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Prévia do material em texto

Polícia Militar do Piauí
Conteúdo Complementar 
Soldado
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos 
pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, 
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da 
editora Nova Concursos.
Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso 
de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site 
www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e 
Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações.
Produção Editorial
Carolina Gomes
Josiane Inácio
Karolaine Assis
Organização
Arthur de Carvalho
Roberth Kairo
Saula Isabela Diniz
Revisão de Conteúdo
Ana Cláudia Prado 
Fernanda Silva
Jaíne Martins
Maciel Rigoni
Nataly Ternero
Análise de Conteúdo
Ana Beatriz Mamede
João Augusto Borges
Diagramação
Dayverson Ramon
Higor Moreira 
Willian Lopes
Capa
Joel Ferreira dos Santos
Projeto Gráfico
Daniela Jardim & Rene Bueno
Dúvidas
www.novaconcursos.com.br/contato
sac@novaconcursos.com.br
Obra
PM-PI – Polícia Militar do Piauí
Soldado 
Autores
CONHECIMENTOS GERAIS • Zé Soares e Jean Talvani
LEGISLAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ • Renato 
Philippini, Fernando Zantedeschi e Bruno Oliveira
Edição:
Junho/2021
SUMÁRIO
CONHECIMENTOS GERAIS ..............................................................................................5
POLÍTICA E ECONOMIA NO ESPAÇO NACIONAL E MUNDIAL ........................................................ 5
DISPUTAS INTERIMPERIALISTAS E TRANSFORMAÇÕES DO ESPAÇO CAPITALISTA .................................5
OS BLOCOS ECONÔMICOS E AS POTÊNCIAS GLOBAIS E REGIONAIS NO SISTEMA INTERNACIONAL ...10
ORGANISMOS INTERNACIONAIS ...................................................................................................................11
GLOBALIZAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO DO ESPAÇO .........................................................................................12
CONFLITOS ÉTNICOS, POLÍTICOS E RELIGIOSOS ATUAIS ...........................................................................13
EXPLORAÇÃO E USOS DOS RECURSOS NATURAIS E OS DESAFIOS GEOPOLÍTICOS DO SÉCULO XXI ....15
RELAÇÕES ECONÔMICAS ENTRE O BRASIL E O MUNDO .............................................................................15
O ESPAÇO BRASILEIRO: POPULAÇÃO, ECONOMIA E URBANIZAÇÃO ......................................... 18
QUESTÃO AMBIENTAL: PROBLEMAS AMBIENTAIS, DEGRADAÇÃO E CONSERVAÇÃO 
NO ÂMBITO NACIONAL E INTERNACIONAL ................................................................................... 30
LEGISLAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ .......................................................39
LEI ESTADUAL Nº 3.808, DE 16/07/1981 (ESTATUTO DOS POLICIAIS MILITARES DO 
ESTADO DO PIAUÍ) ............................................................................................................................. 39
LEI ESTADUAL Nº 3.729, DE 27/05/1980 (CONSELHO DE DISCIPLINA DA POLÍCIA MILITAR 
E CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DO PIAUÍ) .......................................................................... 55
DECRETO Nº 3.548, DE 31/01/1980 (REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR 
DO ESTADO DO PIAUÍ) ....................................................................................................................... 58
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO PIAUÍ ............................................................................................. 62
DECRETO-LEI FEDERAL Nº 667, DE 02/07/1969 E ALTERAÇÕES POSTERIORES 
(REORGANIZA AS POLÍCIAS MILITARES E CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES) .................... 74
DECRETO FEDERAL Nº 88.777, DE 30/09/1983 (REGULAMENTO DAS POLICIAS 
MILITARES E CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES, R200) .......................................................... 82
LEI COMPLEMENTAR Nº 68, DE 23/03/2006 (LEI DE PROMOÇÃO DE PRAÇAS PMPI) .............. 90
DECRETO Nº 12.422, DE 18/11/2006 (REGULAMENTO DE PROMOÇÃO DE PRAÇAS)............... 95
LEI Nº 5.378, DE 10/02/2004 (CÓDIGO DE VENCIMENTOS DA PMPI) ........................................100
DECRETO Nº 17.999, DE 19/11/2018, COM A ALTERAÇÃO DO DECRETO Nº 18.089, DE 
15/01/2019 (DISCIPLINA O TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA NO ESTADO 
DO PIAUÍ) ..........................................................................................................................................108
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CONHECIMENTOS 
GERAIS
POLÍTICA E ECONOMIA NO ESPAÇO 
NACIONAL E MUNDIAL
DISPUTAS INTERIMPERIALISTAS E 
TRANSFORMAÇÕES DO ESPAÇO CAPITALISTA
Sem exagero algum, podemos dizer que a Revo-
lução Industrial pariu a nossa época. A Revolução 
Industrial é o longo processo de transformação social 
e econômica iniciado com novas formas de produção, 
emprego de novas matérias-primas e formas de ener-
gia que modificaram a forma de trabalho, a estrutura 
social, a estrutura urbana e rural, as tecnologias e a 
relação com o tempo.
A Revolução Industrial não tem uma data específi-
ca. Ela possui diferentes fases e cada uma dessas fases 
foi marcada por uma inovação na forma de produzir 
as mercadorias. Seguindo esse entendimento: A Pri-
meira Revolução Industrial ocorreu entre os anos 
1760 até os anos 1830 e foi marcada pela força da 
indústria de lã e algodão para a fabricação de tecidos 
e difusão do uso de máquinas a vapor que utilizavam 
o carvão mineral como fonte de energia, essa fase 
praticamente se limitou à Inglaterra, embora Países 
Baixos e França tenham participado tardiamente. A 
Segunda Revolução Industrial ocorreu entre os anos 
de 1850 até os anos 1910 e foi marcada pelo emprego 
de combustíveis fósseis, principalmente o petróleo, 
pela expansão do setor secundário da economia (side-
rurgia e metalurgia): Estados Unidos (no processo de 
reconstrução após a Guerra Civil), o Japão (durante a 
Era Meiji) e a Alemanha (em seu processo de unifica-
ção) tiveram maior destaque. A Terceira Revolução 
Industrial, iniciada nos anos 1950, tem como caracte-
rística a expansão da indústria de tecnologia de ponta, 
com o emprego da robótica, da informática e da ele-
trônica, com o protagonismo de europeus, estaduni-
denses, japoneses e sul-coreanos.
O crescimento desses negócios levou à circula-
ção de moeda, aparecimento de bancos regulares, de 
novas operações financeiras que foram valorizando 
cada vez mais os bens móveis sobre os bens imóveis, 
afetando a terra e o símbolo de poder da aristocra-
cia. A necessidade de unificar moedas, impostos, leis, 
normas, pesos, medidas, fronteiras, alfândega e regu-
lamentar mercados nacionais e internacionais signi-
ficou a necessidade da unificação política entorno do 
Estado Nacional. Por outro lado, o processo de expur-
gos e expropriações dos camponeses de suas terras 
para a produção de lã permitiu a formação de uma 
massa carente de trabalho nas cidades para serem 
absorvidas pela indústria.
A condição de vida dos trabalhadores era péssima. 
Crianças, idosos, mulheres ou homens eram submeti-
dos a jornadas que chegavam a de 16 horas de traba-
lho por dia. Caso houvesse atrasos ou eles perdessem 
o ritmo da produção poderiam sofrer com castigos 
físicos, além de sofrerem com descontos de metade de 
seu pagamento. Não tardou que surgissem movimen-
tos de reação a esse sistema de exploração.
Em 1799, o Parlamento Inglês aprovou o Com-
bination Act, proibindo a criação de associações de 
trabalhadores para negociar condições de trabalho e 
de salário. Houve no período de 1811 e 1812 entre os 
tecelões um movimento de quebrar teares para for-
çar o recuo de proprietários na demissão de trabalha-
dores e na diminuição de salários. Esse movimento 
ficou conhecido como ludismo e acabou inspirando 
outros movimentos pela Europa. Mesmo em meio à 
repressão, a pressão do movimento fez com que o 
Parlamento em 1825 revogasse a Combination Act 
de 1799, permitindo o surgimento de associações de 
trabalhadores. 
Importante!
É desse modo que a partir da década de 1830 
tem início um movimento conhecidocomo car-
tismo, que buscava direitos por meio da política, 
como o sufrágio universal e as eleições parla-
mentares anuais, lembrando que apenas 18% da 
população masculina inglesa votava. A rejeição 
do Parlamento a essas mudanças é o estopim 
para diversas greves.
Entre as principais consequências da Revolução 
Industrial podemos mencionar os métodos de pro-
dução mais eficientes que exigiram a ampliação de 
mercado consumidor e que levou ao barateamento 
de produtos. A necessidade de exploração de maté-
rias-primas induziu as nações europeias a uma nova 
expansão colonial: a partir da década de 1880, Ingla-
terra, França, Alemanha, Bélgica, entre outros se fir-
mam como impérios neocoloniais com possessões em 
vários continentes, mas com destaque para a partilha 
da África e da Ásia. Inclusive foi essa guerra imperia-
lista por terras, mercados e poder que serviu de pre-
texto para a Primeira Grande Guerra em 1914.
A corrida imperialista: o apogeu da hegemonia 
europeia
O desenvolvimento industrial do século XIX levou 
as grandes potências mundiais a empreender a colo-
nização de vários territórios na África, na Ásia e na 
Oceania. Além do poder econômico, essas potências 
possuíam força militar muito expressiva, já que esta-
vam munidas de diversas inovações tecnológicas no 
setor bélico. O imperialismo, dessa maneira, dominou 
vários povos e moldou o mundo na passagem do sécu-
lo XIX para o século XX.
A Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885 foi con-
vocada pelo chanceler alemão Otto Von Bismark e contou 
com a presença de 13 nações europeias, além dos Esta-
dos Unidos e do Império Turco-Otomano. O objetivo da 
conferência era estabelecer regras e critérios para a ane-
xação dos territórios africanos. A posse de um território 
era reconhecida mediante a fixação de um protetorado 
ou outra forma de administração sobre aquele território.
Vale destacar que o processo neocolonial foi carac-
terizado também pela grande violência empregada. 
Essa se deu em sentido militar, sufocando qualquer 
iniciativa de oposição dos colonizados, assim como 
em sentido cultural, já que o racismo, a inferiorização 
dessas populações e o esforço de aniquilar as práticas 
culturais nativas foram práticas de europeus.
6
A Primeira Guerra Mundial
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/fotos/2014/06/fotos-ha-100-
anos-o-assassinato-de-francisco-ferdinando.html
Na imagem você pode ver o arquiduque Francisco 
Ferdinando acompanhado de sua esposa Sofia. No dia 28 
de junho de 1914, o herdeiro ao trono do Império Austro-
-Húngaro foi à Sarajevo para uma solenidade. Um grupo 
de nacionalistas sérvios e bósnios conseguiu a proeza 
de assassinar o futuro imperador. Com isso, um jogo de 
alianças foi formado: acusada de envolvimento, a Rússia 
defendeu a Sérvia contra Alemanha, Áustria-Hungria e 
Itália, ganhando o reforço da Entente, formada com Fran-
ça e Inglaterra. Tinha início a Primeira Guerra Mundial.
As causas para a guerra vinham sendo amadurecidas 
desde o século XIX. A emergência da Alemanha como 
potência após sua unificação e tomada de territórios da 
França, levou ao surgimento de um forte sentimento de 
revanche entre os franceses. Logo que a Alemanha for-
mou a Tríplice Aliança, a França correu para formar a 
Tríplice Entente. A expansão do nacionalismo em meio 
às divergências étnicas e a expansão do neocolonialis-
mo promovida sobre territórios na Ásia e na África con-
duziram a Europa ao conflito em 1914. Vale o destaque 
para o fato de que a Itália abandonou a Tríplice Aliança 
e se juntou à Entente no ano seguinte.
A primeira fase da guerra foi conhecida como 
Guerra de Movimento, quando a Alemanha avançou 
sobre territórios franceses e sobre a região dos Balcãs 
no Leste Europeu. No entanto, o que marcou a guer-
ra mesmo foi a segunda fase chamada de Guerra de 
Posição ou Guerra de Trincheiras entre 1915 e iní-
cio de 1918, sem que nenhum bloco tenha consegui-
do avançar de maneira considerável. O uso de novas 
armas, produzidas em ritmo industrial, e a presença 
de aviões e tanques, levou a uma grande mortalidade, 
estimada ao longo de toda a guerra por volta de 17 
milhões de pessoas, soldados e civis.
Em 1917, a Tríplice Entente perdeu a Rússia, que 
saiu da guerra após a Revolução Bolchevique de outu-
bro. No entanto ganhou apoio militar, além do eco-
nômico, dos Estados Unidos. A guerra chegou ao fim 
em 1918, com a vitória da Tríplice Entente e derrota 
da Tríplice Aliança. Em 1919, o Tratado de Versalhes 
penalizou a Alemanha com a perda de território, exér-
cito e obrigatoriedade de pagar uma grande indeni-
zação aos vencedores. O Império Austro-Húngaro foi 
dissolvido, assim como o Império Turco-Otomano. 
Além disso, a Liga das Nações foi criada para estrei-
tar a diplomacia entre as nações europeias. Como a 
história comprovaria 20 anos depois, o Tratado de 
Versalhes e a Liga das Nações não só fracassaram em 
pôr fim às hostilidades, como deram força ao revan-
chismo e a continuidade da disputa imperialista.
O período entre guerras: as democracias liberais e os 
regimes autoritários
Período entre guerras é como é conhecido o perío-
do entre o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918 
e início da Segunda Guerra Mundial em 1939. Com 
a Europa devastada, os Estados Unidos apareceram 
com empréstimos que os auxiliaram a se reconstruir. 
O modelo de vida americano, ou american way of life, 
passou a ser admirado por aquele mundo europeu em 
ruínas. Os Estados Unidos, com isso, acabaram se con-
solidando como a principal potência mundial.
Como a Europa estava necessitando retomar sua 
indústria, abriu-se uma grande oportunidade para a 
industrialização de setores que forneciam aço, ferro, 
alumínio, carvão mineral e petróleo servir à recons-
trução industrial. Além dos empréstimos, os EUA 
viram o crescimento do nível de consumo de sua 
população, o que deu força inclusive a países agroex-
portadores, como era o Brasil naquela ocasião.
Esse grande boom econômico levou a um grande 
otimismo por parte de investidores que passaram 
a hipotecar casas e outros bens na bolsa de valores 
esperando que eles rendessem cada vez mais. Esse 
processo ao longo do tempo gerou uma bolha de espe-
culação, na qual muita gente estava colocando seus 
bens na oferta, mas não havia demanda. 
Foi, então, em outubro de 1929 que a crise explo-
diu, pois todos bens sofreram uma desvalorização 
profunda. Ocorreu então um “efeito dominó” em 
que o setor financeiro produziu uma crise econômi-
ca generalizada afetando a produção, a renda nacio-
nal, o emprego, o empréstimo e, inclusive, o comércio 
externo, que viu perder dois terços de sua atividade 
anterior.
Como resposta à crise de 1929, o governo de 
Franklin D. Roosevelt, eleito em 1933, lançou o new 
deal. Sua estratégia era romper com a doutrina libe-
ral de não intervenção na economia. Sendo assim: o 
setor financeiro passou a sofrer com maior regulação, 
os sindicatos foram base para negociações de conflitos 
de classe e obras públicas foram espalhadas por todo 
o país para a retomada do emprego. No entanto, a 
recuperação da chamada Grande Depressão só seria 
consolidada após a Segunda Guerra Mundial.
Na imagem a seguir pode ser visto a crítica feita ao 
slogan “O mais alto padrão de vida: não há vida igual 
à vida americana”, pois o índice de desemprego era 
muito alto.
Desempregados em frente a uma propaganda que diz: “O mais alto 
padrão de vida: não há vida igual à vida americana”.
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d7/
American_way_of_life.jpg
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O período entre guerras também foi marcado pela 
ascensão dos regimes fascistas. Em geral, eles prome-
tiam um retorno a um passado idealizado e grandioso 
pelo qual seu povo tinha passado. Para isso, a socie-
dade deveria ser militarizada, o Estado comandado 
por um partido único, sem pluralidade política e ideo-
lógica, além do componente racista e preconceituoso 
que atingia diversos grupos: os judeus, os ciganos, os 
negros, os homossexuaisetc. 
Os regimes que se destacam nesse sentido são:
Fascismo na Itália
Benito Mussolini era um antigo militante socialis-
ta que rompeu com a esquerda quando se opuseram 
à entrada de seu país na guerra. O revanchismo não 
foi um fator aproveitado como em outros países, já 
que a Itália foi uma das vitoriosas na guerra. Porém, a 
frustração em não receber compensações territoriais 
após a vitória e a grave crise econômica enfrentada 
pelo país fizeram com que desempregados, estudan-
tes, classe média, militares e proprietários de terra 
aderissem à ideologia fascista, que prometia o retorno 
ao suposto “passado glorioso italiano” a partir da obe-
diência a Mussolini, combate aos adeptos da esquer-
da e controle do Estado sobre as relações de classe. 
Esse último ponto fez com que o fascismo ganhasse a 
simpatia da burguesia. Após a bem sucedida Marcha 
sobre Roma em 1922, o rei Vitor Emanuel III nomeou 
Mussolini primeiro-ministro. Aos poucos ele concen-
trou poderes ditatoriais, aboliu sindicatos e partidos 
políticos, pôs fim ao poder legislativo e submeteu o 
poder judiciário ao seu governo.
Mussolini durante a Marcha sobre Roma.
Fonte: http://herdeirodeaecio.blogspot.com/2017/10/a-marcha-
sobre-roma.html
Nazismo na Alemanha
Os alemães foram tratados como os grandes cul-
pados pela Primeira Grande Guerra, o que acarretou 
grandes perdas territoriais, militares, além dos custos 
das indenizações ficassem sob sua responsabilidade. 
Nesse contexto, surgiu o Partido Nacional Socialista 
dos Trabalhadores Alemães, que teve como importan-
te porta-voz um cabo da Primeira Guerra chamado 
Adolf Hitler. Em 1923, no auge do colapso econômico 
alemão, ele tentou promover em Munique uma Mar-
cha sobre Berlim. Preso e solto quase dois anos depois, 
tomou a liderança do partido e divulgou suas ideias 
por meio de sua obra Mein Kampf (Minha Luta), 
em que defendia que o “passado glorioso alemão” foi 
perdido graças à conspiração judaica e marxista que 
dominava a República de Weimar (governo alemão). 
Eleição em eleição, o Partido Nazista foi ganhando 
cadeiras, na medida em que sua milícia, as SA, atuava 
perseguindo opositores políticos. Com a crise de 1929 
e declínio da recuperação econômica alemã, o discur-
so extremista ganhou força, até que em janeiro de 
1933 Hitler foi nomeado Chanceler. Por meio de sabo-
tagens e perseguições, ele acumulou mais poderes, 
até que, com a morte do presidente Hindenburg, ele 
assumiu o comando absoluto do país, sendo chamado 
de führer (líder). 
Importante!
O regime ditatorial Nazista promoveu a persegui-
ção de judeus, ciganos, eslavos, homossexuais, 
testemunhas de jeová e comunistas.
Na imagem vemos Hitler discursando diante da SS, 
milícia que substituiu as AS:
Hitler diante das SS, milícia que substituiu as SA após 1934.
Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/
um-lider-propagandista-como-adolf-hitler-enganou-toda-uma-nacao.
phtml
A Segunda Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial teve entre suas causas a 
tensão entre os imperialismos europeus, vitoriosos e der-
rotados, ao fim do primeiro conflito. O acordo de paz de 
Versalhes, mais do que estabelecer novas relações diplo-
máticas, procurou culpar a Alemanha pelo conflito. Isso 
fez com que persistisse aquele sentimento de revanchis-
mo entre as nações, em especial, entre alemães e france-
ses. Nesse sentido, a Liga das Nações nasceu quase que 
fadada ao fracasso em garantir a paz. No Oriente, o Japão 
começou a guerra de colonização da China em 1931. Esse 
conflito acabou se somando à Segunda Guerra.
Outro importante fator é o impacto da Revolução 
Bolchevique de 1917. Com a vitória dos comunistas, o 
restante dos países europeus temeu que a revolução se 
espalhasse naquele contexto de crise. Para evitar que isso 
acontecesse, parte da burguesia europeia aderiu a movi-
mentos radicalmente anticomunistas como no caso da 
Alemanha e da Itália. Outras nações viam o nazifascismo 
como um “mal menor” diante da “ameaça comunista”, 
de modo que foram complacentes com o militarismo e o 
expansionismo dos países que formaram o Eixo.
A expansão territorial empenhada pela Alemanha 
fazia parte da formação daquilo que os nazistas cha-
mavam de “espaço vital”, região que deveria abrigar 
os arianos. A prosperidade dos alemães seria garantida 
por meio da exploração dos povos vistos como “sub-hu-
manos” e como “inferiores”, como os eslavos e judeus.
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Em 1938, os alemães anexam a Áustria em um even-
to conhecido como  Anschluss. Depois, os alemães se 
voltaram para dominar a Tchecoslováquia, dominando 
os Sudetos e integrando a minoria alemã ao território do 
Reich. Durante a Conferência de Munique, ingleses e 
franceses cederam às pressões alemãs e permitiram que 
os alemães invadissem o território da Tchecoslováquia 
para evitar que uma guerra fosse iniciada. No entanto, 
houve a contrapartida que aquela seria a última ofen-
siva alemã. Essa estratégia adotada por ingleses e fran-
ceses era conhecida como política de apaziguamento.
Para ganhar tempo, Hitler conseguiu assinar o 
Pacto de Não Agressão com a União Soviética em agos-
to de 1939. Em setembro, a Polônia foi invadida. Ingla-
terra e França cumpriram a promessa de garantir a 
integridade da Polônia e declararam guerra à Alema-
nha. Tinha início a Segunda Guerra Mundial.
Chamberlain (Inglaterra), Daladier (França), Hilter (Alemanha) e 
Mussolini (Itália) na Conferência de Munique.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/os-preparativos-
segunda-guerra-mundial.htm
As fases da guerra podem ser divididas em três:
 z 1939-1941: avanço do Eixo (Alemanha-Itália-Ja-
pão), conquistando novos territórios. A Alemanha 
conquistou França, Bélgica, Países Baixos, Luxem-
burgo a oeste e começou sua expansão a leste, que 
ganharia impulso com o início da Operação Barba-
rossa para invadir a União Soviética. O Japão con-
quistou áreas do sudoeste asiático e a Itália tomou 
áreas na África.
Hitler em Paris.
Fonte: http://memorialdademocracia.com.br/card/tropas-nazistas-
desfilam-em-paris
 z 1942-1943: equilíbrio entre as forças aliadas (URS-
S-Inglaterra-EUA) e as forças do Eixo. Os EUA 
entraram na guerra após o ataque japonês a Pearl 
Harbor. A URSS conseguiu reagir ao avanço alemão 
em seu território e passou a equilibrar o conflito, 
destaque para a Batalha de Moscou e a Batalha de 
Stalingrado. A Alemanha toma territórios de anti-
gos aliados seus para formar estados fantoches e 
garantir sua força.
Ataque japonês a Pearl Harbor.
Fonte: https://br.sputniknews.com/asia_oceania/201612287302853-
pearl-harbor-inimigo-derrotado-aliado/
 z 1944-1945: avanço e vitória dos aliados. Ingla-
terra e EUA invadiram a Normandia na França e 
reconquistam o país. A URSS lançou a Operação 
Bagration, expulsou os alemães de seus territórios 
e partiu rumo a derrubada do Reich. Os EUA con-
seguem avançar sobre os domínios japoneses.
Soldado soviético colocando a bandeira da URSS no Reichstag.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_da_vit%C3%B3ria
O fim da Segunda Guerra ocorreu primeiro na 
Europa. Mussolini foi morto em 28 de abril de 1945. 
Dois dias depois, Hitler se suicidou em seu bunker 
na Chancelaria do Reich em Berlim, quando os sovié-
ticos já tomavam a cidade. A rendição alemã ocorreu 
em 8 de maio.
No Oriente, a guerra se arrastou até agosto. Os ata-
ques com bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki 
junto à entrada da União Soviética na luta contra o 
Japão, fez com que declarasse o fim das hostilidades 
em 14 de agosto. A rendição oficial foi assinada em 2 
de setembro de 1945.
A Segunda Guerra Mundial deixou cerca de 60 
milhões de mortos, sendo o conflito mais letal em toda 
história. Os crimes contra a humanidade cometidos 
pelos nazistas nos campos de concentração foram 
julgados pelo Tribunal de Nuremberg em 1946, com 
alguns condenados à pena de morte, outros à prisão 
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perpetua e também os que tiveram a pena com direito à liberdade depois de cumprida. Em1948, foi criada a 
Organização das Nações Unidas para reformar a diplomacia mundial e manejar a paz mundial.
A descolonização afro-asiática
A descolonização da Ásia e da África só ocorreu após o fim da Segunda Guerra Mundial, graças ao declínio 
dos países imperialistas e a ascensão dos nacionalismos entre os povos dominados. Durante a Primeira Guerra 
Mundial começaram a se formar em regiões asiáticas movimentos nacionalistas que propunham a libertação dos 
povos dominados por potências imperialistas europeias. No entanto, seus objetivos só teriam viabilidade após o 
fim da Segunda Guerra Mundial.
Na Índia, o Partido do Congresso Nacional Indiano reivindicava autonomia política, modernização, igualdade 
e reformas sociais desde o fim da Primeira Guerra. Sob a liderança de Mahatma Gandhi, o movimento incomoda-
va os colonizadores britânicos, que buscou prender seus líderes, além de fomentar a tensão entre hindus e muçul-
manos. Em 1947, sem condições para manter os seus domínios, a Inglaterra cedeu à independência indiana. No 
entanto, a região sofreu intensos conflitos políticos, de tal maneira que os hindus se firmaram na Índia, muçulma-
nos no Paquistão e budistas no Sri Lanka. Em 1948, Gandhi foi assassinado por um muçulmano radical. Em 1971, 
Bangladesh se separou do Paquistão. Apesar das independências, a população de todas essas regiões permaneceu 
em condições muito pobres, além do convívio com conflitos religiosos, étnicos e políticos.
Na Indochina Francesa, que compreendia Vietnã, Laos e Camboja, o movimento de independência deu origem 
a uma guerra que se estendeu do fim de 1946 a 1954. A divisão do Vietnã produziu outro conflito que opôs o Vietnã 
do Norte contra o Vietnã do sul apoiado pelos EUA. A Guerra do Vietnã foi cessada em 1974, quando o Vietnã foi 
unificado sob o governo comunista de Hanói.
Durante o século XIX, a África foi alvo de várias conquistas coloniais, que atingiram quase todo continente. 
Na metade da década de 50 do nosso século, quando se iniciou o processo de descolonização, apenas eram inde-
pendentes a Etiópia, a Libéria e a África do Sul. O primeiro a se tornar independente foi Gana em 1957. Alguns 
países, como Moçambique (1975) e Angola (1976), formaram governos independentes de orientação comunista e 
alinhados à União Soviética.
A fase do pós-guerra e a guerra fria
Quando os Estados Unidos lançaram as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, além de terem posto 
um fim à Segunda Guerra, mostraram o tamanho de sua força bélica, em especial, à União Soviética, a outra 
superpotência que emergia dos escombros do conflito. Durante a Conferência de Yalta e a Conferência de Pots-
dam, em 1945, as duas começaram a desenhar seu campo de força em torno das negociações de paz. Como diria o 
primeiro-ministro inglês Winston Churchill, formara-se uma “cortina de ferro” sobre a Europa, que dividia o lado 
oriental comunista, do lado ocidental capitalista. Como também ficou claro com a divisão da Alemanha.
Fonte: http://bibliotecadigital.sedis.ufrn.br/interativos/eopolítica/pgs/box-figura13.html
10
Empenhadas em manter as áreas de influência 
que haviam conquistado e em adquirir outras, as dis-
putas entre as duas superpotências geraram blocos 
de cooperação econômica: o Conselho de Assistên-
cia Mútua (COMECOM) foi fundado pelo governo 
soviético para ajudar os países de orientação comu-
nista, enquanto os Estados Unidos operaram o Plano 
Marshall, com o objetivo de reconstruir os países do 
ocidente europeu e o Japão destruídos pela guerra. 
Também houve a fundação de dois blocos de coopera-
ção militar: a Organização do Tratado do Atlântico 
Norte (OTAN) tinha como objetivo impedir a expan-
são do comunismo pela Europa, enquanto o Pacto de 
Varsóvia formou uma aliança militar entre os países 
alinhados à URSS.
Em alguns momentos, a Guerra Fria resultou em 
confrontos em regiões pretendidas pelas duas super-
potências. Destacam-se a Guerra da Coréia, travada 
entre 1950 e 1953, quando a Coreia do Norte comunis-
ta tentou, sem sucesso, invadir e unificar a Coréia do 
Sul capitalista, e a Guerra do Vietnã, travada entre 
1964 e 1974, quando os EUA interviram para evitar 
que o Vietnã do Sul fosse integrado ao Vietnã do Nor-
te, mas fracassou.
A estrutura de espoliação da América Latina e os 
oprimidos do terceiro mundo
Nas primeiras décadas do século XIX, grande par-
te dos países latino-americanos conseguiu proclamar 
sua independência política e elaborar constituições 
que asseguraram a estabilidade. No entanto, por con-
ta das disputas políticas entre chefes locais, a estabili-
dade estava longe de ser conseguida. Os novos países 
latino-americanos mantiveram o modelo agroexporta-
dor e continuaram com suas economias dependentes 
das nações industrializadas, principalmente Estados 
Unidos e Inglaterra, fornecendo matéria-prima e 
comprando produtos manufaturados. A concentração 
de terra e da renda levou grande parte da população, 
principalmente os camponeses, a viver em condições 
miseráveis, situação que gerava revoltas.
Durante a Primeira Guerra Mundial, como as 
nações fornecedoras de produtos industrializados 
estavam envolvidas no conflito, alguns países lati-
no-americanos desenvolveram suas indústrias. Na 
década de 1950, Brasil, Argentina, Chile e México ace-
leraram o processo de urbanização, industrialização, 
consolidação de uma burguesia industrial, ampliação 
das camadas médias e da classe operária. As bur-
guesias nacionais não tinham condições de realizar 
investimentos para desenvolver a indústria de base 
e o Estado ocupou esses espaços. O capital estrangei-
ro, principalmente estadunidense, tornou-se impres-
cindível para alavancar o desenvolvimento. Todavia, 
aumentou a dívida externa, ampliando a dependência 
dos países em desenvolvimento.
No período da Guerra Fria, os Estados Unidos 
interviram de forma direta e indireta na deposição de 
presidentes e na instauração de regimes ditatoriais, 
casos de Argentina, Chile e Brasil. Tudo em nome do 
receio de que a Revolução Cubana de 1959 causou nos 
estadunidenses, preocupados que o ideal comunista 
ganhasse força pelo continente. Na década de 1980, 
com as crises do petróleo, os Estados Unidos inviabi-
lizaram os empréstimos e aumentaram os juros para 
pagamentos, o que levou a uma crise sistemática, tan-
to social quanto política, na América Latina. 
Importante!
Como resposta a essa crise no desenvolvimen-
to com grande participação do Estado, o neoli-
beralismo surgiu como resposta, privatizando 
empresas estatais, flexibilizando direitos e leis 
trabalhistas e abrindo as reservas naturais nacio-
nais para a exploração estrangeira.
A crise desse modelo no início dos anos 2000 levou 
ao ciclo mais recente de guinada à esquerda nos paí-
ses latino-americanos, que passaram a repassar os 
ganhos nas exportações de produtos primários para a 
redistribuição de renda por meio de políticas de assis-
tência social.
OS BLOCOS ECONÔMICOS E AS POTÊNCIAS 
GLOBAIS E REGIONAIS NO SISTEMA 
INTERNACIONAL
No mundo globalizado, os blocos econômicos con-
solidaram-se como organismos supranacionais que 
seriam responsáveis por conduzir as relações econô-
micas e comerciais na Nova Ordem Mundial.
Porém, o processo de surgimento de vários blocos 
econômicos deu-se pouco após o término da Segunda 
Guerra Mundial; nos anos 1990, os blocos multiplica-
ram-se pelo mundo.
Podemos conceituar bloco econômico como uma 
forma de união entre países de uma mesma região 
ou não, visando fomentar o crescimento de suas eco-
nomias e estabelecer políticas de integração a fim de 
formar um mercado regional comum, estabelecendo 
facilidades tarifárias entre seus membros.
As associações de blocos econômicos podem pos-
suir várias estruturas organizacionais. Um exemplo é 
a União Aduaneira, na qual ocorre a redução parcial 
ou total dos impostos nas relações comerciais entre 
os membros do bloco. Também existem as zonas de 
livre comércio, quando ocorre entre os países mem-
bros o comércio com a eliminaçãototal de tarifas 
entre os seus membros.
Outra forma de organização de bloco econômico 
é o Mercado Comum, no qual os países membros 
usufruem de políticas igualitárias acerca da livre cir-
culação de pessoas, capitais e mercadorias, e tarifas 
externas diferenciadas para membros do bloco.
A Zona de Preferência Tarifária é uma modali-
dade de bloco econômico na qual as tarifas alfande-
gárias entre os países membros são fixadas de acordo 
com estratégias específicas. Por último, existe também 
a União Econômica e Monetária ou União Política e 
Monetária, na qual os países membros adotam uma 
moeda única, ocorrendo também a implantação de 
um organismo supranacional para as questões políti-
cas de forma permanente.
As etapas de integração econômica dizem res-
peito à estruturação em que os bloco econômicos se 
encontram e são adotadas como critérios para clas-
sificação. A seguir, listaremos os exemplos do menor 
nível de integração para o maior nível de integração 
econômica.
 z Mercado Comum: A liberdade de circulação não 
se restringe apenas a produtos, mas se estende a 
outros agentes do mercado, como serviços, capi-
tal e pessoas. O estabelecimento de um Mercado 
Comum visa diminuir (sucessivamente, por meio 
de políticas) as barreiras físicas, técnicas e fiscais 
entre seus países-membros, possibilitando o forta-
lecimento regional e integral entre eles.
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Um exemplo de mercado comum é a União Europeia.
 z União Aduaneira: Na União Aduaneira, são fixa-
das as mesmas taxas de importação e exportação 
para qualquer país do grupo. Isso significa que um 
país externo compra e vende produtos para os paí-
ses de uma União Aduaneira como se eles fossem 
(ao menos para fins comerciais) um mesmo país.
Um exemplo de bloco econômico de união adua-
neira é o Mercosul.
 z Área de Livre Comércio: As Áreas de Livre Co-
mércio avançam nas medidas de protecionismo 
comercial dos países-membros, criando isenções 
tarifárias para produtos estratégicos. Assim, esses 
bens passam a ser comercializados como produtos 
nacionais, não como bens importados.
Nesse tipo de acordo, os produtos são isentos de 
taxas para circulação dentro do bloco, mas os paí-
ses-membros ainda têm autonomia para criar taxas 
externas diferenciadas para países que estão fora do 
bloco, viabilizando a integração regional entre eles, 
sem influenciar suas políticas alfandegárias externas.
Um dos exemplos de bloco econômico de Área 
de Livre Comércio é o United States-Mexico-Canada 
Agreement (USMCA), firmado em 2018 para dar conti-
nuidade à manutenção do NAFTA.
 z União Política, Econômica e Monetária: Conser-
va as características dos demais blocos econômicos, 
indo além em sua integração, cujas características 
incluem a adoção de uma moeda comum para 
todos os países-membros e a organização suprana-
cional permanente, com representantes de todos 
os países membros.
Assim, além da livre circulação de produtos, do 
estabelecimento de um mercado comum e da livre 
circulação de pessoas, a União Econômica, Política e 
Monetária estabelece a abordagem de políticas econô-
micas comuns para todo o bloco.
Um exemplo de União Econômica, Política e Mone-
tária é a União Europeia, considerado o bloco econô-
mico de maior integração do mundo.
Veja a seguir quais são os principais blocos econô-
micos do mundo:
 z Mercosul: O Mercado Comum do Sul é conside-
rado o principal bloco econômico do hemisfério 
sul. Foi fundado em 1991 através da assinatura 
do Tratado de Assunção, e tem como seus princi-
pais membros (signatários – fundadores) Brasil, 
Argentina, Uruguai e Paraguai.
Posteriormente, ocorreu a entrada da Venezuela; 
outros países estão na condição de membros associa-
dos (são países que tem vantagens comerciais, mas 
não as mesmas vantagens que os membros signatá-
rios, estabelecidas com a assinatura de acordos para 
estimular suas economias e trocas comerciais) como 
Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname.
Existem também os membros observadores (paí-
ses que podem acompanhar as reuniões do bloco, o 
andamento das negociações, mas não têm direito de 
voto): México e Nova Zelândia. Em 1994, o bloco pas-
sou por uma reestruturação e deixou de ser um mer-
cado comum, passando a ser uma União Aduaneira, 
com o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum 
(TEC) que determina os valores das tarifas cobradas 
nas importações e exportações dos países intrabloco 
e extrabloco.
Em 2018, as negociações entre os países fundado-
res totalizaram US$ 44 bi, valor equivalente a quase 
dez vezes as trocas comerciais realizadas em 1991, 
ano em que o bloco foi oficializado.
 z União Europeia: Foi efetivada em 1992, por meio 
da assinatura do Tratado de Maastricht, e é forma-
da por vinte e sete países europeus. É o maior blo-
co do mundo em número de membros, volume de 
vendas e PIB.
Seu processo de formação teve início ainda nos 
anos 1940, logo após o término da Segunda Guerra 
Mundial, quando se formou o Benelux, formado ape-
nas por Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Assim, o 
bloco passou por várias etapas de integração e assina-
turas de acordos até chegar no estágio atual.
A União Europeia passou por uma grave crise no 
ano de 2010, provocada por um descontrole nas con-
tas públicas de alguns de seus membros, com desta-
que para a situação caótica dos gregos.
Recentemente, passou pela turbulenta saída de 
um de seus principais membros, a Grã-Bretanha. O 
Brexit (nome dado ao processo de saída da Grã-Bre-
tanha) teve início em 2016 e só se finalizou em 2020, 
ficando, porém, com decisões e impasses a serem ain-
da resolvidos.
 z USMCA: Esse novo acordo entre os três países da 
América do Norte foi criado em 2018 em substi-
tuição ao Acordo de Livre Comércio da América 
do Norte (na sigla em inglês, NAFTA). A proposta 
feita pelos Estados Unidos (principal economia do 
bloco) demorou a ser aceita pelos outros membros 
(Canadá e México).
Esse bloco caracteriza-se como área de livre 
comércio, com destaque para a produção automobi-
lística, eletrônicos e algumas atividades do setor pri-
mário, como o mercado lácteo do Canadá.
 z Outros blocos: Com menor expressividade, pode-
-se destacar, na Ásia, a Associação de Nações do 
Sudeste Asiático (ASEAN). Há, ainda, a Alian-
ça do Transpacífico, também asiática, mas com 
a presença de países de outros continentes, que 
acabou reformulada e transformada em Parceria 
Econômica Regional Abrangente (na sigla em 
inglês, RCEP), tornando-se o maior bloco comercial 
do mundo, tendo vista que a China está nele.
Na África, temos a Comunidade para o Desenvol-
vimento da África Austral (SADC); na América do 
Sul temos a Comunidade Andina, formada por paí-
ses andinos.
É importante também destacar a formação da 
associação comercial dos países emergentes da eco-
nomia mundial, no início deste século, denominada 
BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que 
estabeleceram importantes parcerias comerciais por 
vários anos. Porém, nos últimos anos, as relações têm 
se enfraquecido.
ORGANISMOS INTERNACIONAIS
Além da criação da ONU (Organização das Nações 
Unidas) após o fim da Segunda Guerra e da OTAN 
(Organização do Tratado do Atlântico Norte) durante a 
Guerra Fria, temos, também, como grande organismo 
12
internacional o FMI (Fundo Monetário Internacional) 
que, criado em 1944, tem como objetivo a avaliação e 
empréstimos monetários à países que necessitem de 
tal consignação.
Temos também a Organização Mundial do Comércio 
(OMC). Criada em 1995, substituindo o plano GATT (sigla 
em inglês para Acordo Geral de Tarifas e Comércio), tem 
como objetivo impedir que o protecionismo econômico 
seja colocado em prática e que haja prejuízo para alguns 
países na ocorrência das relações comerciais.
Hoje, países da Ásia, como a China, passaram a 
ter uma parcela de contribuição no fluxo comercial 
mundial; os chineses já possuem parceiros comerciais 
espalhados em todo o mundo, o que os coloca em con-
dição de vantagem perante outrospaíses. Por conta 
do volume de negociações realizadas pelos chineses, a 
OMC falha no seu principal objetivo: fiscalizar e regu-
lar o comercio mundial.
GLOBALIZAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO DO ESPAÇO
Fluxos Financeiros
A dinâmica do mundo globalizado proporciona 
uma maior circulação de capitais e, consequentemen-
te, uma maior ocorrência de atividades financeiras, 
como a compra e venda de títulos e ações de grandes 
empresas. Essa nova dinâmica relacionada à circula-
ção de capitais só foi possível por conta do desenvol-
vimento tecnológico dos meios de comunicação que 
promovem uma maior integração entre os fluxos e os 
fixos do mundo globalizado.
Essa situação permite que milhões de dólares 
sejam movimentados nas relações entre países e 
entre empresas em um período de 24 horas. Essa 
movimentação de capitais, principalmente aqueles 
relacionados às ações das empresas, ocorre nas bolsas 
de valores espalhadas pelo mundo. Normalmente, a 
localização da sede das bolsas de valores está em ter-
ritórios luminosos do mundo globalizado.
Como exemplos desses territórios integrados de for-
ma intensa à globalização, pode-se citar Alemanha, Esta-
dos Unidos, Japão, Inglaterra, França, Coreia do Sul e 
China. Neles, estão as sedes ou filiais das grandes empre-
sas transnacionais, de bancos e instituições financeiras.
Transportes
Os meios de transporte têm papel de extrema 
importância no processo de desenvolvimento econô-
mico dos países e no crescimento das empresas, pois 
são eles que dinamizam o escoamento e a circulação 
de pessoas, mercadorias e objetos todos os dias. 
O setor de transportes desenvolveu-se ao longo dos 
séculos, de acordo com as demandas em questão. Des-
de a criação da máquina a vapor durante a Primeira 
Revolução Industrial, o setor de transportes vem pas-
sando por profundas transformações.
As novas tecnologias implantadas no setor podem 
definir se o país ou região terá maior ou menor par-
cela de participação na dinâmica econômica e política 
do mundo.
Em países com dimensão continental, como é o 
caso do Brasil, o modelo ideal seria o transporte fer-
roviário, devido ao seu custo de manutenção, e por 
conta do baixo nível de agressão ao meio ambiente.
As trocas e os fluxos comerciais intercontinentais 
ocorrem basicamente pelo transporte marítimo (para 
cargas pesadas); para cargas leves e valiosas, além do 
transporte de passageiros entre longas distâncias, o 
ideal é o transporte aeroviário. Para o transporte de 
cargas entre distâncias curtas, o mais indicado é o 
transporte rodoviário.
Porém, a dinâmica do mundo globalizado traz 
maior fluidez em seus sistemas de transporte, espe-
cialmente caso ocorra a implantação de eixos multi-
modais, com junção e ligação entre vários meios de 
transporte em um determinado ponto.
Fluxos de Informação
São fatores determinantes de busca, seleção, tra-
tamento, armazenamento, disseminação e uso do 
conjunto de informações necessárias para a ocor-
rência dos processos organizacionais; resultam em 
conhecimento com valor agregado às necessidades e 
demandas de diferentes processos e relações no mun-
do atual.
Meio Técnico-Científico-Informacional
O meio técnico-científico-informacional é repre-
sentado pela atual fase na qual se encontra o sistema 
capitalista de produção – o capitalismo financeiro glo-
balizado, que provocou uma intensa transformação 
do espaço geográfico. Esse processo tem relação dire-
ta com a Terceira Revolução Industrial, que passou a 
ser chamada de Revolução Científica Informacional; 
suas consequências ficaram mais visíveis a partir dos 
anos 1970.
Esse processo permitiu a união entre técnica e 
ciência, conduzida pelo funcionamento do mercado 
que, através dos avanços tecnológicos, realiza sua 
expansão consolidando o processo de globalização. 
Como exemplo dessa situação, em que as técnicas e 
as ciências estão se integrando e interagindo, propi-
ciando a expansão do capital, tem-se o processo de 
mundialização da tecnologia, que permite que sejam 
levadas possibilidades de acesso à internet a espaços 
totalmente opacos no mundo globalizado.
Organização do Estado Nacional e Poder Global
O termo poder pode ser definido como “o direito 
ou a capacidade de decidir, agir e ter voz de mando; 
autoridade”, ou ainda “a supremacia em dirigir e 
governar ações de outrem pela imposição da obediên-
cia, domínio, influência”.
Esses conceitos são elucidativos, mas de que forma 
essas relações de poder se aplicam à geopolítica mun-
dial? Para a compreensão desses processos, é necessá-
rio entender o significado de Ordem Mundial: forma 
de equilíbrio de poder existente no cenário interna-
cional, mundial, global, em determinado momento e 
período histórico da humanidade. É comum que essa 
forma de equilíbrio de poder encontre-se atrelada 
a momentos específicos; o crescimento econômico, 
as disputas políticas e/ou comerciais e até mesmo os 
períodos de instabilidade diplomática podem alterar 
a ordem vigente.
O conceito de Ordem Mundial é contestado por 
vários estudiosos, bem como por diplomatas e espe-
cialistas em política internacional (como o ex-secre-
tário estadunidense Henry Kissinger), que acreditam 
que o mundo, no atual momento, esteja passando por 
uma desordem. Segundo Kissinger, a comunidade 
internacional não possui e não apresenta, de manei-
ra objetiva, um conjunto de metas, métodos e limites. 
Ainda de acordo com Kissinger, existe a necessidade 
de construir uma ordem capaz de equilibrar os dese-
jos conflitantes das nações, que são divididas em dois 
grupos:
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Potências ocidentais que 
estabeleceram as regras 
vigentes, como os Estados 
Unidos
Potências emergentes que 
não aceitam essas regras, 
com destaque para China, 
Rússia e Mundo Islâmico
Nova Ordem Mundial
O processo de desintegração da União das Repúbli-
cas Socialistas Soviéticas (URSS), com seus consequen-
tes enfraquecimento e desorganização políticos, foi 
responsável por determinar a formação de uma Nova 
Ordem Mundial.
O processo de independência dos países que for-
mavam a antiga URSS e a posterior formação da 
Comunidade dos Estados Independentes (CEI), bloco 
que a Rússia (maior república soviética) criou para 
manter o domínio ou pelo menos a influência sobre 
os países do leste europeu, foram responsáveis por 
colocar um final na ordem bipolar e na Guerra Fria.
A partir de 1991, começou a ocorrer a abertura 
de novos horizontes geopolíticos e econômicos, que 
deram início à ordem mundial multipolar – a partir 
de então, não existe mais o socialismo enquanto siste-
ma socioeconômico, e o capitalismo passa a ter vários 
polos de influência, o que caracteriza a Nova Ordem 
Mundial.
De maneira diferente do que ocorreu durante 
a Ordem Bipolar, as potências do novo mundo mul-
tipolar são os países que detêm poderio econômico, 
embora não haja como deixar de lado, no aspecto geo-
político, o poder bélico dos Estados Unidos.
Em relação à questão econômica, os países con-
siderados no cenário atual como novos “polos de 
poder”, além dos Estados Unidos, são também Japão, 
os países que formam a União Europeia, e a China – 
em um contexto mais recente, principalmente a partir 
do início dos anos 2000. Porém, é necessário destacar 
também nesse cenário de Nova Ordem Mundial o 
papel da Rússia, que passou a exercer influência após 
um longo período de sucessivas crises econômicas. A 
quantidade de atores nesse novo cenário geopolítico 
mundial demonstra que a Nova Ordem Mundial ainda 
está em processo de formação.
O mundo multipolarizado se apresentou com 
maior processo de integração entre os países graças 
ao fenômeno da globalização internacional. Nos dias 
atuais, ocorre entre as várias nações do mundo um 
constante processo de cooperação e uma maior inter-
dependência que pode ser facilmente percebida no 
aspecto econômico (assim como na questão política), 
o que fica evidente através da formação de mercados 
regionais, mundialmente conhecidos como blocos 
econômicos.
Assim,a velha divisão do mundo em Leste (socia-
lista) e Oeste (capitalista) deu lugar a uma nova for-
ma de regionalização, representada pelos países do 
Norte (ricos) e os países do Sul (pobres), que mesmo 
com diferenças socioeconômicas e estruturais, ainda 
promovem um processo de integração e interdepen-
dência internacional.
Fronteiras Estratégicas
São alternativas de expansão de negócios para as 
empresas, sem preocupar-se com dificuldades das 
fronteiras geográficas. As fronteiras são cortes, limi-
tes, que impedem o desenvolvimento em harmonia, 
e são de grande importância para a compreensão 
do processo de globalização e sobre como ela não é 
homogênea. Assim, os limites são relativamente fle-
xíveis conforme os interesses econômicos e políticos 
daqueles que estão envolvidos no processo.
Conglomerados Transnacionais
O termo conglomerado transnacional diz respeito 
à junção de grupos industriais (não necessariamente 
no mesmo ramo, no mesmo seguimento de produção) 
que se unem para ter um controle maior do mercado. 
A formação desse novo arranjo industrial é bastante 
comum na fase do capitalismo financeiro globalizado, 
atual estágio do processo de globalização.
Quando ocorre essa junção entre empresas do 
mesmo seguimento produtivo ou não, ocorre tam-
bém a formação de controle do mercado em escala 
mundial. 
Para compreender melhor esse processo, é preci-
so atentar-se à formação dos oligopólios (quando um 
pequeno grupo de investidores controla uma grande 
parcela do mercado mundial); além dos oligopólios, 
ocorre também a formação dos trustes (fusão entre 
empresas com o objetivo final de ter uma maior fatia 
do mercado consumidor para ser explorada).
Mesmo com as restrições de governos e de orga-
nismos ligados à questão comercial, a formação dos 
grandes conglomerados transnacionais está cada vez 
mais presente na dinâmica econômica do mundo 
globalizado.
Novos Fatores de Localização Industrial
Quando ocorreram as primeiras revoluções indus-
triais, havia a necessidade de que a fábrica estivesse 
próxima a algumas condições específicas, que são os 
seguintes fatores locacionais:
 z Matéria-prima;
 z Fonte de energia;
 z Mão de obra;
 z Mercado consumidor;
 z Rede de transportes.
Hoje, porém, na dinâmica do mundo globalizado e 
com o processo de fragmentação do processo produ-
tivo e consequente mundialização da indústria, esses 
fatores perderam um pouco de importância, mas ain-
da continuam relevantes, e foram associados a outras 
situações, como a redução dos impostos com a realiza-
ção de incentivos fiscais.
Entretanto, para a produção industrial do mundo 
globalizado, a não proximidade das indústrias a esses 
fatores não impede o processo produtivo em larga 
escala, o escoamento da produção, o aumento da con-
corrência e uma maior área de exploração do merca-
do consumidor em nível global.
CONFLITOS ÉTNICOS, POLÍTICOS E RELIGIOSOS 
ATUAIS
Questões religiosas e ambientais, disputas territo-
riais, governos ditatoriais, dentre outras causas, são 
fatores que proporcionam a ocorrência de conflitos ao 
redor de todo o mundo. 
14
O mundo globalizado, iniciado após o término da 
Guerra Fria e da Velha Ordem Mundial, provocou a 
intensificação do choque de civilizações, aumentando 
assim a ocorrência de conflitos em diversas partes do 
mundo.
Os continentes africano e asiático foram palco dos 
mais violentos conflitos ocorridos no pós Segunda 
Guerra Mundial. Como destaque, pode-se citar:
 z O conflito entre chineses, indianos e paquistaneses 
pela região da Caxemira;
 z A instabilidade política nas nações africanas, com 
a ocorrência de guerras constantes por grupos 
rivais disputando poder;
 z A luta contra regimes políticos autoritários, como 
a Primavera Árabe, ocorrida há 10 anos em países 
do norte da África e do Oriente Médio – suas popu-
lações reivindicavam maior democracia, o que 
desencadeou uma onda de protestos que levou a 
uma guerra civil, como é o caso da Síria, além de 
uma crise humanitária em países como o Iêmen.
A ocorrência desses conflitos provoca desloca-
mentos populacionais em massa, e nem sempre as 
pessoas que estão migrando fugindo de áreas de con-
flitos realizam esse processo em condições dignas. 
Por exemplo: a guerra da Síria, que ocorre como um 
dos desdobramentos da mal sucedida Primavera Ára-
be, já provocou o deslocamento forçado de mais de 
22 milhões de pessoas, além dos deslocamentos que 
ocorrem por conta das guerras civis e disputas de 
poder no continente africano.
O principal destino dos refugiados de guerra des-
tas regiões é a Europa, que nos últimos anos vem ado-
tando políticas mais rígidas de controle da entrada de 
imigrantes oriundos das regiões citadas acima.
A passagem para a Europa ocorre através da tra-
vessia do Mar Mediterrâneo, que se tornou uma das 
mais mortais rotas de imigração do planeta, não pela 
distância entre os continentes, mas por conta das pés-
simas condições nas quais os imigrantes realizam a 
travessia. Nos últimos seis anos, morreram mais de 20 
mil pessoas.
Não somente países dessas regiões estão na rota 
das migrações internacionais. Mesmo não havendo 
nenhum tipo de conflito entre Estados Unidos e Méxi-
co, a fronteira entre os dois países é vigiada tensa e 
permanentemente. Pessoas oriundas do Triângulo 
Norte da América Central, principalmente de Hondu-
ras, Haiti e Guatemala, entram no território mexicano 
com o objetivo de chegar no território norte-america-
no; porém, quando chegam na fronteira entre os dois 
países, o sonho de muitas pessoas por melhores condi-
ções de vida é encerrado.
O petróleo, o Oriente Médio e as lutas religiosas
Conhecida como uma das regiões mais conflituo-
sas do mundo, o Oriente Médio é palco de muitas ten-
sões de ordem econômica, política, religiosa e étnica. 
Como um ponto inicial, pode-se destacar a riqueza 
de recursos minerais da região, em especial, o 
petróleo.
Na imagem temos as reservas de petróleo distri-
buídas pelo mundo.
Reservas de petróleo no mundo. Destaque para a abundância desse 
recurso no Oriente Médio.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_
reservas_de_petr%C3%B3leo
Além disso, temos a presença de povos árabes, per-
sas, curdos, judeus, turcos, entre outros, que formam 
uma grande diversidade de etnias, além da diversida-
de religiosa, tendo a presença de judeus, muçulmanos 
e cristãos, as três maiores denominações religiosas do 
mundo. Em muitas vezes, essas diferenças se trans-
formam em atritos muito sérios, convertendo-se em 
guerras muitas vezes.
Vejamos alguns desses conflitos:
 z Questão Palestina: após a Segunda Guerra Mun-
dial, a ONU decidiu dividir a Palestina como for-
ma de tentar resolver os inúmeros problemas da 
região causados pela presença dos dois povos, ára-
bes e judeus. Assim, em 1947, o território palestino 
foi dividido, mas os árabes rejeitaram a proposta. 
Durante a Guerra de Independência (1948-1949), a 
Liga Árabe, composta por sete países (Jordânia, Egi-
to, Síria, Líbano, Iraque, Arábia Saudita e Iêmen), 
não aceitou a partilha da Palestina e invadiu o novo 
Estado de Israel, mas acabou derrotada. O Estado 
de Israel aumentou o seu território, a Faixa de Gaza 
foi anexada ao Egito e o território chamado de Cis-
jordânia passou a ser administrado pela Jordânia. 
Em 1967, as tensões se agravaram e, com o apoio da 
União Soviética, o Egito, a Síria e a Jordânia criaram 
uma força militar com o intuito de recuperar o terri-
tório perdido em 1947. No entanto, com o apoio dos 
Estados Unidos, Israel atacou esses três países e ocu-
pou a Península do Sinai (Egito); a Faixa de Gaza e a 
Cisjordânia (Palestina); as Colinas de Golã (Síria); e 
a parte oriental de Jerusalém. Com isso, o território 
israelense cresceu consideravelmente. 
Esse conflito é conhecido como a Guerra dos Seis 
Dias. Em 1973, teve início a guerra do Yom Kippur 
(Dia do Perdão). Aproveitando o feriado judeu, as 
tropas egípcias e sírias avançaram sobre a Penín-
sula do Sinai e as Colinas de Golã com o objetivode 
reconquistar os territórios perdidos na Guerra dos 
Seis Dias. Uma das consequências dessa guerra foi a 
crise do petróleo, já que os países árabes, membros 
da Organização dos Países Exportadores de Petróleo 
(Opep), decidiram interromper a produção e a expor-
tação desse produto para o Ocidente. Em 1979, Israel 
devolveu a Península do Sinai ao Egito. Atualmente, a 
maior parte do território da Cisjordânia é controlada 
por Israel, assim como as fronteiras da Faixa de Gaza, 
apesar de a região ser dominada por palestinos.
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Diferenças territoriais entre palestinos e israelenses ao longo do 
tempo.
Fonte: https://www.diferenca.com/israel-e-palestina/
 z Irã x Iraque: em 1979, um movimento islâmico 
radical implementou um sistema teocrata no Irã. 
Esse movimento, chamado de Revolução Irania-
na causou problemas entre o Irã e o Ocidente. O 
Iraque, liderado por Saddam Hussein e apoiado 
pelos EUA, invadiu uma província iraniana rica 
em petróleo. No entanto, após oito anos de conflito, 
a guerra terminou sem vitoriosos, além dos altos 
custos humanos e econômicos.
 z Guerras do Golfo: entre 1990 e 1991, os Estados 
Unidos, com o aval da ONU, lutaram contra o Ira-
que para sua expulsão do Kuwait. Os bombardeios 
estadunidenses acabaram sendo decisivos para a 
retirada iraquiana. Em 2003, mesmo sob críticas da 
ONU e de diversos países, o governo Bush ordenou 
a invasão do Iraque, sob a justificativa de posse de 
armas de destruição em massa, acusação que nun-
ca foi comprovada. A ocupação durou até 2011.
 z Afeganistão: entre 1979 e 1988, o país foi ocupado 
pela URSS, apesar da forte resistência imposta pelos 
guerrilheiros afegãos. Em 1996, o Talibã tomou o 
poder no Afeganistão. Esse movimento islâmico 
radical implantou um Estado muçulmano. Segun-
do o Serviço de Inteligência dos EUA, os atentados 
terroristas que ocorreram em 11 de setembro de 
2001 teriam sido de autoria do grupo Al-Qaeda, que 
tinha seu principal centro de treinamento no Afega-
nistão. O que justificou a invasão estadunidense em 
outubro de 2001. O líder da Al-Qaeda, Osama Bin 
Laden, foi morto em 2011. No entanto, as tropas só 
começaram a deixar o país em 2015.
EXPLORAÇÃO E USO DOS RECURSOS NATURAIS E 
OS DESAFIOS GEOPOLÍTICOS DO SÉCULO XXI
A humanidade, desde a pré-história, realiza a trans-
formação do meio natural em que vive. Nos primórdios, 
os povos do mundo eram nômades e deslocavam-se cons-
tantemente de um local para outro na busca de alimen-
tos e de locais seguros para a moradia e sobrevivência.
Com o desenvolvimento de técnicas para cultivo de 
vegetais e frutos, além do processo de domesticação, 
confinamento e criação de animais, a agricultura e a 
pecuária desenvolveram-se, o que permitiu a sedenta-
rização dos grupos humanos; ou seja, os homens pude-
ram se fixar em determinados locais, dando início ao 
processo de formação das primeiras civilizações.
Com o passar dos séculos, houve o desenvolvimen-
to de técnicas cada vez mais avançadas que não só 
garantiram as necessidades de suas populações, mas 
também que os seres humanos pudessem exercer 
poder e domínio sobre outros territórios. As técnicas 
tornaram-se cada vez mais complexas, mas sem dei-
xarem de lado o ponto principal desde o surgimento 
dos primeiros aglomerados humanos: a capacidade 
de utilizar e transformar a natureza.
Assim, podemos afirmar que o espaço geográfico 
– resultado das ações e das atividades humanas – está 
sempre sendo produzido e transformado pela socie-
dade em diferentes momentos da História. Existe um 
vínculo entre natureza e ação humana, ou seja, entre 
o espaço natural e o espaço geográfico.
Podemos citar como exemplos dessas ações o pro-
cesso de extração de matérias-primas do meio ambien-
te ou a retirada de matas e florestas para o cultivo de 
alimentos ou matérias-primas que serão posteriormen-
te utilizadas na produção de mercadorias diversas.
O processo de extração mineral é considerado um 
exemplo das diferentes maneiras pelas quais os seres 
humanos transformam e modificam o ambiente em 
que vivem, o processo de apropriação da natureza 
pelos seres humanos
Essa relação entre a natureza e os seres humanos 
dá-se sempre de maneira harmoniosa? A resposta é 
não. Os seres humanos estão cada vez mais exploran-
do a natureza de forma predatória, além do limite que 
ela pode suportar, provocando alterações considera-
das desastrosas sobre o meio natural. Os impactos das 
ações predatórias dos seres humanos podem ser vis-
tos quando há o desmatamento de florestas ou quan-
do as reservas hídricas estão altamente poluídas.
Como consequência desses processos, podemos 
observar os mais diversos efeitos: a erosão que atinge 
as áreas de rios, córregos, lagos e outros reservatórios 
de água, sejam eles superficiais ou subterrâneos; a 
prática da agricultura e da pecuária de forma intensi-
va. Essas atividades têm como consequências a perda 
de recursos hídricos ou até mesmo alterações climáti-
cas provocadas pela perda de áreas naturais ou pela 
grande quantidade de poluentes emitidos e lançados 
na atmosfera. Dessa forma, fica evidente o impacto da 
natureza sobre a sociedade.
Como forma de combater os impactos provocados no 
meio natural por ações antrópicas (do homem), surgem 
vários movimentos sociais e ativistas. No atual momen-
to do sistema capitalista, os efeitos estão mais intensos, o 
que promove preocupações com a problemática ambien-
tal, dentre as quais podemos citar o agravamento do 
efeito estufa, o aquecimento global, a poluição e os pro-
blemas ambientais urbanos, entre outros tipos de impac-
tos ambientais.
Dessa forma, a humanidade precisa desenvolver 
técnicas sustentáveis para um melhor aproveitamento 
desses recursos naturais, ao invés de extrair todos os 
recursos de forma indiscriminada, provocando o agra-
vamento da questão ambiental. Cada vez mais é neces-
sário discutir ações sustentáveis; só assim será possível 
garantir a preservação e a utilização dos recursos natu-
rais para as próximas gerações, e esse é o maior desafio 
para os indivíduos do mundo contemporâneo.
RELAÇÕES ECONÔMICAS ENTRE O BRASIL E O 
MUNDO
Com o intenso processo de utilização de tecno-
logias na produção agropecuária, estas atividades 
tornaram-se bases da economia brasileira. No sécu-
lo XXI, ocorreu uma evolução na produção agrícola 
16
brasileira das extensas monoculturas para uma diversificação da produção. No Brasil é possível encontrar uma 
grande variedade de produtos que vão desde os mais historicamente tradicionais, como a cana-de-açúcar e o 
café, passando por outros como soja, laranja, arroz, milho, trigo, algodão, dentre outros que encontram condições 
climáticas favoráveis ou que foram adaptados pelas novas tecnologias agrárias, transformando o Brasil em um 
dos grandes produtores agrícolas do mundo. Observe a tabela a seguir com alguns dados dos produtos agrícolas 
brasileiros.
RANKING DA PRODUÇÃO E DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DO AGRONEGÓCIO
PRODUTO PRODUÇÃO EXPORTAÇÃO Nº DE PAÍSES PRINCIPAL COMPRADOR
Açúcar 1º 1º 132 Rússia
Café 1º 1º 129 EUA
Suco de Laranja 1º 1º 74 Bélgica
Soja em grão 2º 1º 42 China
Carne bovina 2º 1º 143 China
Carne de frango 3º 1º 145 Rússia
Óleo de soja 3º 2º 47 -
Farelo de soja 3º 2º 60 Japão
Milho 3º 1º 76 Irã
Carne suína 4º 4º 72 Rússia
Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2014/15.
Os dados podem sofrer variações, pois com alguns produtos como a soja, o Brasil reveza com os EUA o posto 
de principal produtor, ao passo que a Índia se destaca como produtora de carne bovina. O setor agropecuário 
alcançou níveis elevados de participação na economia brasileira e o PAP (Plano Agrícola e Pecuário – também 
conhecido como Plano Safra), já tem o valor de R$ 236,3 bilhões como crédito para os produtores para o biênio 
2020/2021, onde a maior parte vai para custeio e para a comercialização. Estes valores são distribuídos de acordo 
com o nível de importância do gênero ou atividade na economia brasileira. Os principaisprodutos do agronegócio 
brasileiro são:
 z Cana-de-açúcar: produto agrícola importante desde o período colonial, com produção anual estimada de 47 
milhões de toneladas, com destino da produção para o etanol (combustível veicular) e para a produção do 
açúcar. As áreas produtoras com maior destaque são: São Paulo (60% da cana produzida no país); estados do 
Centro-Oeste, Maranhão; Paraná; Minas Gerais e a tradicional Zona da Mata Nordestina;
 z Café: Principal produto no século XIX e início do Século XX, o Brasil é hoje o maior produtor e exportador de 
café do mundo, são mais de 2 milhões de hectares de áreas destinadas ao consumo, destaque para o estado de 
Minas Gerais que detém 50% da produção nacional;
 z Soja: Principal produto do agronegócio brasileiro, com destaque para a produção nas regiões Centro-Oeste e 
Nordeste, além de uma parcela de produção na região Sul;
 z Outros produtos do agronegócio brasileiro: milho, citricultura, arroz, algodão.
Na pecuária, o destaque vai para a criação de bovinos que o rebanho já ultrapassa 219 milhões de cabeças de 
gado.
Importante!
Pecuária Intensiva: os rebanhos são criados em estábulos, confinados em pequenas e médias propriedades, 
com grandes cuidados em relação à alimentação, higiene e saúde. Esse tipo de pecuária necessita de maio-
res investimentos e mão de obra qualificada.
Pecuária Extensiva: Os rebanhos são numerosos, criados soltos e com pouca necessidade de cuidados e 
investimentos, alimentando-se de pasto natural.
O Brasil destaca-se também na criação de suínos, com rebanho superior a 38 milhões de cabeças, com desta-
que para a região Sul do país com quase a metade do rebanho, seguido por Nordeste e Sudeste. A criação de suínos 
gera lucros superiores a US$ 1 bilhão por ano.
Destaque também para a criação de ovinos e caprinos, com rebanho superior a 14 milhões de animais, com 
destaques para as regiões Sul e Nordeste.
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O Brasil destaca-se como grande produtor de aves, 
chegando a dominar uma fatia do mercado de 90% do 
comércio de carne de frango.
Destaques também para a equinocultura que gera 
lucros superiores a R$ 7,3 bilhões por ano, criação de 
bubalinos, asininos e muares.
Globalização e Economia Nacional
O Brasil é um país com enorme potencial para se 
firmar entre as grandes potências do mundo, porém, 
após um crescimento considerável no início deste 
século, na última década o processo de crescimento 
econômico e os números do nosso PIB (Produto Inter-
no Bruto – total de riquezas que o país produz em um 
determinado período) vem apresentando resultados 
desfavoráveis, e o grande desafio dos governantes é 
como garantir o processo de solidificação da econo-
mia dentro desta lógica de internacionalização. 
A internacionalização econômica pode ser com-
preendida como um grande mercado, resultado máxi-
mo do processo de globalização. A partir dos anos 90, 
com o fim da lógica da bipolaridade entre capitalis-
mo e socialismo, que era determinada pela Guerra 
Fria, as nações do mundo começaram um processo de 
estreitamento de laços, através da superação de bar-
reiras físicas e geográficas, bem como a superação de 
barreiras políticas e ideológicas.
O modelo de mundo globalizado e o processo de 
internacionalização ultrapassam qualquer barreira 
de esfera econômica, e abrangem áreas como ciência, 
política, cultura etc. Mesmo sabendo que o processo 
de globalização pregava uma maior interação entre 
os povos e nações nos aspectos políticos, econômicos, 
culturais, territoriais, financeiras, proporcionando 
assim a construção de uma Nova Ordem Mundial, o 
que podemos perceber hoje é um processo exatamen-
te ao contrário, que podemos chamá-lo de desgloba-
lização, onde os países vêm promovendo a adoção 
de medidas protecionistas e restritivas, que acabam 
por representar uma tendência da sociedade moder-
na que é caracterizada por um fechamento total, uma 
espécie de isolamento, e um exemplo deste processo é 
a Guerra Comercial entre os EUA e China, disputando 
mercados, áreas de influencias, inovações tecnológi-
cas etc.
Comércio Exterior
Nos anos 90, durante o governo Collor, ocorreu 
um processo acelerado de abertura econômica, uma 
redução das alíquotas de importações, privatizações 
de empresas estatais e uma desregulamentação do 
Estado, além da redução de subsídios. Ocorreram 
também profundas mudanças na estrutura industrial 
do país. Esse cenário de estímulo à competitividade 
não proporcionou a pequenas e médias empresas o 
suporte financeiro e técnico para suportar e se ade-
quarem a essas mudanças e muitas acabaram fechan-
do as portas. A grande dificuldade dos pequenos e 
médios empresários nos dias atuais está relacionada 
à dificuldade de realizar investimentos em tecnologia, 
já que o crédito concedido para tal ação depende ain-
da da autorização e do resguardo do Estado. A questão 
burocrática acaba emperrando todo o processo, dessa 
forma, o Brasil acabou por implantar as políticas eco-
nômicas neoliberais como uma política de Estado.
No início dos anos 2000, o país passou por um perío-
do de crescimento econômico bastante significativo, 
com índices do PIB em torno de 6% ao ano, entrando 
no seleto grupo das maiores economias do mundo, che-
gando a ser classificado como um emergente da econo-
mia mundial – e passou a fazer parte do BRIC – grupo 
composto pelas economias emergentes do mundo no 
período: Brasil , Rússia, Índia e China, e, posteriormen-
te, o grupo passou a contar também com a África do Sul 
(em 2011) e passou a se denominar BRICS.
O crescimento econômico do início do século não 
se repetiu na década seguinte e o país passou a enfren-
tar quedas significativas no seu PIB, em especial entre 
os anos de 2014 e 2017, conforme pode ser visto na 
tabela abaixo: 
RESULTADOS DO PIB BRASILEIRO SEGUNDO O 
IBGE
ANO PIB
2010 7,5%
2011 4,0%
2012 1,9%
2013 3%
2014 0,5%
2015 -3,5%
2016 -3,3%
2017 1,1% 
2018 2,2% 
2019 3,5% 
Fonte: IBGE
A balança comercial (saldo entre importações e 
exportações) brasileira vem desde 2017 apresentando 
superávits (as exportações estão superando as expor-
tações – em resumo o país está vendendo mais do que 
está comprando) desde 2017.
A eleição do novo presidente Jair Bolsonaro, pro-
vocou uma mudança nas relações externas, com uma 
maior aproximação com os EUA e com o presidente 
Donald Trump, e foi adotada uma política econômica 
defendida pelo então Ministro da Economia Paulo Gue-
des que é um defensor do modelo neoliberal, e previa 
a implantação de uma modelo de privatizações em 
vários setores da sociedade, porém, por enquanto, essa 
desburocratização e uma menor participação do Esta-
do Brasileiro nas questões econômicas não ocorreram.
Na perspectiva internacional, é de extrema impor-
tância ressaltar os três maiores parceiros comerciais 
do país: China, EUA e Argentina. A Guerra Comer-
cial entre EUA e China rendeu frutos positivos para 
o Brasil em determinados momentos. Um setor que 
é bastante vantajoso para o Brasil na política comer-
cial com os chineses rendeu respectivamente em 2018 
US$ 32,7 bilhões e em 2019 US$ 32,7 bilhões, de acordo 
com previsões do IBGE.
Porém, em 2020, um ano atípico por conta da 
pandemia do novo coronavírus, as projeções para a 
economia do Brasil e de várias nações do mundo não 
são muito animadoras, de acordo com as projeções do 
FMI o PIB do nosso país deve sofrer uma retração em 
torno de 5,8%.
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No plano internacional, algumas declarações de 
membros da alta cúpula do governo em relação aos 
chineses vem causando um certo desgaste com o par-
ceiro asiático, fato este que pode comprometer a polí-
tica econômica do país nos próximos anos.
Integração Regional (Mercosul e América do Sul).
O Mercosul (Mercado Comum do Sul) que foi ofi-
cializado no início dos anos 90, através da assinatura 
do Tratado de Assunção, em 1991, tinha como princi-
pais objetivos promover a dinamização da economia 
regional, movimentando entre os seus membros mer-
cadorias,pessoas, força de trabalho e capitais. Tam-
bém estava previsto no documento assinado pelos 
membros signatários (fundadores) Brasil, Argentina, 
Paraguai e Uruguai a livre circulação de bens, servi-
ços e fatores produtivos. Porém, por conta da desi-
gualdade entre os seus membros, em 1995 através da 
assinatura do Protocolo de Ouro Preto, o bloco era 
transformado em uma união aduaneira com a fixação 
de uma tarifa externa comum – TEC.
Importante!
União Aduaneira é uma classificação de bloco 
econômico que conta com uma tarifa externa 
comum (TEC), pela livre circulação de mercado-
rias que são oriundas dos países associados ou 
membros.
Os anos 2000 foram muito desafiadores para o 
Mercosul, em especial pelo distanciamento do Brasil, 
principal economia da região, pelo golpe de estado no 
Paraguai e a consequente suspensão do país do bloco, 
assim como a situação crítica da Venezuela que fez 
com que o país presidido por Nicolás Maduro fosse 
suspenso do bloco em dezembro de 2016, por ruptura 
da ordem democrática e descumprimento das normas 
do bloco.
Atualmente, o bloco enfrenta dificuldades para a 
assinatura de acordos, em especial com a União Euro-
peia, por conta da política ambiental do seu principal 
membro - o Brasil.
As outras formas de integração na América do Sul: 
podemos destacar a UNASUL – União das Nações do Sul. 
Fundada em 2008 através do Tratado Constitutivo da 
UNASUL, assinado em Brasília, ficou decidido que a sede 
seria em Quito no Equador, o Parlamento sulamericano 
em Cochabamba na Bolívia, e a sede do seu banco em 
Caracas na Venezuela. O bloco, além de caráter político, 
tinha também o objetivo de se tornar uma organização 
multissetorial, com a junção de duas uniões aduanei-
ras – Mercosul e Comunidade Andina de Nações. Com 
as mudanças nas políticas de seus membros, em março 
de 2019 o bloco passou a se chamar Prosul – Foro para o 
Progresso da América do Sul, diferente da UNASUL que 
tinha líderes de esquerda. A Prosul tem em seus repre-
sentantes líderes de direita que ascenderem ao poder no 
continente nos últimos anos.
E para finalizarmos, destaque para as propostas de 
integração na América do Sul como o IIRSA, que foi 
criado em 2000 em Brasília como Iniciativa para a Inte-
gração da Infraestrutura Regional Sulamericana, com 
o objetivo de interligar e desenvolver a infraestrutura 
que interligasse fisicamente os seus membros entre as 
principais regiões econômicas do subcontinente ame-
ricano, e a finalidade era diminuir os custos do setor 
de transportes e aumentar o fluxo de mercadorias e as 
exportações intrarregional e extrarregional.
O ESPAÇO BRASILEIRO: POPULAÇÃO, 
ECONOMIA E URBANIZAÇÃO
POPULAÇÃO
Transição Demográfica
Para compreendermos melhor a questão demográ-
fica brasileira, é importante tomarmos conhecimento 
dos dados divulgados recentemente pelo IBGE, eles 
traçam um panorama geral da população brasileira. 
Segundo esses dados, a expectativa de vida dos bra-
sileiros era de 76,6 anos, sendo a expectativa de vida 
dos homens 73,1 anos e, das mulheres, 80,1. Os indica-
dores vêm aumentando ano após ano, desde a década 
de 40 quando a expectativa de vida dos brasileiros era 
de 45,5 anos (G1, 2020). 
Sobre a mortalidade infantil – crianças que che-
gam a óbito antes de completarem 1 ano de vida – 
cabe ressaltar que é maior entre os meninos. Entre 
os nascidos do sexo masculino, em 2018, cerca de 
13,8 não chegaram ao primeiro ano de vida. Já entre 
as meninas esse número é de 11,8 mortes a cada mil 
nascimentos – dados do IBGE (G1, 2018). Esse padrão 
se repete ao longo da vida, quando as mulheres com-
pletam 20 anos de idade, elas têm cerca de 4,5 mais 
chances de chegarem aos 25 anos que um homem da 
mesma idade. 
Essa diferença de acordo com o IBGE, pode ser 
explicada pela alta taxa de homicídios, suicídios, aci-
dentes de trânsito e outras mortes não naturais entre 
os indivíduos do sexo masculino. A partir dos anos 
80, esses fatores, os quais têm papel significativo nas 
mortes dos homens na sociedade brasileira, são, em 
grande parte, causados pelo aumento populacional, 
agravamento da desigualdade social, aumento da cri-
minalidade etc.
Um outro fator que promove consequências dire-
tas nas questões demográficas é a mortalidade na 
infância – crianças que vêm a óbito antes de comple-
tarem 5 anos de vida. As taxas vêm caindo ao longo 
dos anos. Por exemplo, em 2019, esse número era de 
14,4 contra 14,9, de 2017, e 15,5, em 2015. 
As chances são maiores no grupo que tem menos 
de 1 ano de vida – o número registrado, no ano pas-
sado, mostra que cerca de 85% das crianças que mor-
reram tinham menos que 1 ano. Porém, mesmo com 
esses dados, as taxas de mortalidade infantil vêm 
diminuindo. No ano passado foram registradas qua-
torze mortes a cada grupo de mil nascimentos, contra 
17,2 em 2010 – dados do IBGE. 
No Brasil, nos últimos dezenove anos, os índices 
registraram queda de 56,11% nas mortes de recém-
-nascidos e 59,8% para crianças de até cinco anos – 
dados do relatório do Unicef em 2020. Em relação à 
expectativa de vida, o estado de Santa Catarina tem 
os maiores índices, com 79,9 anos (3,3 anos acima 
da média nacional), e o estado do Maranhão tem a 
pior expectativa de vida, registrando 71,4, seguido do 
Piauí, com 71,6, e Rondônia, com 71,9 – ou seja, para 
cada criança nascida no Maranhão, estima-se que ela 
viva, em média, 8,5 anos a menos do que uma criança 
nascida em Santa Catarina. 
Todos os estados da região Nordeste têm dados 
abaixo da média nacional, ao contrário do que ocorre 
em todos os estados das regiões Sul e Sudeste, áreas 
em que a expectativa de vida para a população é aci-
ma da média nacional.
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O envelhecimento populacional nacional e, consequentemente, o aumento da expectativa de vida pode ser 
explicado com o fenômeno da transição demográfica, em que é registrado um aumento da expectativa de vida e 
uma queda nas taxas de natalidade.
No gráfico a seguir, percebe-se o aumento da expectativa de vida do brasileiro desde os anos 40: 
Expectativa de vida do brasileiro ao 
nascer (1940 - 2019)
Fonte: G1,2020
Crescimento Populacional
O Brasil é o sexto país mais populoso do mundo, com população estimada em 211.755.692 habitantes espalhados 
entre 5.570 municípios, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – tal estimativa se refere a 1º 
de julho de 2020. A população cresceu 0,77% em relação aos dados do ano de 2019. O estado de São Paulo segue na 
liderança com 46,289 milhões de pessoas, sendo que, desse número, quase 84% vivem nas cidades e pouco menos 
de 16% vivem no campo. 
Esse contingente populacional sobre uma área de 8.515.692km² resultou em uma densidade demográfica de, 
aproximadamente, 23,8 habitantes por km². A heterogeneidade da população brasileira é uma marca em sua 
história, pois a população se distribui de forma irregular pelo território nacional desde o período colonial, época 
na qual a maior concentração populacional ocorria na porção oriental do país, em uma faixa que tem a extensão 
aproximada de 200km entre a faixa litorânea e o interior. 
A concentração populacional nas porções centro-sul e litorânea do país, é maior e isso se deve aos ciclos eco-
nômicos realizados ao longo da nossa história. Nosso país possui uma ocupação territorial diversificada, demons-
trando uma heterogeneidade estatístico-demográfica de sua população. 
Podem-se ver, por exemplo, unidades da federação densamente povoadas, como Brasília, com 444 hab./km² e 
Rio de Janeiro, com 365 hab./km², além de áreas com reduzidas densidades demográficas, como, por exemplo, em 
Roraima ou no Amazonas (ambas possuem em torno de 2 hab./km²).
A concentração populacional na vertente (que é um termo frequentemente utilizado na Geografia como sinô-
nimo de “lado”, “flanco”) é resultante do processo histórico da ocupação que ocorreu da faixa litorânea para o 
interior do país de forma gradual. Nas áreas litorâneas das regiões Sudeste,

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