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PsiResenha Documentário Ilha das Flores

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PSICOLOGIA SOCIAL
Resenha 
Título:	Ilha das Flores 
Documentário: Gaúcho – Porto Alegre/RS
Ano: 1989
Direção: Jorge Furtado
Duração: 11 minutos
Classificação:	Livre
“Ilha das Flores”, documentário gaúcho, um curta-metragem de onze minutos, produzido em Porto Alegre pelo cineasta Jorge Furtado e narrado por Paulo José, ganhou vários prêmios, com uma linguagem elaborada, jogo de palavras e de conceitos. Apesar de sua produção ter sido em 1989, ainda choca a sociedade depois de passados trinta anos, mostrando como a economia pode causar desigualdade entre os seres humanos desenvolvidos dentro de uma sociedade moderna. 
Saindo de uma idéia inicial simples e sem compromisso ao contar a trajetória de um tomate, da plantação até ser desprezado por Dona Anete, levantando uma crítica que desconstrói conceitos e opiniões enraizadas na sociedade altamente consumista. Marcado por refinado sarcasmo e trazendo para a realidade, o documentário denuncia que as desigualdades e mazelas sociais vêm junto com o processo de geração de riquezas. Outra crítica atual é a definição de família dada no curta, “união entre homem e mulher pelo matrimônio, gerando descendente”, a definição à época, e que atualmente o conceito de família já está completamente mudado.
O elemento principal do curta é a miséria e a pobreza, ele destaca o ser humano como diferente dos outros animais por ter um “telencéfalo altamente desenvolvido e um polegar opositor”, mas, ao mesmo tempo enfatiza que algumas pessoas podem comprar seus alimentos, enquanto outras, o retiram do lixo. Podemos então questionar: Sendo o homem assim tão diferenciado, ele realmente provoca melhoramentos? Então por que os judeus desmerecem a vida? Eles também são possuidores do que diferencia os humanos dos animais.
Com isso, entramos em outra questão social levantada no curta, a igualdade. Apesar das características genéticas comuns, os seres humanos são diferentes entre si. Por suas características sociais, históricas e regionais as oportunidades oferecidas a estes indivíduos também os são. Questionemos, por que a sociedade e o estado ainda tratam igualmente os diferentes? Por que a pobreza é inevitável àquela realidade? 
Podemos ver no documentário que o homem não tem utilidade prática, sem o acréscimo do dinheiro, que os porcos têm a preferência sobre as mulheres e crianças da Ilha das Flores, que necessitam daquele lixo orgânico. Justifica-se esse ato cruel e injusto, diferente dos seres humanos, os porcos possuem um dono que detém o dinheiro, coisa que mulheres e crianças não possuem. Dá-se valor a vida na sociedade pós-moderna, conforme o dinheiro que ela possui.
O curta metragem “Ilha das Flores” deixa claro que o ser humano é uma criatura bípede, assim como a galinha, mas que se diferencia dela por diversos aspectos intelectuais e físicos e exprime toda a banalização a que foi submetido o ser humano, por mais racional que este seja. As condições de subexistência dos habitantes da ilha deixam as pessoas perplexas, mostram o absurdo desta situação, onde seres humanos, numa escala de prioridade, estão abaixo dos porcos. Mulheres e crianças que em cinco minutos, tem que garantir nas sobras dos porcos a sua alimentação diária, procurado alimentos no lixo. Estas pessoas estão em uma “posição social” que vem abaixo dos porcos, cuja alimentação é favorecida pelo seu dono. 
Vemos mais um diferencial, os seres humanos, além de não ser quadrúpede, como o suíno, é livre, “quem se encontra no estado de liberdade”. Não se entende como ela “a liberdade” pode prejudicar ou melhorar a vida de uma pessoa, de acordo com sua “classe social”. 
É lamentável, mas neste caso, muitos daqueles que vivem na ilha desejam ter um dono para poderem ter o que comer, ainda que pareça irreal, trocar a “liberdade” pela “subsistência”. De forma egoísta e fingindo não ver a realidade da exploração do homem sobre o homem, o dono do dinheiro, esquece-se da solidariedade e do afeto entre seus semelhantes. 
É chocante a realidade do nosso país, onde o preconceito e a desigualdade caminham juntos. A lição que o filme passa para o espectador é que, somos seres humanos e apresentamos telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor, por isso, somos todos iguais, e com liberdade.
O papel da psicologia nesse caso é fazer com que, por meio de reflexão e da busca pela verdade, o ser humano passe a descobrir os preconceitos e ideologias presentes na sociedade e tão bem exibida e explanada no curta, entre elas o conceito de família, de igualdade, de sociedade, entre outras. Enfim, a psicologia é essencial para que seja possível ver a dura e real situação vivida por muitos brasileiros e pessoas em vários lugares do mundo.

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