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A Agricultura Familiar no Brasil A agricultura familiar tem se destacado no cenário nacional devido a sua importância na garantia da segurança alimentar e nutricional dos brasileiros. Diante desta realidade incontestável, políticas públicas de fomento têm sido direcionadas a esta parcela da sociedade no intuito de maximizar o potencial de produção destes agricultores e possibilitar a permanência de grande parte das famílias no campo, bem como a continuidade da produção de alimentos, que abastece os mercados locais e nacionais. Dentro deste cenário, o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA merece especial atenção entre as políticas de assistência técnica e extensão rural, tendo em vista que os agricultores familiares formalmente organizados em suas cooperativas e associações sempre careceram de políticas públicas direcionadas a melhorar e ampliar a comercialização de seus produtos, principalmente, políticas que levassem em consideração suas particularidades como agricultores familiares como é o caso do PAA Doação Simultânea. A agricultura familiar é responsável por abastecer grande parte do mercado consumidor, dinamizando tanto a estrutura econômica, como social do país. Dados do Censo Agropecuário de 2006 do IBGE, publicado em 2009, revelam que o setor emprega aproximadamente 75% da mão-de-obra no campo, sendo diretamente responsável pela segurança alimentar dos brasileiros. E isso pode ser percebido em números, pois os agricultores familiares produzem 70% do feijão, 87% da mandioca, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e, ainda, 21% de trigo consumido no país. O mais interessante é que apesar de ocupar apenas um quarto da área, ou seja, 24,3% dos estabelecimentos agropecuários totais conseguem responder por 38% do valor da produção, o que equivale em reais a R$ 54,4 bilhões. Isso significa dizer que, mesmo cultivando uma área menor, produz diversificadas culturas em quantidades significativas, além de contribuir para o aumento da produção animal. Caio Galvão de França, quando Coordenador Geral do Núcleo de EstudosAgrários e Desenvolvimento Rural/Ministério do Desenvolvimento Agrário(NEAD/MDA) salientou que: “A dinâmica das transformações das atividades agropecuárias e das demais ações a ela vinculadas tem exigido dos setores públicos e privados o contínuo aperfeiçoamento de instrumentos de análise para orientar as suas decisões, principalmente no que diz respeito ao planejamento das políticas públicas que visam à obtenção da segurança alimentar, à geração de emprego e renda e ao desenvolvimento local em bases sustentáveis e eqüitativas”. Dessa forma, o Programa de Aquisição de Alimentos favorece o homem do campo, oferecendo reais oportunidades de comercialização da produção através das compras governamentais, com contratos que são elaborados com base na realidade local, minimizando assim muitas vezes, as perdas por falta de canais de comercialização. Por outro lado, o programa garante a segurança alimentar e nutricional com a doação dos produtos da agricultura familiar às entidades públicas locais de assistência social, como creches, escolas, asilos, igrejas e associações comunitárias. De acordo com o comunicado CONAB/MOC N.º 019, DE 01/09/2014, para participação no programa através de DAP Física, cada agricultor poderá comercializar no máximo de R$ 8.0500,00 reais ano por unidade familiar/ano civil. Quando a participação for por meio de DAP Jurídica, ou seja, através de organizações fornecedoras, o valor máximo para comercialização é de R$ 2 milhões de reais por organização proponente, ou seja, por cooperativa ou associação. A DAP jurídica é obtida por meio das organizações proponentes que tenham mais de 70% do número de associados agricultores familiares com suas respectivas DAP’s. Destaca- se que, conforme o item 6, letra “d” do MOC, o beneficiário fornecedor que acessar a modalidade Compra com Doação Simultânea, independente do valor, não poderá acessar a mesma modalidade via Termo de Adesão com Estados e Municípios, nem por meio de cooperativa, nem individualmente. Nota-se que é uma política pública de fomento, tanto do desenvolvimento da produção de alimentos pelos agricultores familiares, como para o fortalecimento do associativismo/cooperativismo, além de garantir a segurança alimentar e nutricional da população carente. Estas organizações por sua própria natureza associativista, são visualizadas como instrumentos para operacionalizar esta política pública, onde são diretamente beneficiados os associados, que já possuem para onde direcionar o fruto de seu trabalho, assim como os indivíduos que se encontra em condições de insegurança alimentar e nutricional. Declaração de Aptidão ao PRONAF Devido a heterogoneidade dos públicos capacitados por este curso, abrangendo desde membros do CONSEA, agentes de ATER, diretores de cooperativas e associações e pessoas leigas interessadas a obter maiores informações sobre o PAA, tivemos inúmeras dúvidas postadas pelos cursistas nos fóruns sobre a Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP), por isto, sem a pretensão de esgotar o tema, trazemos esta temática para este curso. Para participar do Programa de Aquisição de Alimentos, o produtor deve ser identificado como Agricultor Familiar ou acampado. Essa qualificação é comprovada por meio da Declaração de Aptidão ao PRONAF – DAP. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar de acordo com o capítulo 10 do Manual de Crédito Rural enquadra os produtores rurais familiares nos grupos a seguir especificados, comprovados mediante “Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP)”: (Res 3206; Res 3375 art 1º IX/XIII; Res 3383 art 1º I/III, § 1º). Classificação dos produtores rurais ao Pronaf participantes do PAA: Grupo A a) agricultores familiares assentados pelo Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) ou beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) que não foram contemplados com operação de investimento sob a égide do Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária (Procera) ou que ainda não foram contemplados com o limite do crédito de investimento para estruturação no âmbito do Pronaf; b) estão incluídos no Grupo “A” de que trata a alínea anterior os agricultores familiares reassentados em função da construção de barragens para aproveitamento hidroelétrico e abastecimento de água em projetos de reassentamento, desde que observado o disposto na Lei nº 4.504, de 30/11/1964, especialmente em seus arts. 60 e 61, bem como no art. 5º, caput e incisos II, III e IV, do Decreto nº 3.991, de 30/10/2001, e ainda as seguintes condições: I – não detenham, sob qualquer forma de domínio, área de terra superior a um módulo fiscal, inclusive a que detiver o cônjuge e/ou companheiro(a); II – tenham recebido, nos 12 (doze) meses que antecederem à solicitação de financiamento, renda bruta anual familiar de, no máximo, R$14.000,00 (quatorze mil reais); III – tenham sido reassentados em função da construção de barragens cujo empreendimento tenha recebido licença de instalação emitida pelo órgão ambiental responsável antes de 31/12/2002; IV – a DAP seja emitida com a observância da regulamentação da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e confirme a situação de agricultor familiar reassentado em função da construção de barragens e a observância das condições referidas nesta alínea; Grupo B Agricultores familiares que: I – explorem parcela de terra na condição de proprietário, posseiro, arrendatário ou parceiro; II – residam na propriedade ou em localpróximo; III – não disponham, a qualquer título, de área superior a 4 (quatro) módulos fiscais, quantificados segundo a legislação em vigor; IV – obtenham, no mínimo, 30% (trinta por cento) da renda familiar da exploração agropecuária e não agropecuária do estabelecimento; V – tenham o trabalho familiar como base na exploração do estabelecimento; VI – tenham obtido renda bruta familiar nos últimos 12 (doze) meses que antecedem a solicitação da DAP, incluída a renda proveniente de atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora dele, por qualquer componente da família, de até R$6.000,00 (seis mil reais), excluídos os benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de atividades rurais; Agricultores Familiares (Antigos grupos C, D e E) Agricultores familiares que: I – explorem parcela de terra na condição de proprietário, posseiro, arrendatário, parceiro ou concessionário do PNRA; II – residam na propriedade ou em local próximo; III – não disponham, a qualquer título, de área superior a 4 (quatro) módulos fiscais, quantificados segundo a legislação em vigor; IV – obtenham, no mínimo, 70% (setenta por cento) da renda familiar da exploração agropecuária e não agropecuária do estabelecimento; V – tenham o trabalho familiar como predominante na exploração do estabelecimento, utilizando apenas eventualmente o trabalho assalariado, de acordo com as exigências sazonais da atividade agropecuária, podendo manter até 2 (dois) empregados permanentes; VI – tenham obtido renda bruta familiar nos últimos 12 (doze) meses que antecedem a solicitação da DAP acima de R$6.000,00 (seis mil reais) e até R$110.000,00 (cento e dez mil reais), incluída a renda proveniente de atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora dele, por qualquer componente da família, excluídos os benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de atividades rurais; Grupo A/C Agricultores familiares assentados pelo PNRA ou beneficiários do PNCF, que: I – apresentem DAP para o Grupo “A/C”, fornecida pelo Incra para os beneficiários do PNRA ou pela Unidade Técnica Estadual ou Regional (UTE/UTR) para os beneficiados pelo PNCF; II – já tenham contratado a primeira operação no Grupo “A”; III – não tenham contraído financiamento de custeio, exceto no Grupo “A/C”. São também beneficiários São também beneficiários e se enquadram como agricultores familiares do Pronaf, exceto nos grupos “A” e “A/C”, desde que tenham obtido renda bruta familiar nos últimos 12 (doze) meses que antecedem a solicitação da DAP até R$110.000,00 (cento e dez mil reais), incluída a renda proveniente de atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora dele, por qualquer componente da família, excluídos os benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de atividades rurais e não mantenham mais que 2 (dois) empregados permanentes: a) pescadores artesanais que se dediquem à pesca artesanal, com fins comerciais, explorando a atividade como autônomos, com meios de produção próprios ou em regime de parceria com outros pescadores igualmente artesanais; b) extrativistas que se dediquem à exploração extrativista ecologicamente sustentável; c) silvicultores que cultivem florestas nativas ou exóticas e que promovam o manejo sustentável daqueles ambientes; d) aqüicultores, maricultores e piscicultores que se dediquem ao cultivo de organismos que tenham na água seu normal ou mais freqüente meio de vida e que explorem área não superior a 2 (dois) hectares de lâmina d’água ou ocupem até 500 m³ (quinhentos metros cúbicos) de água, quando a exploração se efetivar em tanque-rede; e) comunidades quilombolas que pratiquem atividades produtivas agrícolas e/ou não- agrícolas e de beneficiamento e comercialização de produtos; f) povos indígenas que pratiquem atividades produtivas agrícolas e/ou não-agrícolas e de beneficiamento e comercialização de seus produtos; g) agricultores familiares que se dediquem à criação ou ao manejo de animais silvestres para fins comerciais, conforme legislação vigente. Como obter a DAP: • Para a maior parte dos agricultores familiares a DAP pode ser obtida junto a instituições previamente autorizadas, entre elas as entidades oficiais de assistência técnica e extensão rural ou as Federações e Confederações de Agricultores, por meio de seus sindicados. • Para públicos específicos, a DAP também pode ser fornecida por outras organizações como: a FUNAI, para populações indígenas; a Fundação Cultural Palmares, para populações remanescentes de Quilombos; a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca ou Federação de Pescadores e suas colônias filiadas, para pescadores. No caso de assentados, compete ao INCRA a emissão da Declaração. Fonte: Site do Ministério do Desenvolvimento Social, 2010. A AGRICULTURA FAMILIAR E A NOVA LEI 11.947/09 A agricultura familiar enfrenta várias dificuldades que não são fáceis de serem superadas. Há muito que aprender, aprimorar e inovar para ter maior desempenho e lutar na direção do crescimento almejado. Apesar de todas as dificuldades e desafios, o pequeno agricultor vem aproveitando a crescente demanda nacional e mundial, principalmente por produtos agroecológicos e orgânicos. É nessa luta por um caminho mais promissor que os pequenos agricultores se organizam por meio de associações ou cooperativas, buscando no coletivo a oportunidade de expandir seus negócios, conseguindo melhores preços nos produtos e descobrindo novas oportunidades. Assim, as cooperativas e associações da agricultura familiar, conseguem concorrer no mercado, oferecendo produtos com melhores preços aos associados e ao mercado. Atualmente, é fácil perceber o quanto esses agricultores ao se unirem a um sistema associativista são beneficiados, juntos conseguem maiores destaques no mercado e expandem seus negócios. Novas oportunidades estão sendo descobertas e outras oferecidas às mesmas, uma delas teve início a poucos meses através da Lei 11.947/09. A partir desta nova lei, os pequenos agricultores podem repassar seus produtos para serem consumidos na merenda escolar, já que ficou estabelecido que no mínimo 30% dos alimentos devem ser adquiridos da agricultura familiar. Com isso essas famílias poderão desfrutar de uma situação mais estável, não passando pelas dificuldades na venda de seus produtos, garantindo uma renda fixa todo mês, além de inúmeros outros benefícios. Estima-se que, com essa medida, em torno de 250 mil famílias agricultoras serão beneficiadas diretamente. Com a lei, a previsão é de que por volta de 47 milhões de alunos da rede pública de ensino de todo o País terão a oportunidade de consumir produtos oriundos da agricultura familiar [Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)]. É uma grande oportunidade para alavancar a agricultura familiar, uma vez que a compra é garantida pelo governo, porém temos que avançar no planejamento da produção, diminuir as incertezas e abrir novos canais de comercialização. Por exemplo, é preciso criar mecanismos para que o produtor consiga entregar os produtos no tempo hábil ou substituir por outro equivalente e esta é uma tarefa que o produtor não conseguirá resolver de maneira isolada, ou seja, é preciso um esforço conjunto entre governo, escolas participantes e os produtores da agricultura familiar. O PAA Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB (http://www.conab.gov.br/conabweb/), uma das entidades responsável pela operacionalização do programa em todo o território nacional, o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA foi Instituído pelo artigo 19 da Lei nº 10.696de 2 de julho de 2003 (clique aqui e baixe a Lei), regulamentado pelo Decreto nº 6.447 de 7 de maio de 2008 (clique aqui e baixe o decreto) e pelo Decreto nº 6.959 de 15 de setembro de 2009 (clique aqui e baixe o decreto) que fortaleceu o Programa estabelecendo novos limites para a comercialização dos agricultores familiares. O PAA é uma das ações do Fome Zero e tem como objetivos: • Garantir o acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e regularidade necessárias às populações em situação de insegurança alimentar e nutricional; • Contribuir para formação de estoques estratégicos; • Promover a inclusão social no campo, por meio do fortalecimento da agricultura familiar. Segundo dados da CONAB, desde o início do Programa, foram adquiridos 929,496 mil toneladas de alimentos, comprados pelo Governo Federal de 350 mil agricultores familiares, sendo possível o atendimento de cerca de 15 mil entidades que atendem diretamente pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional. O PAA está presente em aproximadamente 3,5 mil municípios brasileiros. http://www.cursoscooperativistas.com.br/portal/moodle/file.php/6/Elaboracao_do_Projeto/L10696_decreto_PAA.pdf http://www.cursoscooperativistas.com.br/portal/moodle/file.php/6/Elaboracao_do_Projeto/Decreto_N_6959_novos_limites_PAA.pdf http://www.cursoscooperativistas.com.br/portal/moodle/file.php/6/Elaboracao_do_Projeto/Decreto_n6447-regulamento_grupo_gestor.pdf PÚBLICO ALVO E LIMITE DOS PROJETOS O público alvo do PAA são agricultores familiares enquadrados no Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), bem como aqüicultores, pescadores artesanais, silvicultores, extrativistas, indígenas, membros de comunidades remanescentes de quilombos e agricultores assentados. O limite de aquisições é definido pelo Decreto n° 6959 de 15 de setembro de 2009, que regulamenta atualmente o PAA e pelo título 30 do Manual de Operações da CONAB – MOC, onde estabalece que o valor máximo de aquisições é de no máximo R$ 8.000,00 (oito mil) ao ano, quando acessar duas modalidades do Programa. MODALIDADES DO PAA O foco deste curso será a modalidade Formação de Estoque pela Agricultura Familiar (PAA Formação de Estoque), porém, para fins didáticos e até mesmo para que as associações e cooperativas possam visualizar futuras oportunidades, em novos projetos, apresentamos a seguir todas as modalidades do PAA: COMPRA DIRETA O que é? Modalidade voltada à aquisição da produção da agricultura familiar em situação de baixa de preço ou em virtude da necessidade de atendimento as demandas por alimentos de populações em condição de insegurança alimentar. Nessas situações, a CONAB pode adquirir e receber os produtos das cooperativas/associações, não ocorrendo uma doação direta, como ocorre no caso do PAA Doação Simultânea. A Compra Direta é empregada na aquisição de produtos e na movimentação de safras e estoques, adequando a disponibilidade de produtos às necessidades de consumo e cumprindo um importante papel na regulação de preços. Como funciona? A modalidade é operacionalizada pela CONAB que pode, inclusive, abrir Pólos Volantes de Compras a fim de aproximar-se das localidades onde os produtos estão disponíveis. O produto in natura deverá estar limpo, seco, enquadrado nos padrões de identidade e qualidade estabelecidos pelo Ministerio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(MAPA). O produto beneficiado deverá ser acondicionado nos padrões estabelecidos pelos Órgãos competentes e entregue nos Pólos de Compra (Unidades Armazenadoras próprias ou credenciadas, indicadas pela Conab) ou nos Pólos Volantes de Compra. Produtos: • arroz • castanha de cajú • castanha do Brasil • farinha de mandioca • feijão • milho • sorgo • trigo • leite em pó integral • farinha de trigo VALOR MÁXIMO POR AGRICULTOR/ANO: R$ 8.000,00 (oito mil reais) por ano. FORMAÇÃO DE ESTOQUES PELA AGRICULTURA FAMILIAR O que é? A Modalidade Formação de Estoques foi criada para propiciar aos agricultores familiares instrumentos de apoio à comercialização de seus produtos alimentícios. É operada por intermédio de organizações de agricultores, nas quais o mínimo de 80% dos sócios/filiados sejam agricultores familiares enquadrados no PRONAF. A modalidade disponibiliza recursos financeiros a partir da emissão de uma Cédula de Produto Rural – CPR Estoque, para que a organização adquira a produção de agricultores familiares sócios/filiados e forme estoque de produtos para posterior comercialização, em condições mais favoráveis, seja pelo beneficiamento e agregação de valor ao produto, seja por sua disponibilização em momentos mais oportunos em termos de preços. O limite de recursos por organização é de R$ 1,5 milhão. Como funciona? A organização de agricultores, juntamente com seus associados, identifica a possibilidade de formação de estoque de determinado produto e submete uma Proposta de Participação à Superintendência Regional da CONAB mais próxima ou à Delegacia Federal de Desenvolvimento Agrário em seu estado. Esta proposta de participação define qual será o produto a ser estocado, o prazo para a formação de estoque, quais produtos serão adquiridos, seus respectivos preços e quem são os agricultores familiares beneficiados. Esta proposta dá subsídio à elaboração da Cédula de Produto Rural – CPR estoque. Aprovada a proposta de participação, a organização emite a CPR e a CONAB disponibiliza recursos financeiros para que a organização inicie o processo de aquisições de alimentos dos agricultores familiares listados na proposta de participação. A CPR tem um prazo de vencimento que é definido em função do produto proposto, mas que não pode ser superior a 12 meses. Ao final do prazo previsto na Cédula, a organização deverá liquidar a CPR. Produtos: Produtos alimentícios, oriundos da agricultura familiar, próprios para consumo humano, não podendo ser de safra anterior ao do período de contratação. VALOR MÁXIMO POR AGRICULTOR/ANO: R$ 8.000,00 (oito mil reais) por ano. INCENTIVO À PRODUÇÃO E AO CONSUMO DO LEITE (IPCL) O que é? Modalidade do Programa de Aquisição de Alimentos, cujo objetivo é propiciar o consumo do leite às famílias, que se encontram em estado de insegurança alimentar e nutricional, e incentivar a produção familiar. O Programa do Leite possui dois focos principais: os segmentos populacionais vulneráveis que recebem o leite gratuitamente e os pequenos produtores familiares. Como funciona? O Programa é operacionalizado por meio de convênios celebrados entre o Governo Federal, por intermédio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e os Governos Estaduais. O MDS é responsável por garantir entre 80% e 85% do valor total do convênio e os governos estaduais aportam uma contrapartida entre 15% e 20%. Para ser beneficiário o consumidor do Programa, as famílias precisam possuir renda per capita de no máximo meio salário mínimo e ter entre os membros da família: • criança de 6 meses a 6 anos; • nutrizes até 6 meses após o parto; • gestantes a partir da constatação da gestação pelo Posto de Saúde; • idosos a partir de 60 anos de idade; • outros, desde que autorizados pelo Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional. Para o pequeno agricultor familiar, que terá a garantia de compra do seu produto a preço fixo, as exigências são: • Produzir no máximo 100 (cem) litros de leite dia, com prioridade para os que produzam uma média de 30 (trinta) litros/dia; • Respeitar o limite financeiro semestral de R$ 4.000,00 por produtor beneficiado; • Possuir Declaração de Aptidão ao PRONAF, enquadrado entre as categorias de “A” a “E”; • Realizar a vacinação dos animais. Atualmente, o Programa do Leiteatende aos 09 (nove) estados do Nordeste e o Estado de Minas Gerais (atendendo a região do Norte de Minas Gerais e os Vales do Jequitinhonha e Mucuri). VALOR MÁXIMO POR AGRICULTOR/SEMESTRE: R$ 4.000,00 (quatro mil reais) por semestre ou R$ 8.000,00 (oito mil reais) por ano. COMPRA PARA DOAÇÃO SIMULTÂNEA O que é? Esta modalidade do PAA – também conhecida por Compra Direta Local (CDLAF) ou Compra Antecipada Especial com Doação Simultânea (CAEAF) – tem como objetivos: • A garantia do direito humano à alimentação para pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social e/ou de insegurança alimentar; • O fortalecimento da agricultura familiar; • A geração de trabalho e renda no campo; e • A promoção do desenvolvimento local por meio do escoamento da produção para consumo, preferencialmente, na região produtora. Como funciona? É realizada através da compra de alimentos produzidos por agricultores familiares enquadrados no PRONAF e da doação desses alimentos para entidades integrantes da rede socioassistencial local. Os beneficiários consumidores do programa são entidades integrantes da rede socioassistencial e entidades cadastradas nos Bancos de Alimentos que atendam a: • Famílias ou indivíduos que estejam em situação de vulnerabilidade social • e/ou em estado de insegurança alimentar e nutricional; • Pessoas atendidas por programas sociais; • Crianças de escolas públicas. O mecanismo utilizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome para a execução do Programa é a celebração de convênios com os governos estaduais, municipais e com a CONAB, com repasse de recursos financeiros aos convenentes, os quais assumem a responsabilidade pela sua operacionalização. Todas as propostas de participação devem ser submetidas à aprovação do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA/COMSEA) ou, na falta deste, de um conselho local atuante, que participará diretamente da execução do convênio, desde a sua aprovação até o acompanhamento e controle social. Produtos: Produtos alimentícios oriundos da agricultura familiar, próprios para consumo humano, incluindo alimentos perecíveis e característicos dos hábitos alimentares locais. VALOR MÁXIMO POR AGRICULTOR/ANO: R$ 4.800,00 (quatro mil e quinhentos reais) por ano. O que é o PAA Compra Institucional? A modalidade Compra Institucional amplia as oportunidades de mercado para a agricultura familiar, permitindo que órgãos de administração direta ou indireta da União, estados, Distrito Federal e municípios comprem, com seus próprios recursos, alimentos para atender as demandas regulares de restaurantes universitários, presídios, hospitais, academias de polícia, entre outros. A compra dispensa licitação, utilizando as regras do PAA. Podem fornecer os agricultores familiares, assentados da reforma agrária, silvicultores, aquicultores, extrativistas, pescadores artesanais, comunidades indígenas e integrantes de comunidades remanescentes de quilombos rurais e de demais povos e comunidades tradicionais, organizados em cooperativas ou outras organizações que possuem DAP pessoa jurídica. Cada família pode vender até R$ 8.000,00 por ano, independente de fornecerem para as outras modalidades do PAA e Pnae. A nova modalidade está definida pelo Decreto nº 7.775, de julho de 2012 e pela Resolução nº50, de setembro de 2012. 1º PASSO: Elaboração da Chamada Pública PAA Compra Institucional : Após a definição da demanda, o ÓRGÃO COMPRADOR deve elaborar o edital de Chamada Pública. Sugestão: solicitar à Secretaria de Agricultura, à Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural local e ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, quando houver, um mapeamento dos produtos da agricultura familiar produzidos no município ou região (produto, quantidade e época da colheita). Com essas informações fica mais fácil elaborar o edital de compra. Modelo de Chamada Pública 2º PASSO: Divulgação da Chamada do PAA Compra Institucional: A Chamada Pública deve ser amplamente divulgada em locais públicos de fácil acesso às organizações de agricultores familiares. É importante dar ampla publicidade à chamada pública. Ao saber de alguma chamada pública aberta, envie-a para paa@mda.gov.br para que seja publicada no site. 3º PASSO: Elaboração das Propostas das Vendas do PAA Compra Institucional: As ORGANIZAÇÕES DE AGRICULTORES FAMILIARES devem elaborar propostas de venda de acordo com os critérios estabelecidos nos editais de Chamada Pública. O limite de venda por agricultor familiar (DAP pessoa física) é de R$ 8 mil por ano, independente de já fornecerem a outras modalidades do PAA ou Pnae. Modelo de Proposta de Venda http://portal.mda.gov.br/portal/saf/arquivos/view/paa/Proposta%20de%20venda%20generos%20aliment%C3%ADcios%20agricultura%20familiar_25_09_12.xls http://portal.mda.gov.br/portal/saf/arquivos/view/paa/Modelo%20Chamada_p%C3%BAblica_da_Agricultura_Familiar_24%2009-2012.doc http://portal.mda.gov.br/portal/saf/arquivos/view/paa/Resolucao_no_50-_de_26_de_setembro_de_2012.pdf http://portal.mda.gov.br/portal/saf/programas/paa/2290585 4º PASSO: Seleção das Propostas do PAA Compra Institucional O ÓRGÃO COMPRADOR deve habilitar as propostas que contenham todos os documentos exigidos na Chamada Pública e com os preços de venda dos produtos compatíveis com mercado. O limite de venda por agricultor familiar (DAP pessoa física) é de R$ 8 mil por ano, independente de já fornecerem a outras modalidades do PAA ou Pnae. 5º PASSO: Assinatura do Contrato PAA Compra Institucional COMPRADOR e FORNECEDOR assinam o contrato que estabelece o cronograma de entrega dos produtos, a data de pagamento aos agricultores familiares e todas as cláusulas de compra e venda. É importante entender todo o contrato, pois ele é o acordo que deverá ser cumprido. O contrato é que garante a segurança aos compradores e vendedores. Modelo de Contrato 6º PASSO: Execução do PAA Compra Institucional O início da entrega dos produtos deve atender ao cronograma previsto e os pagamentos serão realizados diretamente para os agricultores ou suas organizações. O governo federal disponibilizou uma cartilha explicando inúmeras informações sobre o PAA Compra Institucional, para baixá-la, clique aqui. VALOR MÁXIMO POR AGRICULTOR/ANO: R$ 20.000,00 (vinte mil reais) por ano. VALOR MÁXIMO DAP Jurídica: 6 Milhões por órgão comprador. QUADRO RESUMO Modalidade Forma de acesso Limite Origem do Recurso Ação http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/seguranca_alimentar/compra_institucional/cartilha_PAA_2110.pdf http://portal.mda.gov.br/portal/saf/arquivos/view/paa/Modelo%20de%20contrato%20compra%20e%20venda%20da%20Agricultura%20Familiar_25_09_2012.doc Compra da Agricultura Familiar para Doação Simultânea Individual R$ 4,5 mil MDS Responsável pela doação de produtos adquiridos da agricultura familiar a pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional. Organizações (cooperativas/asso ciações) R$ 4,8 mil Formação de Estoques pela Agricultura Familiar – CPR Estoque Organizações (cooperativas/asso ciações) R$ 8 mil MDS/MD A Disponibiliza recursos para que organizações da agricultura familiar formem estoques de produtos para posterior comercialização. Compra Direta da Agricultura Familiar – CDAF Individual ou organizações (cooperativas/asso ciações) R$ 8 mil MDS/MD A Voltada à aquisição de produtos em situação de baixa de preço ou em função da necessidade de atender a demandas de alimentos de populações em condição de insegurança alimentar. Incentivo à Produção e Incentivo de Leite – PAA Leite Individual ou organizações (cooperativas/asso ciações) R$ 4 mil por semestre MDS Assegura a distribuição gratuita de leite em ações de combate à fome e à desnutrição de cidadãos que estejam em situação de vulnerabilidade social e/ou em estado de insegurança alimentar enutricional. Atende os estados do Nordeste. Compra Institucional Individual ou organizações (cooperativas/asso ciações) R$ 8 mil – compra voltada para o atendimento de demandas regulares de consumo de alimentos por parte da União, Estados, Distrito Federal e Municípios; ACESSO A DUAS MODALIDADES DO PAA Como destacado, cada modalidade possui um teto máximo por agricultor ao ano, porém, os agricultores poderão participar simultaneamente de duas modalidades, ou seja, a participação conjunta nas modalidades: • Modalidade Formação de Estoque (liquidação física) e Modalidade Doação Simultânea, totalizando R$ 8 mil. Ou, • Modalidade Compra Direta e Modalidade Doação Simultânea, totalizando R$ 8 mil. Destaca-se que nas operações de compra da agricultura familiar para alimentação escolar com recursos do FNDE, os limites não têm vínculo com o PAA. Para a equipe técnica da ONG EDUCOOP, o PAA é uma importante ferramenta de comercialização da agricultura familiar, merecendo especial atenção na sua consolidação como política pública. Porém, como vimos até o presente momento, são 4 modalidades distintas e muitas vezes complementares, porém, a nossa equipe técnica considera a modalidade foco deste curso: PAA Doação Simultânea, a mais fácil de elaborar e gerenciar, principalmente por envolver menores riscos. Visualiza-se assim, o PAA Doação Simultânea como o “pontapé” inicial (marco zero) para o incentivo a constituição e organização (busca da regularização fiscal, tributária, contábil e legal, além do desenvolvimento de competências administrativas e financeiras) das cooperativas e associações. GRUPO GESTOR Segundo a CONAB, o Grupo Gestor tem a finalidade de definir as medidas necessárias para a operacionalização do Programa de Aquisição de Alimentos, incluindo: • Sistemática de aquisição dos produtos; • Preços praticados que consideram as diferenças regionais e a realidade da agricultura familiar; • Regiões prioritárias para implementação do Programa; • Condições de doação dos produtos adquiridos; • Condições de venda dos produtos adquiridos. Os gestores executores do Programa são: • Estados; • Municípios; • CONAB. Os gestores locais são as: • Organizações compostas por agricultores familiares (cooperativas, associações, sindicatos dos trabalhadores rurais, etc) e; • Entidades da rede socioassistencial. Quanto ao controle social, espera-se que o acompanhamento do PAA pela sociedade e suas representações seja feito a partir de colegiados já existentes nas diferentes esferas: • Âmbito Federal – Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional/CONSEA e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável/CONDRAF; • Âmbito Estadual – Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional/CONSEA e Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável/EDRS; • Âmbito Municipal – Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional/COMSEA, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável/CMDRS, Conselho de Alimentação Escolar/CAE e outros afins. O Grupo Gestor do PAA é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e composto por representantes de cinco órgãos do Governo Federal: • Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA); • Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS); • Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); • Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG); • Ministério da Fazenda. O PAA NO COMBATE A POBREZA, INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL Conforme demonstrado até agora, o PAA é um importante instrumento de comercialização da agricultura familiar através de suas cooperativas e associações, porém, não podemos perder o foco de sua atenção: combater a pobreza e a insegurança alimentar e nutricional, destacando-se como uma das ações do Programa Fome Zero. “A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis” Fonte: CONSEA* Sendo assim, os produtos da agricultura familiar, ricos em quantidade e qualidade nutricional são doadas as entidades de assistência social da região próxima onde é produzido, beneficiando-se assim: Escolas, creches, asilos, igrejas, associações comunitárias, ou seja, a rede de assistência social da região. No tópico, “check-list” dos documentos, detalharemos quais são os documentos necessários para o cadastramento destas instituições consumidoras do projeto PAA Doação Simultânea. * Para maiores informações sobre o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional acesse: https://www.planalto.gov.br/Consea/exec/index.cfm https://www.planalto.gov.br/Consea/exec/index.cfm FORMAÇÃO DE ESTOQUES PELA AGRICULTURA FAMILIAR A modalidade Formação de Estoques foi criada para propiciar aos agricultores familiares instrumentos de apoio à comercialização de seus produtos. É operada por meio de organizações, formadas por, no mínimo, 90% dos sócios/filiados agricultores familiares enquadrados no Pronaf. Esse instrumento disponibiliza recursos financeiros, a partir da emissão da Cédula de Produto Rural* – CPR Estoque, para que os grupos adquiram a produção de agricultores familiares sócios/filiados e formem estoques para posterior comercialização, em condições mais favoráveis, seja pelo beneficiamento e agregação de valor ao produto, seja por sua disponibilização em momentos mais oportunos em termos de preços. O limite de recursos por organização é de R$ 1,5 milhão. A organização de agricultores, juntamente com seus associados, identifica a possibilidade de formação de estoque de determinado produto e submete uma Proposta de Participação à Superintendência Regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mais próxima da região. Esta proposta de participação define qual será o produto a ser estocado, o prazo para a formação de estoque, quais produtos serão adquiridos, seus respectivos preços e quais agricultores familiares serão beneficiados. Aprovada a proposta de participação, a organização emite a CPR e a Conab disponibiliza recursos financeiros para que a organização inicie o processo de aquisição de alimentos dos agricultores familiares listados na proposta de participação. A CPR tem um prazo de vencimento que é definido em função do produto proposto, mas que não pode ser superior a 12 meses. Ao final do prazo previsto na Cédula, a organização deverá liquidar a CPR. A liquidação da CPR será realizada financeiramente pelo pagamento do valor recebido, acrescido de encargos de 3% ao ano, calculados da data da emissão da CPR – Estoque até a data de sua liquidação. A liquidação em produto poderá ser prevista quando de interesse da administração pública. Neste caso, a possibilidade deverá estar descrita na CPR. O mecanismo utilizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome para a execução desta modalidade é celebração de convênio e repasse de recursos para a Conab. A forma de operacionalização é definida no Manual de Operações da Conab – MOC, Título 33 . Como Funciona o Projeto A cooperativa ou uma associação de produtores rurais, juntamente com seus associados, identifica a possibilidade de formação de estoque de determinado produto e elabora uma proposta de participação, por meio da ferramenta de elaboração de propostas PAAnet, que é entregue à Superintendência Estadual da Conab mais próxima. Esta proposta define qual será o produto a ser estocado, o prazo para a formação de estoque, quais produtos serão adquiridos e seusrespectivos preços e quem são os agricultores familiares beneficiados. Fornece também subsídios à elaboração da Cédula de Produto Rural (CPR). Para você ter acesso a relação de todos os documentos necessários para a elaboração da proposta de participação, clique aqui. Aprovada a proposta, a organização emite a CPR e a Conab disponibiliza recursos financeiros do MDA para que a organização inicie o processo de aquisição de alimentos dos agricultores familiares previamente cadastrados. Produtos Amparados Produtos alimentícios, oriundos da agricultura familiar, próprios para consumo humano, não podendo ser de safra anterior ao do período de contratação. http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1483&t=2 http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1129&t=2 O que é uma CPR A cédula de produto rural é um título representativo de uma obrigação com promessa de entrega de produtos rurais, regulada pela Lei 8.929, de 22 de agosto de 1994. Trata-se de título cambial assemelhado, negociável no mercado e que permite ao produtor rural ou suas cooperativas obter recursos para desenvolver sua produção ou empreendimento, com comercialização antecipada ou não. A promessa de entrega de produto rural constante na cédula, não é gratuita e sim a título oneroso, advindo de relação comercial em que o credor teve anteriormente que suportar ao pagar pela aquisição do bem prometido pelo emitente do título. Essa promessa traduz uma relação contratual em que o credor já satisfez sua parte, restando ao emitente da CPR a satisfação da promessa assumida. A CPR presta-se a dinamização do crédito agrícola, de modo que seu objeto não pode distanciar-se do que prevê a Lei, pois a inclusão de bens de natureza diversa da estabelecida pela lei, desnatura sua figura, inviabilizando sua aplicação para o fim a que fora criada. Conclui-se, portanto, que somente produto rural pode ser prometido à entrega por meio da cédula de produto rural. A CPR ingressou no mundo jurídico com a finalidade de alcançar apenas a classe rural, por essa razão sua emissão está limitada à determinadas pessoas. Podem emitir a cédula de produto rural o produtor rural e suas associações, inclusive cooperativas, em favor uns dos outros, ou de terceiros. Esta modalidade propicia instrumentos de apoio à comercialização de seus produtos alimentícios. Operada por meio de organizações da agricultura familiar, disponibiliza recursos para que a organização adquira a produção de agricultores familiares e forme estoque de produtos para posterior comercialização. O limite anual de recursos por organização e por agricultor familiar é definido pelo Grupo Gestor e é não cumulativo com as demais modalidades, desde que realizada liquidação financeira. Agricultura Familiar no Brasil A agricultura familiar no Brasil é formada por famílias que buscam através de seus esforços produzirem alimentos, frutas ou criar animais nas pequenas áreas que possuem, têm como objetivo obter um maior retorno e uma maior renda pra suprir suas necessidades. Porém, para alcançar tais objetivos, a agricultura familiar enfrenta muitas dificuldades e obstáculos que muitas vezes impedem seu desenvolvimento. Dentre as maiores dificuldades ou obstáculos que o pequeno agricultor pode vir a enfrentar, podem-se destacar: • Produção em pequena escala: muitas vezes o pequeno produtor não tem condições de produzir em maior quantidade, diversificar e regular a oferta dos produtos durante o ano, dificultando assim estabelecer contratos mais vantajosos e duradouros com distribuidores. • Instabilidade decorrente da baixa capacitação gerencial: Muitas vezes por os pequenos produtores não possuírem visão gerencial e capacitação, acabam ficando em desvantagem no processo de comercialização, gestão técnica e financeira do seu empreendimento. • Escassez de pesquisa científica em agricultura orgânica: A agricultura familiar muitas vezes por não ter acesso a informações sobre tecnologias de produção orgânica que deveria ter maior participação das instituições públicas acaba sendo prejudicada. • Falta de assistência técnica da rede pública: Historicamente, os pequenos agricultores sempre tiveram dificuldades de acesso à assistência técnica pública. Para a agricultura orgânica isso não muda, havendo ainda mais um agravante: em geral, os extensionistas da rede pública não estão preparados para prestar assistência técnica em agricultura orgânica e nem sempre podem prestar assistência porque tem um quadro de pessoal muito inferior a demanda, o que leva os pequenos agricultores a contratar consultores privados ou técnicos de ONGs que atuam no ramo, aumentando os seus custos de produção. • Maior demanda de mão-de-obra: Pelo fato da agricultura orgânica precisar de um contingente maior de mão- de- obra por unidade de área que a agricultura moderna, os pequenos agricultores e até mesmo os membros de sua família podem vir a ter uma maior sobrecarga de trabalho e se não for o suficiente, pode ser que tenham que recorrer à contratação de mão-de-obra externa. Porém, essa mão-de-obra nem sempre está disponível, nem tampouco possui a capacitação necessária nas atividades da agricultura orgânica, o que pode inviabilizar a sua prática em algumas localidades. Dificuldades financeiras encontradas durante o processo de conversão: Pra dar início ao processo é necessário recursos financeiros, que nem sempre podem ser bancados pelo pequeno agricultor.Tais custos variam para em cada situação e referem-se à adaptação da infra-estrutura produtiva, à aquisição de implementos e materiais adequados, à aquisição de animais e sementes, à introdução de práticas de preparo e conservação do solo, à assistência técnica, e assim por diante. A restrição é que as instituições financeiras que têm linha de crédito para produção orgânica não elegem agricultores orgânicos que não sejam certificados; portanto, a entrada de novos pequenos agricultores na atividade fica limitada pelo fato de o processo de conversão e certificação levar pelo menos dois anos. • Dificuldades de acesso ao crédito bancário: Os pequenos agricultores, na maioria das vezes não têm todas as garantias exigidas pelo agente financeiro para a tomada de empréstimos. Mesmo que o Banco do Brasil possua uma linha de crédito especialmente voltada para a agricultura orgânica, a elegibilidade bancária é sempre um problema. • Custos de certificação (garantia do selo orgânico) e de acompanhamento das exigências da certificação: As organizações certificadoras de produtos orgânicos cobram uma taxa pela certificação e outra pelas visitas periódicas de fiscalização que fazem aos estabelecimentos certificados. Em muitos casos, os pequenos agricultores também necessitam assistência técnica periódica, que, somada aos pagamentos anteriores, contribuem para elevar os seus custos de produção. • Dificuldade de processamento dos produtos agropecuários: Como a escala de produção é, em geral, pequena, torna-se mais difícil aos pequenos agricultores instalar, individualmente, uma estrutura de processamento dos produtos. No entanto, o processamento, que é uma atividade importante para agregar valor aos produtos agropecuários orgânicos, pode ser viabilizado se os pequenos agricultores se organizarem por meio de associações ou cooperativas. • Efeitos ambientais negativos: Se mal conduzida, mesmo que a agricultura orgânica seja considerada uma prática ambientalmente correta, pode causar danos. Como por exemplo, aqueles resultantes do uso de quantidade excessiva de matéria orgânica no solo, efeitos dos estercos de aves e suínos adicionados ao solo. A erosão dos solos também é possível, caso não sejam adotadas práticas eficientes de conservação dos mesmos. Outra possibilidade é que o manejo inadequado dos solos favoreça o desenvolvimento de microrganismosfito-patogênicos. Ainda, há o risco de utilização de matéria orgânica externa à propriedade que esteja contaminada com microrganismos patogênicos ao homem ou com metais pesados. Arcabouço Jurídico da Comercialização Lei 11.947/09 Após vários encontros e debates a respeito da Lei 11.947/09, ficou estabelecido que, a partir do dia 17 de julho de 2009, com a publicação da Resolução nº 38, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no Diário Oficial da União, no mínimo 30%, ou seja, cerca de 660 milhões de reais, dos recursos repassados pelo governo federal a estados e municípios, destinados à alimentação escolar, sejam empregados na compra de produtos da agricultura familiar. Com a adoção dessa nova medida, milhões de alunos da rede pública serão beneficiados, tendo acesso a uma alimentação mais adequada. Como a nova Lei, os agricultores familiares também vão se beneficiar, pois terão uma renda mais estável com a venda de seus produtos, sem passar pela competição de preço do mercado, conquistando espaço onde antes atuava as grandes empresas atravessadoras. Conseguirão também, através dessa nova Lei, superar dificuldades enfrentadas com frequência no seu cotidiano, tendo assim mais espaço e apoio para expandir seus negócios. Conforme a resolução nº 38, a compra dos produtos será feita por meio de “Chamada Pública de Compra”, em que o órgão público vai informar a demanda de alimentos a ser adquirida da agricultura familiar. Poderão fornecer produtos entidades organizadas de agricultores familiares, tais como cooperativas e associações. Só poderão participar agricultores familiares e empreendedores familiares detentores de Declaração de Aptidão ao Pronaf – DAP, além disso, o limite de venda por agricultor, quando individual, é de no máximo R$ 9 mil reais ao ano. Os principais produtos, a serem adquiridos em maior escala para a alimentação escolar, segundo o FNDE, são: feijão, arroz, carne, tomate, frutas, açúcar, cenoura, cebola, alho e leite bovino. A agricultura familiar tem participação predominante ou significativa, em todos esses produtos, já que o setor responde pela produção de 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. Para obter maiores as informações sobre o valor mínimo que sua cidade deve adquirir através da Lei 11.947/09, o governo federal através do MDA publicou uma relação com estes valores, separados por Estados e Municipios. Para baixar estas informações, clique aqui. http://cursoscooperativistas.com.br/cursosgratis/pluginfile.php/12591/mod_folder/content/17/Relacao_cidades_Lei_merenda_Escolar.xls?forcedownload=1 Descrição dos Documentos Passos Responsáveis Descrição 1º passo: Cardápio Nutricionista *Ver anexo II Mapear os produtos da agricultura familiar local (Organizações da Agricultura Familiar, EMATER, Sec Mun. De Agricultura) Elaborar cardáprio respeitando a cultura alimentar local e a diversidade da produção da agricultura familiar da região Informar à Entidade Executora a demanda (especificar produtos e quantidades) Art 15 da Resolução nº 38/2009 Os cardápios da alimentação escolar deverão ser elaborados pelo nutricionista responsável, com utilização de gêneros alimentícios básicos, respeitando-se as referências nutricionais, os hábitos alimentares, a cultura alimentar da localidade, pautando-se na sustentabilidade e diversificação agrícola da região e na aliemntação saudável e adequada. Deverão oferecer três porções de frutas e hortaliças por semana, no mínimo. 2º passo: Chamada Pública Entidades executoras (Secretarias Estaduais de Educação, Prefeituras, Escolas) Ver anexo XI Agricultores familiares precisam ficar atentos para tomar conhecimento da chamada pública! Deve-se sempre visar o interesse público. Chamada pública é um tipo de edital, http://cursoscooperativistas.com.br/cursosgratis/pluginfile.php/166/mod_folder/content/6/modelo_chamada_publica_PNAE.pdf?forcedownload=1 http://cursoscooperativistas.com.br/cursosgratis/pluginfile.php/166/mod_folder/content/6/cardapio%20PNAE.pdf?forcedownload=1 uma licitação restrita à agricultura familiar. 3º passo: Preço de Referência Ver anexo III As Entidades Executoras deverão publicar a demanda de aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar para alimentação escolar – Chamada pública, em jornal de circulação local, regional, estadual ou nacional, em página na internet ou na forma de mural em local público de ampla circulação. Devem constar informações suficientes para que os fornecedores formulem corretamente os Projetos de Venda. A Entidade Executora deverá considerar os preços de referência praticados pelo PAA (procurar Superintendências Estaduais da CONAB) Os gêneros alimentícios da agricultura familiar para alimentação escolar não poderão ter preços inferiores aos produtos cobertos pelo Programa de Garantia de Preços para Agricultura Familiar (PGPAF) Os preços de referência devem ser atualizados semestralmente Nas localidades em que não houver PAA, os preços de referência deverão ser calculados com base em critérios definidos a partir do valor gasto no ano para compra da Agricultura Familiar. Nas localidades em que não houver PAA, os preços de referência deverão ser calculados com base em critérios definidos a partir do valor gasto no ano para compra da Agricultura Familiar. Compras de até R$ 100.000,00 por ano • Média dos preços pagos aos produtos da Agricultura Familiar http://cursoscooperativistas.com.br/cursosgratis/pluginfile.php/166/mod_folder/content/8/Anexo_III_preco.pdf?forcedownload=1 por 3 mercados varegistas ou • Preços vigentes de venda para o varejo em pesquisa no mercado local ou regional. Grupo Formal Compras iguais ou maiores a R$ 100.000,00 por ano • Média dos preços praticados no mercado atacadista nos últimos 12 meses; ou • Preços apurados nas licitações de compra de alimentos realizadas no âmbito da Entidade Executora; ou • Preços apurados em 3 mercados atacadistas locais ou regionais 4º passo: Projeto de Venda Grupo formal e Entidade articuladora (grupo informal) Ver anexo V Deve estar em conformidade com a chamada pública. Assinam o representante do grupo formal e os agricultores fornecedores do grupo informal. 5º passo: Recebimento do Projeto de Venda Entidades executoras e Agricultores familiares Com o CNPJ da entidade proponente em mãos consulte as certidões nos endereços: INSS (http://www010.dataprev.gov .br/cws/contexto/cnd/cnd.ht ml ) FGTS ( https://webp.caixa.gov.br/cid adao/Crf/FgeCfSCriteriosPesq uisa.asp) Documentação exigida para habilitação dos fornecedores: Grupo formal • Dap jurídica • Cnpj • Cópias das certidões negativas junto ao inss, fgts, receita federal e dívidas ativas da união • Cópias do estatuto • Projeto de venda Grupo informal https://webp.caixa.gov.br/cidadao/Crf/FgeCfSCriteriosPesquisa.asp https://webp.caixa.gov.br/cidadao/Crf/FgeCfSCriteriosPesquisa.asp https://webp.caixa.gov.br/cidadao/Crf/FgeCfSCriteriosPesquisa.asp http://www010.dataprev.gov.br/cws/contexto/cnd/cnd.html http://www010.dataprev.gov.br/cws/contexto/cnd/cnd.html http://www010.dataprev.gov.br/cws/contexto/cnd/cnd.html http://cursoscooperativistas.com.br/cursosgratis/pluginfile.php/166/mod_folder/content/8/Anexo_V_projeto_de_venda.pdf?forcedownload=1 Receita Federal (http://www.receita.fazenda. gov.br/Aplicacoes/ATSPO/ Certidao/CndConjuntaInter/In formaNICertidao.asp?Tipo=1) • Dap de cada agricultor familiar • Cpf • Projeto de venda 6º passo: Seleção dos Projeto de Venda Entidade executora Terão prioridade, nesta ordem, os projetos dos municípios, da região, do território rural, do estado e de todo o país. Os produtos da agricultura familiar devem atender a legislação sanitária: • Sim / sie / sif • Suasa (facilita a produção e inserção dos produtos no mercado formal local, regional e nacional) • Anvisa Limite individual de venda do agricultor familiar é de R$ 20.000,00 por dap/ano7º passo: Assinatura do Contrato Entidade executora e Agricultores familiares fornecedores O contrato estabelece: • Cronograma de entrega dos produtos • Data de pagamento dos agricultores familiares O contrato de aquisição de gêneros alimentícios sem licitação da agricultura familiar para a alimentação escolar deverá ser assinado pela entidade executora, pela cooperativa ou associação (grupo formal) e/ou agricultores familiares (grupo informal). 8º passo: Entrega dos Produtos Agricultores familiares fornecedores Ver anexo X Início da entrega dos produtos de acordo com o cronograma previsto no contrato. Termo de recebimento da agricultura familiar deverá ser assinado por representante da entidade executora e http://cursoscooperativistas.com.br/cursosgratis/pluginfile.php/166/mod_folder/content/8/Anexo_V_projeto_de_venda.pdf?forcedownload=1 http://www.receita.fazenda.gov.br/Aplicacoes/ATSPO/Certidao/CndConjuntaInter/InformaNICertidao.asp?Tipo=1 http://www.receita.fazenda.gov.br/Aplicacoes/ATSPO/Certidao/CndConjuntaInter/InformaNICertidao.asp?Tipo=1 http://www.receita.fazenda.gov.br/Aplicacoes/ATSPO/Certidao/CndConjuntaInter/InformaNICertidao.asp?Tipo=1 e termo de recebimento do grupo fornecedor, além da ciência da entidade articuladora, no caso dos grupos informais. Esse termo de recebimento atesta que os produtos entregues estão de acordo com o contrato e com os padrões de qualidade. Necessidade de documento fiscal: • Nota do produtor rural ou • Nota avulsa (vendida na prefeitura) ou • Nota fiscal (grupo formal) O que é o PAA Compra Institucional? 1º PASSO: Elaboração da Chamada Pública PAA Compra Institucional : 2º PASSO: Divulgação da Chamada do PAA Compra Institucional: 3º PASSO: Elaboração das Propostas das Vendas do PAA Compra Institucional: 4º PASSO: Seleção das Propostas do PAA Compra Institucional 5º PASSO: Assinatura do Contrato PAA Compra Institucional 6º PASSO: Execução do PAA Compra Institucional
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