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Sistemas de transporte através da membrana. APRESENTAÇÃO Existem processos fundamentalmente diferentes através dos quais substâncias podem atravessar as membranas biológicas. Nesta Unidade de Aprendizagem, veremos que as membranas biológicas permitem a passagem de algumas substâncias mas impedem o trânsito de outras, essa é a característica da permeabilidade seletiva. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer o papel primordial das membranas biológicas através da sua capacidade seletiva; • Definir os processos de transporte através das membranas;• Identificar os processos de transporte passivo e ativo.• DESAFIO Para realizar este desafio, você deverá explicar por que o soro caseiro é mais eficaz para hidratação do que a água. Para isso, você deverá relacionar o transporte das substâncias (sal, água e açúcar) que são colocadas no soro caseiro e que contribuem para a hidratação do paciente. Muitos de nós já passamos ou cuidamos de alguém com doença diarreica. Entre as características da doença estão o aumento do número de evacuações e a perda de consistência das fezes, sendo que uma das principais complicações é a perda de água e eletrólitos, resultando em uma grande desidratação, que pode até levar à morte. Uma das formas de evitar o agravamento da desidratação é fazer uso oral de uma solução chamada soro caseiro, a qual contém quantidades apropriadas de água (H2O), sal (NaCl) e açúcar (sacarose - C12H22O11). A função do soro caseiro, por via oral, é a reposição da perda de água e sais minerais perdidos pelo organismo. Dica: a sacarose é transformada em glicose e frutose no intestino. 1) Por que o soro caseiro é mais eficaz para hidratação do que a água? 2) Qual ou quais os tipos de transporte de membrana envolvidos nessa situação? INFOGRÁFICO Algumas moléculas como O2 e CO2 são capazes de se difundir pela bicamada lipídica da membrana plasmática; a grande maioria, no entanto, não tem essa capacidade. Em vez disso, sua transferência depende de proteínas de transporte de membrana especializadas. Veja no infográfico a permeabilidade seletiva da membrana plasmática. Como diferentes moléculas são capazes de ultrapassar a bicamada fosfolipídica? CONTEÚDO DO LIVRO Acompanhe um trecho do capítulo Transporte através de membranas celulares, da obra Fundamentos em Biologia Celular que servirá de base teórica para esta Unidade. Boa leitura. FUNDAMENTOS DA BIOLOGIA CELULAR CONHEÇA TAMBÉM ALBERTS, B.; JOHNSON, A.; LEWIS, J.; MORGAN, D.; RAFF, M.; ROBERTS, K.; WALTER, P. Biologia Molecular da Célula – 6.ed. COOPER, G.M.; HAUSMAN, R.E. A Célula – Uma Abordagem Molecular – 3.ed. LODISH, H.; BERK, A.; KAISER, C.A.; KRIEGER, M.; BRETSCHER, A.; PLOEGH, H.; AMON, A. Biologia Celular e Molecular – 7.ed. NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger – 6.ed. REECE, J.B.; URRY, L.A.; CAIN, M.L.; WASSERMANN, S.A.; MINORSKY, P.V.; JACKSON, R.B. Biologia de Campbell – 10.ed. SADAVA, D.; HELLER, C.; ORIANS, G.H.; PURVES, W.K.; HILLIS, D.M. Coleção Vida: A Ciência da Biologia – 8.ed. – V. I: Célula e Hereditariedade / V. II: Evolução, Diversidade e Ecologia / V. III: Plantas e Animais SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada – 7.ed. TORTORA, G.J.; CASE, C.L.; FUNKE, B.R. Microbiologia – 12.ed. WATSON, J.D.; BAKER, T.A.; BELL, S.P.; GANN, A.; LEVINE, M.; LOSICK, R. Biologia Molecular do Gene – 7.ed. ZAHA, A.; FERREIRA, H.B.; PASSAGLIA, L.M.P. Biologia Molecular Básica – 5.ed. A Artmed Editora é um dos selos editoriais do Grupo A Educação, empresa que oferece soluções em conteúdo, tecnologia e serviços para a educação acadêmica e profissional. Conheça todas as soluções: www.grupoa.com.br / 0800 703 3444 FU N D A M E N TO S D A B IO LO G IA C E LU LA R ALBERTS BRAY HOPKIN JOHNSON LEWIS RAFF ROBERTS WALTER Professores podem fazer download do material complementar exclu sivo (em português). Acesse nosso site, loja.grupoa.com.br, cadastrese gratuitamente como professor, encontre a página do livro por meio do campo de busca e clique no link Material do Professor. Em www.garlandscience.com/ECB4students, estão disponíveis mate riais complementares (em inglês), que auxiliarão no estudo dos temas. Existem razões práticas para que a biologia celular faça parte da educação de todos: somos feitos de células, nos alimentamos de células, e nosso mun do é habitável por causa das células. O desafio para os cientistas é aprofun dar o conhecimento e descobrir novas maneiras de aplicálo, seja na saúde humana ou em temas de interesse global, como mudança ambiental, tecno logia biomédica, agricultura e doenças epidêmicas. Neste livro, os autores descrevem os fundamentos da biologia celular de maneira clara e didática, explicando como uma célula viva funciona e apresentando as informações necessárias para a compreensão de assuntos tanto da biomedicina quanto da biologia mais ampla que afeta nossas vidas. A LB E R TS • B R A Y • H O P K IN • JO H N SO N LE W IS • R A FF • R O B E R TS • W A LTE R FU N D A M E N TO S D A B IO LO G IA C E LU LA R 4ª Edição FUNDAMENTOS DA BIOLOGIA CELULAR 4ª Edição loja.grupoa.com.br BIOLOGIA 02376 ALBERTS - Fundamentos da Biologia Celular OK 11-05.indd 1 15/05/2017 10:05:23 Tradução: Ardala Elisa Breda Andrade (Caps. 4, 11) Research Scientist, Texas A&M University. Mestre e Doutora em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Sul (PUCRS). Carlos Termignoni (Caps. 2, 3) Professor titular do Departamento de Bioquímica e pesquisador do Centro de Biotecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutor em Biologia Molecular pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Cláudia Paiva Nunes (Caps. 8, 9) Pesquisadora do Laboratório de Genética Humana e Molecular da PUCRS. Mestre e Doutora em Ciências Biológicas: Bioquímica pela UFRGS. Cristiano Valim Bizarro (Caps. 6, 13) Professor adjunto da PUCRS. Mestre e Doutor em Biologia Celular e Molecular pela UFRGS. Denise Cantarelli Machado (Caps. 5, 20) Professora titular da Escola de Medicina da PUCRS. Pesquisadora do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUCRS. Especialista em Biotecnologia pela UFRGS. Mestre em Genética pela UFRGS. Doutora em Imunologia Molecular pela University of Sheffield, UK. Pós-Doutora em Imunologia Molecular pelo National Institutes of Health (NIH), USA. Gaby Renard (Iniciais, Caps. 1, 10, 15, 18, Glossário) Pesquisadora sênior do Centro de Pesquisas em Biologia Molecular e Funcional da PUCRS. Mestre e Doutora em Ciências Biológicas: Bioquímica pela UFRGS. Gustavo Roth (Índice) Professor adjunto da Faculdade de Engenharia da PUCRS. Mestre em Biologia Molecular e Celular pela PUCRS. Doutor em Ciências Naturais (Dr. rer. nat.) pela Universidade de Hanover. Pós-Doutorado na Quatro G Pesquisa e Desenvolvimento Ltda, TECNOPUC. José Artur B. Chies (Caps. 7, 17, 19) Professor titular do Departamento de Genética da UFRGS. Mestre em Genética e Biologia Molecular pela UFRGS. Doutor em Sciences de La Vie Specialité en Immunologie pela Université de Paris VI (Pierre et Marie Curie). Leandro Vieira Astarita (Cap. 14) Professor adjunto da Faculdade de Biociências da PUCRS. Doutor em Botânica pela Universidade de São Paulo (USP). Pós-Doutor pela Kansas State University. Paula Eichler (Cap. 12) Mestre em Ciências Biológicas: Fisiologia pela UFRGS. Doutora em Ciências Biológicas: Fisiologia Humana pela USP. Pós-Doutora em Bioquímica pela UFRGS. Pós-Doutora em Biologia Celular e Molecular pela PUCRS. Rosane Machado Scheibe (Cap. 6) Doutora em Biologia Molecular pela University of Sheffield, Inglaterra. Sandra Estrazulas Farias (Cap. 16) Doutora em Bioquímica e Biologia Molecular pela UNIFESP. Professora associada do Departamento de Fisiologia e pesquisadora do Centro de Biotecnologia da UFRGS. F981Fundamentos da biologia celular [recurso eletrônico] / Bruce Alberts ... [et al.] ; [tradução: Ardala Elisa Andrade ... et al.] ; revisão técnica: Ardala Elisa Breda Andrade, Gaby Renard. – 4. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2017. Editado como livro impresso em 2017. ISBN 978-85-8271-406-5 1. Biologia. 2. Biologia celular. I. Alberts, Bruce. II. Título. CDU 576 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Allberts_Iniciais_Eletronico.indd iiAllberts_Iniciais_Eletronico.indd ii 30/05/2017 08:57:3530/05/2017 08:57:35 Para sobreviver e crescer, as células devem ser capazes de trocar moléculas com seu ambiente. Devem importar nutrientes, como açúcares e aminoácidos, e eliminar produtos metabólicos residuais. Também devem regular as concentra- ções de uma variedade de íons inorgânicos em seu citosol e organelas. Algumas moléculas, como CO2 e O2, podem simplesmente se difundir pela bicamada lipí- dica da membrana plasmática. Mas a grande maioria não pode. Em vez disso, sua transferência depende de proteínas de transporte de membrana especia- lizadas que se estendem pela bicamada lipídica, propiciando passagens privati- vas ao longo da membrana para substâncias selecionadas (Figura 12-1). Neste capítulo, consideramos como as membranas celulares controlam o tráfego de íons inorgânicos e pequenas moléculas solúveis em água para dentro e para fora da célula e de suas organelas envoltas por membranas. As células também podem transferir seletivamente macromoléculas, como proteínas, atra- vés de suas membranas, mas esse transporte requer uma maquinaria mais ela- borada e é discutido no Capítulo 15. Começamos delineando alguns dos princípios gerais que dirigem a passagem de íons e pequenas moléculas através das membranas celulares. Examinamos então as duas classes principais de proteínas de membrana que medeiam essa transferência: transportadores e canais. Os transportadores deslocam pequenas moléculas orgânicas ou íons inorgânicos de um lado da membrana para o outro por mudança de sua forma. Os canais, por sua vez, formam pequenos poros hidro- fílicos que cruzam a membrana, através dos quais as substâncias podem passar por difusão. A maioria dos canais permite somente a passagem de íons inorgâni- cos, motivo pelo qual são chamados de canais iônicos. Tendo em vista que esses íons são eletricamente carregados, seus movimentos podem criar uma força iô- nica poderosa – ou voltagem – através da membrana. Na parte final do capítulo, discutimos como essas diferenças de voltagem permitem que as células nervosas se comuniquem – e, em última análise, modelem o nosso comportamento. OS PRINCÍPIOS DO TRANSPORTE TRANSMEMBRÂNICO Como vimos no Capítulo 11, o interior hidrofóbico da bicamada lipídica cria uma barreira à passagem da maioria das moléculas hidrofílicas, incluindo todos os íons. Essas moléculas são tão avessas a entrar em um ambiente lipídico quanto as moléculas hidrofóbicas são avessas a entrar na água. Mas as células e as or- ganelas também precisam permitir a passagem de muitas moléculas hidrofílicas solúveis em água, como íons inorgânicos, açúcares, aminoácidos, nucleotídeos e outros metabólitos celulares. Tais moléculas cruzam as bicamadas lipídicas muito lentamente por difusão simples, de modo que sua passagem através das 12 Transporte através de membranas celulares OS PRINCÍPIOS DO TRANSPORTE TRANSMEMBRÂNICO OS TRANSPORTADORES E SUAS FUNÇÕES OS CANAIS IÔNICOS E O POTENCIAL DE MEMBRANA OS CANAIS IÔNICOS E A SINALIZAÇÃO CELULAR NERVOSA Alberts_12.indd 383Alberts_12.indd 383 16/01/2017 10:35:0916/01/2017 10:35:09 384 Fundamentos da Biologia Celular membranas celulares deve ser acelerada por proteínas de transporte de membra- na especializadas – um processo chamado de transporte facilitado. Nesta seção, revisamos os princípios básicos de tal transporte transmembrânico e introduzi- mos vários tipos de proteínas de transporte de membrana que promovem esse movimento. Também discutimos por que o transporte de íons inorgânicos, em particular, tem importância tão fundamental para todas as células. As bicamadas lipídicas são impermeáveis aos íons e à maioria das moléculas polares não carregadas Dado tempo suficiente, praticamente qualquer molécula se difundirá através de uma bicamada lipídica. A velocidade na qual ela se difunde, contudo, varia enor- memente dependendo do tamanho da molécula e de suas características de solu- bilidade. Em geral, quanto menor a molécula e mais hidrofóbica, ou apolar, mais rapidamente ela se difundirá pela membrana. Claro, muitas dessas moléculas de interesse para as células são polares e so- lúveis em água. Esses solutos – substâncias que, neste caso, estão dissolvidas na água – são incapazes de atravessar a bicamada lipídica sem o auxílio de proteí- nas transportadoras de membrana. A relativa facilidade com que uma variedade de solutos pode atravessar as membranas celulares é mostrada na Figura 12-2. 1. Moléculas apolares pequenas, como oxigênio molecular (O2, massa molecular de 32 dáltons) e dióxido de carbono (CO2, 44 dáltons), se dissolvem rapida- mente nas bicamadas lipídicas e por isso se difundem com rapidez através delas; de fato, as células dependem dessa permeabilidade a gases para os processos de respiração celular discutidos no Capítulo 14. 2. Moléculas polares não carregadas (moléculas com uma distribuição desigual de carga elétrica) também se difundem prontamente através da bicamada se elas forem pequenas o suficiente. A água (H2O, 18 dáltons) e o etanol (46 dáltons), por exemplo, atravessam a uma velocidade mensurável, enquanto o glicerol (92 dáltons) atravessa menos rapidamente. Moléculas polares sem cargas maiores, como a glicose (180 dáltons), dificilmente atravessam a bi- camada. 3. Em contraste, as bicamadas lipídicas são altamente impermeáveis a todas as moléculas carregadas, incluindo todos os íons inorgânicos, não importan- do quão pequenos sejam. Essas cargas das moléculas e sua forte atração elétrica às moléculas de água inibem a sua entrada na fase hidrocarbonada interna da bicamada. Assim, as bicamadas lipídicas sintéticas são um bilhão (109) de vezes mais permeáveis à água do que a pequenos íons como Na+ e K+. As concentrações iônicas dentro de uma célula são muito diferentes daquelas fora da célula Em razão de as membranas celulares serem impermeáveis aos íons inorgâni- cos, as células vivas são capazes de manter concentrações internas de íons que Figura 12-1 As membranas celulares contêm proteínas de transporte de membrana especializadas que facilitam a passagem de pequenas moléculas solú- veis em água. (A) As bicamadas lipídicas artificiais sem proteínas, como os liposso- mos (ver Figura 11-13), são impermeáveis à maioria das moléculas solúveis em água. (B) As membranas celulares, por sua vez, contêm proteínas transportadoras, e cada uma delas transfere um tipo particular de molécula. Esse transporte seletivo pode incluir o bombeamento ativo de moléculas específicas tanto para fora (triângulos roxos) quanto para dentro (barras verdes) da célu- la. A ação combinada das diferentes proteí- nas de transporte permite que um conjunto específico de solutos se forme dentro de um compartimento envolto por membrana, como o citosol ou uma organela. O2 CO2 N2 H2O Etanol Glicerol Aminoácidos Glicose Nucleosídeos H+, Na+ K+, Ca2+ CI-, Mg2+ HCO-3 ÍONS MOLÉCULAS POLARES NÃO CARREGADAS MAIORES MOLÉCULAS POLARES NÃO CARREGADAS PEQUENAS MOLÉCULAS APOLARES PEQUENAS Bicamada lipídica artificial Hormônios esteroides Figura 12-2 A velocidade com que uma molécula atravessa uma bicamada lipí- dica artificial sem proteínas por difusão simples depende do seu tamanho e so- lubilidade. Quanto menor a molécula e, mais importante, quanto menos interações favoráveis com a água ela tiver (i.e., quanto menos polar ela for), mais rapidamente a molécula se difunde através da bicamada. Observe que muitas das moléculasorgâ- nicas que a célula utiliza como nutrientes (sombreado em vermelho) são grandes e polares demais para passar através de uma bicamada lipídica artificial que não possui as proteínas de transporte de membrana apropriadas. (A) Bicamada lipídica artificial sem proteínas (lipossomo) (B) Membrana celular Alberts_12.indd 384Alberts_12.indd 384 16/01/2017 10:35:1016/01/2017 10:35:10 Capítulo 12 • Transporte através de membranas celulares 385 são muito diferentes das concentrações iônicas nos meios que as cercam. Tais diferenças na concentração dos íons são cruciais para a sobrevivência e o funcio- namento da célula. Entre os íons inorgânicos mais importantes para as células, estão Na+, K+, Ca2+, Cl– e H+ (prótons). O movimento desses íons através das mem- branas celulares desempenha uma parte essencial em muitos processos biológi- cos, mas é, talvez, mais impressionante na produção de ATP por todas as células e na comunicação pelas células nervosas (a ser discutido adiante). O Na+ é o íon positivamente carregado (cátion) mais abundante fora da célu- la, enquanto o K+ é o mais abundante dentro (Tabela 12-1). Para que uma célula não seja destruída por forças elétricas, a quantidade de carga positiva dentro da célula deve ser balanceada por uma quantidade de carga negativa quase exata- mente igual, e o mesmo vale para a carga do líquido circundante. A alta concen- tração de Na+ fora da célula é eletricamente balanceada sobretudo pelo Cl– extra- celular, ao passo que a alta concentração de K+ dentro dela é balanceada por uma variedade de íons orgânicos e inorgânicos de carga negativa (ânions), incluindo ácidos nucleicos, proteínas e muitos metabólitos celulares (ver Tabela 12-1). Diferenças na concentração de íons inorgânicos através de uma membrana celular criam um potencial de membrana Embora as cargas elétricas dentro e fora da célula em geral sejam mantidas em equilíbrio, ocorrem pequenos excessos de carga positiva ou negativa, concentradas na vizinhança da membrana plasmática. Tais desequilíbrios elétricos geram uma diferença de voltagem através da membrana chamada de potencial de membrana. Quando uma célula estiver “em repouso”, a troca de ânions e cátions através da membrana será precisamente balanceada. Nessas condições basais, a dife- rença de voltagem através da membrana celular – chamada de potencial de mem- brana em repouso – mantém-se estável. Mas não é zero. Nas células animais, por exemplo, o potencial de membrana em repouso pode estar entre –20 e –200 mili- volts (mV), dependendo do organismo e do tipo celular. O valor é expresso como um número negativo porque o interior da célula é mais negativamente carregado que o exterior. Esse potencial de membrana permite que as células promovam o transporte de certos metabólitos e que sejam excitáveis como formas de se co- municar com suas vizinhas. TABELA 12-1 Comparação das concentrações iônicas dentro e fora de uma célula comum de mamífero Componente Concentração intracelular (mM) Concentração extracelular (mM) Cátions Na+ 5-15 145 K+ 140 5 Mg2+ 0,5* 1-2 Ca2+ 10–4* 1-2 H+ 7 × 10–5 (10–7,2 M ou pH 7,2) 4 × 10–5 (10–7,4 M ou pH 7,4) Ânions** Cl– 5-15 110 *As concentrações de Mg2+ e Ca2+ dadas correspondem aos íons livres. Há um total de cerca de 20 mM de Mg2+ e 1 a 2 mM de Ca2+ nas células, mas esses íons estão principalmente ligados a proteínas e outras moléculas orgânicas e, para o Ca2+, armazenados dentro de várias organelas. **Além do Cl–, uma célula contém muitos outros ânions não listados nesta tabela. De fato, muitos dos constituintes celulares são carregados nega- tivamente (HCO3 –, PO4 3–, proteínas, ácidos nucleicos, metabólitos contendo grupos fosfato e carboxila, etc.). Alberts_12.indd 385Alberts_12.indd 385 16/01/2017 10:35:1016/01/2017 10:35:10 386 Fundamentos da Biologia Celular É a atividade das proteínas de transporte de membrana embebidas na bi- camada que permite que as células estabeleçam e mantenham seu potencial de membrana, como discutimos a seguir. As células contêm duas classes de proteínas transportadoras de membrana: transportadores e canais As proteínas de transporte de membrana ocorrem em muitas formas e estão presentes em todas as membranas celulares. Cada uma fornece um portal pri- vativo através da membrana para uma pequena molécula hidrossolúvel em par- ticular – um íon, açúcar ou aminoácido, por exemplo. A maioria dessas proteí- nas permite apenas a passagem de membros selecionados de uma determinada classe de moléculas: algumas permitem o trânsito de Na+ mas não de K+, outras de K+ mas não de Na+, e assim por diante. Cada tipo de membrana celular possui seu próprio conjunto de proteínas de transporte característico, que determina exatamente que solutos podem passar para dentro e para fora da célula ou de uma organela. Como discutido no Capítulo 11, a maioria das proteínas de transporte de membrana possui cadeias polipeptídicas que atravessam a bicamada lipídica múltiplas vezes – ou seja, elas são proteínas transmembrânicas de passagem múltipla (ver Figura 11-23). Pelo cruzamento de vai e vem através da bicama- da, a cadeia polipeptídica forma um caminho contínuo de proteínas alinhadas que permite que pequenas moléculas hidrofílicas selecionadas atravessem a membrana sem entrar em contato direto com o interior hidrofóbico da bica- mada lipídica. Há duas classes principais de proteínas de transporte de membrana: os trans- portadores e os canais. Essas proteínas se distinguem no modo como elas dife- renciam os solutos, transportando alguns, mas não outros (Figura 12-3). Os canais discriminam sobretudo com base no tamanho e na carga elétrica: quando um canal está aberto, qualquer íon ou molécula que seja suficientemente pequeno e carregue a carga apropriada pode atravessar. Um transportador, por sua vez, transfere apenas aquelas moléculas ou íons que servem nos seus sítios de ligação específicos na pro- teína. Os transportadores se ligam aos seus solutos com grande especificidade, da mesma maneira que as enzimas se ligam aos seus substratos, e é esta necessidade de ligação específica que confere aos transportadores a sua seletividade. Os solutos atravessam as membranas por transporte passivo ou ativo Os transportadores e os canais permitem que pequenas moléculas hidrofílicas atravessem a membrana celular, mas o que controla o movimento desses solutos para dentro ou para fora da célula ou organela? Em muitos casos, a direção do transporte depende apenas das concentrações relativas do soluto em ambos os lados da membrana. As moléculas fluirão espontaneamente “com a corrente- za” de uma região de alta concentração para uma de baixa concentração, desde que haja um caminho. Tais movimentos são denominados passivos, porque não precisam de uma força motora adicional. Se, por exemplo, um soluto estiver pre- Figura 12-3 Íons inorgânicos e molécu- las orgânicas polares pequenas podem atravessar a membrana celular por meio de um transportador ou um canal. (A) Um transportador sofre uma série de mudanças conformacionais para transferir pequenos solutos através da bicamada lipídica. (B) Um canal, quando aberto, forma um poro através da bicamada, pelo qual íons inor- gânicos específicos ou, em alguns casos, moléculas orgânicas polares, podem se difundir. Como é de se esperar, os canais transferem solutos a uma velocidade muito maior do que os transportadores. Os canais iônicos podem existir tanto na conformação aberta como na fechada, e eles transportam somente na conformação aberta, que é mostrada aqui. A abertura e o fechamento do canal são normalmente con- trolados por um estímulo externo ou pelas condições presentes dentro da célula. Membrana celular (A) TRANSPORTADOR (B) CANAL Íon Sítio de ligação ao soluto Soluto Alberts_12.indd 386Alberts_12.indd 386 16/01/2017 10:35:1016/01/2017 10:35:10 Capítulo 12 • Transporte através de membranas celulares 387 sente em uma concentração maisalta fora da célula do que dentro, e um canal ou transportador apropriado estiver presente na membrana plasmática, o soluto se moverá para dentro da célula por transporte passivo, sem gasto de energia pela proteína transportadora. Isso acontece porque, mesmo que o soluto se mova em ambas as direções pela membrana, mais soluto se moverá para dentro do que para fora até que as duas concentrações se equilibrem. Todos os canais e muitos transportadores funcionam como condutos para tal transporte passivo. Para mover um soluto contra seu gradiente de concentração, uma proteína de transporte de membrana deve atuar: ela deve mover o fluxo “contra a cor- rente” pelo seu acoplamento a algum outro processo que forneça uma entra- da de energia (como discutido no Capítulo 3 para as reações catalisadas por enzimas). O movimento de um soluto contra o seu gradiente de concentração dessa forma é denominado transporte ativo, e é realizado por tipos especiais de transportadores chamados de bombas, que fornecem a fonte de energia para promover o processo de transporte (Figura 12-4). Como discutido adiante, tal energia pode vir da hidrólise de ATP, de um gradiente iônico transmembrânico ou da luz solar. Tanto o gradiente de concentração quanto o potencial de membrana influenciam o transporte passivo de solutos carregados Para uma molécula não carregada, a direção do transporte passivo é determi- nada somente pelo seu gradiente de concentração, como sugerimos antes. Mas para as moléculas carregadas eletricamente, sejam íons inorgânicos ou molécu- las orgânicas pequenas, forças adicionais entram em ação. Como já mencionado, a maioria das membranas celulares possui uma voltagem por toda a sua exten- são – uma diferença de carga referida como potencial de membrana. O potencial de membrana exerce uma força sobre qualquer molécula que carrega uma carga elétrica. O lado citosólico da membrana plasmática costuma estar com um po- tencial negativo em relação ao lado extracelular, de modo que o potencial de membrana tende a puxar solutos carregados positivamente para dentro da célula e mover os negativamente carregados para fora. Ao mesmo tempo, um soluto carregado também tenderá a se mover a favor do seu gradiente de concentração. A força líquida direcionando um soluto carregado através da membrana celular é, dessa forma, um composto de duas forças, uma devida ao gradiente de concentração e a outra devida ao potencial de membrana. Tal força motriz líquida, chamada de gradiente eletroquímico do soluto, deter- mina a direção que cada soluto seguirá pela membrana por transporte passivo. Para alguns íons, a voltagem e o gradiente de concentração funcionam na mesma direção, criando um gradiente eletroquímico relativamente grande (Figura 12-5A). Esse é o caso do Na+, que é positivamente carregado e em maior concentração no lado de fora das células do que dentro (ver Tabela 12-1). Portanto, se tiver oportuni- Figura 12-4 Os solutos atravessam as membranas celulares por transporte passivo ou ativo. Algumas moléculas pe- quenas e apolares, como o CO2 (ver Figura 12-2), podem se mover passivamente com o seu gradiente de concentração através da bicamada lipídica por difusão simples, sem a ajuda de uma proteína transportadora. A maioria dos solutos, entretanto, necessita da assistência de um canal ou transporta- dor. O transporte passivo, que permite que as moléculas se movam a favor dos seus gradientes de concentração, ocorre de modo espontâneo; já o transporte ativo, contra o gradiente de concentração, exige um aporte de energia. Somente os trans- portadores podem realizar o transporte ativo. Membrana celular Molécula transportada Canal Transportador TRANSPORTE PASSIVO TRANSPORTEATIVO ENERGIADifusão imples Mediado por canal Mediado por transportador Gradientes de concentração Alberts_12.indd 387Alberts_12.indd 387 16/01/2017 10:35:1016/01/2017 10:35:10 388 Fundamentos da Biologia Celular dade, o Na+ tende a entrar nas células. Se, no entanto, a voltagem e o gradiente de concentração tiverem efeitos opostos, o gradiente eletroquímico resultante pode ser pequeno (Figura 12-5B). Esse é o caso do K+, que está presente em uma concen- tração muito maior dentro das células do que fora. Devido ao seu pequeno gradien- te eletroquímico pela membrana plasmática em repouso, há pouco movimento de K+ através da membrana, mesmo quando os canais de K+ estão abertos. A água se move passivamente através da membrana celular a favor do seu gradiente de concentração – um processo denominado osmose As células são constituídas principalmente de água (em geral cerca de 70% do peso), e assim o movimento da água através das membranas celulares é de cru- cial importância para os seres vivos. Como as moléculas de água são pequenas e não carregadas, elas podem se difundir diretamente pela bicamada lipídica – embora de modo lento (ver Figura 12-2). Entretanto, algumas células também possuem proteínas canais especializadas, chamadas de aquaporinas, na sua membrana plasmática, o que facilita muito o fluxo (Figura 12-6 e Animação 12.1). Mas para que lado a água tende a fluir? Como vimos na Tabela 12-1, as células contêm uma alta concentração de solutos, incluindo muitas moléculas e íons carre- gados. Portanto, a concentração total de partículas de soluto dentro da célula – tam- bém referida como sua osmolaridade – costuma exceder a concentração de soluto fora da célula. O gradiente osmótico resultante tende a “puxar” água para dentro da célula. Esse movimento de água a favor do seu gradiente de concentração – de uma área de baixa concentração de soluto (alta concentração de água) para uma área de alta concentração de soluto (baixa concentração de água) – é chamado de osmose. A osmose, se ocorrer sem limitação, pode fazer a célula inchar. Diferentes células lidam com esse desafio osmótico de diferentes maneiras. A maioria das células animais possui um citoplasma semelhante a um gel (ver Figura 1-25) que resiste ao intumescimento osmótico. Alguns protozoários de água-doce, como a ameba, eliminam o excesso de água utilizando vacúolos contráteis que des- carregam periodicamente o seu conteúdo no exterior (Figura 12-7A). As células vegetais não intumescem devido às suas paredes celulares resistentes e, desse + + + + + + + + + + ++ + + ++ + + + + + + + ++ + – – – –– – + + + ++ + – – – –– – Gradiente eletroquímico quando a voltagem e os gradientes de concentração funcionam na mesma direção Gradiente eletroquímico quando a voltagem e os gradientes de concentração funcionam em direções opostas EXTERIOR (A) (B) INTERIOR Membrana celular Membrana plasmática Aquaporinas Membrana (A) (B) Moléculas de água Figura 12-5 Um gradiente eletroquímico possui dois componentes. A força motriz líquida (gradiente eletroquímico) que tende a mover um soluto carregado (íon) através da membrana celular é a soma da força do gradiente de concentração do soluto e da força do potencial de membrana. O poten- cial de membrana está representado aqui pelos sinais + e – nos lados opostos da membrana. A largura da seta verde repre- senta a magnitude do gradiente eletroquí- mico para um soluto positivamente carre- gado em duas situações diferentes. Em (A), o gradiente de concentração e o potencial de membrana atuam juntos para aumentar a força motriz para o movimento do soluto. Em (B), o potencial de membrana age con- tra o gradiente de concentração, diminuin- do a força motriz eletroquímica. Figura 12-6 As moléculas de água se difundem rapidamente pelos canais de aquaporinas na membrana plasmática de algumas células. (A) Com forma de ampulheta, cada canal de aquaporina cria um poro através da bicamada, permitindo a passagem seletiva de moléculas de água. Mos- trado aqui, há um tetrâmero de aquaporina, a forma biologicamente ativa da proteína. (B) Nesta foto instantânea, obtida de uma simulação dinâmica molecular em tempo real, quatro colunas de moléculas de água podemser vistas passando pelos poros de um tetrâmero de aquaporina (não mostrado). O espaço onde se localizaria a membrana está indicado. (B, adaptada de B. de Groot e H. Grubmüller, Science 294:2353–2357, 2001.) Alberts_12.indd 388Alberts_12.indd 388 16/01/2017 10:35:1016/01/2017 10:35:10 Capítulo 12 • Transporte através de membranas celulares 389 modo, podem tolerar uma grande diferença osmótica através de suas membra- nas plasmáticas (Figura 12-7B); de fato, as células vegetais utilizam a pressão os- mótica de intumescimento, ou pressão de turgescência, para manter suas paredes celulares tensas, de forma que os caules da planta fiquem rígidos e suas folhas sejam estendidas. Se a pressão de turgescência for perdida, a planta irá murchar. Parede celular Água (B)(A) CÉLULA VEGETALPROTOZOÁRIO Vacúolo Vacúolo contrátil descarregando Alberts_12.indd 389Alberts_12.indd 389 16/01/2017 10:35:1016/01/2017 10:35:10 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. DICA DO PROFESSOR O vídeo aborda o transporte de moléculas e íons através da membrana plasmática. Esse transporte é realizado por processos, fundamentalmente diferentes, conhecidos como transporte passivo e transporte ativo. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) A taxa de difusão relativa de qualquer substância através de uma bicamada de fosfolipídeos depende dos seguintes fatores: A) Gradiente de concentração e tamanho. B) Hidrofobicidade e tamanho. C) Gradiente eletroquímico, hidrofobicidade e tamanho. D) Gradiente de concentração, hidrofobicidade e tamanho. E) Gradiente de eletroquímico e hidrofobicidade. 2) Marque a alternativa correta em relação à permeabilidade de membranas. A) Todas as pequenas moléculas, como os gases O2 e CO2 e os íons, conseguem atravessar a bicamada lipídica por difusão simples. A permeabilidade da bicamada lipídica a pequenas moléculas polares não carregada é variável: em relação ao etanol, por exemplo, considera-se que a membrana é permeável; B) em relação à água, no entanto, considera-se que a membrana é parcialmente permeável. C) Pequenas moléculas carregadas, como o ATP, têm capacidade parcial em atravessar a membrana plasmática de forma independente de transportadores de membrana. D) Moléculas polares e não carregadas como aminoácidos e glicose têm capacidade parcial de atravessar a bicamada de fosfolipídeos. E) Todas as moléculas apolares conseguem atravessar a bicamada de fosfolipídeos. 3) Assinale a afirmativa INCORRETA a respeito dos diferentes sistemas de transporte de membranas. A) As moléculas de água são capazes de difundir através da bicamada lipídica, embora de modo lento, da região de menor concentração de solutos para a de maior concentração, no processo denominado osmose. B) O transporte ativo envolve sempre o gasto de ATP pela proteína transportadora. C) A difusão simples é o transporte de moléculas para às quais a bicamada lipídica é permeável a favor do gradiente eletroquímico. D) A difusão facilitada por proteínas transportadoras de membrana é um tipo de transporte passivo. E) O transporte ativo envolve transportes energeticamente desfavoráveis. Observe a figura que esquematiza o transporte por difusão facilitada da glicose. 4) Que condição você precisaria mudar no diagrama para transformar o transporte de glicose, que não dispende energia, em um processo energeticamente desfavorável? A) A presença de proteína transportadora de membrana. B) O sentido do gradiente de concentração. C) O tipo de canal iônico. D) O sítio de ligação à glicose. E) Todas as afirmativas estão corretas. 5) Por que as hortaliças murcham quando as temperamos com sal com antecedência? A) Porque as células das hortaliças não possuem bomba de íons. B) Porque estamos tornando o meio externo às hortaliças isotônico em relação às células vegetais. Porque estamos tornando o meio externo às células das hortaliças hipotônico em relação C) ao citosol. D) Porque estamos tornando o meio externo às células das hortaliças hipertônico em relação ao citosol. E) Porque elas absorvem toda a água extracelular por osmose. NA PRÁTICA Algumas vezes, em laboratório, precisamos analisar células do sangue (linfócitos, monócitos, etc.), mas sem a presença de eritrócitos (hemácias ou células vermelhas). Para isso, alguns protocolos podem ser empregados, como a lise de eritrócitos ou lise celular. A solução de lise é uma solução hipotônica em relação ao meio interno dos eritrócitos, ou seja, possui menor concentração de solutos do que o meio intracelular. Dessa forma, a água move-se da solução, que está externa aos eritrócitos, para o interior do eritrócitos por osmose. Com o movimento da água para o meio interno dos eritrócitos, a membrana plasmática não consegue acompanhar o aumento do volume celular e acaba se rompendo, processo chamado de hemólise. Após esse protocolo, as células de interesse podem ser analisadas sem a interferência dos eritrócitos. Vamos ver como é feito o protocolo de lise de eritrócitos. O protocolo para a lise de eritrócitos é bastante variado e depende muito de cada laboratório. Alguns protocolos podem variar a composição do solutos, o tempo e a temperatura de incubação (com ou sem calor). Vamos ver na prática, brevemente, como ocorre a lise dos eritrócitos. 1 - A solução de lise é colocada sobre o sangue em um tubo, o qual é agitado lentamente. Após, essa solução (sangue + lise) é incubada por 15 a 20 minutos, o tubo é centrifugado e o sobrenadante é descartado. 2 - Sobre o sedimento celular formado, no fundo do tubo, é colocada uma solução que contem diferentes sais para lavar as células (essa é uma solução isotônica em relação ao meio intracelular). 3 - O tubo é novamente centrifugado, o sobrenadante é descartado e as células são recolocadas em solução contendo sais e estão prontas para serem utilizadas. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Nesta aula sobre o transporte através da membrana, são abordados os tópicos da difusão simples, do transporte passivo e ativo: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Veja exemplos nesta abordagem sobre o transporte de substâncias através das membranas: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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