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Trabalho - Diferença entre possibilidade e probabilidade e aplicação à origem da vida (Prof. João Lins)

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PUC-Rio - 2010.1
FIL1000 – Turma 13A
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
Professor: João Manuel de Albuquerque Lins
Aluna: Rebecca Puetter
Matrícula: 0811711
Exponha a diferença entre possibilidade e probabilidade e aplique à origem da vida em nosso planeta. Toda mudança exige uma causa. Ora, quanto mais remota a probabilidade, mais se exige da causa. Aplique estas noções ao surgimento da vida em nosso planeta.
	A origem da vida é um fenômeno ainda completamente desconhecido para nós, seres humanos, apesar das inúmeras pesquisas realizadas até hoje nessa direção. Mesmo com toda a tecnologia que existe, até agora nenhum cientista conseguiu reproduzir a matéria viva.
	Dessa forma, a possibilidade de se criar a vida ainda é nula. A definição de possibilidade é a qualidade do que é possível, ou seja, é a qualidade do que pode acontecer. Muitos cientistas, como o astrônomo Moore (1986, p. 238) e Sir Bernard Lowell, acreditam que a existência da vida na Terra é algo singular, um fenômeno raro, e que isso não acontece (não há vida) em outros lugares no Universo.
	De acordo com Morris (2001, p. 51), o surgimento da vida ocorreu com rapidez na Terra e dependeu de eventos químicos muito improváveis, com uma baixa probabilidade. A definição de probabilidade é uma possibilidade mais acentuada de realização de um acontecimento, dentre inúmeros outros também possíveis de ocorrer. Portanto, de acordo com essa probabilidade apontada por Morris, talvez a Terra seja o único planeta dotado de vida.
	O cientista Schroeder (1990, p. 134) mostra como alguns cientistas, ao estudar as origens da vida, pressuporam a ocorrência de eventos altamente improváveis: ele formularam hipóteses sem tomar o cuidado de investigar a probabilidade de cada evento. Schroeder também mostra as probabilidades para uma proteína se desenvolver ao acaso: seriam necessárias 10110 tentativas por segundo e, para essas tentativas ocorrerem, seria preciso 1090 gramas de carbono para alimentar as reações. Para motivo de comparação, a massa da Terra vale 6x1027 gramas.
	A partir desses dados numéricos, é possível concluir que é impossível, não há a possibilidade de que a vida tenha surgido através de reações aleatórias: ou foi um acaso ou houve um planejamento. Essa teoria do planejamento se chama Princípio Antrópico, que o astrofísico e cosmólogo Brandon Carter criou e apresentou no trabalho “Coincidências em grande escala e o Princípio Antrópico na Cosmologia”. Nesse conceito, todas as constantes físicas aparentemente arbitrárias e não relacionadas têm uma característica comum: elas têm precisamente os valores necessários para a existência de um Universo capaz de produzir vida. Admitindo isso, as “coincidências”, numéricas principalmente, que aparecem no conhecimento cada vez mais detalhado do macrocosmo e do microcosmo passam a ter sentido. De acordo com Glynn (1999, p.29) e o Princípio Antrópico, “as leis da física foram orquestradas desde o início do Universo até a criação do Homem; o Universo em que habitamos aparenta ser explicitamente planejado para o surgimento dos seres humanos”.
	A partir desses dados, pode-se concluir que a vida na Terra é produto de alguma atividade inteligente. Uma outra forma de mostrar isso é na formação de uma célula viva. Em cada célula há vinte aminoácidos e, de acordo com biólogos, a probabilidade de essas enzimas se aproximarem na ordem correta com o fim de formar uma célula viva é de 101000 contra 1. Logo, Francis Crick, prêmio Nobel de Biologia pela descobertas do DNA, constatou que a origem da vida parece dever-se a um milagre, tantas são as condições a reunir para viabilizá-la.

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