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REPORTAGEM MEIO AMBIENTE

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M EI O AM BI ENTE 
Parte de efeitos da 
mudança climática pode 
ser irreversível, alerta 
IPCC 
Aquecimento global está se desenvolvendo mais rápido do que o esperadoImagem: Gerd 
Altmann/ Pixabay 
Do UOL, em São Paulo* 
09/08/2021 07h54 
O relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças 
Climáticas), da ONU, publicado hoje, o mais importante divulgado 
desde 2014, mostra de forma inequívoca que o aquecimento global 
está se desenvolvendo mais rápido do que o esperado e que 
praticamente tudo é consequência das atividades humanas. 
Elevação do nível dos mares, derretimento de calotas polares e outros 
efeitos do aquecimento global podem ser irreversíveis durante séculos 
e são "inequivocamente" impulsionados por emissões de gases 
causadores do efeito estufa da atividade humana, afirma o IPCC. 
https://batepapo.uol.com.br/
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https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2021/08/09/relatorio-ipcc-agosto-2021.htm
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http://noticias.uol.com.br/ciencias-e-saude/meio-ambiente/
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O relatório estima que o limite de +1,5?°C de aquecimento global em 
relação à era pré-industrial será alcançado em 2030, dez anos antes do 
previsto, o que produzirá eventos climáticos extremos "sem 
precedentes". 
O IPCC, organização de 195 governos, chegou ao novo relatório a 
partir de análises durante três anos de 14 mil estudos científicos com 
revisões pelos pares. Trata-se da primeira grande avaliação 
internacional da pesquisa sobre mudanças climáticas desde 2013, no 
primeiro dos quatro relatórios do IPCC esperados para os próximos 15 
meses. 
O relatório destaca a responsabilidade humana por ondas recordes de 
calor, secas, tempestades mais intensas e outros eventos extremos de 
temperatura vistos pelo mundo nos últimos anos. Ele também detalha 
melhor estimativas de quão sensível é o clima a níveis crescentes de 
gás carbônico e outros gases estufas na atmosfera. 
"Nesse específico relatório, eu acredito que essa questão de ser 
indiscutível que as atividades humanas estão causando a mudança do 
clima e que essa influência humana está tornando os eventos 
climáticos extremos, como essas ondas de calor, as fortes chuvas, e as 
secas, mais frequentes, mais duradouros e mais intensos", disse, em 
entrevista à GloboNews, Thelma Krug, vice-presidente do IPCC, 
quando questionada sobre o destaque principal do relatório. 
'Alerta vermelho' 
Na avaliação do secretário-geral da ONU, António Guterres, o 
relatório é um verdadeiro "alerta vermelho" para a humanidade e 
"deve pôr fim" às energias fósseis. 
"Este relatório deve pôr fim ao carvão e às energias fósseis antes que 
destruam o nosso planeta", disse Guterres em um comunicado, após a 
divulgação deste estudo, que alerta para uma aceleração do 
aquecimento global com consequências "sem precedentes" para a 
humanidade. 
É "um alerta vermelho para a humanidade", disse Guterres. 
O dirigente também reivindicou que não se construam mais usinas 
térmicas a carvão a partir de 2021 e para limitar novas explorações e a 
produção de energias fósseis, transferindo suas subvenções às energias 
renováveis. 
"As sirenes de alerta são ensurdecedoras: as emissões de gases de 
efeito estufa geradas pelas energias fósseis e o desmatamento estão 
asfixiando o nosso planeta", acrescentou. 
O secretário-geral também pediu aos líderes mundiais que a cúpula do 
clima COP26 de novembro, em Glasgow (Reino Unido), seja um 
"sucesso" para levar a uma redução na emissão de gases estufa. 
"Se unirmos nossas forças agora, podemos evitar a catástrofe 
climática. Mas como o relatório de hoje diz claramente, não há tempo 
a perder, nem lugar para desculpas", afirmou. 
Confira alguns dos pontos-chave do relatório: 
Adeus +1,5?°C; olá, sobrecarga: Espera-se que por volta de 2030 a 
temperatura média do planeta seja 1,5?°C ou 1,6?°C mais quente que 
a dos níveis da era pré-industrial nos cinco cenários relativos às 
emissões de gases de efeito estufa - que evoluem do mais otimista ao 
mais pessimista -, considerados no relatório. Isto ocorreria uma 
década antes do que o IPCC previu há apenas três anos. Em meados 
do século, o limite de +1,5?°C terá sido superado em todos os 
cenários: os mais otimistas indicam que será superado em 0,10?°C e 
os mais pessimistas, em 1?°C. 
Mesmo assim, ainda há um resquício de esperança: na suposição de 
que se faça absolutamente tudo para combater as mudanças climáticas, 
a temperatura global, após ter subido 1,5?°C, será 1,4 °C superior à da 
era pré-industrial até 2100. 
Os aliados naturais, debilitados: Desde 1960, aproximadamente, as 
florestas, os solos e os oceanos absorveram 56% de todo o CO2 que a 
humanidade emitiu na atmosfera, apesar destas emissões terem 
aumentado 50%. Sem a ajuda da natureza, a Terra seria um lugar 
muito mais quente e inóspito do que é agora. 
Mas estes aliados - conhecidos como sumidouros de carbono - estão 
dando indícios de saturação e espera-se que o percentual de CO2 que 
conseguem absorver será menor com o passar do tempo. 
Sim, as mudanças climáticas são culpadas: O relatório destaca o 
progresso surpreendente de uma nova área, a "ciência da atribuição", 
para quantificar até que ponto o aquecimento global provocado pelo 
ser humano aumenta a intensidade e/ou a probabilidade de que ocorra 
um fenômeno meteorológico extremo, como uma onda de calor, um 
furacão ou um incêndio florestal. 
Em algumas semanas, por exemplo, os cientistas estabeleceram que a 
onda de calor que castigou o Canadá em julho, com temperaturas 
recorde, teria sido "quase impossível" sem a influência das mudanças 
climáticas. 
Elevação rápida do nível do mar: O nível global dos oceanos 
aumentou cerca de 20 cm desde 1900, e a taxa de elevação 
praticamente triplicou na última década. As calotas de gelo que 
derretem na Antártida e na Groenlândia são agora o principal fator, à 
frente do degelo dos glaciares. 
Se as temperaturas globais aumentarem 2?°C, o nível dos oceanos 
aumentará cerca de meio metro no século 21. E continuará 
aumentando até quase dois metros até 2300, o dobro do que o IPCC 
previa em 2019. 
Devido à incerteza somada às calotas de gelo, os cientistas não 
descartam uma elevação das águas de até dois metros até 2100. 
Lições alarmantes do passado: Avanços importantes em 
paleoclimatologia (ciência que estuda as características climáticas da 
Terra ao longo da sua história), fizeram soar alguns alarmes. 
Por exemplo, a última vez que a atmosfera do planeta estava tão 
quente como agora foi há cerca de 125.000 anos e o nível do mar era 
de 5 a 10 metros maior, o que atualmente submergiria a maioria das 
cidades costeiras. 
Há três milhões de anos, quando as concentrações de CO2 na 
atmosfera coincidiam com os níveis atuais e as temperaturas eram 
entre 2,5?°C e 4?°C mais altas, o nível do mar estava até 25 metros 
acima do que está hoje. 
O metano, (enfim) na alça de mira: O relatório inclui mais dados do 
que nunca sobre ometano (CH4), o segundo gás de efeito estufa mais 
importante, depois do CO2, e adverte que se não se conseguir 
diminuir as emissões, não será possível cumprir os objetivos 
estabelecidos no Acordo de Paris. 
As emissões produzidas pelo homem se dividem entre os escapes na 
produção de gás natural, minas de carvão e lixões, por um lado; e o 
gado e o esterco por outro. 
O CH4 permanece menos tempo na atmosfera do que o CO2, mas tem 
um poder de aquecimento muito maior. Os níveis atuais de CH4 são 
os mais altos registrados nos últimos 800.000 anos. 
Diferenças regionais: Embora todas as partes do planeta - dos 
oceanos às terras, passando pelo ar que respiramos - estejam mais 
quentes, algumas áreas se aquecem mais rapidamente do que outras. 
No Ártico, por exemplo, prevê-se que o aumento da temperatura 
média dos dias mais frios seja três vezes superior à média global do 
planeta. 
O nível do mar também aumenta em todos as partes, mas é provável 
que em várias costas suba 20% acima da média. 
Pontos de inflexão: O IPCC não descarta "pontos de inflexão" no 
sistema climático, ou seja, modificações abruptas de "pouca 
probabilidade, mas impacto importante", que são irreversíveis. 
Entre estes estão a desintegração das calotas polares com água 
suficiente para elevar o nível do mar em dezenas de metros, o degelo 
do permafrost que guarda imensos volumes de carbono ou a 
transformação da floresta amazônica em savana. 
Correntes atlânticas: A Circulação Meridional de Capotamento do 
Atlântico (AMOC, na sigla em inglês) - um sistema de correntes 
oceânicas que regula o trânsito global de temperatura dos trópicos 
para o hemisfério norte - desacelera, uma tendência que muito 
provavelmente continuará no restante do século. 
Os cientistas mostram apenas uma "confiança mediana" de que este 
sistema não vá colapsar por completo, como já ocorreu no passado. 
Se acontecer, os invernos europeus serão muito mais rigorosos e 
haveria perturbações nas monções na África e na Ásia e uma elevação 
do nível do mar no Atlântico Norte. 
* Com informações da AFP e Estadão Conteúdo

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