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Poderes e Deveres dos Administradores Públicos

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
FACULDADE DE DIREITO – FAD
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO I
PROFESSOR: DAVID DE MEDEIROS LEITE
DISCENTE: LAVÍNIA MENDES DIAS
Poderes e Deveres dos Administradores Públicos
Mesmo sendo uma instituição política, o Estado não pode deixar de estar a serviço da coletividade. A sua própria evolução demonstra que um dos principais motivos inspiradores da sua existência está pautado na necessidade de disciplinar as relações sociais, seja propiciando segurança, seja preservando a ordem pública ou atividades que beneficiem a sociedade.
Os agentes estatais são de suma importância para que o Estado alcance os fins colimados, aliás são elementos físicos e volitivos que atuam no campo jurídico. Nesse sentido, o Estado confere a tais agentes poderes administrativos que os qualificam. Por outro lado, o ordenamento jurídico também impõe deveres administrativos para aqueles que executam trabalhos em nome do Poder Público.
Uso e Abuso de Poder
O poder administrativo representa uma prerrogativa especial dada aos agentes públicos do Estado. Tratando-se de uso do poder, isso basicamente significa a utilização normal de tais prerrogativas conferidas por lei, pelos agentes públicos.
Tais poderes administrativos são outorgados aos agentes para atuar a favor dos interesses coletivos. Desses poderes emanam duas ordens de consequência:
· São irrenunciáveis
· Devem ser obrigatoriamente exercidos pelos titulares
Ao mesmo tempo que há imposições de prerrogativas públicas aos agentes, há a vedação da inércia de tais exercícios. Esse aspecto dúplice se chama poder-dever de agir. 
Outrossim, nem toda omissão administrativa se qualifica como ilegal, estas se classificam como omissões genéricas. Nesse caso, os administradores avaliam a situação para adotar as providências positivas. Aliás, nem todas as metas governamentais podem ser alcançadas, já que existe escassez financeira (reserva do possível).
Serão ilegais as omissões específicas, isto é, aquelas que ocorrem mesmo quando há imposição legal para se fazer em determinado prazo, ou quando mesmo sem prazo fixado, a administração permanece omissiva dentro dos padrões de tolerância.
O agente omisso pode ser responsabilizado civil, penal e administrativamente, conforme o seu tipo de inércia. Pode ser punido por desídia no respectivo estatuto funcional ou ser responsabilizado por improbidade administrativa. 
Abuso do Poder
A utilização do poder deve guardar conformidade com o que a lei dispuser, nesse sentido, o abuso de poder se configura quando há uma certa conduta ilegítima do administrador, quando este atua fora dos objetivos expressos ou implícitos na lei.
Formas de abuso:
· Excesso de poder: o agente atua fora dos limites de sua competência
· Desvio de poder: o agente, embora dentro de sua competência, afasta-se do interesse público que deve nortear todo o seu desempenho.
‘No excesso de poder, o agente invade atribuições de outro agente ou se exerce atividade que a lei não lhe conferiu. Já no desvio de poder, o agente busca alcançar fim diverso daquele que a lei lhe permitiu. Caso o agente atue em descompasso com o interesse público, desvia da sua função. O desvio de poder também é denominado de desvio de finalidade.
Apesar do desvio de poder ser bastante visível nos atos discricionários, existe uma dificuldade na obtenção de prova efetiva do desvio, aliás, tal ilegitimidade aparenta perfeita legalidade.
Agindo com abuso de poder, o agente submete sua conduta à revisão, judicial ou administrativa. A sua invalidação pode se dar na esfera administrativa (autotutela) ou através de ação judicial, inclusive por mandado de segurança. Além disso, o abuso de poder configura ilícito penal. O comportamento abusivo só pode ser eficazmente combatido através do controle.
Todo abuso de poder configura como ilegalidade. Entretanto, nem toda ilegalidade decorre de conduta abusiva. Inclusive, todo abuso de poder é uma afronta ao princípio da ilegalidade.
Poderes administrativos
Os poderes administrativos se caracterizam como o conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins.
a) Poder discricionário:
A lei não é capaz de traçar todas as condutas de um agente administrativos, rigidamente, nesse sentido, a própria lei oferece a possibilidade de valoração da conduta. O agente deve avaliar a conveniência e a oportunidade dos atos. 
É nessa valoração que reside o poder discricionário, que se configura como prerrogativa concedida aos agentes administrativos de elegerem, entre diversas condutas possíveis, a que melhor traduz conveniência e oportunidade para o interesse público. 
A conveniência indica em que condições vai se conduzir o agente, e a oportunidade diz respeito ao momento em que a atividade deve ser produzida. Estes são os elementos nucleares do poder discricionário. 
A discricionariedade pode se concretizar assim que o ato é praticado ou quando a Administração decide sua revogação. Além disso, esse poder não é absoluto e intocável, mas como alternativa para cumprir as verdadeiras demandas dos administradores.
Contudo, se a conduta eleita destoa da finalidade da norma, é ela ilegítima e deve merecer o devido controle judicial. Há de se observar os motivos inspiradores da conduta, aliás, caso o agente não permite a análise dos fundamentos que mobilizaram a sua decisão, entende-se que há suspeita de má utilização do poder discricionário e desvio de finalidade.
As limitações também são aplicadas na discricionariedade técnica, onde a Administração atribui o poder de fixar juízos de ordem técnica, mediante o emprego de noções e métodos específicos das diversas ciências ou artes.
b) Poder regulamentar 
Aqui a administração cria mecanismos de complementação das leis indispensáveis a sua efetiva aplicabilidade. O poder regulamentar se caracteriza como prerrogativa conferida à administração pública de editar atos gerais. Não pode estes alterar a lei com pretexto de regulamentação, se caso fizeres, cometerão abuso de poder.
Ao desempenhar o poder regulamentar, a Administração exerce a função normativa.

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