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PROCESSO Mandado de Segurança nº: 6111268-23.2015.8.13.0024 Orgão Julgador: 2ª Vara de Feitos Tributários do Estado da Comarca de Belo Horizonte PARTES - OI MOVEL S.A. (IMPETRANTE) Advogado: SACHA CALMON NAVARRO COELHO - Procurador-Chefe da 2ª Procuradoria da Dívida Ativa do Estado de Minas Gerais (IMPETRADO) - ESTADO DE MINAS GERAIS (IMPETRADO) - Superintendente Regional da Fazenda em Belo Horizonte (IMPETRADO) PETIÇÃO INICIAL Esta peça tem por fulcro impetrar mandado de segurança com pedido de liminar contra ato provável do Senhor procurador-chefe da 2ª procuradoria da dívida ativa do estado de minas gerais. Este documento traz ao conhecimento da autoridade jurisdicional que a empresa impetrante foi autuada pela fiscalização estadual uma vez que deixou de recolher o ICMS supostamente incidente sobre prestações de serviços de comunicação por meio de cartões e recargas de telefonia móvel pré-paga. Por isto, a empresa foi submetida à aplicação das penalidades revestidas de intento legal. O relato é de que o auto de infração foi julgado procedente. Com isso a empresa alega que tal execução irá afetar de maneira radical sobre o patrimonio da empresa, que passa por um momento de recuperação fiscal. E esta pleteia pela extinção integral do crédito tributário. Para melhor aplicação da inicial, a impetrante demonstrou que recolheu devidamente o tributo devido conforme previsão legal. Desta forma, de acordo com a petição inicial, a impetrante pediu a concessão de medida liminar inaudita altera parte, nos termos do art. 7º, lll da lei n° 12.061/09, pedindo às autoridades que se abstenham de exigir, inscrever em dívida ativa, ou executar o suposto crédito tributário consubstanciado no AI nº 01.000245254.71 (doc. nº 03, cit.), bem como de lhe impor qualquer restrição direta à indireta relacionada a este lançamento. Pediu tambem a impetrante a concessão da ordem, para que se determine às Autoridades Coatoras, em definitivo, que se abstenham de exigir, inscrever em dívida ativa, ou executar o suposto crédito tributário consubstanciado no AI nº 01.000245254.71, bem como de lhe impor qualquer restrição direta à indireta relacionada a este lançamento. MANDADO DE SEGURANÇA No dia 23 de outubro de 2015 a empresa impetrou mandado de segurança pedindo que se deixe de exigir o crédito tributário. DECISÃO No dia 27 de outubro de 2015 exmo juiz de direito Marco Aurélio Chaves Albuquerque proferiu a decisão da sentença Nos termos do art. 5º, LXIX, da CR/88, conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Deferindo a liminar requerida, determinando aos impetrados que se abstenham de exigir o suposto credito consubstanciado no AI. INTIMAÇÃO Fica a parte Impetrante intimada do teor da decisão (ID 3727510), recolher a verba indenizatória para fins de expedição de mandado (notificação), bem como fornecer cópia da inicial e dos documentos que instruem a mesma. MANIFESTAÇÃO DA PROMOTORIA No dia 01 de fevereiro de 2016, o MP com base na Constituição Federal, demais leis e em entendimentos do STJ rogou, liminarmente o provimento jurisdicional para determinar que as Autoridades Impetradas que se abstenham de exigir, inscrever em dívida ativa, ou executar o suposto crédito tributário consubstanciado no AI nº 01.000245254.71, bem como de impor à Impetrante. Qualquer restrição direta ou indireta relacionada a este lançamento. No mérito, Requer sejam confirmadas as pretensões aduzidas liminarmente. SENTENÇA Com efeito, nos termos já relatados, o caso dos autos trata-se da discussão a respeito do Estado para o qual deve ser recolhido o ICMS incidente sobre os serviços de telecomunicações adquiridos por meio de recargas pré-pagas de telefonia móvel. A Impetrante declara ter deixado de recolher o tributo no Estado de Minas Gerais, sob o argumento de que teria recolhido o tributo para o Estado de Alagoas, sede do estabelecimento da concessionária. No dia 18/02/2016 O exmo juiz de direito denegou a segurança, resolvendo o merito nos termos do art 269, inciso I, do CPC. APELAÇÃO Em face da sentença denegatoria proferida pelo magistrado, a empresa impetrante aviou apelação nos termos do art 513 CPC, requerendo o recebimento da apelação epigrafada em seu duplo efeito (devolutivo e suspensivo-ativo), revigorando os efeitos da liminar inicialmente concedida. Além disso, pediu pela reforma da sentença recorrida para que seja concedida a segurança, de modo a determinar às Autoridades Impetradas, em definitivo, que se abstenham de exigir, inscrever em dívida ativa, ou executar o suposto crédito tributário consubstanciado no AI nº 01.000245254.71, bem como de lhe impor qualquer restrição direta à indireta relacionada a este lançamento, decretando-se, nessa oportunidade, a extinção do crédito tributário consolidado no PTA nº 01.000245254.71. DESPACHO No dia 17/03/2016 o exmo Juiz de Direito remeteu os autos para o egrégrio TJMG, por se tratar de recurso próprio. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO A embargante, em razão da apelação em mandado de segurança, opos embargos de declaração no dia 30 de março de 2016. Por todo o exposto, requeriu a Embargante o acolhimento dos embargos de declaração para sanar a obscuridade verificada, para que conste na decisão, de forma expressa, que a apelação foi recebida em ambos os efeitos com o objetivo de restabelecer a liminar anteriormente deferida, diante dos danos irreparáveis ou de difícil reparação, aos quais a Oi Móvel estaria exposta. DECISÃO Apos o recebimento do recurso no efeito suspensivo, o juiz da 4ª vara de feitos tributários do estado da comarca de Belo Horizonte rejeitou os embargos de declaração, no dia 31/03/2016. CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO A empresa OI MÓVEL S.A. apresentou recurso de Apelação, tendo em vista que não se conforma com a decisão do d. Juiz da 4ª Vara de Feitos Tributários do Estado de Minas Gerais na Capital que denegou a segurança pleiteada. A impetrante, empresa apresentou suas contrarrazões de apelação requerendo que fossem recebidas e devidamente processadas. DESPACHO O Exmo. Juiz de direito Genil Anacleto Rodrigues Filho, menteve a decisão agravada, por seus próprios jurídicos fundamentos. DECISÃO Tratando-se de mandado de segurança em que foi denegada a segurança, o recurso de apelação interposto em face de sentença tem, em regra, efeito meramente devolutivo. Todavia, admite-se o recebimento em ambos os efeitos, em casos excepcionais de flagrante, ilegalidade ou abusividade, ou de dano irreparável ou de difícil reparação. No presente caso, constata-se que o recurso de apelação foi recebido em ambos os efeitos, havendo se averiguar a existência de perigo para manter os efeitos da liminar até julgamento do recurso. Baseado nos fundamentos, o juiz concedeu a tutela antecipada provisória para manter os efeitos da liminar anteriormente deferida pelo juiz primevo, proferida no dia 07/04/2016. CERTIDÃO O despacho/decisão transitou em julgado em 24/04/2017. RECURSO ESPECIAL Nº 1.0000.16.023529-7/003 EM APELAÇÃO CÍVEL Os autos foram remetidos ao STJ, pelo desembargador Geraldo Augusto, primeiro vice-presidente. Trata-se de recurso extraordinário em que se discute, entre outras questões, o caráter confiscatório das multas fiscais aplicadas. Em atendimento ao disposto no artigo 1.030, III, do Código de Processo Civil de 2015, determina-se o sobrestamento do presente recurso até pronunciamento definitivo do STF no julgamento dos Temas n.º 487 (RE nº 640.452/RO) e 816 (RE nº 882.461/MG), nos quais foi reconhecida a repercussão geral da questão constitucional debatidaneste feito. AGRAVO INTERNO Nº 1.0000.16.023529-7/008 EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO Não há como acolher a pretensão deduzida neste recurso, pois, analisando-se a situação dos autos, verifica-se que o recurso especial simultaneamente interposto foi admitido por esta Vice-presidência, enquanto o recurso extraordinário foi sobrestado porque uma das questões debatidas no acórdão recorrido e questionadas no recurso extraordinário coincide com a matéria dos Temas n.º 816 e 487 (RE n.º 882.461/MG e 640.452/RO), submetidos à sistemática da repercussão geral. De acordo com a sistemática estabelecida no Código de Processo Civil, diante da interposição conjunta de recursos especial e extraordinário, os autos são remetidos primeiramente ao Superior Tribunal de Justiça, ficando o recurso extraordinário suspenso até que encerrada a jurisdição daquele tribunal. Sendo assim, a despeito do sobrestamento fundado no art. 1.030, III, do CPC, o recurso extraordinário interposto pela ora agravante ficará necessariamente retido neste Tribunal, por força do art. 1.031 do CPC. Em face das razões lançadas no agravo interno, o desembargador determinou a intimação do agravado Estado de Minas Gerais, para se manifestar sobre o recurso no prazo legal. Mantendo a decisão agravada, negando-se seguimento ao agravo. CERTIDÃO O despacho/decisão transitou em Julgado em 23/07/2018. ACÓRDÃO No caso vertente, o cerne da questão consiste em examinar a legalidade do ato que autuou o Impetrante, tendo como pano de fundo a discussão da competência tributária, da determinação do sujeito ativo do ICMS, relativamente à prestação de serviço de telecomunicação, oportunizado, adquirido por meio de recargas pré- pagas de telefonia móvel. A controvérsia acerca da determinação do sujeito ativo do ICMS no que tange a prestação de serviço de recargas virtuais pré-pagas de telefonia móvel, e ainda, se é aplicável à atividade o padrão de fichas e cartões de telefonia fixa de uso público, os ditos orelhões. Nesse sentido, soou um entendimento o qual não houvesse razão à Impetrante. No dia 16 de dezembro de 2016, em turma 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em por maioria, negar provimento ao recurso. PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.0000.16.023529-7/005 Trata-se de pedido de concessão de efeito suspensivo, formulado por Oi Móvel S.A. (em recuperação judicial), em sede de recurso especial interposto contra acórdão deste Tribunal, que negou provimento à apelação, nos autos de mandado de segurança em que se discute a sujeição passiva do ICMS relativo à prestação de serviços de comunicação mediante pagamento em ficha, cartão ou assemelhados. A requerente assegura estarem preenchidos os pressupostos necessários à concessão da medida acautelatória pretendida. O desembargador deferiu o pedido, solicitando a impressão do efeito suspensivo ativo ao recurso especial interposto pela requerente, nos termos da medida liminar deferida na instância de origem. RECURSO ESPECIAL Nº 1.0000.16.023529-7/003 EM APELAÇÃO CÍVEL A ascensão do recurso é viável, pois se reconhece como configurado o dissídio jurisprudencial suscitado pela recorrente, haja vista que a divergência se encontra devidamente comprovada porque trazido à colação o julgado proferido no Resp. nº 1.119.517/MG, no qual, em caso semelhante ao dos autos, a controvérsia foi dirimida de forma contrária à da presente demanda, concluindo-se que o ICMS- comunicação deve ser recolhido no estado onde se localiza a sede da concessionária de telefonia que fornece fichas, cartões ou assemelhados, sendo irrelevante o local da efetiva utilização do serviço pré-pago. O Desembargador Geraldo Augusto Admitiu o recurso. Cumpridas as formalidades legais, remeteu os autos ao Superior Tribunal de Justiça. Em decisão posterior, determinou o sobrestamento do presente recurso até pronunciamento definitivo do STF no julgamento dos Temas n.º 487 (RE nº 640.452/RO) e 816 (RE nº 882.461/MG), nos quais foi reconhecida a repercussão geral da questão constitucional debatida neste feito. RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 1.0000.16.023529-7/004 EM APELAÇÃO CÍVEL Em atendimento ao disposto no artigo 1.030, III, do Código de Processo Civil de 2015, determina-se o sobrestamento do presente recurso até pronunciamento definitivo do STF no julgamento dos Temas n.º 487 (RE nº 640.452/RO) e 816 (RE nº 882.461/MG), nos quais foi reconhecida a repercussão geral da questão constitucional debatida neste feito. O Exmo. Determinou o sobrestamento do presente recurso até pronunciamento definitivo do STF no julgamento dos Temas n.º 487 (RE nº 640.452/RO) e 816 (RE nº 882.461/MG), nos quais foi reconhecida a repercussão geral da questão constitucional debatida neste feito. AGRAVO INTERNO Nº 1.0000.16.023529-7/008 EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO Em suas razões, a agravante suscita a impossibilidade de sobrestamento do recurso em relação aos temas indicados, que se aplicariam apenas ao pedido sucessivo formulado em suas razões recursais. Argumenta, em síntese, que as teses a serem fixadas podem não ser úteis à solução da demanda caso seja acolhido o pedido principal. Sustenta, ainda, que o entendimento eventualmente firmado em relação àqueles temas não poderá ser aplicado por este Tribunal antes da apreciação, pelo STF, do pedido principal. Sucessivamente, aduz a inaplicabilidade do Tema nº 487 à situação dos autos, assegurando que as multas fiscais aplicadas decorreram do não recolhimento de ICMS ao Estado de Minas Gerais, não se tratando, pois, como no paradigma, de multas aplicadas quando a infração praticada não gera débito tributário. Pede, ao final, o regular prosseguimento do recurso extraordinário ou, ao menos, a exclusão da referência ao Tema nº 487. Em face das razões lançadas no agravo interno, determinou-se a intimação do agravado, Estado de Minas Gerais, para se manifestar sobre o recurso no prazo legal. PETIÇÃO A Impetrante OI MÓVEL S/A, através de seus procuradores infra-assinados, em atenção ao despacho publicado em 18.09.2018, informa que o crédito tributário em voga restou integralmente quitado no bojo do Plano de Regularização de Créditos Tributários proposto pela Fazenda mineira, sendo que a Impetrante desistiu do writ e renunciou ao direito sobre o qual se funda a ação, nos moldes no art. 5º, §4º da Lei Estadual nº 22.549/17. Em decorrência, houve a perda do objeto dos recursos extraordinário interposto nos mesmos autos. Assim, a Impetrante, ciente da baixa dos autos, REQUER o seu arquivamento. Na oportunidade, cabe relembrar que, nos termos do art. 25 da Lei nº 12.016/09 e à luz de pacífica jurisprudência do STF (Súmula 512/STF), STJ (Súmula 105/STJ), é indevida a condenação de honorários em mandado de segurança. PETIÇÃO AQUIVAMENTO O ESTADO DE MINAS GERAIS requereu a extinção do presente processo, tendo em vista a renúncia ao direito a que se funda a ação, bem como a sua desistência, apresentadas nos recursos aforados nos Tribunais Superiores, decorrentes da liquidação do crédito tributário no Programa de Regularização de Débitos, instituído pela Lei 22.549/17. Requerendo a condenação da Impetrante nas custas judiciais, bem como a sua intimação para pagamento. Pedindo assim deferimento, através de procurador, Alda de Almeida e Silva. DESPACHO Trata-se de processo findo. Solucionadas à custa, dê-se baixa e arquive-se. Intime-se. Belo Horizonte, 23 de janeiro de 2019. Decisão proferida pelo desembargador Dr. Geraldo Augusto. CIÊNCIA DA DECISÃO Em seguida, foi publicado o último documento dando ciência da decisão.
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