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História: Espaços e 
Experiências Urbanas
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Marcia Barros Valdivia
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Conhecendo a cidade: seus espaços, seus lugares seus sujeitos 
nos primeiros núcleos coloniais II
5
• Introdução
• Administração colonial nos primeiros núcleos urbanos: cotidiano e poder
 · Refletir sobre os significados da arquitetura e do urbanismo colonial; conhecer e 
reconhecer a arquitetura do controle e da punição no universo do trabalho e das 
classes subalternas, como também o espaço/lugar edificado para a elite; perceber 
detalhes da arquitetura que faz menção ao espaço/lugar destinado às mulheres, 
entre outros sujeitos sociais.
Caro(a) aluno(a)
Nesta Unidade, vamos abordar o espaço urbano colonial, com foco nos sujeitos históricos 
inseridos naquele contexto entre o século XVI ao século XVII. 
Procure fazer as leituras e desenvolver todas a s atividades propostas. Assim, certamente 
você terá um excelente aproveitamento. 
É importante lembrar que vários recursos, como as atividades de sistematização e 
aprofundamento, assim como o fórum de discussão e a videoaula são contribuintes no processo 
de aprendizagem. 
Após usufruir desses recursos, registre as dúvidas e as discuta junto ao professor tutor.
Tenha bons estudos!
Conhecendo a cidade: seus espaços, 
seus lugares seus sujeitos nos primeiros 
núcleos coloniais II
6
Unidade: Conhecendo a cidade: seus espaços, seus lugares seus sujeitos nos primeiros núcleos coloniais II
Contextualização
A colonização de toda a América ocorreu devido à política europeia do Absolutismo e da 
economia mercantilista do século XV. 
Assim, desenvolveu-se em terras americanas todo o aparato político, econômico e militar 
que modificou totalmente a vida das civilizações que habitavam o continente, que passou a ser 
explorado do ponto de vista territorial e étnico, onde homens, mulheres, jovens, crianças e idosos 
foram submetidos à escravidão e ao massacre pelo fato de não serem europeus, não praticarem o 
Cristianismo, em especial o Catolicismo, religião da maioria dos países europeus naquela época. 
Enfim, por não terem os mesmos hábitos dos colonizadores, foram submetidos às mais 
variadas formas de violência, que era explicada em nome da ambição colonizadora, apoiada 
pelo poder da Igreja Católica, que elaborou discursos justificativos para tal opressão.
Como diz Laura de Mello e Souza: “O Novo Mundo era inferno, sobretudo, por sua humanidade 
diferente, animalesca, demoníaca, e era purgatório, sobretudo, por sua condição colonial”.1 
Para iniciarmos a Unidade, vamos refletir sobre o início da colonização da América, incluindo 
as terras brasileiras, e a exploração das civilizações, que possuíam diversos hábitos culturais 
diferente dos europeus, e que ocupavam todo o território antes do domínio europeu.
Populações indígenas do brasil: experiências antes da conquista, resistências e 
acomodações à colonização
O início do domínio europeu e as tentativas de resistências indígenas na América 
hispânica colonial
Antes de analisarmos este processo de conquista na América Continental, devemos fazer 
uma rápida passagem pela conquista inicial nas ilhas da América. Lá foram implantados os 
“repartimentos” que consistia na distribuição de indígenas a indivíduos espanhóis, conhecidos 
como encomendeiros, estes tinham que cuidar dos índios e instruí-los forçadamente na fé 
cristã, em troca teriam uma mão de obra indígena gratuita. Em 1500 a coroa espanhola 
tornou os indígenas livres e não mais sujeitos a servitude, porém se podiam escravizar os 
indígenas através da “guerra justa”.
O estabelecimento formal do trabalho forçado entre a população indígena somente 
precipitou um processo que já estava resultando na sua extinção total. Aos 20 anos da chegada 
de Colombo, a população que havia sido densamente povoada, desapareceu por guerra, pelas 
enfermidades e pelos maus tratos. No ano de 1512 surgiu a lei de burgos que tentou regular 
o funcionamento da encomienda, porém nas ilhas não se encontravam autoridades para fazer 
executar as leis, estava-se também começando a observar que a mão de obra indígena estava 
se tornando insuficiente para a economia agroexportadora.
A chegada dos conquistadores com os seus cavalos na América hispânica continental lhe 
deram uma grande vantagem inicial, porque causou um choque e estranheza nas populações 
nativas, e também os espanhóis mesmo em menor número tinham uma confiança de 
superioridade moral, organizacional, técnica e religiosa, estes acreditavam que os cristãos 
teriam uma superioridade natural a simples “bárbaros”.
1 MELLO e SOUZA, Laura de. O Diabo e a Terra de Santa Cruz. São Paulo: Cia das Letras, 1986, p. 77.
7
Na mesoamérica e nos Andes, os espanhóis encontraram sociedades indígenas acostumadas 
a guerras em grande escala, era um tipo de guerra com um ritmo e um ritual diferente a dos 
europeus, as armas de pedra e madeira não se podiam comparar com as armas trazidas 
pelos espanhóis (muitas armas indígenas se quebravam contra a armadura do europeu). Então 
podemos notar que em uma batalha campal as forças dos indígenas astecas e incas apesar de 
sua superioridade numérica teriam poucas esperanças de derrotar a força espanhola composta 
de cavalaria e infantaria, talvez a melhor possibilidade da vitória indígena fosse atrair pequenos 
grupos de espanhóis desprevenidos e fora de suas guarnições, com essa desorganização 
espanhola estaria a oportunidade da vitória nativa.
Notamos que as populações nativas submetidas aos impérios (asteca e inca) estavam 
vinculadas a um poder centralizado exercido por um único indivíduo, os espanhóis se 
aproveitaram deste fato e voltaram suas forças para tirar de cena este único indivíduo, estas 
populações indígenas ficavam desestruturadas e desorganizadas. No caso Asteca, a rendição 
dos últimos elementos de resistência indígena nas ruínas de Tenochtitlan foi mais um triunfo 
das enfermidades levadas pelos espanhóis do que as suas armas. Ainda os espanhóis tiveram 
a ajuda de populações indígenas inimigas aos Astecas, estes indígenas não eram submetidos 
ao poder do império asteca, a derrota asteca significou tanto a vitória dos espanhóis como a 
das populações nativas contrárias a seus senhores supremos. Porém estas populações nativas 
aliadas aos espanhóis acabaram por ter um fim trágico semelhante a dos astecas.
A resistência inca após a conquista espanhola foi possível devido à atitude dos espanhóis de 
fundarem a nova capital em lima, uma cidade costeira, deixando Cuzco, terras de grande altitude, 
nas mãos de seus subordinados incas, também a discórdia crescente entre os conquistadores na 
distribuição de botins, fez com que mano inca passa-se a reagrupar o resto das forças incas em 
uma tentativa desesperada para derrotar os espanhóis, as revoltas de 1536-1537 sacudiram 
temporariamente esta região, mas não detiveram o processo de conquista, estes indígenas 
conseguiram assimilar alguns métodos de guerras empregados pelos espanhóis, mas não eram 
suficientes. Até 1572 a fortaleza inca de Vilcabamba não havia caído em mãos europeias, neste 
caso a geografia física dos Andes deu uma grande vantagem e permitiu a continuação de um 
movimento de resistência indígena, outra vantagem indígena seria a de operar entorno do 
familiar, os europeus teriam que aclimatar-se, combater os efeitos do calor e da altura.
As populações nativas que se encontravam nas periferias destes impérios, asteca e inca, 
fizeram uma grande resistência a conquista espanhola, isto somente foi possível porque possuíam 
um poder descentralizado e a assimilaram rapidamente o modo de lutar europeu. Por exemplo, 
os araucanos em 1533 derrotaram os espanhóis em Tucapel. A resistência indígena através das 
Guerras de Arauco no final do século XVII significou uma grande perda para a economia colonial 
chilena, pois estava havendo enormes gastos para a defesa europeia nesta região. A resistência 
Chichimecadeteve o avanço europeu no norte do México central, a Rebelião Mixteca de 1540-
1541, originada entre as numerosas tribos ainda não pacificadas da nova Galícia e expandida 
até o sul, mostrava, em tom alarmante a ameaça da resistência constante que existia nestas 
inquietas regiões fronteiriças para as zonas mais colonizadas da conquista.
O domínio português: resistência indígena como forma de conter a opressão.
Desde a chegada dos primeiros colonizadores houve uma batalha contra os indígenas, essa luta 
não raro se fez com a permissão do governo metropolitano português até com a utilização de suas 
tropas militares e mercenárias. No primeiro século de colonização, foram os indígenas do litoral 
leste e sudeste do Brasil os que entraram em choque com os brancos. Estes não somente desejavam 
8
Unidade: Conhecendo a cidade: seus espaços, seus lugares seus sujeitos nos primeiros núcleos coloniais II
se apropriar das terras dos indígenas para fazer suas lavouras de cana de açúcar, como queriam se 
apoderar dos próprios indígenas com o objetivo de transformá-los em escravos. Durante o período 
pré-colonial, houve várias expedições, nos relatos feitos pelos portugueses ocorria a antropofagia 
(portugueses sendo comidos pelos indígenas), ao surgir as pequenas feitorias houve uma tentativa 
de manter uma vida amistosa com determinados tribos destas regiões.
No século XVII, a economia brasileira já era dominada pela lavoura e a indústria da cana de 
açúcar, o gado estava avançando pelo interior do nordeste e pelo rio São Francisco, moviam-se 
lutas contra tribos que habitavam esta região, as quais eram dizimadas. O governo português 
promovia a ocupação do Maranhão e do Pará, e combates sangrentos se davam entre os 
brancos e os indígenas destas regiões. No sul, os paulistas começavam a realizar expedições 
contra os indígenas do interior, com o objetivo de obter novos escravos. Um século depois 
a economia brasileira se caracterizou pela a exploração do ouro, novas lutas se deram entre 
brancos e índios destas regiões auríferas, são índios de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. 
Nessa época começavam a desaparecer os Kayapó do Sul, que habitavam o triângulo mineiro, 
já no maranhão, os criadores de gado invadiram as terras dos índios Timbíra. Outra frente 
agrícola seria a dos colonos alemães em Santa Catarina, que entrou em choque com os índios 
xokléng (na capitania do espírito santo não houve um grande desenvolvimento colonial devido 
às ações de resistência dos indígenas que travavam duras batalhas contra os colonizadores). A 
frente pastoril no século XVI, por todos os lugares onde avançou, acabou encontrando índios, 
que dizimou, chegou mesmo a empregar os serviços de bandeirantes no combate aos índios.
Nem todas as tribos indígenas desapareceram devido aos choques armados com os brancos 
ou devido à escravização. Um grande número de indígenas desapareceu devido às doenças 
que eram desconhecidas por seu meio, nos primeiros tempos da colonização, quando os 
missionários reuniam índios de vários lugares num só aldeamento para facilitar a catequese 
cristã, o surto de qualquer uma doença era algo desastroso, pois o ajuntamento de um grande 
número de indígenas facilitava o contágio. As epidemias da varíola de 1562-1563, na Bahia, 
mataram muitos índios assim aldeados.
Durante todo o período colonial, o governo português no que concerne à legislação sobre 
os indígenas, oscilou entre os interesses dos colonos, que desejavam escravizar os índios, 
as ações oficiais e privadas são regulamentadas na condução das expedições punitivas, os 
bugreiros eram caçadores profissionais de índios que tiveram importância no combate aos 
kaingang (São Paulo e Paraná) e nas lutas contra os índios de Goiás, Mato Grosso, Maranhão 
e Pará, e os esforços dos missionários, que tinham por objetivo convertê-los ao cristianismo e 
ao mesmo tempo fazê-los adotar forçadamente os costumes dos “civilizados”.
No primeiro governo geral em um regimento se dizia que a conversão dos indígenas é que 
constituía o motivo do povoamento do Brasil, sendo recomendado que fossem bem tratados, 
mas este mesmo documento permitia que se desse combate aos índios que agissem como 
inimigos, que se matassem e fossem feitos prisioneiros, esta lei entre outras eram cercadas de 
contradições. De todas as medidas legais ficou famoso o regimento aprovado em 1758, essa 
legislação reconhecia os índios como livres, sem nenhuma ressalva. Também esta legislação 
retirava dos missionários todo o poder temporal/religioso sobre os indígenas. Desta data 
em diante houve um novo retrocesso na legislação indígena, em 1808, ordenou-se a guerra 
contra os botocudos de minas gerais e a índios de São Paulo, estabelecia-se um governo que 
ao declarar guerra aos indígenas, podiam-se organizar bandeiras contra eles e os que fossem 
presos estavam sujeitos a um cativeiro de 15 anos.
9
A entrada dos bandeirantes e sua ida para o interior nada tinha a ver com a expansão territorial 
e a busca de metais preciosos, e sim a captura de índios, este índios iriam para a economia 
paulista, os índios do maranhão é que iam para as lavouras de cana. Com a historiografia 
é omitido o escravo indígena, o estado fazia alianças com determinadas populações/tribos 
indígenas com o objetivo de chegar a outras populações (os indígenas também participavam do 
tráfico), em algumas situações os indígenas e os negros se aliavam e formavam grupamentos 
miscigenados de resistência. Os bandeirantes foram responsáveis pelo despovoamento do 
Brasil, o Brasil não era despovoado (as populações indígenas se encontravam em grandes 
quantidades nas margens dos rios da Amazônia), se despovoou devido aos aprensamentos e os 
aldeamentos, este último referido aos jesuítas. A escravidão já fazia parte de algumas culturas 
indígenas, já existiam grandes rotas de comércio entre os indígenas, isto gerava alianças ou 
rivalidades entre as populações indígenas. Na Amazônia a coroa deu grande importância aos 
aprensamentos indígenas, isto se fez através do financiamento de expedições, a fuga dos 
escravos indígenas eram constante, a justiça colonial foi utilizada por alguns indígenas para 
poder obter a liberdade. As missões acabaram não somente pelos bandeirantes e pombal, mas 
também porque os índios morriam, fugiam e resistiam.
No litoral brasileiro foi a região onde se implantou os primeiros núcleos coloniais e 
onde ocorreu, ainda no século XVI, processos despopulativos radicais que exterminaram 
quase toda a população indígena. Em um primeiro contato com os portugueses, no 
início da colonização em Belém, os índios se mostraram pacíficos e acolhedores, mas a 
experiência real foi desde o início brutal. Os tupinambás diante dos maus tratos praticados 
pelos portugueses e de suas dissensões internas, foram se tornando cada vez mais hostis, 
recusando-se a estabelecer relações de paz com quem o traía e nem sequer tinha paz 
interna. Diante desta atitude dos tupinambás, ocorreram várias expedições com o objetivo 
de puni-los. O primeiro contato dos índios da foz do rio negro, onde haveria mais tarde um 
grande foco de resistência indígena, foi também desfavorável, por ocasião da expedição de 
Pedro Teixeira, quando os soldados queriam a todo custo subir o ri0 para fazer escravos 
com o objetivo de compensarem o custo da expedição. Semelhante comprovação de um 
primeiro contato com os conquistadores, como experiência de traição e brutalidade, foi 
o caso também dos pacíficos tapajós, estes índios eram inofensivos, mas logo que partiu 
a expedição de Pedro Teixeira, desencadeou-se uma luta contra os indígenas, violações, 
abusos sexuais e até mesmo escravizações, a partir destas ocorrências os índios tapajós 
assumiram uma atitude de inimigos dos seus opressores.
Uma vez “descidos” para os aldeamentos, engenhos, etc... os índios iriam tomar contato com 
toda uma experiência de trabalho “violentador” de seu modo de ser, trabalho que tomaria a forma 
de escravidão. O abuso da mão de obra indígena,tanto pelos colonos quanto pelos próprios 
missionários, dava ocasião a atos rebeldes dos índios, os atos de violência praticados pelos 
índios mostravam-se pequenos e ineficazes diante da violência maior do aprensamento. Desde 
o século XVI, os missionários jesuítas e de outras ordens haviam adotado o expediente de reunir 
grupos culturalmente diversos e, não raro, inimigos tradicionais, nos mesmos aldeamentos, com 
propósito de destruir a autonomia e a funcionalidade das várias tradições culturais específicas.
10
Unidade: Conhecendo a cidade: seus espaços, seus lugares seus sujeitos nos primeiros núcleos coloniais II
No período inicial da colônia o cativeiro dos indígenas tinham dois objetivos básicos para 
a colonização, primeiro, a questão militar, segundo, o fornecimento de mão de obra para a 
economia açucareira. Os grupos indígenas que se mostravam resistentes às pretensões dos 
conquistadores europeus estavam sujeitos a guerras movidas pelos portugueses e seus aliados 
indígenas, e os prisioneiros seriam distribuídos ou então vendidos como escravos. Devido às 
guerras justas passou-se a organizar poderosas expedições militares que tinha o objetivo final 
de derrotar os focos de resistência tupi ao longo do litoral de São Vicente a Paraíba e fornecer, 
mão de obra a economia açucareira. Muitas destas guerras feitas pelos europeus contra os 
indígenas tinham como um ponto de partida um falso pretexto, vejamos o exemplo da investida 
portuguesa contra os índios caeté, os conquistadores alegaram que os caetés mataram um bispo 
em rituais de antropofagia, porém esta denúncia somente foi feita seis anos após este incidente 
ocorrido. Conclusão, os colonos baianos realizaram guerras contra estes índios, logicamente 
estes portugueses aumentaram consideravelmente os seus números da sua mão de obra cativa.
Muitos povos indígenas submetidos ao controle dos senhores de engenho ou dos jesuítas 
procuravam resgatar a sua liberdade através de violentas revoltas, outros articulavam complexos 
movimentos de protesto e resistência. Porém a estratégia mais eficaz a alternativa ao confronto 
e a submissão residia na fuga coletiva e na reconstituição da sociedade em regiões distantes 
dos conquistadores, durante o século XVI, muitos grupamentos tupi abandonaram o litoral e 
foram para áreas longínquas com o objetivo principal de reestabelecer a sua autonomia.
Em São Paulo, sempre quando a camada senhorial aperfeiçoava seus mecanismos de 
controle e opressão, os indígenas desenvolviam contra estratégias para visar um espaço para 
a sua sobrevivência humana, as revoltas organizadas, embora tenham existido, não foram tão 
frequentes, estas revoltas poderiam ser dar de várias maneiras. Fugindo do cativeiro, furtando 
seus senhores e vizinhos, invadindo propriedades e negociando seus produtos livremente. Neste 
último caso apresentado, os índios por volta do ano de 1650 estavam ameaçando as atividades 
dos mascates portugueses ao se envolverem em uma economia informal. Em diversos casos na 
São Paulo colonial os índios apelavam para a violência para combater a injustiça do seu cativeiro, 
nestas revoltas eram normais os índios aniquilarem seus opressores e depois destruir as plantações 
e criações que estavam nas fazendas, muitos destes levantes chegaram a balançar as bases da 
escravidão indígena. Também no Maranhão e no Pará a resistência à escravização começava 
ainda no sertão, vide o caso do grupamento indígena juruna que ao sofrerem repetidos ataques 
dos conquistadores se fortaleceram rapidamente ao desenvolverem estratégias de ataque e defesa.
Existe abundante documentação sobre as guerras de extermínio movidas contra vários 
grupos amazônicos. Os Mura foram enormemente visados durante o século XVIII, com a 
pacificação dos índios Mura em 1784, nada se fez para aldeá-los ou assisti-los, ao contrário 
do que ocorreu com os indígenas maué e mundurucu. Abandonados e hostilizados, os Mura 
voltaram a atacar os colonos, matando em 1820 dois soldados da guarnição de Crato. Um 
ano antes, os mura já tinham voltado a dificultar as comunicações fluviais entre o Pará e o 
Mato Grosso; os portugueses logo trataram de mobilizar os mundurucus contra os muras com 
o objetivo de enfraquecê-los, era possível que a hostilidade entre os mura e os mundurucu, 
documentada desde o século XVIII, fosse mais antiga, estendendo-se a épocas pré-coloniais. 
Com isso, as autoridades regionais e os colonos passaram a capitalizar, em seu proveito, as 
tensões e rivalidades tradicionais que existiam entre os indígenas. A guerra contra os uaimiri-
atroari foi um exemplo da continuidade dos esforços pela eliminação de um grupo considerado 
“incivilizável”, sofrendo as primeiras agressões ainda no século XVII.
11
Mesmo antes da carta régia de 1798, a situação nas comunidades indígenas era de 
intranquilidade e, mesmo, de revolta aberta quando os nativos eram ameaçados em seus bens 
ou em sua liberdade, um exemplo foram os índios sapará que se haviam revoltado na região 
do acre em 1781, abandonando as suas aldeias e atacando uma patrulha militar, matando 
seus membros e soltando os índios que estavam aprisionados. No caso dos tapuios estes se 
apresentaram muito mais vulneráveis que os indígenas tribais, pois a esses sempre restaram 
o recurso das áreas de refúgio de difícil acesso ou, como solução final, a hostilidade aberta. É 
provável que algumas comunidades tapuias, contando com a aliança de um ou outro grupo 
tribal, tenham voltado à floresta para refazer as bases culturais de sua vida indígena autônoma.
Os levantes indígenas foram um dado constante na história da região amazônica, em alguns 
casos as forças disponíveis dos portugueses eram poucas em números e equipamentos, em 
uma guerra aberta contra os índios as forças portuguesas seriam inevitavelmente anuladas e 
absorvidas. Muitos portugueses levantavam alternativas a repressão armada e começavam a 
fazer planos para estabelecer relações pacíficas com os índios, porém estas relações pacíficas, 
como no caso dos índios mundurucu muitas vezes esbarraram nas decisões de governantes que 
determinavam as ações punitivas em direção as áreas rebeldes, mesmo assim os indígenas não 
se intimidavam e continuavam com as suas resistências. Portanto, as gestões de paz estavam 
sendo seriamente quebradas / ameaçadas junto com os programas de pacificações com as ações 
punitivas que resultava no massacre de indígenas, ressaltando que estas expedições punitivas 
representavam os interesses de determinados grupos portugueses que se beneficiavam.
Outros índios, os maué jamais conseguiram vencer a contradição entre as relações com 
os brancos e a preservação de sua identidade étnica, isto os levou a numerosos conflitos que 
se iniciaram a partir do século XVII, um século depois, ainda ocorrendo uma sucessão de 
conflitos e de expedições punitivas, os maué seguiam intratáveis. As consequências destes 
fatos se encontram na carta instrutiva datada em 3 de outubro de 1769, aos diretores do Pará 
e rio negro pelo governador Athaide Teive:
“Ao cabo da canoa dará para você ordens em meu nome no ato da partida 
para o sertão de não entrar em rio grande conste que se poderá encontrar 
com índios da nação maués, porque tendo mostrado a experiência que estes 
miseráveis homens resistem as práticas que se lhe fizer, para caírem nas trevas 
do paganismo ... é necessário reduzi-los a necessidade, para deles tiremos os 
frutos de os descer, o que há de certamente vir a suceder, vendo-se destituídos 
do socorro que até aqui inconsideravelmente lhe tem levado...”
Podemos observar novamente nesta carta que os indígenas que teimavam a fazer resistência 
a vontade do europeu estavam condenado a ser exterminado. E através de uma continuada 
opressão e de uma política absurda destrutiva de suprir com força de trabalho indígena, os 
centros produtivos da Amazônia, à custa do esvaziamento sistemático das comunidades dos 
altos rios, que devem ser entendidas as causas da decadência e porque não das sucessivas“revoltas” que se perceberá em grande parte da população indígena da região.
Texto Escrito por RicardoO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.)
12
Unidade: Conhecendo a cidade: seus espaços, seus lugares seus sujeitos nos primeiros núcleos coloniais II
Introdução
Foi devido às atividades econômicas dos países europeus, como o caso de Portugal, que 
necessitava buscar sua expansão marítima para chegar ao Oriente, onde existiam produtos 
interessantes ao mercantilismo praticado pela burguesia mercantil, que foram feitas diversas 
navegações. 
Nessa busca, os portugueses tiveram de encontrar o melhor caminho para chegar aos portos 
comerciais, bloqueados militar e economicamente pelos turcos, que tomaram Constantinopla, 
importante centro comercial, em 1453.
Portugal, uma nação localizada na Península Ibérica, tinha privilégios, porque possuía 
proximidade com o mar, importante local para se comunicar com o mundo. 
Naquela época, era também um país experiente na prática das navegações, aprimoradas na 
Escola de Sagres, que já desenvolvia pesquisas na área náutica desde 1416.
O desejo dos navegadores comerciantes era contornar a costa africana, passar por postos 
comerciais e chegar ao Oriente, desviando do domínio turco.
Naquelas viagens, com rotas traçadas, a embarcação do português Pedro Álvares Cabral 
avistou a costa litorânea brasileira em 1500, território que pertencia à América, já conhecida 
pelos espanhóis, na ocasião das viagens do italiano Cristóvão Colombo, em 1492. 
 Houve concorrência entre as duas nações, de práticas econômicas mercantilistas e 
administração absolutista, que passaram a disputar o território americano, para que fosse 
explorado física e etnicamente. 
Para resolver essa questão, os governantes de Portugal e da Espanha assinaram o Tratado 
de Tordesilhas, em 1492, antes mesmo da chegada de Pedro Alvares Cabral. 
O Tratado estabelecia uma linha no mapa, definindo os limites dos territórios pertencentes 
a Portugal e à Espanha. A partir desse acordo, com a chegada de Cabral, foi consolidado o 
sistema colonial no Brasil.
 Você sabia?
Antes de receber o nome de Brasil, nosso país teve oito nomes: Pindorama (nome 
dado pelos indígenas); Ilha de Vera Cruz, em 1500; Terra Nova, em 1501; Terra 
dos Papagaios, em 1501; Terra de Vera Cruz, em 1503; Terra de Santa Cruz, 
em 1503; Terra Santa Cruz do Brasil, em 1505; Terra do Brasil, em 1505 e 
Brasil, desde 1527.
E por que Brasil? 
Nosso país recebeu este nome porque nos primeiros anos de sua colonização 
era retirada das matas na costa brasileira a madeira da Caesalpinia echinata, 
chamada popularmente de pau-brasil. 
Confira no site http://www.sohistoria.com.br/curiosidades/nomes/.
13
Administração colonial nos primeiros núcleos urbanos:
cotidiano e poder
Após as expedições exploratórias portuguesas que vieram ao Brasil para fazer o 
reconhecimento do território e verificar as possibilidades de extração de produtos do novo 
Continente, houve também expedições militares para guardar o território da invasão de outras 
nações, como, por exemplo, a França, a Holanda e a Inglaterra que, por meio das atividades 
dos corsários, saqueavam navios e invadiam territórios que já pertenciam a outros países 
colonizadores, como o caso de Portugal que, devido às legislações formuladas pelos próprios 
portugueses, tinham para si a posse das terras brasileiras.
 Saiba Mais
À luz do direito internacional, Corsário é o termo aplicado aos donos de um 
navio armado e comissionado por uma determinada nação, que é empregado 
na promoção da guerra naval, atacando navios, portos e demais benfeitorias 
inimigas. Os capitães destes navios recebiam comissões navais ou autorizações, 
que eram chamadas de “cartas de corso”. O corsário se distingue do pirata, que 
age sem o apoio de um governo, ou então do bucaneiro, que ataca geralmente 
cidades litorâneas e ilhas, raramente entrando em combate com outras 
embarcações. Além disso, o pirata responde ao capitão de seu navio, enquanto 
o corsário está subordinado a um rei ou governador. A prática de corso precedeu 
à criação de marinhas nacionais. Além da comissão, os corsários agiam sob a 
sanção oficial, ou seja, estavam amparados pelas leis de seus patrocinadores, 
e dispunham Da proteção de sua força naval, além de ter direito a uma parte 
naquilo que pilhavam. Alguns historiadores consideram piratas e corsários como 
semelhantes, pois ambos realizavam virtualmente a mesma atividade predatória. 
Disponível em: http://www.infoescola.com/historia-europa/corsarios/.
 Os anos de 1500, até aproximadamente 1532, foram chamados de período pré-colonial, 
porque Portugal ainda se ocupava com o comércio do Oriente. Assim, as terras brasileiras 
foram fiscalizadas por meio das expedições exploratórias e guarda-costas do litoral. 
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Unidade: Conhecendo a cidade: seus espaços, seus lugares seus sujeitos nos primeiros núcleos coloniais II
Diante dessa atividade, os colonizadores constataram a presença abundante da árvore de 
pau-brasil, que foi utilizada para a extração de tinta vermelha vendida para as tinturarias de 
países europeus, como o caso da Inglaterra.
 Você sabia?
Portugal possuía outras colônias na África, na Ásia e no Extremo Oriente, além 
do Brasil, como o caso do Japão e da China. Os portugueses chegaram ao Japão 
em 1543, que era conhecido desde o tempo de Marco Polo, que o chamou de 
Cipango. Mas foram efetivamente os portugueses os primeiros europeus a chegar 
ao Japão. Em 1557, eles se estabeleceram em Macau, na China, o que ajudou o 
comércio com o Japão, principalmente o comércio de prata. O contato entre as duas 
civilizações deixou marcas duradouras. A Língua Portuguesa foi, no início, o meio 
de comunicação dos estrangeiros com o Japão. Ainda hoje há inúmeros vocábulos 
de origem portuguesa. Foi com os portugueses que chegou ao Japão a imprensa 
de tipos metálicos, sendo um missionário português quem escreveu a primeira 
gramática da Língua Japonesa. Foram também os portugueses que introduziram no 
Japão as armas de fogo, e também novos conhecimentos nos domínios da Medicina, 
Astronomia, Matemática, além de ensinarem a arte da navegação. 
Confira em: http://www.infopedia.pt/$chegada-dos-portugueses-ao-japao.
De início, o Brasil foi administrado por meio do sistema de feitorias, que compreende um complexo 
arquitetônico formado inicialmente por um forte, com um farol, torre de vigia e sinalização para 
as embarcações, um porto para embarque e desembarque, um armazém para estocar diversos 
gêneros extraídos da colônia e alguns barracões, para atividades cotidianas e da vida privada.
Todas as edificações foram erguidas por meio de arquitetura vernacular, ou seja, com 
elementos retirados do meio ambiente natural onde as fundações das construções foram feitas, 
com madeiras e pedras. 
A técnica de pau a pique foi utilizada para fabricar as argamassas, compostas de barro, 
água, fibra vegetal, fezes e sangue de animais. Os tijolos eram fabricados de barro, fibras e 
água, colocados em fôrmas para secar. Após essa etapa, eram desenformados e utilizados. 
Os tetos eram cobertos de palha, casca, cavaco, gravetos e madeiras. Posteriormente, foi 
utilizada a cerâmica de barro, que deu origem às telhas. 
Os revestimentos do chão eram feitos de terra batida, seixos e outras pedras. As guarnições, 
como portas e janelas, eram feitas de madeira.
Segundo Freire:
Durante os primeiros anos, a metrópole portuguesa ocupou-se em explorar 
o pau-brasil e mandar expedições de reconhecimento das terras. No litoral, 
foram estabelecidas feitorias que não bastavam para o processo efetivo de 
colonização. Para tal empreendimento, a mão-de-obra utilizada foi a indígena, 
depois a negra africana. Viram-se, nesse momento, nobreza e clero unidos, 
pois se o rei queria garantir seu espaço (riqueza nessa época era sinônimo 
de conquista e exploração de terra), o Papa pretendia receber almas em seu 
rebanho,consolidando a hegemonia católica na América.1
1 FREIRE, Gláucia de Souza. Do viver Ao Praticar: Sincretismo religioso no Brasil colonial, In: Anais do Encontro Internacional de 
História Colonial. Meme – Revista de Humanidades. UFRN. Caicó (RN), v. 9. n. 24, Set/out. 2008, pp. 3-4. ISSN 1518-3394. Disponível 
em: www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais.
15
A mão de obra nativa foi usada para realizar o trabalho de extração da madeira, como 
também em outras tarefas ligadas à organização do território colonial. 
O indígena desempenhou trabalho duro e pesado. Além da exploração sexual das mulheres 
indígenas que, por várias vezes, foram estupradas pelos colonizadores, elas também serviam 
de mão de obra nas lavouras de subsistência:
[...] a mulher indígena foi utilizada na conveniência do conquistador (...) o 
desejo obsessivo dos europeus era multiplicar-se nos ventres das índias e por 
suas pernas e braços, a seu serviço, para plantar, colher suas roças, para caçar, 
pescar o que comiam (...) Estes nativos indígenas eram assim condenados à 
tristeza mais vil, ao mesmo tempo em que eram os provedores de suas alegrias, 
sobretudo do sexo bom de fornicar, de braço bom para trabalhar e de ventre 
fecundo para prenhar.2
Outra questão a ser resolvida, além da fiscalização da extensa faixa de terra que formava a 
costa brasileira contra invasões dos corsários em terras coloniais, foram os problemas com o 
comércio junto ao Oriente, que se tornou inviável, devido às concorrências econômicas das 
outras nações e dos ataques dos corsários durante as viagens. 
Assim, o percurso até aqueles mercados orientais foi cada vez mais caro e ineficaz. O 
rei de Portugal, que na época era D. João III, tomou uma atitude diante da sua colônia na 
América, por meio da fixação de colonos estabelecidos no solo brasileiro pelo sistema de 
capitanias hereditárias.
Segundo Viana:
Para proteger a costa brasileira da concorrência de países rivais, que vinham 
também mantendo feitorias em nosso território, impunha-se uma forma mais 
estável de ocupação. A partir de 1532, iniciou-se a instalação das capitanias 
hereditárias. O sistema era, ao mesmo tempo, feudal e mercantil, pois delegava 
poderes da Coroa aos donatários, mas os objetivos eram comerciais. Aos 
donatários cabia a criação de vilas, que lhes pagavam tributos e a concessão 
de terras para atividades rurais. Todas as atividades administrativas e de defesa 
deviam ser exercidas pelos representantes dos donatários, pelas câmaras das 
vilas e pelos senhores de terra. Cabia aos donatários a criação de vilas.3
As capitanias foram entregues pelo governo português aos donatários, pessoas 
particularmente nomeadas pelo Rei, que passaram a ter autoridade máxima nas terras 
brasileiras, e deveriam fazê-las prosperar diante da necessidade econômica de Portugal. 
Assim, o Brasil foi dividido inicialmente em quatorze capitanias, que deveriam ser hereditárias 
aos descendentes dos donatários. A maioria não se desenvolveu e a população se concentrou no 
início em apenas três. Foram elas a capitania da Bahia, a de Pernambuco e a de São Vicente.
No ano de 1532, Martim Afonso de Souza fundou a Vila de São Vicente, que deu origem 
posteriormente à província de São Paulo. 
2 Artigo As Mulheres no Brasil Colonial. Disponível em: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0812079_10_cap_03.pdf, p.43.
3 VIANNA, Hélio. História do Brasil. São Paulo: Melhoramentos, 1972. Cf também o site: www.histeo.dec.ufms.br/.../03%20Urbanismo%20no%20.
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Unidade: Conhecendo a cidade: seus espaços, seus lugares seus sujeitos nos primeiros núcleos coloniais II
Assim, iniciou-se o sistema fundiário brasileiro, com grandes proprietários que dividiram as 
capitanias em lotes menores chamados de sesmarias, para facilitar a administração. 
Com o passar dos anos4, outras capitanias prosperaram, como demonstra o quadro a seguir:
Capitania 
(Vilas principais)
População 
Branca (1570)
População 
Branca (1585)
Itamaracá 600 300
Pernambuco 6.000 12.000
Bahia 6.600 12.000
Ilhéus 1.200 900
Porto Seguro 1.320 600
Espírito Santo 1.200 900
Rio de Janeiro 840 900
São Vicente 3.000 1.800
Totais 20.760 29.400
Apesar de o quadro acima focar a etnia europeia, é importante dizer que o povo brasileiro 
foi formado por uma diversidade étnica e cultural que merece destaque.
Logo de início, os colonizadores já trouxeram consigo os degredados, pessoas que eram 
consideradas desajustadas socialmente e, por isso, tornaram-se indesejáveis em Portugal.
Entre eles, estavam os judeus, os ciganos e os árabes, que praticavam o Islamismo e que, 
por sua vez, tiveram forte presença na Península Ibérica devido à invasão dos povos árabes, 
que se iniciou no século VII, até serem expulsos, no século XV, além de muitas pessoas que 
foram capturadas no continente africano para serem vendidas nos portos comerciais como 
objetos, destinadas a serem escravos em toda a América colonial.
O degredo era uma forma jurídica de punição, já que, no imaginário europeu, as colônias 
eram lugares inabitáveis, povoados por seres selvagens. Assim, muitas pessoas foram obrigadas 
a desembarcar em terras coloniais porque praticaram homicídio, roubo, fraude, prostituição e 
homossexualismo. 
Poderiam receber esta pena pessoas (em especial mulheres) que estivessem envolvidas em 
maledicências, fofocas e lascívias. Também se enquadravam na lei pequenos furtos cometidos por 
pessoas famintas, promessas de casamento não cumpridas, vício em jogos, seduções, adultérios, 
práticas homossexuais, de bigamia, práticas religiosas contrárias ao Catolicismo como o Judaísmo, 
o Islamismo, o Protestantismo e o misticismo, praticado pela etnia cigana, entre outros usos e 
costumes contrários à ordem religiosa católica, à moral e aos bons costumes cristãos portugueses . 
Os judeus, para se livrarem das perseguições do Governo e da Igreja, converteram-se ao 
Catolicismo e passaram a ser chamados de cristãos novos, embora deva ser analisado que a fé é 
uma questão pessoal. Assim, não se sabe se, de fato, abandonaram o judaísmo em seus corações. 
Já os ciganos foram muito perseguidos na Europa. Em Portugal, sofreram diversas 
acusações e foram rotulados como ladrões, feiticeiros, sedutores e enganadores, entre outras 
adjetivações negativas. 
4 BETHEL, Leslie. História da América Latina Colonial. Edusp: São Paulo,1984, p.435.
17
Essas duas etnias foram marginalizadas pela sociedade portuguesa e muitos deles foram 
para o Brasil e para outras colônias, ou por degredo ou voluntariamente, por não suportarem 
a intolerância por parte de muitos da sociedade cristã católica europeia. 
Segundo Teixeira:
Mas não há dúvida alguma que os primeiros ciganos que desembarcaram no 
Brasil foram oriundos de Portugal, e que estes não vieram voluntariamente, 
mas expulsos daquele país. Foi o que parece ter acontecido, por exemplo, 
já em 1574, com certo João de Torres e sua mulher Angelina, que foram 
presos apenas pelo fato de serem ciganos. Inicialmente, João foi condenado 
às galés e Angelina deveria deixar o país dentro de dez dias, levando seus 
filhos. Alegando, no entanto, que “era fraco e quebrado, e não era para servir 
em coisa de mar e muito pobre, que não tinha nada de seu”, João pediu para 
poder sair do Reino, ou então que pudesse ir para o Brasil para sempre. O 
“pobre” cigano João de Torres deve ter pago um bom suborno porque logo, 
em poucos dias, seu pedido foi deferido e a pena foi mudada para “cinco 
anos para o Brasil, onde levará sua mulher e filhos”. O número de filhos não 
é mencionado, mas devem ter sido alguns poucos, talvez dois ou três, porque 
certamente não iriam deportar gratuitamente para o Brasil um (auto-declarado) 
miserável e inútil cigano João, sua mulher e uns dez ou quinze filhos.5
A capitania de São Vicente será focada nessa Unidade para elucidar o cotidiano da formação 
dos primeiros núcleos urbanos, por meio da divisão administrativa das terras ao Sul, que foram 
divididas em três capitanias: Rio de Janeiro,Santo Amaro e São Vicente, que já formava um 
povoado desde 1510.
Assim, Martim Afonso de Souza elevou oficialmente São Vicente à categoria de vila em 
1532. No ano seguinte, por motivos de viagem, o colonizador passou a administração política 
para sua esposa, Ana Pimentel, que foi considerada a primeira mulher a ocupar a função de 
donatária. Ela, então, decidiu nomear Brás Cubas para ser capitão mor e ouvidor da capitania. 
 O nome de São Vicente se estendeu a todo o território da capitania hereditária recebida 
por Martim Afonso de Sousa pelo Rei de Portugal. Mas é preciso esclarecer que o primeiro 
nome do atual estado de São Paulo foi capitania de São Vicente, localizada na serra do mar. 
Por causa das dificuldades para transpor os obstáculos geográficos, as terras localizadas no 
planalto atraíram pessoas que tiveram o desejo de povoá-las. Assim, em 1553, a Vila de Santo 
André da Borda do Campo foi fundada. 
No ano seguinte, em 1554, os padres da Companhia de Jesus fundaram, em uma colina 
de Piratininga, um colégio para os índios, berço da Vila de São Paulo.
Em 1560, a Vila de Santo André foi extinta e seus moradores foram transferidos para São 
Paulo de Piratininga. Assim, a Vila de São Paulo foi crescendo em número de habitantes e se 
desenvolvendo aos poucos economicamente.
A equipe do colonizador iniciou as obras arquitetônicas na Vila de São Vicente com técnicas 
ainda vernaculares. Dessa forma, foi edificado todo o aparato jurídico, religioso, militar, policial 
e econômico necessário para a época. 
5 TEIXEIRA, Rodrigo Correia. História dos Ciganos no Brasil. Núcleo de Estudos Ciganos no Brasil. Recife: 2008, p.15. 
Disponível em: www.educadores.diaadia.pr.gov.br/.../historia_ciganos_brasil2008.pdf.
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Unidade: Conhecendo a cidade: seus espaços, seus lugares seus sujeitos nos primeiros núcleos coloniais II
Entre as edificações, destacam-se o forte, o porto, o estaleiro, a Igreja Católica, a casa 
do conselho, órgão administrativo que tomava decisões a respeito das normas jurídicas, o 
pelourinho, o engenho para fabricar açúcar, produto de alto valor nos mercados europeus, e 
algumas casas para abrigar os colonizadores. 
Os primeiros engenhos foram construídos por iniciativa de Martim Afonso de Souza e seus 
companheiros na fundação da Vila de São Vicente, primeiro núcleo institucionalizado em todo 
o território brasileiro.6
Vale ressaltar que, posteriormente, as capitanias produziram e comercializaram produtos 
como frutas, legumes, cereais, grãos, tabaco, açúcar, sal, couro, lã, entre outros, produzidos 
pela atividade agropecuária. 
As capitanias da região nordeste foram prósperas na produção açucareira, devido ao clima 
e ao solo favorável aos canaviais, diferentemente da região sudeste, que teve maior visibilidade 
econômica no próximo ciclo exploratório do ouro.
A mentalidade social foi edificada por meio de valores paternalistas e excludentes. A 
arquitetura do controle, da punição e da reclusão esteve presente em todo o período colonial, 
fosse ela expressa nos pelouros usados para o castigo público dos escravos, nas forcas, onde 
pessoas desobedientes ao sistema foram condenadas, nos conventos destinados às órfãs que 
se recusavam a casar com homens muito mais velhos, nas portas e janelas revestidas de 
muxarabis, onde as mulheres brancas e de elite sentadas nas conversadeiras podiam apenas 
observar entre as frestas o movimento porta afora.
Figura 1 - Janela com 
muxarabi
Fonte: portalarquitetonico.com.br
Figura 2 - Conversadeiras
Fonte: abaretiba.blog.br
6 REIS, Nestor Goulart. Os Engenhos da Baixada Santista e os do Litoral Norte. Revista USP. nº 41. São Paulo: USP, 1999, p.64.
19
As mulheres brancas estavam totalmente submetidas à figura masculina na sociedade 
colonial, entre os séculos XVI ao XVIII. Se fossem solteiras, deviam obediência ao pai e/ou ao 
irmão mais velho. Se casadas, ao marido. Se viúvas, deveriam dedicar-se a atividades religiosas 
e prestar contas aos sacerdotes da Igreja Católica. Se órfãs, ficavam sob a custódia da Igreja ou 
de uma irmandade religiosa, e deveriam ser obedientes a todas as normas sociais. Eram muito 
controladas e se sentiam desamparadas, ansiosas e temiam pela própria vida. 
As moças deveriam se casar virgens entre o aniversário de 13 a 15 anos. Aquelas que ainda 
não tinham realizado o matrimônio, sofriam preconceitos e estavam destinadas a se casar 
obrigadas ou irem para a reclusão em um convento.
Em casos da perda da virgindade antes do casamento, a moça podia ser expulsa de casa e 
o homem que a desonrou ser morto pelo pai ou irmão da considerada vítima.
Muitas mulheres sem vocação ao sacerdócio católico ainda assim preferiam tornar-se freiras 
a se casarem com um desconhecido. 
O espaço privado era o lugar das mulheres brancas e de elite, que saiam à rua sempre 
acompanhadas do homem. Iam apenas à Igreja em casamentos, velórios ou na casa de outras 
famílias. Não era socialmente aceitável que uma mulher considerada de bem estivesse sozinha 
em lugares públicos. 
As mulheres deveriam, ainda, apresentar seus corpos vestidos decentemente, com atitudes 
de recato e obediência:
Os primeiros anos da empresa colonial na América Portuguesa caracterizavam 
um ambiente de grandes desafios e novas experiências para todos que aqui 
aportavam. Da mesma forma foi para as mulheres que aqui chegaram pré-
destinadas a constituir família de acordo com as exigências da Igreja. De acordo 
com o fragmento acima, podemos averiguar determinadas características 
inerentes a essas mulheres, padre Manuel da Nóbrega solicita que elas sejam 
brancas, ‘puras’ e obedientes. Na Europa católica e no Brasil daquela época, a 
mulher era considerada objeto, posse de prazer (que somente o homem deveria 
sentir, pois o prazer da mulher estava ligado ao pecado) e de procriação, Nesse 
sentido a união com a mulher branca e pura significava a pureza da ‘raça’ e 
também a prova inconteste de temor a Deus indispensável a um bom cristão.7
No corpo da mulher estava a honra e a desonra do homem, que também tratava com 
diferença as mulheres na sociedade, de acordo com sua posição social e etnia. 
Aquelas que possuíam poucos recursos financeiros ou eram africanas e indígenas ou 
mestiças descendentes desses povos eram em sua maioria maltratadas. 
O padrão do homem de classe dominante foi e talvez ainda seja o do uso sexual das 
mulheres de classes inferiores, sobretudo das mulatas, de indiferença sentimental e social e de 
irresponsabilidade para com os filhos de tais intercursos.8
7 OLIVEIRA, Diovana Ferreira. Desmundo: O cotidiano da mulher no Brasil colonial. Uma análise cinematográfica, In: Anais 
do II Encontro Internacional de História Colonial. Meme – Revista de Humanidades. UFRN. Caicó (RN), v. 9. n. 24. Set./out. 2008. ISSN 
1518-3394. Disponível em: www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais.
8 Artigo As Mulheres no Brasil Colonial. Disponível em: http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/16570/16570_4.PDF.
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Unidade: Conhecendo a cidade: seus espaços, seus lugares seus sujeitos nos primeiros núcleos coloniais II
Vale destacar que a opressão e a repressão não recaíram apenas sobre o sexo feminino. 
Homens, crianças, idosos e todos aqueles que não obedecessem ao sistema patriarcal, como 
também causassem algum tipo de desordem, poderiam ser reprimidos. 
Os discursos criados e proferidos pelo Catolicismo, aliados à moral e ao bom costume 
patriarcal, auxiliavam a normatização da vida privada das pessoas naquela sociedade. Até 
mesmo a intimidade sexual permitida às “mulheres honestas” era diferente das práticas das 
mulheres conhecidas como públicas.
O corpo de uma mulher decente deveria ser recatado e puro, e pertencer apenas ao seu 
marido. Já os corpos das mulheres que se dedicavam ao trabalho, como as escravas, as pobres 
ou as profissionais do sexo, poderiam ser expostos e usados como objetos sexuais lascivos, 
para satisfazerem os desejos dos homens, que não deveriam se relacionar sexualmente 
com a esposa da mesma forma quese relacionavam com aquelas consideradas “da vida”. 
Isso não significa que essas mulheres poderiam ter uma vida sexual livre de julgamentos e 
adjetivações negativas.
A vida sexual e as intimidades porta adentro tinham regras para homens e mulheres, que 
deveriam obedecê-las, para não serem punidos ao menos com a culpa do pecado. 
Os bígamos, por exemplo, deviam amar, e muito, o matrimônio pois, se assim não fosse, 
por que se casariam tantas vezes? 
Os fornicários, como ‘bons’ cristãos que eram, não admitiam desrespeito com moças direitas 
e mulheres casadas. No entanto, não viam pecado em se deitar com as solteiras (solteira não 
no sentido de hoje, mas como mulher pública, sem compromisso com família), identificadas, 
sobretudo, na imagem das escravas, nativas, mulatas e negras forras.
Esse último fato, sem dúvida, revela o estigma social a que estavam submetidos escravos e 
mestiços, mas, de forma alguma configura intenção de subverter o sacramento do matrimônio. 
Por outro lado, os acusados de sodomia, ainda que entre eles existissem pecadores convictos, 
talvez fossem menos produto da devassidão dos trópicos do que vítimas da opressão escravista 
e social a qual muitos estavam submetidos. 
Na verdade, a Inquisição rastreava heresias em falas populares, culpabilizando as moralidades 
de gente simples, gente essa que, no ultramar português, estava longe de ser atingida pela 
devoção moderna em desenvolvimento no mundo europeu a partir do século XVI.9
Nas Vilas coloniais, a vida rural sobrepunha-se à urbana, mesmo naquelas localizadas no 
litoral. Na Vila de São Paulo de Piratininga, os jesuítas tinham o objetivo de ensinar, além 
da fé católica e das letras da Gramática Portuguesa, também Matemática, Física, Ciências 
Naturais e ofícios como de cozinheiro, alfaiate, sapateiro, carpinteiro, pedreiro, entalhador de 
madeira, tecelão, oleiro, farmacêutico, agricultor, entre outros aprendizados, que não foram 
direcionados apenas ao indígena.
9 CARDOSO, Patrícia Domingos Wooley. A Sociedade Colonial: Uma reflexão sobre as moralidades e religiosidade popular na 
América Portuguesa. Séculos XVI-XVIII. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense, 2008, p. 13-4.
21
Segundo Rosário e Silva:
No longo período em que os jesuítas por aqui estiveram, no Brasil, exerceram 
um destacado papel tanto na educação como na catequese dos índios e dos 
colonos e na organização burocrática da nascente sociedade brasileira (...) As 
escolas e colégios jesuítas, subsidiados pelo Estado português, se obrigava 
a formar gratuitamente sacerdotes para a catequese, instruir e educar os 
indígenas, os mamelucos e os filhos dos colonos brancos. O estudo é encarado 
como fundamental, um espaço para a guerra de ideias contra o protestantismo 
e na preservação dos valores morais e na difusão da cultura cristã europeia.10 
Naquele cotidiano permeado de poderes pré-estabelecidos, muitos foram obrigados a se 
submeter às ordens do sistema. As vilas que deram origens às cidades possuíam os espaços para 
morar, trabalhar, aprender, punir, brincar, entre casas, casebres, casarões, igrejas, engenhos, 
lavouras, feiras, ruas, praças, cadeias e pelouros, entre outros, povoados de pessoas famosas 
ou anônimas, que ocupavam seus lugares sociais. 
O lugar que ocupavam os homens na sociedade não devia ser o mesmo das mulheres. Da mesma 
forma, as mulheres pobres, mestiças e escravas também diferenciavam-se socialmente em relação 
ao lugar ocupado pela mulher de elite. Cada sujeito histórico tinha uma função a desempenhar em 
meio à trama da vida, com códigos de posturas tão rígidos e difíceis de ultrapassar.
A própria organização das vilas e cidades do ponto de vista urbanístico e arquitetônico 
sinalizava e impunha os limites a cada classe e gênero dentro daquela sociedade, onde era 
muito bem demarcado o lugar dos homens, das mulheres, dos escravos, das crianças, entre 
outros sujeitos que deram vida aos primeiros núcleos coloniais urbanos, os quais esta Unidade 
de estudos apresentou.
Figura 3
Fonte: Benedito Calixto
10 ROSARIO, Maria José Aviz; SILVA, Carlos, José. A Educação Jesuítica no Brasil Colônia. Universidade Federal de São Carlos, 
2004, p. 5. Disponível em: http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/eventos/evento2004/GT.11/GT3.PDF.
22
Unidade: Conhecendo a cidade: seus espaços, seus lugares seus sujeitos nos primeiros núcleos coloniais II
Material Complementar
Vídeos:
Faça a leitura do filme “Desmundo”, com base naquilo que foi estudado na Unidade II, 
destacando os seguintes aspectos do período colonial: as construções arquitetônicas e as 
condições de higiene nas vilas; a comunicação social; a catequização dos nativos; a relação 
do Estado português no que diz respeito aos órfãos; a mulher na visão da sociedade colonial 
portuguesa; o conceito de matrimônio; a violência sexual; o incesto e a maternidade. 
Filme disponível em: www.youtube.com/watch?v=oxQe_BeRba0
23
Referências
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séculos XVI e XVII. São Paulo: Cia das Letras, 2000.
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Cotidiano e Vida Privada na América Portuguesa. Coleção História da Vida Privada no 
Brasil. Vol. 1. São Paulo: Cia das Letras, 1999.
ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Guanabara, 1981.
BETHEL, Leslie. História da América Latina Colonial. São Paulo: Editora da Universidade 
de São Paulo,1984.
CARDOSO, Patrícia Domingos Wooley. A Sociedade Colonial: Uma reflexão sobre as 
moralidades e religiosidade popular na América Portuguesa. Séculos XVI-XVIII. Dissertação 
de Mestrado. Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense, 2008.
DELUMEAU, Jean. A Civilização do Renascimento. Lisboa: Estampa, vol. I.
FARIA, Sheila de Castro. A Colônia em Movimento: Fortuna e família no Cotidiano Colonial. 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
FEVRE, Lucien. O Problema da Descrença no Século XVI: A religião de Rabelais. Porto: 
Início, 1971.
FREIRE, Gláucia de Souza. Do Viver ao Praticar: Sincretismo religioso no Brasil colonial, 
In: Anais do Encontro Internacional de História Colonial. Meme – Revista de Humanidades. 
UFRN, Caicó (RN), v. 9. n. 24,set/out. 2008.
HERMANN, Jacqueline. História das Religiões e Religiosidades. In: CARDOSO, Ciro 
Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (Org.). Domínios da História. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
MOTT, Luiz. Cotidiano e Vivência Religiosa: Entre a capela e o calundu, In: MELLO 
e SOUZA, Laura de (Org.). Cotidiano e Vida Privada na América Portuguesa. Coleção 
História da Vida Privada no Brasil. vol. 1. São Paulo: Cia das Letras, 1999.
OLIVEIRA, Diovana Ferreira. Desmundo: O cotidiano da mulher no Brasil colonial. Uma 
análise cinematográfica, In: Anais do II Encontro Internacional de História Colonial. 
Meme – Revista de Humanidades. UFRN, Caicó (RN), v. 9. n. 24,Set/out. 2008. 
REIS, Nestor Goulart. Os Engenhos da Baixada Santista e os do Litoral Norte. Revista 
USP, nº 41. São Paulo: USP, 1999.
ROSARIO, Maria José Aviz; SILVA, Carlos José. A Educação Jesuítica no Brasil Colônia. 
São Paulo: Universidade Federal de São Carlos, 2004.
24
Unidade: Conhecendo a cidade: seus espaços, seus lugares seus sujeitos nos primeiros núcleos coloniais II
SOARES, Mariza. Devotos da Cor: Identidade étnica, religiosidade e escravidão no Rio de 
Janeiro, século XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
TEIXEIRA, Correa Rodrigo. História dos Ciganos no Brasil Recife: Núcleo de Estudos 
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VAINFAS, Ronaldo (Org.). Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.
______. Moralidades Brasílicas: Deleites sexuais e linguagem erótica na sociedade escravista. 
In: MELLO E SOUZA, Laura de (Org.). Cotidiano e Vida Privada na América Portuguesa. 
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Nova Fronteira, 1997.
VIANNA, Hélio. História do Brasil. São Paulo: Melhoramentos, 1972.
25
Anotações

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