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PREPARATÓRIO PARA OAB Professora: Dr. Renata Aguiar DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO Capítulo 5 Aula 1 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO Coordenação: Dr. Carlos Toledo 01 Os poderes da Administração: poder hierárquico, poder disciplinar, poder normativo e poder de polícia "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br Tema 1 Noções gerais Tema 2 Classificação Tema 3 Poder hierárquico Tema 4 Poder disciplinar Tema 5 Poder normativo Tema 6 Poder de polícia A Administração Pública, para bem atender ao interesse público, é dotada de certos poderes, tais como o poder hierárquico, o poder disciplinar, o poder normativo e o poder de polícia. Isto se justifica porque toda a atuação administrativa está voltada para a coletividade, para proporcionar o bem comum. Na sua atuação, às vezes a Administração Pública pode se deparar com certos interesses individuais, que não correspondem à vontade do todo social. O Estado, então, não pode deixar que esses interesses particulares se sobreponham ao interesse público, e, para se impor, ele dispõe de determinados poderes, que o legitimam a estabelecer uma proteção e uma garantia em favor de todos os integrantes da sociedade. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, esses poderes administrativos "são verdadeiros instrumentos de trabalho, adequados à realização das tarefas administrativas." É através deles que a Administração Pública faz valer sua vontade, sempre dentro dos limites da lei. Os poderes administrativos são inerentes a todas as entidades estatais, ou seja, tanto a União, quanto os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios têm suas competências e dentro dessas é que podem exercer tais poderes. O poder hierárquico é aquele conferido à Administração Pública para distribuir internamente as competências de seus órgãos, para rever a atuação dos agentes que lhe são subordinados e para ordenar a esses agentes a atribuição de tarefas, estabelecendo, assim, uma relação de subordinação entre os agentes do seu quadro de pessoal. No tocante ao poder disciplinar, de acordo com Hely Lopes Meirelles, consiste na "faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração.” O poder normativo é aquele que possui um comando geral, visando à correta aplicação da lei. Através dele o Executivo explicita a norma legal, que vai ser observada tanto pela Administração Pública quanto pelos administrados. Os atos normativos esmiúçam a lei, detalham a norma legal, e contêm regras gerais e abstratas de conduta. Aula 1 02 O poder normativo é expressado através de uma série de atos, sobretudo pelos decretos, regulamentos, resoluções, instruções e portarias. No que tange ao poder de polícia, invocando as lições de Maria Sylvia Zanella di Pietro, pode-se asseverar que "é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público." Conforme esclarece, esse interesse público está presente nos mais variados setores da sociedade, tais como naqueles que tutelam a saúde, segurança, moral (quando a Administração interrompe espetáculo público pela prática de atos obscenos), meio ambiente, defesa do consumidor, patrimônio cultural e propriedade. O conceito legal de poder de polícia encontra-se disposto art.78 do Código Tributário Nacional, já que, quando o Poder Público exercita este poder, está autorizado a cobrar taxa. O poder de polícia abrande atos do Poder Legislativo e do Poder Executivo. O Poder Legislativo, no exercício do poder de polícia, cria as limitações administrativas através de lei. Já o Poder Executivo, também no exercício do poder de polícia, regulamenta as leis e controla sua aplicação, seja de modo preventivo (por meio de ordens, notificações, licenças, vistoria, fiscalização, autorização), seja de forma repressiva, quer dizer, por meio de medidas coercitivas, tais como dissolução de passeata, apreensão de mercadorias deterioradas, interdição de atividade. Quando a Administração Pública age preventivamente, ela busca adequar o comportamento do particular à lei. Por outro lado, quando age de forma repressiva, ela visa coagir o infrator a cumprir a lei. Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 22ª edição. Editora RT, São Paulo, 1997, pág. 100. Idem. Ibidem, pág. 108. Pietro, Maria Sylvia Zanella di. Direito Administrativo. 18ª edição. São Paulo, Atlas, 2005, pág. 111. São atributos do poder de polícia, conforme expõe Maria Sylvia Zanella di Pietro: 1) discricionariedade 2) auto-executoriedade 3) coercibilidade Vale ressaltar que na doutrina há autores, como Celso Antonio Bandeira de Mello, que entendem que o poder da polícia é uma atividade negativa, no sentido de que sempre impõe uma abstenção ao particular, uma obrigação de não fazer, para evitar perigo ou dano à sociedade. No entanto, outros entendem que o poder de polícia é atividade positiva, porque aqui se inserem as obrigações de fazer dos proprietários, quando são obrigados a usar o imóvel de acordo com sua função social. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 03 A propósito, mencione-se a r. decisão, proferida pela Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça. Trata-se de um recurso ordinário em mandado de segurança: RMS 16082/MT RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA Rel. Min. José Delgado Publicado no DJ em 15/09/2003 pág. 235 "Ementa. Processual Civil. Recurso Ordinário em mandado de segurança. Portaria editada por Secretaria Estadual de Saúde. Comércio de óculos esportivos. Restrição de comercialização a estabelecimento comercial classificado como ótica. Legalidade. Poder de polícia. Proteção ao interesse coletivo e à saúde visual do consumidor. Inexistência de violação a direito líquido e certo nem ao livre comércio. 1. Recurso Ordinário em Mandado de Segurança interposto contra v. Acórdão que denegou segurança contra ato do Secretário de Saúde do Estado de Mato Grosso, relativo à licença para comercialização de óculos de proteção solar sem grau. 2. O poder de polícia, ao apontar obrigação positiva ou negativa, representa restrição ao direito individual do administrado, em favor do interesse público. Em contrapartida, impõe-se à Administração Pública o dever de agir preventivamente, na preservação do interesse da coletividade, ameaçado de dano de alguma espécie, editando o elenco normativo aplicável, ou praticando os atos executivos correspondentes. 3. A proteção à saúde visual do consumidor é dever da Administração Pública, a qual, por meio do poder de polícia, pode restringir a venda de óculos de sol, ainda que desprovidos de grau, aos estabelecimentos comerciais especializados, id est, as óticas. 4. São necessárias, para a venda de óculos de sol, mesmo desprovidos de grau, técnicas adequadas, por intermédio de equipamento próprio, capaz de aferir a qualidade dos óculos comercializados, e sua compatibilidade com cada cliente, consideradas as qualidades pessoais. 5. A utilização de óculos de sol, desprovidos de lentes fotossensíveis ou fotocromáticas, que atendam aos requisitos atinentes à efetiva proteção dos usuários, podem resultar em danos irreversíveisà saúde visual, ainda que seus efeitos maléficos não se apresentem de imediato. 6. Não fere direito líquido e certo ao livre exercício do comércio a expedição de Portaria por Secretaria de Saúde Estadual com o objetivo de determinar a venda de óculos de proteção sem grau, com ou sem cor, apenas por estabelecimentos comerciais do ramo de ótica, por ser medida da Administração que preserva a saúde visual da população.” É, portanto, muito vasto o campo de atuação do poder de polícia. No tocante aos seus limites, vale lembrar que a Administração Pública, ao agir utilizando seu poder de polícia, deve também sempre adequar os meios de que se utiliza para atingir os fins a que se propõe. É, portanto, fundamental que o Poder Público, ao limitar qualquer direito individual dos particulares, atenda ao princípio da proporcionalidade, isto é, o poder de polícia não deve ir além do necessário para satisfazer o interesse público. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 04 Em virtude disso, os meios de coação de que dispõe o Estado só devem ser utilizados quando não haja outro modo eficaz para atingir seus objetivos, que estão sempre respaldados no interesse público. Daí dizer que esses atos não são válidos quando desproporcionais ou excessivos em relação ao fim que se quer atingir. Em síntese: a Administração Pública é dotada de poderes que lhe são conferidos por lei para tutelar os interesses públicos de diversos setores da sociedade, devendo deles se utilizar sempre adequando os meios que emprega para atingir os fins que almeja. Bibliografia . Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 22ª edição. Editora RT, São Paulo, 1997. . Mello, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 17ª edição. São Paulo, Malheiros, 2004. . Pietro, Maria Sylvia Zanella di. Direito Administrativo. 18ª edição. São Paulo, Atlas, 2005. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br
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