Buscar

Certificações Ambientais e Análise de Desempenho Energético em Edifícios - AULA 4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 4 
CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS 
E ANÁLISE DE DESEMPENHO 
ENERGÉTICO 
Prof. Bruno S. Garcia 
2 
INTRODUÇÃO 
Esta aula aborda o funcionamento das simulações energéticas em 
diferentes softwares e busca desvendar qual é o próximo passo do mercado da 
construção para as edificações sustentáveis. 
Iniciaremos com a linguagem BIM na simulação energética, a qual expõe 
informações de como é criado o modelo analítico de energia dentro de softwares 
como Autodesk Revit e Archicad. O tema seguinte aborda as diferenças entre 
simulações simples de energia e o Whole Building Simulation. Logo após, há uma 
lista de softwares atuais usados por escritórios e construtoras, contendo suas 
respectivas funções e particularidades para o desenvolvimento de projetos 
sustentáveis. Na conclusão desta aula, são abordadas discussões sobre a pós-
ocupação do empreendimento, questionando quais as melhores práticas eco-
eficientes para o uso das edificações sustentáveis e, por fim, quais são as 
tendências do mercado da construção aliadas à necessidade do ser humano. 
TEMA 1 – LINGUAGEM BIM E SIMULAÇÃO ENERGÉTICA 
Figura 1 – Fatores do BIM 
Crédito: Trueffelpix/Shutterstock. 
O termo BIM – Buiding Information Model, em português “modelo de 
informação do edifício” –, é uma abordagem de desenho e concepção de projeto 
que antecipa para a fase de modelagem as informações referentes à construção. 
Ela é capaz de unir em um só modelo de arquivo todas as intervenções realizadas 
por diferentes profissionais da área da construção civil. 
Hoje, além de planejar informações do projeto, inserindo parâmetros de 
custo e ciclos de vida dos materiais empregados no ambiente interno e externo 
do edifício, o modelo de informação de projeto também consegue prever as datas 
 
 
3 
em que serão concluídas as etapas da construção e antecipar à equipe de projeto 
os futuros problemas ou irregularidades por meio de um mapeamento dos 
diferentes sistemas utilizados no projeto. 
Essas etapas são conhecidas como as dimensões BIM, começando desde 
desenhos simples bidimensionais (duas dimensões) até desenhos tridimensionais 
(3D) com informações de datas (4D), custos (5D) e duração dos materiais e 
equipamentos empregados no projeto (6D). No entanto, não há etapa específica 
para a sustentabilidade, visto que o processo da criação do projeto inclui desde 
os desenhos iniciais até as dimensões mais complexas, como a consciência 
ambiental, a otimização dos custos e a tecnologia aplicada à sustentabilidade. 
Portanto, dentro de softwares com linguagem BIM é possível criar modelos 
energéticos de maneira simples a fim de extrair informações importantes para 
melhor orientação do edifício, escolha de equipamentos, detalhamento de 
materiais e mudanças significativas no andamento do projeto de forma rápida. 
Essas informações, contidas nos modelos analíticos de energia, são 
exportadas em formato de tabelas, gráficos e textos para protocolar junto a uma 
certificação, seja LEED, AQUA, BREEAM ou qualquer outro selo. 
A seguir, um exemplo de método de criação do modelo analítico de energia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Figura 1 – Exemplo ilustrativo de um projeto tridimensional 
 
 
Crédito: Roman Babakin/Shutterstock 
1) É criado um esboço de projeto por meio de massa conceitual (linguagem 
baseada no software Autodesk Revit) exibindo apenas a volumetria da 
edificação. Nessa etapa, são criados apenas desenhos baseados em 
faces. 
2) São inseridos materiais e especificações em faces na massa conceitual, 
criando um modelo analítico de energia. Desse modo, é possível destacar 
cada componente: 
 parede externa (destacado em vermelho); 
 vidro (destacado em azul); 
 parede interna (destacado em amarelo); 
 outros: painéis fotovoltaicos, brises, ventilação, pisos, telhados, forros. 
3) É finalizado o modelo computacional tridimensional. Além disso, há 
possibilidade na reorganização espacial do projeto, ou seja, ainda podem 
ser feitas mudanças na altura de paredes, tamanhos de pisos etc. 
Há inúmeros softwares que realizam as simulações energéticas complexas, 
como EnergyPlus, Design Builder, Equest, Trnsys, Ecotect e Calener. Ainda, 
existem plug-ins para o Autodesk Revit e Google Sketchup, que realizam 
simulações simples. Esses programas computacionais funcionam com diferentes 
métodos. A seguir, um cronograma simples de uma simulação energética. 
3 2 
1 
 
 
 
5 
Figura 3 – Cronograma de simulação energética 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA 2 – MÉTODOS DE SIMULAÇÃO ENERGÉTICA 
A linha de tempo de um projeto inicia com os desenhos esquemáticos e 
segue com o desenvolvimento do projeto, elaboração dos documentos 
construtivos, início da obra, finalizando com a entrega para o cliente e ocupação 
dos usuários. 
Na fase dos desenhos esquemáticos, de uma simulação simples, o 
arquiteto responsável pelo projeto analisa os fatores a seguir. 
2.1 Massa e orientação 
Desenho arquitetônico 
Desenho construtivo 
Propriedades dos materiais 
 
Normas de conforto ambiental 
Modelo do edifício 
 
Parâmetros do envelope do projeto (o termo 
envelope significa as partes em contato com o 
ambiente externo: parede, porta, janela, piso 
e telhado) 
 
Dados sobre condições climáticas do local 
Ganhos de calor 
Parâmetros de equipamentos: 
condicionadores de ar, água quente etc. 
 
 Software de análise 
 
Desempenho 
térmico do 
projeto 
 
 
6 
Tópico essencial para o desempenho energético do projeto. Visa aproveitar 
as vantagens de energia solar passiva gratuita, aquecimento, resfriamento, 
iluminação e ventilação natural, justamente pela orientação adequada do 
empreendimento. 
Os modelos energéticos de análise em softwares são validados nesta etapa 
a fim de obter informações mais detalhadas e com desenhos mais ágeis. Nesta 
simulação, são necessários dados da edificação como altura e orientação do 
projeto, função do empreendimento, área total de pisos, número de andares, 
zonas termais de cada ambiente, pé direito bruto e altura do piso ao forro. 
2.2 Sombras e sol 
Essa simulação auxilia no desenvolvimento de estratégias de 
sombreamento e ganhos solares, pois o arquiteto poderá propor alternativas 
eficazes para reduzir ou maximizar o calor ou resfriamento do interior da 
edificação. Além disso, por meio dessa prévia, é possível reduzir o consumo de 
energia advindo de equipamentos de aquecimento, refrigeração e iluminação, 
consequentemente revelando menores custos de energia consumida. 
2.3 Brilho e luz do dia 
Nesta etapa, o conforto lumínico é analisado de forma que não cause 
desconfortos visuais aos futuros usuários pela luz direta, iluminação excessiva, 
superfícies reflexivas e falta de bloqueio solar. 
2.4 Ventilação natural 
Essa simulação busca o aproveitamento da ventilação natural e estratégias 
que controlam a entrada e a saída de ar dos ambientes para com todo o edifício. 
As simulações a seguir decorrem ao longo da etapa de desenvolvimento 
do projeto. 
2.5 Fachadas 
As simulações de fachada permitem ao projetista determinar quais 
materiais serão empregados no envelope do edifício a fim de obter informações 
sobre quanto de energia térmica este material irá transmitir, isto é, qual a 
 
 
7 
capacidade de determinado conjunto de parede de segurar o calor do ambiente 
interno do edifício, minimizando a perda para a área externa. 
As informações de dimensão de janela, peitoril, porcentagem entre janela 
e parede, tipos de vidro, entorno do edifício, dados de propriedade da parede, 
telhado e estrutura são analisadas nesta etapa de simulação. 
2.6 Conforto térmico 
A análise prévia do conforto térmico ajuda o arquiteto a obter informações 
referentes às temperaturas internas de toda a planta do projeto, a fim de resolver 
desconfortos de ambientes excessivamente quentes ou frios. Por exemplo, em 
alguns prédios envidraçados,próximos à fachada, os usuários sentirão mais calor 
que aqueles que estiverem ao meio do edifício, e, consequentemente, serão 
necessários equipamentos de ar condicionado para equilibrar termicamente o 
ambiente interno. 
As simulações citadas não ultrapassam a etapa de desenvolvimento de 
projeto, visto que o objetivo é nortear as estratégias de desempenho térmico na 
edificação. 
Há outra simulação mais complexa que envolve todo o processo de projeto, 
denominada Whole Building Energy Simulation. 
 
2.7 Modelo de caixa simples 
Desenhos 
esquemáticos
Modelo de 
caixa simples
Modelo 
de 
desenho 
conceitual
Diminuição 
de carga
Seleção 
dos 
sistemas 
de 
energia
Refinamento do 
desenho
Desenvolvimento 
do projeto
Otimização e 
integração
Engenharia 
de valor
Documentos 
construtivos
Desempenho 
energético 
conforme 
projetado
Construção
Ordens de 
modificação
Ocupação
Desempenho 
de energia 
conforme 
construído
Pós-
ocupação
 
 
8 
Por meio de um modelo tridimensional simples com informações da 
geometria do projeto, porcentagem entre aberturas (porta e janela) e paredes, 
orientação solar, sombreamento e desempenho térmico do modelo, é possível 
perceber previamente o consumo de energia do edifício. 
2.8 Modelo de desenho conceitual 
Estabelece a criação do modelo de energia fiel à forma arquitetônica 
pensada para a edificação a fim de priorizar melhores alternativas de aquecimento 
e resfriamento. 
2.9 Diminuição da carga 
Nesta simulação, é desenvolvido um modelo de energia mais complexo 
contendo informações referentes à iluminação, luz do dia, equipamentos elétricos 
e mecânicos que serão usados no edifício, qualidade do ar externo, e 
condicionadores passivos, como sol e ventilação natural. 
2.10 Seleção de sistemas de energia 
Envolve a escolha de diferentes sistemas de resfriamento, aquecimento e 
ventilação do projeto, procurando prever uma estimativa de consumo de energia 
anual por meio do consumo desses equipamentos. 
2.11 Refinamento do desenho 
Realiza a compatibilização dos sistemas simulados nas etapas anteriores, 
como aquecimento, resfriamento, ventilação, iluminação, fachada, equipamentos 
de aquecimento de água e cargas elétricas que serão instaladas na edificação. 
2.12 Otimização e integração 
O objetivo é integrar todos os sistemas do edifício por meio de um processo 
de otimização, buscando explorar variáveis de funcionamento. 
2.13 Engenharia de valor 
 
 
9 
Identifica alternativas de projeto pela engenharia de valor, isto é, revê as 
consequências do custo inicial e do custo operacional dos sistemas do edifício. É 
utilizado o modelo de energia para validar cada alternativa proposta. 
2.14 Desempenho energético conforme projetado 
Desenvolve a simulação conforme a proposta final projetada a fim de 
comparar com os modelos de análise iniciais. 
2.15 Ordens de modificação 
O objetivo é fornecer informações sobre todas as mudanças que foram 
feitas durante as simulações. 
2.16 Desempenho de energia como construído 
Por fim, é desenvolvido um modelo de energia para representar o modelo 
fielmente construído, com o objetivo de comparar com as metas propostas pela 
equipe de projeto. 
2.17 Pós-ocupação 
Esta simulação ocorre durante o pleno funcionamento do edifício, sendo 
residencial ou comercial. São obtidos dados de condicionantes térmicos externos 
em diferentes ocasiões e informações dos sistemas do empreendimento durante 
seu uso, para comparar com as propostas e os modelos de energia inicialmente 
projetados nas fases e simulações iniciais. 
TEMA 3 – SOFTWARES PARA SIMULAÇÃO 
Há diversos softwares que auxiliam os profissionais atuantes na análise de 
eficiência energética no desenvolvimento da construção. Estes programas 
disponibilizam aos arquitetos e engenheiros simulações em diferentes tempos 
durante o processo de desenho e concepção do projeto. 
3.1 SOL-AR 
Os softwares também dispõem de informações referentes à insolação, 
como o Analysis SOL-AR, criado pelo Laboratório de Eficiência Energética da 
 
 
10 
Universidade Federal de Santa Catarina. Ao inserir parâmetros de altitude e 
longitude, este programa identifica qual é a carta solar de cada região, revelando 
informações importantes como a altura do sol em cada horário do dia, 
possibilidades de sombras no terreno, além de direção e estação do ano de maior 
incidência dos ventos predominantes na região. 
 3.2 EnergyPlus 
Para uma análise mais completa da edificação, na qual a equipe de projeto 
opta por certificar o novo empreendimento com um selo sustentável, como o LEED 
ou o AQUA-HQE, é necessário que os pré-requisitos de eficiência energética 
sejam comprovados anteriormente à realização da construção. Deste modo, usa-
se softwares para simulação energética, como o EnergyPlus. 
Este é um programa computacional, distribuído pelo Departamento de 
Energia dos Estados Unidos, desenvolvido para simulação de carga térmica e 
análise energética de edificações e seus sistemas. O programa tem a capacidade 
de simular a eficiência energética em períodos planejados, seja em qualquer data 
do ano e no intervalo-tempo que é designado. 
As vantagens estão na possibilidade de simulação prévia da escolha de 
materiais de vedação interna e externa, cálculo de infiltração de ar, cálculo de 
índices de conforto térmico e integração com outros sistemas, como o fotovoltaico 
e o aquecimento solar. O projetista indicará as características quanto à localização 
do terreno, dimensões da construção, altura, materiais de revestimento interno e 
externo, mobiliário, luzes artificiais, eletrodomésticos, aparelhos elétricos e 
quantidade de ocupantes do empreendimento em diferentes períodos. 
Dado isso, o programa gera um documento informativo referente aos 
sistemas que foram usados na edificação, demonstrando em gráficos, por 
exemplo, o quanto cada material perde de calor por condução, como também a 
energia consumida pela residência no caso da adoção de fontes de geração de 
energia alternativa, como painéis solares. Além disso, o programa adiciona e cria 
cenários para o reaproveitamento da energia. 
3.3 Design Builder 
O Design Builder, software equivalente ao EnergyPlus, porém com 
interface mais simples de usar, permite a modelagem e a análise de desempenho 
 
 
11 
energético do projeto por meio de ferramentas de alta produtividade. A vantagem 
deste software está na simplicidade e na geração instantânea de informações 
referentes à energia e ao conforto térmico, visto que trabalha com formas 
tridimensionais simples. Além disso, as informações são aplicadas de materiais 
utilizados, dados do entorno e condicionantes térmicos em um roteiro com 
alternativas pré-configuradas, como estudo de iluminação, aquecimento, 
resfriamento, ventilação, emissões de carbono e custos. 
3.4 Equest 
O Equest, derivado do DOE-2 (software que utiliza modelos descritivos 
para gerar informações quanto ao layout do edifício, dimensões, horários de 
funcionamento, sistemas de condicionamento de ar, iluminação, taxas de serviços 
e dados meteorológicos), também é uma ferramenta que permite a realização de 
análises detalhadas do edifício usando técnicas de simulação de energia. Por 
meio de um assistente de medida de eficiência de energia e um módulo de 
exibição de resultados em gráficos, proporciona uma interface de trabalho fácil e 
simples. 
Esse assistente do software Equest auxilia na criação do modelo de energia 
de construção por meio da descrição de fatores que envolvem o consumo, uso e 
reaproveitamento de energia do edifício. Estes fatores são: 
 projeto arquitetônico; 
 equipamentos de condicionamento de ar; 
 tipologia da construção; 
 materiais utilizados; 
 ocupação do terreno; 
 sistema de iluminação. 
 3.5 DIALUX 
Outro software utilizado por arquitetos e designers é o DIALUX, 
responsável por projetos lumínicos para ambientes internos e externos,residenciais ou comerciais. Este aplicativo possibilita ao profissional simular em 
um modelo tridimensional diferentes tipos de lâmpadas, luminárias, cores e 
intensidades, verificando de forma eficaz parâmetros como índice de reprodução 
de cor, intensidade, fluxo luminoso, emissão de calor, ciclo de vida etc. 
 
 
12 
 Esta plataforma possibilita que o projeto lumínico esteja em conformidade 
com as necessidades do ambiente, o que é viabilizado pelo estudo prévio das 
áreas envolvidas, ergonomia, uso de materiais reflexivos ou opacos, texturas e 
cores. 
 3.6 Modelagem e renders 
Para simulações foto-realistas, são utilizados programas como Lumion 3D, 
desenvolvido pela Act-3D; TwinMotion, pela Unreal Engine; e Vray, pela 
ChaosGroup. Nestes softwares, os modelos tridimensionais desenhados pelos 
programas Autodesk Autocad, Autodesk Revit e Google Sketchup podem simular, 
por exemplo, períodos de insolação em diferentes locais do Brasil, diferentes 
materiais para piso, forro e revestimento interno e externo, como também gerar 
fotos e vídeos reproduzindo diferentes cenários do funcionamento da edificação. 
Os softwares Autodesk Revit e Archicad possuem a capacidade para 
realizar projeto com a linguagem BIM, mudando traços, linhas e pontos por 
elementos construtivos e arquitetônicos (porta, janela, piso, telhado, forro, parede, 
terreno, vegetação, pilares estruturais e vigas). O Autodesk Revit trabalha com 
desenhos tridimensionais, ou seja, ao mesmo tempo em que se desenha uma 
parede, indicando a largura e o comprimento, é possível visualizar com apenas 
um clique a sua altura. Os desenhos virtuais em linguagem BIM possuem 
informação detalhada de cada elemento. Conforme exemplo anterior, em que se 
desenha uma parede, é possível ainda informar quais são suas camadas, qual 
será a espessura de cada uma delas e quanto de tinta ou reboco será gasto por 
metro linear. 
Além disso, existe um termo chamado interoperabilidade, que é quando um 
sistema é capaz de comunicar-se de forma transparente com outro sistema. 
Aplicando ao contexto de desenho técnico, um modelo virtual tridimensional 
arquitetônico pode ser usado também por um profissional de elétrica para exercer 
sua especialidade, proporcionando um arquivo em comum para ambos 
profissionais. O Industry Foundation Classes, conhecido como IFC, é um exemplo 
desse arquivo comum que soluciona o problema da compatibilidade, exercendo a 
função de importar e exportar objetos de um modelo tridimensional para diferentes 
softwares. 
Dentre os profissionais envolvidos no projeto, o BIM necessita de um BIM 
manager, ou administrador BIM, que atua para certificar que todos os sistemas 
 
 
13 
incluídos no processo de desenvolvimento de projeto estejam em conformidade. 
É esse agente que indicará se houve algum equívoco diante de determinado 
processo e ordenará ao profissional responsável uma possível solução. 
O sistema BIM possui inúmeras vantagens, sendo a principal delas a 
disponibilidade de dados e informações sobre o projeto, visto que deste modo é 
possível levantar questões referentes à sustentabilidade e eficiência energética 
com simulações computacionais aplicáveis à construção. 
 TEMA 4 – PÓS-OCUPAÇÃO 
“Se você ama a natureza, não viva nela!” é o título de um capítulo do livro 
A country of cities: a manifesto for urban America (2013, p. 78), de Vishaan 
Chakrabarti, que descreve a ideia de que a vida urbana é mais sustentável e mais 
ecológica do que estilos de vida suburbanos, pois demanda menos recursos e 
menos intervenções do homem no meio ambiente. 
Na discussão sobre a sustentabilidade, sempre haverá questionamentos 
sobre resiliência, qualidade e ciclo de vida, materiais duráveis, descartáveis, 
naturais e/ou autossuficientes e avanços tecnológicos. Todavia, a tecnologia é 
capaz de substituir fontes naturais por materiais sintéticos, como no caso da 
madeira plástica, desenvolvida por meio das sobras de materiais plásticos que 
resultam em uma cópia perfeita da madeira e pode ser utilizada para diversos fins. 
Nesse caso, não somente o produto final mas também seu processo de 
desenvolvimento são altamente ecológicos, pois reutilizam qualquer tipo de sobra 
ou imperfeição, além de reutilizarem toda água empregada no processo de 
manufatura do produto e aproveitarem todo tipo de plástico encontrado na 
natureza. 
Entre um prédio existente e uma nova construção, qual seria o mais 
sustentável? Às vezes uma construção hibrida é a mais adequada, declara 
Woolley et al., no livro Green building handbook (1997, p. 14). Eles se referem ao 
aproveitamento da estrutura já existente na construção, de modo que se obtenha 
maior eficiência no conforto e custos mais baixos. Ao mesmo tempo, para Clark 
(2013), em What colour is your building?, a edificação pode ser reformada para 
obter menor consumo de energia. As reformas são menos arriscadas, 
especialmente quando a economia está desfavorável (Lookwood, 2009). Outro 
ponto positivo das reformas é a possibilidade de modernização não somente da 
 
 
14 
edificação em questão, mas no emprego de materiais ecologicamente corretos 
(Edwards, 2014). 
A adaptação de equipamentos eficientes e práticas que resultam em 
economia de energia e água em edifícios é chamada de comissionamento, e este 
é dividido em três tipos: comissionamento para edifícios novos, 
retrocomissionamento para edifícios existentes e recomissionamento para 
qualificação dos equipamentos que já foram instalados. A equipe de 
comissionamento de um empreendimento é formada por um líder, o proprietário, 
o administrador do edifício, arquitetos e engenheiros responsáveis pelo projeto, 
especialistas nos sistemas aplicados e profissionais encarregados pela 
manufatura, manutenção, controle e instalação dos equipamentos. Esses 
profissionais são denominados stakeholders ou agentes tomadores de decisão, 
conforme a certificação LEED. 
O objetivo dessa prática é garantir o pleno funcionamento dos materiais e 
acessórios apresentados na fase de projeto e instalados na fase de construção. 
O acompanhamento é realizado com suporte da certificação escolhida, LEED ou 
AQUA, por cinco anos após a ocupação do empreendimento, servindo para 
certificar e verificar a eficiência dos processos sustentáveis empregados. No 
entanto, para pleitear a certificação de uma edificação existente é de suma 
importância a automação dos equipamentos elétricos e de condicionamento de 
ar, visto que é necessária a documentação dos dados obtidos para análise de 
eficiência energética. No caso da qualidade do ambiente interno, informações 
referentes aos expedientes de trabalho e sua relação com o uso de energia, 
aproveitamento de luz externa e temperatura confortável para o usuário são 
essenciais. 
Outro ponto positivo do comissionamento é a possibilidade de o proprietário 
ou empreendedor acompanhar os gastos do edifício de forma a detalhar qual 
produto ou equipamento está prejudicando o orçamento e, consequentemente, 
melhorar a qualidade dos equipamentos desses fornecedores. 
Quando o assunto é orçamento, o investidor procura entender antes 
mesmo da realização da certificação o quanto o empreendimento construído irá 
corresponder ao que foi proposto, seja pela compra de materiais de primeira linha 
seja pelos métodos inovadores no processo da construção. Essa preocupação é 
denominada tempo de payback, ou seja, a quantidade de tempo em que as 
aplicações vão retornar financeiramente ao investidor. 
 
 
15 
Por meio do uso de softwares como os citados anteriormente, tais como o 
EnergyPlus, a equipe de projeto advoga para a implementação de peças e 
produtos inovadores com simulações que comprovem a eficácia pretendida e 
gráficos demonstrativos de diferentes cenários de investimento, por exemplo: 
 Cenário A: prédio de 4 andares, proposta de aplicar telhado verde intensivo 
no qual há acesso de pessoas, custandocerca de R$1.000 por m². O 
objetivo é reduzir os custos de energia no 4º andar advindos do sistema de 
condicionamento de ar e armazenar a água da chuva para reutilizá-la para 
limpeza do edifício. 
 Cenário B: mesmo empreendimento, porém, ao invés da aplicação de 
telhado verde, a superfície do último andar será pintada de tinta branca. 
Em ambos os cenários, há iniciativas sustentáveis, entretanto, o que os 
diferencia é o tempo de payback. No cenário A, o investimento de R$ 1.000 por 
m² implicará benefícios como redução na conta de energia no último pavimento, 
por meio da manutenção da temperatura interna, e reutilizará a água pluvial para 
limpeza, utilizando a água da rede pública apenas para uso domiciliar, reduzindo, 
assim, o custo da conta de água do edifício. O montante investido se pagará em 
torno de um ano. 
Já no cenário B, o benefício será exclusivamente a diminuição da massa 
de calor no telhado, possibilitando reduções na massa térmica de 2 a 3°C. 
Enquanto isso, o telhado verde é capaz de diminuir cerca de 7 a 11°C, 
contribuindo de forma mais significativa para a redução dos efeitos de ilhas de 
calor, um fenômeno climático que ocorre devido ao aumento da temperatura de 
uma área urbana comparada à zona rural. 
Dessa forma, por meio da simulação, o investidor entende qual escolha traz 
o melhor benefício a curto ou longo prazo. Vale lembrar que é papel do profissional 
envolvido na proposta da sustentabilidade explicar quais são as vantagens da 
adoção dessas práticas, abrangendo isenções tarifárias e descontos de impostos, 
reduções de custos de energia e água em longo prazo, além de propor 
construções inovadoras capazes de remodelar o mercado e incentivar a educação 
dos agentes colaboradores da construção, como mestres de obras, pedreiros, 
pintores, instaladores, entre outros. 
TEMA 5 – TENDÊNCIAS E PROJEÇÕES 
 
 
16 
Marcos Didonet, o idealizador do grande evento brasileiro de 
sustentabilidade Green Nation, ao ser questionado sobre o futuro das empresas 
e a “moda” da sustentabilidade, afirmou que a “sustentabilidade deixou de ser 
moda para virar necessidade das empresas” (Faustino, 2019). 
Atualmente, devido à concorrência do mercado, empresas buscam 
aparecer de “cara nova” para seus clientes e uma das intenções é se mostrar uma 
empresa consciente ecologicamente. No entanto, como vimos, a comprovação da 
real consciência ambiental é adquirir uma certificação sustentável, seja ela ISO 
14001 para negócios ou LEED para empreendimentos. Há uma expressão 
chamada greenwashing, ou lavagem verde em tradução livre, que se refere à ação 
de empresas que mascaram a sustentabilidade e utilizam a sustentabilidade sem 
a devida comprovação, apenas para sua propaganda. 
“Hoje, você nem é autorizado a exportar produtos se não tiver o ISO 14001, 
normas de gestão ambiental. E a consequência é que vemos o público geral indo 
mais atrás de artigos saudáveis para consumir” (Faustino, 2019). Prova disso são 
atitudes como a da empresa Ambev, que prometeu ter 100% de suas bebidas 
comercializadas em embalagens retornáveis ou feitas de material reciclado até 
2025. 
Em relação ao mercado imobiliário, a tendência é aproveitar as construções 
existentes de modo que transformem seus padrões de utilização, incentivando a 
preservação de edifícios históricos e promovendo o acesso de diferentes públicos 
para esses prédios. Exemplo vitorioso disso é a revitalização do @22 em 
Barcelona, Espanha, um bairro chamado distrito 22. Este é característico por ter 
uma série de indústrias do ramo têxtil que aos poucos ia sendo desvalorizado 
devido à insegurança, baixo índice de habitação e desemprego alto, porém 
transformou-se em um bairro moderno e inovador. O projeto de revitalização do 
@22 desenvolveu-se motivado pelas Olimpíadas de 1992, quando a prefeitura de 
Barcelona incentivou mudanças que contribuíssem para aspectos econômicos, 
sociais e ambientais da cidade. Dessa forma, o distrito 22 transformou-se em um 
bairro com propósito de incentivar conexões entre público e privado e de áreas 
verdes coletivas de forma que atraíssem investidores, instituições e serviços. 
5.1 Retrofit 
Outra causa da reutilização de prédios existentes é a falta de terrenos livres 
em áreas nobres, como acontece no Rio de Janeiro, Nova York, Lisboa e Paris. 
https://epocanegocios.globo.com/palavrachave/ambev/
 
 
17 
Nesses casos, o retrofit é a maneira mais econômica e sustentável para o 
empreendedor. O retrofit, conforme imagem ilustrada a seguir, é a sinergia entre 
prédios existentes e equipamentos novos, isto é, a modernização de uma 
construção existente. No entanto, deve-se ter cuidados referentes à estrutura e à 
estética, a fim de manter as características originais da época construída, como 
no caso de edifícios tombados. 
Figura 4 – Exemplo de retrofit 
 
Crédito: Canetti/Shutterstock. 
A adoção do retrofit se justifica, pois ocorre o aproveitamento da 
infraestrutura existente no terreno e no entorno de sua localização, possibilita 
menos impactos ao cotidiano causados pela movimentação de caminhões 
transportando materiais e proporciona redução no custo da construção em 
comparação à demolição e construção do empreendimento. 
Conforme Vale (2006), existem níveis de intervenções em construções 
existentes, a saber: 
 Retrofit leve: quando a intervenção realiza mudanças nas peças de 
revestimento interno e consertos em equipamentos e acessórios contidos 
no empreendimento, como encanamento, fiação etc. 
 Retrofit médio: além de realizar o nível leve, também intervém na troca de 
instalações do edifício e propõe mudanças na fachada. 
 Retrofit pesado: propõe mudanças no layout (desenho com objetivo 
organizacional por meio de uma planta-baixa) que englobam a 
reorganização de ambientes, substituição do telhado e etapas anteriores. 
 
 
18 
 Retrofit excepcional: utilizado em edifícios tombados ou localizados em 
áreas protegidas. 
 5.2 Construção modular 
Além do retrofit, a construção modular é uma solução para aumentar a 
produtividade do terreno de obra, exigindo menos tempo nas etapas, 
racionamento de recursos, previsibilidade dos custos, eliminação de desperdícios 
e pode ser aplicada em empreendimentos comerciais e residenciais. É o método 
ideal para conjuntos habitacionais, pois as estruturas são projetadas na indústria 
para apenas serem montadas dentro da obra, conforme figura a seguir. 
Figura 5 – Construções modulares 
 
Crédito: Brizmaker/Shutterstock 
Do mesmo modo, a construção modular oferece de forma instantânea o 
tipo de desenho arquitetônico que será construído, ultrapassando fases de 
conhecimento, descobrimento e desenvolvimento do projeto, e resultando ao 
cliente optar por projetos em catálogos. Este método provoca ao mercado certa 
desconfiança, pois retira do profissional a possibilidade de criar um projeto 
singular. Entretanto, esse tipo de construção não utiliza apenas o sistema pré-
fabricado de concreto, mas proporciona também a construção com módulos de 
steel frame (estrutura de aço) e wood frame (estrutura de madeira), conforme 
figuras a seguir. 
 
 
 
 
19 
Figura 2 – Steel frame 
 
Crédito: Welcomia/Shutterstock. 
 
Figura 3 – Wood frame 
 
Crédito: Ungvar/Shutterstock. 
As construções de casas em estrutura steel frame são destaque pela 
precisão de orçamento da obra, pois o projeto é feito pelo método de montagem 
de peças, resultando em uma obra ágil e limpa por meio de tecnologia de 
informação. O projeto possibilita ainda a redução em custos de contratos com 
colaboradores da obra e prevê aceleração na entrega em até seis vezes, 
tornando-a mais eficiente do que uma obra de alvenaria (tijolo) comum. 
Outro atrativo refere-se à escolha dos materiais que serão empregados na 
construção, pois, por meio de rigorosos controles referentes ao seu ciclo de vida 
e resistência a intempéries, o material é certificadopara ser empregado na obra, 
isto é, o material passa por testes de qualidade dentro da indústria para 
futuramente estar preparado para a montagem na construção. 
 
 
20 
A construção modular é considerada um método sustentável de obra, pois 
elimina desperdício de materiais, não utiliza água na construção e permite a 
escolha de diferentes materiais com selos ecologicamente corretos. 
A composição de uma construção steel frame é formada por: 
 Fundação: composta por fundação rasa, tipo sapata corrida, aliada a uma 
plataforma com vigamento que suporta o peso das paredes. 
 Paredes: as paredes neste tipo de construção são estruturais, pois 
transmitem os pesos até a fundação. São compostas por perfis metálicos e 
placas Oriented Strand Board (OSB), permitindo entre eles a inserção de 
instalações elétricas e hidráulicas, assim como isolamento térmico e 
acústico. Seu revestimento pode ser externo ou interno de tijolo aparente, 
argamassa, cerâmico, porcelanato, painéis de madeira ou cimentícios. 
 Lajes: os pisos são formados por vigas ou treliças acopladas nas paredes 
estruturais. Sua instalação pode ser feita por placa cimentícia e madeira, 
ou por placas OSB sobrepostas por mantas impermeabilizantes e 
contrapiso armado. Os revestimentos externo e interno podem ser parquet, 
laminado, carpete, cerâmicos, porcelanatos, granitos ou mármores. As 
instalações e isolamentos são colocados abaixo do piso e entre as vigas 
de fundação. 
 Telhado: é composto por uma estrutura de vigas que suporta o próprio peso 
e as cargas acidentais, como chuva e vento. Sua cobertura é constituída 
de telhas cerâmicas, de preferência tipo Shingle, pois são leves e 
econômicas, placas OSB e isolamento termo acústico. 
 Instalações: a vantagem do steel frame é a facilidade da instalação dos 
sistemas elétrico e hidráulico, porém anteriormente às paredes. Estes 
possibilitam a fácil manutenção futuramente, já que há planejamento prévio 
do sistema e a estrutura da parede possibilita reparo sem comprometê-la. 
 Forro: pode ser aplicado facilmente como as construções convencionais, 
podendo ser de gesso, madeira ou PVC. 
 Isolamento térmico e acústico: os isolantes podem ser aplicados em 
paredes internas e externas, forros e telhados, de acordo com o projeto e 
com a característica do produto vide o fabricante. Podem ser de lã de vidro, 
lã de rocha, fibras de poliéster, poliestireno expandido ou poliuretano. Além 
disso, há especificações quanto aos isolamentos de radiação solar, pois 
devem estar locados entre o telhado e o interior, afinal, têm a função de 
 
 
21 
bloquear a radiação e proporcionar ganhos com o isolamento térmico das 
paredes da edificação. Há também as barreiras de umidade, as quais, ao 
mesmo tempo em que permitem a saída de ar de dentro da casa, evitam 
que as paredes e os isolamentos sofram com a ação da água e o 
surgimento de mofo ou fungo no interior da edificação. 
 Janelas e esquadrias: as janelas são fixadas na estrutura de aço das 
paredes e podem pertencer à estrutura da parede, isto é, serem montadas 
na estrutura da parede dentro da fábrica. Pode-se também instalar janelas 
do tipo convencionais. 
 
 
5.3 Domótica 
A tecnologia da automação surge da ideia da programação de processos 
automáticos desenvolvidos para atuar em indústrias, porém posteriormente 
empregados em residências norte-americanas. Essa tecnologia, dentro da área 
da construção, primeiramente procurou controlar elementos da casa, como 
iluminação, climatização e segurança. 
Para que ocorra o controle de tais aparelhos, é necessário que a rede 
elétrica transmita informações para um módulo. Este é chamado protocolo X10, 
criado em 1975 na Escócia. Por meio do protocolo X10, inserido na rede da 
residência, a informação digital é transmitida para um controle remoto, 
possibilitando ao usuário as ações de on/off do aparelho e controle de intensidade 
de luz ou temperatura, 
Hoje, a automação de equipamentos dentro de uma residência é definida 
como domótica, a qual objetiva simplificar a vida dos moradores exigindo menos 
esforço para atividades diárias e propondo um ambiente seguro, confortável e 
comunicativo. Dentre as aplicações envolvidas, pode-se citar: 
 áudio: som ambiente e home theater; 
 comunicação: telefone, internet, televisão e media center; 
 visualização: luzes gerais e focais, motorização de cortinas, persianas e 
toldos, janelas, vidros inteligentes, desembaçadores de espelhos, câmeras 
de segurança e monitoramento de imagens; 
 
 
22 
 controle: climatização, pisos aquecidos, irrigação automatizada, 
fechaduras elétricas, pontos de tomada, quadros de controle, redes sem 
fio, pontos de bluetooth e central de conexão. 
Figura 4 – Aplicações da automação 
 
Crédito: Mangpor2004/Shutterstock. 
As vantagens da tecnologia domótica estão no planejamento de uma 
configuração de ambiente ideal que possibilite ao usuário a escolha de padrões 
para determinada atividade, seja ambiente para relaxamento, com luzes mais 
aconchegantes e clima mais quente, ou até mesmo configurar para que a casa 
consuma a menor quantidade de energia possível, conforme ilustra figura a seguir. 
Figura 5 – Domótica 
 
Crédito: Brian A Jackson/Shutterstock. 
Com vista à certificação, a utilização da domótica é um beneficio essencial, 
pois gera redução dos custos de 30% e possui retorno de investimento de cerca 
de dois anos após aplicado. Além do funcionamento passivo, no qual o objeto 
responde conforme a ação dada pelo usuário, por exemplo, redução do volume 
ou diminuição da quantidade de luz no ambiente, há o funcionamento automático. 
 
 
23 
Este é necessário para a certificação de um edifício sustentável, no qual, por meio 
de sensores, o sistema interpreta e reage conforme as circunstâncias, como no 
caso de uma indesejada janela aberta que fará com que o ambiente perda calor. 
Dessa forma, o sistema alerta o usuário por meio de seu smartphone e 
automaticamente o condicionamento de ar irá trabalhar para reaquecer o 
ambiente. Além disso, esse sistema inteligente é capaz de armazenar as 
informações para futuras análises do empreendedor, morador ou fabricante. 
Além de priorizar o conforto do usuário, a automação busca impactar no 
mercado da inclusão, ou seja, uma automação inclusiva. Esta tecnologia tem o 
papel de garantir a saúde, segurança e autonomia para o bem-estar de moradores 
que possuem dificuldades motoras ou incapacidades físicas. Também existe um 
mercado próspero chamado silver market, que consiste em produtos ou serviços 
desenvolvidos para pessoas acima dos cinquenta anos e idosos. Esse mercado 
cresce exponencialmente, afinal, conforme o IBGE, a população idosa no Brasil 
em 2017 alcançou marca de 13,5% e deverá crescer para 17,5% em dez anos. 
Conforme citado, o protocolo usado nas primeiras edificações foi o X10, o 
qual, com auxilio dos cabos da rede elétrica, transmite informações para a 
automação. Entretanto, existem alternativas mais eficientes e mais tecnológicas, 
como o Zigbee, dispositivo de comunicação que controla equipamentos por meio 
de sensores em uma residência. Desenvolvido pela Zigbee Alliance, tem atuação 
na indústria, área médica, científica e, principalmente, no conceito de Internet of 
Things (internet das coisas). 
Este módulo realiza suas operações de modo wireless, isto é, sem a 
utilização de fios elétricos, possui baixo consumo de energia, baixo custo de 
mercado, baixo consumo de dados e baixa latência. 
Pode ser integrado a qualquer tipo de rede, seja: 
 Estrela: quando há um roteador transmitindo informações para aparelhos 
ou equipamentos eletrônicos, denominados end devices (aparelhos finais). 
Exemplo: roteador de uma residência que transmite sinal wi-fi para 
diferentes dispositivos, como celular e notebook. 
 Cluster tree (aglomerado): há pontos coordenadores dispersos que 
definem qual canal de comunicaçãoserá enviado aos roteadores para 
depois transmitir aos end devices. Exemplo: em um edifício comercial, há 
a central de mídia que recebe o sinal de um provedor externo, envia para 
 
 
24 
os roteadores em diferentes andares e é disponibilizado o sinal para os 
aparelhos. 
 Mesh (malha): a rede mesh permite trabalhar de forma autossuficiente, 
criando vários caminhos de pontos coordenadores para roteadores. 
Exemplo: quando todos os pontos podem rotear os dados. 
As principais aplicações do protocolo são: 
 automação residencial e comercial; 
 controle predial: segurança, controle de acesso e iluminação; 
 controle remoto de eletrônicos; 
 periféricos para computador, como teclado, mouse ou joystick para jogos 
eletrônicos; 
 controle industrial: gerenciamentos e controle de processos; 
 saúde pessoal: monitoramento de pacientes e acompanhamento de 
exercício físico. 
Outro protocolo existente no mercado é o EnOcean, única tecnologia 
aplicada para automação predial, smarthomes e Internet of Things sem fio que 
funciona sem auxílio da rede elétrica ou baterias. Conforme o artigo “EnOcean – 
The world of energy harvesting wireless technology” (o mundo da tecnologia sem 
fio de coleta de energia) (EnOcean, 2016), a energia pode ser encontrada em 
qualquer lugar: no movimento da porta, janelas ou equipamentos, na vibração de 
motores, nas trocas de temperatura ou nas variações de luminosidade. Essas 
fontes de energia geralmente não são aproveitadas, deste modo, o protocolo 
EnOcean tem o princípio do reaproveitamento por meio da captação por luz, 
temperatura e movimento para usar em dispositivos eletrônicos ou nas 
transmissões de sinal sem fio. 
A captação de energia por movimento funciona por meio de um dínamo 
convertendo energia mecânica em energia elétrica, por exemplo, uma usina 
hidroelétrica ou um carrinho de brinquedo de puxar. A captação por luz, tanto 
externa quanto interna, opera por miniaturas de módulos solares com dimensão 
de 13 milímetros por 35 milímetros. Por fim, a captação por temperatura ocorre 
por meio de módulos Peltier, que são pastilhas termoelétricas quadradas que 
trabalham como uma bomba de calor, isto é, podem retirar o calor do ambiente e 
produzir energia por meio de um conversor. 
 
 
 
25 
REFERÊNCIAS 
CHAKRABARTI, V. A country of cities: a manifesto for an urban America. 1. ed. 
São Paulo: Metropolis Books, 2013. 
CLARK, D. H. What Colour is your Building? Measuring and reducing the energy 
and carbon footprint of buildings. Londres: RIBA, 2013. 
EDWARDS, B. Rough guide to sustainability: a design primer. 4. ed. Londres: 
RIBA, 2014. 
ENOCEAN – The world of energy harvesting wireless technology. EnOcean, 
2016. Disponível em: <https://www.enocean.com/en/technology/energy-
harvesting/>. Acesso em: 25 nov. 2019. 
FAUSTINO, R. Sustentabilidade deixou de ser moda para virar necessidade das 
empresas Época Negócios, 2019. Disponível em: 
<https://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2019/03/sustentabilidade-deixou-
de-ser-moda-para-virar-necessidade-das-empresas.html>. Acesso em: 25 nov. 
2019. 
LOCKWOOD, C. Building Retro Fits. Urban Land, 2009. Disponível em: 
<https://www.esbnyc.com/sites/default/files/uli_building_retro_fits.pdf>. Acesso 
em: 25 nov. 2019. 
WOLLEY, T. Green building handbook. New York: Routledge, 1997.

Outros materiais