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MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Atenção Básica
Coordenação Geral de Áreas Técnicas
Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares
Secretaria de Gestão de Trabalho e da Educação na 
Saúde
Departamento de Gestão da Educação na Saúde
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Presidência
Paulo Ernani Gadelha Vieira
Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da 
Saúde
Valcler Rangel Fernandes
Assessoria de Promoção da Saúde
Annibal Coelho de Amorim
Coordenação Geral
Joseane Carvalho Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Reitoria
Emmanuel Zagury Tourinho
Vice-Reitoria
Gilmar Pereira da Silva
Pró-Reitoria de Extensão
Nelson José de Souza Júnior
Assessoria de Educação a Distância
José Miguel Martins Veloso
Coordenação Administrativa
Ivanete Guedes Pampolha
Este texto-base integra os recursos didáticos elaborados para o Curso de Qualificação em Plantas Medicinais e Fitote-
rápicos na Atenção Básica, concebido, desenvolvido e ofertado pela parceria entre o Ministério da Saúde, a Fundação 
Oswaldo Cruz e a Universidade Federal do Pará.
O curso completo pode ser acessado em: www.avasus.ufrn.br
Coordenação Pedagógica
Marianne Kogut Eliasquevici
Coordenação de Meios e Ambientes de Aprendizagem
Dionne Cavalcante Monteiro
Laboratório de Pesquisa e Experimentação em Multimídia
Maria Ataide Malcher
Editora
Presidência
José Miguel Martins Veloso
Diretoria
Cristina Lúcia Dias Vaz
Conselho Editorial
Ana Lygia Almeida Cunha
Dionne Cavalcante Monteiro
Maria Ataide Malcher
CRÉDITOS DO CURSO 
Coordenação Geral
Daniel Miele Amado - DAB | MS
Joseane Carvalho Costa - VPAAPS | 
Fiocruz
José Miguel Martins Veloso - AEDi | 
UFPA
Coordenação Administrativa
Lairton Bueno Martins
Paulo Roberto Sousa Rocha 
Coordenação de Conteúdo
Silvana Cappelleti Nagai
Coordenação Pedagógica
Andrea Cristina Lovato Ribeiro
Nilva Lúcia Rech Stedile
Coordenação Pedagógica em EaD
Maria Ataide Malcher
Marianne Kogut Eliasquevici
Sônia Nazaré Fernandes Resque
Concepção e Avaliação de Recursos 
Multimídia em EaD
Fernanda Chocron Miranda
Suzana Cunha Lopes
Concepção e Comunicação Visual
Rose Pepe
Roberto Eliasquevici
2016 Ministério da Saúde | Fundação Oswaldo Cruz | Universidade Federal do Pará
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamen-
to pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra em qualquer suporte ou 
formato, desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministé-
rio da Saúde [www.bvsms.saude.gov.br]. Todo o material do curso também está disponível na RetisFito [www.retisfito.
org.br] e no repositório institucional UFPA Multimídia [www.multimidia.ufpa.br].
DISTRIBUIÇÃO DIGITAL 
MINISTÉRIO DA SAÚDE 
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Atenção Básica
Coordenação Geral de Áreas Técnicas
Núcleo de Práticas Integrativas e Com-
plementares em Saúde
Edifício Premium, SAF Sul, Quadra 2
Lotes 5/6, Bloco II, Subsolo 
CEP: 70070-600 – Brasília/DF 
Fone: (61) 3315-9034/3315-9030 
Site: http://dab.saude.gov.br 
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Este conteúdo está disponível em: www.
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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e 
Promoção da Saúde
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Manguinhos
CEP: 21040-900 – Rio de Janeiro/RJ
Fone: (21) 3885-1838
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E-mail: vpaaps@fiocruz.br
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Assessoria de Educação a Distância
Av. Augusto Corrêa, 01, Guamá
CEP: 66075-110 – Belém/PA 
Fone: (91) 3201-8699/3201-8700
Site: www.aedi.ufpa.br
E-mail: labmultimidia.aedi@gmail.com
Este conteúdo está disponível em: www.
multimidia.ufpa.br
CRÉDITOS DESTE RECURSO DIDÁTICO
Consultoria e Produção de Conteúdo
Antonio Carlos de Carvalho Seixlack
Daniel Miele Amado
Lairton Bueno Martins
Paulo Roberto Sousa Rocha
Silvana Cappelleti Nagai
Revisão de Conteúdo
Andrea Cristina Lovato Ribeiro
Daniel Miele Amado
Joseane Carvalho Costa
Lairton Bueno Martins
Paulo Roberto Sousa Rocha
Silvana Cappelleti Nagai
Consultoria e Revisão em EaD
Felipe Jailson Souza Oliveira Florêncio 
Maria Ataide Malcher
Marianne Kogut Eliasquevici
Sônia Nazaré Fernandes Resque
Suzana Cunha Lopes
Direção de Arte
Acquerello Design 
Ilustração e Grafismos
Andreza Jackson de Vasconcelos
Weverton Raiol Gomes de Souza
Diagramação e Editoração Eletrônica
Andreza Jackson de Vasconcelos
Weverton Raiol Gomes de Souza
Ficha Catalográfica
__________________________________________________________________________________________
 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Núcleo de Práti-
cas Integrativas e Complementares em Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Pro-
moção da Saúde. Universidade Federal do Pará. Assessoria de Educação a Distância.
 Curso de Qualificação em Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Atenção Básica – Etapa 7: Projeto e programas 
de plantas medicinais e Fitoterapia implantados no Brasil / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Depar-
tamento de Atenção Básica. Fundação Oswaldo Cruz. Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde. 
Universidade Federal do Pará. Assessoria de Educação a Distância – 1. ed. – Belém: [EditAEDi], 2016.
 21 p. : il.
ISBN 978-85-65054-44-7
1. Fitoterapia. 2. Plantas Medicinais. 3. Atenção à Saúde. I. Título. 
CDU 633.88 
__________________________________________________________________________________________
S U M Á R I O
ETAPA 7 - PROJETOS E PROGRAMAS DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA 
IMPLANTADOS NO BRASIL | 06
07 1 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO BRASIL 
09 2 IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS E PROGRAMAS DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS NO BRASIL 
16 3 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMAS E PROJETOS
19 REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
2.1 Programa Botica da Família | 09
2.2 Programa Farmácia da Terra | 10
2.3 Centro Nordestino de Medicina Popular | 10
2.4 Programa de Plantas Medicinais e Fitoterapia da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro | 10
2.5 Projeto de Plantas Medicinais / Cultivando Água Boa | 11
2.6 Centro de Práticas Integrativas e Complementares da Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa | 11
2.7 Farmácias Vivas | 12
2.8 Arranjos Produtivos Locais (APL) | 14
2.9 Algumas considerações a serem observadas sobre essas experiências | 14
06
ETAPA 7
PROJETOS E PROGRAMAS DE 
PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA 
IMPLANTADOS NO BRASIL
Caro(a) cursista,
 
O uso das plantas para fins medicinais acompanha o desenvolvimento da humanidade e vem 
sendo, ao longo do tempo, organizado e estruturado dentro de orientações filosóficas, como 
na Medicina Tradicional Chinesa e na Ayurveda, ou a partir do conhecimento popular – na 
maioria das vezes empírico –, pelos mais diversos povos de todas as partes do planeta.
No Brasil, o uso tradicional vem principalmente das populações indígenas e dos africanos e 
europeus recém-chegados no período da colonização e foi integrado e apropriado no curso 
da história pelas comunidades em geral. Nas últimas décadas, com a participação efetiva da 
Etnobotânica, muitas informações foram levantadas com o objetivo de desenvolver estudos 
que permitam fazer a correlação entre o conhecimento tradicional e o científico.
Além do desenvolvimento científico e tecnológico nessa área, outro fator fundamental para 
a ampliação do uso medicinal de plantas é a criação de condições políticas que fomentem e 
consolidem o setor. Assim, é importante que você conheça a caminhada do Brasil no que diz 
respeito à instituição das práticas integrativas e complementares (anteriormente chamadas 
alternativas), no âmbito dos serviços de saúde oficiais, para que compreenda o que é neces-
sário para planejar e implantar projetos e programas relacionadosao uso e cultivo de plantas 
medicinais nas Unidades Básicas de Saúde e, assim, ajude a unidade de saúde em que você 
trabalha a institucionalizar e desenvolver essas práticas. 
Nesta etapa do Curso, então, serão abordados, nos diversos materiais didáticos disponíveis, 
conteúdos visando a sua reflexão sobre a importância do planejamento no desenvolvimento 
de habilidades para a construção e implantação de projetos e programas. Você verá a estru-
tura organizacional dos serviços públicos no Sistema Único de Saúde com a produção e uso 
de plantas medicinais, com destaque para os programas implantados. Conhecerá também o 
Programa “Farmácias Vivas” e os modelos para hortos medicinais. Por fim, entenderá quais os 
aspectos relevantes para o planejamento estratégico na gestão de saúde, o papel do Estado 
no desenvolvimento social e a inserção do setor de plantas medicinais.
Implantar um projeto ou programa de uso de plantas medicinais em uma unidade de saúde é 
mais um passo em direção a mudanças nos modos de cuidar da vida humana e para a trans-
formação da Atenção Básica em Saúde no Brasil, na perspectiva do acolhimento e do respeito 
aos conhecimentos tradicionais e dos usuários do sistema. Logo, procure fazer a diferença!
Bons estudos!
07
O percurso de institucionalização das práticas integrativas e complementares no país se inicia 
no ano de 1981, quando, por meio da Portaria nº 212, de 11 de setembro, o Ministério da Saú-
de define o estudo das plantas medicinais como uma das prioridades de investigação clínica. 
O caminho continua, em 1982, com a criação do Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais 
da Central de Medicamentos do Ministério da Saúde (PPPM/CEME), que tinha como um dos 
seus objetivos estudar as plantas medicinais empregadas pela população e validar suas ações 
farmacológicas.
Apenas em 1986, durante a 8ª Conferência Nacional de Saúde, ficou decidido pela introdu-
ção de práticas alternativas de assistência à saúde no âmbito dos serviços de saúde, o que 
foi consolidado na sequência pela Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação 
(CIPLAN), quando publicou, em 08 de março de 1988, uma resolução para implantar a prática 
de Fitoterapia nos serviços de saúde, entre outras ações (BRASIL, 1988). A incorporação no 
Sistema Único de Saúde, das práticas de Acupuntura, Homeopatia e Fitoterapia se deu no ano 
de 1996, com a resolução da Conferência Nacional de Saúde (BECKER, 2012). 
É importante que você perceba como essa e outras resoluções, muitas vezes partindo de con-
tribuições vindas da sociedade civil organizada, subsidiaram a implantação e implementação 
das políticas públicas surgidas no Brasil a partir da década de 1990, o que impulsionou várias 
práticas pioneiras, que anteriormente eram realizadas de modo isolado por alguns profissio-
nais e/ou serviços de saúde precursores na área das plantas medicinais e Fitoterapia, em mu-
nicípios no Brasil.
Em levantamento realizado pelo Ministério da Saúde no ano de 2004, em todos os municípios 
brasileiros, foi verificado que a Fitoterapia estava presente em 116 municípios, contemplando 
22 unidades federadas, por meio da incorporação de Programas Estaduais e Municipais de 
Fitoterapia como expresso no texto de apresentação da Política Nacional de Práticas Integra-
tivas e Complementares (PNPIC): “As experiências levadas a cabo na rede pública estadual e 
municipal, devido à ausência de diretrizes específicas, têm ocorrido de modo desigual, des-
continuado e, muitas vezes, sem o devido registro, fornecimento adequado de insumos ou 
ações de acompanhamento e avaliação” (BRASIL, 2015, p. 7).
De modo a corrigir essa lacuna, algumas decisões se destacam dentre inúmeras tomadas pelo 
Ministério da Saúde relativas às plantas medicinais e aos fitoterápicos. A primeira é a que diz 
respeito à implantação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) 
em 2006, que contempla a Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura, Homeopatia, Fitotera-
pia, Termalismo/Crenoterapia e a Medicina Antroposófica, possibilitando o acesso da popu-
lação, por meio do Sistema Único de Saúde, a práticas antes restritas aos serviços privados.
1 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS PRÁTICAS 
INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO BRASIL 
Você encontrará 
outras informações 
sobre marcos polí-
ticos e regulatórios 
importantes nos 
textos-base das 
Etapas 1, 5 e 6.
08
A segunda é a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) aprovada, no 
mesmo ano, pelo Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006, que: 
estabelece diretrizes e linhas prioritárias para o desenvolvimento de ações pelos diver-
sos parceiros em torno de objetivos comuns voltados à garantia do acesso seguro e uso 
racional de plantas medicinais e fitoterápicos em nosso país, ao desenvolvimento de tec-
nologias e inovações, assim como ao fortalecimento das cadeias e dos arranjos produti-
vos, ao uso sustentável da biodiversidade brasileira e ao desenvolvimento do Complexo 
Produtivo da Saúde (BRASIL, 2006, p. 10).
Você encontrará 
outras informações 
sobre essas políti-
cas e programas, 
na apresentação 
em slides da Etapa 
6 sobre diretrizes 
para a inclusão 
do uso de plantas 
medicinais e fitote-
rápicos na Atenção 
Básica.
A partir desses marcos, várias experiências de práticas ligadas às plantas medicinais e fitote-
rápicos no Brasil foram impulsionadas e têm gerado resultados. Por todo o país, há exemplos 
de diferentes projetos e programas exitosos construídos tendo como público prioritário os 
usuários do Sistema Único de Saúde e a população brasileira em geral.
09
No Brasil, é possível citar vários Programas e Projetos de Plantas Medicinais e Fitoterápicos 
implantados em estados e municípios das diferentes regiões. A seguir serão apresentadas 
algumas experiência exitosas e que desenvolveram grande expertise na área.
2 IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS E 
PROGRAMAS DE PLANTAS MEDICINAIS 
E FITOTERÁPICOS NO BRASIL 
2.1 Programa Botica da Família
O Programa de Fitoterapia do município de Campinas, em São Paulo, funciona desde 1995 
e contou inicialmente com um horto de plantas medicinais em uma das Unidades Básicas de 
Saúde. No ano de 2001, o Programa foi institucionalizado e, a partir de então, organizou uma 
farmácia própria para manipular os medicamentos fitoterápicos. Conhecido como Botica da 
Família, fornece os fitoterápicos para a rede municipal do Sistema Único de Saúde. 
Botica da Família
Endereço: Rua Lauro Vanucci, 1020, Bairro Jardim Santa Cândida, Campinas-SP
Telefone: (19) 3256-0138 / 3296-2131
E-mail: saude.botica@campinas.sp.gov.br 
Mais informações: www.saude.campinas.sp.gov.br/unidades/botica/botica.htm 
Assista ao vídeo 
sobre a Botica da 
Família disponibi-
lizado nesta Etapa 
7. 
Figura 01 Mapa com a localização geográfica das experiências exitosas
10
2.2 Programa Farmácia da Terra
O Programa Farmácia da Terra, criado em 1988, está ligado à Universidade Federal da Bahia 
(UFBA) e oferta um curso regular de extensão universitária, de pesquisa e de ensino na área 
de plantas medicinais e fitoterápicos. Tem como um dos seus pilares a qualificação de profis-
sionais de saúde e de agentes comunitários para atuarem diretamente com a população na 
orientação e uso seguro das plantas medicinais. Desenvolve pesquisas científicas que abor-
dam a saúde da população negra e resgatam práticas tradicionais referentes à matriz africa-
na. Estimula e assessora a instalação de Farmácias Vivas do modelo I (mais adiante neste tex-
to serão vistos os três modelos de Farmácias Vivas) nos municípios do estado, estabelecendo, 
dessa forma, um elo entre a Universidade e a população organizada.
Programa Farmácia da Terra
Endereço: Rua Barão de Jeremoabo, s/n - Campus Universitário de Ondina, Bairro Ondina, 
Salvador-BA
Telefone: (71) 3283-6908
E-mail: farterra@ufba.br
Mais informações: http://www.farmaciadaterra.ufba.br/ 
2.3 Centro Nordestino de Medicina Popular
O Centro Nordestino de Medicina Popular, em Recife, é uma Organização Não Governamen-tal que, desde 1988, ano de sua criação, vem apoiando, entre outras atividades, a implantação 
de hortas e farmácias comunitárias em todo o estado. Publica o Boletim “De Volta às Raízes”, 
por meio do qual apresenta informações sobre plantas medicinais e alimentícias, dentre ou-
tros assuntos.
Centro Nordestino de Medicina Popular
Endereço: Rua Cleto Campelo, 255, Bairro Novo, Olinda-PE
Telefone: (81) 3439-5215
Mais informações: http://www.cnmp.org.br/ 
2.4 Programa de Plantas Medicinais e Fitoterapia da Secretaria 
Municipal de Saúde do Rio de Janeiro 
O Programa de Plantas Medicinais e Fitoterapia da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de 
Janeiro foi institucionalizado em 1992 e atualmente está ligado à Gerência de Práticas Inte-
grativas e Complementares. O Programa segue o modelo III das Farmácias Vivas (mais adian-
te neste texto serão vistos os três tipos de modelos de hortos medicinais), com atividades 
desenvolvidas desde o cultivo até a manipulação farmacêutica. O horto tem uma área de um 
hectare, localizada na zona rural do município, onde são cultivadas as plantas medicinais e 
11
aromáticas. A assistência agronômica é terceirizada com a atuação de uma empresa que for-
nece a mão de obra e todo o maquinário para o cultivo, além do material para o funciona-
mento do setor administrativo. Possui uma farmácia de manipulação, onde os medicamentos 
fitoterápicos são produzidos e distribuídos para as Unidades de Saúde municipais. Desenvolve 
ações de Assistência Farmacêutica, educação em saúde e geração de renda, assim como cur-
sos de cultivo para a população, alunos e funcionários de escolas municipais. O horto fornece, 
ainda, mudas para implantação de hortas em Unidades de Saúde e escolas. Para profissionais 
de saúde e prescritores do município, são oferecidos cursos de capacitação em plantas medi-
cinais e fitoterápicos.
Programa de Plantas Medicinais e Fitoterapia da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de 
Janeiro
Endereço: Secretaria de Estado de Saúde - Rua Uruguaiana, 174, Bairro Centro, Rio de Janei-
ro-RJ.
Telefone: (21) 3971-1912
E-mail: propic@rio.rj.gov.br
Mais informações: http://www.rio.rj.gov.br/web/sms/praticas-integrativas 
2.5 Projeto de Plantas Medicinais / Cultivando Água Boa
Em Foz do Iguaçu, o Projeto de Plantas Medicinais é uma ação inserida no Programa Cultivan-
do Água Boa, criado em 2003, abrangendo 28 municípios da região de influência da hidrelé-
trica Itaipu Binacional / Bacia do Rio Paraná. É composto de um horto de plantas medicinais e 
um ervanário, onde são realizados os processos de beneficiamento das plantas. Essas plantas 
são distribuídas em sachês para o preparo de chás e fazem parte do acervo para o tratamento 
dos pacientes que procuram os postos de saúde do SUS na região. Mudas de plantas medici-
nais também são distribuídas aos agricultores que foram instruídos para o plantio dessas es-
pécies. Aos profissionais de saúde da Atenção Básica foram oferecidos cursos de capacitação 
e treinamento para a aplicação das plantas medicinais e fitoterápicos nos serviços de saúde.
Projeto de Plantas Medicinais / Cultivando Água Boa
Mais informações: http://www.cultivandoaguaboa.com.br/acao/nivel-1/plantas-medicinais
2.6 Centro de Práticas Integrativas e Complementares da Secre-
taria Municipal de Saúde de João Pessoa
Em João Pessoa, o Centro de Práticas Integrativas e Complementares (CPICS) da Secretaria Mu-
nicipal de Saúde oferece à população, desde 2012, atendimento por meio de diversas formas 
de terapia, incluindo a Fitoterapia, em três Unidades de Saúde específicas. Os usuários podem 
Assista ao vídeo 
sobre o Projeto 
disponibilizado 
nesta Etapa 7.
12
chegar encaminhados a partir de outras unidades ou por demanda espontânea. Possui, desde 
2013, uma farmácia para a produção de medicamentos fitoterápicos, homeopáticos e florais.
CPICS - Unidade Equilíbrio do Ser
Endereço: Avenida Sérgio Guerra, s/n, Bancários - João Pessoa-PB
Telefone: (83) 3214-2921
CPICS - Unidade Canto da Harmonia
Endereço: Rua Ulisses Alves Pequeno, s/n, Valentina - João Pessoa-PB
Telefone: (83) 3218-9841
CPICS - Unidade Cinco Elementos
Endereço: Parque Zoobotânico Arruda Câmara - “Bica” - João Pessoa-PB
Telefone: (83) 3218-9817
Mais informações: 
http://www.joaopessoa.pb.gov.br/terapias-alternativas-individuais-proporcionam-qualidade-de-vida-aos-pessoenses/
2.7 Farmácias Vivas
a) Implantação do Programa 
Destaca-se, também, a bem-sucedida experiência das Farmácias Vivas criadas, em 
1983, pelo Professor Francisco José de Abreu Matos, Doutor em Farmacognosia. 
Foi desenvolvida, como um projeto pioneiro, na Universidade Federal do Ceará (UFC), 
tendo como base o horto de plantas medicinais da Instituição, hoje considerado o horto 
matriz.
Esse projeto recebe doações de instituições nacionais e internacionais, não dependen-
do diretamente de recursos governamentais, o que acabou servindo de modelo para a 
Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF).
Atualmente está ligado ao Laboratório de Produtos Naturais, instalado junto ao bloco do 
Departamento de Química, no Campus do Pici, e desenvolve ações de educação e saúde 
com os profissionais da área, alunos, professores e a população.
No estado do Ceará, já estão implantadas mais de 70 unidades de Farmácias Vivas em 
diversos municípios, que receberam da matriz: mudas autenticadas para a organização 
do seu próprio horto; informações sobre o uso terapêutico das plantas medicinais; orien-
tação sobre como organizar oficinas farmacêuticas para a preparação dos fitoterápicos; e 
treinamentos para os profissionais dos municípios visando à realização de suas ações com 
embasamento técnico e científico.
Você pode acessar 
uma página 
dedicada ao Prof. 
Francisco Matos 
na Etapa 7, no 
AVASUS.
13
Esse projeto, que tem como foco a segurança e o uso racional das plantas medicinais pela 
população, serviu de modelo para hortos medicinais, em que foram catalogadas pelo pro-
fessor Matos 106 espécies medicinais com validação científica. 
O Programa também inspirou o texto final da 8ª Conferência Nacional de Saúde, que pro-
põe que o usuário passe a ter a oportunidade de escolher a terapêutica preferida, por meio 
do uso dos fitoterápicos, para o tratamento das doenças mais simples atendidas nas uni-
dades de Atenção Básica.
b) Institucionalização
A partir dessa experiência, vários outros municípios brasileiros puderam implantar o Pro-
jeto Farmácia Viva, com o aval do Ministério da Saúde. A Portaria nº 886, de 20 de abril de 
2010, instituiu a Farmácia Viva no âmbito do Sistema Único de Saúde, podendo ocorrer 
sob gestão estadual, municipal ou do Distrito Federal. Nessa Portaria, destacam-se os se-
guintes artigos (BRASIL, 2010):
Art. 1º. A Farmácia viva, no contexto da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, 
deverá realizar todas as etapas, desde o cultivo, a coleta, o processamento, o armazena-
mento de plantas medicinais, a manipulação e a dispensação de preparações magistrais 
e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos.
Art. 2º. Fica vedada a comercialização de plantas medicinais e fitoterápicos elaborados a 
partir das etapas mencionadas no parágrafo primeiro. 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) elaborou a Resolução da Diretoria Co-
legiada (RDC) nº 18, de 3 de abril de 2013, específica para Farmácias Vivas, que dispõe 
“sobre as boas práticas de processamento e armazenamento de plantas medicinais, pre-
paração e dispensação de produtos magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitote-
rápicos em farmácias vivas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)” (BRASIL, 2013). 
Desde então, muitos projetos e programas criados têm priorizado o respeito a essas de-
terminações e às novas legislações para que possam ser tratados como Farmácias Vivas.
c) Modelos de hortos
As Farmácias Vivas podem ser escalonadas em três modelos de complexidade, de acordo 
com o Decreto nº 30.016, de 30 de dezembro de 2009, que regulamenta a Lei nº 12.951,de 
07 de outubro de 1999, e dispõe sobre a Política de Implantação da Fitoterapia em Saúde 
Pública no Estado do Ceará.
Farmácia Viva - Modelo I
Nesse modelo, são desenvolvidas as atividades de cultivo, a partir da instalação de hor-
tas de plantas medicinais em unidades de Farmácias Vivas comunitárias e/ou unidades do 
SUS, tornando acessível à população assistida a planta medicinal in natura e a orientação 
sobre a correta preparação e uso dos medicamentos caseiros.
Você encontrará 
mais informações 
sobre as diretrizes 
para a implemen-
tação de Farmácias 
Vivas no texto-base 
da Etapa 5. 
Assista ao vídeo 
sobre os modelos 
de hortos e a expe-
riência da Farmácia 
Viva do Ceará 
disponibilizado 
nesta Etapa 7. 
14
Farmácia Viva - Modelo II
Nesse modelo, são realizadas as atividades de produção/dispensação de plantas medici-
nais secas (droga vegetal). Para tanto, deve possuir uma adequada estrutura de processa-
mento da matéria-prima vegetal, visando tornar acessível à população a planta medicinal 
seca/droga vegetal. Poderá ainda desenvolver as atividades previstas no modelo I.
Farmácia Viva - Modelo III
Esse modelo se destina à preparação de “fitoterápicos padronizados”, elaborados em áre-
as específicas para as operações farmacêuticas, de acordo com as Boas Práticas de Prepa-
ração de Fitoterápicos, visando ao provimento das unidades do SUS. Poderá ainda realizar 
as atividades previstas para os modelos I e II.
2.8 Arranjos Produtivos Locais (APL)
Outra maneira de inserção nessa área de plantas medicinais e fitoterápicos é defendida 
na última década pelo Governo Federal, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e 
Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. Foram investidos recursos para pequenos, 
médios e grandes municípios interessados em concorrer com projetos de “Arranjos Pro-
dutivos Locais”, destinados à produção de plantas medicinais e fitoterápicos com o obje-
tivo de ampliar o acesso da população a esses recursos terapêuticos e estimular o desen-
volvimento econômico e social de cada região.
No texto-base 
da Etapa 6, você 
também poderá ler 
sobre os APLs. 
Amplie seus estudos
APLS, o que são!? 
Acesse em: http://portalapl.ibict.br/menu/itens_menu/apls/apl_o_que_sao.html
2.9 Algumas considerações a serem observadas sobre essas 
experiências 
Ao analisar as experiências citadas, perceba que os projetos podem ser desenvolvidos a 
partir de recursos de origens distintas, tais como: governamentais (municipal, estadual 
e federal), ONGs, Instituições Universitárias ou até mesmo doações. Um caminho para 
fortalecer esses projetos e diminuir a dependência de apenas uma fonte de financiamento 
poderia ser a realização de parcerias com outros órgãos e empresas, assim como proposto 
no edital dos “Arranjos Produtivos Locais”.
Outro ponto a ser destacado são as dificuldades que surgem, quer seja no processo de 
implantação dos projetos, quer na sua continuidade. Entre as razões para tal fato, res-
saltam-se a falta de experiência administrativa, a burocracia ou mesmo o desinteresse 
15
político. Atente para as dificuldades que se repetem com maior frequência e que valem a 
pena ser citadas: 
Encontro de área adequada para o cultivo orgânico das espécies medicinais.
Obstáculos para a contratação de pessoal especializado em todos os níveis (agrôno-
mos, técnicos agrícolas, farmacêuticos, médicos, enfermeiros, nutricionista e outros).
Aquisição de plantas medicinais de boa qualidade, compra de tinturas de boa proce-
dência ou que estejam dentro das especificações para o preparo dos medicamentos.
Recebimento dos laudos técnicos, elaborados dos fornecedores de matéria-prima ve-
getal, dos produtos adquiridos nas especificações exigidas pela Anvisa para as boas práti-
cas de manipulação, entre outros.
Existem também situações de maior complexidade que resultaram na interrupção do 
fornecimento de medicamentos fitoterápicos que, embora temporários, determinaram 
prejuízos incalculáveis aos usuários do SUS. Como exemplo, citam-se as farmácias de ma-
nipulação que tiveram que fechar para que fossem realizadas adequações de suas insta-
lações e de procedimentos técnicos às novas normas instituídas pela ANVISA. Há casos 
também de perda de toda a plantação de espécies medicinais que estavam sendo culti-
vadas, em razão do atraso na renovação ou na formalização de um novo contrato entre a 
empresa terceirizada responsável pelo cultivo e o órgão governamental.
Para evitar esses empecilhos e criar condições para o desenvolvimento de programas 
como os aqui apresentados, antes de qualquer coisa, é preciso um planejamento bem es-
boçado em um projeto. Essas experiências exitosas brasileiras, para alcançarem o pata-
mar em que se encontram, precisaram primeiramente de um projeto. Veja no próximo 
tópico algumas orientações iniciais sobre como elaborar um projeto que vise implantar 
plantas medicinais e fitoterápicos na Unidade de Saúde em que você trabalha.
16
3 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO 
DE PROGRAMAS E PROJETOS
Amplie seus estudos
Portaria Nº 886 do Ministério da Saúde, de 20 de abril de 2010
Institui a Farmácia Viva no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Acesse em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt0886_20_04_2010.html 
Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
Acesse em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/programa_nacional_plantas_medicinais_fitoterapicos.pdf 
Se o interesse do projeto é estar ligado a uma Universidade, o caminho é levar aos órgãos de 
planejamento e decisão da Instituição os objetivos de tal ação e de como as pesquisas na área 
poderão trazer recursos de origem externa. Além disso, caberá ressaltar o impacto positivo na 
relação da Universidade (professores, alunos e funcionários) com a população em geral, com 
ações de integração por meio de cursos e palestras.
Definida a gestão, trabalha-se com a estrutura do projeto a ser aplicado. Os projetos das Far-
mácias Vivas, com destaque dentro da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, 
estão hoje bem fundamentados e se consolidando. Sua implantação segue um roteiro que 
leva em conta importantes variáveis sociais, culturais, políticas e administrativas.
A seguir, estão listados os itens básicos que devem ser considerados na redação de um 
projeto:
A implantação de programas e projetos sobre plantas medicinais na Atenção Básica deve le-
var em conta as especificidades de cada município no que diz respeito ao seu tamanho, aos 
seus aspectos culturais, às demandas da população, aos interesses políticos e oportunidades 
econômicas.
Veja alguns passos importantes na direção da implantação de um projeto na rede pública de 
saúde:
Conquistar a adesão do gestor da saúde municipal, estadual ou do Distrito Federal com ar-
gumentos sólidos que demonstrem o interesse da população em ser assistida com as plantas 
medicinais e fitoterápicos, além de revelar os benefícios políticos, econômicos e financeiros 
que essas ações podem trazer para a região (município ou estado).
Levar a proposta para discussão e aprovação nos Conselhos Municipais de Saúde, nos mu-
nicípios onde esses conselhos atuam, já que possuem importante papel de controle social so-
bre as ações políticas de saúde dos governos. 
17
a) Introdução: cabe destacar a importância do resgate da cultura popular em todos os aspec-
tos relativos ao uso das plantas medicinais como alimento, medicamento e sua utilização na 
religiosidade, além de armazenar essas informações de modo a preservá-las para que sejam 
entendidas como parte indissociável da identidade dos diferentes povos.
b) Justificativa: deve destacar a necessidade de orientar a população na utilização de plantas 
regionais que tenham validação científica e, desse modo, evitar o uso de espécies que possam 
apresentar maiores incidências de efeitos colaterais e toxicidade, diminuindo os riscos à saú-
de. Isso, em grande medida, justifica a importância de implementar a Assistência Farmacêu-
tica no município.
c) Objetivos gerale específicos da implantação: devem estar relacionados ao gerenciamen-
to das ações, cooperação entre as instituições, estruturação da equipe, capacitação dos recur-
sos humanos, confecção das hortas medicinais, estruturação da manipulação fitoterápica na 
rede, entre outros aspectos.
d) Desenvolvimento do projeto:
Itens que devem conter:
Composição dos membros que participarão da equipe, destacando e separando por áreas 
de atuação: 
Coordenador
Equipe técnica para o planejamento
Equipe de farmácia (farmacêutico, auxiliares de farmácia)
Equipe de campo com atuação no horto e relacionada ao cultivo (agrônomo, técnicos agrí-
colas, auxiliares de jardinagem, operador de roçadeira).
Outros possíveis profissionais de suporte.
Capacitação de todos os membros das equipes para atuar no projeto.
Criação de protocolos que façam levantamentos das espécies medicinais que compõem 
o bioma da região; das patologias mais prevalentes na Atenção Básica; e das espécies mais 
utilizadas pela população. 
Delimitação da área onde será implantado o projeto e a montagem de toda a estrutura do 
horto matriz.
Elenco das espécies que serão cultivadas levando-se em conta os itens anteriores.
Busca de parcerias que possam ajudar na estruturação do projeto, como por exemplo: bo-
tânicos/as; entidades credenciadas para a obtenção das plantas certificadas; e pesquisadores 
para desenvolverem estudos científicos com as plantas medicinais de interesse para o SUS.
Idealização e organização da farmácia de manipulação.
Elaboração do Memento Fitoterápico para distribuir aos profissionais prescritores.
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Elaboração de folders, cartilhas, folhetos e outros recursos midiáticos com explicação so-
bre o uso de plantas medicinais.
Promoção de cursos de capacitação para profissionais de saúde que possam prescrever 
plantas medicinais e fitoterápicos nas Unidades Básicas de Saúde.
Promoção de cursos de cultivo de plantas medicinais junto à população para incentivar o 
plantio de hortas caseiras.
Promoção de cursos junto à população para produção de medicamentos caseiros para uso 
doméstico.
Promoção de palestras de educação em saúde para a comunidade com foco no cuidado 
com o uso de plantas medicinais.
Implementação da Assistência Farmacêutica.
e) Metodologia: são descritos os procedimentos metodológicos que serão considerados no 
escopo do projeto. Como exemplo:
1ª etapa: Projeto “Farmácia Viva” na comunidade - aplicação do questionário, perfil do usu-
ário de Fitoterapia.
2ª etapa: Consolidação dos resultados - estudo e seleção das espécies.
3ª etapa: Orientação da comunidade em relação ao uso racional das plantas medicinais.
4ª etapa: Implantação das hortas medicinais.
5ª etapa: Capacitação em Fitoterapia para os profissionais de saúde.
6ª etapa: Educação em Fitoterapia na comunidade.
7ª etapa: Implantação de Farmácia de Manipulação Fitoterápica.
Esses passos devem ser entendidos apenas como uma orientação inicial e que desdobramen-
tos podem ocorrer a partir do início do processo organizacional de um projeto. A proposta, 
com esse roteiro, é oferecer alguns parâmetros para que você possa começar a idealizar um 
projeto para a sua unidade de saúde ou município.
Neste texto-base, ao serem apresentadas experiências exitosas em todo o Brasil e que pos-
suem uma diversidade de modelos de organização e gestão, pretende-se que você perceba 
que o uso de plantas medicinais e fitoterápicos já é uma realidade no país e que está se expan-
dindo a partir das conquistas sociais com a implementação de políticas públicas e programas 
governamentais e da iniciativa privada.
Com isso, espera-se que você se sinta motivado a fazer parte dessa rede de fomento ao uso 
de plantas medicinais e fitoterápicos não só como uma alternativa terapêutica, mas como 
uma nova forma de pensar e cuidar a saúde, valorizando os saberes tradicionais e populares, 
buscando amparo científico e respaldo legal para melhorar sua atuação diária e fundamental 
na promoção da saúde da população brasileira.
19
REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
APLS, o que são!? Portal do IBICT, 2011. Disponível em: <http://portalapl.ibict.br/menu/
itens_menu/apls/apl_o_que_sao.html>. Acesso em: 03 mar. 2016.
BARCELOS, M. F. P. Ensaio tecnológico, bioquímico e sensorial de soja e guandu enlata-
dos no estádio verde e maturação de colheita. 1988. Tese (Doutorado em Nutrição) – Fa-
culdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1988.
BECKER, M. B. Programas de Fitoterapia na Rede Pública de Saúde no Brasil. 2012. Mono-
grafia (Especialização em Saúde Pública) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianó-
polis.
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de março de 1988. Implanta a prática de Homeopatia nos Serviços Públicos de Saúde. Diário 
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 08 mar. 1988a.
BRASIL. Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação. Resolução no 5, de 08 
de março de 1988. Implanta a prática de Acupuntura nos Serviços Públicos de Saúde. Diário 
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 08 mar. 1988b.
BRASIL. Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação. Resolução no 6, de 08 
de março de 1988. Implanta a prática de Técnicas Alternativas de Saúde Mental nos Servi-
ços Públicos de Saúde. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, 
Brasília, DF, 08 mar. 1988c.
BRASIL. Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação. Resolução no 7, de 08 
de março de 1988. Implanta a prática do Termalismo ou Crenoterapia nos Serviços Públicos 
de Saúde. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 
08 mar. 1988d.
BRASIL. Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação. Resolução no 8, de 08 
de março de 1988. Implanta a prática de Fitoterapia nos Serviços Públicos de Saúde. Diário 
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 08 mar. 1988e.
BRASIL. Conferência Nacional de Saúde, 8., 1986. Relatório Técnico. Brasília: Ministério da 
Saúde, 1986.
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Viva no âmbito do Sistema Único de Saúde, 2010. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt0886_20_04_2010.html>. Acesso em: 08 nov. 2016.
20
BRASIL. Ministério da Saúde. RDC Nº 18, de 3 de abril de 2013. Dispõe sobre os produtos 
magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos em farmácias vivas no âmbito do 
Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0018_03_04_2013.html>. Acesso em: 08 nov. 
2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Política nacional de práticas integrativas e complementares no SUS: atitude de 
ampliação de acesso, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. 
Departamento de Assistência Farmacêutica. Política nacional de plantas medicinais e 
fitoterápicos, Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, 
Departamento de Assistência Farmacêutica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. 
Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Programa Nacional de 
Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2009 (Série C. Projetos, 
Programas e Relatórios). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pro-
grama_nacional_plantas_medicinais_fitoterapicos.pdf>. Acesso em: 08 nov. 2016.

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