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Classificação dos resíduos sólidos A classificação de resíduos sólidos é feita com base na identificação do processo ou atividade que lhes deu origem, de seus componentes e características, e também da comparação entre os componentes dos vários tipos de resíduos e substâncias, os quais causam sérios impactos à saúde e ao meio ambiente. A classificação dos resíduos sólidos, por exemplo, facilita a segregação, a identificação e a composição na fonte, contribuindo para o gerenciamento adequado e correto, quanto ao seu destino final (SILVA, 2015) A Figura abaixo ilustra a classificação dos resíduos sólidos urbanos de acordo com a Funasa. Figura - Classificação dos Resíduos Sólidos Urbanos. Fonte: Funasa, 2010. A Lei 12.305/2010 e a ABNT/NBR 10004 (2004), classificou os resíduos sólidos em: I - quanto à origem: a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas; b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; c) resíduos sólidos urbanos: é constituído pelos resíduos doméstico e comercial; d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”; e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”; f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais; g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS; h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis; i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturas, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios; Os resíduos sólidos são classificados quanto ao risco à saúde pública e ao meio ambiente em: perigosos e não perigosos, sendo ainda este último grupo subdividido em não inerte e inerte. II - quanto à periculosidade: a) resíduos perigosos (classe I): aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, podendo apresentam risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, provocando ou contribuindo para o aumento de uma mortalidade ou incidência de doenças e/ou apresentar efeitos adversos ao meio ambiente, quando manuseados e dispostos de forma inadequada. b) resíduos não perigosos (Classe II): são aqueles não enquadrados na alínea “a” (não são perigosos). Os resíduos não perigosos (Classe II) subdividem-se em: 1) resíduos da classe II A: são aqueles que em função de suas características não se enquadram nas classificações de resíduos classe I (perigoso) e classe II (inertes). Esses resíduos podem apresentar propriedades como solubilidade em água, biodegradabilidade ou combustibilidade. 2) resíduos da classe IIB: são resíduos submetidos ao teste de solubilidade, não possuem nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água (ABNT, 2004). A figura abaixo ilustra a classificação dos resíduos não perigosos – Classe II Figura – Classificação dos Resíduos de Acordo com ABNT/NBR 10004. Fonte: ABNT/NBR 10004 (2004 apud FELTRIN, 2014). Um resíduo é considerado não inerte caso ele não seja enquadrado como um resíduo perigoso (Classe I) ou resíduo Inerte (Classe II B). Comumente quando os resíduos não inertes apresentam as seguintes propriedades: Biodegradabilidade: é a quebra de compostos químicos mediados biologicamente. Isto significa que determinadas substâncias podem ser utilizadas como substratos por micro-organismos capazes de produzirem como resultado energia, outras substâncias, novos tecidos e novos organismos. A Mineralização é a biodegradação ou quebra total das moléculas orgânicas em CO2, água e compostos inorgânicos. Combustibilidade: é quando uma substância tem capacidade de entrar em combustão e produzir energia, a exemplo das madeiras, dos tecidos e dos papéis. Solubilidade em Água: são os constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G (padrões de ensaios de solubilização) depois de submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente. Já os resíduos que não tiverem seus constituintes solubilizados em água conforme descrito acima, são classificados como inertes (ABNT/NBR 10004, 2004 apud FELTRIN, 2014). O Quadro 1 apresenta outras legislações e normatizações (ABNT) pertinentes dos resíduos sólidos. Quadro 1 - Legislações e Normatizações (ABNT) Pertinentes dos Resíduos Sólidos. Fonte: MMA: SNIR/ Legislação.2014. A caracterização consiste nos aspectos físico-químicos, biológicos, qualitativo e/ou quantitativo das amostras. De acordo com a caracterização dos resíduos, pode-se enfim classifica-los para a melhor escolha da destinação do mesmo. Cumprindo-se assim a norma da ABNT NBR 10004/04 e também a lei 12.305 de agosto de 2010, Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Descrição da origem do resíduo Estado físico Aspecto geral Cor Odor Grau de heterogeneidade Denominação do resíduo http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm Estado físico Processo de origem Atividade industrial Constituinte principal Destinação Destinação final Aterro para resíduo perigoso Aterro sanitário (não perigoso) Aterro de resíduo inerte (solubilidade) Tratamento térmico (compostagem, incineração, co- processamento) Após a caracterização dos resíduos sólidos, é realizado a classificação dos resíduos, que envolve a identificação da atividade que gerou determinado resíduo, além dos seus constituintes. A norma NBR 10004/04 da ABNT dispõe sobre a classificação dos resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública para que possam ser gerenciados adequadamente. A norma classifica os resíduos nos seguintes grupos: Resíduos Classe I – Perigosos Os resíduos considerados perigosos são aqueles que têm características que podem colocar em risco as pessoas que manipulam ou que tem algum outro tipo de contato com o material. Fonte: www.koleta.com.br Para um resíduo ser considerado perigoso, ele deve apresentar pelo menos uma das características seguintes: inflamabilidade, corrosividade, toxicidade, reatividade e/ou patogenicidade. A NBR 10004/04 aponta critérios específicos para o profissional capacitado classifique e avalie cada propriedade dos resíduos. A intenção é que se o produto for considerado “perigoso”, seja tomada as devidas providencias para manuseio, transporte e a correta destinação desses materiais. Resíduos não perigosos não inertes (Classe II A) São resíduos que não se apresentam como inflamáveis, corrosivos, tóxicos, patogênicos, e nem possuem tendência a sofrer uma reação química. Contudo, não se pode dizer que esses resíduos classe II A não trazem perigos aos seres humanos ou ao meio ambiente. Os materiais desta classe podem oferecer outras propriedades, sendo biodegradáveis, comburentes ou solúveis em água. Resíduos dessa classificação merecema mesma cautela para destinação final e tratamento do resíduo de classe I. Resíduos não perigosos inertes (Classe II B) https://www.vgresiduos.com.br/blog/veja-as-mudanca-nas-normas-para-transporte-de-residuos-perigosos/ Os resíduos dessa classificação não têm nenhuma das características dos resíduos de classe I. Porém, se mostram indiferentes ao contato com a água destilada ou desionizada, quando expostos à temperatura média dos espaços exteriores dos locais onde foram produzidos. Com isso, não apresentam solubilidade ou combustibilidade para tirar a boa potabilidade da água, a não ser no que diz respeito à mudança de cor, turbidez e sabor, seguindo os parâmetros indicados no Anexo G da NBR 10004/04. Após a classificação, deve-se elaborar um relatório ou laudo, contendo informações sobre os resíduos. Desse modo é mais fácil para estabelecer qual o melhor descarte final, tratamento, transporte, embalagens. Outros tipos de resíduos sólidos É importante destacar que há outros tipos de resíduos sólidos classificados segundo a origem, como: resíduos hospitalares, agrícolas, industriais, da construção civil, de varrição, comerciais, domésticos; os do tipo recicláveis e não recicláveis. No entanto, somente profissionais especializados podem indicar o melhor descarte para esse tipo de resíduos. Não apenas o descarte, mas os cuidados que devem ser tomados durante o processo de embalagem e transporte, e, até mesmo indicar melhores procedimentos para reciclagem, tratamento e destinação final. Resíduos industriais Os resíduos industriais são considerados os maiores responsáveis pela poluição do meio ambiente. Para isso a melhor solução é o gerenciamento dos resíduos sólidos industriais, possibilitando que as industriais contribuam para um meio ambiente menos poluído e mais saudável. Fonte: www.saolourencoambiental.com.br De acordo com Resolução 313 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, são considerados resíduos industriais todo aquele que: Resulte das atividades das indústrias; Se encontre nos estados sólido, semissólido, gasoso (quando contido) ou líquido; Cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia possível. Inclui-se também lodos provenientes de sistemas de tratamento de efluentes líquidos e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição. Sendo assim, todo remanescente da atividade industrial que preencha esses requisitos é considerado resíduo industrial. http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=335
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