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Atlas de Parasitologia Barbara Oliveira Gomes1, Douglas Manoel de Melo Lopes1, Magna Cristina de Paiva2 1 Graduandos do curso de Farmácia, 2 Docente do curso de Farmácia, Universidade Federal de São João del Rei/Campus Centro-Oeste Dona Lindú- Divinópolis-MG Esta primeira edição do Atlas de Parasitologia onLine foi elaborada com o objetivo de facilitar o acesso às informações sobre parasitos frequentemente detectados na clínica médica humana. As imagens aqui apresentadas foram obtidas pelos discentes autores e não estão vinculados a direitos autorais. Vale ressaltar que esse atlas faz parte de um projeto universitário e que continua em construção, com a perspectiva de atualização constante, envolvendo a educação contínua da comunidade acadêmica. Sumário Miscelânea Amblyoma cajennense, Calliphora, Chrysomya sp, Cochliomyia hominivorax, Dermatobia hominis, Fannia, Mucina, Musca, Pediculus capitis, Phaenicia, Sarcophaga, Lucilia, Sarcoptes scabiei. Tunga penetrans, Xenopsylla cheopis, Nematelmintos Ancylostoma duodenale, Ancylostoma sp., Ascaris lumbricoides, Enterobius vermiculares, Onchocerca volvulus, Strongyloides stercoralis, Trichuris trichiura, Wuchereria bancrofti. Platelmintos Schistosoma mansoni, Taenia saginata, Taenia solium, Hymenolepis nana. Protozoários Entamoeba histolytica/dispar, Giardia lamblia, Leishmania brasilienses, Plasmodium sp., Toxoplasma gondii, Trichomonas vaginalis, Trypanosoma cruzi. Miscelânea Ao conjunto de parasitas que não se enquadram em classes específicas é dado o nome de miscelânea. Neste atlas, serão estudados os parasitos que são mais comumente encontrados na clínica como: Amblyoma cajennense, Sarcophaga, Lucilia, Phaenicia, Calliphora, Musca, Mucina, Fannia, Dermatobia hominis, Cochliomyia hominivorax, Chrysomya sp, Pediculus capitis, Xenopsylla cheopis, Tunga penetrans, Sarcoptes scabiei. Amblyoma cajennense Classe: Arachnida Gênero: Amblyoma Formas evolutivas: Amblyoma cajennense 1. Ovo: são pequenos, esféricos e de coloração castanha. 2. Larva: ao parasitarem um hospedeiro, fixam-se à sua pele por alguns dias, quando se ingurgitam de sangue tornando-se abauladas. Uma vez alimentadas, as larvas realizam em alguns dias ou semanas, a muda ou “troca de pele” para o próximo estágio, as ninfas 3. Ninfa: uma vez alimentadas, as ninfas ingurgitadas realizam a muda para o estágio adulto, último do ciclo. 4. Adulto: Fêmea: face dorsal da fêmea possui escudo pequeno Macho: face dorsal e ventral do macho possui escudo cobrindo todo o dorso Forma evolutiva infectante: Amblyoma cajennense adultos Doença e modo de transmissão: A febre maculosa brasileira, uma infecção causada pela bactéria Gram-negativa Rickettsia rickettsii, um microrganismo intracelular obrigatório, é transmitida por mais de uma espécie de Amblyomma por meio da picada do carrapato infectado. Doença: Febre maculosa about:blank Nome popular: Carrapato estrela Hospedeiro intermediário: Capivara Amblyoma cajennense - Fêmea Amblyoma cajennense - Macho Pediculus capitis Classe: Insecta Gênero: Pediculus Formas evolutivas: Pediculus capitis 1. Ovo: conhecidos por lêndeas, são operculados, de coloração branco- amarelada 2. Ninfa: estruturas menores, atingem o estádio adulto em 2 semanas 3. Adultos: são desprovidos de cerdas e são longos e estreitos Forma evolutiva infectante: Pediculus capitis adultos Doença e modo de transmissão: Contato direto (pessoa a pessoa) ou indireto (escovas de cabelo, pente, roupas). Hospedeiro intermediário: Humanos Doença: Pediculose Nome popular: Piolho de cabeça Pediculus capitis - Fêmea Pediculus capitis – Macho Pediculus humanus capitis - Ninfa Sarcoptes scabiei Classe: Arachnida Gênero: Sarcoptes Formas evolutivas: Sarcoptes scabiei 1. Ovo: possui forma oval, de casca transparente 2. Larva hexápoda: possui apenas 3 pares de patas e sem órgãos genitais 3. Ninfa octópode: com 4 pares de patas e, ainda, sem órgãos genitais, a qual é ligeiramente maior comparativamente com a fase anterior 4. Adulto: possui o corpo globoso, pernas curtas, sem garras. Forma evolutiva infectante: Sarcoptes scabiei adultos Doença e modo de transmissão: Os ácaros adultos que infestam o ser humano (ou outros animais) penetram e se estabelecem na pele, em folículos pilosos ou glândulas sebáceas do hospedeiro. A transmissão de uma pessoa para outra geralmente necessita de um contato íntimo prolongado, como a que ocorre entre membros de uma mesma residência ou parceiros sexuais, mas a infestação também pode-se disseminar em locais com condições de superlotação, como as dependências de abrigos para moradores de ruas, hospitais e campos de refugiados. Hospedeiro intermediário: Cães about:blank Doença: Escabiose Nome popular: Ácaro da sarna Sarcoptes scabiei – Adulto Tunga penetrans Classe: Insecta Gênero: Tunga Formas evolutivas: Tunga penetrans 1. Adulto Fêmea Macho: 2. Ovos Forma evolutiva infectante: Tunga penetrans adultos Doença e modo de transmissão: A transmissão se dá pelo contato direto com solo contaminado Hospedeiro intermediário: Suínos e humanos. Doença: Tungíase Nome popular: Bicho-de-pé Tunga penetrans - fêmea Tunga penetrans – macho Xenopsylla cheopis Classe: Insecta Gênero: Xenopsylla Formas evolutivas: Xenopsylla cheopis 1. Adulto: Machos Fêmeas 2. Larvas 3. Ovos Forma evolutiva infectante: Xenopsylla cheopis Doença e modo de transmissão: Picada da pulga após ter picado um hospedeiro infectado. Hospedeiro intermediário: Roedores domésticos e silvestres. Doença: Peste bubônica Nome popular: Peste negra Xenopsylla cheopis macho Xenopsylla cheopis fêmea Pulex irritans - fêmea Pulex irritans – macho Outras doenças causadas por parasitas 1. Miíase facultativas Classe: Insecta Gênero: Sarcophaga, Lucilia, Phaenicia, Calliphora, Musca, Mucina e Fannia Formas Evolutivas: 1. Pulpa 2. Larva Forma Evolutiva Infectante: Larva Doença e modo de transmissão: Ocorre por ingestão de ovo ou larva de dípteros presentes em alimentos contaminados. Hospedeiro Intermediário: Habronema, Thelozia e Raillietina spp Doença: Miíase Nome popular: Bicheira 2. Miíase obrigatória Forma evolutiva infectante: Dermatobia hominis Cochliomyia hominivorax Chrysomya sp Doença e modo de transmissão: Deposição da larva da mosca na pele Hospedeiro intermediário: Mosca doméstica Doença: Miíase obrigatória Nome popular: Bicheira, Berne Chrysomya sp. Dermatobia hominis Nematelmintos Os parasitos desta classe podem ser encontrados nos mais diversos habitats, desde espécies saprófitas de vida livre aquáticas ou terrestre até parasitos vegetais, invertebrados e vertebrados. Principais características: simetria bilateral; cilíndricos; alongados; tubo digestivo completo; abertura anal; diólicos (sexo separados). Ancylostoma duodenale Classe: Nematoda. Gênero: Ancylostoma Formas Evolutivas: Ancylostoma duodenale 1. Verme Adulto: Cilíndrico, extremidade cefálica recurvada dorsalmente e cápsula bucal profunda com duas laminas cortantes Fêmeas (maiores) Machos (menores) 2. Ovo: Elipsóide de casca fina e transparente, com massa embrionária no interior que se fragmenta formando uma mórula, ocorrendo redução do espaço claro entre a casca e a massa a medida que a larva se desenvolve. 3. Larva rabditoide: Esôfago Rabditoide, vestíbulo bucal curto, cauda pontiaguda, primórdio genital desenvolvido 4. Larva filarióide: Cauda entalhada, esôfago do tipo filarióide. Forma Infectante: Larva filarioide (L3) Modo de transmissão:Ovos depositados no solo evoluem para larvas em até 10 dias. Infecção ocorre pela penetração de larvas na pele humana, geralmente nos pés. Hospedeiro Intermediário: Não Possui. Doença: Ancilostomíase Nome popular: Amarelão, doença do Jeca Tatu, Opilação Imagens a serem inseridas. Ancylostoma spp. Classe: Nematoda. Forma evolutiva: Ancylostoma braziliense (homem) e Ancylostoma caninum (cães e gatos). 1. Verme Adulto: Cápsula bucal subglobosa com três pares de dentes, branco- acinzentada ou avermelhada. 2. Ovos: Elípticos, casca fina. 3. Larva: Duodenale: Cápsula bucal com dois pares de dentes, bolsa copuladora mais larga Caninum: Duas lâminas de bordas cortantes, bolsa copuladora mais curta. Forma infectante: larva infectante (L3). Forma de transmissão: Penetração na pele. Hospedeiro Intermediário: Moscas do gênero Gasterophilus e Hipoderma e Formigas da espécie Solenopis geminata Doença: Dermatite serpiginosa, dermatite pruriginosa. Nome Popular: Bicho Geográfico Imagens a serem inseridas. Ascaris lumbricoides Classe: Nematoda Gênero: Ascaris Formas evolutivas: Ascaris lumbricoides 1. Verme adulto: Cilíndrico, cor leitosa, vestíbulo bucal com três lábios Fêmeas: Maiores, possuem a extremidade posterior afilada; Machos: Menores, possuem a extremidade posterior voltada para o ventre. 2. Ovos: Grandes de cor castanha em contato com as fezes. Ovo fértil: Oval, quase esférico, possui membrana mamilonada delgada, formada por três camadas, citoplasma granuloso; Ovo Infértil: Alongado, casca delgada, camada albuminosa reduzida ou ausente. Interior com grânulos refringentes, aspecto grosseiro. Ovo decorticado: Ocorre perda da membrana mamilonada, assim ovo possui duas camadas apenas (interna e média) 3. Forma evolutiva infectante: Larva L3 Modo de transmissão: Ingestão de alimentos contendo a larva L3 Hospedeiro intermediário: Desenvolvem-se no intestino delgado do humano. Doença: Ascaridíase Nome popular: Lombriga Imagens a serem inseridas. about:blank Ascaris lumbricoides – Ovo fértil Enterobius vermiculares Forma evolutiva: Enterobius vermiculares 1. Verme Adulto: Branco, filiforme. Fêmea Macho 2. Ovo: apresenta o aspecto de um D, um dos lados é achatado e o outro é convexo; 3. Forma Evolutiva Infectante: ovos embrionados. Forma de transmissão: Heteroinfecção: quando ovos presentes na poeira ou alimentos atingem novo hospedeiro. Indireta: quando ovos presentes na poeira ou alimentos atingem o mesmo hospedeiro que os eliminou; Auto-infecção externa ou direta: a criança (frequentemente) ou o adulto (raramente) levam os ovos da região perianal a boca. Auto-infecção interna: parece ser um processo raro no qual as larvas eclodiram ainda dentro do reto e depois migrariam até o ceco, transformando- se em vermes adultos; Retroinfecção: as larvas eclodem na região perianal (externamente), penetram pelo ânus e migram pelo intestino grosso chegando até o ceco, onde se transformam em vermes adultos. Hospedeiro Intermediário: Não possui. Doença: Enterobíase, Nome popular: Oxiuríase, helmintíase Imagens a serem inseridas. Onchocerca volvulus Classe: Nematoda Gênero: Onchocerca Formas evolutivas: Onchocerca volvulus Verme adulto: São delgados, aparência filiforme. Microfilárias: A característica principal que a distingue de outras microfilárias é a ausência de bainha. O corpo contém inúmeros núcleos que se estendem da extremidade anterior arredondada. Outra distinção que auxilia na identificação é a localização das microfilárias, que são encontradas no tecido subcutâneo e não em amostras de sangue. Forma evolutiva infectante: Microfilárias Modo de transmissão: Picada do mosquito do gênero Simulium sp (simulídeos ou borrachudo) Hospedeiro intermediário: Simulídeos Doença: Oncocercose Nome popular: Cegueira dos rios Imagens a serem inseridas. Simulium sp. – Vetor da oncocercose Strongyloides stercoralis Classe: Nematoda Gênero: Strongyloides Formas evolutivas: Strongyloides stercoralis 1. Verme adulto: Fêmea partenogenética parasita: corpo cilíndrico com aspecto filiforme longo, extremidade anterior arredondada e posterior afilada. Cutícula Fina e transparente, levemente estriada transversalmente. Fêmea de vida livre ou estercoral: fusiforme, extremidade anterior arredondada. Apresenta cutícula fina e transparente. Macho de vida livre: fusiforme, extremidade anterior arredondada e posterior recurvada de modo ventral. Larva Rabditóide: Cutícula fina e hialina, vestíbulo bucal curto, primórdio genital nítido. Larva Filarióide: Longo, porção anterior afilada e a posterior afina gradualmente terminado em duas pontas, conhecida com cauda entalhada. 2. Ovo: Elípticos, de parede fina e transparente. Forma Infectante: Larva filarióide (L3) Modo de Transmissão: Primo infecção: larvas filarioides penetram através da pele dos pés descalços, em condições normais transmissão se equivale ao dos ancilostomídeos. Auto infecção externa: larvas rabditoides presentes na região perianal transformam-se em larvas filarioides. Esse modo de infecção pode ocorrer em indivíduos que defecam em fralda, roupa, ou não higiene adequada da região perianal. Auto infecção interna: Larvas rabditoides presentes na luz intestinal, transformam-se em filarioides que penetram a mucosa intestinal (colon ou íleo). Esta forma se caracteriza pelo aspecto crônico da doença.. Hospedeiro Intermediário: Não possui. Doença: Estrongiloidiase Nome popular: Estrongiloidose, anguillulose Strongyloides stercoralis – verme adulto Strongyloides stercoralis - Larva rabditóide Trichuris trichiura Classe: Nematoda Gênero: Trichuris Formas Evolutivas: Trichuris trichiura 1. Larva: Extremidade anterior com boca, extremidade posterior é curvada ventralmente, com espículo protegido por bainha com pequenos espinhos. 2. Ovo: Elíptico característico com poros salientes e transparentes em ambas as extremidades, casca com três camadas: externa (lipídica), intermediária, (quitina) e interna (vitelínica). Forma evolutiva Infectante: Larva Modo de Transmissão: Fecal-Oral. Um indivíduo se contamina com o Trichuris trichiura quando ingere acidentalmente ovos do parasito contidos em alimentos, água ou no solo. As duas formas mais comuns de contaminação são através do contato da boca com mãos que manipularam solo infectado ou por consumo de alimentos plantados em terra adubada com fezes humana. Hospedeiro Intermediário: Não possui Doença: Tricuríase Nome popular: Verme do chicote Imagens a serem inseridas. Wuchereria bancrofti Classe: Nematoda Gênero: Wuchereria Formas Evolutivas: Wuchereria bancrofti 1. Larva: 2. Microfilária: possui bainha flexível. 3. Verme adulto: corpo delgado branco-leitoso: Fêmea: Macho Forma evolutiva infectante: larva Modo de transmissão: Se dá basicamente pela picada do mosquito Culex quiquefasciatus (pernilongo ou muriçoca) infectado com larvas do parasita. Após a penetração na pele, por meio da picada do mosquito, as larvas infectantes migram para região dos linfonodos (gânglios), onde se desenvolvem até a fase adulta. Hospedeiro Intermediário: insetos dos gêneros Aedes, Anopheles, Culex e a Mansonia. Doença: Filariose linfática Nome popular: Elefantíase Wuchereria bancrofti - Microfilária Culex sp. (fêmea) - Vetor da Wuchereria bancrofiti Culex sp. (macho) - Vetor da Wuchereria bancrofiti PLATELMINTOS O filo Platyhelminthes (do grego platy, “chato”, e helmins, “verme”), ou simplesmente filo dos platelmintos, reúne umgrupo de organismos que possuem corpo alongado e achatado dorsoventralmente em forma de fita, podendo medir desde milímetros até metros de comprimento. Compreendem um grupo extremamente diverso em termos de morfologia, ciclo de vida, tamanho e habitat. Alguns são simbiontes (parasitos e comensais), outros são de vida livre (em ambientes aquáticos ou terrestres). Podem ser agrupados em três grandes classes: Classe Cestoda: Todos os representantes dessa classe são endoparasitas, vivem, portanto, dentro dos hospedeiros, representados principalmente por: Taenia saginata, Taenia solium, Hymenolepis diminuta, Hymenolepis nana. Dipylidium caninum, Diphyllobothrium latum, Echinococcus granulosus. Classe Trematoda: Classe formada por ecto ou endoparasitas, ou seja, vivem externa ou internamente no corpo do hospedeiro, representados principalmente por Fasciolopsis busquei, Fasciola hepática, Clonorchis sinensis, Heterophyes heterophyes, Metagonimus yokogawai, Paragonimus westermani, Schistosoma mansoni, Schistosoma japonicum, Schistosoma haematobium. Classe Turbellaria: Engloba organismos de vida livre como em ambiente aquático ou ambientes terrestres úmidos, sendo representado pela planária. Os platelmintos de importância médica são representados por Schistosoma, Fasciola, Fasciolopsis, Chloronchis, Paragonimus, Opisthorchis, Metagonimus, Heterophyes, Taenia, Echinococcus, Hymenolepis, Diphyllobotrium (FERREIRA, 2012), alguns destes apresentados neste atlas. Schistosoma mansoni Classe: Trematoda Gênero: Schistosoma Formas evolutivas: Schistosoma mansoni 1. Verme adulto: Fêmeas: maiores, possuem tegumento liso; Machos: menores, possui tegumento recoberto de projeções e canal ginecóforo. 2. Cercária: subdividida em cabeça, corpo e cauda, sendo essa última bifurcada. 3. Miracídeo: são aproximadamente do tamanho do ovo e de igual forma é a primeira forma larvária e embrionária, são móveis por possuírem cílios, e apresentam duas glândulas adesivas e uma glândula de penetração na região anterior ao corpo. 4. Ovo: forma oval com espícula lateral, com duas membranas envoltórias Forma evolutiva infectante: Cercária Doença e modo de transmissão: Penetração ativa das cercarias na pele ou mucosa Hospedeiro intermediário: Caramujo do gênero Biomphalaria Doença: Esquistossomose Nome popular: Barriga d’água ou Xistose Schistosoma mansoni - Macho com o canal ginecóforo (halo branco) e fêmea transposta Schistosoma mansoni - Macho Schistosoma mansoni - Fêmea Schistosoma mansoni - Cercária Schistosoma mansoni – Ovo com espícula lateral Schistosoma mansoni – imagem histológica de granuloma no fígado Schistosoma mansoni – imagem histológica de granuloma no intestino Schistosoma mansoni - Hospedeiro intermediário Taenia saginata Classe: Cestoda Gênero: Taenia Formas evolutivas: Taenia Saginata 1. Verme adulto: possui corpo achatado branco leitoso, dividido em escólex ou cabeça, colo ou pescoço, estróbilo ou corpo. 2. Cisticerco (larva): possui vesícula translúcida com liquido claro, escólex com quatro ventosas, colo, não possui rostelo. 3. Ovo: Ovos: esféricos, morfologicamente indistinguíveis. São constituídos por uma casca protetora (embrióforo), que lhe confere resistência no ambiente. Internamente, encontra-se o embrião hexacanto ou oncosfera, provido de três pares de acúleos e dupla membrana. Forma evolutiva infectante: Cisticerco Doença e modo de transmissão: A infecção por Taenia sp. ocorre após a ingestão de carne crua ou mal cozida de boi (T. saginata) ou porco (T. solium) contaminada com cisticercos ou acidentalmente com alimentos contaminados com o ovo. Hospedeiro intermediário: Bovinos Doença: Cisticercose (causada pela ingestão dos ovos) e Teníase (causada pela ingestão de carne contendo cisticercos) Nome popular da doença: Tênia do boi Imagens a serem inseridas. Taenia sp - verme adulto. Taenia solium Classe: Cestoda Gênero: Taenia Formas evolutivas: Taenia Solium 1. Verme adulto: possui corpo achatado branco leitoso, dividido em escólex ou cabeça, colo ou pescoço, estróbilo ou corpo. 2. Cisticerco (larva): medem em torno de 12 mm, possui vesícula translúcida com liquido claro, escólex com quatro ventosas, colo e rostelo. 3. Ovo: esféricos, morfologicamente indistinguíveis, medindo cerca de 30mm de diâmetro. São constituídos por uma casca protetora, embrióforo, que lhe confere resistência no ambiente. Internamente, encontra-se o embrião hexacanto ou oncosfera, provido de três pares de acúleos e dupla membrana. Forma evolutiva infectante: Ovo Doença e modo de transmissão: Ingestão acidental de ovos viáveis da T. solium que foram eliminados nas fezes de portadores de teníase. Os mecanismos possíveis de infecção humana são: Auto-infecção externa: ocorre em portadores de T. solium quando eliminam proglotes e ovos de sua própria tênia levado-os a boca pelas mãos contaminadas ou pela coprofagia (observado principalmente em condições precárias de higiene e em pacientes com distúrbios psiquiátricos). Auto-infecção interna: poderá ocorrer durante vômitos ou movimentos retroperistálticos do intestino, possibilitando presença de proglotes grávidas ou ovos de T. solium no estômago. Estes depois da ação do suco gástrico e posterior ativação das oncosferas voltariam ao intestino delgado, desenvolvendo o ciclo auto-infectante. Heteroinfecção: ocorre quando os humanos ingerem alimentos ou água contaminados com os ovos da T. solium disseminados no ambiente através das dejeções de outro paciente. Hospedeiro intermediário: Suínos Doença: Cisticercose (causada pela ingestão dos ovos) e Teníase (causada pela ingestão de carne contendo cisticercos) Nome popular: Tênia do porco Imagens a serem inseridas. T. solium - cisticerco Hyminolepis nana Classe: Cestoda Gênero: Hyminolepis Forma Evolutiva: Hyminolepis nana 1. Verme Adulto: 100 a 200 proglotes estreitas, escólex com quatro ventosas, rosto retrátil armado de ganchos. 2. Ovos: esféricos, transparentes e incolores. 3. Larva Cisticercóide: pequena escólex invaginado com membrana e líquido. Forma Infectante: Ovos de Hyminopepis nana Doença e modo de transmissão: Ciclo monoxêmico: ingestão de Ovos. Ciclo heteroxêmico: ingestão acidental de insetos contaminados com ovos de Hyminolepis nana. Hospedeiro Intermediário: Pulgas: Xenopsylla cheopis, Ctenocephalides canis, Pilex irritans. Coleópteros: Tenebrio molitor, T.obscurus e Tribolium confusum. Doença: Himinolepíase Hymenolepis nana – verme adulto Hymenolepis nana – ovo Hymenolepis nana – proglotes Protozoários Protozoários são organismos eucariotos, unicelulares e heterotróficos. Possuem inúmeras formas e processos de alimentação, locomoção e reprodução que mantêm as funções básicas vitais. Apesar de alguns poderem estabelecer associação do tipo comensalimos, muitos protozoários são causas frequentes de infecções intestinais e extraintestinais em seres humanos, os quais são contaminados por ingestão de alimentos e água contendo suas formas infectantes. Entamoeba histolytica/dispar O gênero Entamoeba tem grande importância entre os protozoários que parasitam o homem, compreendendo várias espécies que são morfologicamente impossíveis de distinguir através de microscopia óptica. Destaca-se entre eles, a espécies Entamoeba histolytica, capaz de causar a doença intestinal e extraintestinal em seres humanos.. Evidências através de estudos, mostrou que, duas espécies cuja morfologia é muito similar podem ser detectadas nas amostras de fezes humanas, sendo a E. histolytica considerada patogênica e a E. dispar considerada não patogênica. Com isso,houve a necessidade de reavaliar a epidemiologia da amebíase, devido a alta frequência de considerar a E. dispar como E. histolytica. Desta forma, na microscopia óptica a observação do cisto característico deve ser reportada como pertencente ao complexo E. histolytica/dispar e é necessárias utilizar métodos de diagnóstico laboratorial não parasitológico, além de considerar a sintomalogia do paciente pra definição da possível parasitose. Classe: Entamoebidea Gênero: Entamoeba Formas Evolutivas: Entamoeba histolytica/dispar 1. Trofozoíto: Mononuclear, pleomórfico, ativo, alongado, com emissão continua e rápida de pseudópodes, grossos e hialinos. 2. Pré-cisto: Oval ou ligeiramente arredondado, menor que o trofozoíto. Núcleo semelhante ao trofozoíto. Corpos cromatoides no citoplasma em forma de bastonete. 3. Cistos: esféricos em sua maioria. Possuem de 1 a 4 núcleos, inicialmente o núcleo é grande, situado próximo a margem do cisto, deslocado por vacúolo de glicogênio. Corpos cromatóides podem estar presentes em forma de bastonetes com extremidades arredondadas. Forma Infectante: Trofozoíto. Doença e modo de transmissão: Consumo de alimentos (verduras cruas e frutas) e água contaminados com cistos maduros, também podem veicular através de patas de baratas e moscas. Hospedeiro intermediário: Não possui. Nome da doença: Amebíase. Nome popular: Disenteria Amebiana Imagens a serem inseridas. Giardia lamblia Classe: Zoomastigophora Gênero: Giardia Agente Etiológico: Giardia lamblia Formas evolutivas: 1. Trofozoíto: possui dois núcleos em forma de pêra e quatro pares de flagelos. 2. Cisto: oval ou elipsoide, apresentando dois ou quatro núcleos, fibrilas, corpos em forma de meia-lua situados no polo oposto aos núcleos. Forma Infectante: Trofozoíto Modo de transmissão: Ingestão de cistos maduros, transmitidos por consumo de água e alimentos contaminados, pessoa por pessoa por mãos contaminadas, cistos veiculados por moscas e baratas. Hospedeiro intermediário: Não possui. Doença: Giardíase Imagens a serem inseridas. Giardia lamblia - trofozoito Leishmania brasilienses Classe: Kinetoplastida Gênero: Leishmania Formas evolutivas: 1. Amastigota: oval ou fusiformes; citoplasma com núcleo grande e arredondado; cinetoplasto em forma de bastonete; Não há flagelo livre. 2. Promastigota: alongadas, flagelo livre e longo, núcleo oval, na região mediana ou ligeiramente anterior do corpo; cinetoplasto em forma de bastão. 3. Paramastigota: pequena, arredondada e oval; flagelo curto, sua extremidade aderida a superfície cuticular na porção anterior; Núcleo na posição mediana do parasito; cinetoplasto é paralelo ou posterior ao núcleo. Forma Infectante: Promastigota Modo de transmissão: Picada de insetos do gênero Lutzomyia. Hospedeiro intermediário: Mosquito Fêmea do Gênero Lutzomyia Doença: Leishmaniose Visceral, Leishmaniose Tegumentar, Leishmaniose monocutânea. Leishmania sp – promastigota Leishmania sp – Amastigota Lutzomya sp. (macho) – vetor da Leishmania spp. Lutzomya sp. (macho) – vetor da Leishmania spp. Plasmodium Classe: Aconoidasida Gênero: Plasmodium Agente Etiológico: Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae, Plasmodium ovale. Formas evolutivas: Plasmodium falciparum: 1. Trofozoítos: Pequeno e compacto, citoplasma espesso, cromatina indistinta. 2. Esquizonte: Arredondado, citoplasma pouco deformado, cromatina separada em grânulos grossos. 3. Gametócitos: Alongados e curvos, em forma de crescente ou foice, com citoplasma azul intenso e núcleo denso, com pigmento malárico. Plasmodium vivax: 1. Trofozoíto: Citoplasma irregular e com aspecto ameboide, cromatina isolada. 2. Esquizonte: Forma ameboide, citoplasma irregular vacuolizado, cromatina segmentada. 3. Gametócitos: Citoplasma abundante, contorno arredondado ou oval, núcleo grande, cromatina pouco densa, ocupa quase todo volume do eritrócito. O citoplasma cora-se fortemente de azul. Plasmodium malariae: 1- Trofozoíto: Citoplasma compacto, arredondado. Cromatina pouco visível, disposição em faixa equatorial no eritrócito. 2- Esquizonte: Cromatina pouco segmentada. Pouco Numeroso no sangue periférico. Posição em banda equatorial. 3- Gametócito: Semelhante ao P. vivax, diferindo apenas do seu tamanho menor. Plasmodium ovale: 1- Trofozoíto: Citoplasma irregular e com aspecto ameboide, cromatina isolada. 2- Esquizonte: Forma ameboide, citoplasma irregular vacuolizado, cromatina segmentada. 3- Gametócito: Semelhante ao do P. vivax, diferindo apenas pelo seu tamanho menor. Forma Infectante: trofozoíto; Modo de transmissão: Picada da fêmea do mosquito Anopheles, parasitadas com esporozoítos em suas glândulas salivares. Hospedeiro intermediário: Homem. Doença: Malária. Imagens a serem inseridas. Trichomonas vaginalis Gênero: Zoomastigophora Agente Etiológico: Trichomonas vaginalis Formas evolutivas: 1. Trofozoíto: ovoide, arredondado ou piriforme; núcleo ovoide; axóstilo se curva ao redor do núcleo. Forma Infectante: trofozoíto Modo de transmissão: Transmissão sexual. Hospedeiro intermediário: Não possui. Doença: Tricomoníase Trichomonas vaginalis- trofozoíto Toxoplasma gondii Classe: Conoidasida Gênero: Toxoplasma Agente Etiológico: Toxoplasma gondii Formas evolutivas: 1. Taquizoíto: forma de arco; apresenta uma extremidade afilada e outra arredondada; núcleo Central 2. Bradizoíto: morfologia semelhante ao do taquizoíto, menor com o núcleo deslocado para extremidade posterior. 3. Oocisto: esféricos; maduro com dois esporocistos, cada um com 4 esporozoítos; parede celular transparente, de dupla camada, denominada parede cística. Forma Infectante: Badizoítos (forma crônica) e taquizoítos (forma aguda) Modo de transmissão: Ingestão de oocistos em alimentos ou água contaminadas, jardins, caixas de areia, latas de lixo. Ingestão de cistos encontrados em carne crua ou mal cozida, sobre tudo porco e carneiro. Congênita ou transplacentária. Hospedeiro intermediário: Homem. Doença: Toxoplasmose Imagens a serem inseridas. Tripanossomiase americana Classe: Kinetoplastea Gênero: Trypanosoma Agente Etiológico: Trypanosoma cruzi Formas evolutivas: 1. Tripomastigota: forma alongada; flagelo aderido ao longo do corpo do parasito, sendo livre na região anterior; cinetoplasto arredondado localizado na região posterior ao núcleo; forma infectante ao homem. 2. Amastigota: arredondada; cinetoplasto em forma de barra ou bastão na região anterior ao núcleo; flagelo curto (não visível no óptico); 3. Epimastigota: alongada; ainetoplasto em forma de barra ou bastão, localizada anteriormente ao núcleo; flagelo surge da bolsa flagelar com abertura lateral e percorre aderido a parte do corpo do parasita, livre na região anterior; forma mais comum encontrada no vetor. Vetor: Triatoma, Rhodinus, Panstrongylus Forma Infectante: Tripomastigota Modo de transmissão: Contato com as fezes do vetor pertencente aos gêneros Triatoma, Rhodinus e Panstrongylus. Hospedeiro intermediário: Não há hospedeiro intermediário. Doença: Doença de Chagas. Trypanossoma cruzi- epimastigota Trypanossoma cruzi - tripomastigota Referências 1. Bush, A.O., Fernández, J.C., Esch, G.W. & Seed, J.R. 2001. Parasitism: the diversity and ecology of animal parasites. Cambridge, Cambridge University Press. 566 pp. 2. CARLI, G.A. Parasitologia Clínica: Seleção de Métodos e Técnicas de Laboratórios para o Diagnósticos dos Parasitoses Humanas. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2011. 3. CIMERMAN B.; CIMERMAN S. Parasitologia Humana e seus fundamentos gerais.2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2005. 4. Doenças infecciosas e parasitárias : guia de bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 8. ed. rev. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. 5. FERREIRA, Marcelo. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara, 2012. 6. GOMES, Thiago dos Santos. Diagnóstico diferencial do complexo E. histolytica/ E. dispar por Multiplex-PCR e PCR Tempo Real em aDiagnóstico diferencial do complexo E. histolytica/ E. dispar por Multiplex-PCR e PCR Tempo Real em amostras de fezesmostras de fezes. 2008. 50 f. TCC (Graduação) - Curso de Biomedicina, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2008. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/handle/1/5409. Acesso em: 12 fev. 2021. 7. 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