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ABP 1 1. Composição da saliva A composição da saliva é muito variável de acordo com as diferenças na secreção de cada glândula, período do dia, natureza dos estímulos e oscilações do fluxo salivar. No geral, a saliva é composta 99% de água e os outros 1% é composto por bactérias, células epiteliais, proteínas, lipídeos, carboidratos, íons minerais, e pequenas moléculas. Mais especificamente temos: amilase salivar, mucina, lisozina, bicarbonato de sódio, fosfato de sódio, carbonato de cálcio, KCl, NaCl, ureia, acido úrico, creatinina, aminoácidos, aglutinogênios... 2. Funções da saliva A principal função da saliva é a de fazer a manutenção da saúde bucal por meio da mucosa oral e dos tecidos duros dentais, além de auxiliar na proteção do trato gastrointestinal. O revestimento da saliva serve como lubrificante na formação do bolo alimentar e ajuda na fonação também. A saliva tem função de dissolver os flavorizantes dos alimentos possibilitando que eles entrem em contato com as papilas gustativas, aguçando o paladar. A dissolução dos alimentos também promove o início do processo de digestão por meio da ação da enzima amilase salivar. As proteínas, presentes na saliva, com função antimicrobiana evitam o supercrescimento de alguns micro-organismos, mantendo o equilíbrio da microbiota bucal. A função de limpeza é determinada pela presença constante de saliva na boca, formando uma película, já a função tamponante é determinada pela presença de bicarbonato, fosfato e proteínas, que protegem os dentes contra caries e erosão. A saliva tem também função de remineralizar os dentes. Por fim, a saliva é considerada um importante biomarcador para o diagnostico de doenças, uma vez que as alterações no material genético e nas proteínas desse fluido podem refletir o estado fisiológico da pessoa. 3. Mecanismos de produção e excreção da saliva Na cavidade bucal encontram-se as glândulas parótidas, submandibulares, sublinguais e bucais e estas são formadas por uma porção secretora (ácino, constituído por células epiteliais granulares) e por ductos intercalados, excretores e estriados. Cada glândula libera um tipo de secreção salivar. As parótidas liberam a secreção serosa, que contém a amilase salivar, as sublinguais e bucais liberam apenas o muco, que está ligado a lubrificação e a proteção da cavidade bucal, e as submandibulares liberam ambos. A secreção salivar ocorre em dois estágios: pelos ácinos e pelos ductos. No primeiro, os ácinos produzem uma secreção primaria que contém ptialina e mucina e no segundo, à medida que essa secreção flui através dos ductos salivares, ocorrem processos importantes de transporte ativo que modificam a composição salivar iônica. Inicialmente os íons de sódio são reabsorvidos nos ductos e os íons de potássio são secretados. Após isso, íons de bicarbonato são secretados para o lúmen do ducto através do epitélio ductal e a saliva é secretada na cavidade oral. O que é secretado das glândulas se mistura com componentes do fluido do sulco gengival, células epiteliais descamadas e bactérias bucais, formando a saliva total. A secreção é desencadeada principalmente por impulsos parassimpáticos e são excitados pelos estímulos mecânicos, químicos e de paladar da língua e de outras áreas da boca pelas fibras sensoriais aferentes. A salivação pode ocorrer também em resposta aos reflexos que são originados no estomago ou intestino delgado. A secreção salivar é produzida continuamente num volume de 1000ml a 1500ml diariamente. 4. Localização das glândulas salivares As glândulas salivares são inervadas pelos nervos aurículo temporal (parótida) e pela corda do tímpano (submandibular e sublingual). Os ductos das glândulas salivares maiores (parótidas, submandibulares e sublinguais) abrem-se respectivamente na altura do segundo molar superior, ao lado do freio lingual e ao lado do sulco lingual. Já nas glândulas salivares menores os ductos abrem- se na grande área da mucosa oral, com exceção do dorso lingual, da parte anterior do palato duro e gengiva. Parótida: localiza-se na face, na região retromandibular, a frente do musculo esternocleidomastóideo. Inferiormente, estende-se até o ângulo da mandíbula e encontra-se com um septo que a separa da glândula submandibular; superiormente, é limitada pelo meato acústico externo e pela articulação temporomandibular; posteriormente, abraça o ramo da mandíbula e os músculos masseter e pterigoideo medial. Submandibular: localiza-se no assoalho da boca, sendo que uma parte fica acima do diafragma constituído pelo musculo milo-hioideo, e outra fica abaixo. A parte superior localiza-se entre os músculos milo-hioideo e hioglosso, medialmente, e a fossa submandibular, musculo digástrico, que passa inferiormente a glândula. Sublingual: localiza-se no assoalho da boca, sobre o musculo milo-hioideo e coberta pela mucosa, onde faz uma saliência conhecida por prega sublingual. Lateralmente, apoia-se na fossa sublingual da mandíbula e, medialmente, relaciona-se com o musculo genioglosso, ducto submandibular, vasos sublinguais e nervos lingual e hipoglosso. Na linha mediana, as extremidades anteriores das duas glândulas sublinguais se encontram. Posteriormente, entra em contato com parte da glândula submandibular. Labiais: encontram-se na submucosa dos lábios ou dispersas no musculo orbicular da boca. Bucais: encontram-se espalhadas na submucosa da bochecha, na espessura do musculo bucinador e ate sobre sua face lateral. Palatinas: encontram-se na submucosa do palato, mais especificamente n porção posterior do palato duro, no palato mole e no arco palatoglosso. Linguais: um grupo se localiza na raiz da língua, desembocando nas papilas valadas e na tonsila lingual, o outro grupo constitui uma glândula lingual anterior, localizada na face inferior da língua, próximo ao ápice. 5. Fluxo salivar de um adulto O fluxo salivar normal da saliva não estimulada é, em média, de 0,3 a 0,4mL/min. Já a média do fluxo salivar estimulado normal é de 1 a 3 mL/min. 6. Analisar o que pode vir a ter gerado a alteração do fluxo salivar O grau de hidratação corporal (desidratação ou hiperidratação), doenças como a síndrome de Sjogren ou diabetes, uso de alguns medicamentos como antidepressivos, anti-histaminicos e anti-hipertensivos, radioterapia que atinge a região das glândulas salivares e estresse. 7. Reconhecer o grupo de pessoas que mais sofrem de distúrbios as glândulas salivares As disfunções das glândulas salivares são mais comuns dentre os adultos. São elas causadas por: doenças (ex síndrome de Sjogren), infecções (ex HIV), medicamentos, quimioterapia ou radioterapia. Os cálculos nas glândulas, que é formado a partir de sais contidos na saliva, é mais comum também em adultos. As infecções das glândulas salivares são mais comuns em pessoas que estão entre 50 e 60 anos, apresentam uma doença crônica, tem síndrome de Sjogren, tenham passado por radioterapia. Já a caxumba, tem maior incidência em crianças e jovens.