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ANTI HIPERTENSIVOS

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ANTI HIPERTENSIVOS 
Hipertensão: alvo farmacológico; a pressão arterial é o resultado do débito cardíaco pela resistência vascular periférica 
→ vários medicamentos atuam sobre a resistência vascular periférica e sobre o débito cardíaco, reduzindo esses 
parâmetros para reduzir a pressão arterial. 
 
Débito cardíaco= volume/ força/ frequência com que o sangue é bombeado. Todos os medicamentos que 
reduzirem o volume de sangue que está sendo bombeado obviamente diminuem a força e a frequência com que o 
coração vai ter que trabalhar, reduzindo, consequentemente, a pressão arterial. Todos os medicamentos que de 
alguma forma mexem, alteram o funcionamento dos vasos, principalmente das pequenas arteríolas, que quanto mais 
relaxadas estiverem, menor vai ser a pressão arterial. 
Os alvos dos medicamentos vão ser sempre voltados ou pro débito cardíaco ou pra resistência vascular 
periférica (se está relaxando ou contraindo o vaso sanguíneo). 
Volume: diuréticos. Se diminuir bastante esse volume, diminui a demanda de trabalho cardíaco, a quantidade 
que tem que ser bombeado para os vasos, diminuindo a pressão arterial. 
 
Elemento importante: sódio- para boa parte da população é o mais significante. Quando se começa a dar diurético a 
pessoa já fica bem, volta a ter normotensão, mas não se pode esquecer das exceções. Há pessoas que realmente não 
têm nenhuma relação com o sódio; pode ingerir muito ou pouco e pra ela não faz alteração, mas pra boa parte da 
população o sódio, por ser um elemento microscópio, retém muita água, aumenta a volemia e, por consequência, 
aumenta a pressão arterial, o que é fácil de resolver com o uso de diurético. Boa parte dos hipertensos usa como 
monoterapia o diurético, somente ele. 
 
OBS: Paciente com hipertensão e diabetes a primeira escolha não é hidroclorotiazida; será enalapril. 
 
→ Dados importantes para a farmacologia (exames): selecionar o melhor anti-hipertensivos e tentar reduzir possíveis 
efeitos colaterais. 
 Análise de urina- saber se o rim está funcionando bem porque a maioria dos medicamentos depende da função 
renal para serem efetivos; eletrólitos, qualidade e volume da urina; 
 Potássio- maior problema dos diuréticos; eles jogam o potássio pra fora e o paciente tem queixa de câimbras, 
fraqueza muscular; 
 Glicemia (diabético ou não)- condutas diferentes para pacientes diabéticos; 
 Ritmo de filtração glomerular- mais difícil de ser solicitado enquanto exame; tem que fazer urina de 24hrs; 
 Creatinina- mais comum de ser pedido, porque é mais simples; dá uma ideia da capacidade de filtração renal; 
 Colesterol- saber se tem dislipidemia ou não; 
 Ácido úrico- relevante porque, principalmente se no planejamento de que o paciente vai usar diurético, há 
alguns medicamentos que podem acumular ácido úrico e provocar crise de gota. Se for um paciente que o nível de 
ácido úrico seja de 7 mais ou menos (8mg/dl já é risco de gota), se começar a tomar diurético provavelmente terá 
complicações. 
 
• Quando for feito o diagnóstico, deve-se chegar na classificação da hipertensão (estágios 1, 2 ou 3), pois é 
importante para determinar se é monoterapia, 2 fármacos associados ou mais. 
Estágio 1: normalmente tem-se a monoterapia (mais comum que seja diurético), exceto se houver, além do 
distúrbio da hipertensão, uma comorbidade cardíaca, porque mesmo que a hipertensão seja de estágio 1, irá 
precisar de mais de um medicamento (um voltado para o controle da hipertensão e outro voltado para o 
problema cardíaco). E, ainda, normalmente se associa mais um para os efeitos colaterais dos medicamentos 
indicados para a comorbidade cardíaca. 
Estágio 2: se for somente hipertensão isolada, o mais frequente é que tenha que trabalhar os dois alvos (débito 
e resistência), então normalmente se usa diurético e algum medicamento que mantenha os vasos sanguíneos 
relaxados. 
Estágio 3: é incomum ter alguém com hipertensão estágio 3 que não tenha problemas cardíacos junto, até 
porque se está nesse estágio é comum que já tenha uma hipertrofia do músculo cardíaco e que já não funcione 
adequadamente. Uso de 4, 5, 6 medicamentos. 
 
O tratamento da hipertensão é feito sempre associando o medicamentoso com o não-medicamentoso. O maior 
desafio é convencer o paciente que os medicamentos anti-hipertensivos não baixam a pressão arterial como dizem; 
eles são medicamentos para evitar o pico hipertensivo. Boa parte dos pacientes verifica a pressão e, se está boa, não 
toma o medicamento, ou só toma quando sente algum sintoma; eles não entendem que os medicamentos anti-
hipertensivos não estão na clinica para baixar a pressão arterial, tanto que se está com crise hipertensiva e toma o 
anti-hipertensivo, vai ficar várias horas com a pressão arterial elevada. Somente medicamentos a nível hospitalar é 
que vão baixar efetivamente a pressão arterial ou se usar algum medicamento para angina e um vasodilatador. Os 
medicamentos a nível ambulatorial não são efetivos em baixar a pressão arterial em duas ou três horas; vão precisar 
de 20 horas ou mais para normalizar uma crise hipertensiva. 
O medicamento é para EVITAR a crise hipertensiva e não tratar já a hipertensão. 
 
Do tratamento não medicamentoso as mudanças do estilo de vida são ditas como muito importantes, mas nunca estão 
isoladas em estágio 2 ou 3, que necessitam de medicamentos. No estágio 1 as vezes é uma mudança de hábito, mas é 
raro (a maioria precisa de medicamento); se está em estágio 1 e não tem risco adicional o tratamento não 
medicamentoso isolado talvez seja o suficiente. 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
 
O tratamento farmacológico deve ser, em primeiro lugar, por via oral, porque é uma doença crônica em que precisa 
de auto-administração. 
O medicamento deve ser efetivo, com poucos efeitos adversos, o mínimo de vezes por dia (o ideal é tomar 1x ao dia). 
Um dado bastante relevante é que existe uma pressão muito grande para que o anti-hipertensivo seja tomado 
somente pela manhã e devemos adequar ao paciente o melhor horário para ele; 
• Dos medicamentos nenhum tem interferência com alimento, todos podem ser administrados com as refeições 
no melhor horário para adesão do paciente; 
• Aqueles que fazem desjejum, tomam café, podem tomar junto, o que for mais fácil. Os que não fazem 
desjejum, mas tem uma rotina de almoço e não tem um diurético muito potente, podem tomar até no horário 
de meio-dia sem problemas. A questão é que deve ser periódico, todos os dias naquele mesmo horário. Não 
existe um horário fixo efetivamente; obviamente não se dá um diurético no período da tarde, porque a pessoa 
pode urinar muito a noite, prejudicar o sono... mas os outros anti-hipertensivos as vezes, quando é necessário 
2x por dia, é obrigado a fazer de manhã e de noite. Aqueles que são 1x ao dia tenta-se para que seja um 
horário mais confortável para o paciente. 
 
Sempre tem que começar com as menores doses efetivas; não se começa com as maiores doses o anti-hipertensivo 
porque o nosso organismo faz compensação fisiológica, então naquelas primeiras duas semanas que tomar o anti-
hipertensivo o corpo do paciente vai desregular completamente, por isso que jamais se deve solicitar ao paciente que 
ele volte em menos de duas semanas para fazer avaliação novamente. Precisa de 4 semanas/1 mês para que todas as 
compensações fisiológicas estejam estabilizadas e aí sim pode avaliar se o tratamento escolhido realmente está sendo 
efetivo ou se tem que ajustar para doses maiores ou não. A compensação fisiológica é bastante relevante. 
Em algumas situações se faz o uso combinado e há uma certeza: quando tiver uma combinação de anti-hipertensivos 
um deles vai ser diurético. Quase todos os medicamentos causam como um dos efeitos adversos a retenção hídrica e 
aí o diurético se faz necessário. 
Sempre, no tratamento, a pessoa deve ser instruída sobre a doença, explicar os riscos de uma crise hipertensiva,que 
os medicamentos não são para baixar a PA, e sim manter os níveis normotensos. Na prescrição, sempre considerar as 
condições socioeconômicas, pois o paciente pode não fazer adesão por não ter condições de adquirir o medicamento 
efetivamente. 
 Na rede de atenção básica tem de todas as linhas representantes; realmente atende muito bem os pacientes 
com doenças cardiovasculares; há betabloqueadores seletivos e não seletivos, bloqueador de canal de cálcio, 
diurético, quase todos os grupos e classes com um representante dentro das unidades de saúde. 
 
→ Metas terapêuticas (objetivos): quanto que deve estar a PA desse paciente para saber se o tratamento está sendo 
efetivo ou não. 
 Estágios 1 e 2 em que o risco cardiovascular é baixo: máximo tolerável até 140x90mmHg; 
 Risco cardiovascular, problema renal, IC: valor menor, 130x80mmHg; 
 
 
Alvos a serem trabalhados: débito cardíaco e resistência vascular periférica. Por isso vamos ter medicamentos que 
atuam no SNC, atuam sobre o coração, sobre o rim e sobre os vasos sanguíneos (4 alvos gerais enquanto órgãos nos 
quais atuam os medicamentos a serem estudados). 
 SNC- hoje em desuso, tem-se efetivamente a Metildopa- emprego em gestantes, pois não causa nenhuma má 
formação no feto. Há outros medicamentos que podem ser usados por gestantes, mas boa parte dos médicos 
prescreve metildopa que atua no SNC. 
 Coração- de forma direta são os Betabloqueadores e de forma indireta são os Inibidores da ECA (sistema 
renina-angiotensina); 
 Vasos sanguíneos- de forma direta são os Bloqueadores Alfa-Adrenérgicos, os Bloqueadores de Angiotensina, 
os Vasodilatadores; e de forma indireta os Inibidores da ECA; 
 Rim- Diuréticos, Inibidores da ECA. 
 
Guia das diretrizes- dá uma ideia de um direcionamento do que pensar sobre um medicamento. 
 Paciente estágio 1 com risco vascular baixo a moderado- tratamento não medicamentoso com monoterapia. 
O mais frequente é começar com o diurético. 
 Se o paciente não tem nenhuma comorbidade cardíaca, apenas a hipertensão estágio 1, o diurético é a 
primeira escolha independente da idade. 
Quando que o diurético não é primeira escolha? O paciente pode ter uma hipertensão estágio 1 mas também 
tem diabete; então, se ele já tem diabete e é hipertensão estágio 1 não vai ser diurético a primeira escolha, mas sim 
o Inibidor da ECA. PORÉM, se o paciente tem hipertensão estágio 1, tem diabete e é negro, não se pode usar Inibidor 
da ECA; terá que ser Losartana e obrigatoriamente com diurético, porque quando é afrodescendente se tem mais 
dificuldade de resposta com os AH, então normalmente tem que ser associado. 
Negro + hipertensão estágio 2 + diabete: Bloqueador de canal de cálcio associado à Losartana e ao diurético. 
 
Sempre pensar nas características do paciente: idade, afrodescendente, se tem comorbidade etc. 
Os Betabloqueadores são a última opção numa hipertensão! Eles só vão ser primeira escolha se esse paciente tem 
angina ou alguma arritmia cardíaca – o betabloqueador estará no topo da lista junto com algum outro medicamento. 
O Betabloqueador nunca é usado para tratar uma hipertensão isolada, exceto em uma condição: o propranolol é usado 
em algumas situações em que se sabe que a hipertensão é um caso isolado de descarga adrenérgica. Ex: estamos na 
unidade de saúde e de repente chega alguém extremamente nervosa, dor de cabeça e quando verificamos a PA ela 
está super alta e a pessoa nunca teve isso, mas acabou de escapar de um assalto → descarga adrenérgica e PA 
altíssima: devemos dar a ela algo que relaxe e diminua essa quadro; nesse caso o Propranolol seria efetivo, assim como 
qualquer calmante/ benzodiazepínico também seria efetivo, ou mais efetivo ainda do que um betabloqueador. 
 
Estágio 1 com risco CV ou estágios 2 e 3: sempre tratamento não medicamentoso com combinações. 
Normalmente combina classes diferentes e nessas combinações tem o diurético. 
 
Se não atingir as metas ou se os efeitos colaterais forem intoleráveis pelo paciente devemos trocar os medicamentos 
e fazer novas associações. 
 
 
 
Classes de AH a serem estudadas: diuréticos, inibidores adrenérgicos (ação central, betabloqueadores, alfa 
bloqueadores, vasodilatadores diretos, bloqueadores de canal de cálcio, inibidores da ECA, inibidores de angiotensina 
e inibidores de renina (desuso- vários efeitos colaterais significativos; alisquireno)). 
 
DIURÉTICOS 
Normalmente são os fármacos de primeira escolha para quase todas as situações, exceto em comorbidades muito 
especificas. Estão presentes nas associações (quando temos mais de um anti-hipertensivo, o diurético está presente). 
A principal função deles é depletar o volume excessivo de sódio, e, por consequência, isso ‘’arrasta’’ a água; além 
disso, eles atuam também sobre a resistência vascular periférica (mais até sobre vênulas do que sobre arteríolas). Eles 
têm como alvo principal diminuir o débito cardíaco, mas também reduzem a resistência vascular periférica (atuam nos 
dois alvos). Claro, a primeira grande expressão que a gente vê é o débito cardíaco porque depleta a volemia que está 
excessiva. 
O efeito anti-hipertensivo não está necessariamente relacionado às doses utilizadas. Não adianta aumentar muito 
achando que vai ter o dobro da resposta porque não é assim que funciona (vai funcionar dependendo da capacidade 
de transporte, de reabsorção no rim- há um limite das proteínas transportadoras do néfron). No entanto, os efeitos 
colaterais são muito dependentes de doses, principalmente porque alguns desses efeitos não estão relacionados com 
o alvo, ou seja, não estão relacionados com o rim. Ex: Hidroclorotiazida- diurético que está nas unidades de saúde; nas 
doses de 12,5 e 25mg, que são as disponíveis, praticamente não há nenhuma interferência metabólica no nosso corpo; 
se exceder a dose e passar a tomar 50mg de hidroclorotiazida, a pessoa pode desenvolver diabete e dislipidemia. 
O efeito terapêutico responde bem a doses menores, medianas. Não adianta aumentar muito a dose do diurético 
porque a resposta anti-hipertensiva não será melhor. 
 
A classe mais usual, normalmente a de primeira escolha, são os diuréticos denominados Tiazídicos ou Similares 
Tiazídicos (clortalidona, hidroclorotiazida e indapamida), os quais atuam no túbulo contorcido distal e têm uma 
eficácia diurética bastante importante, porém, menos potentes do que os diuréticos de alça. 
• Para se ter uma ideia da potência: do filtrado renal, em média eliminamos 1%; quando usamos um diurético 
tiazídico, eliminamos de 7 a 10% do que é filtrado. Quando usamos um diurético de alça, como Furosemida, 
podemos eliminar até 15% do filtrado renal, ou seja, é muito potente; depleta muitos volumes e eletrólitos, 
eliminando quase 15x mais do que seria normal para o filtrado. 
Preferencialmente se utiliza os diuréticos tiazídicos nas doses mais baixas. 
 
Os diuréticos de alça são muito importantes e muito potentes. Frequentemente serão recomendados para o paciente 
que tem ICC (principal), insuficiência renal ou situações de edema. 
Para aquele paciente que está evoluindo para uma perda da função renal é frequente que force mais a filtração renal 
usando o diurético 
 
Quando vamos falar dos alvos dos diuréticos temos que olhar pra célula fundamental do rim, o néfron, e olhar para 
os locais de ação. 
• Medicamentos que atuam na alça, principalmente na porção ascendente, que atuam no túbulo contorcido 
distal (tiazídicos e simulares) e os que atuam no ducto coletor. 
• Há uma grande diferença na eficácia deles enquanto diuréticos, porque na alça de henle porção ascendente 
há inúmeras proteínas transportadoras/ de reabsorção tubular, então, se o medicamento bloquear todas 
essas proteínas transportadoras, terá uma inibição da reabsorção significativa de eletrólitos e, portanto, de 
água, tendo umaeficiência máxima quando comparada aos diuréticos do mercado, já que é onde está a maior 
concentração das proteínas transportadoras e é onde ocorre o maior percentual de reabsorção. 
• No túbulo contorcido distal há poucas proteínas de transporte, então, não tem tantos alvos para o diurético 
se ligar. Por isso não adianta aumentar as doses do diurético, porque a capacidade de transporte renal satura, 
visto que não há muitos alvos. Os que atuam no túbulo contorcido distal terão uma eficácia menor enquanto 
diuréticos, porque há poucas proteínas transportadoras. Perde-se em torno de 7% do filtrado renal. 
• No ducto coletor não há um transporte efetivo de eletrólitos; em especial o sódio. Diuréticos que atuam no 
ducto coletor têm uma eficácia baixa, em que somente 1 a 3% do filtrado renal será eliminado. Por isso jamais 
um diurético que atua no ducto coletor vai ser usado sozinho, como Espironolactona e Amilorida; serão usados 
com outros diuréticos para atingir outros alvos. Usa-se diurético que atua no ducto coletor com o objetivo de 
poupar um pouco do potássio plasmático, porque se reduzir significativamente a reabsorção de sódio no ducto 
coletor, também reduzirá o ato de jogar potássio para fora. Todos os diuréticos que atuam no ducto coletor 
são conhecidos como diuréticos poupadores de potássio. 
• Há outro recurso, mas que é somente de uso hospitalar, que é o diurético osmótico, o Manitol, de uso IV. Não 
tem nenhum alvo, apenas arrasta água. Muito usado como recurso, por exemplo, em um paciente que sofreu 
traumatismo craniano e precisa baixar a volemia significativamente para não ter um edema cerebral. O 
Manitol é um polissacarídeo inerte, uma molécula hidroscópica, que na hora que passar pelo rim será 
eliminada por filtração e vai arrastando água, a qual também será eliminada. 
• Atua no túbulo contorcido proximal: acetazolamida; muito fraco, porque no TCP é baixa a reabsorção de 
cloreto de sódio, e altera muito a função a enzima anidrase carbônica, o que leva a um risco muito grande de 
alcalose. Usado em acidentes de alpinistas, mergulhadores, em que se tem maior diferença na pressão 
osmótica. 
 
Diuréticos de Alça 
Atuam na porção ascendente da alça de henle; 
O principal representante é a Furosemida, medicamento que está na UBS. Há também a Bumetanida, que dificilmente 
é encontrada. 
Medicamento de referência: Lasix, tanto injetável quanto por via oral. 
Como estes medicamentos atuam? Inibem a reabsorção de sódio (grande alvo dos diuréticos), porque inibem o 
transportador sódio-potássio-2cloro (Na+/K+/2Cl-) → essência do mecanismo de ação dos diuréticos de alça. 
O problema é que esses diuréticos também bloqueiam outras proteínas transportadoras presentes na alça de henle, 
então também impedem a reabsorção de cálcio, potássio e magnésio, o que é importante porque se tem uma perda 
de eletrólitos que são relevantes: 
Ca- homeostasia sérica cálcica (se o cálcio sérico baixa, retiramos cálcio do osso). Ex: mulher na menopausa já 
tem distúrbio na metabolização óssea e retirar cálcio do osso para repor sericamente é grave. 
K- hipocalemia; induz a uma fraqueza muscular e cãibras. 
Mg- dores musculares. 
 
Atuam efetivamente reduzindo o débito cardíaco, principalmente no início do tratamento, depois normaliza. Também 
atuam diminuindo a resistência vascular periférica, principalmente em nível de vênulas, provocando o relaxamento 
desses vasos. 
 
Indicação dos diuréticos de alça: ICC (quando é leve se usa os diuréticos tiazídicos, mas normalmente depois eles 
evoluem para os de alça), cirrose hepática, síndrome nefrótica, edema agudo de pulmão, crise aguda hipertensiva; 
 Ambulatorial no dia a dia para hipertensão é uma raridade; 
 Nos casos de hipercalemia, em paciente intoxicado por interações medicamentosas, em que tenha que 
depletar potássio, a furosemida é ótima, porque depleta muito potássio. 
 
São medicamentos bem absorvidos, não têm interação com alimentos (podem ser tomados junto com as refeições). 
Começam sua ação uns 30-40min depois de ingeridos; o pico é +- 1 hora depois, o qual fica extremamente alto durante 
2 a 3 horas depois. Esse pico deve ser esclarecido ao paciente- ele toma o diurético, meia hora depois já está na janela 
terapêutica, começando o efeito; 1 hora depois ele já está no seu pico e vai ser manter no seu pico de ação por 2-3 
horas, o que significa que a cada 15-20 minutos ele terá que fazer xixi, o que limita condicionalmente ele quase de 
trabalhar. Ainda, vários vão se queixar de uma dor/pressão na bexiga, e, se não beber líquido, desidrata. Por esse 
motivo deve-se ajustar para o paciente não tomar tão cedo, porque um pouco do líquido que se ingere não é só de 
água, é muito de alimentos, e se ele come pouco no início da manhã, lá pelas 9-10 horas sentirá dor na bexiga até 
porque está desidratando nesse momento; nesse caso seria interessante ajustar para tomar 9:30, 10 horas, mas 
sempre tentando ajustar para dar mais conforto e qualidade ao paciente. 
 A obrigação de tomar o medicamento pela manhã não existe. Se o paciente for, por exemplo, um idoso que 
precisa sair pela manhã e que ficará na rua por muito tempo, devemos indicar que ele tome o medicamento somente 
quando voltar para casa no almoço, pois se tomar antes de sair, pela manhã, terá muita necessidade de urinar, o que 
será um desconforto, visto que ele estará na rua. 
 
Eliminação: filtração e secreção tubular, dependendo do rim para ser eliminado. Porém, também é utilizado em 
quadros de insuficiência renal para forçar o rim a trabalhar. 
 
Efeitos adversos: 
• Hipocalemia, hipocalcemia, perda de magnésio; 
• Possível acúmulo de ácido úrico/hiperuricemia (porque o ácido úrico é trocado na bomba transportadora; 
quando reabsorvemos sódio, potássio, secretamos ácido úrico; como a reabsorção não está acontecendo, a 
secreção também não está), levando a um risco de crise de Gota; 
• Ototoxicidade (particularidade da furosemida; problema a ser considerado nas interações medicamentosas; 
vários antibióticos e antifúngicos ototóxicos que, se associados com furosemida, são potencializados e tornam 
a ototoxicidade significativa). A ototoxicidade é desencadeada normalmente por interações com 
aminoglicosídeos e vancomicina, que são antibióticos, e cisplatina, que é um antitumoral, além dos 
antifúngicos. 
 
Explicação para Furosemida, mas também vale pra todos os diuréticos de alça e Tiazídicos: quando vamos introduzir 
um diurético para um paciente, tem que saber o que ele faz uso. Há um risco de Litemia (causa surtos psicóticos 
graves); o lítio é um medicamento usado para o tratamento de transtornos de bipolaridade e também pra outros 
transtornos de humor; ele é excretado de forma inalterada, não sofre metabolização. Essa excreção do lítio é dada da 
seguinte forma: cada vez que o sódio usa a bomba transportadora para ser reabsorvido, o lítio é trocado com o sódio 
(cada vez que reabsorve sódio, secreta lítio para fora, o que mantém as concentrações de lítio dentro de uma janela 
terapêutica para não causar toxicidade). O lítio tem uma margem de segurança baixíssima, tanto é que todo paciente 
que faz uso dele, deve dosar a cada 30 dias o lítio no sangue. Com um pouquinho a mais de lítio a pessoa já pode 
surtar. Então, quando prescrevermos um diurético, devemos nos certificar se o paciente faz uso ou não de lítio, porque 
se ele faz, teremos que conversar junto com o psiquiatra ou neurologista para fazer o ajuste de dose, porque quando 
começar a dar o diurético, o lítio não vai ser eliminado e, no 2º ou 3º dia de uso do diurético, o paciente já poderá ter 
uma crise de litemia. Ajuste de dose: reduzir as concentrações de lítio que estão sendo administradas. 
 
Risco de intoxicação digitálica: boa parte dos pacientes que tem ICC, o tratamento mais frequente é feito com Digoxina, 
medicamento cardiotônico, estimula a contração do músculo cardíaco e atua competindo como potássio para sair do 
músculo cardíaco e promover a contração. Nessa disputa, se o potássio estiver diminuído, haverá muito mais Digoxina, 
podendo ter contrações muito intensas do músculo cardíaco e até mesmo levar esse paciente a um possível óbito. A 
intoxicação digitálica é um risco eminente, mas sempre será usado diurético em um paciente com ICC, só que tem 
regras para os pacientes que fazem uso de Digoxina: não se usa todos os dias, normalmente apenas nos dias úteis da 
semana, monitora sódio e potássio do paciente, usa diurético de alça associado a um poupador para dar uma 
diminuída na perda, as vezes faz suplementação de potássio etc. 
 Concluindo: não é porque tem risco de intoxicação digitálica que não vai usar o diurético. Pelo contrário, na 
ICC é OBRIGATÓRIO usar diurético e o mais frequente é que seja o mais potente, só que o risco existe, por isso deve 
ser monitorado. 
• Há um risco maior de fazer hipocalemia caso sejam usados corticoides. Há um risco bem grande, 
principalmente de automedicação. Pessoas que fazem uso de corticoides porque têm doenças autoimunes 
começam a ficar inchadas, porque ele faz retenção e edema muito significativo; várias pessoas, por conta 
própria, começam a usar diuréticos pra desinchar; o corticoide já induz uma perda de cálcio e potássio; os 
diuréticos, principalmente o de alça, também há perda do potássio e de cálcio, levando a uma hipocalemia e 
a uma hipocalcemia ainda mais significativas. 
 
Diuréticos Tiazídicos 
Hidroclorotiazida (Clorana®); Clortalidona (Higroton®); Indapamida (Natrilix®); Bendroflumetiazida (Diserin®); 
Na rede de atenção básica está somente a Hidroclorotiazida. 
Nas redes privadas tem a Clortalidona e a Indapamida; raramente encontram-se pacientes usando 
Bendroflumetiazida. 
Pacientes atendidos e que participam dos programas do governo usam Hidroclorotiazida; normalmente os que são 
conveniados ou particulares, usam Clortalidona. 
A Hidroclorotiazida pode desencadear problemas metabólicos importantes, como hiperglicemia e hiperlipidemia, mas 
em doses altas. As doses preconizadas no Brasil são de no máximo 25mg/dia de hidroclorotiazida, então, esse diurético 
é sim usado por diabéticos e por pacientes normoglicêmicos, que não têm alteração da glicemia por isso. Porém, se 
fizer uso de 35, 40, 50mg terá problemas, porque os efeitos adversos desse medicamento só são expressivos quando 
em doses elevadas. 
Como atuam? Atuam no túbulo contorcido distal inibindo o co-transportador de cloro e sódio; promove uma depleção 
próxima de 7 a 10% do volume total. Diminuem de forma significativa a eliminação do ácido úrico (muito mais 
significativo e muito mais risco de ter uma crise de Gota com esse diurético do que com a furosemida) 
 Túbulo contorcido distal: principal forma de eliminação de ácido úrico; então, ao utilizar esses diuréticos, 
pode-se elevar as taxas de ácido úrico de forma muito significativa, podendo precipitar a crise de Gota. 
• Além disso, eles diminuem a excreção de cálcio (não tem perda de cálcio, mas tem perda de magnésio); 
• O co-trasnportador também está ligado ao transporte de potássio. Nós temos, com o uso de diuréticos 
tiazídicos, o efeito colateral da hipocalemia (menor proporção, mas o paciente pode se queixar de cãibras). 
 
Indicações: mesmas condições de antes, mas com destaque para Hipertensão Arterial Sistêmica. É comum que seja a 
classe de escolha que vamos usar na monoterapia ou a classe de escolha que vamos usar quando tem associação de 
anti-hipertensivos; por isso que a maioria dos pacientes usa hidroclorotiazida ou clortalidona com outro medicamento. 
 
São medicamentos bem absorvidos por via oral; o pico de ação começa em +- 1 hora, só que o problema é que ele 
tem um pico que dura um pouco mais, só que com menos intensidade (menos eficaz, não impede uma reabsorção tão 
intensa); o pico dura de 4 a 6 horas → período bastante grande em que a pessoa será forçada a ir ao banheiro várias 
vezes, só que pelo menos não é de 15 em 15 minutos e a pessoa consegue ter um tempo de 50 min a 1 hora, mas a 
cada hora, de certeza, ela terá que ir ao banheiro fazer xixi. 
 
Principais efeitos adversos: 
• Hipocalemia (acentuada quando associada a Anfotericina B, corticoides); 
• hiponatremia (normalmente não vai ser um problema, pq se usa diurético pelo fato do paciente ter uma 
relação alta com o sódio; é real, não é um efeito adverso); 
• hiperuricemia (muito relevante- problema sério). 
Ex: Homem, 50 anos, HAS estágio 1, relacionada a hiper ingestão de sódio, usando hidroclorotiazida e 3 
meses depois, 2 crises de gota; o que fazer? Não responde a outro tratamento, só que o diurético que usa está 
causando a hiperuricemia; ele come muita carne e ingere muito álcool. Às vezes, o que deve ser feito para manter 
o tratamento é controlar, associando Alopurinol (medicamento que inibe a síntese do ácido úrico), para evitar o 
efeito colateral do diurético tiazídico. Nunca se usa esse recurso de adicionar mais um medicamento para tratar o 
efeito colateral do primeiro, mas tem momentos que isso se faz necessário. Nesse caso, o paciente tem um risco 
muito elevado se não tomar o diurético, porém tem crise de gota, por isso se faz essa associação. 
✓ Hiperglicemia, hiperlipidemia, disfunção erétil. Todos só acontecem em doses elevadas; nas doses 
terapêuticas de 25mg/dia isso não vai acontecer. 
 
Diuréticos Poupadores de Potássio 
Atuam no ducto coletor. 
Impedem a secreção de K+. 
3 grandes representantes: Espironolactona (única que está na rede de atenção básica), e Amilorida e Triantereno, os 
quais são comercializados em associações, presentes na rede privada. Amilorida + Furosemida/ Hidroclorotiazida; 
Triantereno + Furosemida/ Indapamida; o que varia é o nome da marca e do laboratório. Essas asscociações já estão 
prontas; sempre amilorida ou triantereno associado a diuréticos chamados de diuréticos espoliadores de potássio, os 
quais depletam potássio e, quando associados a poupadores de potássio, é para tentar reduzir as queixas de cãibras. 
Por que reduzir e não eliminar efetivamente as cãibras? São chamados de poupadores de potássio, mas por 
que não serão tão efetivos assim? São efetivos no processo deles, evitando a perda de potássio, não deixam secretar 
o potássio (não deixam jogar o potássio do sangue para a luz do néfron), só que se foi usado furosemida ou 
hidroclorotiazida, não deixou reabsorver o potássio que foi filtrado; então, aquele que foi filtrado está indo embora. 
É possível continuar tento as crises de cãibras mesmo usando um diurético poupador de potássio, porque o principal 
local de reabsorção do potássio é na alça de henle e no TCD. O potássio foi filtrado, deveria ter sido reabsorvido, mas 
o diurético em uso, espoliador de potássio, não deixou, então esse potássio vai embora. 
O poupador de potássio não tira K+ da luz do néfron e coloca no sangue. Ele não está deixando que passe 
potássio da luz do sangue para fora; são coisas bem diferentes. 
Quando o poupador de potássio pode ser muito significativo, causar até uma hipercalemia? Quando ele é dado 
sozinho, porque o mecanismo de jogar o potássio excedente não estará funcionando. Agora, sempre que associar um 
diurético poupador de potássio com um espoliador de potássio, jamais terá uma hipercalemia e muita das vezes 
continuará com uma hipocalemia ainda significativa, ainda tendo cãibras. 
 Poupar potássio NÃO É conseguir reaproveitar o potássio que está sendo eliminado; é apenas não 
permitir uma maior eliminação dele. 
Como isso acontece? Há dois mecanismos diferentes: da espironolactona e da amilorida e do triantereno: 
Imaginando uma célula fundamental do DC; nela há receptores ionotrópicos que o nosso hormônio Aldosterona 
circulante encontra um desses receptores ligado a um canal iônico. Quando a aldosterona se liga a esse receptor, abre-
se o canal para a reabsorção de sódio e a secreção de potássio (fisiológiconormal). Então, há duas formas de impedir 
isso: bloquear o canal direto (amilorida e triantereno fazem- obstruem o canal diretamente) ou bloquear o receptor 
da aldosterona (espironolactona). 
 
➔ Espironolactona: encontrada na rede de atenção básica; molécula bastante lipossolúvel, muito parecida com 
o nosso hormônio aldosterona, mas atua bloqueando os receptores (quando ela entra no receptor, bloqueia-
o), ou seja, é um ANTAGONISTA COMPETITIVO da Aldosterona. Bloqueia o canal, impede a reabsorção de 
sódio e também impede a secreção do potássio. É bastante efetiva, só que há um problema: a aldosterona é 
um hormônio esteroidal, a espironolactona, que é um antagonista, é parecida com, então a aldosterona ativa 
vários receptores que não é só no ducto coletor; assim, a espironolactona também vai encontrar outros 
receptores esteroidais, inclusive os sexuais. Desse modo, um dos maiores problemas da Espironolactona é que 
ela vai bloquear receptores de testosterona, de estrógeno, de progesterona, visto que sua estrutura química 
é parecida com a da aldosterona, causando muitos efeitos adversos significativos, importantes clinicamente 
por causa do bloqueio desses receptores hormonais, principalmente os sexuais. Nas mulheres em idade fértil 
vai alterar ovulação e ciclo menstrual; nos homens é muito significativo porque eles têm uma produção de 
testosterona importante quase sempre até o final da vida, e bloquear receptores de testosterona vai mexer 
na libido sexual, nas questões de ereção peniana etc, havendo uma tendência muito grande, quando o 
paciente percebe que o tratamento dele para ICC ou HAS começou a dar problemas relacionados a questão 
sexual, de abandonar esse tratamento. 
Além disso, há o uso off label da espironolactona: é tão significativo essa resposta de bloquear receptores de 
testosterona que encontra-se dermatologistas que prescrevem espironolactona para o tratamento de acnes. 
É usado também para Síndrome de ovários policísticos, na endometriose etc; condições em que a testosterona 
está envolvida usam a espironolactona porque se sabe que o efeito adverso dela é bloquear receptores 
principalmente androgênicos. 
A Espironolactona na verdade não é um fármaco, é um pró-fármaco; assim que administrada por via oral é 
metabolizada e é o metabólito canrenona quem faz aquele efeito lá nos receptores androgênicos e nos 
receptores de aldosterona. 
Tem duração de ação prolongada, podendo ser administrada 1x ao dia somente. 
Efeitos relatados: desconfortos gastrointestinais, hipercalemia (raro de acontecer; se usar com diurético 
espoliador de potássio não vai acontecer; mas no uso isolado, com alguns alimentos e mais suplementos pode 
aparecer), acidose metabólica (rara). Logo, os problemas significativos que mais vão aparecer não são agudos, 
mas sim crônicos depois de 60/90/120 dias de uso, aparecendo os problemas hormonais efetivamente 
(ginecomastia, distúrbios menstruais, atrofia testicular, ulceração péptica). 
Na ICC a espironolactona também é um medicamento de primeira linha. Normalmente um paciente 
com ICC vai usar Digoxina, diurético espoliador de potássio, espironolactona, betabloqueador e inibidor da 
ECA- nessa mistura de fármacos dificilmente a hipercalemia será um problema. 
 
➔ Amilorida e Triantereno: bloqueiam diretamente os canais; são um pouco menos efetivos que a 
espironolactona. Só existem associados a outros medicamentos, não existem separadamente. Não estão 
disponíveis na rede de atenção básica. 
Atuam nos túbulos e ductos coletores bloqueando os canais de Na+ regulados pela aldosterona. Então, por 
mais que a aldosterona se ligue ao receptor, o sódio não será reabsorvido e o potássio não será secretado. 
Efeitos adversos: raros. Hipercalemia, acidose metabólica, cálculos renais (triantereno). 
Usos: ICC, hiperaldosteronismo primário e secundário (cirrose hepática). Mesmos dos demais diuréticos. 
 
Diuréticos Osmóticos 
Somente uso hospitalar- Manitol. 
O Manitol pode ser usado como laxante osmótico (via oral). 
É um polissacarídeo não absorvível que arrasta água. Quando passar pelo glomérulo vai ser filtrado e vai arrastar água 
com ele. 
É usado normalmente não para HAS, mas para edema cerebral, glaucoma, pressão intraocular, pressão intracraniana 
em neurocirurgia, remoção de toxinas renais (contrastes radiológicos), anúria. 
Mecanismo de ação: são passivamente filtrados na cápsula de Bowman nos túbulos renais - não são reabsorvidos e 
atuam na luz do néfron. É um soluto não reabsorvível que impede a reabsorção de água – opõe-se à ação do hormônio 
ADH. 
Efeitos adversos: cefaleia, náuseas, vômitos, desidratação, hipernatremia, hipercalemia. 
* São administrados por via parenteral (IV). 
* São substâncias farmacologicamente inertes, hidrofílicas, que carregam a água para o interior da luz tubular ( 
osmolaridade). 
 
✓ CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE DIURÉTICOS: são bastante eficazes na hipertensão; todos os estudos mostram 
que eles reduzem mortalidade, reduzem morbidade. 
✓ Para uso como anti-hipertensivos são preferidos os diuréticos Tiazídicos e similares, em baixas doses. 
✓ Os de Alça são mais reservados para Insuficiência Renal com taxa de filtração glomerular abaixo de 30 
e para ICC com retenção de volume. 
✓ Muitas vezes são usados associados com os poupadores de potássio, que isoladamente não são 
recomendados para hipertensão, sendo pouco eficazes. Associados são interessantes para tentar 
reduzir a hipocalemia. 
✓ Em pacientes com aumento do volume extracelular (insuficiências cardíaca e renal), o uso associado 
de diurético de alça e tiazídico pode ser benéfico tanto para o controle do edema quanto da pressão 
arterial, ressalvando-se o risco maior de eventos adversos. 
✓ Saber doses dos medicamentos que estão na atenção básica: 
o Hidroclorotiazida- comprimidos de 12,5 e 25mg (dose máxima); 
o Furosemida- comprimidos de 20mg. 
 
MEDICAMENTOS DE AÇÃO CENTRAL 
Medicamentos pouco efetivos, que não são mais recomendados na clínica. 
Principal: Metildopa. 
Esses medicamentos vão alterar a função da adrenalina do SNC (depressão, sonolência, cansaço). Os efeitos colaterais 
se sobressaem aos efeitos farmacológicos. 
Clonidina e Reserpina estão em desuso. Pq? Baixa eficácia; muitos efeitos colaterais significativos (sedação e humor 
deprimido); em idosos, essa resposta faz com que eles fiquem prostrados. 
A Metildopa tem um destaque, porque é reconhecidamente um fármaco muito seguro em gestantes para não causar 
má formação do desenvolvimento do feto, mas é um medicamento pouco eficaz. Por isso que a Metildopa, para 
controlar uma hipertensão, deve ser tomada 3x ao dia, e, ainda sim, muitas vezes não responde adequadamente. 
Todos têm pouca eficácia, visto que atuam somente no sistema adrenérgico, e os mecanismos que regulam a pressão 
arterial são vários, e a adrenalina é só um dos processos. Há ainda angiotensina, a questão da produção de óxido 
nítrico pelo endotélio etc, nos quais esses medicamentos acabam não sendo efetivos. 
 
Mecanismo de ação da Metildopa e o porquê de sua ‘’segurança’’: a Metildopa é parecida com a Dopa, substância que 
nós produzimos a partir do aminoácido tirosina. 
Tirosina → Dopa → Dopamina → noradrenalina → adrenalina 
É convertida em α-metil-noradrenalina (falso neurotransmissor), que possui afinidade pelo receptor α2 e ativa-o – 
atua diminuindo a liberação pré-sináptica de noradrenalina. 
Quando tomamos Metildopa estamos oferecendo um medicamento/fármaco/substância química parecida com a 
Dopa, só tem uma metila a mais, o que os neurônios não reconhecem, assim, eles captam a metildopa e introduzem 
na biossíntese e nós vamos produzir Metildopamina → Metilnoradrenalina → Metiladrenalina. Acontece que a 
metilnoradrenalina/metiladrenalina que vai ser secretada não é efetiva para ativar os receptores pós-sinápticos, mas 
a metiladrenalina tem uma ação importante, ela vai ativar os receptores autorregulatórios,presentes na fibra pré-
sináptica, chamados alfa-2 pré-regulatórios ou autorregulatórios. Quando estimulados/ativados, avisamos para as 
vesículas internas a liberar menos adrenalina, menos metiladrenalina, reduzindo todos os parâmetros adrenérgicos. 
 Principal alvo: redução do débito cardíaco. 
 Às vezes se tem a necessidade de associação da Metildopa com outros medicamentos, principalmente 
diuréticos; porque a retenção hídrica também pode ser um efeito colateral. 
 
A Clonidina é um agonista direto dos receptores alfa-2 pré-regulatórios, só que é uma molécula química estranha para 
o corpo e interfere no desenvolvimento fetal. Diminui a liberação de noradrenalina via ativação de receptor α2 pré-
sináptico. 
A Reserpina inibe o transporte da adrenalina para dentro das vesículas; adrenalina então é degradada e o seu estoque 
no SNC ficará baixo, diminuindo a resposta adrenérgica. 
O grande problema desses medicamentos é que se diminuem as respostas simpáticas, então diminuem a PA. Porém, 
imagina nosso cérebro sem adrenalina, com menos estímulo; além disso, como os vasos estão mais relaxados, começa 
a formar edema, o que é um problema na gestante. Apesar da sonolência, sedação, boca seca, tontura, ainda é um 
medicamento usado como primeira linha por muitos obstetras. 
Dose Metildopa: 500mg; normalmente 3x ao dia. 
Os agentes alfa-agonistas de ação central agem por meio do estímulo dos receptores α2 que estão envolvidos nos 
mecanismos simpatoinibitórios. Os efeitos bem definidos dessa classe são: 
✓ Diminuição da atividade simpática e do reflexo dos barorreceptores, contribuindo para bradicardia relativa e 
a hipotensão notada em ortostatismo; 
✓ Discreta diminuição na RVP e no débito cardíaco; 
✓ Redução nos níveis plasmáticos de renina e retenção de fluidos. 
 
✓ O uso da clonidina pode ser favorável em situações de hipertensão associada a: síndrome das pernas inquietas, 
retirada de opioides, “flushes” da menopausa, diarreia associada à neuropatia diabética e hiperatividade 
simpática em pacientes com cirrose alcoólica. 
 
 
✓ Principais Efeitos Adversos: sedação, fadiga, pesadelos, depressão, hipotensão postural, boca seca. 
- galactorreia, anemia hemolítica e lesão hepática (metildopa); 
- secura de mucosas, hipertensão rebote quando suspensão brusca (clonidina). 
✓ Metildopa e Clonidina atuam nos receptores autorregulatórios, respondendo negativamente para que a 
vesícula não libere adrenalina. A Clonidina não deixa os NT formados serem guardados dentro da vesícula, 
eles serão destruídos; mas no final é muito parecido- diminuição da resposta adrenérgica na fenda sináptica. 
 
Bloqueadores Adrenérgicos Periféricos 
Betabloqueadores, alfabloqueadores e mistos. 
 
BETA-BLOQUEADORES 
Seletivos, não-seletivos, mistos. 
Ao bloquear os receptores beta, predomina o bloqueio dos receptores β1, portanto, para reduzir o débito cardíaco. 
Jamais os beta-bloqueadores vão ser primeira escolha na HAS, porque sozinhos não são eficazes. Só serão uma escolha 
interessante se estiver clinicamente diagnosticado que são crises hipertensivas por respostas emocionais- respostas 
adrenérgicas importantes → utiliza-se o betabloqueador e normalmente é o propranolol (ação central e periférica- 
permeia de forma efetiva a barreira hematoencefálica). 
São usados com outros anti-hipertensivos e entraram na terapêutica por causa da comorbidade cardíaca e não por 
causa da hipertensão. A maioria das terapêuticas anti-hipertensivas em que estão presentes os betabloqueadores é 
porque ou o paciente tem angina, ou arritmia ou insuficiência cardíaca. 
Betabloqueador presente → comorbidade cardíaca. 
 
Mecanismo de ação: diminuição inicial do débito cardíaco, redução da secreção de renina, readaptação dos 
barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses. 
 
Principal ação: competir com a adrenalina por receptores β1 no coração, diminuindo o débito cardíaco. Ao diminuir o 
débito cardíaco diminui a força/frequência/contração, e diminui a resposta adrenérgica exercida no coração; por 
consequência, outras respostas importantes sobre os vasos, porque reduzindo a força de contração, reduz 
indiretamente a secreção de renina (quando tem aumento da frequência cardíaca e do debito cardíaco, tem um 
estimulo para a secreção de renina e ativa o sistema renina-angiotensina e secreção de aldosterona, aumentando 
ainda mais a pressão). → Redução do débito cardíaco e redução indireta da resistência vascular periférica (menor 
vasocontrição- diminuição da secreção de renina diminui angiotensina). 
Há diferentes tipos de betabloqueadores: 
✓ Antagonistas β Não-seletivos: 
o Propranolol: doses usuais variam de 40-80mg/dia, normalmente são doses de 40 e, se necessário, 
duas de 40 por dia. É o único que efetivamente permeia a barreira hematoencefálica e por isso tem 
uma ação bastante intensa, diminuindo as respostas beta-adrenérgicas centrais e periféricas. 
▪ Das respostas adrenérgicas centrais, algumas que são muito importantes estão relacionadas 
ao tremor, à ansiedade, à boca seca... Todos esses efeitos são reduzidos pelo uso do 
propranolol. 
▪ Também se mostra útil em pacientes com tremor essencial, síndromes hipercinéticas, cefaleia 
de origem vascular e hipertensão portal. 
▪ Após uso contínuo não deve ser feito suspensão abrupta – síndrome de abstinência que se 
manifesta por nervosismo, taquicardia, maior intensidade da angina e elevação da pressão 
arterial, risco aumentado de infarto do miocárdio. O mecanismo envolvido na SA é a 
suprarregulação ou supersensibilidade dos receptores β-adrenérgicos. Os outros 
betabloqueadores não precisam desse ‘’desmame’’(redução de dose- 25% por vez), o 
propranolol sim porque atua em nível de SNC. Deve ser retirado lenta e gradualmente. 
Normalmente o desmame pode ser feito em 1 mês- quarteamento de dose (mais comum). 
▪ Por que com o uso prolongado ele sozinho dificilmente consegue controlar as crises por 
descargas adrenérgicas: o cérebro faz neuroadaptação muito rápido e a pessoa passa a não 
responder mais. O propranolol se mantém perifericamente porque não temos adaptação no 
músculo cardíaco e artérias, mas sim em fibras nervosas. 
▪ Tem uma biodisponibilidade baixa, porque temos uma alta metabolização pré-sistêmica dele; 
então boa parte do que é administrado via oral já é inativada antes mesmo de começar o 
efeito. Por isso há um grande contraste entre a via oral e a via parenteral; enquanto na via 
oral usamos em torno de 40mg, na parenteral é de 5 a 10mg. O propranolol sofre extenso 
efeito de primeira passagem. 
▪ Na bula: se o propranolol for tomado junto com as refeições isso REDUZ um pouco o efeito de 
primeira passagem, portanto AUMENTA a biodisponibilidade dele. Por que? pq se chegar 
fármaco e nutrientes no fígado, como é muita coisa para esse órgão, várias moléculas de 
propranolol vão escapar dessa metabolização,visto que o fígado estará sobrecarregado de 
várias substâncias que estão chegando simultaneamente. ‘’Caso queira aumentar a 
biodisponibilidade do propranolol, administrar ele junto com as refeições. ’’ Na prática do dia-
a-dia isso não é feito, porque normalmente o paciente tem que tomar vários anti-
hipertensivos e ele faz esse conjunto de manhã e o pouco que se perde já estava previsto. 
▪ 40 a 80mg com doses que podem chegar ao dobro disso, o que não é frequente. Normalmente 
o máximo é de 80mg, ou seja, 40mg de manhã e 40mg de noite. 
o Nadolol: baixa permeabilidade no SNC, tendo uma ação muito mais periférica. Tem como grande 
característica ser um betabloqueador de grande duração de ação, sendo, normalmente, administrado 
somente uma vez ao dia. 
o Sotalol e Pindolol: duração de ação mediana; uma vez ao dia, raramente duas vezes ao dia. 
Apresentam baixa permeabilidade na barreira hematoencefálica, tendo mais ação periférica. 
 
OBS: todos os medicamentos que sofrem extensoefeito de primeira passagem, quando tomados juntos com as 
grandes refeições, há uma redução da ação de metabolização hepática. Aumenta em torno de 5-7%. 
 
Todos são antagonistas β não seletivos, ou seja, vão bloquear receptores β1, mas também podem bloquear receptores 
β2, e isso vai causar, como possível efeito colateral, falta de ar. Isso acontece em pacientes que já tem predisposição, 
como aqueles com histórico de bronquite, DPOC, problemas respiratórios crônicos; nesses pacientes esse tipo de 
medicamento deve ser evitado. Normalmente essa falta de ar aparece como uma queixa discreta, descrevendo ‘’cada 
vez que vou deitar/dormir parece que não tem ar suficiente’’. 
O que está na rede de atenção básica é o propranolol. 
 
✓ Antagonistas β1 seletivos: metoprolol e atenolol (rename). 
o Metoprolol: tem duração de ação mais curta que o Atenolol, essa é a grande diferença entre eles; por 
isso percebe-se que a maioria dos municípios adota o atenolol. Porém, o Metoprolol tem uma 
seletividade superior ao atenolol para receptores β1. Alguém que utiliza metoprolol não terá falta de 
ar, porque sua seletividade é bem alta para receptores β1. 
▪ Excreção renal; 
▪ Sofre extenso efeito de primeira passagem (dose oral um pouco mais alta quando comparada 
a de outras vias). 
▪ 50 a 200mg; o mais frequente é as pessoas usarem 50mg de manhã e 50mg de noite. Já tem 
metoprolol de liberação lenta para ser usado uma vez ao dia só. 
o Atenolol: bem seletivo, mas em doses elevadas essa seletividade já não é mais tão expressiva. Alguém 
com histórico de bronquite tomar atenolol 100mg pode ser que já tenha falta de ar. 50-100 mg/dia. 
▪ Excreção renal; 
▪ Praticamente não sofre efeito de primeira passagem; 
▪ Doses variam de 25-100mg (o mais comum é 25/50, com mais frequência de 25-50mg e uma 
vez ao dia). 
o Bisoprolol: duração semelhante a do atenolol; só mudam os laboratórios. Não está disponível na rede 
de atenção básica. 
 
✓ Bloqueadores Alfa-adrenérgicos e Beta-adrenérgicos: bloqueadores mistos. 
o Carvedilol: presente na rede de atenção básica; para alguém que tem histórico de bronquite não deve 
ser usado, porque pode desencadear crise de falta de ar. Muito prescrito na atenção básica. 
▪ Alta metabolização pré-sistêmica; 
▪ Excreção é tanto renal quanto biliar, mas a biliar é um pouco a mais que a renal. É bom saber 
porque aqueles pacientes que têm insuficiência renal devemos evitar essa via para a excreção 
desses medicamentos; 
▪ 12,5 a 50mg, o mais comum é de 25mg. 
o Labetalol: normalmente de uso hospitalar, intravenoso. Emergências hipertensivas, urgências. Além 
disso, é uma das possibilidades para ser usado em gestante; é usado inclusive no momento antes do 
parto de gestantes com hipertensão. 
▪ Excreção predominantemente biliar, o que é bom. 
 
É ruim ter excreção exclusivamente renal porque depende diretamente do funcionamento do rim. 
São bloqueadores de receptores α1 e betabloqueadores não-seletivos: 
 Bloqueiam receptores α1- reduzem a resistência vascular periférica; 
 Bloqueiam receptores β1 e β2 (mais o 1)- redução do débito cardíaco. 
 
✓ Beta-bloqueador seletivo e vasodilatador: 
o Nebivolol: atua de forma seletiva, bloqueando a ação da adrenalina em receptores β1, mas também 
estimula o endotélio para a produção de óxido nítrico, tendo uma ação vasodilatadora. Não é uma 
vasodilatação muito significativa, mas contribui para diminuir a resistência vascular periférica. 
 
Para que se utiliza betabloqueadores? De uma forma geral para tratar HAS associada a comorbidades cardíacas. 
Prevenção de uma cardiopatia isquêmica, tratamento de angina, pós infarto, arritmias. 
De uma forma geral, os betabloqueadores são mais efetivos nos pacientes mais novos, até 60 anos de idade; depois 
disso começa-se a ver uma diminuição da efetividade. Pacientes mais velhos devem continuar usando se necessário, 
mas o que as vezes se observa na clínica é que antes com 25mg de atenolol tinha a angina bem controlada e agora 
começa a ter crises e episódios de relatos de dor, tendo que aumentar a dose do betabloqueador. Isso acontece 
porque à medida que vamos envelhecendo, diminuímos conteúdo proteico e não é só de massa muscular, é em nível 
de receptores também. Assim, precisa-se aumentar doses de fármacos para ter respostas mínimas. A importância 
disso é que essa mesma proporção não se equivale para os efeitos colaterais → grave problema! Muitas vezes com o 
avançar da idade o medicamento reduz a sua efetividade porque o alvo está diminuído, mas não quer dizer que os 
alvos para os efeitos adversos também diminuíram, então, ao aumentar a dose, aumentará os efeitos adversos. 
 
Principais efeitos adversos: broncoespasmo (não-seletivo), bradicardia (todos), insônia (tende a reduzir com o tempo), 
pesadelos (todos), astenia, disfunção sexual (homens podem ter essa queixa- bombeando sangue com menos 
força/frequência), extremidades frias (as pessoas sempre percebem na primeira semana de uso as mãos e os pés 
frios), podem induzir à intolerância à glicose (raríssimo, não considerado clinicamente relevante). 
 
A bradicardia sempre vai ser um efeito adverso e pode ser significativa quando é usado em um paciente que não tem 
comorbidade cardíaca e usou o betabloqueador para fazer uma prova, por exemplo. 
Pacientes que têm diabete podem usar betabloqueador. O maior problema é em pacientes com diabete e que usam 
hipoglicemiante → hipoglicemia (taquicardia, tremor, sudorese e extremidades frias) → ações inibidas pelos 
betabloqueadores → maior problema: que o betabloqueador mascare os sintomas da hipoglicemia. 
 De todos, o pior é o propranolol, porque se usar atenolol não haverá taquicardia e a sudorese mínima, mas o 
tremor, que é uma resposta central, estará presente; com o propranolol o risco é imenso, pois terá todas as vias que 
são sinais clínicos evidentes de uma hipoglicemia reduzidos, e se o paciente não se tratar pode ser severo. 
 
OBS: as vezes é necessário usar o propranolol e ansiolítico, porque os ansiolíticos levam de 30 a 60 dias para realmente 
serem efetivos contra ansiedade, além de poderem agravar nos primeiros 15 dias os sintomas da ansiedade. Nesse 
caso, o uso de propranolol nos 60 dias pode ser excelente. Se o problema for somente mais emocional não se indica 
tratar com propranolol porque depois de um tempo ele não vai mais fazer efeito. 
 
Dos medicamentos é bom saber um pouco mais aos que estão na rede de atenção básica: propranolol, atenolol e 
metoprolol, carvedilol. 
 
BLOQUEADORES ALFA-1 (ALFADRENÉRGICOS) 
Vasodilatadores indiretos- impedem que as artérias se contraiam. 
Fármacos que têm baixa eficácia, muitos efeitos adversos, mas uma indicação clínica bastante importante, com uma 
comorbidade junto com a hipertensão: pacientes que, além da hipertensão, apresentam sintomas de dificuldade de 
micção por apresentarem hipertrofia da próstata. Homens com hipertensão e dificuldade para urinar → a primeira 
linha de tratamento são os bloqueadores α1. Além disso, há homens que não têm hipertensão, porém, têm dificuldade 
de urinar e vão usar essa mesma classe de medicamento. Por quê? Ao bloquearem os receptores α1, nós temos alguns 
subtipos desses receptores que estão presentes nos ureteres e que quando bloqueiam a ação da adrenalina relaxam 
esses canais, então, eles facilitam para que a urina possa fluir. 
 - Logo, são utilizados para tratar a hipertensão de pacientes que têm a hipertrofia da próstata comprimindo os 
ureteres e dificultando a micção e também para tratar apenas sintomas de pacientes com a hipertrofia prostática que 
pode ser benigna ou não. 
 - Têm a vantagem de propiciar melhora discreta do metabolismo lipídico e da urodinâmica (sintomas) em 
pacientes com hipertrofia prostática benigna (HPB). 
 
Como atuam? Bloqueiam de forma competitiva e seletiva a ação da adrenalina em receptores α1 em arteríolas e 
vênulas.O alvo farmacológico deles é somente reduzir a pressão arterial por reduzir a resistência vascular periférica. 
Nunca serão primeira escolha para hipertensão. 
 
Consequência: efeito adverso espera→ edema bastante significativo; quando nosso coração bombeia x volume de 
sangue, vai com uma pressão e os vasos devem manter uma pressão para ter o retorno. Se as artérias perderam a 
capacidade porque estão com os receptores α1 bloqueados e não conseguem dar uma leve contraída, isso quer dizer 
que começa a sobrar sangue dentro de arteríolas e vênulas; e se começa a sobrar sangue porque o retorno venoso 
não está acontecendo, começa a extravasar para os tecidos e terá EDEMA. Por isso, como monoterapia esse 
medicamento não vai ser usado, a não ser no uso especifico de facilitar a micção e, ainda assim, as vezes aparece 
algum edema e o paciente tem que tomar diurético alternado por uns dias. 
 
OBS: podem induzir o aparecimento de tolerância farmacológica, o que exige o uso de doses crescentes. 
 
Esses medicamentos não estão disponíveis na atenção básica para tratar hipertensão, principalmente devido a sua 
baixa eficácia. Porém, a Doxazosina e a Terazosina estão disponíveis no componente especializado de alto custo 
justamente para tratar os pacientes com sintomas de dificuldade de micção devido a HPB; ou seja, não estão 
disponíveis para a hipertensão. 
 
Efeitos adversos: hipotensão postural (na primeira dose é algo preocupante, depois o paciente começa a se adaptar), 
dor de cabeça, vertigens, taquicardia reflexa (raro), cansaço (diminui respostas adrenérgicas e capacidade de nutrição 
dos músculos). 
Doxazosina- 4mg 
Terazosina- 5mg 
 
VASODILATADORES DIRETOS 
São aqueles que pelo mecanismo de ação vão promover a dilatação imediata da artéria. 
São eles: derivados de nitrato (para angina, pois não são primeira linha na HAS) e Hidralazina (primeira linha). Há ainda 
o Minoxidil, mas não é usado para HAS hoje em dia. 
Utilizados em associação com diuréticos e/ou betabloqueadores. 
 
OBS: os vasodilatadores indiretos impedem a contração das artérias. Os bloqueadores α1 são exemplo disso, porque 
não dilatam as artérias, mas impedem que elas se contraiam. 
 
✓ Hidralazina: tanto via oral quanto injetável. 
- Atua sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular com consequente 
vasodilatação e redução da resistência vascular periférica; 
Pela vasodilatação arterial direta, promove retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que contraindica seu uso 
como monoterapia. Sempre que usar hidralazina vai precisar de diurético e betabloqueador. 
Ex: deu entrada no pronto socorro um paciente com uma crise hipertensiva após ter feito abuso de 
metanfetamina/cocaína (drogas que desencadeiam resposta simpatomimética exacerbada). Deve-se dar 
vasodilatador para baixar essa PA, só que se der vasodilatador sem betabloqueador o paciente vai a óbito, 
porque a PA despenca e há uma taquicardia reflexa muito importante. → fazer acesso venoso, injetar 
betabloqueador e, em seguida, injetar o vasodilatador. Depois disso, com mais calma, injetar o diurético IV. 
- Por que injetar um diurético se usar vasodilatador direto? Porque, se não usar diurético, como terá uma 
vasodilatação por varias horas, ele vai fazer extravasamento desses líquidos para os tecidos e vai ter um edema 
muito significativo. Então, primeiro evita o problema cardíaco, corrige a hipertensão com vasodilatador e 
depois de um tempinho usa o diurético para prevenir o edema. NÃO SE INDICA o uso de Hidralazina sem essa 
associação. 
- A Hidralazina não é um medicamento de usa ambulatorial; o seu principal emprego é para tratar as 
emergências hipertensivas. Se for para tratar urgência hipertensiva somente por via oral, IV não. Dificilmente 
encontrado na unidade de saúde, mas está na Rename. 
- Pode ser usada em gestantes depois do primeiro trimestre, mas por via oral tem um risco de edema muito 
significativo. Para o momento do parto é usada efetivamente para evitar pré-eclâmpsia, por exemplo. 
- Normalmente as doses são de 25 e 50mg quando por via oral e 20mg quando é intravenoso. 
Pode variar de 1 a 16mg. 
- Seria um bom medicamento para se ter comprimido para tratar um caso de urgência hipertensiva em 
unidade de saúde, não sendo necessário encaminhar para o hospital. 
 Urgência hipertensiva= aumento brusco da PA em que a diastólica está acima de 120 e que este paciente 
não tem nenhum risco de morte ou lesão de órgão alvo porque não tem outra comorbidade. Se a pessoa não 
traz um histórico de problema cardíaco, diabete e problema renal temos um tempo de 24hrs para reduzir a 
PA, e isso pode ser feito na unidade de saúde, dobrando a dose do medicamento que ela usa ou dando outro 
medicamento, e a hidralazina por via oral seria ótima porque em 3hrs já diminuiria a PA; os outros 
medicamentos que temos nas unidades de saúde levam de 6 a 8hrs para reduzir. 
 A Hidralazina intravenosa sempre está disponível nos hospitais, nas emergências hipertensivas, só que 
aí tem que usar o betabloqueador associado. 
 Emergência hipertensiva= aumento brusco da PA com risco de lesão a um órgão ou comorbidade. Não 
se tem valor pré-determinado. 
- A maioria dos municípios não adota a hidralazina por causa dos seus efeitos colaterais de edema. Além disso, 
quando usamos um vasodilatador de forma prolongada temos a tendência de fazer tolerância e o endotélio 
começa a não responder mais ao medicamento. 
- Efeitos adversos: dor de cabeça, vômitos, náuseas, diarreia (menos frequente), taquicardia, edema, 
sudorese, rubor. 
 
Outra forma de manter essa vasodilatação é a vasodilatação indireta, e a classe escolhida para se ter na rede que 
normalmente os médicos vão escolher são os Bloqueadores de Canais de Cálcio. 
 
BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO 
✓ Diidropiridínicos → fármacos que têm grande afinidade por canais de cálcio presentes em músculos lisos 
(artérias, arteríolas etc); são utilizados como primeira linha de tratamento para HAS, especificamente para 
alguns casos. Sempre pensar no uso da Nifedipina, do Felodipino e do Anlodipino, que são os bloqueadores 
de canais de cálcio de músculo liso primeira linha de tratamento se o paciente é negro ou de etnia/questão 
genética africana, porque normalmente na raça negra temos os casos de HAS mais graves e que não 
respondem ao tratamento com inibidores da ECA, porque possuem um polimorfismo genético e os inibidores 
da ECA não são, quase que na totalidade, efetivos para esses pacientes. São a primeira linha de tratamento 
para pacientes negros e a primeira linha de tratamento quando temos paciente idoso (70, 80 anos, com 
HAS), porque vários medicamentos dependem muito de receptores, de proteínas e á medida que 
envelhecemos tudo isso vai ficando menos expressivo e o medicamento torna-se menos efetivo. 
- Essa classe de medicamentos sempre estará presente se tiver um paciente com Angina. Todos os pacientes 
com essa comorbidade vão estar em uso de bloqueador de canal de cálcio. Na fisiopatologia da doença temos 
que a Angina é constituída por uma deficiência de oxigenação no músculo cardíaco, então tenho que aumentar 
o aporte de sangue para esse músculo. Como fazer isso? Fazendo com que as arteríolas coronárias fiquem 
relaxadas para fluir mais sangue e, portanto, nutrir o músculo cardíaco. 
- Na fisiopatologia da angina há 2 estudos a serem trabalhados: o coração tem uma alta demanda de oxigênio 
e chega para o coração uma baixa quantidade de oxigênio. Então, tem que diminuir a demanda de oxigênio, 
por isso usamos betabloqueador na angina e, ao mesmo tempo, ofertar mais oxigênio, por isso fazer 
vasodilatação indireta usando bloqueador do tipo diidropiridínico. Só que se eu fizer isso pensando na angina, 
usar o betabloqueador e um medicamento que reduz a resistência vascular periférica, a força/pressão com 
que estou bombeando esse sangue diminuiu eo meu retorno também está diminuído --: efeito adverso 
esperado: EDEMA. 
- Essa classe de medicamentos não pode ser monoterapia; quando for usado bloqueador de canal de cálcio 
diidropiridínico sempre terá edema e precisará de diurético. Claro que quando precisa tratar o edema que é 
um efeito colateral de um medicamento o diurético não precisa ser dado todos os dias; pode ser dado na 
menor dose de diurético em dias intercalados, mas ele é necessário para não haver edema. 
- Anlodipino (meia-vida de 35hrs): medicamento encontrado na rede de atenção básica e um dos mais 
prescritos mesmo na farmácia comercial. Quando o paciente começa a fazer uso do bloqueador de canal de 
cálcio ele começa a ter diurese aumentada nos primeiros dias, então, no início parece que não vai precisar de 
diurético. Até a 3ª semana o paciente urina mais que o normal, usando somente o Anlodipino. Mais ou menos depois 
de um mês, nosso organismo começa a fazer retenção hídrica e começa a ter edema de pés e de pernas, por exemplo. 
Logo, nos primeiros 30 dias o diurético pode não ser prescrito para que o paciente se adapte ao Anlodipino, mas depois, 
na reavaliação, deve-se introduzir o diurético. O que é preocupante na clínica é que isso está demorando para acontecer: 
vários pacientes introduzem o anlodipino e na atenção básica ficam para renovar a receita a cada 6 meses, não tendo a 
introdução do diurético no tempo necessário e ficando com edema. 
- Nifedipina também tem na Rename, mas hoje a maioria dos municípios tem somente Anlodipino, visto que Nifedipina 
tem duração curta e teria que ser tomado mais de uma vez ao dia, principalmente em paciente com angina. 
- Felodipino, Isradipino e Nitrendipina: rede privada, diferentes laboratórios. 
- Tirando a Nifedipina que tem uma duração mais curta (meia-vida de 2hrs), nenhum deles tem uma diferença 
significativa. 
- Indicações: idosos, negros, angina. 
 
✓ Não-diidropiridínicos → atuam principalmente em músculo esquelético. Também atuam bloqueando canais 
de cálcio de músculo liso, mas tem mais afinidade por músculo estriado esquelético (músculo cardíaco em si). 
Somente dois representantes: Verapamil e Diltiazem. Principalmente utilizados para tratar arritmia cardíaca, 
normalmente em paciente que não pode usar betabloqueador por alguma razão ou que não fez adesão ao 
betabloqueador, que é a primeira escolha para arritmia. Como o betabloqueador pode ir perdendo sua eficácia 
conforme a idade, para diminuir a força e a frequência cardíaca pode-se substituir por verapamil e diltiazem. 
- Indicações: arritmia, mas sempre a segunda linha de tratamento. 
 
OBS: angina, icc, arritmia → primeira escolha é propranolol/ betabloqueadores; Verapamil e Diltiazem são segunda 
linha. 
Essa classe de medicamentos sempre estará presente se tiver um paciente com Angina. Todos os pacientes com essa 
comorbidade vão estar em uso de bloqueador de canal de cálcio. Na fisiopatologia da doença temos que a Angina é 
constituída por uma deficiência de oxigenação no músculo cardíaco, então tenho que aumentar o aporte de sangue 
para esse músculo. Como fazer isso? Fazendo com que as arteríolas coronárias fiquem relaxadas para fluir mais sangue 
e, portanto, nutrir o músculo cardíaco. 
Na fisiopatologia da angina há 2 estudos a serem trabalhados: o coração tem uma alta demanda de oxigênio e chega 
para o coração uma baixa quantidade de oxigênio. Então, tem que diminuir a demanda de oxigênio, por isso usamos 
betabloqueador na angina e, ao mesmo tempo, ofertar mais oxigênio, por isso fazer vasodilatação indireta usando 
bloqueador do tipo diidropiridínico. Só que se eu fizer isso pensando na angina, usar o betabloqueador e um 
medicamento que reduz a resistência vascular periférica, a força/pressão com que estou bombeando esse sangue 
diminuiu e o meu retorno também está diminuído → efeito adverso esperado: EDEMA. 
Essa classe de medicamentos não pode ser monoterapia; quando for usado bloqueador de canal de cálcio 
diidropiridínico sempre terá edema e precisará de diurético. 
 
Mecanismo de ação: medicamentos que têm afinidade pelo canal de cálcio, entram no canal de cálcio e ficam lá por 
um tempo → ligação reversível; bloqueiam temporariamente o canal → não há entrada de cálcio → não tem contração 
arteriolar. 
 - Inibem o influxo de cálcio extracelular para o interior das células, resultando em redução da concentração de 
cálcio intracelular e dilatação de artérias e arteríolas periféricas e cerebrais; 
 - Diminuição da resistência vascular periférica; 
 - Os canais de cálcio estão localizados principalmente no cérebro, miocárdio e músculo liso arterial. 
 
*Particularidade: ação no SNC → Nicardipino e Nimodipino 
 Ex: paciente com AVC tromboembólico- precisa melhorar a circulação de sangue no SNC. Esses dois 
medicamentos têm bom efeito anti-hipertensivo e vão de forma muito efetiva também atuar em arteríolas do SNC, 
que não vemos no Anlodipino (ele também relaxa as arteríolas do SNC, mas é pouco). Para algo expressivo, devemos 
usar Nicardipino e Nimodipino, mas no risco de um AVC hemorrágico não terá como ser contido. 
 
- São medicamentos bem absorvidos via oral; 
- Todos têm extenso efeito de primeira passagem; 
- Todos têm alta fixação à proteína plasmática. 
 Atenção: alguns betabloqueadores também têm alta fixação à proteína plasmática, então, tomar eles juntos 
pode desencadear poucos efeitos adversos, mas talvez importantes para o paciente. Se tem muito mais 
anlodipino/nifedipina livre, terei efeito anti-hipertensivo mais significativo, num curto espaço de tempo, mas terei os 
efeitos colaterais também, sendo os que mais incomodam os pacientes: cefaleia, rubor facial e hipotensão. 
 Tosos os usuários de diidropiridínicos têm o colo e o rosto avermelhados, porque as arteríolas estão sempre 
dilatadas. 
 
Principais empregos terapêuticos: hipertensão, principalmente em negros e idosos. 
Doses: Anlodipino- 2,5 a 10mg, 1x ao dia; o mais frequente é de 5mg; 
 
 
 
 
HIPERTENSÇAO ARTERIAL PULMONAR 
Não tem a ver com a HAS, mas são casos de hipertensão: medicamentos usados na Hipertensão Arterial Pulmonar. Os 
receptores envolvidos são diferentes. Na verdade o endotélio produz algumas proteínas que são importantes, as 
endotelinas (tipo 1, 2 e 3), que possuem ação vasoconstritora, estimula a contração principalmente das artérias 
pulmonares. A endotelina do tipo 1 é a mais abundante e, em determinados receptores, como ET-A e ET-B, produz 
vasoconstrição. Então, se tem uma HAP, nosso principal alvo é tentar diminuir a resposta da endotelina 1, 
principalmente nesse receptor ET-A, porque o receptor ET-B faz vasocontrição, mas em outros vasos é responsável 
pela vasodilatação, ou seja, dependendo do local onde ele está, quando ativado ele contrai e quando ativado ele faz 
vasodilatação, então não é interessante mexer nesse receptor. O ideal é que tivessem fármacos seletivos para receptor 
ET-A para tratar a HAP, porque trataria somente o efeito vasoconstritor que é mediado por esse receptor. 
Outros fatores relacionados com a expressão da ET1: 
✓ O que estimula ET1: angiotensina2 (peptídeo vasoconstritor de todas as artérias e arteríolas do nosso corpo; 
se liga em receptores AT1, estimula para a vasocontrição e ainda estimula o endotélio a produzir ET1 e fazer 
mais vasocontrição), catecolaminas, fator de crescimento, hipóxia, insulina, lipídios (LDL, HDL), tensão de 
cisalhamento, hiperglicemia. 
✓ O que inibe ET1: óxido nítrico, prostaglandinas, prostaciclina, hormônio atrial natriurético, endotelina-3, 
estrogênios. 
# As endotelinas são peptídeos vasoconstritores representados pela endotelina-1 (ET-1 – produzido pelo endotélio), 
endotelina-2 (ET-2) e endotelina-3 (ET-3). Estes peptídeos são produzidos em vários tecidos, onde atuam como 
moduladores do tônus vascular,proliferação celular e produção hormonal. 
# A ET-1 é considerada um hormônio parácrino, visto que 75% de sua secreção é liberada no lado sublumial da célula, 
atuando diretamente no músculo liso vascular. 
 ET-1 – diversas doenças, como DM tipo 2 e doenças do sistema cardiovascular, como HAS, doença 
cerebrovascular, insuficiência cardíaca congestiva e infarto agudo do miocárdio. 
# Receptor do tipo A (ET-A) presentes em abundância nas células do músculo liso vascular e nos miócitos cardíacos. 
Receptor do tipo B (ET-B), presentes nas células endoteliais. 
 
 
 
Como a Hipertensão Arterial Pulmonar não é algo tão comum, os medicamentos disponíveis pelo SUS ao estão na 
Atenção Básica, mas sim concentrados em uma farmácia central, porque eles pertencem ao componente especializado 
de alto custo do SUS. Então, o SUS fornece o tratamento gratuito, mas tem que preencher toda a documentação de 
quando se trata de medicamento de alto custo do componente especializado, sempre dado pelo especialista. 
 
✓ Bosentana: CE-SUS; 
o Antagonista tanto do receptor A quanto do receptor B, o que quer dizer que há efeitos colaterais que 
podem ser significativos, uma vez que o receptor B faz vários benefícios nas demais artérias, nas quais 
faz vasodilatação. 
o Via oral- as doses variam de 125 a 250mg por dia; normalmente se usa 250 é porque vai tomar 125mg 
pela manha e 125mg pela noite. 
o Determina melhora nos parâmetros hemodinâmicos, queda da resistência vascular pulmonar (pulmão 
recebe maior oxigenação e sangue, menor acumulo de líquidos também), da pressão arterial 
pulmonar média e da pressão do átrio direito. 
o Faz-se necessária monitorização mensal das enzimas hepáticas, que podem se elevar de modo 
transitório e assintomático, por um mecanismo ainda desconhecido. O medicamento, além de ter uma 
leve hepatotoxicidade, ele diminui a oxigenação de outros tecidos porque ele é não-seletivo. 
 
✓ Sitaxsentan: não disponível no SUS; 
o Bloqueia de forma específica os receptores de endotelina do tipo A, e não bloqueia os receptores B 
(mantendo os efeitos vasodilatadors), tendo menos efeitos colaterais. 
o Proteção patentária- novos, muito caros. 
o É seletivo. Menos efeitos colaterais, principalmente na questão da pressão arterial e na hemodinâmica 
dos demais tecidos. 
o Determina aumento da tolerância ao exercício, melhora da classe funcional, da resistência vascular 
pulmonar e dos parâmetros hemodinâmicos. 
o Também pode ocorrer elevação de enzimas hepáticas, que devem ser monitorizadas. 
 
✓ Ambrisentana (Volibris): CE-SUS; 
o Seletivo; é específico para os receptores do tipo A, mantendo os receptores do tipo B livres; 
o Seria melhor prescrever esse porque é seletivo e provoca menos efeitos colaterais. 
o Administrado por via oral - dose de 5 e 10 mg/dia. Única administração diária. Ou seja, é muito mais 
potente que Bosentana. 
o Determina aumento da tolerância ao exercício, melhora da classe funcional, da resistência vascular 
pulmonar e dos parâmetros hemodinâmicos. 
o Também pode ocorrer elevação de enzimas hepáticas, que devem ser monitorizadas. 
 
 # Saber a diferença entre a Bosentana e a Ambrisentana, que são os dois medicamentos referencia para tratar a 
Hipertensão Arterial Pulmonar. 
# Outros medicamentos podem ser usados para tratar a HAP: 
 Bloqueadores de canais de cálcio- ao diminuírem a contração das artérias podem facilitar, mas nem sempre 
respondem. 
# Nem sempre quem usa a Bosentana a usa isolada; pode estar associada a Sildenafila, a inibidor de ECA ou Anlodipino 
→ garantir as artérias pulmonares relaxadas para a quantidade de sangue adequado. 
 
INIBIDORES DA ECA: 
ECA= Enzima Conversora de Angiotensina. 
A angiotensina2 é um peptídeo com uma ação ‘’bombástica’’ no nosso organismo para fazer com que PA se eleve 
rapidamente, porque ela tem como principal alvo as artérias, nas quais há receptores do tipo AT-1. Os receptores AT-
1 são ativados pela angiotensina2 e promovem rapidamente vasoconstrição. 
 Há subtipos de receptores AT-1 na glândula adrenal e vamos secretar aldosterona; 
 Há outros subtipos de receptores AT-1, que estimulam para a liberação de adrenalina no SN autonômico; assim, 
como na neuro-hipófise para a secreção do hormônio ADH. 
Por que subtipos? A Losartana (bloqueador puro de receptores AT-1) não consegue bloquear os subtipos que são 
diferentes na glândula adrenal, não consegue bloquear a resposta na neuro-hipófise (faz um bloqueio, só que leve e 
não efetivo). Quando a Losartana se liga a receptores AT-1 presentes nas artérias a resposta é muito efetiva, realmente 
não ocorre vasocontrição. Quando se tem um paciente que faz uso, por exemplo de Enalapril 10mg/20mg e este 
precisa ser trocado por Losartana, ela sozinha não vai dar conta de conter a PA dele, porque o enalapril, ao inibir a 
ECA, não deixa formar angiotensina2 (reduz de forma significativa); se tem menos angiotensina2 tem menos 
resistência vascular periférica, diminuição do debito cardíaco porque vai diminuir volemia, diminui o débito cardíaco 
para diminuir a resposta da adrenalina, diminui a retenção líquida porque diminui a secreção de ADH. 
Se usar Losartana, ela bloqueia os receptores AT-1 (os quais, puros, têm somente nas artérias), sendo muito efetiva 
em bloquear a angiotensina2 nas artérias; os outros mecanismos continuam existindo. É quase que obrigatório: se o 
paciente fazia uso de Enalapril e tem que suspender, vai ter que colocar, no mínimo como troca terapêutica, um 
diurético associado com a Losartana, se não não haverá controle da PA da mesma forma quando usava Enalapril. 
 
A inibição da enzima conversora da angiotensina resulta na diminuição na angiotensina II e aldosterona circulantes. 
Os inibidores da ECA são medicamentos muito efetivos pra controlar a pressão arterial, porque atuam sobre a 
resistência vascular periférica e sobre o débito cardíaco. 
Há limitações: 
✓ Pouco efetivos em pacientes afrodescendentes (tendência de falha terapêutica é grande); 
✓ Pouco efetivos em idosos; quanto mais idoso o paciente, menor a efetividade dos inibidores da ECA. Isso 
acontece porque na medida em que envelhecemos temos uma diminuição da produção de proteínas, uma 
menor resposta de receptores e de enzimas- redução da ECA, logo, deve-se buscar outras vias. 
 
Os inibidores da ECA serão sempre a primeira escolha quando: 
✓ Temos um paciente diabético, porque são classificados como nefroprotetores nesses pacientes; 
✓ Pacientes com ICC. 
 
Contraindicações: 
✓ Afrodescendentes; 
✓ Idosos; 
✓ Gestantes. Mulheres em idade fértil é um risco muito grande usar inibidores da ECA, porque sabidamente eles 
são teratogênicos, ou seja, induzem a má formação fetal. Por isso que se uma mulher tiver que usar um 
inibidor da ECA em idade fértil deverá ser muito bem orientada e, se possível, até assinar um documento 
indicando que ela sabe o risco que corre se engravidar. Ela deve usar um método contraceptivo muito eficaz, 
porque se engravidar, a má formação fetal é muito agressiva desde o início. 
✓ Problemas renais. Eles são classificados como nefroprotetores para pacientes diabéticos antes de se 
desenvolver um problema renal efetivamente. Se o paciente já apresenta problema renal, uma nefropatia 
considerável ou estenose das artérias renais tem contraindicação. 
o A proteção é porque faz vasodilatação e a pressão com que o sangue chega para a filtração é menor 
para não danificar o glomérulo. 
✓ Problemas respiratórios, como DPOC. 
 
▪Sulfidrílico: Captopril; 
▪Fosfonila: Fosinopril; 
▪Carboxílicos: os demais. 
 
Todos os inibidores da ECA devem ser administrados por VIA ORAL. 
 
• Enalapril: disponível na rede de Atenção Básica. 
o Pró-fármaco: ao ser absorvido, precisa ser metabolizado, biotransformado, para aí começar a fazer o 
efeito (4-6 horas depois de tomar

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