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TCC- Como o aprendizado de artes pode auxiliar alunos com hiperatividade (TDAH)

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COMO O APRENDIZADO DE ARTES 
PODE AUXILIAR ALUNOS COM 
HIPERATIVIDADE TDAH
Centro universitário Claretiano
Aluno: Thaynara Alencar P. e Castro Silva
2021
ARTES VISUAIS- LICENCIATURA
01
Essa pesquisa apresenta um histórico de como a deficiência foi tratada
ao longo da história, e como essa foi inserida no âmbito escolar,
buscando evidenciar como foi a sua evolução. Por fim, tratar do
Transtorno de Déficit de Atenção, esclarecendo do que se trata, seus
sintomas e seus tratamentos. No ambiente escolar, consideraremos a
melhoria da aprendizagem como foco em artes para os indivíduos
portadores de TDAH, buscando ainda a diminuição em alguns sintomas
do transtorno.
Palavras-chave: TDAH. Aprendizagem. Arte. Deficiência. Escola.
RESUMO
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de pesquisa tem como foco de estudos o auxílio que 
o ensino de artes pode trazer para pessoas diagnosticadas 
com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) que se 
trata de um transtorno neurobiológico de causas genéticas, que aparece 
na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua 
vida.
COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
02
O fazer artístico, estimula áreas do cérebro melhorando em doenças
psicológicas, e também causando sintomas de euforia e alegria.
Estudos provaram que a arte visual tem efeitos estabilizadores sobre
as pessoas, alterando positivamente o comportamento e padrões do
pensamento, normalizando a frequência cardíaca, pressão arterial e
até mesmo os níveis de cortisol. Ainda, alguns teóricos enfatizam que
a criação de arte funciona como uma experiência integrativa
individual, desenvolvendo a expressão pessoal, melhorando o foco em
autoconhecimento e aprimorando o processamento de memória.
Concluindo que, a arte tende a ser de grande valia no ambiente
escolar assim como as outras disciplinas e igualmente com um
tratamento eficaz para alguns indivíduos.
O atual trabalho busca identificar um meio da aprendizagem
que possa auxiliar o estudante com TDAH, almejando a
melhoria comportamental desses e de seus sintomas, principalmente
pelo meio artístico, e ainda alcançar o melhor aproveitamento do
aluno, quanto ao seu percurso estudantil.
Assim, vários especialistas sobre a inclusão 
de pessoas portadoras de alguma 
necessidade especial acreditam na 
importância de trabalhar o treino especifico 
da atenção, visando ao estabelecimento do 
controle da resposta mais relevante, para 
que aconteça a aprendizagem mais adiante. 
Sendo assim este, tem como objetivo 
identificar maneiras de auxiliar alunos com 
TDAH pela arte-educação em sala de aula.
COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
03
artístico, a utilização das pinturas, da música ou da dança pode 
melhorar o aprendizado de seus alunos em geral, e principalmente, do 
aluno com déficit de atenção.
Preferiu-se ao destacar os comportamentos indicativos do TDAH que
possam ser identificados por pais e profissionais da educação. Pois, a
detecção destas características pode influenciar no desenvolvimento
emocional, social e educacional do aluno.
Por estarmos em um momento pandêmico, com isolamento social, foi
opcional a investigação de vários artigos científicos, sites
especializados sobre o transtorno de déficit de atenção, entrevistas,
pesquisas acadêmicas, e outros campos, para a realização do presente
trabalho.
Encontrado os devidos esclarecimentos, dentre os artigos e textos
lidos, sobre do que se trata o TDAH, seus sintomas, seus tratamentos,
como lidar com tais em sala de aula, foi feito uma restruturação para a
realização desse trabalho para que todas as questões sejam postas de
maneira esclarecedora e auxiliadora para os leitores e até mesmo para
o futuro oficio de educador.
Para a finalização, no alcance de todos os dados desejados da
pesquisa, aponta-se a importância da arte para o tratamento do déficit
de atenção,
COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
E ainda, mostrar como a arte pode ser 
importante também como um ajudante para 
a melhoria do comportamento de pessoas 
com TDAH.
Ao educador, o projeto busca auxilia-lo para 
novos meios educativos explorando o campo
04
sejam postas de maneira esclarecedora e auxiliadora para os leitores e
até mesmo para o futuro oficio de educador.
Para a finalização, no alcance de todos os dados desejados da pesquisa, 
aponta-se a importância da arte para o tratamento do déficit de 
atenção, como esse pode auxiliar o aluno a melhorar seus sintomas, 
podendo ser utilizado igualmente fora da vida escolar, como arte 
terapia. Alguns dos meios encontrados para a realização do presente 
trabalho foram, o site especializado em TDAH, o jornal brasileiro de 
psiquiatria, sendo o artigo ``Estudo epidemiológico dos sintomas do 
transtorno do déficit de atenção/hiperatividade e transtornos de 
comportamento em escolares da rede pública de Florianópolis usando 
a EDAH``(2005) , ainda foi feito a leitura de artigos acadêmicos sobre o 
tema, como ``TDAH e aprendizagem: um desafio para a educação``, 
de Maria Inete Rocha Maia (2014); ̀ `Inclusão, ensino e aprendizagem 
do aluno com TDAH``, de Maria da Luz Curado Lopes 
(2011), ``Utilização de Objetos de Aprendizagem no Processo de 
Ensino/Aprendizagem de Crianças com TDAH`` , de Zildomar Carlos 
Felix, Elvis Lopes de França, entre outros alunos (2011); e também o 
livro
COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
entrevistas, pesquisas acadêmicas, e outros 
campos, para a realização do presente 
trabalho. Encontrado os devidos 
esclarecimentos, dentre os artigos e textos 
lidos, sobre do que se trata o TDAH, seus 
sintomas, seus tratamentos, como lidar com 
tais em sala de aula, foi feito uma 
restruturação para a realização desse 
trabalho para que todas as questões
05
E por fim livros, igualmente, se tratando sobre hiperatividade, como
Mentes inquietas de Ana Beatriz Barbosa Silva (2009)
``Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, médica psiquiatra, com ampla
experiência clínica no tratamento de portadores do Distúrbio do
Déficit de Atenção, mostramos a trajetória cheia de virtudes e
brilho criativo das pessoas com este funcionamento mental.
Através de um relato envolvente, transparente e esclarecedor,
consegue desmistificar a desatenção, a desorganização e o
atabalhoamento, sintomas típicos de pessoas com DDA, até então
entendidos como problemas de caráter. ``
(RESUMO PREFACIO- LIVRO MENTES INQUIETAS)
Assim como o livro `No mundo da lua`` de Paulo Mattos (2003), que se
trata de crianças, adolescentes, e adultos que tendem a apresentar
grande dificuldade de manter a atenção por muito tempo. Este livro foi
apresentado no formato de perguntas e respostas; por acreditar que
muitos dos seus leitores, seria pessoas com TDAH e saber que muitos
deles não mantêm o foco por muito tempo, esse formato seria um
facilitador da leitura.
COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
``Transtorno de déficit de atenção/ 
hiperatividade: diagnóstico da prática 
pedagógica``, de Rosana Aparecida 
Albuquerque Bonadio, Nerli Nonato Ribeiro 
Mori (2013). Ainda foram utilizados artigos 
de revistas sobre o tema como: Revista, arte 
e inclusão, Revista eletrônica saberes da 
educação (Volume 3 – nº 1 – 2012).
06 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
DESENVOLVIMENTO
O ENTENDIMENTO DA DEFICIÊNCIA AO LONGO DA HISTÓRIA
Segundo a constituição brasileira, LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE
2015.
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual
ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
de condições com as demais pessoas.
Em diversos momentos históricos é possível identificar a negligência com
aspessoas que apresentavam alguma deficiência, essas eram
desvalorizadas pelo restante da sociedade, sendo privadas de uma vida
social. Muitas vezes ocorreu o abandono ou morte daqueles que nasciam
com qualquer deficiência clara, por não corresponderem aos padrões que
eram valorizados.
Em conformidade com Amaral (1995), nos Livros III, V e VII da República, 
Platão (428-348 a.C.) dava as seguintes recomendações:
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.146-2015?OpenDocument
07 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
[...] (a Medicina e jurisprudência) cuidarão 
apenas dos cidadãos bem formados de corpo 
e alma, deixando morrer os que sejam 
corporalmente defeituosos [...] é o melhor 
tanto para esses desgraçados como para a 
cidade em que vivem (PLATÃO, 1972, p. 716 
apud AMARAL, 1995, p. 44).
[...] os (filhos) dos homens inferiores, e qualquer
dos outros que seja disforme, escondê-los-ão
num lugar interditado e oculto como convém (PLATÃO, 1949, p. 229;
1972, p. 746 apud AMARAL, 1995, p. 44).
Na idade média, com uma visão teocêntrica, a deficiência passou a ser
considerada um fenômeno sobrenatural pela sociedade medieval. Com
esse pensamento, os que se enquadravam nessa situação, eram
caracterizados como possuídos por divindades malignas, sendo
maltratados e marginalizados pelos demais. Entre essas pessoas, os
cegos, por exemplo, em contra a esse pensamento, eram considerados
videntes e profetas. Descrito por Amaral (1995) e Amaralian (1996), os
deficientes eram considerados possuídos por demônios, pois pensavam
que por não haver a ``perfeição``, havia o ``mal``, e por esse fato eram
comuns os rituais de flagelação, e da crueldade da inquisição e também
da tortura.
Quando passaram a ter o pensamento que pessoas portadoras de
quaisquer deficiências eram possuidoras de almas -e então eram filhas de
Deus-, a sociedade muitas vezes deixou de negligenciar as mesmas, e
começaram com o acolhimento em instituições de caridade, ajudando-as
para que alcançassem a salvação divina.
08 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Em vista desse, Pessoti (1984) e em outros 
estudos, esclarece que o interesse maior 
dessas pessoas não era na salvação do 
deficiente, no entanto, na salvação daqueles 
que o acolhe. Com o capitalismo e a mudança 
de pensamento teocêntrico para o 
antropocentrista, o pensamento continuou, 
infelizmente, sendo o mesmo sobre as 
pessoas com necessidades especiais,
permanecendo com a segregação nas instituições de acolhimento.
Apenas no apogeu das ciências- marco histórico do renascimento- que as
atenções voltaram para a organicista da deficiência, passando assim, essa
a ser considerada uma doença, entretanto continuaram julgando os
indivíduos como perigosos para a ordem da coletividade.
No Brasil, Dom Pedro II criou o Imperial Instituto Dos Meninos Cegos,
atualmente conhecido como Instituto Benjamin Constant. O imperador
alguns anos depois fundou o Instituto de Surdos Mudos, chamado hoje de
Instituto Nacional de Educação de Surdos, que atendia todos os cidadãos
surdos da região, que muitas vezes eram abandonadas pela família.
A atenção para a importância da participação social das pessoas
deficientes começou no século XX, por volta de 1902 a 1912. Atualmente,
o mais importante documento que trata dos interesses das pessoas com
deficiência é a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
A Convenção trata sobre os direitos das pessoas com deficiência e, em
seu primeiro artigo, traz a definição de pessoa com deficiência, ''aquela
que tem impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas''.
09 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Se tratando da educação, que trataremos 
mais adiante, a Convenção defende um 
sistema inclusivo em todos os níveis, sendo a 
educação inclusiva o conjunto de princípios e 
procedimentos implementados pelos 
sistemas de ensino para adequar a realidade 
das escolas à do aluno que, por sua vez, deve 
representar a diversidade humana. 
Assim, um dos objetivos desse modelo é a participação efetiva das
pessoas com deficiência em uma sociedade livre, o que exige a
construção de escolas capazes de garantir o desenvolvimento integral de
todos os alunos, sem exceção.
É notório que mesmo com os avanços atuais que se referem as questões
sociais, políticas, e legais, os indivíduos portadores de quaisquer
deficiências permanecem sendo vistos como incapazes e improdutivos,
muitas vezes sendo caracterizados como coitados pela maioria.
Na realidade, todos sabemos que a inclusão vai além da disponibilização
de vagas nas escolas regulares, ou da garantia de vagas em concursos, ou
de empregos. É de extrema necessidade a renovação da estrutura social,
no sentido da existência de uma sociedade que atenda aos interesses de
todas as pessoas indiscriminadamente. Pensando dessa maneira, a luta
pela inclusão deve ser de responsabilidade de cada indivíduo e de todos
igualmente. '.
ESCOLA E DEFICIÊNCIA
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Capitulo IV. Art. 27.
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados
sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao
longo
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.146-2015?OpenDocument
10 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
de toda a vida, de forma a alcançar o 
máximo desenvolvimento possível de seus 
talentos e habilidades físicas, sensoriais, 
intelectuais e sociais, segundo suas 
características, interesses e necessidades de 
aprendizagem.
Foi na França que ocorreu as primeiras medidas educacionais para o
público deficiente, sendo em Paris, a criação da primeira instituição
especializada para a educação de surdos-mudos, com a invenção do
método de sinais, destinados a completar o alfabeto manual. A instituição
para os deficientes visuais foi criada em 1784, na mesma localidade.
Nessa época, Valentin Hauy já fazia o uso de letras em alto relevo para
ensinar os cegos. (Instituto Benjamin Constant (2019))
No século 19, diversos profissionais mostram maior interesse pelos
estudos da deficiência mental, pela compreensão de que se tratava de um
estado/ condição do indivíduo, precisando-se de ações especificas no
âmbito social, educacional, psicológica e médica que são capazes de
trazer melhoria no desenvolvimento dessas pessoas. O início do século 20
foi marcado pela origem das turmas especiais nas escolas públicas. Por
volta de 1940, foram registrados os primeiros movimentos por parte do
coletivo civil, em relevância, pais de crianças com paralisia cerebral, e na
década seguinte, pais de crianças com deficiência mental. (MAZZOTTA
2005)
Com o passar do tempo, o acesso à educação para as pessoas com
deficiência foram ampliando-se, à medida que foram aumentando as
oportunidades educacionais para toda população.
11 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
No entanto, a multiplicação das classes e
escolas especiais, como modalidade
alternativa aconteceria após as duas guerras
mundiais.
Em 1961, a lei 4.024/61, a primeira Lei de 
Diretrizes e bases, alavancou-se no sentido 
de conceder o direito à educação a todos, e 
recomendar a integração da educação 
especial ao Sistema Nacional de Educação.
No ano de 1973 o MEC criou o Centro Nacional de Educação Especial
responsável pela gerencia da educação inclusiva do Brasil, que
impulsionou ações educativas voltadas para pessoas com deficiência e
com super dotação, entretanto ainda configuradas por campanhas
assistenciais e iniciativas isoladas do Estado. Em vista disso, as políticas de
acesso universal a educação não era efetiva, mantendoassim apenas a
concepção de políticas especiais para tratar da educação para os alunos
com deficiência.
Pela primeira vez, em 1978, uma emenda da constituição brasileira tratou
do direito da pessoa com deficiente, declarando: ‘‘é assegurado aos
deficientes a melhoria de sua condição social e econômica, especialmente
mediante a educação especial e gratuita’’ Dez anos após, a nova
constituição garante aos portadores de qualquer deficiência,
preferencialmente, na rede regular de ensino.
Ocorreu em 1990, a conferência mundial sobre educação para todos, na
Tailândia, e coube ao país, como signatário da declaração mundial sobre
educação para todos, a responsabilidade de assegurar a universalização
do direito a educação. Decorreu a partir desse compromisso o plano
decenal de educação para todos (encerrado em 1993), que tinha como
meta assegurar, a todos os brasileiros, até o fim de sua vigência,
12 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
conteúdos básicos de aprendizagem que 
atendesse elementos necessários da vida. 
Com a preocupação na formação dos 
profissionais de educação, visando a inclusão 
escolar o Conselho Nacional de Educação, em 
2002, estabeleceu a resolução CNE/CP n 
1/2002 que submete às instituições de 
formação
superior incluir nos cursos de licenciatura, conteúdos que os inteirem
sobre a diversidade e as especificidades de cada aluno. Sendo assim, a
língua brasileira de sinais tornou-se conteúdo presente nos cursos
superiores formadores de educadores, através da lei n 10.436/ 02
regulamentada pelo Decreto n 5.626/05.
Já no ano de 2006, a Secretária Dos Direitos Humanos, o Ministério da
Educação e da Justiça, e juntamente a UNESCO criaram o ``Plano Nacional
da Educação em Direitos Humanos`` que defende os temas relacionados
às deficiências no currículo da educação básica. E, ainda reivindicaram
ações que incentivam o acesso de estudantes com deficiência no ensino
superior
Consequentemente, conforme (BRASIL,2007. p 2), a educação inclusiva é
a confirmação de direitos humanos. Tendo a educação inclusiva como
uma ação política, cultural, social e pedagógica desencadeada dos direitos
de todos os alunos estarem juntos aprendendo e participando, sem
qualquer tipo de discriminação``
O número de matriculas na educação especial vem crescendo a cada ano
em todos os anos escolares do ensino público segundo divulgou o Censo
escolar de 2019. Nesse mesmo ano o MEC registrou o aumento de
5,9% na entrada de pessoas com deficiência, transtornos do
desenvolvimento ou superdotação nas escolas
13 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Em 2018 o índice já era de 33,2% em relação 
a 2014. Com esses registros, podemos dizer 
que a educação cada vez mais vem sendo 
inclusiva, apesar dos esforços de contrario 
que aconteceram no governo. No ano que os 
números de matriculas aumentaram a 
Secretaria de Educação Continuada, 
Alfabetização, Diversidade e
Inclusão, tentou desarticular a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva.
A proposta tinha a ideia de modificar esse instrumento de inclusão nas
escolas públicas para priorizar a inserção de alunos com deficiência em
escolas especiais. Entretanto com a rápida resposta da economia e dos
movimentos e entidades que defende a educação inclusiva, fez com que o
MEC recuasse na sua decisão.
Apesar de terem seus direitos garantidos, sobretudo do direito a
educação em escolas regulares, as pessoas com deficiência encontram,
diversos empecilhos ainda. Aqui podemos citar novamente, a ideia das
pessoas crentes da sua normalidade, que acreditam que esses indivíduos
deveriam frequentar escolas próprias para eles. Essa ideia foi evidenciada
no atual governo de Jair Messias Bolsonaro, onde o mesmo assinou um
decreto no dia primeiro de outubro de 2020, tornando público a Política
Nacional de Educação Especial (PNEE) que incentiva a segregação dos
estudantes portadores de alguma deficiência. Essa situação seria,
portanto, um passo atrás das conquistas do movimento que pauta a
inclusão.
Refletindo sobre esse acontecimento, nota-se a inconstitucionalidade do
decreto, além de ser nítido, e esclarecido em diversas pesquisas que a
interação entre crianças com deficiência com os
14 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
demais auxilia no seu desenvolvimento e na 
sua aprendizagem. Entende-se que a luta 
para que a educação inclusiva aconteça com 
excelência, nunca acabara, tendo o governo 
como principal representante de uma ideia 
de segregação, e impedidor para que a 
educação inclusiva seja plena. É necessário 
que se tenha governantes que apoie o 
o movimento de inclusão, não apenas na educação, mas em toda
sociedade, ainda que desenvolva ambientes acessíveis para esse público,
que realize campanhas para informar a sociedade de maneira correta. Os
representantes do país deveria ser os primeiros a compactuar com a
diversidade social, lutar para que os direitos sejam realizados e não
apenas descrições sem prática.
COMPREENDENDO O TDA/TDAH (TRANSTORNO DO DEFICIT DE
ATENÇÃO COM OU SEM HIPERATIVIDADE)
Historicamente, a primeira definição sobre o Transtorno do Déficit de
atenção foi dada por Bourneville em 1897 que atribuiu à instabilidade ao
lugar como principal sintoma de certos quadros de retardo mental leve,
enquanto disfunção no par inibição-impulsividade e a descreveu como
uma mobilidade psíquica e intelectual extrema que inclui suscetibilidade,
irritabilidade com tendência à destruição, negligência, necessidade de
vigilância contínua, sugestionabilidade e submissão às pessoas.
15 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
No ano de 1923, após a Primeira Guerra, uma 
epidemia de gripe e encefalite devastou a 
Europa e se espanhol pelo resto do 
mundo. Von Economo, um neurologista, 
utilizou na Alemanha o termo hipercinético 
para retratar as sequelas dessa encefalite, 
que se evidenciavam por movimentação 
incessante e desordenada, incapacidade de 
ficar no
ambiente e problemas de concentração, memória, aprendizagem
e consequente dificuldade de adaptação social. Em 1960 foi
apresentada, nos Estados Unidos e Canadá, a síndrome de
crianças hipercinéticas secundária a qualquer encefalite. (Bergès,
2008). Logo em 1925, Wallon publicou L’Enfant turbulent- em
português A criança turbulenta: Estudos sobre retardamentos e
as anomalias do desenvolvimento motor e mental- fazendo
conexão entre o desenvolvimento psicomotor infantil e os
achados no campo da neurofisiologia, procurando diferenciar a
neuropsiquiatria infantil da psiquiatria geral. O livro é elaborado a
partir de 214 depoimentos de crianças que sofrem de psiquismo
profundamente deteriorado ou perturbado, na maior parte dos
casos, por distúrbios mentais. Wallon teve uma ininterrupta
preocupação em apreender a totalidade do ser infantil,
considerando-o como sujeito, como pessoa, a partir de uma
psicologia diferencial (Sinopse).
16 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Para Wallon (como citado em Bergès-Bounes
& Forget, 2010, p. 16), a turbulência estaria 
no campo da normalidade;
``Quem sou eu e quem eu fui para me 
permitir julgar o excesso vital de uma 
criança? Que contas devo eu a uma 
sabedoria culpada que me fez tornar adulto? 
Damos crédito para que a criança use e 
abuse de sua vitalidade: quem somos nós
nós para normalizar assim nossas nostalgias infantis? ``
Nos anos 60, Ajuiaguerra descreveu o quadro de variabilidade como um
continuo entre dois polos, o endógeno e o afetivo, decorrente das
desordens emocionais precoces do desenvolvimento do bebê. O
endógeno seria resultado da incapacidade de parar os movimentos, já o
segundo reacional e dependente do meio; as manifestações corporais
seria uma maneira da criança se expressar, dentre esses inclui a
hiperatividade, que podem desaparecerou se intensificar de acordo com
a relação do ambiente.
Nos trabalhos anglo-saxões, por outro lado, destacaram-se na etiologia
orgânica das instabilidades motoras. Strauss e Lehtinen (Bergès-Bounes &
Forget, 2010), não encontrando lesão cerebral, supuseram uma disfunção
cerebral mínima como o causador pela hiperatividade; tratando de uma
lesão mínima que passaria desapercebida e ainda não seria demonstrável
pelo estado da ciência na época. O percurso histórico do quadro clínico
até a classificação atual remonta, nos anos 40, ao diagnóstico de Lesão
Cerebral Mínima, que na década de 60 foi renomeada como Disfunção
Cerebral Mínima, em relutância da ausência de comprovações empíricas
de correlações neuroanatomias que justificassem os sintomas
apresentados. Ambas as nomenclaturas enquadram o conjunto de
sintomas que compõem hoje o quadro de TDAH.
17 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
No mesmo ano, o governo dos Estados
Unidos, patrocinou um projeto para
a realização de estudos sobre os
desvios de comportamento e
problemas de aprendizagem
para atender aos questionamentos da classe
média sobre o comportamento de seus filhos.
Partindo disso, a Disfunção Cerebral Mínima passou
a ser aceita socialmente com maior facilidade, por passar a diferenciar
essas crianças das que tinham retardo mental ou das que eram
submetidas à privação cultural. Em 1968, o TDAH passou a ser
descrito no DSM II (DSM- Diagnostic and Statistical Manual), não mais
como um sintoma, mas agora como uma síndrome. Tornando- se
assim uma doença que deve ser tratada com a ingestão de um
medicamento. Na década de 80 o DSM III, propôs a separação do
Transtorno do Déficit De Atenção dos distúrbios de aprendizagem.
A última atualização terminológica acontece em 2005, na França 
através da publicação de uma avaliação do Institut Nacional de la
Santé et de la Recherche Médicale (INSERM), que se refere a 
problemas na conduta comportamental da criança ou adolescente. As 
referências passam a ser, no caso da criança, desobediência, crises de 
cólera recorrentes e agressividade e, no caso dos adolescentes, cortes 
no corpo, ferimentos, fraudes e roubos, caracterizando distúrbios de 
conduta.
O INSERM aconselha um programa para a detecção e prevenção nas 
creches e escolas maternais, a partir da trigésima sexta semana de 
idade dos bebês, sugerindo a observação da manifestação no 
comportamento que evidencia o transtorno. Nesses casos é 
disponibilizada terapias que ensinam a criança/ adolescente 
estratégias para resolver os problemas, podendo ser associado, logo
18 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
após, a um tratamento com o uso de
medicamento visando a anulação da ação
agressiva.
O uso social da noção de transtorno,
tal como é proposta pelo DSM-IV e pelo
INSERM, considera-o como “o estado do
que cessa de estar em ordem” e
corresponde atualmente a uma disfunção
específica expressa por um conjunto
de comportamentos pretensamente observáveis, que devem ser
reduzidos, segundo uma leitura apoiada no modelo das neurociências,
por meio de medicamentos e terapia cognitivo-comportamental.
Conforme o DSM-V (2014, p. 59) os sintomas da desatenção são:
• Frequentemente não presta atenção em detalhes ou comete erros
por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou durante outras
atividades (p. ex., negligência ou deixa passar detalhes, o trabalho é
impreciso).
• Apresenta constantemente dificuldade de manter a atenção em
tarefas ou atividades lúdicas (p. ex., dificuldade de manter o foco
durante aulas, conversas ou leituras prolongadas).
•Parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente (p.
ex., parece estar com a cabeça longe, mesmo na ausência de qualquer
distração óbvia).
•Não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos
escolares, tarefas ou deveres no local de trabalho (p. ex., começa as
tarefas, mas rapidamente perde o foco e facilmente perde o rumo).
•Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (p. ex., dificuldade
em gerenciar tarefas sequenciais; dificuldade em manter materiais e
objetos
19 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
• pessoais em ordem; trabalho
desorganizado e desleixado; mau gerenciamento 
do tempo; dificuldade em cumprir prazos).
• Evita, não gosta ou reluta em se
desenvolver em tarefas que exijam esforço
mental prolongado (p. ex., trabalhos escolares 
ou lições de casa; para adolescentes mais velhos e
adultos, preparo de relatórios, preenchimento de
formulários, revisão de trabalhos longos).
• Perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (p. ex., materiais 
escolares, lápis, livros, instrumentos, carteiras, chaves, documentos, 
óculos, celular).
•É facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes mais 
velhos e adultos, pode incluir pensamentos não relacionados).
•É esquecido em relação a atividades cotidianas (p. ex., realizar tarefas, 
obrigações; para adolescentes mais velhos e adultos, retornar ligações, 
pagar contas, manter horários agendados).
•Conforme o DSM-V (2014, p. 60) os sintomas da hiperatividade e
impulsividade são:
•Frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na
cadeira.
•Levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado
(p. ex., sai do seu lugar em sala de aula, no escritório ou em outro local de
trabalho ou em outras situações que exijam que se permaneça em um
mesmo lugar).
•Corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado. (Nota:
Em adolescentes ou adultos, pode se limitar a sensações de inquietude.)
20 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
• Com frequência é incapaz de brincar
ou se envolver em atividades de
lazer calmamente. e. Com frequência
“não para”, agindo como se estivesse 
“com o motor ligado” (p. ex., não
consegue ou se sente desconfortável em
ficar parado por muito tempo, como em
restaurantes, reuniões; outros podem ver o indivíduo
como inquieto ou difícil de acompanhar).
• Frequentemente fala demais.
• Deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha 
sido concluída (p. ex., termina frases dos outros, não 
consegue aguardar a vez de falar).
• Tem dificuldade para esperar a sua vez (p. ex., aguardar em 
uma fila).
• Frequentemente interrompe ou se intromete (p. ex., 
intromete-se nas conversas, jogos ou atividades; pode 
começar a usar as coisas de outras pessoas sem pedir ou 
receber permissão; para adolescentes e adultos, pode 
intrometer-se em ou assumir o controle sobre o que outros 
estão fazendo).
Em conformidade com a ABDA (associação Brasileira Do Déficit 
de Atenção), o Transtorno do Déficit de Atenção com 
Hiperatividade (TDAH) é descrito como um problema 
neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e 
frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. 
21 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Esse se caracteriza por sintomas de
desatenção, inquietude e impulsividade.
Igualmente chamado, às vezes, de DDA
(Distúrbio do Déficit de Atenção). Em
inglês, também é chamado de ADD,
ADHD ou de AD/HD. (É imprescindível que
seu diagnóstico deve ser feito por médicos
especializados)
Para o diagnóstico da apresentação com predomínio
de desatenção, é considerável identificar pelo menos seis, dos noves
sintomas do modulo. No caso do diagnóstico da apresentação
predominante da hiperatividade é igualmente preciso expor seis dos
noves sintomas do modulo. Na apresentação combinada é necessário
apresentar seis sintomas de cada um dos dois módulos.
É importante ainda para o diagnóstico que esses sintomas estejam
presentes desde cedo (antes dos 12 anos), os sintomas que aparecem
tardiamente podem ser expressões de outros problemas como
depressão e ansiedade.
Ainda, os sintomas precisam causar problemas em pelo menos dois
contextoscomo por exemplo, na escola e em casa. Caso o problema
aconteça apenas em um desses, como na escola, é considerável
investigar se existe realmente TDAH ou se a problemas de
relacionamento ou elevadas exigências nesse ambiente.
Além disso, os sintomas devem, com clareza, atrapalhar a vida do 
indivíduo, seja na escola, no trabalho, ou em seus relacionamentos 
com os demais.
Os sintomas, ainda, não devem ser explicados por um outro problema,
como depressão ou ansiedade.
O tratamento do transtorno, pode ser feito com antidepressivos
tricíclicos, atomexina (ainda não disponível no Brasil), anti-
hipertensivos, e metilfenidato, sendo este último o mais
22 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
comercializado, conhecido com o nome de
Ritalina. (Barkley (2008)) O metilfenidato,
é um medicamento estimulante
que ativa o nível de atividade, excitação ou
alerta no sistema nervosa central do
indivíduo. Agindo no cérebro
bloqueando a recaptação de um
neurotransmissor chamado dopamina
durante as transmissões sinápticas. Com mais
dopamina no córtex, os sintomas de impulsividade
e hiperatividade reduzem, permitindo que o indivíduo
controle seu comportamento e, consequentemente, mantenha sua
atenção. Assim sendo, infere-se que os benefícios promovidos pelo
metilfenidato seriam interessantes, especialmente no contexto de sala
de aula, em que se espera que o aluno fique sentado prestando
atenção no professor.
Não obstante, o metilfenidato acarreta efeitos colaterais que vão
desde os mais brandos, como perda do apetite, náuseas, cefaleia,
insônia, tristeza e irritabilidade, até os mais severos, como convulsões,
alucinações, tiques, adversidades no crescimento e, em alguns casos,
pode causar dependência (Goldstein & Goldstein, 1996; IDUM, 2009).
É considerável expor que apesar dos sintomas do Déficit de atenção
serem frequentes e causarem vários problemas na vida do indivíduo,
esses podem ficar um longo período (ou a vida inteira) sem serem
considerados como expressão de um transtorno que não é
diagnosticado ou tratado de maneira correta.
No livro de Paulo Mattos ''No mundo da lua'' ele descreve alguns
problemas que podem ocorrer com pessoas TDAH, segundo pesquisas
cientificas:
23 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Em crianças e adolescentes:
• Maior frequência de acidentes;
• Mais dificuldade de aprendizado no
ambiente escolar;
• Constância de reprovações, expulsões
e abandono escolar;
• Maior ocorrência de consumo excessivo
de álcool e drogas no final da adolescência;
• Maior incidência de depressão e ansiedade;
• Maior incidência de obesidade.
Em adultos:
• Maior incidência de desemprego;
• Maiores casos de divórcio;
• Menos anos de escolaridade completos;
• Maior frequência em acidentes de trânsito;
• Incidência de abuso de álcool e drogas;
• Casos frequentes de depressão e ansiedade;
• Maior incidência de obesidade.
Muitos ainda acreditam que o Transtorno do Déficit de Atenção com
hiperatividade, é uma invenção para vender medicamentos de um
problema que não existe, como descrito no livro de Paulo Mattos. E
nesse mesmo argumento, equivocado, o autor utiliza da resposta da
Associação Médica Americana de 1998, considerada uma das mais
rigorosas e influentes do mundo
``O TDAH é um dos transtornos mais bem estudados na medicina e os 
dados gerais sobre sua validação são muito mais convincentes que a 
maioria dos transtornos mentais e até mesmo que muitas condições 
médicas``
(No mundo da lua- Paulo Mattos; pg 7-226)
24 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Ainda nessa descrença, existem pessoa que
alegam ser o TDAH apenas um ``rótulo`` para
caracterizar crianças com comportamento
diferente dos demais. Há outros ainda
que acreditam que esse Transtorno se trata
de questões sociais, num eco tardio das
ideias de Rousseau que são evidentes em
movimentos de esquerda, principalmente no Brasil
‘‘o homem nasce bom e puro, é a sociedade que o torna
mau’’. Outros ainda não acreditam no diagnóstico pois os sintomas
apresentam-se em vários graus, variando em cada indivíduo.
Os estudiosos Rohde e Benczik (1999), consideravam que a
hiperatividade é um problema de saúde mental que tem três
características básicas: distração, agitação e a impulsividade. Esse
transtorno pode levar a dificuldades emocionais, de relacionamento
familiar e desempenho escolar, as quais prejudicam seu desempenho
e aprendizagem de forma significativa.
O transtorno ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões
diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade
dos casos acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas
de inquietude sejam mais brandos.
Na vida adulta, a existência do Transtorno, foi oficialmente
reconhecida apenas em 1980 pela Associação Psiquiátrica Americana.
Ainda se passou muito tempo até ela ser amplamente divulgada no
meio médico, e atualmente é possível observar que esse diagnóstico é
raramente realizado; persistindo o estereótipo equivocado de TDAH:
um transtorno acometendo meninos hiperativos que exibem mau
desempenho escolar. Diversos médicos desconhecem a existência
desse distúrbio em adultos, e quando são procurados por estes
pacientes, acabam fazendo o diagnóstico como se houvesse outros
problemas, como de personalidade.
25 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Atualmente, conforme esclarece a Associação
Brasileira do Déficit de atenção, acredita-se
que cerca de 60% das crianças com tal
problema, chegaram a sua vida adulta
apresentando algum dos sintomas de
desatenção ou/e hiperatividade-
impulsividade, entretanto em menor número
do que era quando criança.
Esses adultos no seu cotidiano podem mostrar
dificuldade em organizar e planejar suas atividades diárias, por
exemplo, não saber determinar o que é mais importante dentre suas
tarefas, em consequência disso, é comum que esses indivíduos
apresentem stress quando se veem sobrecarregados. Por esses
motivos, as pessoas com TDAH acabam deixando os trabalhos
inacabável, e retornando após longo período ou esquecendo de
realiza-los. Segundo Borella (2002), o TDAH pode ser, geneticamente,
encontrado nos genes que codificam os sistemas que regulam a oferta
de dopamina e serotonina, hormônios encontrados no corpo humano.
Ainda existem os fatores biológicos, que não são genéticos, dentre os
quais se destacam o uso de álcool, drogas e determinados
medicamentos durante a gestação, por parte da mãe, nascimentos
prematuros, hemorragias intracranianas e falta de oxigênio durante o
parto. E, ainda, os fatores ambientais que interferem no
desenvolvimento psicológico e emocional, bem como conflitos
familiares, transtorno mental nos pais, baixa condição
socioeconômica, criminalidade por parte dos pais, entre outros.
Silva (2003) afirma que o distúrbio do déficit de atenção (DDA) deriva
de um funcionamento alterado no sistema neurológico cerebral, sendo
as substâncias químicas produzidas pelo cérebro, chamadas
neurotransmissores, apresentadas alteradas quantitativa e/ou
qualitativamente no interior dos sistemas cerebrais que são
responsáveis pelas funções da atenção,
26 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
impulsividade e atividade física e mental no
comportamento humano. O autor, ainda,
assegura que as crianças parecem agitadas,
movendo-se sem parar na sala de aula,
em casa ou qualquer outro lugar. Às vezes,
necessitam mover vários objetos ao
mesmo tempo, derrubando muitos deles e,
por isso podem receber nomes pejorativos como
“bicho-carpinteiro”, “desengonçado”, “pestinha”,
“diabinho”, “desajeitado”, entre outros.
Para a autora do livro Mentes Inquietas, Ana Beatriz Barbosa silva, p.9
``o TDAH trata-se de um funcionamento mental acelerado, inquieto, 
que produz incessantemente ideias que, por vezes, se apresentam de 
forma brilhante ou se amontoamde maneira atrapalhada, quando 
não encontram um
direcionamento correto. Posso imaginar a grande multidão de 
anônimos que, neste momento, encontram-se deslocados em suas 
vidas, mergulhados em rotinas desgastantes, considerados 
inadequados ou incompetentes e que, na verdade, carregam em suas 
mentes tesouros para a humanidade. ``
É importante salientar que essas crianças também são,
frequentemente, capazes de controlar os sintomas com esforço
voluntário ou em atividades de grande interesse.
Por ser um transtorno que apresenta os sintomas mais notáveis na
infância, é na escola também que esses sintomas são mais perceptíveis
quando comparadas com outras crianças. O TDAH representa, junto
com a dislexia, a principal causa de fracasso escolar, sendo que a
dificuldade de aprendizagem está presente em 20% das crianças com
este transtorno.
Se torna essencial, também, que os pais de crianças com o Transtorno
do déficit de atenção e hiperatividade, esclareça para esse sobre o
seu
27 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
‘Uma vez diagnosticado o TDAH, esse aluno
deve ser considerado como uma criança com necessidades 
educacionais especiais, pois para que tenha garantidas as mesmas 
oportunidades de aprender que os demais colegas de sala de aula, 
serão necessárias algumas adaptações visando diminuir a ocorrência 
dos comportamentos indesejáveis que possam prejudicar seu 
progresso pedagógico [...]’’ (REIS, 2011 p.8).
Cabe orientar, novamente, que o real diagnóstico para saber se a
criança possui TDAH é necessário a comprovação de um profissional
especializado, porém muitos indícios necessitam a manifestação para
que possa suspeitar do problema. Os indícios mais frequentes, e
possíveis de detectar, apresentam-se desde os primeiros meses de
vida, etapa em que o bebê se mostra insaciável, irritado, tem cólicas
acentuadas e apresenta dificuldade de alimentação e sono. É
imprescindível que o profissional especializado esteja baseado em
informações seguras.
O problema deve ser observado por meio de entrevistas e
observações familiares e escolares. Também se faz necessário o
conhecimento sobre a idade em que se iniciaram as manifestações, o
funcionamento familiar durante a gravidez, período pré-natal, parto,
28 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
desenvolvimento psicomotor e histórico de
saúde mental da criança, bem como
antecedentes familiares, pois a perda de
autocontrole pode ter origem genética.
Se tratando do ambiente escolar em uma
pesquisa realizada por Luzita Maria e Ana
Luiza (2011), encontrada na Revista educação,
arte e inclusão, é questionado a seis professores
do conhecimento deles sobre TDAH, entre esses, a
maioria diz saber apenas superficialmente sobre, e ainda não
souberam responder sobre a dificuldade de ensinar para esses alunos,
ficando claro assim que, os educadores não apresentam preparo para
fazer um trabalho adequado, visando o desenvolvimento e o avanço
do aluno. Ainda afirmaram não terem orientação profissional para
saberem como trabalhar e quais procedimentos usarem com esses
estudantes. Daí se faz necessário que o educador tenha o conteúdo e
o conhecimento maior sobre o assunto com capacitação e perfil
profissional. O educador deveria ter na sua formação, em sua grade
curricular, uma disciplina que o ensinasse a lidar com deficiências, bem
como transtornos e dificuldades de aprendizagem, características tão
comuns em sala de aula, para saber como lidar com esses estudantes e
com os demais. Ainda é preciso que seu conhecimento sobre esse
assunto permaneça atualizado, pensando que os estudos científicos
sempre estão sendo remodelados.
As escolas devem, da mesma maneira, estarem dispostas a promover a
formação continuada e desenvolver reuniões em que seus
profissionais discutam e compartilhem suas experiências, fazendo a
contribuição para a didática do educador de maneira significativa e
incentivando-o e dando suporte para seu trajeto como professor. A
instituição necessita estar em contato com os pais dos alunos
29 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
TDAH para que o esforço e as conquistas
sejam mutuas, tendo em mente que os
processos de evolução das crianças com tal
distúrbio devem continuar fora do ambiente
escolar.
O psicólogo Ronaldo Ferreira Ramos
(RAMOS, 2009. In ABDA - 2012, p.1), diretor
executivo da Associação Brasileira de Déficit
de Atenção (ABDA), ressalta que o professor é
um dos primeiros a identificar o comportamento
diferenciado da criança e orienta que a primeira coisa a ser feita
nesses casos é chamar os pais para conversar e sugerir que busquem
ajuda de um especialista. [...] assim que a criança for diagnosticada,
deve ter início um acompanhamento multidisciplinar que, na opinião
dele, pode contar com um terapeuta, um psiquiatra infantil ou outro
médico conforme a necessidade. Crianças com TDAH ainda sofrem um
alto índice de rejeição de seus colegas, em consequências dos
prejuízos nas habilidades sociais. Uma vez que os colegas percebem
que ela ‘‘perturba’’ as atividades em grupo, seja nos trabalhos de
equipe, nos esportes, ela deixa de ser convidada, quando não deixada
propositadamente de lado nessas ocasiões. A rejeição social é um
fator que nos permite predizer a ocorrência da delinquência,
abandono dos estudos, e má adaptação na vida adulta. A informação e
a conscientização do paciente e dos familiares são o primeiro passo no
tratamento e muitas vezes o mais importante de todas.
Instruir-se sobre o estudante não beneficia, apenas, o aluno com
TDAH, porém também o professor e os demais colegas, pois
proporciona maior dedicação e disponibilidade do professor, o que
reflete em atividades mais elaboradas e concretas. Todos são
beneficiados, e o estudante com TDAH consegue adquirir um
aprendizado significativo e estabelecer relações com seus colegas.
30 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Esses alunos apresentam o seu próprio tempo de
aprendizagem e em sua maioria eles
necessitam de mais tempo para
internalizar o que foi ensinado. Pensando
nisso, o educador deve sempre intervir para
que esse estudando não se sinta inferior em
relação aos outros, nem tão pouco que
os outros alunos o caracterizem como uma pessoa
lenta ou exótica.
Devido a inquietação desses alunos com o Transtorno, o professor
pode desenvolver atividades extraclasses, e procurar o auxílio desse
aluno para que o faça se sentir útil e canalize a agitação e inquietude
de forma proveitosa.
Dicas para o professor:
• O professor pode estabelecer uma rotina constante, com regras e
limites estabelecidos. Evitando mudar de horário, trocar regras de
jogo no que diz respeito às avaliações (uma hora vale uma coisa,
outra hora vale outra).
• Desde o primeiro dia o professor deverá deixar claro, alguns
professores utilizam um mural.
• É importante o professor apresentar de forma clara, apresentar
aquilo que está sendo dito também sob forma visual (slide, quadro
negro).
• A criança e o adolescente com TDAH necessitam um pouco mais de
estimulação para dar certo, mas nada de muito exagerado, as rotinas
são necessárias (evitem improvisos).
• É importante conversar com a criança sobre suas dificuldades,
envolvê-la nas discussões faz com que as mudanças se tornem um
projeto conjunto.
• O professor deverá tentar modificar o comportamento do aluno
gradualmente, poderá reservadamente listar os comportamentos
inadequados, o professor
31 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
• deverá escolher principalmente aqueles
que sejam mais prejudiciais para o
desempenho acadêmico ao
apresentar melhora nesses
comportamentos ele poderá estabelecer
novas metas, (deverá acontecer devagar).
• Ele tem que saber equilibrar
exigência de cumprimento e obedecer as
regras e flexibilização de comportamento. Quando
houverinfração a regras, é importante estar atento à
existência de fatores atenuantes. (diminui a gravidade de uma falta
isso deve ser bem explicitados ao aluno).
• Tentar descobrir a melhor forma de utilização do material.
• Trabalhar com grupos pequeno, com esse trabalho grande parte
das crianças e adolescentes com TDAH consegue melhores
resultados acadêmicos.
• Avaliação frequente sobre o impacto do comportamento do aluno
sobre ele mesmo e sobre os outros ajuda bastante.
• Despertar no aluno com TDAH o gosto pela leitura, através de
assuntos e temas de seu interesse.
• Olhe sempre nos olhos, você poderá trazer o aluno de volta, um
olhar pode tirar o aluno do seu devaneio.
• Explique e dê o tratamento normal a fim de evitar um estigma. -
Exercícios físicos, ginástica ajuda a liberar o excesso de energia.
• O professor deverá preparar o aluno com TDAH a novas situações.
Ela é muito sensível em relação às suas deficiências e facilmente se
assusta ou se desencoraja.
• Para melhor assimilação o professor poderá dividir as atividades
em unidades menores.
• Nunca provocar constrangimento ou menos desprezar o aluno.
32 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Este é o momento de olhar para esses alunos
hiperativos não como um agravador do
trabalho, todavia como o de mente fértil e
acelerada, apto de utilizar suas habilidades
para a construção de um ambiente melhor.
A ABDA (Associacão Brasileira do Deficit
de Atenção) evidencia algumas ideias que podem
ser utilizadas com o aluno TDAH citado abaixo:
• Não deixar flutuações de humor ou cansaço
• interferirem no trabalho de inclusão e agir da mesma forma
mesmo quando as situações se modificarem. Na implementação
das estratégias de sala de aula o papel do professor é de extrema
importância, é quase imensurável a diferença que um professor
informado e motivado corretamente pode fazer para seus alunos.
• Todos os recursos abaixo podem e devem ser usados para os
alunos com TDAH. Construí-los de uma forma divertida e em grupo
com os alunos ajuda ainda mais a engajá-los na importância de tais
ferramentas.
• Utilizar lembretes em agendas e/ou cadernos; listas de
tarefas; anotações em provas e trabalhos; quadro de Avisos e
cronogramas, servindo como ferramentas organizadoras de
horários e datas importantes;
A UTILIZAÇÃO DA ARTE COMO FACILITADORA DE
APRENDIZAGEM DE PESSOAS TDAH
Se tratando da arte, esta constitui-se na necessidade do homem
em se comunicar, expressar através da música, danças,
representações, rituais. A Arte então se torna o reflexo de uma
sociedade.
33 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Quando utilizada como aprendizagem com
os alunos, nota-se que esses se sentem mais
livres para a realização da atividade, sem
sentirem uma pressão, ainda é perceptível
que o fazer artístico é um excelente
instrumento para minimizar os sintomas da
hiperatividade e que pode e deve ser utilizado
por professores, como possibilidade de alterar
comportamentos e contribuir para buscar a qualidade
de vida das crianças que possuem Transtorno do déficit de Atenção e
Hiperatividade. As atividades artísticas não devem ser minimizadas
apenas em sala de aula; os pais devem também explorar esse meio em
casa, pois esse pode auxiliar a criança a se reorganizar seus conflitos
internos.
A atividade com liberdade de criação ajuda a criança extravasar a sua
agitação naquele exercício, essas atividades colocam toda atenção da
criança nela, ajudando no sintoma de hiperatividade.
Estimular uma criança a experiências opostas ao comportamento que
até então parece defini-la é uma forma de ampliar suas competências
e suas relações.
Para que uma criança dada como hiperativa tenha a experiência da
calma, o exercício proposto, deve se assemelhar com os atrativos que
já são conhecidos da criança como: aceleração, velocidade,
impulsividade, que por identificação ela tende a se interessar. Por
seguinte, essa mesma atividade, deve levá-la a conquistas que só
possam ser realizadas com o exercício da calma, da atenção, da
desaceleração, do controle.
Essa atividade não significa dizer que todas as propostas de arte
tenham que iniciar aceleradas e terminar calmas.
34 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
São também especialmente válidos os
exercícios ou técnicas que tenham a
alternância (aceleração, calma,
aceleração...), porque a qualidade de
qualquer atividade artística é ampliada
quando é capaz de circular entre contrários.
A música pode ser uma atividade a ser
utilizada com os alunos hiperativos também.
Essa está presente no nosso cotidiano praticamente
em todas as culturas e são passadas de geração a geração. Ela existe
desde que existe a memória. Através das canções o aluno pode ativar
e dar forma aos seus pensamentos, sentimentos e emoções,
despertando uma maior consciência de si mesmo. Millecco (2001)
afirma que quando cantamos dizemos algo de nós mesmos. A canção
é portadora de mensagem, e adquire um significado singular para cada
paciente. A música ainda pode trazer benefícios na saúde das pessoas
em diferentes níveis: pessoal, emocional, social, trabalho, etc. Ela
produz sensações de felicidade, relaxamento, motivação e pode até
mesmo servir como tratamento e apoio para a cura de algumas
doenças, especialmente no campo psicológico. Quando se aplica a
música em crianças diagnosticadas com TDAH deve-se tomar certos
cuidados. Pode-se ter a ideia, que uma forma de apaziguar o
transtorno pode ser simples como colocar uma música lenta, o que
produzirá uma sensação de tranquilidade e relaxamento.
Se fizermos isso, é provável que não só não tenha efeito, mas pode
trazer mais transtorno sobre a criança, devido à sua necessidade
natural de movimento. Porém pelo contrário, estudos mostram que
por meio de músicas agitadas, ou seja, ritmadas e rápidas, pode-se
obter bons resultados no que diz respeito ao controlo da
hipercinesia.Aquelas músicas que são estimulantes e agitadas serão
aquelas que poderão ajudar as crianças com TDAH a resolverem a
condição de mobilidade constante.
35 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
A dança também pode ser uma opção de
atividade a ser desenvolvida com alunos
hiperativos.
Como atividade física, a dança pode trazer
muitos benefícios para as pessoas com
deficiência, melhorando as capacidades
físicas e psicológicas, contribuindo para o
resgate da autoestima e autoimagem, promovendo
ainda a melhora do relacionamento da pessoa consigo
mesmo, e com os outros. Essa é uma atividade motora que pode
proporcionar ricas experiências e auxiliar no desenvolvimento
humano. Assim, o processo de ensino e aprendizagem na dança deve
levar em consideração as diferenças existentes entre as pessoas.
Tendo, portanto, a dança como uma atividade proposta, o professor
deve buscar estilos que possibilidade a maior liberdade de criação do
aluno, com menor exigência com a forma correta de execução.
No teatro também é possível identificar resultados no
desenvolvimento do aluno, aqui citamos o teatro do oprimido, que se
trata de uma série de jogos e técnicas teatrais que podem contribuir
para a manutenção, e equilíbrio de relações interpessoais, estimular a
criatividade e dar vasão a espontaneidade, para mais, é eficiente como
ferramenta de transformação do comportamento humano e mudanças
na práxis social. Aplicável a todo e qualquer indivíduo, o Teatro do
Oprimido, empregado como método pedagógico para pessoas com
TDAH auxilia no desenvolvimento de habilidades para o aprendizado e
fixação de conteúdos didáticos.
De acordo com Boal (1996, p. 29) “o Teatro do Oprimido desenvolve-
se em três vertentes principais: educativa, social e terapêutica”, que
podem ser identificadas nas técnicas que compõem o Teatro do
Oprimido, por exemplo, teatro jornal; teatro imagem; teatro invisível;
teatro fórum e o teatro legislativo.
36COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Os exercícios do Teatro do Oprimido buscam
atingir todos os campos das nossas vidas,
dessa maneira, quando nos dispomos
participar de atividades pensadas a
partir do método de Boal, exercitamos por
inteiro, indo da memória a musculatura, do
sensorial a imaginação e a emoção.
O importante de trabalhar as três principais
características do TDAH (desatenção, hiperatividade e
impulsividade) será no momento de transformar as informações
obtidas em cenas teatrais. Por ser uma atividade em que a criatividade
é o principal, a desatenção será compensada pelo interesse em
participar ativamente da atividade. E como no teatro cada, ator deve
aproveitar ao máximo suas exclusivas características, a hiperatividade
deve ser pensada não como empecilho à prática teatral, no entanto
como um elemento a ser considerado e utilizado no momento de
criação dos personagens. Dessa forma, papéis que exigem mais
animação e movimentos acentuados podem ser executados com
perfeição por pessoas com TDAH.
Citamos aqui outras atividades que podem ser desenvolvidas para esse
público:
Os alunos podem colorir uma superfície branca de várias cores com giz
de cera, e após pinta-la completamente de preto com guache ou
nanquim. Posteriormente, a criança pode fazer um desenho, utilizando
um palito sobre essa superfície. Essa é uma boa atividade que tem
início na “desordem” do rabiscar sem direção definida, com força e
velocidades que podem variar e que se desenvolve em direção a uma
ação mais ordenada e cuidadosa onde através da coordenação
motora, formas vão sendo criadas e desenvolvidas.
37 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Além disso, ela tem início na ação livre de
colorir, em múltiplas direções. E em seguida é
minimizada pelo próprio aluno, quando
cobre com tinta preta a agitação promovida
com lápis cera. No final as linhas criadas
sobre o preto com uma ponta seca, fazem
surgir de maneira mais organizada e valorizada
as cores de lápis cera que haviam sido cobertas pelo
preto. Da mesma maneira, o professor pode explorar o
meio da dança com seus alunos, ou ainda do teatro.
Todas essas atividades podem auxiliar o comportamento do aluno com
TDAH, principalmente a sua inquietação trazendo a concentração para
a realização do exercício.
Lembra-se que essas atividades devem ser praticadas em casa, com os
pais também, e que essa melhora comportamental não dispensa
quaisquer tratamentos com especialistas sobre o transtorno de déficit
de atenção e hiperatividade.
Outras considerações que podem ser levadas em conta sobre pessoas
com TDAH é que, pessoas que apresentam grande inteligência
também podem apresentar o distúrbio e igualmente outros problemas
como, depressão, dislexia, fobias e etc. E da mesma forma podem
apresentar sucesso em determinadas áreas pois sua inteligência e seu
perfil de personalidade minimizam o impacto do transtorno, como
citado no livro ``no mundo da lua`` por Paulo Mattos.
Á vista disso, lembramos que cada caso é individual, e que nem todas
as pessoas que apresentam DDA, terão os mesmos sintomas na
mesma intensidade, ou que terão o mesmo tratamento. É importante
também que o professor considere que nem todas as atividades
propostas terá um resultado satisfatório, assim ele deve sempre
observar qual atividade melhor se encaixa com seu aluno TDAH.
38 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Ao fim do presente trabalho podemos 
visualizar que o processo de inclusão das 
pessoas com deficiência, percorreu (e ainda 
percorre) um caminho estreito, já com todas 
as limitações, encontrou-se com a desinformação, 
exclusão, irresponsabilidade e com a visão ignorante 
justificada pela fé. Todas essas criaram a história de 
negligência acerca da deficiência, provocando a demora para que 
todas fossem tratadas com a devida importância e que tivessem o seu 
tratamento adequado. Ainda, é possível encontrar muitos problemas 
relacionados a inclusão dessas pessoas, porém em momentos atuais é 
possível encontrar associações especializadas em cada deficiência, 
assim como organizações que podem tratar dessas pessoas com os 
devidos cuidados, essas pessoas agora tem seus ofícios garantidos por 
lei, e ainda, como é o foco desse trabalho, as inclusões das mesmas 
nas escolas, com os demais.
Tratando sobre o TDAH, que é o principal ponto da pesquisa, podemos 
evidenciar que ainda a muita desinformação sobre muitos acreditam 
que não se trata de uma doença, mas sim de um comportamento 
infantil e desregrado que apenas precisa de limites. 
No ambiente escolar, os professores, colocam os alunos TDAH como 
bagunceiros, e maus criados, causando assim um conflito entre a 
escola e os pais e provocando muitas vezes a evasão escolar desses 
alunos. Ainda, percebe-se que a escola não está preparada para 
receber tais alunos, e não apresenta a possibilidade de uma atenção 
individual para esses, ou outros que necessitem. 
39 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Fica claro aqui que um dos grandes problemas 
se trata da desinformação dos indivíduos, 
assim como em todos os assuntos sociais e o
interesse em reverter esse empecilho.
Deve-se então, por parte dos professores, 
buscarem sempre estarem em alinhamento 
com os novos conhecimentos, sobre as 
deficiências que ele pode ter que lidar no seu dia a 
dia, e principalmente sobre aquelas que são mais 
silenciosas. Quando o educador apresenta tal conhecimento o seu 
trabalho simplifica-se e ainda ele pode ser um auxiliador na 
identificação de problemas nos alunos que muitas vezes não são vistas 
pelos pais.
Silva (2003, p. 25, 26) afirma que:
``Se o comportamento dos DDAs não for compreendido e bem 
administrado por eles próprios e pelas pessoas que com eles 
convivem, frequentemente, consequências no agir poderão se 
manifestar sob diferentes formas de impulsividade, tais como: 
agressividade, descontrole, uso de drogas, jogos, tagarelice 
incontrolável ...
[...] É na busca dessa vida dentro da vida que está o impulso 
mais forte de todo DDA. Para eles tudo é MUITO.
Muita dor, muita alegria, muito prazer, muita fé, muito desespero. `
Sobre a escola, esperasse que essa, esteja disposta a incluir todos os 
públicos no seu ambiente, e que além disso, que ela apresente auxílio 
aos seus alunos e seus profissionais, pois como vimos, muitas escolas 
não dão suporte para seus profissionais, muito ao menos aos seus 
estudantes, transformando o seu ambiente em um lugar 
completamente despreparado para seus alunos especiais por exemplo. 
Com a palavra, do Art. 27, do Estatuto da Pessoa com Deficiência: 
`
40 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
“É dever do Estado, da família, da comunidade 
escolar e da sociedade assegurar educação de 
qualidade à pessoa com deficiência, 
colocando-a a salvo de toda forma de 
violência, negligência e discriminação”.
O papel do professor é indispensável para a 
evolução do estudante com TDAH; porém, se a escola 
não o apoia ou não lhe dá subsídios pelos quais possa ser 
cumprido o objetivo, o esforço e trabalho até então alcançados 
regridem ou paralisam, não chegando a um progresso desejado.
Destacamos ainda que, é preciso ter um conhecimento correto do 
distúrbio e suas complicações; ser coerentes, previsíveis em suas 
ações e mostrar apoio as crianças em suas interações diárias, pois este 
não é apenas um problema que pode ser curado. O distúrbio afetará a 
criança durante toda sua vida; manter-se numa posição de 
intermediação entre a escola e outros grupos; dar instruções positivas; 
cuidar para que seus pedidos sejam feitos de maneira positiva ao invés 
de negativa; recompensar amplamente o comportamento adequado; 
crianças com TDAH exigem respostas imediatas, frequentes, previsíveis 
coerentementeaplicadas ao seu comportamento; planejar 
adequadamente.; aprender a reagir aos limites de seu filho de maneira 
positiva e ativa. As regras devem ser claras e concisas. Atividades ou 
situações nas quais já ocorreram problemas. Devem ser evitadas 
atitudes de punir com violência. Porém compreendendo que a punição 
adequada só trará uma modificação de comportamento para a criança 
com TDAH, se acompanhada de uma estratégia de controle. 
`
41 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Dialogando sobre o aprendizado de artes para a 
melhoria dos sintomas do Transtorno do 
Déficit de Atenção, seja pintura, desenho ou 
qualquer outra forma de produzir e criar em 
artes visuais é uma excelente habilidade, 
tanto como uma ferramenta mediadora que 
pode ser utilizada para auxiliar a minimizar os 
sintomas da hiperatividade, como forma de 
humanização e cidadania de todos. Estimular a 
criatividade favorece a autonomia e estimula a construção da 
autoestima e facilita a integração social da criança, fazendo com que 
aprenda a lidar melhor com conflitos cotidianos, e possibilita o 
desenvolvimento do pensamento divergente. Pode-se perceber que a 
Arte evita a agressividade, a impulsividade que são características 
marcantes nas crianças com TDAH e consequentemente, melhora a 
auto estima que geralmente é baixa, provocando novas posturas e 
atitudes individuais e sociais, minimizando transtornos dos mais 
variados, e destacando em especial a hiperatividade.
Por fim, entende-se que quando a família e a escola trabalham em 
conjunto para superar os distúrbios causados pelo TDAH o tratamento 
aplicado se torna eficaz, e os seus resultados serão satisfatórios nas 
relações sociais do individuo.
`
42 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
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hiperatividade. REVISTA ELETRONICA SABERES DA EDUCAÇÃO, São 
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43 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
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POETA, L; NETO, F. Estudo epidemiológico dos sintomas do 
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de comportamento em escolares da rede pública de 
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44 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
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diagnóstico e prática pedagógica. Online. 
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MICHELETTO, F. Ensino de artes para alunos com deficiência: 
relato dos professores. Faculdade De Filosofia e Ciências, 
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https://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-
Graduacao/Educacao/Dissertacoes/micheletto_fsm_me_mar.p
df. Acesso em 04/2021 
CALIMAN, Luciana. Notas sobre a história oficial do transtorno 
do déficit de atenção/hiperatividade TDAH. Psicologia: ciência 
e profissão Universidade Federal do Espírito Santo, 2009. 
Disponível 
em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S1414-98932010000100005 . Acesso: 04/2021. 
http://books.scielo.org/id/963vf
https://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-Graduacao/Educacao/Dissertacoes/micheletto_fsm_me_mar.pdf
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932010000100005
45 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Anexo I:
DEPOIMENTOS ACERCA DA VIVÊNCIA COM O TRANSTORNO 
DE DÉFICIT DE ATENÇÃO
Apresentaremos a seguir, alguns depoimentos de pessoas que tem em 
seu cotidiano, pessoas com TDAH, ou que são portadoras desse 
transtorno.
Os expostos tem o objetivo de evidenciar, com clareza, além de dados 
científicos, como é a vida das pessoas com o transtorno de Déficit de 
atenção, e das pessoas a sua volta.
Selecionamentos cinco depoimentos, encontrados no site da 
Associação Brasileira do Déficit de atenção.
DEPOIMENTO 1 ''Olá, sou mãe de um adolescente Tdah, muito cedo 
percebi que algo não era comum no comportamento de meu filho, até 
então um bebê, sempre fora do meu controle, corria e pulava em 
lugares e horas inadequadas, sem conseguir ''brecar'' este 
comportamento, optei por desistir, não o levava quase nunca a lugar 
algum. Quando nos reuníamos em família, sempre acontecia algo e ele 
era responsabilizado, foi taxado como louco, mal educado, ninguém 
nos queria por perto, meu coração vivia despedaçado. Com a escola os 
problemas evoluíram, era chamada com frequência por conta do 
comportamento agitado, passamos para a medicação, meu coração 
doía por mais um motivo, nosso relacionamento ficou muito difícil, o 
pai dele faleceu, vivemos por um tempo da caridade da família, que 
impunha algumas regras, cuja leitura feita por eles, eu não seria uma 
boa mãe, tinha que ser severa.
46 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Ele só tinha a mim, para educa-lo. 
Chegamos ao 1º ano do ensino médio a 
duras penas, à custa de muito 
sofrimento e discussões com a escola e 
professores, eles diziam conhecer o 
assunto, massó faziam me culpar, exigiam 
de mim o que ela, a escola não conseguia fazer, 
ensina-lo a se organizar, responder as provas, ler os 
livros, e meu filho ali, usando medicação, alheio a tudo, mas 
não os incomodava, pra eles o que importa? Repetiu a 1ª vez, 
aceitei, pensei que talvez fosse bom, talvez ele viria a perceber 
que eu não poderia dar um jeito sempre e, teria que se 
dedicar aos estudos. ele não cópia, não guarda o material, é 
como se apenas fosse até a escola, quando um assunto lhe 
interessa, surpreende, mas na maioria das vezes, fica voando, 
alheio a classe, neste ano acabou desistindo e repetiu mais 
uma vez'' (Relato de 2013) .
DEPOIMENTO 2 '
'Tenho um filho de 14 anos que desde pequeno, ainda 
bebezinho, eu percebia que ele era diferente dos demais, ele 
se jogava do berço aos 4 meses, ele não dormia durante o dia 
e sempre foi muito agitado. Na idade de ir pra escolinha ele 
chegou o primeiro dia como se já conhecesse tudo e logo deu 
jeito de começar a aprontar as dele, extremamente inteligente 
47 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
a escolinha só não o expulsou por ser 
particular, mas as reclamações eram 
diárias, ''ele não faz atividade na sala'', '
'ele não sabe conviver em grupo'', ''ele 
bate no coleguinha'', ''ele é estúpido sem 
educação” e por aí vai a mesma historinha. 
A mãe de um aluno me esperou na porta da 
escolinha pra me agredir, pois não aguentava mais as 
queixas do filho dela sobre meu filho claro que a escolinha 
intercedeu, eu nem sabia disso. Aos cinco anos ele se formou 
e nem o próprio nome ele sabia escrever, foi para primeira 
série do ensino fundamental ainda aos 5 anos com apenas 4 
meses de escola me deram a opção, ''ou você o tira da escola 
ou vamos expulsá-lo'', nossa como chorei nesse dia! Eu 
castigava, levava no psicólogo e o profissional dizia sempre o 
mesmo ''com problemas está é quem educa ele na escola, ele 
é completamente normal só precisa de disciplina”. Sendo 
assim, o psicólogo suspendeu o tratamento. Numa nova escola 
começou novo martírio, meu Deus eles faltaram me 
enlouquecer, lá na escola meu filho era tratado como um 
monstro malvado, como esse sistema de aprovação 
automática que agora não reprova ninguém meu filho nunca 
tomou bomba, porém, sempre conversando a aula inteira, 
parecia ''ligado no 220'' sempre, já rapazinho percebia que ele 
sempre chegava em casa com a camisa de escola suja, ele 
corria tempo todo, totalmente perdido meu amado filho.
48 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
Foi quando desesperada contei a uma 
amiga fono que me deu a dica” não seria 
ele um TDAH?'' Nome esse que eu 
nunca nem havia ouvido falar, foi então 
que ela fez o teste e constou que o 
resultado era de tdah grave, entrei de sola 
no assunto e fui lendo relatos de portadores, 
fui aprofundando no assunto até que marquei um 
neuro pois tenho certeza que ele é portador, e de quebra 
nesse estudo descobri que sou também.… meu filho é um 
amor de pessoa, tadinho criou esse personagem sei lá pra 
incrementar a vida vai saber, somos geniosos, a cabeça parece 
que recebe mil informações ao mesmo tempo, criatividade é o 
que não nos falta, bom vou ficando por aqui e quero voltar 
mais vezes com meus relatos, pois é tanta coisa pra contar que 
se eu for escrever tudo não vai caber.'' (Relato de 2012)
DEPOIMENTO 3
Eu sou um garoto de 16 anos e tenho TDAH. Minha mãe é 
psicóloga, então desde cedo sempre fiz terapia para tentar 
tratar a minha condição. Mas mesmo assim, durante a minha 
infância, quando entrei na escola e ainda não podia tomar 
doses maiores da medicação, eu fugia da sala de aula e não 
conseguia parar quieto para fazer as lições que a professora 
passava. Apesar de ter sido o primeiro da minha turma a 
aprender a ler e a escrever, minhas professoras falavam que eu 
não teria muito futuro. Hoje, com a ajuda da minha família,
49 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
da minha psicóloga, e das aulas de Teatro,
Judô e Desenho, sou o primeiro aluno 
da minha turma e pretendo entrar no 
curso de Medicina (ou Arquitetura, não 
sei ainda) da UFRJ. Isso para mostrar que, 
mesmo com TDAH, qualquer um pode ter 
sucesso na vida, contanto que tenha apoio 
da família, apoio médico, e que saiba desenvolver 
seu cérebro bem. (Relato de 2012)
DEPOIMENTO 4
Meu nome é Andréa, tenho 41 anos, sou fonoaudióloga. Fui 
diagnosticada há cerca de dois, apesar de desconfiar do 
transtorno há algum tempo. Sempre fui desatenta e 
hiperativa, por sorte sempre gostei de estudar e nunca 
apresentei dificuldades no aprendizado. Mas nos 
relacionamentos interpessoais o TDAH sempre me prejudicou. 
Sou impaciente, intolerante, às vezes, irritada com a \” 
lerdeza\” das pessoas que não me acompanham. Desde 
adolescente, recordo-me de ser ansiosa, perdia o sono com 
alguma frequência de tanto pensar em mil coisas ao mesmo 
tempo. Passei por profissionais da área(psiquiatra) antes do 
diagnóstico e fui medicada com anti depressivo, mas me 
sentia sonolenta e meu pensamento não fluía naturalmente. 
Após a descoberta do TDAH passei a tomar ritalina medicação 
especifica para TDAH, 
50 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
me senti ótima, concentrada, atenta, menos
ansiosa, era como se eu estive presente 
no momento de verdade, sem pensar 
em outras coisas. Me recordo também 
de sempre iniciar novos cursos, projetos 
e não terminar, me desestimulando tão 
rápido quanto havia iniciado. Esquecer 
compromissos e chegar atrasada para mim era algo 
comum, até ria disto. Hoje não tomo mais medicação, apesar 
de me sentir muito bem, pois acho uma medicação com custo 
alto. Sei o quanto ela ajuda, associada a terapia psicológica 
então nem se fale. Todavia optei por suspendê-la, quem sabe a 
esta medicação para TDAH venha fazer parte dos 
medicamentos oferecidos pelo governo. Seria de grande valia 
a todos os TDAH. Algo que vem me auxiliando muito a 
controlar a ansiedade, o comportamento agitado e os 
pensamentos acelerados é a meditação. Enfim, quando recebo 
uma criança no meu consultório com esta queixa, sei o que ela 
sente e tento ajudá-la da melhor maneira possível. Oriento 
pais, professores, a escola como um todo, pois é difícil para o 
aluno permanecer quieto e os traumas com relação a 
condutas inadequadas podem marcar por uma vida toda, 
ficando difícil apagá-las posteriormente. (Relato de 2012)
51 COMO O APRENDIZADO DE ARTES PODE AUXILIAR ALUNOS COM HIPERATIVIDADE TDAH
DEPOIMENTO 5
Meu filho caçula tem TDAH, ainda pequeno
descobrimos a Hiperatividade, porém com
muito amor e disciplina, fomos orientados
para mudança de hábitos em casa o que
ajudou muito no controle durante alguns
anos. No ano passado já com 11 anos o déficit
de atenção e a hiperatividade ressurgiu com tal
força que o rendimento escolar quase foi totalmente afetado, 
começamos a notar mudanças bruscas de humor e um desleixo 
enorme com relação ao próprio corpo (hematomas sem identificação). 
perda frequente de objetos e atitudes antissociais no relacionamento 
com outras crianças. Foi quando num jornal local, descobrir que havia 
uma pesquisa TDAH UFBA-UNIFESP referente a questão, fizemos todos 
os procedimentos em todas as sexta-feira durante 6 meses onde foi 
realmente diagnosticado a necessidade de medicação no tratamento 
para ser acompanhado daqui pra frente. Há 2 meses não podemos 
mais receber a medicação e hoje ele está com quase 13 anos e o 
Governo do Estado da Bahia – deu como INDEFERIDO o pedido para 
medicação pelo estado e estou tentando pelo Ministério Público o 
direito a medicação para meu menino. Já existe uma PL-3092/2012 
concedendo o direito, precisamos nos unir e acreditar num futuro 
melhor e deixarmos os preconceitos de lado para podermos enxergar 
o quão maravilhosas são estas crianças,

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