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Contabilidade Pública

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AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CONTABILIDADE PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
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CURSO DE 
CONTABILIDADE PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
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SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
1. CONTABILIDADE PÚBLICA: CONCEITO 
1.1 CONCEITO 
2 NATUREZA DO REGISTRO DOS ATOS E FATOS NA CONTABILIDADE 
PÚBLICA 
3 AS DIFERENÇAS ENTRE CONTABILIDADE PÚBLICA E CONTABILIDADE 
EMPRESARIAL 
4 CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA 
4.1 PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO 
4.1.1 Administração direta 
4.1.2 Administração indireta 
4.1.2.1 Autarquia 
4.1.2.2 Fundação pública 
4.1.2.3 Empresa estatal dependente 
4.1.2.4 Empresa pública 
4.1.2.5 Sociedades de economia mista 
5 OBJETIVO DA CONTABILIDADE PÚBLICA 
6 REGIME CONTÁBIL 
6.1 REGIME DE CAIXA 
6.2 REGIME DE COMPETÊNCIA: 
7 ESTÁGIOS DE EXECUÇÃO DA RECEITA E DA DESPESA. 
7.1 DESPESA 
7.1.2 Etapa de fixação 
7.1.3 Etapa de execução 
7.1.3.1 Empenho 
7.1.3.2 Liquidação 
7.1.3.3 Pagamento 
7.2 RECEITA 
 
 
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 4 
7.2.1 Previsão 
7.2.2 Lançamento 
7.2.3 Arrecadação 
7.2.4 Recolhimento 
7.2.5 Restos a pagar 
8 DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 
 
 
MÓDULO II 
9 RECEITA E DESPESA 
9.1 CONCEITO DA RECEITA 
9.2 CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA PÚBLICA 
9.2.1 Receitas públicas originárias 
9.2.2 Receita pública derivada 
9.3 CATEGORIA ECONÔMICA DA RECEITA 
9.3.1 Exemplo de Receitas Correntes 
9.3.1.1 Receita Tributária 
9.3.1.2 Contribuição de melhoria 
9.3.1.3 Receita de contribuições 
9.3.1.4 Receita patrimonial 
9.3.1.5 Receita agropecuária 
9.3.1.6 Receita industrial 
9.3.1.7 Receita de serviços 
9.3.1.8 Transferências correntes 
9.3.1.9 Outras receitas correntes 
9.3.2 Receitas de capital 
9.3.2.1 Operações de crédito 
9.3.2.2 Alienação de bens 
9.3.2.3 Amortização de empréstimos: 
9.3.2.4 Transferências de capital: 
9.3.2.5 Outras receitas de capital: 
9.3.2.6 Fontes da receita 
9.3.3 Outras definições acerca da receita pública 
 
 
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9.3.3.1 Receitas financeiras 
9.3.3.2 Receitas não financeiras 
9.3.3.4 Receitas públicas ordinárias 
9.3.3.5 Receitas públicas extraordinárias 
9.3.3.6 Receita corrente líquida 
9.3.3.7 Receita líquida real 
9.3.3.8 Receita compartilhada 
9.3.3.9 Receita prevista, estimada ou orçada 
9.3.3.10 Receita vinculada 
9.3.3.11 Receitas compulsórias 
9.3.3.12 Receitas facultativas 
9.3.3.13 Receitas próprias 
9.3.3.14 Receitas de fontes diversas 
9.3.3.15 Antecipação de receitas 
9.3.3.16 Receita líquida 
9.3.3.17 Receita vinculada 
9.3.3.18 Renúncia de receita 
9.4 CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR FONTES DE RECURSOS: 
9. 5 ESTÁGIOS DA RECEITA 
9.5.1 Previsão 
9.5.2 Arrecadação 
9.5.3 Recolhimento 
9.5.4 Dívida ativa 
9.6 DESPESAS 
9.6.1 Conceito de despesa 
9.6.2 Regulamentação 
9.6.3 Momento do reconhecimento 
9.6.4 Classificação da despesa pública 
9.6.4.1 Despesa orçamentária 
9.6.4.2 Despesa extraorçamentária 
9.6.5 Categoria econômica da despesa 
9.6.5.1 Estágio da despesa 
9.6.5.2 Etapa de fixação 
 
 
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9.6.5.3 Etapas de execução 
9.6.5.3.1 Empenho 
9.6.5.3.2 Liquidação 
9.6.5.3.3 Pagamento 
9.6.6 Dívida flutuante 
9.6.7 Dívida fundada 
 
 
MÓDULO III 
10 PLANO DE CONTAS: REGRAS E ESTRUTURA 
10.1 CONCEITO DE PLANO DE CONTAS 
10.2 OBJETIVO DE UM PLANO DE CONTAS 
10.3 CONTA CONTÁBIL 
10.4 CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS 
10.5 ESTRUTURA DO PLANO DE CONTAS 
10.6 CODIFICAÇÃO DO PLANO DE CONTAS 
10.6.1 Ativo 
10.6.2 Passivo 
10.6.3 Despesa 
10.6.4 Receita 
10.6.5 Resultado Diminutivo do Exercício 
10.6.6 Resultado aumentativo do exercício 
10.6.7 Sistema de Contas 
10.6.7.1 Sistema Orçamentário 
10.6.7.2 Sistema Financeiro 
10.6.7.3 Sistema Patrimonial 
10.6.7.4 Sistema de Compensação 
11 BALANÇOS PÚBLICOS 
11.1 INTRODUÇÃO 
11.2 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO 
11.3 BALANÇO FINANCEIRO 
11.4 BALANÇO PATRIMONIAL 
11.5 DEMONSTRAÇÕES DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS 
 
 
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MÓDULO IV 
12 CONTROLE DAS CONTAS PÚBLICAS 
12.1 INTRODUÇÃO 
12.2 TOMADA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS – TIPOS E PRAZOS 
12.2.1 Prazos 
12.2.2 Tipos 
12.3 TOMADA DE CONTA ESPECIAL 
12.3.1 Características do processo de Tomada de Contas Especial 
12.3.1.1 Pressupostos para a instauração do processo de Tomada de Contas 
Especial 
12.4 TIPOS DE CONTROLE E NORMAS APLICÁVEIS 
12.4.1 Controles externo e interno 
12.4.1.1 Órgão de controle externo – auditoria externa 
12.4.1.2 Controle interno integrado 
 
 
MÓDULO V 
13 LICITAÇÕES E CONTRATOS 
13.1 LICITAÇÃO 
13.1.1 Princípios gerais aplicáveis ao procedimento licitatório 
13.1.2 Das modalidades, limites e dispensa 
13.2 CONTRATOS 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO I 
 
 
1. CONTABILIDADE PÚBLICA: CONCEITO 
 
 
1.1 CONCEITO 
 
 
É o ramo da ciência contábil que aplica os conceitos, princípios e normas 
contábeis nos atos e fatos na administração orçamentária, financeira, patrimonial e 
de compensação, nos órgãos e entidades da Administração Pública, direta e 
indireta, fornecendo relatórios periódicos com informações atualizadas e precisas, 
em consonância com as normas gerais do Direito Financeiro (LEI 4.320, 1964), que 
trata de normas gerais para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da 
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal (HADDAD, 2010). 
“A contabilidade Pública estuda, registra, controla e demonstra o orçamento 
aprovado e acompanha a execução” (DECRETO-LEI 200, 1967). 
 
“Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o 
acompanhamento da execução orçamentária, os conhecimentos da 
composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, 
o levantamento dos balanços gerias análise e interpretação dos resultados 
econômicos e financeiros” (art. 85 da Lei 4.320/64). 
 
Em suma, a Contabilidade Pública registra a previsão da receita e a fixação 
da despesa, estabelecida no Orçamento Público aprovado para o exercício, escritura 
a execução orçamentária da receita e da despesa, faz a comparação entre a 
previsão e a realização das receitas e despesas, controla as operações de crédito, a 
dívida ativa, os valores, os créditos e obrigações, revela as variações patrimoniais e 
mostra o valor do patrimônio (CARVALHO, 2006). 
 
 
 
 
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2 NATUREZA DO REGISTRO DOS ATOS E FATOS NA CONTABILIDADE 
PÚBLICA 
 
 
A Contabilidade Pública registra os atos e fatos de natureza orçamentária, 
financeira, patrimonial, industrial e de compensação, da administração pública (LEI 
4.320, 1964). 
Entende-se como Ato Administrativo uma ação praticada que não provoca 
(podendo provocar) alterações qualitativas e/ou quantitativas no patrimônio da entidade. 
Como exemplos, Admissão de Empregados e Assinatura de Contratos de Seguros. 
Fatos contábeis são acontecimentos ocorridos na empresa que provocam 
alterações qualitativas no patrimônio da entidade. Como exemplos, Pagamentos de 
Funcionários e Pagamento de Seguro Contra Incêndio. 
Dessa forma, a Contabilidade Pública deverá evidenciar, perante a fazenda 
pública, a situação de todo administrador público, que arrecade receitas, efetue 
despesas, administre ou guarde bens a ela pertencentes ou confiados (LEI 4.320, 
1964).AN02FREV001/REV 4.0 
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3 AS DIFERENÇAS ENTRE CONTABILIDADE PÚBLICA E CONTABILIDADE 
EMPRESARIAL 
 
 
TABELA 1 - DIFERENÇAS MAIS ENTRE CONTABILIDADE PÚBLICA E OUTRAS 
ESPECIALIZAÇÕES DA CONTABILIDADE 
 
FONTE: Carvalho, 2006. 
Aspectos Contabilidade Pública
Contabilidade 
Empresarial
Legislação Lei 4.320-64 Lei 6.404-76
Princípios PFC e Princípios Orçamentários
Princípios Fundamentais de 
Contabilidade
Registro
Atos e Fatos Administrativos baseados 
em normas legais -
Fatos Administrativos
Possui caráter conservador 
Possui mais liberdade - 
além das normas que a 
regem.
Regime de Escrituração 
Contábil
Regime Contábil Misto ( Regime de 
Caixa para as Receitas e Regime de 
Competência para as Despesas) -
admite algumas exceções
Regime Contábil de 
Competência tanto para as 
receitas quanto para as 
despesas
Resultado
Não apura o lucro, mas o déficit ou 
superávit
Apura o lucro - exceção 
para as entidades sem fins 
lucrativos
Demostrações Financeiras
Balanço Orçamentário; Balanço 
Financeiro, Demonstração das 
Variações Patrimoniais e Balanço 
Patrimonial
Balanço Patrimonial; DRE; 
DOAR; DLPA E DMPL
Sistema de Escrituração
Possui quatro sistemas contábeis 
independentes (orçamentário, 
financeiro, patrimonial e de 
compensação )
Os débitos e créditos são escriturados 
dentro de cada sistema.
Ex.:quando houver débito em uma 
conta do sistema patrimonial, haverá 
um ou mais créditos correspondentes 
dentro do mesmo sistema
As contas são registradas 
em um só sistema e as 
contas patrimoniais não se 
misturam com as contas de 
resultado na apuração do 
resultado do exercício - 
DRE.
 
 
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4 CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA 
 
 
A contabilidade pública é regulamentada especialmente pela Lei 4.320-64. 
Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro para a elaboração e controle dos 
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 
Dessa forma, o campo de aplicação da contabilidade pública é 
essencialmente o das pessoas jurídicas de direito público – União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios. Portanto, todos os entes federados devem seguir as normas 
gerais de direito financeiro estabelecidas na Lei 4.320-64. 
 
 
4.1 PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO 
 
 
4.1.1 Administração direta 
 
 
Poder Executivo: 
Presidência da República e suas secretarias; 
Ministérios Civis e Militares; 
Fundos Especiais. 
 
Poder Judiciário: 
Todos os seus tribunais; 
Fundos Especiais. 
 
Poder Legislativos: 
Câmara dos Deputados; 
Senado Federal; 
Fundos Especiais. 
 
 
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4.1.2 Administração indireta 
 
 
4.1.2.1 Autarquia 
 
 
Corresponde a serviço autônomo, com personalidade jurídica de direito 
público, patrimônio e receita próprios, criado por lei para executar atividades típicas 
da administração pública, que requeriam, para melhor funcionamento, gestão 
administrativa e financeira descentralizada. (DECRETO-LEI 200, 1967). 
Alguns exemplos de autarquias, federais, estaduais ou municipais, em nosso 
ordenamento, são Banco Central; UFRJ; CBMERJ; INSS; ANATEL; ANVISA; INPI. 
 
 
4.1.2.2 Fundação pública 
 
 
É a entidade dotada de personalidade jurídica de direito público, sem fins 
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, com autonomia 
administrativa, patrimônio próprio e funcionamento custeado por recursos públicos. 
Fundação Habitacional do Exército, Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) 
são alguns exemplos. 
 
 
4.1.2.3 Empresa estatal dependente 
 
 
Empresa controlada pela União, pelo Estado, pelo Distrito Federal ou pelo 
Município, que tenha, no exercício anterior, recebido recursos financeiros pelo seu 
controlador, destinados ao pagamento de despesas com pessoal, de custeio em 
 
 
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geral ou de capital, excluídos, neste último caso, aqueles provenientes de aumento 
de participação acionária, e tenha, no exercício corrente, autorização orçamentária 
para recebimento de recursos financeiros com idêntica finalidade (LEI DE 
RESPONSABILIDADE FISCAL). 
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é um exemplo. 
 
 
4.1.2.4 Empresa pública 
 
 
É a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com o 
patrimônio próprio e capital públicos, criada por lei para a exploração de atividade 
econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou de 
conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas 
em direito (DECRETO-LEI 900, 1969). 
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa 
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) são exemplos de empresas estatais 
dependentes. 
 
 
4.1.2.5 Sociedades de economia mista 
 
 
É a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por 
lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, 
cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, direta ou indiretamente, 
ao poder público ou a entidade da administração indireta (Decreto-Lei 900/69). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 OBJETIVO DA CONTABILIDADE PÚBLICA 
 
 
Conforme observamos nos estudos anteriores, o objetivo na contabilidade 
gerencial é o patrimônio da empresa, constituído por bens, direitos e obrigações; na 
contabilidade pública, devido às peculiaridades além do patrimônio, o seu objetivo é 
o orçamento e sua execução (previsão e arrecadação da receita e a fixação da 
despesa) (ASSUMPÇÃO, 2012). 
O artigo 99 do Novo Código Civil identifica o que são bens públicos: 
 
I – Os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e 
praça; 
II – Os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço 
ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou 
municipal, inclusive os de suas autarquias; 
III – Os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de 
direito público, como objetivo de direito pessoal, ou real, de cada uma 
dessas entidades. 
 
Além dos bens públicos, o objetivo da contabilidade pública é de fornecer 
informações atualizadas e precisas à administração e à sociedade, resultando no 
cumprimento da sua missão institucional. 
 
 
6 REGIME CONTÁBIL 
 
 
O regime contábil adotado para a contabilidade pública é o regime misto, 
sendo de caixa para as receitas e de competência para as despesas, conforme o 
artigo 35 da Lei 4.320-64, que trata: 
 
Art. 35º. Pertencem ao exercício financeiro: 
I – as receitas nele arrecadadas; 
II – as despesas nele legalmente empenhadas 
 
 
 
 
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6.1 REGIME DE CAIXA 
 
 
No regime de caixa, são consideradas receitas e despesas do exercício, 
tudo o que recebe ou que paga durante o ano financeiro, mesmo sendo de 
exercícios anteriores. 
Exceção: é quando as receitas previstas e não arrecadadas são incluídas na 
dívida ativa e o recebimento geralmente só ocorrerá no ano subsequente 
(BEZERRA FILHO, 2008). 
 
 
6.2 REGIME DE COMPETÊNCIA: 
 
 
São consideradas receitas e despesas no período em que ocorrem, sempre 
simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente do recebimento 
ou do pagamento (Conselho Federal de Contabilidade, 1993). 
Exceções: 
Caso 1 - Despesa referente ao exercício de 2012, não paga naquele ano, 
deverá ser inscrita em resto a pagar para ser paga em 2013. Caso até o final de 
2013 a despesa não seja paga, será cancelada no Sistema Integrado de 
Administração Financeira (Siaf), porém ainda permanece o direito do credor. Caso 
futuramente, em 2015, o pagamento seja reclamado pelo credor, será considerada 
despesa naquele ano (CARVALHO, 2006). 
Caso 2 - Despesa referente ao exercício de 2014, porém, empenhada, 
liquidada e paga em2013, paga antecipadamente, a despesa será incluída no 
exercício financeiro de 2013. Admite-se o pagamento antecipado como forma de 
garantia de um contrato (CARVALHO, 2006). 
 
 
 
 
 
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7 ESTÁGIOS DE EXECUÇÃO DA RECEITA E DA DESPESA. 
 
 
7.1 DESPESA 
 
 
No processo orçamentário, agrupam-se os estágios das despesas em duas 
etapas: Fixação e Execução. 
Na etapa Fixação, os recursos são distribuídos de acordo com as 
prioridades do governo. E na Execução, que compreende os estágios empenho, 
liquidação e pagamento, processam-se a execução orçamentária e financeira. 
 
 
7.1.2 Etapa de fixação 
 
 
É nessa etapa que se origina o processo de planejamento. É nela que se 
alocam os recursos aos programas governamentais, observando as diretrizes e 
prioridades traçadas pelo governo, seguindo o princípio do equilíbrio orçamentário, 
as despesas fixadas serão programadas em função das receitas previstas. 
Conforme o artigo 165 da Constituição Federal de 1988, os instrumentos de 
planejamento de União compreendem o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7.1.3 Etapa de execução 
 
 
7.1.3.1 Empenho 
 
 
Conforme o artigo 58 da Lei 4.320, de 1964, “o empenho da despesa é o ato 
emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento 
pendente ou não de implemento de condição”. 
 
 
7.1.3.2 Liquidação 
 
 
De acordo com o artigo 63 da Lei 4.320, de 1964, 
 
“A liquidação consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo 
por base os títulos e os documentos comprobatórios do respectivo crédito. 
Essa verificação tem por fim apurar: 
I – a origem e o objeto do que se deve pagar; 
II – a importância exata a pagar; 
III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.” 
 
 
7.1.3.3 Pagamento 
 
 
Segundo o artigo 65 da Lei 4.320, de 1964, “o pagamento da despesa será efetuado 
por tesouraria ou pagadoria instituídos por estabelecimentos bancários credenciados 
e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento”. 
 
 
 
 
 
 
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7.2 RECEITA 
 
 
A receita pública passa por quatro estágios, sendo a previsão (aprovação do 
orçamento); lançamento (inscrição do débito); arrecadação e recolhimento (estágios 
de execução da receita) (CARVALHO, 2006). 
 
 
7.2.1 Previsão 
 
O estágio de previsão, conforme artigo 51 da Lei 4.320, de 1964, é a 
estimativa de quanto se espera arrecadar durante determinado exercício financeiro. 
 
 
7.2.2 Lançamento 
 
 
De acordo com o artigo 53 da Lei 4.320, de 1964, consiste no procedimento 
administrativo, “o lançamento da receita, o ato da repartição competente, que 
verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o 
débito desta”. 
 
 
7.2.3 Arrecadação 
 
 
Conforme o artigo 56 da Lei 4.320, de 1964, incide no recolhimento pelo 
contribuinte ao agente arrecadador a uma instituição financeira oficial. 
 
 
 
 
 
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7.2.4 Recolhimento 
 
Consiste no repasse da instituição financeira oficial ao cofre do tesouro 
nacional, conforme o artigo 56 da Lei 4.320, de 1964. 
 
 
7.2.5 Restos a pagar 
 
 
Consideram-se restos a pagar, conforme artigo 36 da Lei 4.320, de 1964, as 
despesas empenhadas e liquidadas, mas não pagas até 31 de dezembro do mesmo 
exercício, destingindo-se as processadas das não processadas. 
A despesa processada é quando já transcorreu a etapa da liquidação, sendo 
a entrega dos bens, obras ou a prestação do serviço ao órgão realizador da despesa 
(BEZERRA FILHO, 2008). 
São restos a pagar não processadas, as despesas que dependem, ainda, da 
prestação de serviço ou do fornecimento de material (CARVALHO, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 
 
 
De acordo com o artigo 37 da Lei 4.320, de 1964, são: 
 
As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento 
respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, 
que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a 
Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o 
encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de 
dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, 
obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. 
 
Ou seja, são dívidas reconhecidas no exercício atual resultante de 
compromissos gerados em exercícios anteriores, para as quais o orçamento 
respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, mas 
que não tenha sido processado na época (CARVALHO, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
 
 
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MÓDULO II 
 
 
9 RECEITA E DESPESA 
 
 
9.1 CONCEITO DA RECEITA 
 
 
Receita é o termo utilizado pela contabilidade para demonstrar a variação 
positiva da situação líquida patrimonial resultante do aumento de ativos ou da 
redução de passivos de uma entidade (BRASIL, 2005). 
A receita pode ser classificada quanto à entidade que se apropria a receita, 
em: receitas públicas, aquelas auferidas pelos entes públicos; e receitas privadas, 
aquelas auferidas pelas entidades privadas (BRASIL, 2008). 
Quanto à dependência da execução orçamentária, são receitas arrecadadas 
de propriedade do ente, que resultam em um aumento do patrimônio líquido. Por 
exemplo, receita de tributo. 
E a receita independente da execução orçamentária são fatos que resultam 
em aumento do patrimônio líquido, que ocorrem independentemente da execução 
orçamentária. Como exemplos, podemos citar a inscrição em dívida ativa e a 
incorporação de bens (BRASIL, 2008). 
A contabilização da receita é regulamentada pelo Conselho Federal de 
Contabilidade, por meio das Resoluções CFC 750/93, publicada no Diário Oficial da 
União (DOU), em 31 de dezembro de 1993, e CFC 774/94, publicada no DOU de 18 
de janeiro de 1995. 
A Resolução 750/93 traz os Princípios Fundamentais de Contabilidade, de 
observância obrigatória no exercício da profissão, constituindo condição de 
legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. Dentre esses princípios, 
destacamos o da Oportunidade (BRASIL, 2005). 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
Art. 6º Princípio da Oportunidade: refere-se, simultaneamente, à 
tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas 
mutações, determinando que este seja feito de imediato e com extensão 
correta, independentemente das causas que as originam. 
Parágrafo único: Como resultado da observância do princípio da 
OPORTUNIDADE: 
I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais 
deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de 
sua ocorrência; 
II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, 
contemplando os aspectos físicos e monetários; 
III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações 
ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um períodode tempo 
determinado, base necessária para gerar informações úteis decisório da 
gestão.(BRASIL, 2005) 
 
Além dos Princípios Fundamentais da Contabilidade, a Contabilidade 
Pública deve seguir o disposto nas normas de Direito Financeiro, em especial, na Lei 
4.320/64, que institui um regime contábil misto para receitas e despesas 
orçamentárias no seu artigo 35, conforme abaixo: 
 
“Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: 
I – as receitas nele arrecadadas; 
II – as despesas nele legalmente empenhadas. 
 
O Manual de Procedimentos da Receita Pública, aprovado pela portaria STN 
303, de 28 de abril de 2005, conceitua a receita pública: 
 
Deriva do conceito contábil de receita agregando outros conceitos utilizados 
pela administração pública em virtude de suas peculiaridades. No entanto, 
essas peculiaridades não interferem nos resultados contábeis 
regulamentados pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC, por meio 
dos Princípios Fundamentais, até porque, a missão da contabilidade é 
atender a todos os usuários da informação contábil, harmonizando conceitos, 
princípios, normas e procedimentos às particularidades de cada entidade. 
 
A receita pública caracteriza-se como uma entrada de recursos ao patrimônio 
público, que se reflete no aumento das disponibilidades (PISCITELLI, 2002). 
 
Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo 
recebido pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para 
alocação e cobertura das despesas públicas. Portanto, todo o ingresso 
orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade 
atender às despesas públicas (PISCITELLI, 2002). 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
De acordo com o artigo 9 da Lei 4.320, de 1964, 
 
Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público, 
compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da 
constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o produto 
ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades. 
 
A Secretaria do Tesouro Nacional, por meio do manual da receita pública, 
aprovado em 29 de abril de 2004, discorre da seguinte forma: 
 
A Lei n. 4.320, de 1964, regulamenta os ingressos de disponibilidades de 
todos os entes da federação classificando-os em dois grupos: 
orçamentários e extraorçamentários. 
Os ingressos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público 
arrecadados exclusivamente para a aplicação em programas de ações 
governamentais. Estes ingressos são denominados Receitas Públicas. 
Os ingressos extraorçamentários são aqueles pertencentes a terceiros 
arrecadados pelo ente público exclusivamente para fazer face às exigências 
contratuais pactuadas para posterior devolução, estes ingressos são 
denominados ingressos de terceiros. 
 
 
9.2 CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA PÚBLICA 
 
 
Para Carvalho (2006), podemos classificar primeiramente as receitas em: 
derivadas e originárias. 
 
a) Derivada – são as receitas que derivam do patrimônio da sociedade, ou 
seja, o governo obtém tributando a sociedade; 
b) Originária – são as receitas que se originam a partir do patrimônio do 
próprio estado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
De acordo com Brasil (2004), podemos classificar as receitas derivadas e 
originárias da seguinte forma: 
 
 
9.2.1 Receitas públicas originárias 
 
 
Segundo Brasil (2004), é a Receita Pública efetiva das rendas produzidas 
pelos ativos do Poder Público, pela cessão remunerada de bens e valores (aluguéis 
e ganhos em aplicações financeiras), ou aplicação em atividades econômicas 
(produção, comércio ou serviços). É uma classificação da Receita Corrente. As 
Receitas Originárias também são denominadas como receitas de economia privada 
ou de direito privado. Alguns exemplos são: Receitas Patrimoniais, Receitas 
Agropecuárias, Receitas Comerciais, Receitas de Serviços, etc. 
 
 
9.2.2 Receita pública derivada 
 
 
É a Receita Pública efetiva obtida pelo Estado em função de sua soberania, 
por meio de tributos, penalidades, indenizações e restituições. É uma classificação 
da Receita Corrente. 
 
As receitas derivadas são formadas por receitas correntes, segundo a 
classificação de receita pública por categoria econômica. Exemplos são: 
Receita Tributária, Receita de Contribuições, Taxa de Serviços, etc. 
As receitas derivadas subdividem em: 
 Reparações de guerra 
 Penalidades 
 Tributos – Impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimo 
compulsório e contribuições para fiscais ou especiais. (BRASIL, 2004) 
 
A Lei 4.320, de 1964, de forma implícita, classifica a receita em orçamentária 
e extraorçamentária. São receitas orçamentárias as receitas que integram 
definitivamente ao patrimônio público sem qualquer correspondência no passivo e 
estejam ou não prevista na Lei de Orçamentária Anual (LOA). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
A receita extraorçamentária é aquela que não consta na Lei Orçamentária 
Anual e compreende as entradas de caixa ou créditos de terceiros que o Estado tem 
obrigação de devolução ou reconhecimento. São exemplos de receita extraordinária: 
 
 Depósitos Diversos: são os valores depositados esporadicamente. 
Ex. depósito de garantia para a participação em procedimentos licitatórios; 
 Restos a pagar do exercício: são classificados do lado das receitas no 
balanço financeiro, para compensar a sua inclusão na despesa; 
 Valores arrecadados de uma forma transitória –cauções, depósitos 
judiciais, provisões para cheques não registrados no exercício; 
 Serviço da dívida a pagar: o procedimento é o mesmo do resto a 
pagar, é segregado para fins de controle de quanto deverá ser pago no 
exercício seguinte de juros e encargos de dívida; 
 Operações de crédito por antecipação da receita, etc. (CARVALHO, 2006). 
 
 
9.3 CATEGORIA ECONÔMICA DA RECEITA 
 
 
De acordo o artigo 9 da Lei 4.320, de 1964, “a receita classificar-se-á nas 
seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital”. 
São Receitas Correntes as receitas tributárias, de contribuições, 
patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes 
de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, 
quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. 
Algumas peculiaridades do poder de tributar devem ser consideradas nessa 
classificação. 
Destacam-se as seguintes: 
 O poder de tributar pertence a um ente, mas a arrecadação e aplicação 
pertencem a outro ente – a classificação como receita tributária deve ocorrer no ente 
arrecadador e aplicador e não deverá haver registro no ente tributante; 
 O poder de tributar, arrecadar e distribuir pertence a um ente, mas a 
aplicação dos recursos correspondentes pertence a outro ente – a classificação 
como receita tributária deverá ocorrer no ente tributante, porém, observando os 
seguintes aspectos: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
a. No ente tributante, a transferência de recursos arrecadados deverá ser 
registrada como dedução de receita ou como despesa orçamentária, de 
acordo com a legislação em vigor; 
b. No ente beneficiário ou aplicador deverá ser registrado o recebimento 
dos recursos como receita tributária ou de transferência, de acordo com a 
legislação em vigor; 
c. No caso de recursos compartilhados entre entes da federação, quando 
um é beneficiado pelo tributo de outro, é necessária a compatibilidade entre 
os registros dos respectivos entes; 
d. Qualquer que seja a forma de recebimento da receita, quando for 
anteriormente reconhecido um direito, mesmo com valor estimado, deverá 
haver registro do crédito a receber precedido do recebimento. No momento 
do recebimento deverá haver registros simultâneos de baixa dos créditos a 
receber e do respectivo recebimento. 
 
 
9.3.1 Exemplo de Receitas Correntes 
 
 
9.3.1.1 Receita Tributária 
 
 
São os ingressosoriginários da arrecadação de impostos, taxas e 
contribuições de melhorias (CARVALHO, 2006). 
Exemplos são: 
 Imposto – de acordo com o artigo 16 da Lei 4.320, de 1964, “é o 
tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer 
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. 
 Taxa – de acordo com o artigo 77 da mesma lei, 
As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos 
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato 
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou 
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte 
ou posto à sua disposição. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
 
 
9.3.1.2 Contribuição de melhoria 
 
 
Segundo o artigo 81 da Lei 4.320, de 1964, 
 
A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito 
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é 
instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra 
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como 
limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel 
beneficiado. 
 
 
9.3.1.3 Receita de contribuições 
 
 
É o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no 
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, 
como instrumento de intervenção nas respectivas áreas. 
 
 
9.3.1.4 Receita patrimonial 
 
 
É o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo 
permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros 
rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes. 
 
 
9.3.1.5 Receita agropecuária 
 
 
É o ingresso proveniente da atividade ou da exploração agropecuária de 
origem vegetal ou animal. Incluem-se nessa classificação as receitas advindas da 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
exploração da agricultura (cultivo do solo), da pecuária (criação, recriação ou 
engorda de gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de 
beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários em instalações 
existentes nos próprios estabelecimentos. 
 
 
9.3.1.6 Receita industrial 
 
 
É o ingresso proveniente da atividade industrial de extração mineral, de 
transformação, de construção e outras, provenientes das atividades industriais 
definidas como tal pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
 
 
9.3.1.7 Receita de serviços 
 
 
É o ingresso proveniente da prestação de serviços de transporte, saúde, 
comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, 
processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade 
da entidade e outros serviços. 
 
 
9.3.1.8 Transferências correntes 
 
 
É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades, referente a recursos 
pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, 
efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, 
desde que o objetivo seja a aplicação em despesas correntes. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
 
 
9.3.1.9 Outras receitas correntes 
 
 
São os ingressos provenientes de outras origens não classificáveis nas 
subcategorias econômicas anteriores. 
 
 
9.3.2 Receitas de capital 
 
 
Conforme o artigo 11 da Lei 4.320, de 1964, 
 
‘’são as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de 
constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os 
recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, 
destinado a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, 
ainda, o superávit do Orçamento Corrente’’. 
 
De acordo com a Lei 4.320/64, as receitas de capital serão classificadas nos 
seguintes níveis de subcategorias econômicas: 
 
 
9.3.2.1 Operações de crédito 
 
 
São os ingressos provenientes da colocação de títulos públicos ou da 
contratação de empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou 
privadas. Incluem-se nessa categoria os Empréstimos Compulsórios, que, apesar de 
terem natureza tributária, para efeito de classificação orçamentária não integram 
essa categoria. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
 
 
9.3.2.2 Alienação de bens 
 
 
É o ingresso proveniente da alienação de componentes do ativo 
permanente. 
 
 
9.3.2.3 Amortização de empréstimos: 
 
 
É o ingresso proveniente da amortização, ou seja, parcela referente ao 
recebimento de parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos em títulos 
ou contratos. 
 
 
9.3.2.4 Transferências de capital: 
 
 
É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades referentes a recursos 
pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, 
efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, 
desde que o objetivo seja a aplicação em despesas de capital. 
 
 
9.3.2.5 Outras receitas de capital: 
 
 
São os ingressos provenientes de outras origens não classificáveis nas 
subcategorias econômicas anteriores. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 
 
9.3.2.6 Fontes da receita 
 
 
Segundo Carvalho (2006), é a origem, procedência da receita e é utilizada 
para indicar como são financiadas as despesas. Estas fontes podem ser: 
 Recursos do Tesouro; 
 Recursos de outras fontes. 
 
 
9.3.3 Outras definições acerca da receita pública 
 
 
9.3.3.1 Receitas financeiras 
 
 
São as receitas decorrentes de aplicações financeiras, operações de crédito 
e alienação de ativos e outras. 
 
 
9.3.3.2 Receitas não financeiras 
 
 
São as receitas oriundas de tributos, contribuições, patrimoniais, 
agropecuárias, industriais, serviços e outras. 
 
 
9.3.3.4 Receitas públicas ordinárias 
 
 
São as receitas que ocorrem regularmente em cada período financeiro. 
Exemplos são: impostos, taxas, contribuições, etc. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
 
 
9.3.3.5 Receitas públicas extraordinárias 
 
 
São aquelas que decorrem de situações emergenciais ou em função de 
outras de caráter eventual. Exemplos são: empréstimos compulsórios, doações, etc. 
 
 
9.3.3.6 Receita corrente líquida 
 
 
Terminologia dada ao parâmetro destinado a estabelecer limites legais definidos 
pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A Receita Corrente Líquida é o somatório das 
receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, 
transferências correntes e outras receitas correntes, consideradas as deduções conforme 
o ente União, Estado, Distrito Federal ou Municípios. 
A metodologia para o cálculo da Receita Corrente Líquida é definida no 
Manual de Elaboração do Relatório Resumido da Execução Orçamentária quando 
trata do Demonstrativo da Receita Corrente Líquida. 
 
 
9.3.3.7 Receita líquida real 
 
 
Definição dada pela Resolução do Senado Federal 96, de 15 de dezembro 
de 1989, que entende ser a receita realizada nos doze meses anteriores ao mês em 
que se estiver apurando, excluídas as receitas provenientes de operações de crédito 
e de alienação de bens. 
A referida Resolução dispõe sobre as operações de crédito internas e 
externas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas 
autarquias, inclusive concessão de garantias, seus limites e condições de 
autorização. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
 
 
9.3.3.8 Receita compartilhada 
 
 
Receita orçamentária pertencente a mais de um beneficiário independente 
da forma de arrecadação e distribuição. 
 
 
9.3.3.9 Receita prevista, estimada ou orçada 
 
 
Volume de recursos, previamente estabelecido no orçamento do ente, a ser 
arrecadado em um determinado exercício financeiro, de forma a melhor fixar a 
execução da despesa. 
É essencial o acompanhamento da legislação específica de cada receita 
onde são determinadosos elementos indispensáveis à formulação de modelos de 
projeção, como a base de cálculo, as alíquotas e os prazos de arrecadação. 
 
 
9.3.3.10 Receita vinculada 
 
 
É a receita arrecadada com destinação específica estabelecida em 
dispositivos legais. 
A vinculação da receita torna a programação financeira menos flexível, 
deixando parte dos recursos disponíveis apenas a uma destinação certa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
 
 
9.3.3.11 Receitas compulsórias 
 
 
São receitas cujas origens encontram-se nas legislações que impõem aos 
particulares uma obrigação. São casos de receita compulsória: os tributos, as 
contribuições, etc. 
 
 
9.3.3.12 Receitas facultativas 
 
 
As receitas facultativas possuem sua origem nos atos jurídicos bilaterais, ou 
seja, aquelas decorrentes da vontade das pessoas. Como exemplos surgem os 
aluguéis (Receita Patrimonial), preços públicos, etc. 
 
 
9.3.3.13 Receitas próprias 
 
 
São as receitas enquadradas como Tributárias, Patrimoniais, de Serviços, 
Industriais e outros que não sejam decorrentes de transações que guardem 
características de transferências, mesmo que de outras esferas governamentais, 
como convênios, e operações de créditos. 
 
 
9.3.3.14 Receitas de fontes diversas 
 
 
São aquelas que guardam características de transferências, mesmo que de 
outras esferas governamentais, como convênios, e operações de créditos, ou seja, 
são originárias de terceiros que em determinados casos terão de ser devolvidos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
 
 
9.3.3.15 Antecipação de receitas 
 
 
São os valores recebidos em virtude de um fato que caracteriza uma 
antecipação da receita prevista. Adiantamento de fornecimentos é um exemplo. 
 
 
9.3.3.16 Receita líquida 
 
 
É a receita resultante da diferença entre a Receita Bruta e as deduções. 
 
 
9.3.3.17 Receita vinculada 
 
 
É a receita arrecadada que em função da legislação apresenta a sua 
destinação estabelecida. 
 
 
9.3.3.18 Renúncia de receita 
 
 
É a não arrecadação de receita em função da concessão de isenções, 
anistias ou subsídios. 
Deve-se atentar, na renúncia de receita, ao disposto pela Lei 101/2000 – a 
Lei de Responsabilidade Fiscal – que, em seu artigo 14, determina critérios a serem 
observados quanto a esse fato. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
 
 
9.4 CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR FONTES DE RECURSOS: 
 
 
Os itens a seguir são apresentados com seu código e sua especificação na 
sequencia, como no exemplo: 1000.00.00 (código) - Receita Corrente 
(especificação). 
 
1000.00.00 - Receita corrente: Registra o valor total da arrecadação das receitas 
tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços, as 
transferências correntes e outras receitas correntes. 
 
1100.00.00 - Receita Tributária: Registra o valor total da arrecadação da receita 
tributária (impostos, taxas e contribuições de melhoria). 
 
1110.00.00 - Imposto: Registra o valor total da modalidade de tributo cuja obrigação 
tem por fato gerador situação independente de qualquer atividade estatal específica, 
relativa ao contribuinte. 
 
1111.00.00 - Imposto Sobre o Comércio Exterior: Registra o valor total da 
arrecadação de impostos sobre o comércio exterior que compreendem os impostos 
sobre a importação e exportação. 
 
1111.01.00 - Imposto sobre a Importação: Registra o valor total da arrecadação de 
imposto sobre importação, de competência da União, que incide sobre a importação 
de produtos estrangeiros e tem como fato gerador a entrada desses produtos no 
território nacional, por qualquer via de acesso. 
 
1111.01.01 - Receita Principal do Imposto sobre a Importação: Registra o valor 
da arrecadação de imposto sobre importação, de competência da União, que incide 
sobre a importação de produtos estrangeiros e tem como fato gerador a entrada 
desses produtos no território nacional, por qualquer via de acesso. 
 
 
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 39 
1111.01.02 - Receita do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento 
Especial do Imposto sobre a Importação: Registra o valor da arrecadação do 
Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento Especial de imposto sobre 
importação. 
 
1111.02.00 - Imposto Sobre a Exportação: Registra o valor total da arrecadação 
de impostos sobre a exportação, de competência da União, que incide sobre a 
exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados e tem como 
fato gerador a saída desses produtos do território nacional. 
 
1111.02.01 - Receita do Principal do Imposto Sobre a Exportação: Registra o 
valor da arrecadação de impostos sobre a exportação, de competência da União, 
que incide sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou 
nacionalizados e tem como fato gerador a saída desses produtos do território 
nacional. 
 
1111.02.02 - Receita do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento 
Especial: Registra o valor da arrecadação do Programa de Recuperação Fiscal e do 
Parcelamento Especial de imposto sobre exportação. 
 
1112.00.00 - Impostos Sobre o Patrimônio e a Renda: Registra o valor total da 
arrecadação de impostos sobre a propriedade territorial rural, a propriedade predial e 
territorial urbana, a renda e proventos de qualquer natureza, a propriedade de 
veículos automotores, transmissão “causa mortis” e doação de bens e direitos, 
transmissão “intervivos” de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis. 
 
1112.01.00 - Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural: Registra o valor total 
da arrecadação de imposto sobre a propriedade territorial rural, de competência da 
União. Tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel 
por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do município. 
 
1112.02.00 - Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana: Registra 
o valor total da arrecadação de imposto sobre a propriedade predial e territorial 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
urbana, de competência dos municípios. Tem como fato gerador a propriedade, o 
domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por a cessão física, como 
definido na lei civil, localizado na zona urbana do município. 
 
1112.04.00 - Imposto Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza: 
Registra o valor total da arrecadação de imposto sobre renda e proventos de 
qualquer natureza de competência da União. Tem como fato gerador a aquisição de 
disponibilidade econômica ou jurídica: a) de renda – assim entendido o produto do 
capital, do trabalho ou da combinação de ambos; b) de proventos de qualquer 
natureza – assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no item 
anterior. 
 
1112.04.10 - Pessoas Físicas: Registra o valor total que incide sobre os 
rendimentos e ganhos de capital percebidos pelas pessoas físicas residentes ou 
domiciliadas no Brasil. Integram o rendimento bruto sujeito a incidência desse 
imposto o ganho de capital decorrente da alienação de bens e direitos e os ganhos 
líquidos auferidos em operações realizadas nas bolsas de valores e assemelhadas. 
 
1112.04.21 - Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – Líquida de Incentivos 
Fiscais: Registra o valor da arrecadação de receita de imposto de renda sobre o 
lucro das pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no País, inclusive as 
empresas individuais a ela equiparadas, e sobre o lucro das filiais, sucursais ou 
representações no País das empresas jurídicas com sede no exterior excluídas as 
seguintes destinações de recursos para o FINOR, FINAM e FUNRES. 
 
1112.04.22 - Receita do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento 
Especial – Imposto sobre a Renda de Pessoas Jurídicas: Registra o valor da 
arrecadação do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento Especial do 
Imposto Sobre a Renda Pessoas Jurídicas. 
 
 
1112.04.31 - Imposto de Renda Retido nasFontes Sobre os Rendimentos do 
Trabalho: Registra o valor da arrecadação de receita do Imposto de Renda sobre 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
pagamento de salários, inclusive adiantamentos de salários a qualquer título, 
indenizações sujeitas à tributação, ordenados, vencimentos, proventos de 
aposentadoria, reserva ou reforma, pensões civis ou militares, soldos, pró-labore, 
remuneração indireta, retirada, vantagens, subsídios, comissões, corretagens, 
benefícios da previdência social e privada (renda mensal), honorários, direitos 
autorais e remunerações por quaisquer outros serviços prestados, inclusive as 
relativas a empreitadas de obras exclusivamente de trabalho e as decorrentes de 
fretes e carretos em geral. 
 
1112.04.32 - Imposto de Renda Retido nas Fontes Sobre os Rendimentos de 
Capital: Registra o valor da arrecadação de receita do Imposto de Renda sobre o 
ganho de capital percebido por pessoa física ou jurídica em decorrência da 
alienação de bens e direitos de qualquer natureza. 
 
1112.04.33 - Imposto de Renda Retido nas Fontes Sobre Remessa de Recursos 
ao Exterior: Registra o valor da arrecadação de receita do imposto sobre 
importâncias pagas, remetidas, creditadas, empregadas ou entregues a residentes 
ou domiciliados no exterior por fonte localizada no país a título de royalties e 
pagamento de assistência técnica, juros e comissões em geral, rendimento do 
trabalho, aluguel ou arrendamento, transmissão de competições desportivas, 
películas cinematográfica, etc. 
 
1112.04.34 - Imposto de Renda Retido nas Fontes Sobre outros Rendimentos: 
Registra o valor da arrecadação de receita do imposto sobre ganhos decorrentes de: 
prêmios e sorteios em geral, prêmios de proprietários e criadores de cavalos de 
corrida, serviços de propaganda prestados por pessoa jurídica, comissões e 
corretagens pagas a pessoa jurídica, remuneração de serviços profissionais 
prestados por pessoa jurídica, remuneração de serviços pessoais prestados por 
associados de cooperativas de trabalho, condenações judiciais, pecúlios de 
previdência privada, títulos de capitalização, aluguéis relativos a pessoa jurídica, 
entre outros. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
1112.04.35 - Receita do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento 
Especial – Imposto Sobre a Renda Retido na Fonte: Registra o valor da 
arrecadação do Programa de Recuperação Fiscal e do Parcelamento Especial de 
imposto sobre exportação. 
 
1112.05.00 - Imposto Sobre a Propriedade de Veículo Automotor: Registra o 
valor total da arrecadação de imposto que incide sobre o valor do veículo automotor 
sujeito a licenciamento pelos órgãos competentes. De competência dos Estados. 
 
1112.07.00 - Imposto Sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação de Bens e 
Direitos: Registra o valor total da arrecadação de imposto sobre: a transmissão 
“causa mortis” e a doação de: propriedade ou domínio útil de bens imóveis; direitos 
reais sobre imóveis; direitos relativos às transmissões bens móveis, direitos, títulos e 
créditos. A base de cálculo é o valor venal do bem ou direito ou o valor do título ou 
do crédito. 
 
1112.08.00 - Imposto Sobre Transmissão “Intervivos” de Bens Imóveis e de 
Direitos Reais Sobre Imóveis: Registra o valor total da arrecadação de imposto 
sobre transmissão “intervivos” de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis de 
competência municipal, incide sobre o valor venal dos bens ou direitos transmitidos 
ou cedidos. Tem o fato gerador no momento da lavratura do instrumento ou ato que 
servir de título às transmissões ou às cessões. 
 
1113.00.00 - Impostos Sobre a Produção e a Circulação: Registra o valor total da 
arrecadação de impostos sobre produção e a circulação que compreendem os 
seguintes impostos: Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI); Imposto Sobre 
Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); Imposto Sobre 
Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores 
Mobiliários (IOF); e Imposto sobre Serviços (ISS). 
 
1113.01.00 - Imposto Sobre Produtos Industrializados: Registra o valor total da 
arrecadação de Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). De competência da 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
União, tem como fato gerador o desembaraço aduaneiro de produto de procedência 
estrangeira; a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a 
industrial; a arrematação, quando apreendido ou abandonado elevado a leilão. 
 
1113.05.00 - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza: Registra o valor total 
da arrecadação de imposto sobre serviços de qualquer natureza de competência 
dos Municípios. Tem como fato gerador a prestação, por empresa ou profissional 
autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de serviços constantes em lista 
própria. 
 
1120.00.00 - Taxas: Registra o valor total das receitas de taxas cobradas pela 
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas 
respectivas atribuições. Tem como fato gerador o exercício regular do poder de 
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e 
divisíveis; não relacionados com medição de consumo, prestados ao contribuinte ou 
postos a sua disposição. 
 
1121.00.00 - Taxas pelo Exercício do Poder de Polícia: Registra o valor total da 
arrecadação de taxas pelo exercício do poder de polícia pelo Poder Público, com a 
finalidade de fiscalizar os serviços prestados por particulares, disciplinando, 
limitando ou regulando direitos e deveres destes. Considera-se poder de polícia a 
atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito de 
interesse ou de liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão 
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à 
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade 
pública, ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
 
1122.00.00 - Taxas pela Prestação de Serviços: Registra o valor total da 
arrecadação de taxas pela utilização efetiva ou potencial de serviços prestados ao 
contribuinte ou colocados a sua disposição. Nesse título são classificadas as taxas 
pela prestação de serviços públicos: a) utilizados pelo contribuinte – efetivamente, 
quando por ele usufruídos a qualquer título, potencialmente, quando, sendo de 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade 
administrativa em efetivo funcionamento; b) específicos, quando possam ser 
destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade 
pública; c) divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de 
cada um dos seus usuários. 
 
1130.00.00 - Contribuição de Melhoria: Registra o valor total da arrecadação com 
contribuições de melhoria decorrentes de obras públicas. De competência da União, 
Estados, Distrito Federal ou Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições. 
É arrecadada dos proprietários de imóveis beneficiados por obras públicas, e terá 
como limite total a despesa realizada. 
 
1200.00.00 - Receitas de Contribuições: Registra o valor total da arrecadação de 
receita de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de 
interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de 
intervenção nas respectivas áreas. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
poderão instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em 
beneficio destes, de sistemas de previdência e assistência social. 
 
1210.00.00 - Contribuições Sociais: Registra o valor total da arrecadação com 
contribuições sociais. 
 
1220.00.00 - Contribuições Econômicas: Registra o valor totalda arrecadação 
com contribuições para fiscais de ordem econômica. 
 
1300.00.00 - Receita Patrimonial: Registra o valor total da arrecadação da receita 
patrimonial referente ao resultado financeiro da fruição do patrimônio, seja 
decorrente de bens imobiliários ou mobiliários, seja de participação societária. 
 
1310.00.00 - Receitas Imobiliárias: Provenientes da utilização, por terceiros, de 
bens imóveis pertencentes ao setor público. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
1320.00.00 - Receitas de Valores Mobiliários: Registra o valor total da 
arrecadação de receitas decorrentes de valores mobiliários. 
 
1400.00.00 - Receita Agropecuária: Registra o valor total da arrecadação da 
receita de produção vegetal, animal e derivados e outros. Receitas decorrentes das 
seguintes atividades ou explorações agropecuárias: agricultura (cultivo do solo), 
inclusive hortaliças e flores; pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de 
animais de pequeno porte); atividades de beneficiamento ou transformação de 
produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios estabelecimentos 
(excetuam-se as usinas de açúcar, fábricas de polpa, de madeira, serrarias e 
unidades industriais com produção licenciada, que são classificadas como 
industriais). 
 
1410.00.00 - Receita da Produção Vegetal: Registra o valor total das receitas 
decorrentes de lavouras permanentes, temporárias e espontâneas (ou nativas), 
silvicultura e extração de produtos vegetais, venda de sementes, mudas ou 
assemelhados, desde que realizados diretamente pelo produtor. 
 
1420.00.00 - Receita da Produção Animal e Derivados: Registra o valor total das 
receitas de produção animal e derivados, decorrentes de atividades de exploração 
econômica de: pecuária de grande porte – bovinos, bufalinos, equinos e outros 
(inclusive leite, carne e couro); pecuária de médio porte – ovinos, caprinos, suínos e 
outros (inclusive lã, carne e peles); aves e animais de pequeno porte (inclusive ovos, 
mel, cera e casulos do bicho da seda); caça e pesca. Estão incluídas nesses títulos 
apenas as receitas de atividades de beneficiamento ou transformação ocorridas em 
instalações nos próprios estabelecimentos. As receitas oriundas de atividades 
industriais dedicadas à produção de alimentos (matadouros, fábricas de laticínios, 
etc.) são classificadas em receitas da indústria de transformação, bem como 
secagem, curtimento, outras preparações de couros e peles, etc. 
 
1490.00.00 - Outras Receitas Agropecuárias: Registra o valor total da arrecadação 
com outras receitas agropecuárias não classificadas nos itens anteriores. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
1500.00.00 - Receita Industrial: Registra o valor total da arrecadação da receita da 
indústria de extração mineral, de transformação, de construção e outros, 
provenientes das atividades industriais definidas como tais pela Fundação Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
 
1520.00.00 - Receita da Indústria de Transformação: Registra o valor total da 
arrecadação das receitas das atividades ligadas à indústria de transformação, 
baseadas na classificação da fundação IBGE. 
 
1520.99.00 - Outras Receitas da Indústria de Transformação: Registra o valor 
total das receitas da indústria de transformação não classificadas os itens anteriores. 
 
1530.00.00 - Receita da Indústria de Construção: Registra o valor total da 
arrecadação da receita da indústria de construção. Receitas oriundas das atividades 
de construção, reforma, reparação e demolição de prédios, edifícios, obras viárias, 
grandes estruturas e obras de arte, inclusive reforma e restauração de monumentos. 
Inclui, também, a preparação do terreno e a realização de obras para exploração de 
jazidas minerais, a perfuração de poços artesianos e a perfuração, revestimento e 
acabamento de poços de petróleo e gás natural. 
 
1600.00.00 - Receita de Serviços: Registra o valor total da arrecadação da receita 
originária da prestação de serviços, tais como: atividades comerciais, financeiras, de 
transporte, de comunicação, de saúde, de armazenagem, serviços científicos e 
tecnológicos, de metrologia, agropecuários, etc. 
 
1700.00.00 - Transferências Correntes: Registra o valor dos recursos recebidos de 
outras pessoas de direito público ou privado, independente de contraprestação 
direta de bens e serviços. 
 
1721.00.00 - Transferências da União: Registra o valor total das receitas recebidas 
através de transferências da União. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
2000.00.00 - Receitas de Capital: Registra o valor total da categoria econômica que 
compreende as operações de crédito, alienação de bens, amortização de 
empréstimos, transferências de capital e outras. 
 
2100.00.00 - Operações de Crédito: Registra o valor total da receita decorrente da 
colocação de títulos públicos ou de empréstimos obtidos junto a entidades estatais 
ou particulares internas ou externas. 
 
2110.00.00 - Operações de Crédito Internas: Registra o valor total da arrecadação 
decorrente da colocação no mercado interno de títulos públicos, ou de empréstimos 
obtidos junto a entidades estatais ou particulares. 
 
2120.00.00 - Operações de Crédito Externas: Registra o valor total da arrecadação 
da receita decorrente da colocação de títulos públicos ou de empréstimos obtidos 
junto a organizações estatais ou particulares, sediadas no exterior. 
 
2400.00.00 - Transferências de Capital: Registra o valor total das transferências de 
capital para outra esfera de governo (intergovernamentais), instituições privadas, 
exterior e/ou pessoas, tendo por finalidade concorrer para a formação de um bem de 
capital, estando vinculadas à constituição ou aquisição do mesmo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
 
 
9. 5 ESTÁGIOS DA RECEITA 
 
 
Conforme Brasil (2004), o estágio da receita orçamentária é cada passo 
identificado que evidencia o comportamento da receita e facilita o conhecimento e a 
gestão dos ingressos de recursos. Os estágios da receita orçamentária são os 
seguintes: 
 Previsão; 
 Lançamento; 
 Arrecadação; e 
 Recolhimento. 
 
 
9.5.1 Previsão 
 
 
Estimativa de arrecadação da receita, constante da Lei Orçamentária Anual 
(LOA), compreendido em fases distintas: 
1. A primeira fase consiste na organização e no estabelecimento da 
metodologia de elaboração da estimativa; conforme redação alterada conforme 
retificação publicada no Diário Oficial da União de 29 de junho de 2004; 
2. A segunda fase consiste no lançamento, que é tratado pelos artigos 
51 e 53 da Lei 4.320/64, é o assentamento dos débitos futuros dos contribuintes de 
impostos diretos, cotas ou contribuições prefixadas ou decorrentes de outras fontes 
de recursos, efetuados pelos órgãos competentes que verificam a procedência do 
crédito e a natureza da pessoa do contribuinte – quer seja física ou jurídica – e o 
valor correspondente à respectiva estimativa. O lançamento é a legalização da 
receita pela sua instituição e a respectiva inclusão no orçamento. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
 
 
9.5.2 Arrecadação 
 
 
Entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores, aos agentes 
arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro. A 
arrecadação ocorre somente uma vez, vindo em seguida o recolhimento. Quando 
um ente arrecada para outro ente, cumpre-lhe apenas entregar-lhe os recursos pela 
transferência dos recursos, não sendo considerada arrecadação, quando do 
recebimento pelo ente beneficiário. 
 
 
9.5.3 Recolhimento 
 
 
Transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, 
responsável pela administração e controle da arrecadação e programação 
financeira, observando o Princípio da Unidade de Caixa representado pelo controle 
centralizado dos recursos arrecadados em cada ente. 
 
 
9.5.4 Dívida ativa 
 
 
A Dívida Ativa daUnião é composta por todos os créditos do Estado, sejam 
eles de natureza tributária ou não tributária, regularmente inscritos pela Procuradoria 
Geral da Fazenda Nacional (PGFN), depois de esgotado o prazo fixado para 
pagamento, pela lei ou por decisão proferida em processo regular (BRASIL, 2004). 
A Lei 4320, de 17 de março de 1964, ao mesmo tempo em que evidencia a 
natureza do crédito a favor do Ente Público, caracterizando a origem como tributária 
ou não tributária, atribui a PGFN competência para gestão administrativa e judicial 
da Dívida Ativa da União (CARVALHO, 2006). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
O eventual cancelamento do devedor inscrito em Dívida Ativa representa 
extinção do crédito e por isto provoca diminuição na situação líquida patrimonial, 
relativamente à baixa do direito que é classificado como variação patrimonial passiva 
independente da execução orçamentária ou variação passiva extraorçamentária 
(BRASIL, 2004). 
Da mesma forma são classificados o registro de abatimentos, anistia ou 
quaisquer outros valores que representem diminuição dos valores originalmente 
inscritos em Dívida Ativa, mas não derivam do efetivo recebimento (BRASIL, 2004). 
A Dívida Ativa integra o grupamento de Contas a Receber e constitui uma 
parcela do Ativo de grande destaque na estrutura patrimonial de qualquer órgão ou 
entidade pública (BRASIL, 2004). 
Os montantes a serem registrados em Contas a Receber devem ser 
mensurados por seu valor líquido de realização, ou seja, pelo produto final em 
dinheiro ou equivalente que se espera obter, de forma a assegurar a fiel 
demonstração dos fatos contábeis (BRASIL, 2004). 
Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, 
serão escriturados como receita do exercício em que forem Arrecadados, nas 
respectivas rubricas orçamentárias (DECRETO-LEI 1.735, 1979). 
 
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo 
para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como 
Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a 
respectiva receita será escriturada a esse título.(Parágrafo incluído pelo 
Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979). 
§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, 
proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e 
multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda 
Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, 
contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, 
exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, 
custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos 
públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis 
definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações 
em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra 
garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. (Parágrafo 
incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979). 
§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será 
convertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa cambial 
oficial, para compra, na data da notificação ou intimação do devedor, pela 
autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida 
Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros de 
mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos débitos tributários. 
(Parágrafo incluído pelo decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979). 
 
 
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 51 
§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos 
parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva 
atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam 
o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do 
Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978.(Parágrafo incluído pelo 
Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979). 
§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da 
Fazenda Nacional. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 
20.12.1979).”A Lei 4320/64, ao mesmo tempo em que evidencia a natureza 
do crédito a favor do Ente Público, caracterizando a origem como tributária 
e não-tributária, atribui à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional – PGFN 
competência para gestão administrativa e judicial da Dívida Ativa da União. 
 
As demais esferas governamentais – Estados, Distrito Federal e Municípios 
–, disporão sobre competências de órgãos e entidades para gestão administrativa e 
judicial da Dívida Ativa pertinente. 
 
 
9.6 DESPESAS 
 
 
9.6.1 Conceito de despesa 
 
 
É um conjunto de gastos realizados pelos entes públicos para 
funcionamento e manutenção dos serviços públicos prestados à sociedade. O 
regime contábil das despesas é realizado por meio do Princípio da Competência, 
conforme descriminação a seguir. 
a) Competência, conforme o artigo 9º da Resolução 750/93 do CFC: 
 
Art. 9° As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do 
resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando 
se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. 
§ 1° O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no 
ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio 
líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações 
patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE. 
§ 2° O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando 
correlatas, é consequência natural do respeito ao período em que ocorrer 
sua geração (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 1993) . 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
A Resolução 774, de 1994, Apêndice à Resolução sobre os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade, tece os seguintes comentários relativos à despesa: 
 
As despesas, na maioria das vezes, representam de ativos, que tanto 
podem ter sido pagos em períodos passados, no próprio período, ou ainda 
virem a ser pagos no futuro. De outra parte, não é necessário que o 
desaparecimento do ativo seja integral, pois muitas vezes a consumpção é 
somente parcial, como no caso das depreciações ou nas perdas de parte do 
valor de um componente patrimonial do ativo, por aplicação do Princípio da 
PRUDÊNCIA à prática, de que nenhum ativo pode permanecer avaliado por 
valor superior ao de sua recuperação por alienação ou utilização nas 
operações em caráter corrente. Mas a despesa também pode decorrer do 
surgimento de uma exigibilidade sem a concomitante geração de um bem 
ou de um direito, como acontece, por exemplo, nos juros moratórios e nas 
multas de qualquer natureza. Entre as despesas do tipo em referência 
localizam-se também as que se contrapõem a determinada receita, como é 
o caso dos custos diretos com vendas, nos quais se incluem comissões, 
impostos e taxas e até royalties. A aplicação correta da competência exige 
mesmo que se provisionem, com base em fundamentação estatística, 
certas despesas por ocorrer, mas indiscutivelmente ligadas à venda em 
análise, como as despesas futuras com garantias assumidas em relação a 
produtos. Nos casos de Entidades em períodos pré-operacionais, no seu 
todo ou em algum setor, os custos incorridos são ativados, para se 
transformarem posteriormente em despesas, quando da geração das 
receitas, mediante depreciação ou amortização. Tal circunstância está 
igualmente presente em projetos de pesquisa e desenvolvimento de 
produtos – muito frequentes nas indústrias químicas e farmacêuticas, bem 
como naquelas que empregam alta tecnologia – quando a amortização dos 
custos ativados é feita segundo a vida mercadológica estimada dos 
produtos ligados às citadas pesquisas e projetos. 
 
Em obediência aos Princípios da Oportunidade e da Competência 
supracitados, as despesas devem ser reconhecidas no momento da ocorrência do 
fato gerador, independentementede pagamento. Na área pública, esse 
procedimento está suportado também pelos seguintes dispositivos legais: 
Lei de Responsabilidade Fiscal 101, de 4 de maio de 2000: 
 
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a 
escrituração das contas públicas observará as seguintes: (...)II - a despesa 
e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de 
competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos 
fluxos financeiros pelo regime de caixa. 
 
Lei 4.320, de 17 de março de 1964: 
 
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a 
permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento 
da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços 
industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação 
dos resultados econômicos e financeiros. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará: (...). 
§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outros 
pagamentos que independam de autorização orçamentária. 
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras 
que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. 
 
Na maioria das vezes o momento do fato gerador coincide com o momento 
da liquidação da despesa orçamentária, o que ocorre com as despesas efetivas em 
geral, por exemplo, na entrega de bens/serviços contratados. Nesse caso, o 
reconhecimento da despesa orçamentária coincidirá com o reconhecimento da 
despesa pelo enfoque patrimonial, pois ocorrerá uma redução na situação líquida 
patrimonial. 
O reconhecimento da despesa do ente por competência deve ocorrer 
mesmo que ainda pendente as fases de execução da despesa orçamentária. Ou 
seja, tendo ocorrido o fato gerador, deve haver o registro da obrigação no sistema 
patrimonial até que seja empenhada e liquidada a despesa orçamentária, quando 
então deverá ser transportado o passivo para o sistema financeiro. Por exemplo, 
reconhecimento de dívida. Mesmo que não haja dotação orçamentária na LOA, 
enquanto não for empenhada e liquidada a despesa orçamentária, esta deverá estar 
registrada no Passivo Patrimonial. 
Despesa, pelo enfoque orçamentário, constitui os dispêndios efetuados pelo 
Estado para manutenção de suas atividades ou para construção e manutenção de 
bens públicos, com a finalidade de atendimento às necessidades coletivas. Esses 
dispêndios podem estar previstos na Constituição, leis ou atos administrativos e 
necessitam de autorização legislativa para a sua realização, por meio da Lei 
Orçamentária Anual ou de créditos adicionais. 
Para sua execução, a despesa deve percorrer os estágios: empenho, 
liquidação e pagamento, previstos na Lei 4.320, de 1964: 
 
Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente 
que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de 
implemento de condição. 
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido 
pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do 
respectivo crédito. 
Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade 
competente, determinando que a despesa seja paga. 
Art. 65 O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria 
regularmente instituídas, por estabelecimentos bancários credenciados e, 
em casos excepcionais, por meio de adiantamento. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
A despesa orçamentária pode se realizar na forma de aplicação direta ou por 
meio de transferências a outros entes públicos ou a instituições privadas e essa 
informação está destacada na modalidade de aplicação, na estrutura da natureza da 
despesa. 
 
 
9.6.2 Regulamentação 
 
 
A Despesa Orçamentária tem seu regramento estabelecido em diversos 
instrumentos legais, dentre os quais cabe destacar: a Constituição Federal, de 1988; 
a Lei Complementar 101, de 2000; a Lei 4.320, de 1964; o Decreto 93.872, de 1986, 
para a União; e as Leis que dispõem sobre o Plano Plurianual, as Diretrizes 
Orçamentárias e o Orçamento Anual. 
 
 
9.6.3 Momento do reconhecimento 
 
 
A Lei 4.320, de 1964, estabeleceu um regime peculiar para reconhecimento 
da despesa orçamentária, segundo o qual são consideradas do exercício as 
despesas nele legalmente empenhadas: 
 
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: 
I - as receitas nele arrecadadas; 
II - as despesas nele legalmente empenhadas. 
 
Porém, observa-se que, em regra, no momento do empenho, ainda não 
existe um passivo na administração pública, em virtude de ainda não ter havido a 
entrega do bem/serviço contratado. O momento de reconhecimento da obrigação no 
ente público, na maioria das vezes, coincide com o momento da liquidação: 
 
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido 
pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do 
respectivo crédito. Em decorrência desse regime de reconhecimento 
estabelecido pela lei, com base no empenho, existe a figura dos restos a 
 
 
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pagar, definido no art. 36 da Lei nº 4.320, de 1964: Art. 36. Consideram-se 
Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de 
dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas. (LEI, 
4.320, 1964) 
Apesar de não estar explícito na lei citada, consideram-se processadas as 
despesas liquidadas, para as quais já foi reconhecido o direito do credor, e não 
processadas as não liquidadas, cuja execução só chegou ao estágio do empenho. 
No caso da União, a regra é que o empenho da despesa não liquidada seja anulado 
no fim do exercício financeiro, com algumas exceções, previstas no artigo 35 do 
Decreto 93.872, de 1986: 
 
Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 
31de dezembro, para todos os fins, salvo quando: 
I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, 
nele estabelecida; 
II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a 
liquidação da despesa, ou seja, de interesse da Administração exigir o 
cumprimento da obrigação assumida pelo credor; 
III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas; 
IV - corresponder a compromissos assumidos no exterior. 
 
Para os restos a pagar processados, ou seja, aqueles que já passaram pela 
fase da liquidação, quando já foi entregue o bem ou mercadoria pelo fornecedor, não 
há que se falar em cancelamento do resto a pagar, pois já houve a verificação do 
direito adquirido pelo credor. 
 
 
9.6.4 Classificação da despesa pública 
 
 
As despesas podem ser classificadas, conforme a Lei 4.320-64, em: 
despesas orçamentárias e extraorçamentária. 
O artigo 103 da Lei 4.320-64 estabelece que o Balanço Financeiro 
demonstre a receita e a despesa orçamentária, bem como os recebimentos e 
pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie, 
provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte. 
 
 
 
 
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9.6.4.1 Despesa orçamentária 
 
 
É a despesa que está incluída na lei orçamentária anual, e ainda as 
provenientes dos créditos adicionais abertos durante o exercício financeiro. 
 
 
9.6.4.2 Despesa extraorçamentária 
 
 
É a despesa que não consta na lei orçamentária anual, compreendendo as 
diversas saídas de numerários, decorrentes do pagamento ou recolhimento de: 
depósitos; cauções; pagamentos de restos a pagar; resgate de operações de crédito 
por antecipação da receita; quaisquer saídas para pagamento das entradas de 
recursos transitórias, etc. 
 
 
9.6.5 Categoria econômica da despesa 
 
 
No artigo 12 da Lei 4.320, de 1964, são classificadas as despesas nas 
seguintes categorias econômicas: 
 
 Despesas correntes: são as despesas que não contribuem, 
diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital; 
 Despesas de custeio e Transferências

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