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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE CONTABILIDADE PÚBLICA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE CONTABILIDADE PÚBLICA MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1. CONTABILIDADE PÚBLICA: CONCEITO 1.1 CONCEITO 2 NATUREZA DO REGISTRO DOS ATOS E FATOS NA CONTABILIDADE PÚBLICA 3 AS DIFERENÇAS ENTRE CONTABILIDADE PÚBLICA E CONTABILIDADE EMPRESARIAL 4 CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA 4.1 PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO 4.1.1 Administração direta 4.1.2 Administração indireta 4.1.2.1 Autarquia 4.1.2.2 Fundação pública 4.1.2.3 Empresa estatal dependente 4.1.2.4 Empresa pública 4.1.2.5 Sociedades de economia mista 5 OBJETIVO DA CONTABILIDADE PÚBLICA 6 REGIME CONTÁBIL 6.1 REGIME DE CAIXA 6.2 REGIME DE COMPETÊNCIA: 7 ESTÁGIOS DE EXECUÇÃO DA RECEITA E DA DESPESA. 7.1 DESPESA 7.1.2 Etapa de fixação 7.1.3 Etapa de execução 7.1.3.1 Empenho 7.1.3.2 Liquidação 7.1.3.3 Pagamento 7.2 RECEITA AN02FREV001/REV 4.0 4 7.2.1 Previsão 7.2.2 Lançamento 7.2.3 Arrecadação 7.2.4 Recolhimento 7.2.5 Restos a pagar 8 DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES MÓDULO II 9 RECEITA E DESPESA 9.1 CONCEITO DA RECEITA 9.2 CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA PÚBLICA 9.2.1 Receitas públicas originárias 9.2.2 Receita pública derivada 9.3 CATEGORIA ECONÔMICA DA RECEITA 9.3.1 Exemplo de Receitas Correntes 9.3.1.1 Receita Tributária 9.3.1.2 Contribuição de melhoria 9.3.1.3 Receita de contribuições 9.3.1.4 Receita patrimonial 9.3.1.5 Receita agropecuária 9.3.1.6 Receita industrial 9.3.1.7 Receita de serviços 9.3.1.8 Transferências correntes 9.3.1.9 Outras receitas correntes 9.3.2 Receitas de capital 9.3.2.1 Operações de crédito 9.3.2.2 Alienação de bens 9.3.2.3 Amortização de empréstimos: 9.3.2.4 Transferências de capital: 9.3.2.5 Outras receitas de capital: 9.3.2.6 Fontes da receita 9.3.3 Outras definições acerca da receita pública AN02FREV001/REV 4.0 5 9.3.3.1 Receitas financeiras 9.3.3.2 Receitas não financeiras 9.3.3.4 Receitas públicas ordinárias 9.3.3.5 Receitas públicas extraordinárias 9.3.3.6 Receita corrente líquida 9.3.3.7 Receita líquida real 9.3.3.8 Receita compartilhada 9.3.3.9 Receita prevista, estimada ou orçada 9.3.3.10 Receita vinculada 9.3.3.11 Receitas compulsórias 9.3.3.12 Receitas facultativas 9.3.3.13 Receitas próprias 9.3.3.14 Receitas de fontes diversas 9.3.3.15 Antecipação de receitas 9.3.3.16 Receita líquida 9.3.3.17 Receita vinculada 9.3.3.18 Renúncia de receita 9.4 CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR FONTES DE RECURSOS: 9. 5 ESTÁGIOS DA RECEITA 9.5.1 Previsão 9.5.2 Arrecadação 9.5.3 Recolhimento 9.5.4 Dívida ativa 9.6 DESPESAS 9.6.1 Conceito de despesa 9.6.2 Regulamentação 9.6.3 Momento do reconhecimento 9.6.4 Classificação da despesa pública 9.6.4.1 Despesa orçamentária 9.6.4.2 Despesa extraorçamentária 9.6.5 Categoria econômica da despesa 9.6.5.1 Estágio da despesa 9.6.5.2 Etapa de fixação AN02FREV001/REV 4.0 6 9.6.5.3 Etapas de execução 9.6.5.3.1 Empenho 9.6.5.3.2 Liquidação 9.6.5.3.3 Pagamento 9.6.6 Dívida flutuante 9.6.7 Dívida fundada MÓDULO III 10 PLANO DE CONTAS: REGRAS E ESTRUTURA 10.1 CONCEITO DE PLANO DE CONTAS 10.2 OBJETIVO DE UM PLANO DE CONTAS 10.3 CONTA CONTÁBIL 10.4 CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS 10.5 ESTRUTURA DO PLANO DE CONTAS 10.6 CODIFICAÇÃO DO PLANO DE CONTAS 10.6.1 Ativo 10.6.2 Passivo 10.6.3 Despesa 10.6.4 Receita 10.6.5 Resultado Diminutivo do Exercício 10.6.6 Resultado aumentativo do exercício 10.6.7 Sistema de Contas 10.6.7.1 Sistema Orçamentário 10.6.7.2 Sistema Financeiro 10.6.7.3 Sistema Patrimonial 10.6.7.4 Sistema de Compensação 11 BALANÇOS PÚBLICOS 11.1 INTRODUÇÃO 11.2 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO 11.3 BALANÇO FINANCEIRO 11.4 BALANÇO PATRIMONIAL 11.5 DEMONSTRAÇÕES DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS AN02FREV001/REV 4.0 7 MÓDULO IV 12 CONTROLE DAS CONTAS PÚBLICAS 12.1 INTRODUÇÃO 12.2 TOMADA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS – TIPOS E PRAZOS 12.2.1 Prazos 12.2.2 Tipos 12.3 TOMADA DE CONTA ESPECIAL 12.3.1 Características do processo de Tomada de Contas Especial 12.3.1.1 Pressupostos para a instauração do processo de Tomada de Contas Especial 12.4 TIPOS DE CONTROLE E NORMAS APLICÁVEIS 12.4.1 Controles externo e interno 12.4.1.1 Órgão de controle externo – auditoria externa 12.4.1.2 Controle interno integrado MÓDULO V 13 LICITAÇÕES E CONTRATOS 13.1 LICITAÇÃO 13.1.1 Princípios gerais aplicáveis ao procedimento licitatório 13.1.2 Das modalidades, limites e dispensa 13.2 CONTRATOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 8 MÓDULO I 1. CONTABILIDADE PÚBLICA: CONCEITO 1.1 CONCEITO É o ramo da ciência contábil que aplica os conceitos, princípios e normas contábeis nos atos e fatos na administração orçamentária, financeira, patrimonial e de compensação, nos órgãos e entidades da Administração Pública, direta e indireta, fornecendo relatórios periódicos com informações atualizadas e precisas, em consonância com as normas gerais do Direito Financeiro (LEI 4.320, 1964), que trata de normas gerais para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal (HADDAD, 2010). “A contabilidade Pública estuda, registra, controla e demonstra o orçamento aprovado e acompanha a execução” (DECRETO-LEI 200, 1967). “Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, os conhecimentos da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerias análise e interpretação dos resultados econômicos e financeiros” (art. 85 da Lei 4.320/64). Em suma, a Contabilidade Pública registra a previsão da receita e a fixação da despesa, estabelecida no Orçamento Público aprovado para o exercício, escritura a execução orçamentária da receita e da despesa, faz a comparação entre a previsão e a realização das receitas e despesas, controla as operações de crédito, a dívida ativa, os valores, os créditos e obrigações, revela as variações patrimoniais e mostra o valor do patrimônio (CARVALHO, 2006). AN02FREV001/REV 4.0 9 2 NATUREZA DO REGISTRO DOS ATOS E FATOS NA CONTABILIDADE PÚBLICA A Contabilidade Pública registra os atos e fatos de natureza orçamentária, financeira, patrimonial, industrial e de compensação, da administração pública (LEI 4.320, 1964). Entende-se como Ato Administrativo uma ação praticada que não provoca (podendo provocar) alterações qualitativas e/ou quantitativas no patrimônio da entidade. Como exemplos, Admissão de Empregados e Assinatura de Contratos de Seguros. Fatos contábeis são acontecimentos ocorridos na empresa que provocam alterações qualitativas no patrimônio da entidade. Como exemplos, Pagamentos de Funcionários e Pagamento de Seguro Contra Incêndio. Dessa forma, a Contabilidade Pública deverá evidenciar, perante a fazenda pública, a situação de todo administrador público, que arrecade receitas, efetue despesas, administre ou guarde bens a ela pertencentes ou confiados (LEI 4.320, 1964).AN02FREV001/REV 4.0 10 3 AS DIFERENÇAS ENTRE CONTABILIDADE PÚBLICA E CONTABILIDADE EMPRESARIAL TABELA 1 - DIFERENÇAS MAIS ENTRE CONTABILIDADE PÚBLICA E OUTRAS ESPECIALIZAÇÕES DA CONTABILIDADE FONTE: Carvalho, 2006. Aspectos Contabilidade Pública Contabilidade Empresarial Legislação Lei 4.320-64 Lei 6.404-76 Princípios PFC e Princípios Orçamentários Princípios Fundamentais de Contabilidade Registro Atos e Fatos Administrativos baseados em normas legais - Fatos Administrativos Possui caráter conservador Possui mais liberdade - além das normas que a regem. Regime de Escrituração Contábil Regime Contábil Misto ( Regime de Caixa para as Receitas e Regime de Competência para as Despesas) - admite algumas exceções Regime Contábil de Competência tanto para as receitas quanto para as despesas Resultado Não apura o lucro, mas o déficit ou superávit Apura o lucro - exceção para as entidades sem fins lucrativos Demostrações Financeiras Balanço Orçamentário; Balanço Financeiro, Demonstração das Variações Patrimoniais e Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial; DRE; DOAR; DLPA E DMPL Sistema de Escrituração Possui quatro sistemas contábeis independentes (orçamentário, financeiro, patrimonial e de compensação ) Os débitos e créditos são escriturados dentro de cada sistema. Ex.:quando houver débito em uma conta do sistema patrimonial, haverá um ou mais créditos correspondentes dentro do mesmo sistema As contas são registradas em um só sistema e as contas patrimoniais não se misturam com as contas de resultado na apuração do resultado do exercício - DRE. AN02FREV001/REV 4.0 11 4 CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA A contabilidade pública é regulamentada especialmente pela Lei 4.320-64. Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Dessa forma, o campo de aplicação da contabilidade pública é essencialmente o das pessoas jurídicas de direito público – União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Portanto, todos os entes federados devem seguir as normas gerais de direito financeiro estabelecidas na Lei 4.320-64. 4.1 PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO 4.1.1 Administração direta Poder Executivo: Presidência da República e suas secretarias; Ministérios Civis e Militares; Fundos Especiais. Poder Judiciário: Todos os seus tribunais; Fundos Especiais. Poder Legislativos: Câmara dos Deputados; Senado Federal; Fundos Especiais. AN02FREV001/REV 4.0 12 4.1.2 Administração indireta 4.1.2.1 Autarquia Corresponde a serviço autônomo, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprios, criado por lei para executar atividades típicas da administração pública, que requeriam, para melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. (DECRETO-LEI 200, 1967). Alguns exemplos de autarquias, federais, estaduais ou municipais, em nosso ordenamento, são Banco Central; UFRJ; CBMERJ; INSS; ANATEL; ANVISA; INPI. 4.1.2.2 Fundação pública É a entidade dotada de personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, com autonomia administrativa, patrimônio próprio e funcionamento custeado por recursos públicos. Fundação Habitacional do Exército, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) são alguns exemplos. 4.1.2.3 Empresa estatal dependente Empresa controlada pela União, pelo Estado, pelo Distrito Federal ou pelo Município, que tenha, no exercício anterior, recebido recursos financeiros pelo seu controlador, destinados ao pagamento de despesas com pessoal, de custeio em AN02FREV001/REV 4.0 13 geral ou de capital, excluídos, neste último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária, e tenha, no exercício corrente, autorização orçamentária para recebimento de recursos financeiros com idêntica finalidade (LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL). A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é um exemplo. 4.1.2.4 Empresa pública É a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com o patrimônio próprio e capital públicos, criada por lei para a exploração de atividade econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito (DECRETO-LEI 900, 1969). A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) são exemplos de empresas estatais dependentes. 4.1.2.5 Sociedades de economia mista É a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, direta ou indiretamente, ao poder público ou a entidade da administração indireta (Decreto-Lei 900/69). AN02FREV001/REV 4.0 14 5 OBJETIVO DA CONTABILIDADE PÚBLICA Conforme observamos nos estudos anteriores, o objetivo na contabilidade gerencial é o patrimônio da empresa, constituído por bens, direitos e obrigações; na contabilidade pública, devido às peculiaridades além do patrimônio, o seu objetivo é o orçamento e sua execução (previsão e arrecadação da receita e a fixação da despesa) (ASSUMPÇÃO, 2012). O artigo 99 do Novo Código Civil identifica o que são bens públicos: I – Os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praça; II – Os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III – Os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objetivo de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Além dos bens públicos, o objetivo da contabilidade pública é de fornecer informações atualizadas e precisas à administração e à sociedade, resultando no cumprimento da sua missão institucional. 6 REGIME CONTÁBIL O regime contábil adotado para a contabilidade pública é o regime misto, sendo de caixa para as receitas e de competência para as despesas, conforme o artigo 35 da Lei 4.320-64, que trata: Art. 35º. Pertencem ao exercício financeiro: I – as receitas nele arrecadadas; II – as despesas nele legalmente empenhadas AN02FREV001/REV 4.0 15 6.1 REGIME DE CAIXA No regime de caixa, são consideradas receitas e despesas do exercício, tudo o que recebe ou que paga durante o ano financeiro, mesmo sendo de exercícios anteriores. Exceção: é quando as receitas previstas e não arrecadadas são incluídas na dívida ativa e o recebimento geralmente só ocorrerá no ano subsequente (BEZERRA FILHO, 2008). 6.2 REGIME DE COMPETÊNCIA: São consideradas receitas e despesas no período em que ocorrem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente do recebimento ou do pagamento (Conselho Federal de Contabilidade, 1993). Exceções: Caso 1 - Despesa referente ao exercício de 2012, não paga naquele ano, deverá ser inscrita em resto a pagar para ser paga em 2013. Caso até o final de 2013 a despesa não seja paga, será cancelada no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siaf), porém ainda permanece o direito do credor. Caso futuramente, em 2015, o pagamento seja reclamado pelo credor, será considerada despesa naquele ano (CARVALHO, 2006). Caso 2 - Despesa referente ao exercício de 2014, porém, empenhada, liquidada e paga em2013, paga antecipadamente, a despesa será incluída no exercício financeiro de 2013. Admite-se o pagamento antecipado como forma de garantia de um contrato (CARVALHO, 2006). AN02FREV001/REV 4.0 16 7 ESTÁGIOS DE EXECUÇÃO DA RECEITA E DA DESPESA. 7.1 DESPESA No processo orçamentário, agrupam-se os estágios das despesas em duas etapas: Fixação e Execução. Na etapa Fixação, os recursos são distribuídos de acordo com as prioridades do governo. E na Execução, que compreende os estágios empenho, liquidação e pagamento, processam-se a execução orçamentária e financeira. 7.1.2 Etapa de fixação É nessa etapa que se origina o processo de planejamento. É nela que se alocam os recursos aos programas governamentais, observando as diretrizes e prioridades traçadas pelo governo, seguindo o princípio do equilíbrio orçamentário, as despesas fixadas serão programadas em função das receitas previstas. Conforme o artigo 165 da Constituição Federal de 1988, os instrumentos de planejamento de União compreendem o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual. AN02FREV001/REV 4.0 17 7.1.3 Etapa de execução 7.1.3.1 Empenho Conforme o artigo 58 da Lei 4.320, de 1964, “o empenho da despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição”. 7.1.3.2 Liquidação De acordo com o artigo 63 da Lei 4.320, de 1964, “A liquidação consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e os documentos comprobatórios do respectivo crédito. Essa verificação tem por fim apurar: I – a origem e o objeto do que se deve pagar; II – a importância exata a pagar; III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.” 7.1.3.3 Pagamento Segundo o artigo 65 da Lei 4.320, de 1964, “o pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento”. AN02FREV001/REV 4.0 18 7.2 RECEITA A receita pública passa por quatro estágios, sendo a previsão (aprovação do orçamento); lançamento (inscrição do débito); arrecadação e recolhimento (estágios de execução da receita) (CARVALHO, 2006). 7.2.1 Previsão O estágio de previsão, conforme artigo 51 da Lei 4.320, de 1964, é a estimativa de quanto se espera arrecadar durante determinado exercício financeiro. 7.2.2 Lançamento De acordo com o artigo 53 da Lei 4.320, de 1964, consiste no procedimento administrativo, “o lançamento da receita, o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta”. 7.2.3 Arrecadação Conforme o artigo 56 da Lei 4.320, de 1964, incide no recolhimento pelo contribuinte ao agente arrecadador a uma instituição financeira oficial. AN02FREV001/REV 4.0 19 7.2.4 Recolhimento Consiste no repasse da instituição financeira oficial ao cofre do tesouro nacional, conforme o artigo 56 da Lei 4.320, de 1964. 7.2.5 Restos a pagar Consideram-se restos a pagar, conforme artigo 36 da Lei 4.320, de 1964, as despesas empenhadas e liquidadas, mas não pagas até 31 de dezembro do mesmo exercício, destingindo-se as processadas das não processadas. A despesa processada é quando já transcorreu a etapa da liquidação, sendo a entrega dos bens, obras ou a prestação do serviço ao órgão realizador da despesa (BEZERRA FILHO, 2008). São restos a pagar não processadas, as despesas que dependem, ainda, da prestação de serviço ou do fornecimento de material (CARVALHO, 2006). AN02FREV001/REV 4.0 20 8 DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES De acordo com o artigo 37 da Lei 4.320, de 1964, são: As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. Ou seja, são dívidas reconhecidas no exercício atual resultante de compromissos gerados em exercícios anteriores, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, mas que não tenha sido processado na época (CARVALHO, 2006). FIM DO MÓDULO I AN02FREV001/REV 4.0 21 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE CONTABILIDADE PÚBLICA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 22 CURSO DE CONTABILIDADE PÚBLICA MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 23 MÓDULO II 9 RECEITA E DESPESA 9.1 CONCEITO DA RECEITA Receita é o termo utilizado pela contabilidade para demonstrar a variação positiva da situação líquida patrimonial resultante do aumento de ativos ou da redução de passivos de uma entidade (BRASIL, 2005). A receita pode ser classificada quanto à entidade que se apropria a receita, em: receitas públicas, aquelas auferidas pelos entes públicos; e receitas privadas, aquelas auferidas pelas entidades privadas (BRASIL, 2008). Quanto à dependência da execução orçamentária, são receitas arrecadadas de propriedade do ente, que resultam em um aumento do patrimônio líquido. Por exemplo, receita de tributo. E a receita independente da execução orçamentária são fatos que resultam em aumento do patrimônio líquido, que ocorrem independentemente da execução orçamentária. Como exemplos, podemos citar a inscrição em dívida ativa e a incorporação de bens (BRASIL, 2008). A contabilização da receita é regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade, por meio das Resoluções CFC 750/93, publicada no Diário Oficial da União (DOU), em 31 de dezembro de 1993, e CFC 774/94, publicada no DOU de 18 de janeiro de 1995. A Resolução 750/93 traz os Princípios Fundamentais de Contabilidade, de observância obrigatória no exercício da profissão, constituindo condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. Dentre esses princípios, destacamos o da Oportunidade (BRASIL, 2005). AN02FREV001/REV 4.0 24 Art. 6º Princípio da Oportunidade: refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com extensão correta, independentemente das causas que as originam. Parágrafo único: Como resultado da observância do princípio da OPORTUNIDADE: I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência; II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários; III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um períodode tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis decisório da gestão.(BRASIL, 2005) Além dos Princípios Fundamentais da Contabilidade, a Contabilidade Pública deve seguir o disposto nas normas de Direito Financeiro, em especial, na Lei 4.320/64, que institui um regime contábil misto para receitas e despesas orçamentárias no seu artigo 35, conforme abaixo: “Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: I – as receitas nele arrecadadas; II – as despesas nele legalmente empenhadas. O Manual de Procedimentos da Receita Pública, aprovado pela portaria STN 303, de 28 de abril de 2005, conceitua a receita pública: Deriva do conceito contábil de receita agregando outros conceitos utilizados pela administração pública em virtude de suas peculiaridades. No entanto, essas peculiaridades não interferem nos resultados contábeis regulamentados pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC, por meio dos Princípios Fundamentais, até porque, a missão da contabilidade é atender a todos os usuários da informação contábil, harmonizando conceitos, princípios, normas e procedimentos às particularidades de cada entidade. A receita pública caracteriza-se como uma entrada de recursos ao patrimônio público, que se reflete no aumento das disponibilidades (PISCITELLI, 2002). Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo recebido pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. Portanto, todo o ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas (PISCITELLI, 2002). AN02FREV001/REV 4.0 25 De acordo com o artigo 9 da Lei 4.320, de 1964, Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades. A Secretaria do Tesouro Nacional, por meio do manual da receita pública, aprovado em 29 de abril de 2004, discorre da seguinte forma: A Lei n. 4.320, de 1964, regulamenta os ingressos de disponibilidades de todos os entes da federação classificando-os em dois grupos: orçamentários e extraorçamentários. Os ingressos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público arrecadados exclusivamente para a aplicação em programas de ações governamentais. Estes ingressos são denominados Receitas Públicas. Os ingressos extraorçamentários são aqueles pertencentes a terceiros arrecadados pelo ente público exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução, estes ingressos são denominados ingressos de terceiros. 9.2 CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA PÚBLICA Para Carvalho (2006), podemos classificar primeiramente as receitas em: derivadas e originárias. a) Derivada – são as receitas que derivam do patrimônio da sociedade, ou seja, o governo obtém tributando a sociedade; b) Originária – são as receitas que se originam a partir do patrimônio do próprio estado. AN02FREV001/REV 4.0 26 De acordo com Brasil (2004), podemos classificar as receitas derivadas e originárias da seguinte forma: 9.2.1 Receitas públicas originárias Segundo Brasil (2004), é a Receita Pública efetiva das rendas produzidas pelos ativos do Poder Público, pela cessão remunerada de bens e valores (aluguéis e ganhos em aplicações financeiras), ou aplicação em atividades econômicas (produção, comércio ou serviços). É uma classificação da Receita Corrente. As Receitas Originárias também são denominadas como receitas de economia privada ou de direito privado. Alguns exemplos são: Receitas Patrimoniais, Receitas Agropecuárias, Receitas Comerciais, Receitas de Serviços, etc. 9.2.2 Receita pública derivada É a Receita Pública efetiva obtida pelo Estado em função de sua soberania, por meio de tributos, penalidades, indenizações e restituições. É uma classificação da Receita Corrente. As receitas derivadas são formadas por receitas correntes, segundo a classificação de receita pública por categoria econômica. Exemplos são: Receita Tributária, Receita de Contribuições, Taxa de Serviços, etc. As receitas derivadas subdividem em: Reparações de guerra Penalidades Tributos – Impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimo compulsório e contribuições para fiscais ou especiais. (BRASIL, 2004) A Lei 4.320, de 1964, de forma implícita, classifica a receita em orçamentária e extraorçamentária. São receitas orçamentárias as receitas que integram definitivamente ao patrimônio público sem qualquer correspondência no passivo e estejam ou não prevista na Lei de Orçamentária Anual (LOA). AN02FREV001/REV 4.0 27 A receita extraorçamentária é aquela que não consta na Lei Orçamentária Anual e compreende as entradas de caixa ou créditos de terceiros que o Estado tem obrigação de devolução ou reconhecimento. São exemplos de receita extraordinária: Depósitos Diversos: são os valores depositados esporadicamente. Ex. depósito de garantia para a participação em procedimentos licitatórios; Restos a pagar do exercício: são classificados do lado das receitas no balanço financeiro, para compensar a sua inclusão na despesa; Valores arrecadados de uma forma transitória –cauções, depósitos judiciais, provisões para cheques não registrados no exercício; Serviço da dívida a pagar: o procedimento é o mesmo do resto a pagar, é segregado para fins de controle de quanto deverá ser pago no exercício seguinte de juros e encargos de dívida; Operações de crédito por antecipação da receita, etc. (CARVALHO, 2006). 9.3 CATEGORIA ECONÔMICA DA RECEITA De acordo o artigo 9 da Lei 4.320, de 1964, “a receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital”. São Receitas Correntes as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. Algumas peculiaridades do poder de tributar devem ser consideradas nessa classificação. Destacam-se as seguintes: O poder de tributar pertence a um ente, mas a arrecadação e aplicação pertencem a outro ente – a classificação como receita tributária deve ocorrer no ente arrecadador e aplicador e não deverá haver registro no ente tributante; O poder de tributar, arrecadar e distribuir pertence a um ente, mas a aplicação dos recursos correspondentes pertence a outro ente – a classificação como receita tributária deverá ocorrer no ente tributante, porém, observando os seguintes aspectos: AN02FREV001/REV 4.0 28 a. No ente tributante, a transferência de recursos arrecadados deverá ser registrada como dedução de receita ou como despesa orçamentária, de acordo com a legislação em vigor; b. No ente beneficiário ou aplicador deverá ser registrado o recebimento dos recursos como receita tributária ou de transferência, de acordo com a legislação em vigor; c. No caso de recursos compartilhados entre entes da federação, quando um é beneficiado pelo tributo de outro, é necessária a compatibilidade entre os registros dos respectivos entes; d. Qualquer que seja a forma de recebimento da receita, quando for anteriormente reconhecido um direito, mesmo com valor estimado, deverá haver registro do crédito a receber precedido do recebimento. No momento do recebimento deverá haver registros simultâneos de baixa dos créditos a receber e do respectivo recebimento. 9.3.1 Exemplo de Receitas Correntes 9.3.1.1 Receita Tributária São os ingressosoriginários da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhorias (CARVALHO, 2006). Exemplos são: Imposto – de acordo com o artigo 16 da Lei 4.320, de 1964, “é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Taxa – de acordo com o artigo 77 da mesma lei, As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. AN02FREV001/REV 4.0 29 9.3.1.2 Contribuição de melhoria Segundo o artigo 81 da Lei 4.320, de 1964, A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 9.3.1.3 Receita de contribuições É o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas. 9.3.1.4 Receita patrimonial É o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes. 9.3.1.5 Receita agropecuária É o ingresso proveniente da atividade ou da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal. Incluem-se nessa classificação as receitas advindas da AN02FREV001/REV 4.0 30 exploração da agricultura (cultivo do solo), da pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios estabelecimentos. 9.3.1.6 Receita industrial É o ingresso proveniente da atividade industrial de extração mineral, de transformação, de construção e outras, provenientes das atividades industriais definidas como tal pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 9.3.1.7 Receita de serviços É o ingresso proveniente da prestação de serviços de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros serviços. 9.3.1.8 Transferências correntes É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas correntes. AN02FREV001/REV 4.0 31 9.3.1.9 Outras receitas correntes São os ingressos provenientes de outras origens não classificáveis nas subcategorias econômicas anteriores. 9.3.2 Receitas de capital Conforme o artigo 11 da Lei 4.320, de 1964, ‘’são as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinado a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente’’. De acordo com a Lei 4.320/64, as receitas de capital serão classificadas nos seguintes níveis de subcategorias econômicas: 9.3.2.1 Operações de crédito São os ingressos provenientes da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou privadas. Incluem-se nessa categoria os Empréstimos Compulsórios, que, apesar de terem natureza tributária, para efeito de classificação orçamentária não integram essa categoria. AN02FREV001/REV 4.0 32 9.3.2.2 Alienação de bens É o ingresso proveniente da alienação de componentes do ativo permanente. 9.3.2.3 Amortização de empréstimos: É o ingresso proveniente da amortização, ou seja, parcela referente ao recebimento de parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos em títulos ou contratos. 9.3.2.4 Transferências de capital: É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades referentes a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas de capital. 9.3.2.5 Outras receitas de capital: São os ingressos provenientes de outras origens não classificáveis nas subcategorias econômicas anteriores. AN02FREV001/REV 4.0 33 9.3.2.6 Fontes da receita Segundo Carvalho (2006), é a origem, procedência da receita e é utilizada para indicar como são financiadas as despesas. Estas fontes podem ser: Recursos do Tesouro; Recursos de outras fontes. 9.3.3 Outras definições acerca da receita pública 9.3.3.1 Receitas financeiras São as receitas decorrentes de aplicações financeiras, operações de crédito e alienação de ativos e outras. 9.3.3.2 Receitas não financeiras São as receitas oriundas de tributos, contribuições, patrimoniais, agropecuárias, industriais, serviços e outras. 9.3.3.4 Receitas públicas ordinárias São as receitas que ocorrem regularmente em cada período financeiro. Exemplos são: impostos, taxas, contribuições, etc. AN02FREV001/REV 4.0 34 9.3.3.5 Receitas públicas extraordinárias São aquelas que decorrem de situações emergenciais ou em função de outras de caráter eventual. Exemplos são: empréstimos compulsórios, doações, etc. 9.3.3.6 Receita corrente líquida Terminologia dada ao parâmetro destinado a estabelecer limites legais definidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A Receita Corrente Líquida é o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes, consideradas as deduções conforme o ente União, Estado, Distrito Federal ou Municípios. A metodologia para o cálculo da Receita Corrente Líquida é definida no Manual de Elaboração do Relatório Resumido da Execução Orçamentária quando trata do Demonstrativo da Receita Corrente Líquida. 9.3.3.7 Receita líquida real Definição dada pela Resolução do Senado Federal 96, de 15 de dezembro de 1989, que entende ser a receita realizada nos doze meses anteriores ao mês em que se estiver apurando, excluídas as receitas provenientes de operações de crédito e de alienação de bens. A referida Resolução dispõe sobre as operações de crédito internas e externas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias, inclusive concessão de garantias, seus limites e condições de autorização. AN02FREV001/REV 4.0 35 9.3.3.8 Receita compartilhada Receita orçamentária pertencente a mais de um beneficiário independente da forma de arrecadação e distribuição. 9.3.3.9 Receita prevista, estimada ou orçada Volume de recursos, previamente estabelecido no orçamento do ente, a ser arrecadado em um determinado exercício financeiro, de forma a melhor fixar a execução da despesa. É essencial o acompanhamento da legislação específica de cada receita onde são determinadosos elementos indispensáveis à formulação de modelos de projeção, como a base de cálculo, as alíquotas e os prazos de arrecadação. 9.3.3.10 Receita vinculada É a receita arrecadada com destinação específica estabelecida em dispositivos legais. A vinculação da receita torna a programação financeira menos flexível, deixando parte dos recursos disponíveis apenas a uma destinação certa. AN02FREV001/REV 4.0 36 9.3.3.11 Receitas compulsórias São receitas cujas origens encontram-se nas legislações que impõem aos particulares uma obrigação. São casos de receita compulsória: os tributos, as contribuições, etc. 9.3.3.12 Receitas facultativas As receitas facultativas possuem sua origem nos atos jurídicos bilaterais, ou seja, aquelas decorrentes da vontade das pessoas. Como exemplos surgem os aluguéis (Receita Patrimonial), preços públicos, etc. 9.3.3.13 Receitas próprias São as receitas enquadradas como Tributárias, Patrimoniais, de Serviços, Industriais e outros que não sejam decorrentes de transações que guardem características de transferências, mesmo que de outras esferas governamentais, como convênios, e operações de créditos. 9.3.3.14 Receitas de fontes diversas São aquelas que guardam características de transferências, mesmo que de outras esferas governamentais, como convênios, e operações de créditos, ou seja, são originárias de terceiros que em determinados casos terão de ser devolvidos. AN02FREV001/REV 4.0 37 9.3.3.15 Antecipação de receitas São os valores recebidos em virtude de um fato que caracteriza uma antecipação da receita prevista. Adiantamento de fornecimentos é um exemplo. 9.3.3.16 Receita líquida É a receita resultante da diferença entre a Receita Bruta e as deduções. 9.3.3.17 Receita vinculada É a receita arrecadada que em função da legislação apresenta a sua destinação estabelecida. 9.3.3.18 Renúncia de receita É a não arrecadação de receita em função da concessão de isenções, anistias ou subsídios. Deve-se atentar, na renúncia de receita, ao disposto pela Lei 101/2000 – a Lei de Responsabilidade Fiscal – que, em seu artigo 14, determina critérios a serem observados quanto a esse fato. AN02FREV001/REV 4.0 38 9.4 CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR FONTES DE RECURSOS: Os itens a seguir são apresentados com seu código e sua especificação na sequencia, como no exemplo: 1000.00.00 (código) - Receita Corrente (especificação). 1000.00.00 - Receita corrente: Registra o valor total da arrecadação das receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços, as transferências correntes e outras receitas correntes. 1100.00.00 - Receita Tributária: Registra o valor total da arrecadação da receita tributária (impostos, taxas e contribuições de melhoria). 1110.00.00 - Imposto: Registra o valor total da modalidade de tributo cuja obrigação tem por fato gerador situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 1111.00.00 - Imposto Sobre o Comércio Exterior: Registra o valor total da arrecadação de impostos sobre o comércio exterior que compreendem os impostos sobre a importação e exportação. 1111.01.00 - Imposto sobre a Importação: Registra o valor total da arrecadação de imposto sobre importação, de competência da União, que incide sobre a importação de produtos estrangeiros e tem como fato gerador a entrada desses produtos no território nacional, por qualquer via de acesso. 1111.01.01 - Receita Principal do Imposto sobre a Importação: Registra o valor da arrecadação de imposto sobre importação, de competência da União, que incide sobre a importação de produtos estrangeiros e tem como fato gerador a entrada desses produtos no território nacional, por qualquer via de acesso. AN02FREV001/REV 4.0 39 1111.01.02 - Receita do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento Especial do Imposto sobre a Importação: Registra o valor da arrecadação do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento Especial de imposto sobre importação. 1111.02.00 - Imposto Sobre a Exportação: Registra o valor total da arrecadação de impostos sobre a exportação, de competência da União, que incide sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados e tem como fato gerador a saída desses produtos do território nacional. 1111.02.01 - Receita do Principal do Imposto Sobre a Exportação: Registra o valor da arrecadação de impostos sobre a exportação, de competência da União, que incide sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados e tem como fato gerador a saída desses produtos do território nacional. 1111.02.02 - Receita do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento Especial: Registra o valor da arrecadação do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento Especial de imposto sobre exportação. 1112.00.00 - Impostos Sobre o Patrimônio e a Renda: Registra o valor total da arrecadação de impostos sobre a propriedade territorial rural, a propriedade predial e territorial urbana, a renda e proventos de qualquer natureza, a propriedade de veículos automotores, transmissão “causa mortis” e doação de bens e direitos, transmissão “intervivos” de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis. 1112.01.00 - Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural: Registra o valor total da arrecadação de imposto sobre a propriedade territorial rural, de competência da União. Tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do município. 1112.02.00 - Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana: Registra o valor total da arrecadação de imposto sobre a propriedade predial e territorial AN02FREV001/REV 4.0 40 urbana, de competência dos municípios. Tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por a cessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do município. 1112.04.00 - Imposto Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza: Registra o valor total da arrecadação de imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza de competência da União. Tem como fato gerador a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica: a) de renda – assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; b) de proventos de qualquer natureza – assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no item anterior. 1112.04.10 - Pessoas Físicas: Registra o valor total que incide sobre os rendimentos e ganhos de capital percebidos pelas pessoas físicas residentes ou domiciliadas no Brasil. Integram o rendimento bruto sujeito a incidência desse imposto o ganho de capital decorrente da alienação de bens e direitos e os ganhos líquidos auferidos em operações realizadas nas bolsas de valores e assemelhadas. 1112.04.21 - Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – Líquida de Incentivos Fiscais: Registra o valor da arrecadação de receita de imposto de renda sobre o lucro das pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no País, inclusive as empresas individuais a ela equiparadas, e sobre o lucro das filiais, sucursais ou representações no País das empresas jurídicas com sede no exterior excluídas as seguintes destinações de recursos para o FINOR, FINAM e FUNRES. 1112.04.22 - Receita do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento Especial – Imposto sobre a Renda de Pessoas Jurídicas: Registra o valor da arrecadação do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento Especial do Imposto Sobre a Renda Pessoas Jurídicas. 1112.04.31 - Imposto de Renda Retido nasFontes Sobre os Rendimentos do Trabalho: Registra o valor da arrecadação de receita do Imposto de Renda sobre AN02FREV001/REV 4.0 41 pagamento de salários, inclusive adiantamentos de salários a qualquer título, indenizações sujeitas à tributação, ordenados, vencimentos, proventos de aposentadoria, reserva ou reforma, pensões civis ou militares, soldos, pró-labore, remuneração indireta, retirada, vantagens, subsídios, comissões, corretagens, benefícios da previdência social e privada (renda mensal), honorários, direitos autorais e remunerações por quaisquer outros serviços prestados, inclusive as relativas a empreitadas de obras exclusivamente de trabalho e as decorrentes de fretes e carretos em geral. 1112.04.32 - Imposto de Renda Retido nas Fontes Sobre os Rendimentos de Capital: Registra o valor da arrecadação de receita do Imposto de Renda sobre o ganho de capital percebido por pessoa física ou jurídica em decorrência da alienação de bens e direitos de qualquer natureza. 1112.04.33 - Imposto de Renda Retido nas Fontes Sobre Remessa de Recursos ao Exterior: Registra o valor da arrecadação de receita do imposto sobre importâncias pagas, remetidas, creditadas, empregadas ou entregues a residentes ou domiciliados no exterior por fonte localizada no país a título de royalties e pagamento de assistência técnica, juros e comissões em geral, rendimento do trabalho, aluguel ou arrendamento, transmissão de competições desportivas, películas cinematográfica, etc. 1112.04.34 - Imposto de Renda Retido nas Fontes Sobre outros Rendimentos: Registra o valor da arrecadação de receita do imposto sobre ganhos decorrentes de: prêmios e sorteios em geral, prêmios de proprietários e criadores de cavalos de corrida, serviços de propaganda prestados por pessoa jurídica, comissões e corretagens pagas a pessoa jurídica, remuneração de serviços profissionais prestados por pessoa jurídica, remuneração de serviços pessoais prestados por associados de cooperativas de trabalho, condenações judiciais, pecúlios de previdência privada, títulos de capitalização, aluguéis relativos a pessoa jurídica, entre outros. AN02FREV001/REV 4.0 42 1112.04.35 - Receita do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento Especial – Imposto Sobre a Renda Retido na Fonte: Registra o valor da arrecadação do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento Especial de imposto sobre exportação. 1112.05.00 - Imposto Sobre a Propriedade de Veículo Automotor: Registra o valor total da arrecadação de imposto que incide sobre o valor do veículo automotor sujeito a licenciamento pelos órgãos competentes. De competência dos Estados. 1112.07.00 - Imposto Sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação de Bens e Direitos: Registra o valor total da arrecadação de imposto sobre: a transmissão “causa mortis” e a doação de: propriedade ou domínio útil de bens imóveis; direitos reais sobre imóveis; direitos relativos às transmissões bens móveis, direitos, títulos e créditos. A base de cálculo é o valor venal do bem ou direito ou o valor do título ou do crédito. 1112.08.00 - Imposto Sobre Transmissão “Intervivos” de Bens Imóveis e de Direitos Reais Sobre Imóveis: Registra o valor total da arrecadação de imposto sobre transmissão “intervivos” de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis de competência municipal, incide sobre o valor venal dos bens ou direitos transmitidos ou cedidos. Tem o fato gerador no momento da lavratura do instrumento ou ato que servir de título às transmissões ou às cessões. 1113.00.00 - Impostos Sobre a Produção e a Circulação: Registra o valor total da arrecadação de impostos sobre produção e a circulação que compreendem os seguintes impostos: Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI); Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); Imposto Sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF); e Imposto sobre Serviços (ISS). 1113.01.00 - Imposto Sobre Produtos Industrializados: Registra o valor total da arrecadação de Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). De competência da AN02FREV001/REV 4.0 43 União, tem como fato gerador o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial; a arrematação, quando apreendido ou abandonado elevado a leilão. 1113.05.00 - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza: Registra o valor total da arrecadação de imposto sobre serviços de qualquer natureza de competência dos Municípios. Tem como fato gerador a prestação, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de serviços constantes em lista própria. 1120.00.00 - Taxas: Registra o valor total das receitas de taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições. Tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis; não relacionados com medição de consumo, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. 1121.00.00 - Taxas pelo Exercício do Poder de Polícia: Registra o valor total da arrecadação de taxas pelo exercício do poder de polícia pelo Poder Público, com a finalidade de fiscalizar os serviços prestados por particulares, disciplinando, limitando ou regulando direitos e deveres destes. Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito de interesse ou de liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública, ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 1122.00.00 - Taxas pela Prestação de Serviços: Registra o valor total da arrecadação de taxas pela utilização efetiva ou potencial de serviços prestados ao contribuinte ou colocados a sua disposição. Nesse título são classificadas as taxas pela prestação de serviços públicos: a) utilizados pelo contribuinte – efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título, potencialmente, quando, sendo de AN02FREV001/REV 4.0 44 utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; b) específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade pública; c) divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. 1130.00.00 - Contribuição de Melhoria: Registra o valor total da arrecadação com contribuições de melhoria decorrentes de obras públicas. De competência da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições. É arrecadada dos proprietários de imóveis beneficiados por obras públicas, e terá como limite total a despesa realizada. 1200.00.00 - Receitas de Contribuições: Registra o valor total da arrecadação de receita de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, de sistemas de previdência e assistência social. 1210.00.00 - Contribuições Sociais: Registra o valor total da arrecadação com contribuições sociais. 1220.00.00 - Contribuições Econômicas: Registra o valor totalda arrecadação com contribuições para fiscais de ordem econômica. 1300.00.00 - Receita Patrimonial: Registra o valor total da arrecadação da receita patrimonial referente ao resultado financeiro da fruição do patrimônio, seja decorrente de bens imobiliários ou mobiliários, seja de participação societária. 1310.00.00 - Receitas Imobiliárias: Provenientes da utilização, por terceiros, de bens imóveis pertencentes ao setor público. AN02FREV001/REV 4.0 45 1320.00.00 - Receitas de Valores Mobiliários: Registra o valor total da arrecadação de receitas decorrentes de valores mobiliários. 1400.00.00 - Receita Agropecuária: Registra o valor total da arrecadação da receita de produção vegetal, animal e derivados e outros. Receitas decorrentes das seguintes atividades ou explorações agropecuárias: agricultura (cultivo do solo), inclusive hortaliças e flores; pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de animais de pequeno porte); atividades de beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios estabelecimentos (excetuam-se as usinas de açúcar, fábricas de polpa, de madeira, serrarias e unidades industriais com produção licenciada, que são classificadas como industriais). 1410.00.00 - Receita da Produção Vegetal: Registra o valor total das receitas decorrentes de lavouras permanentes, temporárias e espontâneas (ou nativas), silvicultura e extração de produtos vegetais, venda de sementes, mudas ou assemelhados, desde que realizados diretamente pelo produtor. 1420.00.00 - Receita da Produção Animal e Derivados: Registra o valor total das receitas de produção animal e derivados, decorrentes de atividades de exploração econômica de: pecuária de grande porte – bovinos, bufalinos, equinos e outros (inclusive leite, carne e couro); pecuária de médio porte – ovinos, caprinos, suínos e outros (inclusive lã, carne e peles); aves e animais de pequeno porte (inclusive ovos, mel, cera e casulos do bicho da seda); caça e pesca. Estão incluídas nesses títulos apenas as receitas de atividades de beneficiamento ou transformação ocorridas em instalações nos próprios estabelecimentos. As receitas oriundas de atividades industriais dedicadas à produção de alimentos (matadouros, fábricas de laticínios, etc.) são classificadas em receitas da indústria de transformação, bem como secagem, curtimento, outras preparações de couros e peles, etc. 1490.00.00 - Outras Receitas Agropecuárias: Registra o valor total da arrecadação com outras receitas agropecuárias não classificadas nos itens anteriores. AN02FREV001/REV 4.0 46 1500.00.00 - Receita Industrial: Registra o valor total da arrecadação da receita da indústria de extração mineral, de transformação, de construção e outros, provenientes das atividades industriais definidas como tais pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1520.00.00 - Receita da Indústria de Transformação: Registra o valor total da arrecadação das receitas das atividades ligadas à indústria de transformação, baseadas na classificação da fundação IBGE. 1520.99.00 - Outras Receitas da Indústria de Transformação: Registra o valor total das receitas da indústria de transformação não classificadas os itens anteriores. 1530.00.00 - Receita da Indústria de Construção: Registra o valor total da arrecadação da receita da indústria de construção. Receitas oriundas das atividades de construção, reforma, reparação e demolição de prédios, edifícios, obras viárias, grandes estruturas e obras de arte, inclusive reforma e restauração de monumentos. Inclui, também, a preparação do terreno e a realização de obras para exploração de jazidas minerais, a perfuração de poços artesianos e a perfuração, revestimento e acabamento de poços de petróleo e gás natural. 1600.00.00 - Receita de Serviços: Registra o valor total da arrecadação da receita originária da prestação de serviços, tais como: atividades comerciais, financeiras, de transporte, de comunicação, de saúde, de armazenagem, serviços científicos e tecnológicos, de metrologia, agropecuários, etc. 1700.00.00 - Transferências Correntes: Registra o valor dos recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, independente de contraprestação direta de bens e serviços. 1721.00.00 - Transferências da União: Registra o valor total das receitas recebidas através de transferências da União. AN02FREV001/REV 4.0 47 2000.00.00 - Receitas de Capital: Registra o valor total da categoria econômica que compreende as operações de crédito, alienação de bens, amortização de empréstimos, transferências de capital e outras. 2100.00.00 - Operações de Crédito: Registra o valor total da receita decorrente da colocação de títulos públicos ou de empréstimos obtidos junto a entidades estatais ou particulares internas ou externas. 2110.00.00 - Operações de Crédito Internas: Registra o valor total da arrecadação decorrente da colocação no mercado interno de títulos públicos, ou de empréstimos obtidos junto a entidades estatais ou particulares. 2120.00.00 - Operações de Crédito Externas: Registra o valor total da arrecadação da receita decorrente da colocação de títulos públicos ou de empréstimos obtidos junto a organizações estatais ou particulares, sediadas no exterior. 2400.00.00 - Transferências de Capital: Registra o valor total das transferências de capital para outra esfera de governo (intergovernamentais), instituições privadas, exterior e/ou pessoas, tendo por finalidade concorrer para a formação de um bem de capital, estando vinculadas à constituição ou aquisição do mesmo. AN02FREV001/REV 4.0 48 9. 5 ESTÁGIOS DA RECEITA Conforme Brasil (2004), o estágio da receita orçamentária é cada passo identificado que evidencia o comportamento da receita e facilita o conhecimento e a gestão dos ingressos de recursos. Os estágios da receita orçamentária são os seguintes: Previsão; Lançamento; Arrecadação; e Recolhimento. 9.5.1 Previsão Estimativa de arrecadação da receita, constante da Lei Orçamentária Anual (LOA), compreendido em fases distintas: 1. A primeira fase consiste na organização e no estabelecimento da metodologia de elaboração da estimativa; conforme redação alterada conforme retificação publicada no Diário Oficial da União de 29 de junho de 2004; 2. A segunda fase consiste no lançamento, que é tratado pelos artigos 51 e 53 da Lei 4.320/64, é o assentamento dos débitos futuros dos contribuintes de impostos diretos, cotas ou contribuições prefixadas ou decorrentes de outras fontes de recursos, efetuados pelos órgãos competentes que verificam a procedência do crédito e a natureza da pessoa do contribuinte – quer seja física ou jurídica – e o valor correspondente à respectiva estimativa. O lançamento é a legalização da receita pela sua instituição e a respectiva inclusão no orçamento. AN02FREV001/REV 4.0 49 9.5.2 Arrecadação Entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores, aos agentes arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro. A arrecadação ocorre somente uma vez, vindo em seguida o recolhimento. Quando um ente arrecada para outro ente, cumpre-lhe apenas entregar-lhe os recursos pela transferência dos recursos, não sendo considerada arrecadação, quando do recebimento pelo ente beneficiário. 9.5.3 Recolhimento Transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando o Princípio da Unidade de Caixa representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada ente. 9.5.4 Dívida ativa A Dívida Ativa daUnião é composta por todos os créditos do Estado, sejam eles de natureza tributária ou não tributária, regularmente inscritos pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), depois de esgotado o prazo fixado para pagamento, pela lei ou por decisão proferida em processo regular (BRASIL, 2004). A Lei 4320, de 17 de março de 1964, ao mesmo tempo em que evidencia a natureza do crédito a favor do Ente Público, caracterizando a origem como tributária ou não tributária, atribui a PGFN competência para gestão administrativa e judicial da Dívida Ativa da União (CARVALHO, 2006). AN02FREV001/REV 4.0 50 O eventual cancelamento do devedor inscrito em Dívida Ativa representa extinção do crédito e por isto provoca diminuição na situação líquida patrimonial, relativamente à baixa do direito que é classificado como variação patrimonial passiva independente da execução orçamentária ou variação passiva extraorçamentária (BRASIL, 2004). Da mesma forma são classificados o registro de abatimentos, anistia ou quaisquer outros valores que representem diminuição dos valores originalmente inscritos em Dívida Ativa, mas não derivam do efetivo recebimento (BRASIL, 2004). A Dívida Ativa integra o grupamento de Contas a Receber e constitui uma parcela do Ativo de grande destaque na estrutura patrimonial de qualquer órgão ou entidade pública (BRASIL, 2004). Os montantes a serem registrados em Contas a Receber devem ser mensurados por seu valor líquido de realização, ou seja, pelo produto final em dinheiro ou equivalente que se espera obter, de forma a assegurar a fiel demonstração dos fatos contábeis (BRASIL, 2004). Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem Arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias (DECRETO-LEI 1.735, 1979). § 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título.(Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979). § 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979). § 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será convertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intimação do devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos débitos tributários. (Parágrafo incluído pelo decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979). AN02FREV001/REV 4.0 51 § 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978.(Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979). § 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).”A Lei 4320/64, ao mesmo tempo em que evidencia a natureza do crédito a favor do Ente Público, caracterizando a origem como tributária e não-tributária, atribui à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional – PGFN competência para gestão administrativa e judicial da Dívida Ativa da União. As demais esferas governamentais – Estados, Distrito Federal e Municípios –, disporão sobre competências de órgãos e entidades para gestão administrativa e judicial da Dívida Ativa pertinente. 9.6 DESPESAS 9.6.1 Conceito de despesa É um conjunto de gastos realizados pelos entes públicos para funcionamento e manutenção dos serviços públicos prestados à sociedade. O regime contábil das despesas é realizado por meio do Princípio da Competência, conforme descriminação a seguir. a) Competência, conforme o artigo 9º da Resolução 750/93 do CFC: Art. 9° As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. § 1° O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE. § 2° O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é consequência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 1993) . AN02FREV001/REV 4.0 52 A Resolução 774, de 1994, Apêndice à Resolução sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, tece os seguintes comentários relativos à despesa: As despesas, na maioria das vezes, representam de ativos, que tanto podem ter sido pagos em períodos passados, no próprio período, ou ainda virem a ser pagos no futuro. De outra parte, não é necessário que o desaparecimento do ativo seja integral, pois muitas vezes a consumpção é somente parcial, como no caso das depreciações ou nas perdas de parte do valor de um componente patrimonial do ativo, por aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA à prática, de que nenhum ativo pode permanecer avaliado por valor superior ao de sua recuperação por alienação ou utilização nas operações em caráter corrente. Mas a despesa também pode decorrer do surgimento de uma exigibilidade sem a concomitante geração de um bem ou de um direito, como acontece, por exemplo, nos juros moratórios e nas multas de qualquer natureza. Entre as despesas do tipo em referência localizam-se também as que se contrapõem a determinada receita, como é o caso dos custos diretos com vendas, nos quais se incluem comissões, impostos e taxas e até royalties. A aplicação correta da competência exige mesmo que se provisionem, com base em fundamentação estatística, certas despesas por ocorrer, mas indiscutivelmente ligadas à venda em análise, como as despesas futuras com garantias assumidas em relação a produtos. Nos casos de Entidades em períodos pré-operacionais, no seu todo ou em algum setor, os custos incorridos são ativados, para se transformarem posteriormente em despesas, quando da geração das receitas, mediante depreciação ou amortização. Tal circunstância está igualmente presente em projetos de pesquisa e desenvolvimento de produtos – muito frequentes nas indústrias químicas e farmacêuticas, bem como naquelas que empregam alta tecnologia – quando a amortização dos custos ativados é feita segundo a vida mercadológica estimada dos produtos ligados às citadas pesquisas e projetos. Em obediência aos Princípios da Oportunidade e da Competência supracitados, as despesas devem ser reconhecidas no momento da ocorrência do fato gerador, independentementede pagamento. Na área pública, esse procedimento está suportado também pelos seguintes dispositivos legais: Lei de Responsabilidade Fiscal 101, de 4 de maio de 2000: Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: (...)II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa. Lei 4.320, de 17 de março de 1964: Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros. AN02FREV001/REV 4.0 53 Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará: (...). § 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outros pagamentos que independam de autorização orçamentária. § 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. Na maioria das vezes o momento do fato gerador coincide com o momento da liquidação da despesa orçamentária, o que ocorre com as despesas efetivas em geral, por exemplo, na entrega de bens/serviços contratados. Nesse caso, o reconhecimento da despesa orçamentária coincidirá com o reconhecimento da despesa pelo enfoque patrimonial, pois ocorrerá uma redução na situação líquida patrimonial. O reconhecimento da despesa do ente por competência deve ocorrer mesmo que ainda pendente as fases de execução da despesa orçamentária. Ou seja, tendo ocorrido o fato gerador, deve haver o registro da obrigação no sistema patrimonial até que seja empenhada e liquidada a despesa orçamentária, quando então deverá ser transportado o passivo para o sistema financeiro. Por exemplo, reconhecimento de dívida. Mesmo que não haja dotação orçamentária na LOA, enquanto não for empenhada e liquidada a despesa orçamentária, esta deverá estar registrada no Passivo Patrimonial. Despesa, pelo enfoque orçamentário, constitui os dispêndios efetuados pelo Estado para manutenção de suas atividades ou para construção e manutenção de bens públicos, com a finalidade de atendimento às necessidades coletivas. Esses dispêndios podem estar previstos na Constituição, leis ou atos administrativos e necessitam de autorização legislativa para a sua realização, por meio da Lei Orçamentária Anual ou de créditos adicionais. Para sua execução, a despesa deve percorrer os estágios: empenho, liquidação e pagamento, previstos na Lei 4.320, de 1964: Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga. Art. 65 O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídas, por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento. AN02FREV001/REV 4.0 54 A despesa orçamentária pode se realizar na forma de aplicação direta ou por meio de transferências a outros entes públicos ou a instituições privadas e essa informação está destacada na modalidade de aplicação, na estrutura da natureza da despesa. 9.6.2 Regulamentação A Despesa Orçamentária tem seu regramento estabelecido em diversos instrumentos legais, dentre os quais cabe destacar: a Constituição Federal, de 1988; a Lei Complementar 101, de 2000; a Lei 4.320, de 1964; o Decreto 93.872, de 1986, para a União; e as Leis que dispõem sobre o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual. 9.6.3 Momento do reconhecimento A Lei 4.320, de 1964, estabeleceu um regime peculiar para reconhecimento da despesa orçamentária, segundo o qual são consideradas do exercício as despesas nele legalmente empenhadas: Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: I - as receitas nele arrecadadas; II - as despesas nele legalmente empenhadas. Porém, observa-se que, em regra, no momento do empenho, ainda não existe um passivo na administração pública, em virtude de ainda não ter havido a entrega do bem/serviço contratado. O momento de reconhecimento da obrigação no ente público, na maioria das vezes, coincide com o momento da liquidação: Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Em decorrência desse regime de reconhecimento estabelecido pela lei, com base no empenho, existe a figura dos restos a AN02FREV001/REV 4.0 55 pagar, definido no art. 36 da Lei nº 4.320, de 1964: Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas. (LEI, 4.320, 1964) Apesar de não estar explícito na lei citada, consideram-se processadas as despesas liquidadas, para as quais já foi reconhecido o direito do credor, e não processadas as não liquidadas, cuja execução só chegou ao estágio do empenho. No caso da União, a regra é que o empenho da despesa não liquidada seja anulado no fim do exercício financeiro, com algumas exceções, previstas no artigo 35 do Decreto 93.872, de 1986: Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31de dezembro, para todos os fins, salvo quando: I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida; II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou seja, de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor; III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas; IV - corresponder a compromissos assumidos no exterior. Para os restos a pagar processados, ou seja, aqueles que já passaram pela fase da liquidação, quando já foi entregue o bem ou mercadoria pelo fornecedor, não há que se falar em cancelamento do resto a pagar, pois já houve a verificação do direito adquirido pelo credor. 9.6.4 Classificação da despesa pública As despesas podem ser classificadas, conforme a Lei 4.320-64, em: despesas orçamentárias e extraorçamentária. O artigo 103 da Lei 4.320-64 estabelece que o Balanço Financeiro demonstre a receita e a despesa orçamentária, bem como os recebimentos e pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie, provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte. AN02FREV001/REV 4.0 56 9.6.4.1 Despesa orçamentária É a despesa que está incluída na lei orçamentária anual, e ainda as provenientes dos créditos adicionais abertos durante o exercício financeiro. 9.6.4.2 Despesa extraorçamentária É a despesa que não consta na lei orçamentária anual, compreendendo as diversas saídas de numerários, decorrentes do pagamento ou recolhimento de: depósitos; cauções; pagamentos de restos a pagar; resgate de operações de crédito por antecipação da receita; quaisquer saídas para pagamento das entradas de recursos transitórias, etc. 9.6.5 Categoria econômica da despesa No artigo 12 da Lei 4.320, de 1964, são classificadas as despesas nas seguintes categorias econômicas: Despesas correntes: são as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital; Despesas de custeio e Transferências
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