 a 10, o quanto a criança consegue fazer a atividade. o Queixa principal: o tratamento é centrado nessa queixa. o Se a queixa da criança for diferente da família, o fisioterapeuta irá conversar com a família e dizer que a queixa da criança importa, então irá trabalhar com as queixas da criança e da família. o Precisa quantificar a satisfação da família com o trabalho do fisioterapeuta. o Quando a queixa da família e da criança é igual, é um facilitador. Se a queixa da família e da criança for diferente, é uma barreira. o F-WORDS: palavras que se baseiam na CIF. Saúde: ver o que a criança faz para manter a saúde. Diversão: ver o que a criança gosta de fazer, brincar, para conseguir fazer na fisioterapia. Amigos: inclusão social. Futuro: uma foto do que a criança quer para o futuro dela. F-WORDS E COPM FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o COPM: medida que quantifica a queixa principal. o O foco é estabelecer as metas de tratamento em colaboração com a família. o Dividida em 4 partes: 1ª etapa: o fisioterapeuta e a família irão estabelecer as metas do tratamento. Função: o que faz e como faz. Família: integrantes da família. Saúde: como mantém a saúde em dia. Diversão: o que gosta de fazer para se divertir. Amigos: inclusão social. Futuro: o que a criança e a família pretendem. Os pais preenchem junto com a criança. As F-words já irão direcionar o tratamento fisioterapêutico. Entender e auxiliar a família – pode direcionar para outros profissionais, para conseguir atingir as metas. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 2ª etapa: compartilham o planejamento. 3ª etapa: compartilham a implementação. 4ª etapa: compartilham os resultados. o O ideal é que trabalhe de 3 a 5 metas. o Somar todos os desempenhos e dividir pela quantidade de metas que tem. o Comparar as notas que a família deu no início do tratamento (avaliação) com as notas do final do tratamento. Se a nota aumentou, o tratamento foi eficaz. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 3. Raciocínio Clínico: reunir informações da etapa 1 (entrevista) e etapa 2 (exame físico). Levantar hipóteses e testá-las. ORGANIZAÇÃO DO RACIOCÍNIO A partir da atividade e participação, consegue ter uma noção dos pontos positivos e negativos de estrutura e função do corpo. No atendimento presencial, pode fazer testes, aplicação de escalas e colocar nos pontos positivos e negativos. Se a mãe colocar como queixa principal que o bebê não anda e ele tiver menos de 1 ano e meio, não é uma barreira para a criança, mas se passar dos dois anos e a criança não conseguir ficar em pé e andar sozinho, é uma barreira para a criança. 4. Diagnóstico Fisioterapêutico: deficiências (estrutura e função do corpo), limitações em atividades, restrições na participação, fatores contextuais de forma positiva ou negativa. Órtese, rampa de aceso Não possuir rampa de acesso, condição socioeconômica, não ter acesso a um esporte que poderia auxiliar o paciente Paciente alegre, que interage com o terapeuta, criança comunicativa, ativa, motivada Chorar, criança que não quer contato com o terapeuta, introvertido FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 5. Tratamento: definir metas/objetivos. Utiliza duas ferramentas: GAS e SMART. 5.1 Metas curto e longo prazo (GAS-SMART) Definir o que é mais importante (COPM) para a família (ideal trabalhar com três metas ao mesmo tempo). Metas representam características ou habilidades que serão modificadas ou adquiridas. Se a mãe passar mais de 3 metas e forem queixas difíceis de trabalhar, explicar para a mãe e trabalhar as queixas mais importantes para os pais. Se for queixas fáceis de tratar, pode ser mais de 3. Metas a curto prazo são necessidades urgentes, que a mãe quer que resolva rapidamente – consegue resolver em até 12 semanas. Metas a médio e longo prazo – de acordo com o prognostico da criança, determina a partir de 3 meses de tratamento. SMART: é um acrômio da língua inglesa, um princípio para fugir de objetivos que não são alcançáveis, relevantes, desejáveis ou medidos. Treinar marcha (é o tratamento em si, posso conseguir ou não) Adquirir marcha independente com andador (conseguir alcançar) – OBJETIVO CORRETO. Curto prazo – até 12 semanas. Necessidades urgentes Ex: diminuir a dor. Média/Longo prazo – + 12 semanas De acordo com o prognóstico da criança. Ex: em 6 meses, ser independente do andador em casa (para crianças que estejam iniciando a marcha) FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Usa quando for definir as metas/objetivos. EXEMPLOS: ✓ Ficar em pé sem apoio – específica. ✓ Quanto tempo ele não consegue ficar de pé? – mensurável. A meta alcançável depende do diagnóstico clínico e do prognóstico da criança. Meta relevante: se é o desejo da criança e da família. Time: quanto tempo consegue alcançar essa meta – a curto, médio ou longo prazo. GAS (Goal Attainment Scaling): escala de aproximação dos objetivos, é uma abordagem para quantificar o progresso de objetivos traçados pela família. Definir as metas através das atividades que vem da queixa principal, se ele precisa de assistência e qual assistência atual que a criança está utilizando e o parâmetro utilizado. Se na casa da criança tem uma escada, por exemplo, maior que na clínica, pede para a mãe gravar um vídeo da criança, subindo e descendo a escada. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Se tiver mais de uma queixa, preenche uma tabela por queixa/meta/objetivo. A atividade não muda na GAS, só altera o tempo e a assistência. 5.2 Medidas de desfecho Qual instrumento foi utilizado para reavaliar o paciente e quantificar a meta, se ela foi atingida após o tratamento. 5.3 Determinar a prescrição fisioterapêutica Prescrição: descrever a conduta para cada meta. Importante: a criança está em seu melhor momento para iniciar a fisioterapia? Iniciar a terapia considerando os períodos sensíveis – aumentar atividades e prevenir deficiências. Aquisição de novas habilidades, exemplo: marcha. o Atividade – andar 10 passos. o Tempo – 60 segundos. o Assistência – segurando nas duas mãos de uma pessoa. o Parâmetro – arrastando o pé esquerdo. Andar 10 passos em 30 segundos com apoio e sem arrastar o pé. Meta que quer atingir FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Descrever o que utilizou para tratar o paciente de forma detalhada. Trabalhar atividade e função (brincadeiras) – consegue melhorar as deficiências de estrutura e função do corpo. Evolução: anotar dia a dia a conduta e os acontecimentos. Determinar se a criança está atingindo as metas ou não. Reavaliação: COPM Alta da Fisioterapia: quando o paciente atinge seu platô em todas as metas (encaminhamento para educador físico). Estudada e discutida com a família e não significa o desligamento total do tratamento. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Instrumentos padronizados de medida Auxiliam na triagem e no diagnóstico Planejamento e progressão do tratamento INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO EM NEUROPEDIATRIA (ESCALAS) Considera mudanças qualitativas e quantitativas das ações motoras do ser humano ao longo de sua vida. A detecção precoce de anormalidades favorece o apropriadoencaminhamento para tratamento específico por equipe treinada. Avaliação – Tratamento – Reavaliação – Monitoramento. REFERIDO À AVALIAÇÃO PADRÃO OU REGULAMENTAR Testes padronizado comparando resultados obtidos com valores normais por idade. Comparar os resultados do desenvolvimento atípico com o desenvolvimento típico. REFERIDO À CRITÉRIOS OU AVALIAÇÃO DE CONTEÚDOS Usa o sistema de pontuação ou conquista para se qualificar. O observador avalia se ele faz ou não. Não comparativo. Útil para ver as necessidades de ajuda ou estabelecer metas. Observar a criança e comparar com ela mesma. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Utilizar instrumentos adequados, precisos, confiável e aplicável aquela população específica. Propriedades psicométricas – estudos que avaliam a confiabilidade dos instrumentos. Levam em consideração a cultura do país o Função Vigilância do quadril. Escala de equilíbrio pediátrica. ADM. Escala de Ashworth modificada FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Mobilidade (casa, escola e comunidade) Sistema de Classificação GMFCS – classificação da função motora grossa. MACS – classificação da função motora fina. FMS – classificação da mobilidade funcional. 1. GMFCS (Sistema de Classificação da Função Motora Grossa) Classifica o desempenho baseada no movimento iniciado voluntariamente em 5 níveis funcionais: Nível I: anda sem limitações. Nível I I: anda com limitações. Nível I I I: anda utilizando algum destes recursos: bengalas, muletas e andadores anteriores e posteriores que não apoiam o tronco durante a marcha. Nível IV: auto-mobilidade com limitações, pode utilizar cadeira de rodas motorizada. Nível V: é transportado em cadeira de rodas manual. Cada nível descreve funcionalmente quatro faixas etárias (1-2 anos, 2-4 anos, 4-6 anos e 6-12 anos). Classifica apenas crianças com paralisia cerebral. A criança melhora dentro do seu próprio nível, mas não muda. A mãe da criança que preenche. Com a GMFCS fica mais claro para os pais entenderem sobre o prognóstico da criança. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 2. MACS (Classificação da Função Manual) Classifica o desempenho manual em 5 níveis. Aplicação: 4 a 18 anos. A criança precisa ter um nível de escrita para essa classificação. 3. FMS (Escala de Mobilidade Funcional) Classifica a mobilidade em 6 níveis, utilizando ou não dispositivos + 2 níveis não funcionais. Classifica habilidade de locomoção em 3 distâncias: 5 metros (casa). 50 metros (escola). 500 metros (comunidade). Aplicação: 4 a 18 anos. Validada para pacientes com paralisia cerebral, mas também pode ser usada para pacientes com espinha bífida. Nível 1 – o pior. Nível 6 – o melhor. C – a criança se arrasta, engatinhar em casa, mesmo tendo habilidade para andar. Tem uma forma de mobilidade diferente. N – se locomove com outro objeto que não tem na escala. Exemplo: a mãe coloca a criança em de um skate e ela se locomove. Classifica tanto no ambiente casa quando na escola e comunidade. Exemplo: pode ser que em casa (5 metros) a criança não use muletas para andar, mas na escola (50 metros) precise de muletas e no shopping (+ 500 metros) precise de cadeira de rodas. Material complementar: https://www.mcri.edu.au/sites/default/files/media/documents/fms_brochure_portuguese.pdf FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Desempenho (casa, escola e comunidade) PEDI – Avaliação Pediátrica do Inventário de Incapacidades Principal escala de avaliação. Avalia desempenho funcional e participação. Aplicação: 6 meses até 7 anos e meio. 3 partes: I – habilidades funcionais (competências) – atividade. I I – assistência do cuidador – assistência que a criança precisa para realizar as atividades. I I I – modificação do ambiente. Cada parte abrande 3 áreas: 1. Auto cuidado. 2. Mobilidade. 3. Função social. É uma ficha muito grande, não precisa fazer todos os itens da ficha, focar na queixa principal da mãe e da criança. Pontuação da parte I: Incapaz de realizar a atividade = 0 Capaz de realizar = 1 FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Atividade (capacidade) AIMS – Escala Infantil Motora de Alberta. GMFM – Medida da Função Motora Grossa. Testes de habilidades motoras. Avaliam a capacidade da criança 1. AIMS (Escala Infantil Motora de Alberta) Ideal: gravar a movimentação espontânea. Avalia: o alinhamento postural, os movimentos antigravitacionais e a superfície de contato. Aplicação: 0 a 18 meses. O ideal é que comece com a posição prona. Avalia em decúbito ventral (posição prona), decúbito dorsal (posição supina), sentada e em pé. Filma a criança na posição e analisa os movimentos que faz durante a filmagem. Depois de um minuto observando o que a criança faz na posição e a criança não fez muita coisa, pode colocar um estímulo, exemplo: coloca um brinquedo do lado da criança para ver se ela rola para o lado ou tenta pegar o objeto. Nessa escala tem a figurinha e a descrição do que a criança está fazendo. Cada figurinha vale 1 ponto. Pontuação da parte I I: Independente = 5 Supervisão = 4 Mínima = 3 Moderada = 2 Máxima = 1 Pontuação da parte I I I: Nenhuma modificação = N Modificações relacionadas a criança = C (ex: fralda) Modificações relacionadas a reabilitação = R (ex: órtese) Modificações extensivas = E (ex: tecnologia assistiva) OBS: Pivotear – a criança fica girando no próprio eixo. Rolar sem rotação – rola em bloquinhos, rola primeiro membro inferior e depois membro superior e tronco. Pivotear Rolar sem rotação FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria A pontuação é levada para uma tabela de percentis. Escore: > 10th (normal) 5th – 10th (em risco) < 5th (atraso) Percent – quantos porcentos das crianças estão acima ou abaixo da linha. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 2. GMFM (Mensuração da Função Motora Grossa) É a mais utilizada em pesquisas (validado para crianças com paralisia cerebral, evidências em SD). Escala observacional. Mede o desempenho (quantitativo) ao longo do tempo, não a qualidade do movimento. Aplicação: 5 meses – 16 anos em qualquer nível motor. Aplicada em todas as condições, principalmente em paralisia cerebral e já existem estudos de confiabilidade em crianças com síndrome de down. Ideal: o fisioterapeuta pedirá para a criança completar uma série de atividades motoras grossas de acordo com a idade e as habilidades de cada paciente. Avaliar 5 áreas de habilidade motora (88 itens ou versão curta 66 itens): Deitar e rolar (17); Sentar (20); Rastejar e engatinhar (14); Ficar em pé (13); Andar, correr e pular (24); Material complementar: https://www.canchild.ca/system/tenon/assets/attachments/000/000/221/original/GMFM-88- 66_Translation-Portuguese.pdf o Atividade (capacidade, habilidade, tolerância e desempenho físico) Testes cronometrados 1. Teste de Caminhada dos 6 minutos Teste de esforço submáximo. Utilizado como uma estimativa de aptidão física. Neuropediatria: avaliar a capacidade funcionar e resistência (detectar o estágio da doença, ex: doenças progressivas -Distrofia Muscular de Duchenne). Anota a distância percorrida durante os 6 minutos. o Cada item da GMFM é classificada em uma escalade 4 pontos: 0: não inicia 1: inicia (menos que 10% da tarefa) 2: parcialmente completa (10% a 90% da tarefa) 3: completa o Aos 5 anos, crianças sem atraso psicomotor realizam todos os itens. EXEMPLO: Em 6 semanas ser capaz de se manter em pé de 3 a 19s com braços livres (item 56 GMFM). FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Valores referência (população brasileira) 2. T10 – Teste dos 10 metros Avaliar a marcha comunitária. Verificar a capacidade de pacientes com doenças neuromusculares em AVD’s. 10s ou + prediz a perda de deambulação durante um período de 12 meses em pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne (DMD). Cronometrar quando passar do cone e quando chegar até o outro cone. Pode fazer o teste com alguma ajuda, exemplo: apoio nas mãos da mãe. Percorrer os 10 metros o mais rápido possível, mas sem correr. Da para avaliar a função da marcha da criança também. 3. TUG – Teste Levantar e Caminhar Cronometrado Objetivo: avaliar equilíbrio e mobilidade funcional. Criado por Mathias et al., (1986), adaptado por Podsiadlo e Richardson (1991): mobilidade, equilíbrio e risco de queda em idosos. Carmeli et al., (2002): síndrome de down. Andersson et al., (2003): paralisia cerebral. o Teste padronizado, então só pode usar estímulos específicos: “vamos, você está indo muito bem”, “vamos, continue”. o Diretrizes padronizadas pela American Thoracic Society. o Percorrer a maior distância possível em 6 minutos. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Como fazer: levantar da cadeira, andar até a marca o mais rápido possível que conseguir, voltar e sentar na cadeira. Cuidado: usar cadeira com encosto e altura na qual os MMII da criança estejam posicionados em 90º de flexão. Parar o cronometro quando encostar as costas na cadeira. Pode usar sapatos e outros dispositivos auxiliares. Desenvolvimento típico: 3x (selecionar a mais lenta). PC e EB: 2x (selecionar a mais lenta). 4. TUDS – Teste Subir e descer Escadas Subir e descer a escada. Só segurar no corrimão caso necessário. Começa em pé, próximo a escada. Cronometrar subida e descida. Com sapatos, sem órtese e/ou dispositivos auxiliares. Informar se foi incapaz, necessitou de auxílio ou realizou independentemente. Pode usar órtese e as mãos como apoio (corrimão) – para ver o nível de assistência que a criança necessita. Validação: DT (desenvolvimento típico) e PC: alta associação com TUG e níveis da GMFCS. 5. Tempo Levantar do Chão Objetivo: avaliar a mobilidade e força muscular. Beenakker et al., (2005): pode ser usado como um parâmetro adicional para quantificar a progressão da doença (DMD). O paciente vai estar deitado no chão e o fisioterapeuta irá dar o comando verbal “levante do chão”. Informar se foi incapaz, necessitou de auxílio ou realizou independentemente. 6. Shuttle Run Objetivo: avaliar a capacidade aeróbica em indivíduos com PC. A criança tem que correr de um cone para o outro a cada bip que faz, sempre observando a FC da criança. O tempo do bip vai diminuindo progressivamente. Anotar: quantos estágios alcançou até se cansar. FC, SatO2, PA, esforço percebido. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 7. Shuttle Ride Test Objetivo: avaliar a capacidade aeróbia em usuários de cadeira de rodas com PC. A criança vai e volta com a cadeira de rodas durante 6 minutos. Anotar: distância, FC, SatO2, PA, esforço percebido. OBS: Outras escalas – EEP: Escala de equilíbrio pediátrica (BERG); PAQ-C e PAQ-A: questionário nível de atividade física; ECT: escala controle de tronco; SF-36: escala de qualidade de vida FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria – o Cuidado ao recém-nascido. o Recém-nascido: definição de neonato do primeiro até o 28º dia de vida. Quando a IDADE GESTACIONAL (IG): Prematuro: < 37 semanas. O bebê que nasce com menos de 22 semanas de idade gestacional, muitas vezes não sobrevive. Termo: 37 semanas completas a menos de 42 semanas – tempo adequado. Pós termo: > 42 semanas. Começou a se contar a idade gestacional em semanas, pois tinha diferença entre o desenvolvimento do bebê que nascia com 9 meses e 1 dia para o bebê que nascia com 9 meses e 30 dias, por exemplo. Na neonatologia, em sua grande maioria, atende-se bebês que nasceram prematuras, com idade gestacional menor que 37 semanas. Idade corrigida: leva em consideração o tempo ideal (40 semanas), porém, o bebê que nasce de menos semanas, irá fazer a correção, quanto tempo faltou para o organismo dele amadurecer. Subtrai-se da idade pós natal a diferença entre as 40 semanas completas e a IG ao nascimento. Exemplo: bebê com 3 meses (12 semanas) de vida, porém, nasceu prematura de 37 semanas. Faz a correção da idade, pois precisa ser levado em consideração o tempo que faltou para o bebê maturar dentro do útero no desenvolvimento motor. Então, 12 semanas – 3 semanas = 9 semanas. Quanto ao PESO para Idade Gestacional: Adequados para Idade Gestacional (AIG): entre percentil 10 e 90. Pequenos para Idade Gestacional (PIG): abaixo percentil 10 (raramente são normais, malformações, infecções congênitas, subnutrição fetal). Grandes para Idade Gestacional (GIG): acima do percentil 90 (diabetes gestacional – hiperinsulemia). Neonatologia e reflexos primitivos Limite de viabilidade: < 22 semanas de IG; Prematuro extremo: < 30 semanas e peso < 1500g Prematuro moderado: 30-34 semanas e peso > 2000g Prematuro limítrofes: 35-36 semanas de IG Apresentam maiores chances de evoluir com disfunções neurológicas, comprometimento da função pulmonar e prejuízos na qualidade de vida Extremo baixo peso: < 1000g. Muito baixo peso: < 1500g. Baixo peso: < 2500g. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o OMS: a viabilidade da sobrevida aumentou em razão da melhora na assistência neonatal ( mortalidade e morbidade, exemplo: doenças neurológicas que cursam com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor). o Diminuindo a mortalidade dos bebês prematuros, tem mais crianças que completaram a primeira infância com disfunções neurológicas. PREMATURIDADE COMPROMETIMENTO PULMONAR Crescimento e desenvolvimento alveolar Alveolização DOENÇA METABÓLICA ÓSSEA Imaturidade dos vasos e falha da autorregulação do fluxo Limitar o fluxo respiratório Capacidade funcional a nível sistêmico (realizar exercícios – menor capacidade funcional no TC6’). Interferir nas AVD’s Deficiência mineral período neonatal (3º trimestre gestacional > desenvolvimento ósseo) RN < 32 semanas de Idade Gestacional → Fragilidade óssea HEMORRAGIA PERI- INTRAVENTRICULAR Principal causa de problemas neurológicos Prevenção: manipulação mínima durante as primeiras 72 horas de vida, posicionamento. Por conta da imaturidade dos vasos e da falha da autorregulação do fluxo, os bebês estão susceptíveis a ter uma hemorragia peri-intraventricular. A prematuridade não deixa que esses vasos sanguíneos acabem de maturar. Essa hemorragia no ventrículo cerebral irá ocasionar problemas neurológicos. Na doença metabólica óssea, os bebês têm menos decomposição óssea, tem propensão a ter ossos frágeis. A maioria dos bebês que nasce com comprometimento pulmonar, irá precisar de suporte respiratório e esse suporte irá depender do quanto esse comprometimento pulmonar está. As crianças que nasceram prematuras, no futuro, irão apresentar uma diminuição da capacidadepulmonar. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria – o O nascimento prematuro pode estar associado à vários fatores: Maternos: hábitos e vícios, diabetes gestacional, hipertensão, infecções, idade. Ambientais: radiação, traumas e acidentes. Genéticos: malformações fetais e gemelaridade – gestação gemelar (mais de um bebê sendo gerado), pode causar o nascimento prematuro. Exames Pós-Natal o Escore APGAR no 1º, 5º e 10º minuto de vida. o 0 a 2: intubação e ventilação e/ou massagem cardíaca. o 3 a 6: aspiração VAS e oxigenação (cateter nasal). o 7 a 10: observação e pode aspirar VAS. Exames pré-natais e pós-natais irão detectar alterações e viabilizar tomada de decisão. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Boletim de Silvermann e Andersen o Avalia como está o desconforto respiratório do bebê o Desconforto respiratório: 0 = não há DR. 1 a 5 = DR moderado. > 5 = DR grave. o Estímulo específico gerando uma resposta específica. o Fornece informação sobre o desenvolvimento motor. o O esquema anatômico é denominado de arco reflexo, o qual é composto de um receptor, o neurônio motor aferente, o neurônio motor eferente e o músculo efetor (quando estimula um reflexo, ele chega até a medula espinal e a própria medula espinal gera uma resposta. Não chega até o córtex motor.) Classificação do Estado Geral o Comportamento: Ativo, hipoativo ou inativo – sem estimular o bebê. Reativo, hiporreativo ou arreativo – estimulando o bebê. o Escala de sedação (comfort-B) Nível de consciência, agitação, resposta respiratória, choro, movimento físico, tônus muscular, tensão facial. Quando estimular o bebê e ele tem algumas reações. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Estão presentes no desenvolvimento motor normal de todas as crianças. o São ações motoras automáticas precursoras dos movimentos voluntários. o RN tem movimentos denominados por reflexos. o Auxiliar na organização do comportamento motor. o A ausência iniciar ou permanência tardia: alterações patológicas – exemplo: se o reflexo de preensão palmar não é integrado, o bebê não consegue pegar o objeto. A permanência tardia desse reflexo, impossibilita a ação voluntária de um movimento. o Todo bebê antes de ter preensão palmar, tem um reflexo de preensão palmar. Quando coloca o dedo na palma do bebê recém-nascido, como reflexo ele fecha a mãozinha. Esse reflexo de preensão palmar vai se integrar entre o 2º e 3º mês de vida. o Os reflexos se integram para dar origem a ação voluntária. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Desenvolvimento infantil: sucessão de etapas ou fases nas quais ocorre uma série de mudanças físicas e psicológicas, que vão implicar o crescimento da criança. o Ocorrência de etapas desde quando é um embrião. o Existem fases do desenvolvimento – desenvolvimento gestacional, desenvolvimento da primeira infância e continua se desenvolvendo até a morte. o O desenvolvimento acontece durante todo o ciclo de vida. o Sinapses neurais do nascimento até os 2 anos de idade. o O desenvolvimento motor acontece em função do desenvolvimento do sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. o Uma criança com disfunção em sistema nervoso central ou periférico, não terá o mesmo número de sinapses que uma criança sem disfunção. o O bebê recém-nascido tem uma quantidade de sinapses neurais inferior a um bebê de 2 anos. o O sistema nervoso tem maior evolução de sinapses do 0 aos 5 anos de idade – primeira infância. o Aproveitar a primeira infância para aumentar o desenvolvimento da criança. o Após os 5 anos, o número de sinapses vão diminuindo. o Quanto mais estímulo dá para uma criança (ambiente enriquecido), isso irá aumentar o número de conexões (dendritos) nas células nervosas, aumentando o número de sinapses. DESENVOLVIMENTO MOTOR FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o O movimento ocorre com a interação entre os componentes. o O comportamento motor (motricidade) da criança é favorecido pelo ambiente e a tarefa estabelecida. o Teoria dos Sistemas Dinâmicos – a atividade não está separada do ambiente e da criança. o Quando quer trabalhar com desenvolvimento motor, deve levar em consideração um ambiente enriquecido (brinquedos, estímulos), tarefa específica e condição da criança. o Teoria Neuromaturacional – o desenvolvimento motor da criança acontecia cefalo-caudal, ou seja, primeiro a criança desenvolvia controle de cabeça, depois controle da cintura escapular, depois controle de tronco e por último controle de membro inferior. E de proximal para distal, então primeiro tinha que estabilizar as cinturas escapular e pélvica, para ter um bom controle periférico. Tinha uma hierarquia, a criança fica deitadinha, depois começa a ficar com o tronco mais levantado, até ficar de pé. Estudo tradicional do DM: modificações progressivas e sequenciais CRIANÇA AMBIENTE TAREFA COMPORTAMENTO MOTOR FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Abordagem Ecológica (CIF) – tem que levar em conta o ambiente em que a criança vive. A criança aos 9 meses deve ser colocada em pé. o Teorias da ação dinâmica e a teoria ecológica trazem uma abordagem mais atual, na qual, o ambiente pode limitar ou influenciar a atividade funcional. o Movimentos ocorrem em um sistema indivíduo-ambiente indissociável. o Novas habilidades motoras proporcionam oportunidades para mais ações frente ao ambiente. o Intenção: aspecto primário da ação. A partir de 1960: posturas e movimentos guiados pela informação perceptual Primeiro ano de vida Mudanças corporais Oportunidades para ação Peso, estrutura CORPO O corpo tem muitas variações dentro do primeiro ano de vida. Cada desenvolvimento corporal que acontece na criança, geram oportunidades de ação. O corpo interfere nas ações da criança. FÍSICO Comportamento motor Espaço, texturas, diferentes alturas e objetos Ajuste entre o corpo e o ambiente Affordances (ajuste corporal frente a um estímulo sensitivo qualquer) Possibilita uma ação específica Quando tem um estímulo do ambiente, muda totalmente o comportamento da criança nesse ambiente FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria SOCIAL/CULTURAL Bebês não aprendem sozinhos Ambiente social e cultural (hábitos particulares) Ambiente social e cultural influenciam no desenvolvimento motor da criança. Ex: bebê usando fraldas CAPACITADOR Novos comportamentos motores Descortinam novas oportunidades de percepção e ação (perceber affordances) Bebês não aprendem sozinhos Bebês não aprendem sozinhos Quando a criança adquire novos comportamentos motores, ocorre uma mudança na percepção visual. A percepção visual gera uma maior ação nas crianças. Além da percepção visual, desenvolve a percepção sensitiva. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o FASE 1: exploração dos movimentos (até 4 meses) RN (até o 28º dia de nascimento) → ajustes e aperfeiçoamento das funções fisiológicas. Ao longo do desenvolvimento → bebê desenvolver o controle nas posturas (DV, DD, sentado, em pé). Affordances: percepção captada do ambiente que geram novas possibilidades de ações. Mão na boca: primeiro sistema exploratório dos bebês. o FASE 2: affordancese características distintas dos objetos (de 5 a 8 meses) Aprende o que o objeto oferece, o que fazer com ele. Maior função manual. Desenvolvimento da simetria corporal. Prono: extensão do tronco com anteversão pélvica, alongando os músculos flexores de quadril. Aumento da extensão e transferência de peso em diagonal ao mover-se. As crianças geram mais ajustes corporais nessa fase. Aprendem a observar mais os objetos a sua volta e o que o objeto vai oferecer para a criança – objetos que tocam música, brinquedos coloridos. Vão querer brincar com os objetos. o FASE 3: exploração ambulatória: descobrindo a configuração do ambiente (9 a 12 meses) Transfere peso anteriormente e posteriormente sobre as mãos e joelhos, engatinha (formação do arco palmar), Aperfeiçoamento da posição em pé. Início da marcha independente (base alargada, elevação dos braços e ombros, fixação de cintura escapular). Aprimoramento das aquisições conquistadas (equilíbrio, coordenação motora grossa e fina). FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria O bebê descobre que a postura em pé, favorece o campo visual maior, estímulos maiores. Vai descobrir que determinadas posturas são melhores para observar o ambiente. Formação do arco palmar – a habilidade manual vai ficar melhor. Começa a perceber que na posição em pé, consegue ter um melhor uso das mãos o Desenvolvimento Motor – 1 a 2 anos Corre, muda de direção. Começa a conhecer sua posição no espaço. Joga bola sem direção. Empilha 3 torres. o Desenvolvimento Motor – 2 a 3 anos Uso do triciclo. Nomeia algumas partes do corpo. Segue direções para cima, para baixo e para os lados. Sobre escada colocando um pé em cada degrau, usa corrimão ou parede. Desce escada sem auxílio, ambos os pés no mesmo degrau. Anda para trás por aproximadamente 10 metros. Evita obstáculos. Agarra bola. Pula para baixo, partindo de um objeto de aproximadamente 60 cm de altura. o Desenvolvimento Motor – 3 a 4 anos Desce escadas sem segurar, colocando um pé em cada degrau. Sobre escadas e árvores. Pula para frente num pé só por cinco vezes consecutivas (gera maior percepção de equilíbrio). o Desenvolvimento Motor – 4 a 5 anos Dança. De pé num pé só por mais ou menos 10 segundos (equilíbrio mais aprimorado). Joga bola deslocando-se no espaço. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Desenvolvimento Motor Fino FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o São nos primeiros 1.000 dias de vida que tem a determinação de como será a pessoa futuramente, em relação ao desenvolvimento. o Os primeiros 1000 dias de vida: crítico, sensível para desenvolvimento infantil. o Primeira infância: maior habilidade de mudanças cerebrais em resposta às experiências (eventos neurofisiológicos). o Primeira infância: período crítico/sensível Plasticidade (janela de oportunidades). Mais receptivas às experiências ambientais e intervenções. Estímulos negativos afetam em maior grau. o Se uma criança com atraso no desenvolvimento motor, percebe o que está acontecendo ao redor dela e com ela, consegue fazer com que o cérebro se desenvolva melhor, fazendo mais sinapses, promovendo uma plasticidade. o Tomar cuidado com o estímulo que dá para a criança, se der um estímulo ruim, a criança irá aprender esse estímulo da mesma forma que aprende o estímulo bom. INTERVENÇÃO PRECOCE Fatores ambientais (desvantagem socioeconômica, substâncias psicoativas) Fatores biológicos (baixo peso ao nascer, prematuridade) Diagnósticos estabelecidos (PC, síndromes etc.). Intervenção precoce FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o O fisioterapeuta irá intervir precocemente, para que essa criança tenha um desenvolvimento motor dentro das limitações dela. o Quanto mais a criança se desenvolver, melhor. o A aquisição do controle da cabeça: Antes dos 9 meses de idade → bom prognóstico motor para marcha. Após 20 meses → sugere um prognóstico motor ruim, provavelmente a criança não vai adquirir marcha. o Sentar sem apoio: Até 24 meses: prognóstico motor favorável. o Engatinhar: Até 30 meses: prognóstico motor favorável. o Quando faz as metas, é importante saber se irá conseguir alcançar essas metas. Lesão SNC fetal ou infantil Alterações sensoriomotoras (dificuldade de perceber) Afetar aquisição habilidades e marcos do desenvolvimento neuropsicomotor FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Intervenção Precoce (IP): conjunto de serviços (multidisciplinar) para crianças vulneráveis ao comprometimento do desenvolvimento cognitivo, motor, psicossocial ou adaptativo desde o nascimento até os 3 ou 5 anos de idade. o Literatura recente relata que precisa trabalhar com essas crianças até 5 anos de vida. o Toda criança que nasce com estado de vulnerabilidade ou alterações na estrutura e função corporal, que limita as atividades e participações da criança, deve ser atendida no tratamento como intervenção precoce – Decreto-Lei 2801/09 de 6 de outubro – sistema nacional de intervenção precoce na infância (SNIPI). o Crianças de 0 a 2 anos, não deve fazer fisioterapia de forma intensiva todos os dias, pois os tipos de fibras dos bebês são mais fadigáveis. Os bebês têm uma facilidade maior de fadigar, por causa da cenatogenese aumentada, pode dar estímulos negativos se fizer muita intervenção. o Essencial: ter conhecimento de suas necessidades e da medida exata de estímulos para supri-las. o AVALIAÇÃO: principalmente AIMS, PEDI, GMFM. o Orientação: auxiliar os pais das boas práticas do cuidado e criação do vínculo afetivo. Os pais devem ser orientados sobre o manejo com a criança, os estímulos que eles terão que dar para complementar a fisioterapia e conseguir atingir as metas. o Informação: participação dos pais em serviços que estimulam a interação entre pais e filhos; importância do vínculo familiar; como promover um ambiente estimulante para a criança. o Posicionamento: as condições ideais para o desenvolvimento harmonioso do bebê são intra-útero, pois aí recebe estimulação adequada, proporcionada pela informação cinestésica e toque uterino, onde ao longo da gestação o feto vai adquirindo progressivamente uma posição de flexão. o De acordo com o posicionamento, a criança irá receber estímulos sensitivos que irá melhorar o aprendizado motor e a capacidade dessa criança se movimentar. o Posicionamento inadequado → deformidades musculoesqueléticas e restrição de movimentos. o Com o posicionamento adequado, o bebê recebe os estímulos necessários, tendo um desenvolvimento melhor. o Posicionar os bebês de forma adequada, principalmente o recém-nascido. o Motricidade voluntária – acontece através de um estímulo sensitivo. o Se tem informações sensitivas chegando no córtex primário, tem uma melhor condição de planejar o movimento e iniciar esse movimento e executá-lo. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Posicionamento do RN OBS: os braços não podem ficar sobre a cama (para trás), precisa ficar sobre o corpinho do bebê, para ter um apoio escapular. o Estimulação: oriente a mãe sobre a melhor maneira de carregar o bebê, para maior estímulo Segurar o bebê com a cabecinha para frente, pois isso aumenta o campo visual e da mais estímulos. Decúbito Dorsal Máximo de flexão Apoio escapular Cabeça na linha média Contenção Decúbito Lateral Ligeira flexão de tronco e cabeça na linha média Suporte aos membros inferioresFlexão dos braços Passa um lençol no meio das perninhas, evitando a adução do quadril Decúbito Ventral Flexão da coluna vertebral Ligeira elevação pélvica Ângulo correto dos pés Passa o lençol na pelve, para que o bumbum fique elevado FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 1. Estimulação à exploração na linha média Primeiro estímulo que deve fazer. Até o 3º mês, o bebê consegue levar a mãozinha a linha média do corpo ou até a boca. O contato visual olho-mão, faz com que o bebê tenha uma percepção maior e resolva agir (ter uma ação). Orientar os pais para estimular a criança com o rosto dos próprios pais, pois isso é um estímulo para a criança também. Para o bebê que não tem muita força ou não tem nenhuma movimentação, pode dar um estímulo semi sentado (coloca um travesseiro atrás do bebê), nessa posição irá estimular as mãozinhas do bebê até a linha média, pois facilita o movimento. 2. Estímulo do controle cervical – Decúbito Ventral Utilizar objetos coloridos, ruidosos ou luminosos para atrair a atenção do bebê, favorecendo o seguimento visual e a elevação da cabeça. Colocar um rolinho abaixo dos bracinhos do bebê. O rolo deve ser de uma altura que permita o apoio dos cotovelos. Se o bebê já tem um controle cervical, pode tirar o rolinho. Sempre inicia da maneira que será mais fácil para o bebê. Faz vários estímulos para ver se o bebê acompanha cada um. Exemplo: ir com o chocalho de um lado ao outro da cabeça. O bebê pode ficar deitado sobre o peito da mãe, a curiosidade e a relação de afeto com o estimulador facilitam a extensão cervical. Estudos apontam que tem que deixar o bebê de barriga para baixo todos os dias, pelo menos por 2 horas, com supervisão. Tummy time: tempo de barriga para baixo → ideal começar após o primeiro mês de vida. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 3. Estímulo do controle cervical – Decúbito Dorsal Teste puxar para sentar = controle cervical O ideal é que o bebê mantenha um alinhamento da cabeça com o tronco. O bebê que não tem controle cervical, fica com a cabecinha caída. 4. Estímulo do controle cervical – Sentado Elevando a cabeça com apoio dos ombros: só é permitido quando se tem uma boa estabilização de tronco. Quando a criança atingir um equilíbrio parcial de cabeça, movimentar lentamente seu tronco para trás e para frente, assim como para ambos os lados, pode favorecer as reações de endireitamento da cabeça. Fonte: Arquivo Rede Sarah 5. Estimulando o rolar Estimulação do rolar utilizando o colo (pernas) do estimulador como facilitador do movimento – facilita o estímulo de rolar, faz o movimento no bebê. Estimulação do rolar a partir do segmento visual do objeto. Para estimular o rolar, o bebê precisa ter um bom controle de tronco, pois é o fortalecimento da musculatura do tronco que vai permitir que o bebê jogue o pezinho para o lado, depois o corpinho e então role. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 6. Estimulando o sentar Atividade em prono proporcionando a extensão do tronco, seja utilizando a bola, rolo ou o colo do terapeuta – nessa posição pode trabalhar estímulo cervical e de tronco, favorecendo o fortalecimento desse tronco e consequentemente estimula o sentar. Incentivo da postura sentada, mesmo com apoio, utilizando-se de boias infláveis. Almofadas, colo ou até mesmo o cantinho do sofá ou poltrona. Atividades com a criança sentada no chão, ajudando-a a manter o equilíbrio através do apoio na pelve. Incentive a criança a fazer o apoio anterior das mãos À medida que o controle de tronco melhore, ofereça a ela um brinquedo favorito para que possa alcançar somente se liberar o apoio de uma das mãos, praticando assim as reações de equilíbrio. Em cima da bola, consegue trabalhar o equilíbrio da criança quando está sentada. 7. Estimulando o arrastar Em prono, o fisioterapeuta flexiona um dos membros inferiores, o que confere o apoio necessário para que a criança impulsione o corpo à frente através da extensão da perna. A criança pode completar o movimento, utilizando os braços para puxar o corpo. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 8. Estimulando o engatinhar Requer boa fixação de cintura escapular e pélvica. Ter uma boa cintura escapular, boa estabilização de ombro, para que consiga sustentar o peso na posição gatas. Para ajudar: mão abaixo do quadril da criança e levanta o quadril. Quando sustenta o peso do quadril da criança, ela tem mais facilidade para engatinhar. Dessa forma, a criança irá experimentar o movimento com os bracinhos, com o passar das sessões vai diminuindo o suporte de peso. O movimento do sentar para engatinhar é chamo de side sitting (joga as perninhas para o lado e passa para a posição gato). Posição GATAS: quatro apoios (duas mãos e dois pés). Geralmente, a criança começa a engatinhar depois que consegue sentar. Posição Side Sitting 9. Estimulando postura ajoelhada Atividades de alcance acima da cabeça e facilitar a passagem do sentado de lado (side) para a postura de joelho. Incentivar a postura agachada (cócoras) também é importante, pois o bebê precisa dela para pegar objetos no chão e transferir-se de sentado para de pé. Coloca os brinquedos acima da cabeça, pois irá gerar uma percepção para o bebê que ele tem que se levantar para conseguir pegar os brinquedos. Da posição gato fica semiajoelhado e começa puxando os brinquedos. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 10. Estimulando o semi ajoelhado → ortostatismo Postura de transição, muito utilizada para atingir a postura ortostática. 11. Estímulo sentado → ortostatismo Transferência de sentado para de pé. Pode iniciar com o bebê sentado no colo dos pais e coloca um brinquedo na sua frente, estimulando a criança a ir buscar. Coloca a mão no joelhinho quando a criança faz a primeira movimentação, traciona o joelho da criança para trás, favorecendo a criança a ficar na posição em pé. Conforme essa criança vai melhorando a força muscular para ficar de pé, oferece menos contato para a criança passar da posição sentada para em pé sozinha. 12. Estimulando ortostatismo Precisa iniciar esse estímulo com a criança a partir dos 9 meses. Não é necessário a criança ter atingido marcos motores anteriores para poder ficar de pé. Indicação: 60 minutos por dia, 5 vezes na semana – a criança que fica em pé 60 minutos por dia, 5 vezes na semana, tem um prognóstico melhor. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 13. Estimulando a marcha A criança que está começando a andar, pode dar um cabo de vassoura para segurar, pois gera uma maior confiança. Não pode segurar nas mãos do bebê, elevando os bracinhos, pois é ruim para a biomecânica corporal da criança. Se for segurar nas mãozinhas do bebê, tem que ser com os bracinhos alinhados (na altura dos ombros). Pode utilizar um lençol passado pelo tronco e por debaixo dos braços do bebê. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o O crânio se expande proporcionalmente ao cérebro. o O osso do crânio se desenvolve na mesma proporção que a massa encefálica, conforme a mesma vai crescendo. o Se por algum motivo o feto não desenvolver o cérebro adequadamente (não tem a massa encefálica empurrando os ossos do crânio) dentro do útero, ele irá nascer comum crânio de tamanho menor do que o esperado. o Se não tem desenvolvimento encefálico, não tem o aumento do crânio, então os ossos do crânio se fundem precocemente, essa criança irá apresentar uma malformação estrutural do crânio. o Nos primeiros 100 dias de gestação, tem o maior crescimento de massa encefálica. A partir do 5º mês de gestação, não tem tanto o crescimento da massa encefálica, mas sim o desenvolvimentos dos giros e sulcos. o O crescimento cerebral se dá em fator que os ossos do nosso crânio não são, no início, interligados. Tem vários ossos cranianos, que são interligados por suturas, porém, essas suturas permitem que esses ossos cresçam durante o desenvolvimento cerebral e esses ossos vão permitindo esse crescimento até se fundir. A partir do momento que os ossos se fundem, tem a craniossinostose (quando as suturas permitem que os ossos se fundam). MICROCEFALIA FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Malformação que afeta o desenvolvimento cerebral. o Os ossos do crânio se fundem prematuramente e não deixam espaço para que o cérebro cresça sem que haja compressão das suas estruturas. o Não tem o desenvolvimento da massa encefálica, consequentemente não tem o desenvolvimento dos ossos do crânio, então essa criança com microcefalia irá apresentar um padrão de malformação. o OMS: Diagnóstico → medir o perímetro cefálico entre 24 horas e 36 horas após o nascimento (pois como o bebê fica no líquido amniótico, nasce edemaciado) e comparar com os valos de referência. 33,9 34,5 FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o A alteração pode ser congênita ou manifestar-se após o nascimento associada a outros fatores de risco (doença secundária). MICROCEFALIA Genéticos (fatores primários) Autossômica recessiva (mãe e pai) Correlacionada com sindromes geneticas Ambientais (fatores secundários) Craniossinostese Congênita ou após o parto (até 2 anos de idade) Diagnostico de microcefalia quando apresenta dois desvios padrões abaixo de 34,5. Quando tem até 3 desvios padrões abaixo de 34,5, é diagnosticado com microcefalia grave. Essa tabelinha também serve para diagnosticar a macrocefalia. ATENÇÃO Para os RN cujo período de gestação durou menos de 37 semanas (pré-termo), ou seja, 36 semanas e 6 dias, os novos parâmetros de referência serão os definidos no Estudo Internacional de Crescimento Fetal e do Recém-Nascido: Padrões para o Século 21 (The International Fetal and Newborn Growth Consortium for the 21st Century), conhecido por Intergrowth (anexos 3 e 4). Os dados do INTERGROWTH-21st fornecem uma visão única para o crescimento e desenvolvimento para o século 21. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Entre 2000 a 2014 → 5 bebês a cada 100.000 nascidos vivos. o 2015 → 54,6 bebês a cada 100.000 nascidos vivos. o Nordeste → 139 bebês a cada 100.000 nascidos vivos (28 vezes a média anual). o Até setembro de 2019: 10,4 mil casos registrados de infecção pelo Zika, sendo 1,6 mil gestantes. + de 3.400 crianças nasceram com microcefalia no Brasil desde 2015. sífilis toxoplasmose rubéola citomegalovírus Herpes vírus Zika Vírrus bactérias substâncias químicas e infecciosas radiação má-formação da placenta desnutrição materna traumatismo cranioencefálico e hipóxia grave na hora do parto Existem vacinas, tem como saber se a gestante está imune a essas doenças Durante o desenvolvimento gestacional ou fetal, a mãe contrai um dos vírus citados, ingere substâncias químicas, contrai alguma bactéria durante a gestação, sofre algum tipo de radiação, tem traumatismo durante o parto, sofre desnutrição grave durante a gestação ou má formação placentária durante a gestação → MICROCEFALIA. o ZIKA VÍRUS 2015: entre 500.000 e 1,5 milhões de pessoas infectadas no Brasil OMS: declarou caso emergencial de saúde pública. 2016: 7.830 casos suspeitos de microcefalia causados pelo Zika Vírus. 2016: reconhecimento da Síndrome Congênita do Zika Vírus. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Estudos apontam que existem crianças com genes mais susceptíveis a desenvolverem alterações neurológicas. OBS: algumas gestantes que contraíram o zika vírus durante a gestação, não tiveram seus bebês acometidos pela microcefalia. o Sugestivo de infecção congênita por STORCH3: resultado positivo em amostras de sangue ou urina da gestante OU líquido amniótico, quando indicado por protocolos clínicos. o Sugestivo de infecção congênita pelo Zika Vírus: resultado conclusivo para vírus Zika a partir de amostras de sangue ou urina da gestante OU líquido amniótico, quando indicado por protocolos clínicos. o Epilepsia. o Nanismo. o Paralisia cerebral. o Retardo no desenvolvimento cognitivo (90%). o Retardo no desenvolvimento motor. o Retardo no desenvolvimento da fala. o Problemas de visão e audição. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Hipertonia. o Hipotonia. o Espasticidade. o Hiperreflexia. o Irritabilidade grave ou convulsões. o Complicações ortopédicas (pé torto e contraturas de articulações únicas ou múltiplas). o Multidisciplinar. o Ministério da saúde criou o Protocolo de Atenção à Saúde e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Zika Vírus. o Centros Especializados de Reabilitação (CER), Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e Ambulatórios de Seguimento de Recém-Nascidos. o O protocolo diz que toda criança que nasce com microcefalia tem direito a tratamento gratuito até os 3 anos de vida. Está incluído o tratamento multidisciplinar (médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo etc.). o Avaliação 1. Função/estrutura Alteração do tônus. Limitação de amplitude de movimento. Alteração de reflexos. 2. Atividade Função motora grossa. Mobilidade. Habilidades funcionais/desenvolvimento neuropsicomotor. Aplicar escalas – AIMS, GMFM, FMF (as duas últimas em crianças com mais de 3 anos). 3. Participação Envolvimento em atividades diárias em casa, na escola e na comunidade com a família. 4. Fatores Ambientais Acessibilidade/tecnologia assistiva. Família – auxiliar a família. Apoios – multidisciplinar, família, amigos. Atitudes da sociedade. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 5. Fatores Pessoais Idade – recém-nascido ou a criança que fez o tratamento nos centros de referência até 3 anos de idade, as famílias que não possuem condição de bancar um tratamento particular, irão entrar na fila de espera para o atendimento gratuito (SUS). o Estimular o desenvolvimento de habilidades: estimulação precoce (0 a 3 anos). o Controlar as complicações, que irá ocorrer nessa criança, os fatores secundários do desenvolvimento deficitário do córtex cerebral. o Garantir melhor qualidade de vida. o Orientação para a família (diretrizes para estimulação precoce). FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Grupo de desordem permanente do desenvolvimento da postura e do movimento, causando limitação em atividades, que são atribuídas à distúrbios não progressivos que ocorrem no cérebro em desenvolvimento o O cérebro sofreu um dano e essa lesão irá ficar daquele tamanho para o resto da vida, a lesão cerebral não se modifica, o que muda é o desenvolvimento da criança. o É a descrição de uma sequela clínica. o Não é um diagnóstico. o É não progressiva de acordo com a lesão neurológica (SN em desenvolvimento), porém, os sinais e sintomas podem se modificar ou desenvolver.o Os sinais e sintomas se modificam de acordo com o desenvolvimento dessa criança. o A espasticidade pode piorar com a idade. o Movimentos involuntários podem aparecer aos 2 anos. o A ataxia só é diagnosticada quando inicia a deambulação – na maioria dos casos, a ataxia irá causar um desequilíbrio na marcha. Dano cerebral Desordens motoras Podem acompanhar disturbios sensitivos, perceptivos, cognitivos, comunicativos, comportamental, epilepsia, problemas musculoesqueléticos Paralisia cerebral (PC): encefalopatia crônica não progressiva o Uma das causas mais comuns de incapacidade física. o A paralisia cerebral é a segunda maior causa que acomete crianças. o 1,4 a 3,6 crianças a cada 1.000 nascidos vivos Aumento devido a assistência aos prematuros FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Pré-natais (durante a gestação) Perinatais (no momento do nascimento) Pós-natais (após o nascimento) Infecção congênita Abuso de álcool e drogas durante a gestação. Causas genéticas. Epilepsia materna. Sangramento no primeiro ou terceiro trimestre. Hipóxia Traumas Hemorragia cerebral durante o parto – principalmente os bebês prematuros, pois tem uma maior pressão intracraniana Complicações placentárias (deslocamento de placenta) Icterícia neonatal severa Trauma (ex: caiu na piscina e se afogou, caiu de cabeça no chão) Meningite Encefalite Convulsões Infartos cerebrais (AVC) o Em mais de 30% dos casos é desconhecida. o Cognitivo – deficiência e distúrbios de aprendizagens: 50% – 75% o Distúrbios de linguagem: 65% o Distúrbios auditivos: 25% o Distúrbios visuais: 25% o Epilepsia: 25% a 35% o Precisa saber os distúrbios que a criança apresenta, pois o tratamento fisioterapêutico depende de estímulos auditivos, visuais, de comunicação. TIPOS DE PARALISIA CEREBRAL Espástica Discinética Atáxica CLASSIFICAÇÃO GMFCS (função motora grossa) FMS (mobilidade) MACS (habilidade manual) FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Quadriplegia: manifestação em membros inferiores, membros superiores e tronco. É simétrico, tem acometimento em todos os membros. o Diplegia: manifestação nos 4 membros, tendo maior comprometimento nos membros inferiores. Espástica Bilateral Quadriplegia Área cortical ou subcortical Diplegia Trato corticoespinhal (cápsulo interna) Unilateral Hemiplegia Trato corticoespinhal unilateralmente Discinética Distonia Quadriplegia Núcleos da base, tálamo, tronco, tronco encefálico e cerebelo Coreoatetose Quadriplegia Núcleos da base e tálamo Atáxica Quadriplegia Cerebelo Subtipo neurológico Subtipo neurológico Subtipo neurológico Comprometimento Comprometimento Topografia Topografia Topografia Área lesionada Área lesionada Área lesionada FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o 70% a 90% dos casos. o Lesão no SNC (acomete o neurônio motor superior, localizado no cérebro). o Fraqueza muscular. o Aumento do tônus (hipertonia). Quando tenta realizar uma tarefa e aumenta a força, a movimentação, o tônus aumento e então a criança realiza um padrão espástico com o membro. o Espástica bilateral e quadri: maioria GMFCS IV e V – maior gravidade de sinais e sintomas. o Espástica bilateral e diplegia: maioria GMFCS I e I I I – a criança terá maior mobilidade e função. o Espástica unilateral: maioria GMFCS I ou I I. o 10% a 15% dos casos. o Lesão no núcleos da base. o Deficiência na regulação do tônus → movimentos involuntários que são pobremente executados quanto a ativação e direção. o Compromete os 4 membros, tronco, cervical e face (comprometimento grande de fala). o GMFCS nível IV ou V. o Distônico: mais severa → contração muscular sustentada e hipocinesia (diminuição do movimento). o Coreoatetose Coréia: movimento descoordenado, rápidos e fragmentados das extremidades proximais. Atetose: movimentos lentos, constantemente modificados e contorcionais das extremidades distais. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Menos de 10% dos casos. o Lesão no cerebelo – alteração na coordenação motora e equilíbrio. o Alteração de equilíbrio nas diferentes posturas. o Incoordenação motora. o Dismetria – não consegue alcançar o alvo. o Fraqueza. o Hipotonia. o Marcha com bastante desequilíbrio. o Lesões em diferentes áreas do encéfalo. o Manifestações clínicas de diferentes subtipos de PC. o Hipotônica: não há consenso sobre esse tipo, mas vem sendo usado para caracterizar as crianças que não se encaixam nos outros subtipos. o Diminuição da tensão muscular e atraso no desenvolvimento motor. o Estágio evolutivo para discinesia ou ataxia. 1. GMFCS (Sistema de Classificação da Função Motora Grossa): Classifica o desempenho baseada no movimento iniciado voluntariamente em 5 níveis funcionais: Nível I: anda sem limitações. Nível I I: anda com limitações. Nível I I I: anda utilizando algum destes recursos: bengalas, muletas e andadores anteriores e posteriores que não apoiam o tronco durante a marcha. Nível IV: auto-mobilidade com limitações, pode utilizar cadeira de rodas motorizada. Nível V: é transportado em cadeira de rodas manual. GMFCS (função motora grossa) FMS (mobilidade) MACS (habilidade manual) FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Cada nível descreve funcionalmente quatro faixas etárias (1-2 anos, 2-4 anos, 4-6 anos e 6-12 anos). Classifica apenas crianças com paralisia cerebral. A criança melhora dentro do seu próprio nível, mas não muda. 2. FMS (Escala de Mobilidade Funcional): Classifica a mobilidade em 6 níveis, utilizando ou não dispositivos + 2 níveis não funcionais. Classifica habilidade de locomoção em 3 distâncias: 5 metros (casa). 50 metros (escola). 500 metros (comunidade). Aplicação: 4 a 18 anos. Validada para pacientes com paralisia cerebral, mas também pode ser usada para pacientes com espinha bífida. Nível 1 – o pior. Nível 6 – o melhor. C – a criança se arrasta, engatinhar em casa, mesmo tendo habilidade para andar. Tem uma forma de mobilidade diferente. N – se locomove com outro objeto que não tem na escala. Exemplo: a mãe coloca a criança em de um skate e ela se locomove. Classifica tanto no ambiente casa quando na escola e comunidade. Exemplo: pode ser que em casa (5 metros) a criança não use muletas para andar, mas na escola (50 metros) precise de muletas e no shopping (+ 500 metros) precise de cadeira de rodas. Material complementar: https://www.mcri.edu.au/sites/default/files/media/documents/fms_brochure_portuguese.pdf https://www.mcri.edu.au/sites/default/files/media/documents/fms_brochure_portuguese.pdf FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria 3. MACS (Classificação da Função Manual): Classifica o desempenho manual em 5 níveis. Aplicação: 4 a 18 anos. A criança precisa ter um nível de escrita para essa classificação. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Foco das intervenções: atividade e participação. o Metas S.M.A.R.T (GMFM). o Objetivos desafiadores MAS alcançáveis. o Melhorar a funcionalidade e promover a socialização, participação dessa criança. o Objetivos curto prazo na PC: aquisição de habilidades emergentes e refletir a necessidade em cada fase do desenvolvimento. o Desenvolvimento motor, na maioria das vezes, são objetivos de curto prazo. Ex: atividade Conseguir passar da posição sentada no chão para a de pé com apoio. Conseguir ficar de pé sem apoio. Conseguir vestir uma camiseta sem auxílio. Ex: participação Conseguir brincar com os amigos. Conseguir participar da aula de educação física na escola. o Objetivos longo (ou médio) prazo na PC: promover a funcionalidade dentro do nível de classificação da GMFCS para cada idade correspondente. Ex: adquirir marcha independente com dispositivo de auxílio na escola → para uma criança de 2 anos que ainda se mantém sentada com apoio e é classificada no nível I I I do GMFCS. o Estabelecer metas para que a criança melhore dentro do seu nível de classificação. Peças chaves para fazer a melhor intervenção fisioterapêutica Mediado por fatores pessoais (cognição, idade, motivação) e pelos fatores e barreiras (condição socioeconômica, acesso à órteses e tecnologia assistiva. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Podem estar relacionados com a prevenção de deficiências nas estruturas e funções do corpo. Ex: prevenir subluxação do quadril, desalinhamento valgo do joelho. o Diante de inúmeras intervenções descritas na literatura, o artigo de Novak e colaboradores de 2020 cita as que: devemos fazer, provavelmente fazer ou não fazer. o Trabalhos bimanuais – requer função dos dois membros ao mesmo tempo. o Enriquecimento do ambiente – quanto mais enriquecido, melhor o desenvolvimento motor. o Terapia de Movimento Induzido por Restrição (CIMT): restringe o membro que está normal, para que a criança utilize mais o membro acometido, muito utilizado em crianças com hemiplegia. Protocolo para PC: 3 a 6 horas por dia. 1 a 10 semanas de duração. Tarefa orientada pelos pais e pelo profissional em crianças acima de 4 anos. o Treinamento de mobilidade Juntamente com a família devemos eliminar as barreiras, oferecer recursos e desenvolver estratégias Espasticidade dos adutores de quadril. Tem uma fraqueza muscular muito grande. O tônus muscular, principalmente das crianças espásticas, irá gerar uma subluxação do quadril. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Treinamento de tarefa específica – centrado na tarefa. o Treino em esteira com suporte parcial de peso – aumento da velocidade da deambulação. Suporte 30% peso – diminui gradativamente. 6 a 16 semanas de tratamento 5 dias na semana. 10 a 30 minutos. Treinamento intensivo o Prática orientada à tarefa – prática específica da tarefa baseada nas metas estabelecidas. o Programa domiciliar – estipular condutas para os pais realizarem em casa, exemplo: alimentar-se. o Terapia manual o Ecoterapia. o VIGILANCIA DO QUADRIL Protocolo universal de monitoramento clínico e com imagem da congruência articular dos quadris. Diagnostico precoce daqueles quadris de risco e seu imediato tratamento. PREVENÇÃO DA SUBLUXAÇÃO: Ortostatismo por 60 minutos com abdução de 30º de quadril → TODOS OS DIAS. Não precisa ficar 60 minutos direto, pode dividir o tempo. Para crianças que á tem subluxação de quadril FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Durante a neurulação, ocorre a formação do SNC e o tubo neural, que dará origem a medula espinha. Forma-se até o 28º dia de gestação. o A espinha bífida é quando ocorre uma má formação no fechamento do tubo neural. o Quando o tubo se fecha adequadamente, a medula ficará toda dentro do tubo neural. o A abertura do tubo neural pode gerar anomalias congênitas no bebê, pois é durante o desenvolvimento embrionário. o Espinha bífida: anomalia congênita resultante de falha no desenvolvimento do tubo neural. o Espinha Bífida Oculta: não tem extrusão de tecido nervoso central, tem má formação, porém, não comprometeu o SNC. Geralmente, a criança apresenta sintomas de coloração de pele, cicatrizes na pele, pelo em excesso na região. o Cística – ocorre a extrusão de tecido nervoso central. Meningocele: pode sair apenas as meninges (membranas que recorrem o SNC). Mielomeningocele (MMC): ocorre extrusão de raízes nervosas, das membranas da meninge e do líquido cefalorraquidiano. A criança que nasce com mielomeningocele passa por uma cirurgia assim que nasce, podendo ter comprometimento de sensibilidade, motricidade, pois no conteúdo que fica para fora contém raízes nervosas. Espinha bífida FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Cirurgia intraútero – o bebê é operado dentro do útero da mãe, tem um desenvolvimento motor melhor. o A MMC possui um importante índice de morbimortalidade infantil no Brasil. o Reduziu a mortalidade e aumentou a morbidade. o 75% chegam a vida adulta. o Há uma tendência de piora da deambulação na transição da infância para a idade adulta, por conta das morbidades. o A taxa de dependência de cadeira de rodas para aqueles que eram deambuladores na infância é de 20-50%. o A mielomeningocele é causada por diversos fatores, entre eles está a baixa ingestão de ácido fólico durante a gravidez pela mãe. O ideal é começar a suplementação de ácido fólico antes de tentar engravidar. o A criança pode ter um padrão de marcha bom, mesmo com uso de tecnologia assistiva, mas quando vai crescendo começa a apresentar morbidades (obesidade, baixo condicionamento físico, baixo nível de atividade física), isso favorece a perda de deambulação. Técnicas Cirúrgicas Métodos Diagnósticos Tratamentos HIDROCEFALIA (90%) Mal formação de Arnold-Chiari tipo II Deslocamento do tronco cerebral para fora do forame magno, impedindo que o líquido passe para a medula e causando um acúmulo de LCR cerebral, resultando em hidrocefalia. Ocorre o aumento do encéfalo, líquido dentro dos ventrículos, faz com que tenha a característica de cabeça maior. Importante acompanhar o perímetro cefálico para saber se os indivíduos com mielomeningocele tem hidrocefalia ou não. Acúmulo de líquido cefalorraquidiano no cérebro, causado pela má formação de Arnold-Chiari tipo II. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria PROBLEMAS CARDIOPULMONARES HIDROCEFALIA (90%) Tipos de derivação – Hidrocefalia A válvula pode ser: DVP: derivação ventrículo peritoneal. DVA: derivação ventrículo atrial. A hidrocefalia causa vários sinais e sintomas, por conta disso é necessário que faça uma cirurgia, onde é colocado uma válvula que irá drenar esse líquido acumulado no ventrículo cerebral para o peritônio ou para o átrio. OBS: tem que fazer essa cirurgia constantemente, pois ocorre o entupimento da cânula conforme o tempo de uso. Sintomas da Hidrocefalia Sinal do Sol potente – olhar baixo. Irritabilidade/choro excessivo. Cefaléia. Vômitos. Convulsão. Diminuição da movimentação corporal Tratamento Inadequado Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Alteração cognitiva. Alteração da força, tônus (hipertonia) e função de MMSS. Alteração visual, auditiva e da fala. As crianças com mielomeningocele são hipotônicas, pois teve uma lesão medular, de raízes nervosas e motoneurônio inferior, então vai causar uma hipotonia muscular, porém, quando tem acúmulo de líquido cerebral está tendo uma lesão a nível cerebral, então o tônus muda, ficando hipertônico. Evidência Científica – Problemas Cardiopulmonares Capacidade aeróbia reduzida. Crianças com espinha bífida que usam cadeira de rodas manual são mais sedentárias e menos ativas. Jovens com MMC passam o dobro do tempo do seu dia em estado sedentário. Crianças com espinha bífida apresentam níveis reduzidos de atividade física e aumento docomportamento sedentário. Disfunção autonômica cardiovascular. Disfunção do sistema simpático e parassimpático, além do barorreceptor que irá captar as alterações na função cardioautonômica. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria NÍVEL NEUROLÓGICO FUNÇÃO MUSCULAR DEAMBULAÇÃO CLASSIFICAÇÃO (FMS) Torácico Sem função de músculo de quadril. MMSS e face são normais, mas não tem função de quadril. Não deambulador ou deambulador terapêutico com RGO 1, 1, 1 (com cadeira de rodas). ALTERAÇÕES SENSITIVAS E MOTORAS PROBLEMAS UROLÓGICOS Principalmente as crianças que são acometidas em nível sacral. Podem ter problemas na evacuação, nos esfíncteres, bexiga neurogênica (não tem função simpática e parassimpática da musculatura lisa da bexiga, não conseguem ter o controle de urinar, muitas vezes necessita do uso de cateter). Muitas vezes a bexiga neurogênica atrapalha a participação e atividade da criança, pois como faz a retirada de urina por cateter, a maioria dos lugares não possui um ambiente adequado para isso, como consequência se não faz a retirada da urina pelo cateter, a criança pode desenvolver problemas renais, podendo levar a insuficiência renal e levar a morte. Nível Neurológico de Lesão American Spinal Injury Association: Torácico: sem movimento abaixo do quadril. Lombar alto: flexão e abdução do quadril, eventualmente extensão do joelho. Lombar baixo: função quadril, joelho, eventualmente flexão plantar, abdução do quadril. Sacral: todos acima + flexão plantarx. Avalia o nível neurológico da lesão pela função muscular presente. Classificação do Prognóstico de Deambulação De acordo com o nível neurológico da lesão. Hoffer et al. (1973) e adaptado por Schoenmakers et al. (2004): Deambulador normal. Deambulador comunitário. Deambulador doméstico. Deambulador terapêutico. Não deambulador TORÁCICO FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria NÍVEL NEUROLÓGICO FUNÇÃO MUSCULAR DEAMBULAÇÃO CLASSIFICAÇÃO (FMS) Lombar alto Sem função de flexão e adutores de quadril e extensores de joelho (L1, L2, L3 e L4). Deambula com RGO ou HKAFO doméstico ou comunitário. Consegue deambular com andadores ou muletas, utilizando HKAFO, tendo marcha doméstica e comunitária. Utilizando a RGO consegue andar de muletas. 1, 1, 1 NÍVEL NEUROLÓGICO FUNÇÃO MUSCULAR DEAMBULAÇÃO CLASSIFICAÇÃO (FMS) Lombar baixo. Sem função de glúteo médio e máximo (abdução). Com função de quadríceps e isquiotibiais. Existem muletas e AFO para deambulação. Deambulador comunitário. Consegue deamnbular em casa sem muletas, porém, precisa das muletas para andar na comunidade. 3, 3, 1. NÍVEL NEUROLÓGICO FUNÇÃO MUSCULAR DEAMBULAÇÃO CLASSIFICAÇÃO (FMS) Sacral. Pode haver comprometimento da função do gastrocnêmio-sóleo. Desequilíbrio dos músculos intrínsecos Deambula com AFO e sem suporte, ou deambulador sem órteses ou suporte. 6, 6, 6. DEFORMIDADES (escoliose, pé torto congênito) LOMBAR ALTA LOMBAR BAIXA SACRAL FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria – o Avaliação da Mobilidade: Escala de Mobilidade Funcional (FMS). o Atividade Motora Grossa: Mensuração da Função Motora Grossa (GMFM – versão 88). o Capacidade de locomoção: Teste de Caminhada de 6 minutos (T6) ou Time Up and Go. o Autocuidado, limitação nas atividades, função social, acompanhar progressos: Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI). Equilíbrio: Escala de Equilíbrio Pediátrica (EEP). Participação: Life Habits Questionarie (LIFE-H 30 – versão reduzida). – o Perimetria – perímetro cefálico (o ideal é fazer sempre antes das sessões, perfazendo o acompanhamento). o Dor. o Função sensorial. o Força muscular. o Composição corpora – acompanhar o IMC, para ver se a criança está obesa. o Nível neurológico. o Flexibilidade. o Tônus. o Padrão da marcha. o Tolerância ao exercício (MMSS ou ciclo ergômetro – FC, escala OMNI). Metas S.M.A.R.T Objetivos desafiadores, mas alcançáveis. Pouca evidência científica. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria – o Inicia após a estabilização do quadro clínico (24 a 48h após a cirurgia). o Possibilitar cicatrização (laser de diodo). o Possibilitar o posicionamento adequado. o Prevenir deformidades secundárias. – o Até os 3 anos. o Potencializar o desenvolvimento neuropsicomotor e autocuidado (intervenção precoce). o Aprimorar funções musculares – trabalhar MMSS e tronco, pois são pacientes que necessitam de andador, muletas, então precisam ter uma força muscular boa, para conseguir um maior prognóstico de marcha. o Aumentar controle postural. o Prevenir disfunções musculoesqueléticas. – o 4 anos até início da fase adulta. o Aumentar a capacidade funcional. o Aprimorar a tolerância ao exercício – exercício aeróbio. o Adquirir e aprimorar a mobilidade e o autocuidado. o Prevenir ganho de peso. o Aumentar a participação. o Melhorar a qualidade de vida. o Treino locomotor no solo Indicação de tecnologia assistiva (órteses, andadores, muletas, etc). o Treino locomotor na esteira Com ou sem suporte de peso. o Programas de descarga de peso Início precoce (a partir dos 12 meses). Aumentar a densidade mineral óssea e ADM: 60 a 90 minutos/5 vezes por semana. Prevenir instabilidade do quadril: 60 a 90 minutos/30º a 60º abdução quadril/5 vezes por semana. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Fortalecimento muscular e atividade física Cicloergômetro (MMII e MMSS). Propulsão cadeira de rodas. Aumenta força, tolerância ao exercício, capacidade funcional e autoestima. o Vibração de corpo inteiro Não há evidências. o Vestes terapêuticas Apesar do benefício clínico, não há evidências. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Genética DMD. o Herança recessiva ligada ao cromossomo X – afetando apenas sexo masculino. o Doença hereditária. o Mutação no gene recessivo codificador da distrofina – gene DMD. o A mãe é portadora do gene com defeito – esse defeito acontece na alça do cromossomo X, então a mãe é portadora, mas não apresenta a doença. o A distrofina está diretamente ligada a membrana da célula muscular e também atua ancorando no filamento actina. o Distrofina – proteína com função estrutural do músculo. o Atua ancorando a actina ao sarcolema (mambrana). o A ausência da distrofina resulta no enfraquecimento e na alteração da membrana muscular, permitindo a entrada de Ca+ → degeneração da fibra muscular. o A função da distrofina é manter a estrutura da célula muscular, se tem uma mutação do gene, ele alteração a formação da proteína distrofina e então vai ter uma degradação da musculatura, em função de que a ausência da distrofina vai enfraquecer a membrana da célula e vai ter um influxo muito grande de cálcio. O aumento de cálcio intracelular juntamente com outros fatores, vai fazer com que a célula muscular se degenere, perdendo a função da célula muscular que é a de contração. O indivíduo com DMD vai ter uma sobrevida de 20/30 anos. DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE (DMD) FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Distrofias musculares Um grupo heterogêneo de desordens clínicas, genéticas e bioquímicas. Caráter hereditário. Caracterizadas por miopatias degenerativas (degeneraçãoda célula muscular) e pelo padrão distrófico à biopsia (consegue diagnosticar através da biopsia) muscular. A apresentação precoce durante a infância costuma estar associada a fenótipos mais severos. Características: fraqueza muscular progressiva e comprometimento cardíaco e respiratório (frequentemente), em uma fase mais avançada da doença. o Diagnóstico Distribuição da fraqueza muscular (características patológicas). Progressão da doença. História familiar – estudos apontam que a mãe que apresenta o gene defeituoso, tem uma cardiopatia. Dosagem CPK – enzima localizada na célula muscular. Se a célula muscular está em degeneração, a enzima CPK irá estar alta no exame. Ex: uma criança com 2 anos começa a perder a habilidade da marcha e ter quedas frequentes. o Tipos de Distrofias – o É a mais severa. o Sintomas iniciam entre 2 e 3 anos de idade. o Rápida progressão (12 anos a maioria estará de cadeira de rodas). o Faz parte do grupo de distrofias chamadas distrofinopatias, as quais representam um alto índice de morbidade clínica. o Distrofinopatia – distrofia que acomete a proteína distrofina. o Degeneração progressiva da musculatura estriada. TIPO PREVALÊNCIA POR 100.000 HABITANTES Duchenne (DMD) 6,30 Becker (DMB) 2,40 Miotônica 1,41 Congênita (DMC) 0,82 Cinturas (LGMD) 0,48 Fascioescapuloumeral (FSH) 0,29 Incidência 1:3.500 nascidos vivos do sexo masculino. A Distrofia Muscular De Duchenne é a mais prevalente e a mais severa. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Padrão de marcha (5-6 anos) Aumento da amplitude anteroposterior e rotação pélvica – a criança vai ter uma alteração postural para tentar se equilibrar melhor durante a marcha. Aumento da plantiflexão no balanço – o contato inicial será feito com a parte anterior do pé e não com o calcanhar. Aumento da cadência e largura passo reduzida – não conseguem ficar muito tempo na fase de balanço (apoio unipodal), então a largura do passo fica reduzida. Ocorre um aumento do gasto energético, devido a essas alterações. A fraqueza muscular inicia de proximal para distal. Inicialmente, a criança irá apresentar uma fraqueza de tronco, depois no quadril e depois na cintura escapular e MMSS. o Atividade – Mobilidade Limitações em sentar, levantar (sinal de Gowers), subir e descer escadas. As principais limitações são na função motora grossa. Com o avançar da idade, irá precisar de auxílio para AVDs e dependência de cadeira de rodas. Sinal de Gowers – características de como essa criança se levanta do chão. Principais queixas Fraqueza muscular. Fadigabilidade. Dor. Flacidez/rigidez. Espasmos. Câimbras. Perda de massa. Quedas frequentes. Dificuldades de subir e descer escadas. Perda da marcha antes dos 12 anos de idade. Deterioração das funções motoras, cardíacas e respiratórias. Dor – por causa da rigidez, dos encurtamentos causados pela perda da mobilidade. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Estrutura e Função do Corpo Fraqueza muscular proximal (início cintura pélvica). Restrição da ADM. Alterações posturais Em pé: hiperlordos e protrusão abdominal (retrair os ombros para manter o centro de gravidade atrás do quadril), panturrilhas hipertróficas, pés equinovaro. As crianças irão apresentar uma protrusão abdmonal (fraqueza dos músculos abdmonais), hiperlordose lombar, anteversão pélvica, desloca o centro de gravidade para trás, pés equinovaro (por conta do desvio do centro de gravidade), panturrilha pseudohipertrófica (quando a célula muscular vai se degenerando, no local terá adição de tecido conjuntivo ou de tecido adiposo, então da a impressão de hipertrofia). Não tendo contração muscular, não tem a mobilidade do tornozelo e então ocorre a rigidez articular e mantendo o pé equinovaro. Escoliose ▪ Encontrada entre 49% e 93% dos casos. ▪ Relacionada à idade. ▪ Longevidade tem relação com a escoliose: 08-14 anos: 30%; 15-20 anos: 92%; + 20 anos: 64%. ▪ Órteses ou dispositivos para lordose lombar; cirurgias. ▪ Etapas: início precoce – evolui para comprometimento pulmonar e dores; início tardio – progressão lenta. Déficit de equilíbrio. Paresias dos músculos respiratórios. Diminuição da capacidade vital. Diminuição da PImáx e PEmáx (doença restritiva). Aumento do volume residual. Diafragma é poupado nos estágios iniciais da doença (indicação de fisioterapia). Expansão do gradil costal é mínima Evolui para ventilação mecânica. A criança não consegue encher e esvaziar o pulmão adequadamente, por conta da função muscular intercostal, diafragmática e músculos acessórios. Disfagia. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Restrição à Participação Relacionada à idade → diminui o engajamento em atividades recreativas e sociais (ex: tocar instrumentos musicais); diminui a participação em ambientes comunitários. A restrição na participação faz com que a criança fique introspectiva, deprimida. o Avaliação detalhada e reavaliação constante (doença progressiva) com objetivo de acompanhar a progressão da doença e tentar manter por um período mais longo as funções e mobilidade, além de prevenir a instalação de contraturas articulares precoces. o Atividade: usar escalas funcionais (escalas quantitativas) – precisa de uma boa avaliação fisioterapêutica e uma reavaliação constante. o Aplicar as escalas a cada 15 duas ou 30 dias. o A reavaliação constante serve para mostrar para o paciente que ele está demorando mais na progressão da doença, mantendo a funcionalidade por mais tempo. o Estrutura e função corporal: Acompanhar a força muscular – teste manual 0 a 5 e/ou teste isométrico (dinamômetro – quantifica a força muscular isométrica). Acompanhar a progressão dos encurtamentos: goniômetro. Acompanhar o equilíbrio estático e dinâmico: Time Up and Go. Acompanhar a progressão da fraqueza da musculatura respiratória e alterações restritivas: espirometria. o Poucas pesquisas definem frequência, tipo e intensidade. o Deve evitar treino de alta intensidade e exercícios excêntricos. o Deve praticar exercícios funcionais submáximos em piscina e atividades recreativas na comunidade. Escala de Vignos: classificação funcional dos membros inferiores ao longo do tempo. 0 = menos severa a 10 = mais severo. Escala de Brooke: classificação funcional dos membros superiores. 1 = eleva os braços a 6 = mão não funcional. Escala de EK: AVDs na fase avançada da doença. 0 = maior independência funcional a 30 = dependência total. North Star: classificação funcional de deambuladores. 0 = incapaz de executar a 2 = executa sem alterações. Teste de caminha 6 minutos: capacidade e desempenho da marcha. PUL: atividades de membros superiores. Escala MFM: função da cabeça, tronco, segmentos proximais e distais. Dividida em 3 dimensões: D1 – atividade em pé e transferências; D2 – controle axial e D3 – controle dista. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Exercícios excêntricos – descer escada, descer rampa. O exercício excêntrico requer da musculatura uma maior efetividade excêntrica, faz com que esse paciente tenha mais degeneração muscular por conta da contração muscular. FASE INICIAL (fase de ambulação) o Alongamentos diários (cuidado) Estático: passivo ou auto-alongamento. Ativo: contrai-relaxa. Splints (órtese AFO – noturno): aumenta o tempo de deambulação. o Exercícios ativos e voluntários (natação, hidroterapia, bicicleta). Submáximos: melhora o consumo de O2 e coordenação. o Evitar atividadesexcêntricas (descer escadas e rampas). o Não desenvolver fadiga. o Estudos apontam que se a criança utiliza a órtese AFO durante a noite, quando vai dormir, prolonga o tempo de deambulação, pois promove um alongamento constante durante a marcha, impedindo os encurtamentos e rigidez articular. FASE TARDIA (fase de não ambulação) o Exercícios passivos ou ativos assistidos (manter, promover simetria e conforto) em solo ou aquático. o Exercícios respiratórios Devem ser associados ao exercícios habituais, expansão torácica, técnicas auxiliem a expectoração, drenagem postural, dispositivos de auxílio. o Os pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne tem uma diminuição da função diafragmática, então acabam tendo comprometimento obstrutivo (tardiamente), tendo um acúmulo de secreção, pode trabalhar a drenagem postural para melhorar a limpeza das vias aéreas. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Estiramento do plexo braquial durante o parto (maioria das vezes). o Não ocorre só durante o parto, pode ocorrer em acidentes, quando a pessoa cai com o pescoço em estiramento. o Incapacidade: paralisia e/ou paresia flácida associada ou não à perda da sensibilidade no membro afetado. o Paralisia braquial obstétrica – remete ao obstetra como causa da lesão. o Paralisia braquial perinatal – remete à posição do ombro e da cabeça do feto em relação à pelve materna como possível agente etiológico. o A cabeça do bebê fica presa na sínfise púbica, chamado de distócia do ombro – quando o bebê é muito grande e não passa adequadamente. o Há controvérsias quanto a fisiopatologia. o Apesar da distócia de ombro ser, na maioria das vezes, a principal causa, acredita-se que a força propulsiva (se a mãe fizer muita força ou enfermeiros e médicos aplicarem força na barriga) materna ou a rotação deficiente do feto podem contribuir. o O normal é sair a cabecinha e quando tem outra contração, o bebê fira o corpo e termina de sair. As vezes, os obstetras puxam a cabecinha do bebê, esse bebê não faz a rotação natural que ele tende fazer quando nasce, isso pode lesar o plexo braquial. LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Plexo braquial é o conjunto de raízes que sai da medula espinhal e vai inervar determinados músculos do membro superior. o Lesão do plexo braquial é quando lesiona uma das raízes nervosas dos nervos que saem de C5 a T1. NERVO MÚSCULO C5, C6 – nervo axilar Deltóide e redondo menor. C5, C6, C7 – nervo musculocutâneo Bíceps braquial. Coracobraquial e braquial (dois terços mediais). (C7) C8, T1 – nervo ulnar Flexo ulnar do carpo, flexor profundo dos dedos (parte ulnar – medial), adutor do polegar, flexor curto do polegar (profundo), interósseos palmares e dorsais, terceiro e quarto lumbricais. C5, C6, C7, C8, T1 – nervo radial Tríceps braquial, supinador, braquiorradial, extensor radial longo e curto do carpo. C5, C6, C7 (fascículo lateral) e C8, T1 (fascículo medial) – nervo mediano Pronador redondo, flexor radial do carpo, palmar longo, flexor superficial dos dedos, flexor profundo dos dedos (metade lateral), flexor longo do polegar, pronador quadrado. o Distócia de ombro (peso fetal → risco 10 vezes maior em fetos com mais de 4,5 kg). o Utilização de fórceps. o Apresentação pélvica. o Baixo apgar – significa que o bebê está apático, sem grandes movimentações. Quando o bebê nasce com apgar baixo significa que tem algum outro problema, se tem algum outro problema o bebê não fez força necessária para nascer, se não teve essa força, o bebê não realiza a rotação, ficando preso dentro da pelve, podendo ocasionar a lesão de plexo. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Anestesia epidural – quando da anestesia, o útero para de contrair o quanto deveria para conseguir expulsar o bebê, pois a anestesia epidural anestesia o nível lombar para baixo e então anestesia também a musculatura uterina. o Parto prolongado. o Histórico materno (obesidade, diabetes mellitus, baixa estatura, multipariedade, idade maior que 35, anatomia pélvica). o A mãe e o bebê acabam cansando, o bebê pode entrar em sofrimento fetal, cansando de fazer os movimentos e pode ficar preso na pelve, podendo ocasionar a lesão do plexo. – o Neuropraxia – tem apenas o comprometimento da bainha de mielina. o Axonotmese – lesão no axônio. o Neurotmese – ruptura total do nervo, a parte que ficou longe do corpo celular se degrada – pior prognóstico. o De acordo com as raízes que foram lesionadas. o Paralisia de Erb ou lesão de nível superior (raízes superiores C5 e C6) e médio (raízes C5, C6 e C7). o Paralisia de Klumpke ou lesão do nível inferior (raízes C8 e T1). o Paralisia de Erb – Klumpke ou Paralisia Total (raízes C5 a C8 e as vezes T1). 50% FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Paralisa de Erb (C5, C6-C7): Déficit de movimentação Prostração e retração escapular. Abdução e rotação externa do ombro. Flexão do cotovelo. Supinação do antebraço. Flexão do punho e dos dedos. Reflexo de Moro assimétrico – quando promove um susto no bebê, ele realiza a abdução do braço. Quando tem a paralisia de Erb, o lado afetado não faz abdução. Tem a movimentação do ombro comprometida, então o bracinho fica flácido e junto ao corpo. o Paralisia de Klumple (C8 a T1): Déficit de movimentação Função da mão – mantém semiflexão interfalangeana e extensão metacarpofalangeana → mão em garra. Reflexo de preensão palmar abolido. o Paralisia Erb-Klumpke (C5 a C8): Algumas vezes acomete C4 e T1. 2ª mais comum. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Déficit de movimentação Braço flácido. Pode apresentar dedos em garra. Déficit de sensibilidade (as vezes). C4: desconforto respiratório (afeta o nervo frênico). T1: síndrome de Homer (miose, ptose e anidrose). o Depender da extensão (superior, inferior ou total) e gravidade (avulsão ou ruptura). o Maioria dos casos recupera espontaneamente dos 3 aos 4 meses. o Lesões do plexo superior são menos graves. o Ausência de contração do bíceps contra a gravidade dos 3 aos 6 meses está associado à pobre prognóstico. o Maioria é transitória – pode ser apenas um estiramento e aí tem a plasticidade neural, ajudando na recuperação. o Paralisia total – pior prognóstico. o Lesões C5-C6 ou C5-C6-C7 → continuam melhorando dos 3 aos 6 meses (retarda necessidade de cirurgia precoce). o Se o bebê tem lesão em C5-C6 ou C5-C6-C7 e está melhorando dos 3 aos 6 meses de vida, significa que o próprio nervo está sofrendo plasticidade e vem melhorando, então adia a cirurgia. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o DEFICIÊNCIAS DA ESTRUTURA E FUNÇÃO DO CORPO o Alterações posturais Posição do bebê? Movimentos espontâneos? Simetria? Comparar os dois lados. Coloca o bebê em alguns decúbitos e vê o posicionamento do bracinho do bebê, qual o movimento espontâneo, os reflexos, como se mantém nas posturas. Depende muito da idade do bebê, exemplo: um bebê recém-nascido, coloca em decúbito dorsal e ventral e vê a simetria dele nos dois decúbitos. o Diminuição e/ou ausência de força muscular Movimentos espontâneos nos decúbitos? Suporta o peso? Sentada com ou sem apoio? Reflexos? Escalas – escala de movimento ativo (MAS) e Mallet modificada (crianças maiores de 3 anos). Estimula o bebê com brinquedos e vê se ele em o estímulo de pegar esse brinquedo. Depende da idade e do desenvolvimento motor do bebê. Ver a movimentação espontânea, ver se o recém-nascido vira opescoço de um lado para o outro, pois os bebês com lesão de plexo tem tendência a negligenciar o lado lesado. Um bebê mais velho pode colocar em decúbito dorsal e vê se ele consegue sustentar o corpo pelo braço. o Diminuição da ADM Estabilizar segmentos proximais para melhor avaliação da ADM na parte distal. Avaliar contraturas. Crianças mais velhas: ADM passiva e ativa (goniometria). Em crianças maiores, me a ADM através da goniometria. Em crianças mais novas, só observar se o movimento é normal, não precisa usar o goniômetro. o Diminuição ou ausência da sensibilidade Dor, fratura clavicular. Estimulação tátil ou dolorosa. Escala – Narakas (1987) – utilizada em bebês pequenos. Em crianças maiores, pode utilizar o gelo, algo quente, uma escovinha – crianças que já se comunicam. Em bebês mais novos, faz a estimulação dolorosa. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Escala de Narakas (1987) o Ausência de reflexos Reflexos – Moro; reação de colocação das mãos; reflexo de preensão; RTCA; reação de proteção anterior; reação de proteção lateral. o Dificuldade em descarregar o peso. o Contraturas e deformidades. o Diferença de comprimento dos membros. o Subluxação do ombro. o RESTRIÇÃO DA ATIVIDADE E PARTICIPAÇÃO o De acordo com a idade. o Dificuldade em realizar atividades com o membro superior que ocorreu a lesão Alcance. Preensão. Manipulação. o Atraso no desenvolvimento neurosensoriomotor. o Dificuldades em executar as AVD’s. o Escalas Test of Infant Motor Performance (TIMP). Alberta Infant Motor Scale (AIMS). Braquial Plexus Outcome Measure (BPOM). PEDI. o Depende da idade da criança. o Lactentes: abordagem maior nas estruturas e funções do corpo. o Pré escolares e escolares: abordagem na atividade e participação – perguntar a queixa principal para a criança e para a família. o Apesar da regeneração nervosa, contrações musculares podem ter impacto sobre a coordenação, aproximando do normal. A criança terá o movimento, mas de forma descoordenada. o Começar o mais precoce possível. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Objetivos: Aumentar as habilidades funcionais. Potencializar o desenvolvimento motor. Prevenir o não uso do membro acometido. Prevenir contraturas e deformidades. Aumentar ou manter a ADM. Aumentar a força muscular. Aumentar a densidade óssea. Minimizar assimetrias e alterações posturais. Prevnir luxações e subluxações de ombro. Prevenir diferença de encurtamento de membros. Orientar pais/cuidadores. o Cuidados: Fratura da clavícula: início da fisioterapia postergado – quando o bebê fica preso na pelve da mãe, o médico pressiona com o polegar a clavícula do bebê e quebra, diminuindo esse ângulo e então o bebê consegue passar. Evitar modalidades térmicas quando houver alteração de sensibilidade, pois o paciente não irá sentir. Não a dor (ADM dentro do limite). Luxações/subluxações: estabilizar a articulação e priorizar exercícios em cadeia cinética fechada. o Dividido em fases ou estágios (Duff et al. 2015). o Primeiras 2 semanas: Braço imobilizado junto ao corpo para prevenir lesões (15 dias). Orientações aos pais para não movimentar o braço, pois está regenerando. o 2 semanas a 5 meses Início da fisioterapia Orientar cuidadores quanto ao posicionamento e manuseio Carregar a criança com braço estabilizado. Iniciar o vestir pelo lado afetado e retirar a roupa pelo lado não afetado. Braços limpos e secos. Estimular posição prona – fazer descarga de peso em cima dos bracinhos, pois ajuda na densidade mineral óssea. Estimular estímulos do lado acometido. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Exercícios de ADM passiva e alongamento 3 vezes ao dia (2 séries com 10 repetições para cada movimento). Estabilizar a articulação proximal. o Iniciar estímulo de movimento ativo e FM com atividades de cada idade motora. o Primeiro sem gravidade e progride para com gravidade. o Estímulo sensorial: com diversas texturas. o 6 meses a 1 ano de idade Aumentar ou manter ADM e FM. Aquisição de marcos do desenvolvimento. Prevenir contraturas. o 1 a 4 anos de idade ou mais Todos os exercícios da fase anterior. Prevenir complicações secundárias: escapula alada, assimetrias, compensações, escolioses, discrepância de comprimento de membros, redução densidade mineral óssea, luxações. Estimular atividades bimanuais. Terapia de contenção induzida e Tarefa orientada intensiva Protocolo CIMT para LPB. 30 minutos a 6 horas por dia. 6 a 7 dias na semana. Duração de 4 a 14 semanas consecutivas. Tarefa orientada pelos pais e pelo profissional. o Suporte de peso (aumenta a densidade óssea e prevenir diferença de comprimento de membros). FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o 1866 – John Langdon Haydon Down – descrição das características. o 1959 – Lejeune – trissomia do 21 – descrição genética. o 1960 e 1961 – Polani e Clark – classificação translocação e mosaicismo. o 1968 – o primeiro diagnóstico pré natal. o 1983 em diante – marcadores bioquímicos (AFP, HCG, estriol-não conjugado, outros) – a partir de exames detecta as alterações da síndrome de down, através dos exames laboratoriais. o É uma alteração genética. o No processo evolutivo dentro do útero, o bebê recebe 23 cromossomos da mãe e 23 cromossomos do pai, totalizando 46 cromossomos. o O bebê com Síndrome De Down tem 47 cromossomos, localizado no cromossomo 21. o Trissomia simples: todas as células corporais possuem 47 cromossomos. Ocorrem em 95% dos casos. o Translocação: o cromossomo extra fica “grudado” em outro cromossomo (14 ou 15). Neste caso, embora o indivíduo tenha 46 cromossomos, ele é portador da Síndrome de Down. Ocorre em 3% dos casos. SÍNDROME DE DOWN FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Mosaicismo: compromete apenas parte das células, ou seja, algumas células têm 47 cromossomos e outras tem 46 cromossomos. Ocorrem em 2% dos casos. o É a alteração cromossômica mais comum. o Mundo → 1:1000 nascidos vivos. o Brasil → 1:650 nascidos vivos. o Expectativa de vida 1950: 12-18 anos. 2000: aumentou 95% (aproximadamente 60 anos). o Idade materna: acima dos 35 anos – a partir dessa idade começa aumentar as chances. o Mães jovens tem uma porcentagem de quase 0 para ter filhos com Síndrome de Down – muito baixo. o Exposição a radiação. o Utilização de drogas ou quimioterápicos. o Ultrassom (transluscência nucal) – vê a espessura da pele da nuca, entre o osso da coluna até o final do pescoço. Dependendo da espessura da camada lipídica, consegue diagnosticar se tem Síndrome de Down. o Amniocentese (avaliação do líquido amniótico – cariótipo/contagem dos cromossomos) – tem a certeza de que o bebê tem Síndrome de Down, extremamente invasivo. o Cordocentese (punção do cordão umbilical). o Exames laboratoriais (contagem de enzimas). o Os exames não diagnosticam na hora a Síndrome de Dow, os médicos falam que a mãe tem um alto risco de ter um bebê com Síndrome de Down, pois a transluscência nucal é um fator que indica. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Ponte nasal plana. o Orelhas displásica e dobrada. o Boca entreaberta. o Perfil facial plano. o Anomalias dentárias. o Pescoço curto. o Orelha com implantação baixa. o Mancha de Brushfields (olho). o Macroglossia, glossoptose. o Sandal gap. o Epicanto. o Base nasal achatada, hipoplasiamaxilar. o Prega simiesca. o Fenda palpebral oblíqua o No brasil, o diagnóstico de Síndrome de Down é fechado através das características fenotípicas. o Ecodopplercardiograma (alterações cardíacas). o Ultrassom abdominal (alteração digestiva). o Audiometria (BERA – verificar acuidade auditiva). o Oftalmológico. o Neuromotoras Hipotonia generalizada. Diminuição dos reflexos primitivos. Convulsões. SNC: Encéfalo não se desenvolve adequadamente (número de sinapses reduzidas) – comprometimento intelectual. Reduzido número de células, espessura e volume cerebral → maior propensão de desenvolver doença de Alzheimer. Cognição: varia de leve, moderado e grave. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Para testar o tônus do bebê é só puxar o bracinho para cima quando ele estiver deitado, quando tem hipotonia o bebê não consegue subir o pescocinho. o Musculoesqueléticas Displasia acetabular ou da cabeça femoral – coxofemoral instável. Instabilidades: femoro-patelar; glenoumeral; coxofemoral; occipito-atlântica; atlanto-axial (C1 e C2 – cambalhota). Evitar cambalhotas ou qualquer atividade que a criança flexione a cervical e faça o estiramento da nuca, por conta da hipotonia e da frouxidão ligamentar pode lesar a medula da criança manivele de C1 e C2, causando a morte imediatamente, pois nessa região está as funções vitais (perde a função respiratória). Reduzida capacidade de produzir força muscular no tronco e membros inferiores. Déficit de coordenação motora. Déficit de contração agonista e antagonista (maior tempo de reação) – relacionado com o estímulo que vem do córtex para a contração muscular acontecer, via tracto corticoespinhal é mais lento. Déficit de equilíbrio estático e dinâmico. Hipotonia Frouxidão ligamentar Instabilidade articular - luxações FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Déficit de controle postural. Alterações posturais: pé plano, joelhos valgos, hiperextensão dos joelhos, inclinação anterior da pelve, hiperlordose lombar, protrusão abdominal, escoliose. Alterações biomecânicos da marcha: base alargada com rotação externa do quadril bilateralmente. o Cardiopulmonares Comunicação interatrial (CIA). Comunicação interventricular (CIV). Tetralogia de Fallot – estenose. Defeito do septo atrioventricular. Aumenta a massa corporal e diminui o condicionamento cardiovascular. Hipotonia de tronco: diminui o trabalho do diafragma. o Sensoriais Catarata congênita. Miopia. Estrabismo. Nistagmo. Manchas de brushfield. Alterações auditivas: perda de audição → otites de repetição. Hipotonia Hipoatividade Aumentar as secreções pulmonares Tem que fazer uma cirurgia para fechar essa comunicação, pois o sangue que deveria ir para o pulmão para ser oxigenado, vai diretamente para o ventrículo esquerdo. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Atraso no desenvolvimento motor (grosso e fino). o Atraso na linguagem. o Atraso na aquisição de habilidades de autocuidado, mobilidade e função social. o Restrição na realização de tarefas cognitivo-comportamentais e tarefas físicas no contexto escolar. o Restrição para desempenhar habilidades práticas e sociais. o Capacidade reduzida de aprendizado. o Necessidade de várias repetições para aprender. o Dificuldade em generalizar as habilidades. o Dificuldade em manter as habilidades que não são praticadas regularmente. o Tempo de reposta mais lento. o Repertório de respostas mais limitado. o Dificuldades em habilidades cognitivo-sociais. o Dificuldades na memória. o Dificuldades no planejamento motor. o Estrutura e função do corpo O comprometimento cognitivo pode interferir no desempenho de atividades motoras → teste Miniexame do Estado Mental (3 a 14 anos). ADM (hipermobilidade) → escala de Beighton (score maior que 4/9). A criança é diagnosticada com hipermobilidade quando tem uma pontuação maior que 4. Força muscular: crianças maiores que 7 anos → teste de força máxima (1 RM). FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Alterações posturais: simetrógrafo ou fotogrametria. Equilíbrio: Estático: cronometrar tempo em superfície instável (colchonete) – olhos fechados: quando começar a fletir o joelho parar o tempo. Dinâmico: escala de equilíbrio pediátrica (modificada da Berg – adulto) – 56 itens (quanto maior o score, maior o equilíbrio). Análise da marcha: filmar. Geralmente, não faz o contato inicial com o calcanhar, pois apresentam pé plano e então já pisam com o meio do pé. o Atividade e participação Desenvolvimento motor: AIMS (desenvolvimento motor); TIMP (controle postural e controle motor). Função motora: GMFM. Mobilidade funcional: Time Up and Go (maior que 3 anos).; teste de caminhada 6 minutos. Autocuidado, mobilidade e função social: PEDI. o 0 a 2 anos Estimular o desenvolvimento neuropsicomotor. Promover controle anti-gravitacional e sustentação de peso. Melhorar o controle e força no tronco. Estimular as reações posturais e rotações. Proporcionar atividades funcionais e de desenvolvimento nas áreas de cognição e socialização. Adquirir marcha independente. o Pré escolar Diminuir atrasos nas aquisições de habilidades de auto cuidado e sociais. o Fase escolar e adolescência Melhorar a realização de tarefas físicas no contexto escolar. Prevenir obesidade. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Evidências cientificas no tratamento da criança com SD Aquisição de habilidades motoras. o Tummy time – manter a criança de barriguinha para baixo todos os dias por um tempo, esse estudo demonstrou que as crianças que ficam nessa posição desenvolvem maior habilidade motora. Aquisição da marcha A criança que faz o treino de esteira todos os dias por 8 minutos, consegue adquirir a marcha com 15 meses. Conceito Neuroevolutivo Intervenções sensoriomotoras/ massoterapia Tummy Time Treino em esteira ergométrica – diariamente por 8 minutos FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Alinhamento biomecânico Vestes terapêuticas Equilíbrio, fortalecimento muscular: Órteses Supramaleolares Equoterapia Equilíbrio: apoio unipodal, saltos, bolas, superfícies instáveis Vibração corporal – 25 e 30 Hz, amplitude 2 mm. FM (5 a 18 anos): 2 a 3 vezes por semana, durante no mínimo 6 meses – 50 a 60% 1 RM. Condicionamento: 3 vezes por semana – 50 a 75% do VO2 máixmo por 30 minutos durante 12 a 16 semanas. Ex: judô, dança, realidade virtual, bicicleta. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Recursos que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de crianças com incapacidade física. o Proporcionam: melhor posicionamento, alcance da mobilidade, execução das AVD’s, vida independente, inclusão. o Quando utiliza uma tecnologia assistiva que melhora o alinhamento corporal dessa criança, todo esse estímulo sensorial promovido por essa tecnologia vai mandar estímulos diretamente para o SNC, pode ser estímulos sensitivos, proprioceptivos, que o SNC integra, promovendo uma melhor postura, coordenação devido ao melhor alinhamento postural. o Não substitui a fisioterapia. o Coadjuvante no tratamento. o Nenhuma criança pode receber o constante manuseio necessário durante o dia para prevenir posturas e padrões de movimentos anormais.o Deve-se permitir que a criança se movimente, explore e relaxe sem ajuda constante. o Permitir posicionamentos corretos durante o tempo livre e independente da criança. o Reforço e uso de posições e movimentos apresentados à criança durante as sessões de tratamento – prevenindo posições ou movimentos anormais ou indesejáveis. o Possibilita habilidades funcionais que a criança não seria capaz de realizar sem o uso destes – promovendo o desenvolvimento sensorial e motor e consequentemente, os desenvolvimentos cognitivos, perceptivos, emocionais e sociais. TECNOLOGIA ASSISTIVA FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Uso excessivo: pode retardar o desenvolvimento motor pela modificação dos estímulos sensoriais e pela limitação da atividade de movimento espontâneo. o Levar em consideração não apenas os benefícios em potencial, mas também os potenciais efeitos deletérios. o Evitar hábitos constantes e posições invariáveis. o Monitorar o uso dos equipamentos para maximizar benefícios e minimizar os efeitos deletérios. o Antecipar e planejar cuidadosamente o desenvolvimento da criança, prevendo as necessidades em relação ao crescimento, desenvolvimento, recreação e alternativas educacionais. o O equipamento não é um substituto correto da fisioterapia. o Garantir a segurança e o uso correto do equipamento ensinando os cuidadores e a criança sobre os métodos de colocação e retirada dos equipamentos. o Os equipamentos para mobilidade requerem cuidados com o ambiente em que será usado, verificar se o local em que a criança se locomoverá está seguro e verificar se a criança é capaz de manusear o equipamento com segurança. o Equipamentos adaptativos que separam a criança dos colegas podem não ser benéfico para o emocional e social da criança. o O fisioterapeuta é a pessoa ideal para avaliar e indicar a melhor tecnologia assistiva para a criança. o Disponibilidade de avaliação. o Registrar a evolução clínica do paciente. o Inspecionar nos planos: sagital, frontal, transversal. o Avaliar a lordose, obliquidade pélvica. o ADM, tônus, controle muscular, força muscular, reflexos, percepção, cognição, estado social e emocional – componentes integrados da avaliação da criança para que possa se desenvolver objetivos apropriados para o tratamento e equipamentos adaptativos corretos. o Avaliação domiciliar e escolar. o Qual a expectativa da família em relação ao equipamento adaptativo? o A residência está apta a receber o equipamento (degraus, acesso, tamanho)? o Qual a disponibilidade e opções de transporte? o O padrão socioeconômico da família é compatível ao custo do equipamento? FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o A escola está apta a receber uma criança com um equipamento adaptativo? o Os professores estão aptos ao manuseio? o O fisioterapeuta é a pessoa ideal para avaliar e indicar a melhor tecnologia assistiva para a criança. o A ADM e a mobilidade articular estão adequadas para melhor acomodação do paciente? o Rotação de cabeça e pescoço para trazer a cabeça na linha média. o Rotação de tronco para alcançar a simetria de tronco. o Flexão mínima de 90º de quadril e joelho para sentar-se funcional. o Flexão plantar e dorsal neutras para ficar em pé ou usar os descansos para pés quando sentado. o O grau de força ou controle muscular são suficientes para o uso funcional do equipamento? o Como o equipamento pode ser usado para restringir ou inibir os reflexos primitivos, possibilitando assim um desenvolvimento de padrões de movimentos mais normais e simétricos? o Como é a sensibilidade da criança? (evitar lesões de pele em região de protuberância óssea). o O equipamento a ser utilizado é capaz de estimular o desenvolvimento da percepção, cognição, emocional e social? o O que a criança faz e como ela alcança um objetivo ou porque motivo a criança não faz? Ex: a criança não explora o ambiente porque é cognitivamente incapaz ou porque a criança tem medo por causa de sua incapacidade? o Vestes Terapêuticas São órteses dinâmicas que contribuem para o alinhamento articular e facilitam a movimentação de crianças com disfunção do movimento. Faz compressão sobre o tronco e membros das crianças – estabilidade. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o HeadPod o Apoio em prono Equipamento com alturas ajustáveis. Ajuda a manter a criança na posição prona. Cinto acima do quadril. Estabilizador para abdução Usado para quebrar o padrão flexor com a posição prona. A criança também pode relaxar e brincar na posição supina. Desenvolve a habilidade motora, melhorando a mobilidade da criança. Promove coordenação dos músculos do pescoço e braços, enquanto a criança ganha a capacidade de estender o tronco. o Postura lateral Ajuda a manter a criança em decúbito lateral. o Apoio pediátrico em prono Usado para crianças de até 3 meses portadoras de deficiências motoras e outras disfunções. Posição prona: um pequeno rolo com dois suportes laterais podem ajudar a criança a estender o corpo, fletir a cabeça e elevar o tronco se apoiando sobre os braços e as mãos posicionados na frente. Um espelho pode ser colocado na frente da criança para estimular a curiosidade. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Apoio para diversos decúbitos Adapta crianças e adultos nas posições decúbito lateral, prono, supino, sentada com as pernas estendidas e sentada com as pernas fletidas. Estimula o sistema vestibular. o Apoio de tronco inferior Sustenta a criança na posição sentada. Sustenta a criança na posição supina, impedindo o rolamento. o Posicionamento para membros inferiores Usado para alongamento. Para crianças com redução da atividade muscular. Promove o ganho da abdução e adução. o Travesseiros Travesseiros de ar. Reduz a pressão nos pontos de protuberância óssea, evitando a formação de úlceras de pressão. Promove controle postural. Acomoda as deformidades de maneira correta. o Balanços Balanço de rede – para crianças e jovens com pobre controle de tronco; promove a estimulação sensorial e vestibular enquanto aumenta progressivamente a capacidade de sentar-se. Balanço vertical – para crianças e adultos jovens com pobre controle de tronco; promove estimulação sensorial, desafia o equilíbrio e treina os reflexos. o Sistema proprioceptivo Adesivos de mãos e pés. Promove o desenvolvimento da concepção da direção, lateralidade, diferença e similaridade. o Banco com rodas Indicado para crianças com boa função de MMSS e com déficit de MMII. Facilita o movimento. Promove o estímulo sensorial. Também pode ser usado na posição sentada. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Engatinhar Facilita o engatinhar. Corrige a postura nesta posição. Estimula o sistema vestibular. o Andadores Indicado para crianças com boa função de marcha. Proporciona estabilidade e equilíbrio. Compensa assimetrias. o Postura em pé – parapodium Usado para: realizar transferências da cadeira para cama; trabalhar na mesa; melhorar a função e o padrão de MMII. o Barra paralela Treinar a marcha com abdução. Treinar a marcha com obstáculos. FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Carrinho Para crianças de 18 meses a 5 anos. Promove estímulo motor. Melhora força de MMSS, promove a retificação de tronco e permite que a criança brinque ao mesmo tempo. o Cadeiras o Equipamentos para facilitar o banho e o uso do vaso sanitárioFEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria o Adaptações de objetos FEITO POR VICTORIA MESSAGE Fisioterapia aplicada à neuropediatria Aluna: Victoria Message Fisioterapia Aplicada à Neuropediatria Professora Marisa Maia. 6º PERÍODO DE FISIOTERAPIA 2020 REFERÊNCIAS