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ANTI HIPERTENSIVOS Hipertensão: alvo farmacológico; a pressão arterial é o resultado do débito cardíaco pela resistência vascular periférica → vários medicamentos atuam sobre a resistência vascular periférica e sobre o débito cardíaco, reduzindo esses parâmetros para reduzir a pressão arterial. Débito cardíaco= volume/ força/ frequência com que o sangue é bombeado. Todos os medicamentos que reduzirem o volume de sangue que está sendo bombeado obviamente diminuem a força e a frequência com que o coração vai ter que trabalhar, reduzindo, consequentemente, a pressão arterial. Todos os medicamentos que de alguma forma mexem, alteram o funcionamento dos vasos, principalmente das pequenas arteríolas, que quanto mais relaxadas estiverem, menor vai ser a pressão arterial. Os alvos dos medicamentos vão ser sempre voltados ou pro débito cardíaco ou pra resistência vascular periférica (se está relaxando ou contraindo o vaso sanguíneo). Volume: diuréticos. Se diminuir bastante esse volume, diminui a demanda de trabalho cardíaco, a quantidade que tem que ser bombeado para os vasos, diminuindo a pressão arterial. Elemento importante: sódio- para boa parte da população é o mais significante. Quando se começa a dar diurético a pessoa já fica bem, volta a ter normotensão, mas não se pode esquecer das exceções. Há pessoas que realmente não têm nenhuma relação com o sódio; pode ingerir muito ou pouco e pra ela não faz alteração, mas pra boa parte da população o sódio, por ser um elemento microscópio, retém muita água, aumenta a volemia e, por consequência, aumenta a pressão arterial, o que é fácil de resolver com o uso de diurético. Boa parte dos hipertensos usa como monoterapia o diurético, somente ele. OBS: Paciente com hipertensão e diabetes a primeira escolha não é hidroclorotiazida; será enalapril. → Dados importantes para a farmacologia (exames): selecionar o melhor anti-hipertensivos e tentar reduzir possíveis efeitos colaterais. Análise de urina- saber se o rim está funcionando bem porque a maioria dos medicamentos depende da função renal para serem efetivos; eletrólitos, qualidade e volume da urina; Potássio- maior problema dos diuréticos; eles jogam o potássio pra fora e o paciente tem queixa de câimbras, fraqueza muscular; Glicemia (diabético ou não)- condutas diferentes para pacientes diabéticos; Ritmo de filtração glomerular- mais difícil de ser solicitado enquanto exame; tem que fazer urina de 24hrs; Creatinina- mais comum de ser pedido, porque é mais simples; dá uma ideia da capacidade de filtração renal; Colesterol- saber se tem dislipidemia ou não; Ácido úrico- relevante porque, principalmente se no planejamento de que o paciente vai usar diurético, há alguns medicamentos que podem acumular ácido úrico e provocar crise de gota. Se for um paciente que o nível de ácido úrico seja de 7 mais ou menos (8mg/dl já é risco de gota), se começar a tomar diurético provavelmente terá complicações. • Quando for feito o diagnóstico, deve-se chegar na classificação da hipertensão (estágios 1, 2 ou 3), pois é importante para determinar se é monoterapia, 2 fármacos associados ou mais. Estágio 1: normalmente tem-se a monoterapia (mais comum que seja diurético), exceto se houver, além do distúrbio da hipertensão, uma comorbidade cardíaca, porque mesmo que a hipertensão seja de estágio 1, irá precisar de mais de um medicamento (um voltado para o controle da hipertensão e outro voltado para o problema cardíaco). E, ainda, normalmente se associa mais um para os efeitos colaterais dos medicamentos indicados para a comorbidade cardíaca. Estágio 2: se for somente hipertensão isolada, o mais frequente é que tenha que trabalhar os dois alvos (débito e resistência), então normalmente se usa diurético e algum medicamento que mantenha os vasos sanguíneos relaxados. Estágio 3: é incomum ter alguém com hipertensão estágio 3 que não tenha problemas cardíacos junto, até porque se está nesse estágio é comum que já tenha uma hipertrofia do músculo cardíaco e que já não funcione adequadamente. Uso de 4, 5, 6 medicamentos. O tratamento da hipertensão é feito sempre associando o medicamentoso com o não-medicamentoso. O maior desafio é convencer o paciente que os medicamentos anti-hipertensivos não baixam a pressão arterial como dizem; eles são medicamentos para evitar o pico hipertensivo. Boa parte dos pacientes verifica a pressão e, se está boa, não toma o medicamento, ou só toma quando sente algum sintoma; eles não entendem que os medicamentos anti- hipertensivos não estão na clinica para baixar a pressão arterial, tanto que se está com crise hipertensiva e toma o anti-hipertensivo, vai ficar várias horas com a pressão arterial elevada. Somente medicamentos a nível hospitalar é que vão baixar efetivamente a pressão arterial ou se usar algum medicamento para angina e um vasodilatador. Os medicamentos a nível ambulatorial não são efetivos em baixar a pressão arterial em duas ou três horas; vão precisar de 20 horas ou mais para normalizar uma crise hipertensiva. O medicamento é para EVITAR a crise hipertensiva e não tratar já a hipertensão. Do tratamento não medicamentoso as mudanças do estilo de vida são ditas como muito importantes, mas nunca estão isoladas em estágio 2 ou 3, que necessitam de medicamentos. No estágio 1 as vezes é uma mudança de hábito, mas é raro (a maioria precisa de medicamento); se está em estágio 1 e não tem risco adicional o tratamento não medicamentoso isolado talvez seja o suficiente. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO O tratamento farmacológico deve ser, em primeiro lugar, por via oral, porque é uma doença crônica em que precisa de auto-administração. O medicamento deve ser efetivo, com poucos efeitos adversos, o mínimo de vezes por dia (o ideal é tomar 1x ao dia). Um dado bastante relevante é que existe uma pressão muito grande para que o anti-hipertensivo seja tomado somente pela manhã e devemos adequar ao paciente o melhor horário para ele; • Dos medicamentos nenhum tem interferência com alimento, todos podem ser administrados com as refeições no melhor horário para adesão do paciente; • Aqueles que fazem desjejum, tomam café, podem tomar junto, o que for mais fácil. Os que não fazem desjejum, mas tem uma rotina de almoço e não tem um diurético muito potente, podem tomar até no horário de meio-dia sem problemas. A questão é que deve ser periódico, todos os dias naquele mesmo horário. Não existe um horário fixo efetivamente; obviamente não se dá um diurético no período da tarde, porque a pessoa pode urinar muito a noite, prejudicar o sono... mas os outros anti-hipertensivos as vezes, quando é necessário 2x por dia, é obrigado a fazer de manhã e de noite. Aqueles que são 1x ao dia tenta-se para que seja um horário mais confortável para o paciente. Sempre tem que começar com as menores doses efetivas; não se começa com as maiores doses o anti-hipertensivo porque o nosso organismo faz compensação fisiológica, então naquelas primeiras duas semanas que tomar o anti- hipertensivo o corpo do paciente vai desregular completamente, por isso que jamais se deve solicitar ao paciente que ele volte em menos de duas semanas para fazer avaliação novamente. Precisa de 4 semanas/1 mês para que todas as compensações fisiológicas estejam estabilizadas e aí sim pode avaliar se o tratamento escolhido realmente está sendo efetivo ou se tem que ajustar para doses maiores ou não. A compensação fisiológica é bastante relevante. Em algumas situações se faz o uso combinado e há uma certeza: quando tiver uma combinação de anti-hipertensivos um deles vai ser diurético. Quase todos os medicamentos causam como um dos efeitos adversos a retenção hídrica e aí o diurético se faz necessário. Sempre, no tratamento, a pessoa deve ser instruída sobre a doença, explicar os riscos de uma crise hipertensiva,que os medicamentos não são para baixar a PA, e sim manter os níveis normotensos. Na prescrição, sempre considerar as condições socioeconômicas, pois o paciente pode não fazer adesão por não ter condições de adquirir o medicamento efetivamente. Na rede de atenção básica tem de todas as linhas representantes; realmente atende muito bem os pacientes com doenças cardiovasculares; há betabloqueadores seletivos e não seletivos, bloqueador de canal de cálcio, diurético, quase todos os grupos e classes com um representante dentro das unidades de saúde. → Metas terapêuticas (objetivos): quanto que deve estar a PA desse paciente para saber se o tratamento está sendo efetivo ou não. Estágios 1 e 2 em que o risco cardiovascular é baixo: máximo tolerável até 140x90mmHg; Risco cardiovascular, problema renal, IC: valor menor, 130x80mmHg; Alvos a serem trabalhados: débito cardíaco e resistência vascular periférica. Por isso vamos ter medicamentos que atuam no SNC, atuam sobre o coração, sobre o rim e sobre os vasos sanguíneos (4 alvos gerais enquanto órgãos nos quais atuam os medicamentos a serem estudados). SNC- hoje em desuso, tem-se efetivamente a Metildopa- emprego em gestantes, pois não causa nenhuma má formação no feto. Há outros medicamentos que podem ser usados por gestantes, mas boa parte dos médicos prescreve metildopa que atua no SNC. Coração- de forma direta são os Betabloqueadores e de forma indireta são os Inibidores da ECA (sistema renina-angiotensina); Vasos sanguíneos- de forma direta são os Bloqueadores Alfa-Adrenérgicos, os Bloqueadores de Angiotensina, os Vasodilatadores; e de forma indireta os Inibidores da ECA; Rim- Diuréticos, Inibidores da ECA. Guia das diretrizes- dá uma ideia de um direcionamento do que pensar sobre um medicamento. Paciente estágio 1 com risco vascular baixo a moderado- tratamento não medicamentoso com monoterapia. O mais frequente é começar com o diurético. Se o paciente não tem nenhuma comorbidade cardíaca, apenas a hipertensão estágio 1, o diurético é a primeira escolha independente da idade. Quando que o diurético não é primeira escolha? O paciente pode ter uma hipertensão estágio 1 mas também tem diabete; então, se ele já tem diabete e é hipertensão estágio 1 não vai ser diurético a primeira escolha, mas sim o Inibidor da ECA. PORÉM, se o paciente tem hipertensão estágio 1, tem diabete e é negro, não se pode usar Inibidor da ECA; terá que ser Losartana e obrigatoriamente com diurético, porque quando é afrodescendente se tem mais dificuldade de resposta com os AH, então normalmente tem que ser associado. Negro + hipertensão estágio 2 + diabete: Bloqueador de canal de cálcio associado à Losartana e ao diurético. Sempre pensar nas características do paciente: idade, afrodescendente, se tem comorbidade etc. Os Betabloqueadores são a última opção numa hipertensão! Eles só vão ser primeira escolha se esse paciente tem angina ou alguma arritmia cardíaca – o betabloqueador estará no topo da lista junto com algum outro medicamento. O Betabloqueador nunca é usado para tratar uma hipertensão isolada, exceto em uma condição: o propranolol é usado em algumas situações em que se sabe que a hipertensão é um caso isolado de descarga adrenérgica. Ex: estamos na unidade de saúde e de repente chega alguém extremamente nervosa, dor de cabeça e quando verificamos a PA ela está super alta e a pessoa nunca teve isso, mas acabou de escapar de um assalto → descarga adrenérgica e PA altíssima: devemos dar a ela algo que relaxe e diminua essa quadro; nesse caso o Propranolol seria efetivo, assim como qualquer calmante/ benzodiazepínico também seria efetivo, ou mais efetivo ainda do que um betabloqueador. Estágio 1 com risco CV ou estágios 2 e 3: sempre tratamento não medicamentoso com combinações. Normalmente combina classes diferentes e nessas combinações tem o diurético. Se não atingir as metas ou se os efeitos colaterais forem intoleráveis pelo paciente devemos trocar os medicamentos e fazer novas associações. Classes de AH a serem estudadas: diuréticos, inibidores adrenérgicos (ação central, betabloqueadores, alfa bloqueadores, vasodilatadores diretos, bloqueadores de canal de cálcio, inibidores da ECA, inibidores de angiotensina e inibidores de renina (desuso- vários efeitos colaterais significativos; alisquireno)). DIURÉTICOS Normalmente são os fármacos de primeira escolha para quase todas as situações, exceto em comorbidades muito especificas. Estão presentes nas associações (quando temos mais de um anti-hipertensivo, o diurético está presente). A principal função deles é depletar o volume excessivo de sódio, e, por consequência, isso ‘’arrasta’’ a água; além disso, eles atuam também sobre a resistência vascular periférica (mais até sobre vênulas do que sobre arteríolas). Eles têm como alvo principal diminuir o débito cardíaco, mas também reduzem a resistência vascular periférica (atuam nos dois alvos). Claro, a primeira grande expressão que a gente vê é o débito cardíaco porque depleta a volemia que está excessiva. O efeito anti-hipertensivo não está necessariamente relacionado às doses utilizadas. Não adianta aumentar muito achando que vai ter o dobro da resposta porque não é assim que funciona (vai funcionar dependendo da capacidade de transporte, de reabsorção no rim- há um limite das proteínas transportadoras do néfron). No entanto, os efeitos colaterais são muito dependentes de doses, principalmente porque alguns desses efeitos não estão relacionados com o alvo, ou seja, não estão relacionados com o rim. Ex: Hidroclorotiazida- diurético que está nas unidades de saúde; nas doses de 12,5 e 25mg, que são as disponíveis, praticamente não há nenhuma interferência metabólica no nosso corpo; se exceder a dose e passar a tomar 50mg de hidroclorotiazida, a pessoa pode desenvolver diabete e dislipidemia. O efeito terapêutico responde bem a doses menores, medianas. Não adianta aumentar muito a dose do diurético porque a resposta anti-hipertensiva não será melhor. A classe mais usual, normalmente a de primeira escolha, são os diuréticos denominados Tiazídicos ou Similares Tiazídicos (clortalidona, hidroclorotiazida e indapamida), os quais atuam no túbulo contorcido distal e têm uma eficácia diurética bastante importante, porém, menos potentes do que os diuréticos de alça. • Para se ter uma ideia da potência: do filtrado renal, em média eliminamos 1%; quando usamos um diurético tiazídico, eliminamos de 7 a 10% do que é filtrado. Quando usamos um diurético de alça, como Furosemida, podemos eliminar até 15% do filtrado renal, ou seja, é muito potente; depleta muitos volumes e eletrólitos, eliminando quase 15x mais do que seria normal para o filtrado. Preferencialmente se utiliza os diuréticos tiazídicos nas doses mais baixas. Os diuréticos de alça são muito importantes e muito potentes. Frequentemente serão recomendados para o paciente que tem ICC (principal), insuficiência renal ou situações de edema. Para aquele paciente que está evoluindo para uma perda da função renal é frequente que force mais a filtração renal usando o diurético Quando vamos falar dos alvos dos diuréticos temos que olhar pra célula fundamental do rim, o néfron, e olhar para os locais de ação. • Medicamentos que atuam na alça, principalmente na porção ascendente, que atuam no túbulo contorcido distal (tiazídicos e simulares) e os que atuam no ducto coletor. • Há uma grande diferença na eficácia deles enquanto diuréticos, porque na alça de henle porção ascendente há inúmeras proteínas transportadoras/ de reabsorção tubular, então, se o medicamento bloquear todas essas proteínas transportadoras, terá uma inibição da reabsorção significativa de eletrólitos e, portanto, de água, tendo umaeficiência máxima quando comparada aos diuréticos do mercado, já que é onde está a maior concentração das proteínas transportadoras e é onde ocorre o maior percentual de reabsorção. • No túbulo contorcido distal há poucas proteínas de transporte, então, não tem tantos alvos para o diurético se ligar. Por isso não adianta aumentar as doses do diurético, porque a capacidade de transporte renal satura, visto que não há muitos alvos. Os que atuam no túbulo contorcido distal terão uma eficácia menor enquanto diuréticos, porque há poucas proteínas transportadoras. Perde-se em torno de 7% do filtrado renal. • No ducto coletor não há um transporte efetivo de eletrólitos; em especial o sódio. Diuréticos que atuam no ducto coletor têm uma eficácia baixa, em que somente 1 a 3% do filtrado renal será eliminado. Por isso jamais um diurético que atua no ducto coletor vai ser usado sozinho, como Espironolactona e Amilorida; serão usados com outros diuréticos para atingir outros alvos. Usa-se diurético que atua no ducto coletor com o objetivo de poupar um pouco do potássio plasmático, porque se reduzir significativamente a reabsorção de sódio no ducto coletor, também reduzirá o ato de jogar potássio para fora. Todos os diuréticos que atuam no ducto coletor são conhecidos como diuréticos poupadores de potássio. • Há outro recurso, mas que é somente de uso hospitalar, que é o diurético osmótico, o Manitol, de uso IV. Não tem nenhum alvo, apenas arrasta água. Muito usado como recurso, por exemplo, em um paciente que sofreu traumatismo craniano e precisa baixar a volemia significativamente para não ter um edema cerebral. O Manitol é um polissacarídeo inerte, uma molécula hidroscópica, que na hora que passar pelo rim será eliminada por filtração e vai arrastando água, a qual também será eliminada. • Atua no túbulo contorcido proximal: acetazolamida; muito fraco, porque no TCP é baixa a reabsorção de cloreto de sódio, e altera muito a função a enzima anidrase carbônica, o que leva a um risco muito grande de alcalose. Usado em acidentes de alpinistas, mergulhadores, em que se tem maior diferença na pressão osmótica. Diuréticos de Alça Atuam na porção ascendente da alça de henle; O principal representante é a Furosemida, medicamento que está na UBS. Há também a Bumetanida, que dificilmente é encontrada. Medicamento de referência: Lasix, tanto injetável quanto por via oral. Como estes medicamentos atuam? Inibem a reabsorção de sódio (grande alvo dos diuréticos), porque inibem o transportador sódio-potássio-2cloro (Na+/K+/2Cl-) → essência do mecanismo de ação dos diuréticos de alça. O problema é que esses diuréticos também bloqueiam outras proteínas transportadoras presentes na alça de henle, então também impedem a reabsorção de cálcio, potássio e magnésio, o que é importante porque se tem uma perda de eletrólitos que são relevantes: Ca- homeostasia sérica cálcica (se o cálcio sérico baixa, retiramos cálcio do osso). Ex: mulher na menopausa já tem distúrbio na metabolização óssea e retirar cálcio do osso para repor sericamente é grave. K- hipocalemia; induz a uma fraqueza muscular e cãibras. Mg- dores musculares. Atuam efetivamente reduzindo o débito cardíaco, principalmente no início do tratamento, depois normaliza. Também atuam diminuindo a resistência vascular periférica, principalmente em nível de vênulas, provocando o relaxamento desses vasos. Indicação dos diuréticos de alça: ICC (quando é leve se usa os diuréticos tiazídicos, mas normalmente depois eles evoluem para os de alça), cirrose hepática, síndrome nefrótica, edema agudo de pulmão, crise aguda hipertensiva; Ambulatorial no dia a dia para hipertensão é uma raridade; Nos casos de hipercalemia, em paciente intoxicado por interações medicamentosas, em que tenha que depletar potássio, a furosemida é ótima, porque depleta muito potássio. São medicamentos bem absorvidos, não têm interação com alimentos (podem ser tomados junto com as refeições). Começam sua ação uns 30-40min depois de ingeridos; o pico é +- 1 hora depois, o qual fica extremamente alto durante 2 a 3 horas depois. Esse pico deve ser esclarecido ao paciente- ele toma o diurético, meia hora depois já está na janela terapêutica, começando o efeito; 1 hora depois ele já está no seu pico e vai ser manter no seu pico de ação por 2-3 horas, o que significa que a cada 15-20 minutos ele terá que fazer xixi, o que limita condicionalmente ele quase de trabalhar. Ainda, vários vão se queixar de uma dor/pressão na bexiga, e, se não beber líquido, desidrata. Por esse motivo deve-se ajustar para o paciente não tomar tão cedo, porque um pouco do líquido que se ingere não é só de água, é muito de alimentos, e se ele come pouco no início da manhã, lá pelas 9-10 horas sentirá dor na bexiga até porque está desidratando nesse momento; nesse caso seria interessante ajustar para tomar 9:30, 10 horas, mas sempre tentando ajustar para dar mais conforto e qualidade ao paciente. A obrigação de tomar o medicamento pela manhã não existe. Se o paciente for, por exemplo, um idoso que precisa sair pela manhã e que ficará na rua por muito tempo, devemos indicar que ele tome o medicamento somente quando voltar para casa no almoço, pois se tomar antes de sair, pela manhã, terá muita necessidade de urinar, o que será um desconforto, visto que ele estará na rua. Eliminação: filtração e secreção tubular, dependendo do rim para ser eliminado. Porém, também é utilizado em quadros de insuficiência renal para forçar o rim a trabalhar. Efeitos adversos: • Hipocalemia, hipocalcemia, perda de magnésio; • Possível acúmulo de ácido úrico/hiperuricemia (porque o ácido úrico é trocado na bomba transportadora; quando reabsorvemos sódio, potássio, secretamos ácido úrico; como a reabsorção não está acontecendo, a secreção também não está), levando a um risco de crise de Gota; • Ototoxicidade (particularidade da furosemida; problema a ser considerado nas interações medicamentosas; vários antibióticos e antifúngicos ototóxicos que, se associados com furosemida, são potencializados e tornam a ototoxicidade significativa). A ototoxicidade é desencadeada normalmente por interações com aminoglicosídeos e vancomicina, que são antibióticos, e cisplatina, que é um antitumoral, além dos antifúngicos. Explicação para Furosemida, mas também vale pra todos os diuréticos de alça e Tiazídicos: quando vamos introduzir um diurético para um paciente, tem que saber o que ele faz uso. Há um risco de Litemia (causa surtos psicóticos graves); o lítio é um medicamento usado para o tratamento de transtornos de bipolaridade e também pra outros transtornos de humor; ele é excretado de forma inalterada, não sofre metabolização. Essa excreção do lítio é dada da seguinte forma: cada vez que o sódio usa a bomba transportadora para ser reabsorvido, o lítio é trocado com o sódio (cada vez que reabsorve sódio, secreta lítio para fora, o que mantém as concentrações de lítio dentro de uma janela terapêutica para não causar toxicidade). O lítio tem uma margem de segurança baixíssima, tanto é que todo paciente que faz uso dele, deve dosar a cada 30 dias o lítio no sangue. Com um pouquinho a mais de lítio a pessoa já pode surtar. Então, quando prescrevermos um diurético, devemos nos certificar se o paciente faz uso ou não de lítio, porque se ele faz, teremos que conversar junto com o psiquiatra ou neurologista para fazer o ajuste de dose, porque quando começar a dar o diurético, o lítio não vai ser eliminado e, no 2º ou 3º dia de uso do diurético, o paciente já poderá ter uma crise de litemia. Ajuste de dose: reduzir as concentrações de lítio que estão sendo administradas. Risco de intoxicação digitálica: boa parte dos pacientes que tem ICC, o tratamento mais frequente é feito com Digoxina, medicamento cardiotônico, estimula a contração do músculo cardíaco e atua competindo como potássio para sair do músculo cardíaco e promover a contração. Nessa disputa, se o potássio estiver diminuído, haverá muito mais Digoxina, podendo ter contrações muito intensas do músculo cardíaco e até mesmo levar esse paciente a um possível óbito. A intoxicação digitálica é um risco eminente, mas sempre será usado diurético em um paciente com ICC, só que tem regras para os pacientes que fazem uso de Digoxina: não se usa todos os dias, normalmente apenas nos dias úteis da semana, monitora sódio e potássio do paciente, usa diurético de alça associado a um poupador para dar uma diminuída na perda, as vezes faz suplementação de potássio etc. Concluindo: não é porque tem risco de intoxicação digitálica que não vai usar o diurético. Pelo contrário, na ICC é OBRIGATÓRIO usar diurético e o mais frequente é que seja o mais potente, só que o risco existe, por isso deve ser monitorado. • Há um risco maior de fazer hipocalemia caso sejam usados corticoides. Há um risco bem grande, principalmente de automedicação. Pessoas que fazem uso de corticoides porque têm doenças autoimunes começam a ficar inchadas, porque ele faz retenção e edema muito significativo; várias pessoas, por conta própria, começam a usar diuréticos pra desinchar; o corticoide já induz uma perda de cálcio e potássio; os diuréticos, principalmente o de alça, também há perda do potássio e de cálcio, levando a uma hipocalemia e a uma hipocalcemia ainda mais significativas. Diuréticos Tiazídicos Hidroclorotiazida (Clorana®); Clortalidona (Higroton®); Indapamida (Natrilix®); Bendroflumetiazida (Diserin®); Na rede de atenção básica está somente a Hidroclorotiazida. Nas redes privadas tem a Clortalidona e a Indapamida; raramente encontram-se pacientes usando Bendroflumetiazida. Pacientes atendidos e que participam dos programas do governo usam Hidroclorotiazida; normalmente os que são conveniados ou particulares, usam Clortalidona. A Hidroclorotiazida pode desencadear problemas metabólicos importantes, como hiperglicemia e hiperlipidemia, mas em doses altas. As doses preconizadas no Brasil são de no máximo 25mg/dia de hidroclorotiazida, então, esse diurético é sim usado por diabéticos e por pacientes normoglicêmicos, que não têm alteração da glicemia por isso. Porém, se fizer uso de 35, 40, 50mg terá problemas, porque os efeitos adversos desse medicamento só são expressivos quando em doses elevadas. Como atuam? Atuam no túbulo contorcido distal inibindo o co-transportador de cloro e sódio; promove uma depleção próxima de 7 a 10% do volume total. Diminuem de forma significativa a eliminação do ácido úrico (muito mais significativo e muito mais risco de ter uma crise de Gota com esse diurético do que com a furosemida) Túbulo contorcido distal: principal forma de eliminação de ácido úrico; então, ao utilizar esses diuréticos, pode-se elevar as taxas de ácido úrico de forma muito significativa, podendo precipitar a crise de Gota. • Além disso, eles diminuem a excreção de cálcio (não tem perda de cálcio, mas tem perda de magnésio); • O co-trasnportador também está ligado ao transporte de potássio. Nós temos, com o uso de diuréticos tiazídicos, o efeito colateral da hipocalemia (menor proporção, mas o paciente pode se queixar de cãibras). Indicações: mesmas condições de antes, mas com destaque para Hipertensão Arterial Sistêmica. É comum que seja a classe de escolha que vamos usar na monoterapia ou a classe de escolha que vamos usar quando tem associação de anti-hipertensivos; por isso que a maioria dos pacientes usa hidroclorotiazida ou clortalidona com outro medicamento. São medicamentos bem absorvidos por via oral; o pico de ação começa em +- 1 hora, só que o problema é que ele tem um pico que dura um pouco mais, só que com menos intensidade (menos eficaz, não impede uma reabsorção tão intensa); o pico dura de 4 a 6 horas → período bastante grande em que a pessoa será forçada a ir ao banheiro várias vezes, só que pelo menos não é de 15 em 15 minutos e a pessoa consegue ter um tempo de 50 min a 1 hora, mas a cada hora, de certeza, ela terá que ir ao banheiro fazer xixi. Principais efeitos adversos: • Hipocalemia (acentuada quando associada a Anfotericina B, corticoides); • hiponatremia (normalmente não vai ser um problema, pq se usa diurético pelo fato do paciente ter uma relação alta com o sódio; é real, não é um efeito adverso); • hiperuricemia (muito relevante- problema sério). Ex: Homem, 50 anos, HAS estágio 1, relacionada a hiper ingestão de sódio, usando hidroclorotiazida e 3 meses depois, 2 crises de gota; o que fazer? Não responde a outro tratamento, só que o diurético que usa está causando a hiperuricemia; ele come muita carne e ingere muito álcool. Às vezes, o que deve ser feito para manter o tratamento é controlar, associando Alopurinol (medicamento que inibe a síntese do ácido úrico), para evitar o efeito colateral do diurético tiazídico. Nunca se usa esse recurso de adicionar mais um medicamento para tratar o efeito colateral do primeiro, mas tem momentos que isso se faz necessário. Nesse caso, o paciente tem um risco muito elevado se não tomar o diurético, porém tem crise de gota, por isso se faz essa associação. ✓ Hiperglicemia, hiperlipidemia, disfunção erétil. Todos só acontecem em doses elevadas; nas doses terapêuticas de 25mg/dia isso não vai acontecer. Diuréticos Poupadores de Potássio Atuam no ducto coletor. Impedem a secreção de K+. 3 grandes representantes: Espironolactona (única que está na rede de atenção básica), e Amilorida e Triantereno, os quais são comercializados em associações, presentes na rede privada. Amilorida + Furosemida/ Hidroclorotiazida; Triantereno + Furosemida/ Indapamida; o que varia é o nome da marca e do laboratório. Essas asscociações já estão prontas; sempre amilorida ou triantereno associado a diuréticos chamados de diuréticos espoliadores de potássio, os quais depletam potássio e, quando associados a poupadores de potássio, é para tentar reduzir as queixas de cãibras. Por que reduzir e não eliminar efetivamente as cãibras? São chamados de poupadores de potássio, mas por que não serão tão efetivos assim? São efetivos no processo deles, evitando a perda de potássio, não deixam secretar o potássio (não deixam jogar o potássio do sangue para a luz do néfron), só que se foi usado furosemida ou hidroclorotiazida, não deixou reabsorver o potássio que foi filtrado; então, aquele que foi filtrado está indo embora. É possível continuar tento as crises de cãibras mesmo usando um diurético poupador de potássio, porque o principal local de reabsorção do potássio é na alça de henle e no TCD. O potássio foi filtrado, deveria ter sido reabsorvido, mas o diurético em uso, espoliador de potássio, não deixou, então esse potássio vai embora. O poupador de potássio não tira K+ da luz do néfron e coloca no sangue. Ele não está deixando que passe potássio da luz do sangue para fora; são coisas bem diferentes. Quando o poupador de potássio pode ser muito significativo, causar até uma hipercalemia? Quando ele é dado sozinho, porque o mecanismo de jogar o potássio excedente não estará funcionando. Agora, sempre que associar um diurético poupador de potássio com um espoliador de potássio, jamais terá uma hipercalemia e muita das vezes continuará com uma hipocalemia ainda significativa, ainda tendo cãibras. Poupar potássio NÃO É conseguir reaproveitar o potássio que está sendo eliminado; é apenas não permitir uma maior eliminação dele. Como isso acontece? Há dois mecanismos diferentes: da espironolactona e da amilorida e do triantereno: Imaginando uma célula fundamental do DC; nela há receptores ionotrópicos que o nosso hormônio Aldosterona circulante encontra um desses receptores ligado a um canal iônico. Quando a aldosterona se liga a esse receptor, abre- se o canal para a reabsorção de sódio e a secreção de potássio (fisiológiconormal). Então, há duas formas de impedir isso: bloquear o canal direto (amilorida e triantereno fazem- obstruem o canal diretamente) ou bloquear o receptor da aldosterona (espironolactona). ➔ Espironolactona: encontrada na rede de atenção básica; molécula bastante lipossolúvel, muito parecida com o nosso hormônio aldosterona, mas atua bloqueando os receptores (quando ela entra no receptor, bloqueia- o), ou seja, é um ANTAGONISTA COMPETITIVO da Aldosterona. Bloqueia o canal, impede a reabsorção de sódio e também impede a secreção do potássio. É bastante efetiva, só que há um problema: a aldosterona é um hormônio esteroidal, a espironolactona, que é um antagonista, é parecida com, então a aldosterona ativa vários receptores que não é só no ducto coletor; assim, a espironolactona também vai encontrar outros receptores esteroidais, inclusive os sexuais. Desse modo, um dos maiores problemas da Espironolactona é que ela vai bloquear receptores de testosterona, de estrógeno, de progesterona, visto que sua estrutura química é parecida com a da aldosterona, causando muitos efeitos adversos significativos, importantes clinicamente por causa do bloqueio desses receptores hormonais, principalmente os sexuais. Nas mulheres em idade fértil vai alterar ovulação e ciclo menstrual; nos homens é muito significativo porque eles têm uma produção de testosterona importante quase sempre até o final da vida, e bloquear receptores de testosterona vai mexer na libido sexual, nas questões de ereção peniana etc, havendo uma tendência muito grande, quando o paciente percebe que o tratamento dele para ICC ou HAS começou a dar problemas relacionados a questão sexual, de abandonar esse tratamento. Além disso, há o uso off label da espironolactona: é tão significativo essa resposta de bloquear receptores de testosterona que encontra-se dermatologistas que prescrevem espironolactona para o tratamento de acnes. É usado também para Síndrome de ovários policísticos, na endometriose etc; condições em que a testosterona está envolvida usam a espironolactona porque se sabe que o efeito adverso dela é bloquear receptores principalmente androgênicos. A Espironolactona na verdade não é um fármaco, é um pró-fármaco; assim que administrada por via oral é metabolizada e é o metabólito canrenona quem faz aquele efeito lá nos receptores androgênicos e nos receptores de aldosterona. Tem duração de ação prolongada, podendo ser administrada 1x ao dia somente. Efeitos relatados: desconfortos gastrointestinais, hipercalemia (raro de acontecer; se usar com diurético espoliador de potássio não vai acontecer; mas no uso isolado, com alguns alimentos e mais suplementos pode aparecer), acidose metabólica (rara). Logo, os problemas significativos que mais vão aparecer não são agudos, mas sim crônicos depois de 60/90/120 dias de uso, aparecendo os problemas hormonais efetivamente (ginecomastia, distúrbios menstruais, atrofia testicular, ulceração péptica). Na ICC a espironolactona também é um medicamento de primeira linha. Normalmente um paciente com ICC vai usar Digoxina, diurético espoliador de potássio, espironolactona, betabloqueador e inibidor da ECA- nessa mistura de fármacos dificilmente a hipercalemia será um problema. ➔ Amilorida e Triantereno: bloqueiam diretamente os canais; são um pouco menos efetivos que a espironolactona. Só existem associados a outros medicamentos, não existem separadamente. Não estão disponíveis na rede de atenção básica. Atuam nos túbulos e ductos coletores bloqueando os canais de Na+ regulados pela aldosterona. Então, por mais que a aldosterona se ligue ao receptor, o sódio não será reabsorvido e o potássio não será secretado. Efeitos adversos: raros. Hipercalemia, acidose metabólica, cálculos renais (triantereno). Usos: ICC, hiperaldosteronismo primário e secundário (cirrose hepática). Mesmos dos demais diuréticos. Diuréticos Osmóticos Somente uso hospitalar- Manitol. O Manitol pode ser usado como laxante osmótico (via oral). É um polissacarídeo não absorvível que arrasta água. Quando passar pelo glomérulo vai ser filtrado e vai arrastar água com ele. É usado normalmente não para HAS, mas para edema cerebral, glaucoma, pressão intraocular, pressão intracraniana em neurocirurgia, remoção de toxinas renais (contrastes radiológicos), anúria. Mecanismo de ação: são passivamente filtrados na cápsula de Bowman nos túbulos renais - não são reabsorvidos e atuam na luz do néfron. É um soluto não reabsorvível que impede a reabsorção de água – opõe-se à ação do hormônio ADH. Efeitos adversos: cefaleia, náuseas, vômitos, desidratação, hipernatremia, hipercalemia. * São administrados por via parenteral (IV). * São substâncias farmacologicamente inertes, hidrofílicas, que carregam a água para o interior da luz tubular ( osmolaridade). ✓ CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE DIURÉTICOS: são bastante eficazes na hipertensão; todos os estudos mostram que eles reduzem mortalidade, reduzem morbidade. ✓ Para uso como anti-hipertensivos são preferidos os diuréticos Tiazídicos e similares, em baixas doses. ✓ Os de Alça são mais reservados para Insuficiência Renal com taxa de filtração glomerular abaixo de 30 e para ICC com retenção de volume. ✓ Muitas vezes são usados associados com os poupadores de potássio, que isoladamente não são recomendados para hipertensão, sendo pouco eficazes. Associados são interessantes para tentar reduzir a hipocalemia. ✓ Em pacientes com aumento do volume extracelular (insuficiências cardíaca e renal), o uso associado de diurético de alça e tiazídico pode ser benéfico tanto para o controle do edema quanto da pressão arterial, ressalvando-se o risco maior de eventos adversos. ✓ Saber doses dos medicamentos que estão na atenção básica: o Hidroclorotiazida- comprimidos de 12,5 e 25mg (dose máxima); o Furosemida- comprimidos de 20mg. MEDICAMENTOS DE AÇÃO CENTRAL Medicamentos pouco efetivos, que não são mais recomendados na clínica. Principal: Metildopa. Esses medicamentos vão alterar a função da adrenalina do SNC (depressão, sonolência, cansaço). Os efeitos colaterais se sobressaem aos efeitos farmacológicos. Clonidina e Reserpina estão em desuso. Pq? Baixa eficácia; muitos efeitos colaterais significativos (sedação e humor deprimido); em idosos, essa resposta faz com que eles fiquem prostrados. A Metildopa tem um destaque, porque é reconhecidamente um fármaco muito seguro em gestantes para não causar má formação do desenvolvimento do feto, mas é um medicamento pouco eficaz. Por isso que a Metildopa, para controlar uma hipertensão, deve ser tomada 3x ao dia, e, ainda sim, muitas vezes não responde adequadamente. Todos têm pouca eficácia, visto que atuam somente no sistema adrenérgico, e os mecanismos que regulam a pressão arterial são vários, e a adrenalina é só um dos processos. Há ainda angiotensina, a questão da produção de óxido nítrico pelo endotélio etc, nos quais esses medicamentos acabam não sendo efetivos. Mecanismo de ação da Metildopa e o porquê de sua ‘’segurança’’: a Metildopa é parecida com a Dopa, substância que nós produzimos a partir do aminoácido tirosina. Tirosina → Dopa → Dopamina → noradrenalina → adrenalina É convertida em α-metil-noradrenalina (falso neurotransmissor), que possui afinidade pelo receptor α2 e ativa-o – atua diminuindo a liberação pré-sináptica de noradrenalina. Quando tomamos Metildopa estamos oferecendo um medicamento/fármaco/substância química parecida com a Dopa, só tem uma metila a mais, o que os neurônios não reconhecem, assim, eles captam a metildopa e introduzem na biossíntese e nós vamos produzir Metildopamina → Metilnoradrenalina → Metiladrenalina. Acontece que a metilnoradrenalina/metiladrenalina que vai ser secretada não é efetiva para ativar os receptores pós-sinápticos, mas a metiladrenalina tem uma ação importante, ela vai ativar os receptores autorregulatórios,presentes na fibra pré- sináptica, chamados alfa-2 pré-regulatórios ou autorregulatórios. Quando estimulados/ativados, avisamos para as vesículas internas a liberar menos adrenalina, menos metiladrenalina, reduzindo todos os parâmetros adrenérgicos. Principal alvo: redução do débito cardíaco. Às vezes se tem a necessidade de associação da Metildopa com outros medicamentos, principalmente diuréticos; porque a retenção hídrica também pode ser um efeito colateral. A Clonidina é um agonista direto dos receptores alfa-2 pré-regulatórios, só que é uma molécula química estranha para o corpo e interfere no desenvolvimento fetal. Diminui a liberação de noradrenalina via ativação de receptor α2 pré- sináptico. A Reserpina inibe o transporte da adrenalina para dentro das vesículas; adrenalina então é degradada e o seu estoque no SNC ficará baixo, diminuindo a resposta adrenérgica. O grande problema desses medicamentos é que se diminuem as respostas simpáticas, então diminuem a PA. Porém, imagina nosso cérebro sem adrenalina, com menos estímulo; além disso, como os vasos estão mais relaxados, começa a formar edema, o que é um problema na gestante. Apesar da sonolência, sedação, boca seca, tontura, ainda é um medicamento usado como primeira linha por muitos obstetras. Dose Metildopa: 500mg; normalmente 3x ao dia. Os agentes alfa-agonistas de ação central agem por meio do estímulo dos receptores α2 que estão envolvidos nos mecanismos simpatoinibitórios. Os efeitos bem definidos dessa classe são: ✓ Diminuição da atividade simpática e do reflexo dos barorreceptores, contribuindo para bradicardia relativa e a hipotensão notada em ortostatismo; ✓ Discreta diminuição na RVP e no débito cardíaco; ✓ Redução nos níveis plasmáticos de renina e retenção de fluidos. ✓ O uso da clonidina pode ser favorável em situações de hipertensão associada a: síndrome das pernas inquietas, retirada de opioides, “flushes” da menopausa, diarreia associada à neuropatia diabética e hiperatividade simpática em pacientes com cirrose alcoólica. ✓ Principais Efeitos Adversos: sedação, fadiga, pesadelos, depressão, hipotensão postural, boca seca. - galactorreia, anemia hemolítica e lesão hepática (metildopa); - secura de mucosas, hipertensão rebote quando suspensão brusca (clonidina). ✓ Metildopa e Clonidina atuam nos receptores autorregulatórios, respondendo negativamente para que a vesícula não libere adrenalina. A Clonidina não deixa os NT formados serem guardados dentro da vesícula, eles serão destruídos; mas no final é muito parecido- diminuição da resposta adrenérgica na fenda sináptica. Bloqueadores Adrenérgicos Periféricos Betabloqueadores, alfabloqueadores e mistos. BETA-BLOQUEADORES Seletivos, não-seletivos, mistos. Ao bloquear os receptores beta, predomina o bloqueio dos receptores β1, portanto, para reduzir o débito cardíaco. Jamais os beta-bloqueadores vão ser primeira escolha na HAS, porque sozinhos não são eficazes. Só serão uma escolha interessante se estiver clinicamente diagnosticado que são crises hipertensivas por respostas emocionais- respostas adrenérgicas importantes → utiliza-se o betabloqueador e normalmente é o propranolol (ação central e periférica- permeia de forma efetiva a barreira hematoencefálica). São usados com outros anti-hipertensivos e entraram na terapêutica por causa da comorbidade cardíaca e não por causa da hipertensão. A maioria das terapêuticas anti-hipertensivas em que estão presentes os betabloqueadores é porque ou o paciente tem angina, ou arritmia ou insuficiência cardíaca. Betabloqueador presente → comorbidade cardíaca. Mecanismo de ação: diminuição inicial do débito cardíaco, redução da secreção de renina, readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses. Principal ação: competir com a adrenalina por receptores β1 no coração, diminuindo o débito cardíaco. Ao diminuir o débito cardíaco diminui a força/frequência/contração, e diminui a resposta adrenérgica exercida no coração; por consequência, outras respostas importantes sobre os vasos, porque reduzindo a força de contração, reduz indiretamente a secreção de renina (quando tem aumento da frequência cardíaca e do debito cardíaco, tem um estimulo para a secreção de renina e ativa o sistema renina-angiotensina e secreção de aldosterona, aumentando ainda mais a pressão). → Redução do débito cardíaco e redução indireta da resistência vascular periférica (menor vasocontrição- diminuição da secreção de renina diminui angiotensina). Há diferentes tipos de betabloqueadores: ✓ Antagonistas β Não-seletivos: o Propranolol: doses usuais variam de 40-80mg/dia, normalmente são doses de 40 e, se necessário, duas de 40 por dia. É o único que efetivamente permeia a barreira hematoencefálica e por isso tem uma ação bastante intensa, diminuindo as respostas beta-adrenérgicas centrais e periféricas. ▪ Das respostas adrenérgicas centrais, algumas que são muito importantes estão relacionadas ao tremor, à ansiedade, à boca seca... Todos esses efeitos são reduzidos pelo uso do propranolol. ▪ Também se mostra útil em pacientes com tremor essencial, síndromes hipercinéticas, cefaleia de origem vascular e hipertensão portal. ▪ Após uso contínuo não deve ser feito suspensão abrupta – síndrome de abstinência que se manifesta por nervosismo, taquicardia, maior intensidade da angina e elevação da pressão arterial, risco aumentado de infarto do miocárdio. O mecanismo envolvido na SA é a suprarregulação ou supersensibilidade dos receptores β-adrenérgicos. Os outros betabloqueadores não precisam desse ‘’desmame’’(redução de dose- 25% por vez), o propranolol sim porque atua em nível de SNC. Deve ser retirado lenta e gradualmente. Normalmente o desmame pode ser feito em 1 mês- quarteamento de dose (mais comum). ▪ Por que com o uso prolongado ele sozinho dificilmente consegue controlar as crises por descargas adrenérgicas: o cérebro faz neuroadaptação muito rápido e a pessoa passa a não responder mais. O propranolol se mantém perifericamente porque não temos adaptação no músculo cardíaco e artérias, mas sim em fibras nervosas. ▪ Tem uma biodisponibilidade baixa, porque temos uma alta metabolização pré-sistêmica dele; então boa parte do que é administrado via oral já é inativada antes mesmo de começar o efeito. Por isso há um grande contraste entre a via oral e a via parenteral; enquanto na via oral usamos em torno de 40mg, na parenteral é de 5 a 10mg. O propranolol sofre extenso efeito de primeira passagem. ▪ Na bula: se o propranolol for tomado junto com as refeições isso REDUZ um pouco o efeito de primeira passagem, portanto AUMENTA a biodisponibilidade dele. Por que? pq se chegar fármaco e nutrientes no fígado, como é muita coisa para esse órgão, várias moléculas de propranolol vão escapar dessa metabolização,visto que o fígado estará sobrecarregado de várias substâncias que estão chegando simultaneamente. ‘’Caso queira aumentar a biodisponibilidade do propranolol, administrar ele junto com as refeições. ’’ Na prática do dia- a-dia isso não é feito, porque normalmente o paciente tem que tomar vários anti- hipertensivos e ele faz esse conjunto de manhã e o pouco que se perde já estava previsto. ▪ 40 a 80mg com doses que podem chegar ao dobro disso, o que não é frequente. Normalmente o máximo é de 80mg, ou seja, 40mg de manhã e 40mg de noite. o Nadolol: baixa permeabilidade no SNC, tendo uma ação muito mais periférica. Tem como grande característica ser um betabloqueador de grande duração de ação, sendo, normalmente, administrado somente uma vez ao dia. o Sotalol e Pindolol: duração de ação mediana; uma vez ao dia, raramente duas vezes ao dia. Apresentam baixa permeabilidade na barreira hematoencefálica, tendo mais ação periférica. OBS: todos os medicamentos que sofrem extensoefeito de primeira passagem, quando tomados juntos com as grandes refeições, há uma redução da ação de metabolização hepática. Aumenta em torno de 5-7%. Todos são antagonistas β não seletivos, ou seja, vão bloquear receptores β1, mas também podem bloquear receptores β2, e isso vai causar, como possível efeito colateral, falta de ar. Isso acontece em pacientes que já tem predisposição, como aqueles com histórico de bronquite, DPOC, problemas respiratórios crônicos; nesses pacientes esse tipo de medicamento deve ser evitado. Normalmente essa falta de ar aparece como uma queixa discreta, descrevendo ‘’cada vez que vou deitar/dormir parece que não tem ar suficiente’’. O que está na rede de atenção básica é o propranolol. ✓ Antagonistas β1 seletivos: metoprolol e atenolol (rename). o Metoprolol: tem duração de ação mais curta que o Atenolol, essa é a grande diferença entre eles; por isso percebe-se que a maioria dos municípios adota o atenolol. Porém, o Metoprolol tem uma seletividade superior ao atenolol para receptores β1. Alguém que utiliza metoprolol não terá falta de ar, porque sua seletividade é bem alta para receptores β1. ▪ Excreção renal; ▪ Sofre extenso efeito de primeira passagem (dose oral um pouco mais alta quando comparada a de outras vias). ▪ 50 a 200mg; o mais frequente é as pessoas usarem 50mg de manhã e 50mg de noite. Já tem metoprolol de liberação lenta para ser usado uma vez ao dia só. o Atenolol: bem seletivo, mas em doses elevadas essa seletividade já não é mais tão expressiva. Alguém com histórico de bronquite tomar atenolol 100mg pode ser que já tenha falta de ar. 50-100 mg/dia. ▪ Excreção renal; ▪ Praticamente não sofre efeito de primeira passagem; ▪ Doses variam de 25-100mg (o mais comum é 25/50, com mais frequência de 25-50mg e uma vez ao dia). o Bisoprolol: duração semelhante a do atenolol; só mudam os laboratórios. Não está disponível na rede de atenção básica. ✓ Bloqueadores Alfa-adrenérgicos e Beta-adrenérgicos: bloqueadores mistos. o Carvedilol: presente na rede de atenção básica; para alguém que tem histórico de bronquite não deve ser usado, porque pode desencadear crise de falta de ar. Muito prescrito na atenção básica. ▪ Alta metabolização pré-sistêmica; ▪ Excreção é tanto renal quanto biliar, mas a biliar é um pouco a mais que a renal. É bom saber porque aqueles pacientes que têm insuficiência renal devemos evitar essa via para a excreção desses medicamentos; ▪ 12,5 a 50mg, o mais comum é de 25mg. o Labetalol: normalmente de uso hospitalar, intravenoso. Emergências hipertensivas, urgências. Além disso, é uma das possibilidades para ser usado em gestante; é usado inclusive no momento antes do parto de gestantes com hipertensão. ▪ Excreção predominantemente biliar, o que é bom. É ruim ter excreção exclusivamente renal porque depende diretamente do funcionamento do rim. São bloqueadores de receptores α1 e betabloqueadores não-seletivos: Bloqueiam receptores α1- reduzem a resistência vascular periférica; Bloqueiam receptores β1 e β2 (mais o 1)- redução do débito cardíaco. ✓ Beta-bloqueador seletivo e vasodilatador: o Nebivolol: atua de forma seletiva, bloqueando a ação da adrenalina em receptores β1, mas também estimula o endotélio para a produção de óxido nítrico, tendo uma ação vasodilatadora. Não é uma vasodilatação muito significativa, mas contribui para diminuir a resistência vascular periférica. Para que se utiliza betabloqueadores? De uma forma geral para tratar HAS associada a comorbidades cardíacas. Prevenção de uma cardiopatia isquêmica, tratamento de angina, pós infarto, arritmias. De uma forma geral, os betabloqueadores são mais efetivos nos pacientes mais novos, até 60 anos de idade; depois disso começa-se a ver uma diminuição da efetividade. Pacientes mais velhos devem continuar usando se necessário, mas o que as vezes se observa na clínica é que antes com 25mg de atenolol tinha a angina bem controlada e agora começa a ter crises e episódios de relatos de dor, tendo que aumentar a dose do betabloqueador. Isso acontece porque à medida que vamos envelhecendo, diminuímos conteúdo proteico e não é só de massa muscular, é em nível de receptores também. Assim, precisa-se aumentar doses de fármacos para ter respostas mínimas. A importância disso é que essa mesma proporção não se equivale para os efeitos colaterais → grave problema! Muitas vezes com o avançar da idade o medicamento reduz a sua efetividade porque o alvo está diminuído, mas não quer dizer que os alvos para os efeitos adversos também diminuíram, então, ao aumentar a dose, aumentará os efeitos adversos. Principais efeitos adversos: broncoespasmo (não-seletivo), bradicardia (todos), insônia (tende a reduzir com o tempo), pesadelos (todos), astenia, disfunção sexual (homens podem ter essa queixa- bombeando sangue com menos força/frequência), extremidades frias (as pessoas sempre percebem na primeira semana de uso as mãos e os pés frios), podem induzir à intolerância à glicose (raríssimo, não considerado clinicamente relevante). A bradicardia sempre vai ser um efeito adverso e pode ser significativa quando é usado em um paciente que não tem comorbidade cardíaca e usou o betabloqueador para fazer uma prova, por exemplo. Pacientes que têm diabete podem usar betabloqueador. O maior problema é em pacientes com diabete e que usam hipoglicemiante → hipoglicemia (taquicardia, tremor, sudorese e extremidades frias) → ações inibidas pelos betabloqueadores → maior problema: que o betabloqueador mascare os sintomas da hipoglicemia. De todos, o pior é o propranolol, porque se usar atenolol não haverá taquicardia e a sudorese mínima, mas o tremor, que é uma resposta central, estará presente; com o propranolol o risco é imenso, pois terá todas as vias que são sinais clínicos evidentes de uma hipoglicemia reduzidos, e se o paciente não se tratar pode ser severo. OBS: as vezes é necessário usar o propranolol e ansiolítico, porque os ansiolíticos levam de 30 a 60 dias para realmente serem efetivos contra ansiedade, além de poderem agravar nos primeiros 15 dias os sintomas da ansiedade. Nesse caso, o uso de propranolol nos 60 dias pode ser excelente. Se o problema for somente mais emocional não se indica tratar com propranolol porque depois de um tempo ele não vai mais fazer efeito. Dos medicamentos é bom saber um pouco mais aos que estão na rede de atenção básica: propranolol, atenolol e metoprolol, carvedilol. BLOQUEADORES ALFA-1 (ALFADRENÉRGICOS) Vasodilatadores indiretos- impedem que as artérias se contraiam. Fármacos que têm baixa eficácia, muitos efeitos adversos, mas uma indicação clínica bastante importante, com uma comorbidade junto com a hipertensão: pacientes que, além da hipertensão, apresentam sintomas de dificuldade de micção por apresentarem hipertrofia da próstata. Homens com hipertensão e dificuldade para urinar → a primeira linha de tratamento são os bloqueadores α1. Além disso, há homens que não têm hipertensão, porém, têm dificuldade de urinar e vão usar essa mesma classe de medicamento. Por quê? Ao bloquearem os receptores α1, nós temos alguns subtipos desses receptores que estão presentes nos ureteres e que quando bloqueiam a ação da adrenalina relaxam esses canais, então, eles facilitam para que a urina possa fluir. - Logo, são utilizados para tratar a hipertensão de pacientes que têm a hipertrofia da próstata comprimindo os ureteres e dificultando a micção e também para tratar apenas sintomas de pacientes com a hipertrofia prostática que pode ser benigna ou não. - Têm a vantagem de propiciar melhora discreta do metabolismo lipídico e da urodinâmica (sintomas) em pacientes com hipertrofia prostática benigna (HPB). Como atuam? Bloqueiam de forma competitiva e seletiva a ação da adrenalina em receptores α1 em arteríolas e vênulas.O alvo farmacológico deles é somente reduzir a pressão arterial por reduzir a resistência vascular periférica. Nunca serão primeira escolha para hipertensão. Consequência: efeito adverso espera→ edema bastante significativo; quando nosso coração bombeia x volume de sangue, vai com uma pressão e os vasos devem manter uma pressão para ter o retorno. Se as artérias perderam a capacidade porque estão com os receptores α1 bloqueados e não conseguem dar uma leve contraída, isso quer dizer que começa a sobrar sangue dentro de arteríolas e vênulas; e se começa a sobrar sangue porque o retorno venoso não está acontecendo, começa a extravasar para os tecidos e terá EDEMA. Por isso, como monoterapia esse medicamento não vai ser usado, a não ser no uso especifico de facilitar a micção e, ainda assim, as vezes aparece algum edema e o paciente tem que tomar diurético alternado por uns dias. OBS: podem induzir o aparecimento de tolerância farmacológica, o que exige o uso de doses crescentes. Esses medicamentos não estão disponíveis na atenção básica para tratar hipertensão, principalmente devido a sua baixa eficácia. Porém, a Doxazosina e a Terazosina estão disponíveis no componente especializado de alto custo justamente para tratar os pacientes com sintomas de dificuldade de micção devido a HPB; ou seja, não estão disponíveis para a hipertensão. Efeitos adversos: hipotensão postural (na primeira dose é algo preocupante, depois o paciente começa a se adaptar), dor de cabeça, vertigens, taquicardia reflexa (raro), cansaço (diminui respostas adrenérgicas e capacidade de nutrição dos músculos). Doxazosina- 4mg Terazosina- 5mg VASODILATADORES DIRETOS São aqueles que pelo mecanismo de ação vão promover a dilatação imediata da artéria. São eles: derivados de nitrato (para angina, pois não são primeira linha na HAS) e Hidralazina (primeira linha). Há ainda o Minoxidil, mas não é usado para HAS hoje em dia. Utilizados em associação com diuréticos e/ou betabloqueadores. OBS: os vasodilatadores indiretos impedem a contração das artérias. Os bloqueadores α1 são exemplo disso, porque não dilatam as artérias, mas impedem que elas se contraiam. ✓ Hidralazina: tanto via oral quanto injetável. - Atua sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular com consequente vasodilatação e redução da resistência vascular periférica; Pela vasodilatação arterial direta, promove retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que contraindica seu uso como monoterapia. Sempre que usar hidralazina vai precisar de diurético e betabloqueador. Ex: deu entrada no pronto socorro um paciente com uma crise hipertensiva após ter feito abuso de metanfetamina/cocaína (drogas que desencadeiam resposta simpatomimética exacerbada). Deve-se dar vasodilatador para baixar essa PA, só que se der vasodilatador sem betabloqueador o paciente vai a óbito, porque a PA despenca e há uma taquicardia reflexa muito importante. → fazer acesso venoso, injetar betabloqueador e, em seguida, injetar o vasodilatador. Depois disso, com mais calma, injetar o diurético IV. - Por que injetar um diurético se usar vasodilatador direto? Porque, se não usar diurético, como terá uma vasodilatação por varias horas, ele vai fazer extravasamento desses líquidos para os tecidos e vai ter um edema muito significativo. Então, primeiro evita o problema cardíaco, corrige a hipertensão com vasodilatador e depois de um tempinho usa o diurético para prevenir o edema. NÃO SE INDICA o uso de Hidralazina sem essa associação. - A Hidralazina não é um medicamento de usa ambulatorial; o seu principal emprego é para tratar as emergências hipertensivas. Se for para tratar urgência hipertensiva somente por via oral, IV não. Dificilmente encontrado na unidade de saúde, mas está na Rename. - Pode ser usada em gestantes depois do primeiro trimestre, mas por via oral tem um risco de edema muito significativo. Para o momento do parto é usada efetivamente para evitar pré-eclâmpsia, por exemplo. - Normalmente as doses são de 25 e 50mg quando por via oral e 20mg quando é intravenoso. Pode variar de 1 a 16mg. - Seria um bom medicamento para se ter comprimido para tratar um caso de urgência hipertensiva em unidade de saúde, não sendo necessário encaminhar para o hospital. Urgência hipertensiva= aumento brusco da PA em que a diastólica está acima de 120 e que este paciente não tem nenhum risco de morte ou lesão de órgão alvo porque não tem outra comorbidade. Se a pessoa não traz um histórico de problema cardíaco, diabete e problema renal temos um tempo de 24hrs para reduzir a PA, e isso pode ser feito na unidade de saúde, dobrando a dose do medicamento que ela usa ou dando outro medicamento, e a hidralazina por via oral seria ótima porque em 3hrs já diminuiria a PA; os outros medicamentos que temos nas unidades de saúde levam de 6 a 8hrs para reduzir. A Hidralazina intravenosa sempre está disponível nos hospitais, nas emergências hipertensivas, só que aí tem que usar o betabloqueador associado. Emergência hipertensiva= aumento brusco da PA com risco de lesão a um órgão ou comorbidade. Não se tem valor pré-determinado. - A maioria dos municípios não adota a hidralazina por causa dos seus efeitos colaterais de edema. Além disso, quando usamos um vasodilatador de forma prolongada temos a tendência de fazer tolerância e o endotélio começa a não responder mais ao medicamento. - Efeitos adversos: dor de cabeça, vômitos, náuseas, diarreia (menos frequente), taquicardia, edema, sudorese, rubor. Outra forma de manter essa vasodilatação é a vasodilatação indireta, e a classe escolhida para se ter na rede que normalmente os médicos vão escolher são os Bloqueadores de Canais de Cálcio. BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO ✓ Diidropiridínicos → fármacos que têm grande afinidade por canais de cálcio presentes em músculos lisos (artérias, arteríolas etc); são utilizados como primeira linha de tratamento para HAS, especificamente para alguns casos. Sempre pensar no uso da Nifedipina, do Felodipino e do Anlodipino, que são os bloqueadores de canais de cálcio de músculo liso primeira linha de tratamento se o paciente é negro ou de etnia/questão genética africana, porque normalmente na raça negra temos os casos de HAS mais graves e que não respondem ao tratamento com inibidores da ECA, porque possuem um polimorfismo genético e os inibidores da ECA não são, quase que na totalidade, efetivos para esses pacientes. São a primeira linha de tratamento para pacientes negros e a primeira linha de tratamento quando temos paciente idoso (70, 80 anos, com HAS), porque vários medicamentos dependem muito de receptores, de proteínas e á medida que envelhecemos tudo isso vai ficando menos expressivo e o medicamento torna-se menos efetivo. - Essa classe de medicamentos sempre estará presente se tiver um paciente com Angina. Todos os pacientes com essa comorbidade vão estar em uso de bloqueador de canal de cálcio. Na fisiopatologia da doença temos que a Angina é constituída por uma deficiência de oxigenação no músculo cardíaco, então tenho que aumentar o aporte de sangue para esse músculo. Como fazer isso? Fazendo com que as arteríolas coronárias fiquem relaxadas para fluir mais sangue e, portanto, nutrir o músculo cardíaco. - Na fisiopatologia da angina há 2 estudos a serem trabalhados: o coração tem uma alta demanda de oxigênio e chega para o coração uma baixa quantidade de oxigênio. Então, tem que diminuir a demanda de oxigênio, por isso usamos betabloqueador na angina e, ao mesmo tempo, ofertar mais oxigênio, por isso fazer vasodilatação indireta usando bloqueador do tipo diidropiridínico. Só que se eu fizer isso pensando na angina, usar o betabloqueador e um medicamento que reduz a resistência vascular periférica, a força/pressão com que estou bombeando esse sangue diminuiu eo meu retorno também está diminuído --: efeito adverso esperado: EDEMA. - Essa classe de medicamentos não pode ser monoterapia; quando for usado bloqueador de canal de cálcio diidropiridínico sempre terá edema e precisará de diurético. Claro que quando precisa tratar o edema que é um efeito colateral de um medicamento o diurético não precisa ser dado todos os dias; pode ser dado na menor dose de diurético em dias intercalados, mas ele é necessário para não haver edema. - Anlodipino (meia-vida de 35hrs): medicamento encontrado na rede de atenção básica e um dos mais prescritos mesmo na farmácia comercial. Quando o paciente começa a fazer uso do bloqueador de canal de cálcio ele começa a ter diurese aumentada nos primeiros dias, então, no início parece que não vai precisar de diurético. Até a 3ª semana o paciente urina mais que o normal, usando somente o Anlodipino. Mais ou menos depois de um mês, nosso organismo começa a fazer retenção hídrica e começa a ter edema de pés e de pernas, por exemplo. Logo, nos primeiros 30 dias o diurético pode não ser prescrito para que o paciente se adapte ao Anlodipino, mas depois, na reavaliação, deve-se introduzir o diurético. O que é preocupante na clínica é que isso está demorando para acontecer: vários pacientes introduzem o anlodipino e na atenção básica ficam para renovar a receita a cada 6 meses, não tendo a introdução do diurético no tempo necessário e ficando com edema. - Nifedipina também tem na Rename, mas hoje a maioria dos municípios tem somente Anlodipino, visto que Nifedipina tem duração curta e teria que ser tomado mais de uma vez ao dia, principalmente em paciente com angina. - Felodipino, Isradipino e Nitrendipina: rede privada, diferentes laboratórios. - Tirando a Nifedipina que tem uma duração mais curta (meia-vida de 2hrs), nenhum deles tem uma diferença significativa. - Indicações: idosos, negros, angina. ✓ Não-diidropiridínicos → atuam principalmente em músculo esquelético. Também atuam bloqueando canais de cálcio de músculo liso, mas tem mais afinidade por músculo estriado esquelético (músculo cardíaco em si). Somente dois representantes: Verapamil e Diltiazem. Principalmente utilizados para tratar arritmia cardíaca, normalmente em paciente que não pode usar betabloqueador por alguma razão ou que não fez adesão ao betabloqueador, que é a primeira escolha para arritmia. Como o betabloqueador pode ir perdendo sua eficácia conforme a idade, para diminuir a força e a frequência cardíaca pode-se substituir por verapamil e diltiazem. - Indicações: arritmia, mas sempre a segunda linha de tratamento. OBS: angina, icc, arritmia → primeira escolha é propranolol/ betabloqueadores; Verapamil e Diltiazem são segunda linha. Essa classe de medicamentos sempre estará presente se tiver um paciente com Angina. Todos os pacientes com essa comorbidade vão estar em uso de bloqueador de canal de cálcio. Na fisiopatologia da doença temos que a Angina é constituída por uma deficiência de oxigenação no músculo cardíaco, então tenho que aumentar o aporte de sangue para esse músculo. Como fazer isso? Fazendo com que as arteríolas coronárias fiquem relaxadas para fluir mais sangue e, portanto, nutrir o músculo cardíaco. Na fisiopatologia da angina há 2 estudos a serem trabalhados: o coração tem uma alta demanda de oxigênio e chega para o coração uma baixa quantidade de oxigênio. Então, tem que diminuir a demanda de oxigênio, por isso usamos betabloqueador na angina e, ao mesmo tempo, ofertar mais oxigênio, por isso fazer vasodilatação indireta usando bloqueador do tipo diidropiridínico. Só que se eu fizer isso pensando na angina, usar o betabloqueador e um medicamento que reduz a resistência vascular periférica, a força/pressão com que estou bombeando esse sangue diminuiu e o meu retorno também está diminuído → efeito adverso esperado: EDEMA. Essa classe de medicamentos não pode ser monoterapia; quando for usado bloqueador de canal de cálcio diidropiridínico sempre terá edema e precisará de diurético. Mecanismo de ação: medicamentos que têm afinidade pelo canal de cálcio, entram no canal de cálcio e ficam lá por um tempo → ligação reversível; bloqueiam temporariamente o canal → não há entrada de cálcio → não tem contração arteriolar. - Inibem o influxo de cálcio extracelular para o interior das células, resultando em redução da concentração de cálcio intracelular e dilatação de artérias e arteríolas periféricas e cerebrais; - Diminuição da resistência vascular periférica; - Os canais de cálcio estão localizados principalmente no cérebro, miocárdio e músculo liso arterial. *Particularidade: ação no SNC → Nicardipino e Nimodipino Ex: paciente com AVC tromboembólico- precisa melhorar a circulação de sangue no SNC. Esses dois medicamentos têm bom efeito anti-hipertensivo e vão de forma muito efetiva também atuar em arteríolas do SNC, que não vemos no Anlodipino (ele também relaxa as arteríolas do SNC, mas é pouco). Para algo expressivo, devemos usar Nicardipino e Nimodipino, mas no risco de um AVC hemorrágico não terá como ser contido. - São medicamentos bem absorvidos via oral; - Todos têm extenso efeito de primeira passagem; - Todos têm alta fixação à proteína plasmática. Atenção: alguns betabloqueadores também têm alta fixação à proteína plasmática, então, tomar eles juntos pode desencadear poucos efeitos adversos, mas talvez importantes para o paciente. Se tem muito mais anlodipino/nifedipina livre, terei efeito anti-hipertensivo mais significativo, num curto espaço de tempo, mas terei os efeitos colaterais também, sendo os que mais incomodam os pacientes: cefaleia, rubor facial e hipotensão. Tosos os usuários de diidropiridínicos têm o colo e o rosto avermelhados, porque as arteríolas estão sempre dilatadas. Principais empregos terapêuticos: hipertensão, principalmente em negros e idosos. Doses: Anlodipino- 2,5 a 10mg, 1x ao dia; o mais frequente é de 5mg; HIPERTENSÇAO ARTERIAL PULMONAR Não tem a ver com a HAS, mas são casos de hipertensão: medicamentos usados na Hipertensão Arterial Pulmonar. Os receptores envolvidos são diferentes. Na verdade o endotélio produz algumas proteínas que são importantes, as endotelinas (tipo 1, 2 e 3), que possuem ação vasoconstritora, estimula a contração principalmente das artérias pulmonares. A endotelina do tipo 1 é a mais abundante e, em determinados receptores, como ET-A e ET-B, produz vasoconstrição. Então, se tem uma HAP, nosso principal alvo é tentar diminuir a resposta da endotelina 1, principalmente nesse receptor ET-A, porque o receptor ET-B faz vasocontrição, mas em outros vasos é responsável pela vasodilatação, ou seja, dependendo do local onde ele está, quando ativado ele contrai e quando ativado ele faz vasodilatação, então não é interessante mexer nesse receptor. O ideal é que tivessem fármacos seletivos para receptor ET-A para tratar a HAP, porque trataria somente o efeito vasoconstritor que é mediado por esse receptor. Outros fatores relacionados com a expressão da ET1: ✓ O que estimula ET1: angiotensina2 (peptídeo vasoconstritor de todas as artérias e arteríolas do nosso corpo; se liga em receptores AT1, estimula para a vasocontrição e ainda estimula o endotélio a produzir ET1 e fazer mais vasocontrição), catecolaminas, fator de crescimento, hipóxia, insulina, lipídios (LDL, HDL), tensão de cisalhamento, hiperglicemia. ✓ O que inibe ET1: óxido nítrico, prostaglandinas, prostaciclina, hormônio atrial natriurético, endotelina-3, estrogênios. # As endotelinas são peptídeos vasoconstritores representados pela endotelina-1 (ET-1 – produzido pelo endotélio), endotelina-2 (ET-2) e endotelina-3 (ET-3). Estes peptídeos são produzidos em vários tecidos, onde atuam como moduladores do tônus vascular,proliferação celular e produção hormonal. # A ET-1 é considerada um hormônio parácrino, visto que 75% de sua secreção é liberada no lado sublumial da célula, atuando diretamente no músculo liso vascular. ET-1 – diversas doenças, como DM tipo 2 e doenças do sistema cardiovascular, como HAS, doença cerebrovascular, insuficiência cardíaca congestiva e infarto agudo do miocárdio. # Receptor do tipo A (ET-A) presentes em abundância nas células do músculo liso vascular e nos miócitos cardíacos. Receptor do tipo B (ET-B), presentes nas células endoteliais. Como a Hipertensão Arterial Pulmonar não é algo tão comum, os medicamentos disponíveis pelo SUS ao estão na Atenção Básica, mas sim concentrados em uma farmácia central, porque eles pertencem ao componente especializado de alto custo do SUS. Então, o SUS fornece o tratamento gratuito, mas tem que preencher toda a documentação de quando se trata de medicamento de alto custo do componente especializado, sempre dado pelo especialista. ✓ Bosentana: CE-SUS; o Antagonista tanto do receptor A quanto do receptor B, o que quer dizer que há efeitos colaterais que podem ser significativos, uma vez que o receptor B faz vários benefícios nas demais artérias, nas quais faz vasodilatação. o Via oral- as doses variam de 125 a 250mg por dia; normalmente se usa 250 é porque vai tomar 125mg pela manha e 125mg pela noite. o Determina melhora nos parâmetros hemodinâmicos, queda da resistência vascular pulmonar (pulmão recebe maior oxigenação e sangue, menor acumulo de líquidos também), da pressão arterial pulmonar média e da pressão do átrio direito. o Faz-se necessária monitorização mensal das enzimas hepáticas, que podem se elevar de modo transitório e assintomático, por um mecanismo ainda desconhecido. O medicamento, além de ter uma leve hepatotoxicidade, ele diminui a oxigenação de outros tecidos porque ele é não-seletivo. ✓ Sitaxsentan: não disponível no SUS; o Bloqueia de forma específica os receptores de endotelina do tipo A, e não bloqueia os receptores B (mantendo os efeitos vasodilatadors), tendo menos efeitos colaterais. o Proteção patentária- novos, muito caros. o É seletivo. Menos efeitos colaterais, principalmente na questão da pressão arterial e na hemodinâmica dos demais tecidos. o Determina aumento da tolerância ao exercício, melhora da classe funcional, da resistência vascular pulmonar e dos parâmetros hemodinâmicos. o Também pode ocorrer elevação de enzimas hepáticas, que devem ser monitorizadas. ✓ Ambrisentana (Volibris): CE-SUS; o Seletivo; é específico para os receptores do tipo A, mantendo os receptores do tipo B livres; o Seria melhor prescrever esse porque é seletivo e provoca menos efeitos colaterais. o Administrado por via oral - dose de 5 e 10 mg/dia. Única administração diária. Ou seja, é muito mais potente que Bosentana. o Determina aumento da tolerância ao exercício, melhora da classe funcional, da resistência vascular pulmonar e dos parâmetros hemodinâmicos. o Também pode ocorrer elevação de enzimas hepáticas, que devem ser monitorizadas. # Saber a diferença entre a Bosentana e a Ambrisentana, que são os dois medicamentos referencia para tratar a Hipertensão Arterial Pulmonar. # Outros medicamentos podem ser usados para tratar a HAP: Bloqueadores de canais de cálcio- ao diminuírem a contração das artérias podem facilitar, mas nem sempre respondem. # Nem sempre quem usa a Bosentana a usa isolada; pode estar associada a Sildenafila, a inibidor de ECA ou Anlodipino → garantir as artérias pulmonares relaxadas para a quantidade de sangue adequado. INIBIDORES DA ECA: ECA= Enzima Conversora de Angiotensina. A angiotensina2 é um peptídeo com uma ação ‘’bombástica’’ no nosso organismo para fazer com que PA se eleve rapidamente, porque ela tem como principal alvo as artérias, nas quais há receptores do tipo AT-1. Os receptores AT- 1 são ativados pela angiotensina2 e promovem rapidamente vasoconstrição. Há subtipos de receptores AT-1 na glândula adrenal e vamos secretar aldosterona; Há outros subtipos de receptores AT-1, que estimulam para a liberação de adrenalina no SN autonômico; assim, como na neuro-hipófise para a secreção do hormônio ADH. Por que subtipos? A Losartana (bloqueador puro de receptores AT-1) não consegue bloquear os subtipos que são diferentes na glândula adrenal, não consegue bloquear a resposta na neuro-hipófise (faz um bloqueio, só que leve e não efetivo). Quando a Losartana se liga a receptores AT-1 presentes nas artérias a resposta é muito efetiva, realmente não ocorre vasocontrição. Quando se tem um paciente que faz uso, por exemplo de Enalapril 10mg/20mg e este precisa ser trocado por Losartana, ela sozinha não vai dar conta de conter a PA dele, porque o enalapril, ao inibir a ECA, não deixa formar angiotensina2 (reduz de forma significativa); se tem menos angiotensina2 tem menos resistência vascular periférica, diminuição do debito cardíaco porque vai diminuir volemia, diminui o débito cardíaco para diminuir a resposta da adrenalina, diminui a retenção líquida porque diminui a secreção de ADH. Se usar Losartana, ela bloqueia os receptores AT-1 (os quais, puros, têm somente nas artérias), sendo muito efetiva em bloquear a angiotensina2 nas artérias; os outros mecanismos continuam existindo. É quase que obrigatório: se o paciente fazia uso de Enalapril e tem que suspender, vai ter que colocar, no mínimo como troca terapêutica, um diurético associado com a Losartana, se não não haverá controle da PA da mesma forma quando usava Enalapril. A inibição da enzima conversora da angiotensina resulta na diminuição na angiotensina II e aldosterona circulantes. Os inibidores da ECA são medicamentos muito efetivos pra controlar a pressão arterial, porque atuam sobre a resistência vascular periférica e sobre o débito cardíaco. Há limitações: ✓ Pouco efetivos em pacientes afrodescendentes (tendência de falha terapêutica é grande); ✓ Pouco efetivos em idosos; quanto mais idoso o paciente, menor a efetividade dos inibidores da ECA. Isso acontece porque na medida em que envelhecemos temos uma diminuição da produção de proteínas, uma menor resposta de receptores e de enzimas- redução da ECA, logo, deve-se buscar outras vias. Os inibidores da ECA serão sempre a primeira escolha quando: ✓ Temos um paciente diabético, porque são classificados como nefroprotetores nesses pacientes; ✓ Pacientes com ICC. Contraindicações: ✓ Afrodescendentes; ✓ Idosos; ✓ Gestantes. Mulheres em idade fértil é um risco muito grande usar inibidores da ECA, porque sabidamente eles são teratogênicos, ou seja, induzem a má formação fetal. Por isso que se uma mulher tiver que usar um inibidor da ECA em idade fértil deverá ser muito bem orientada e, se possível, até assinar um documento indicando que ela sabe o risco que corre se engravidar. Ela deve usar um método contraceptivo muito eficaz, porque se engravidar, a má formação fetal é muito agressiva desde o início. ✓ Problemas renais. Eles são classificados como nefroprotetores para pacientes diabéticos antes de se desenvolver um problema renal efetivamente. Se o paciente já apresenta problema renal, uma nefropatia considerável ou estenose das artérias renais tem contraindicação. o A proteção é porque faz vasodilatação e a pressão com que o sangue chega para a filtração é menor para não danificar o glomérulo. ✓ Problemas respiratórios, como DPOC. ▪Sulfidrílico: Captopril; ▪Fosfonila: Fosinopril; ▪Carboxílicos: os demais. Todos os inibidores da ECA devem ser administrados por VIA ORAL. • Enalapril: disponível na rede de Atenção Básica. o Pró-fármaco: ao ser absorvido, precisa ser metabolizado, biotransformado, para aí começar a fazer o efeito (4-6 horas depois de tomar
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