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SISTEMA DE ENSINO
NOÇÕES DE 
MEDICINA LEGAL
Conceitos, Importâncias e Divisões da 
Medicina Legal
Livro Eletrônico
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Conceitos, Importâncias e Divisões da Medicina Legal
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
Sumário
Conceito, Importância e Divisões da Medicina Legal .............................................................. 4
1. Conceitos ....................................................................................................................................... 4
1.1. Importância da Medicina Legal .............................................................................................. 6
1.2. Divisões da Medicina Legal .................................................................................................... 8
2. Corpo de Delito, Perícia e Peritos em Medicina Legal. Documentos Médico-Legais ..13
2.1. Corpo de Delito ........................................................................................................................13
2.2. Perícia e Peritos em Medicina Legal ...................................................................................21
2.3. Documentos Médico-Legais ................................................................................................ 25
3. Conceitos de Identidade, de Identificação e Reconhecimento. Principais Métodos 
de Identificação (Antropologia Forense). ................................................................................ 27
3.1. Postulados da Identificação ................................................................................................ 29
3.2. Métodos de Identificação. Aspectos Gerais .................................................................... 30
Resumo ............................................................................................................................................ 47
Exercícios ........................................................................................................................................49
Gabarito ........................................................................................................................................... 69
Referências ..................................................................................................................................... 70
Anexo ................................................................................................................................................71
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Conceitos, Importâncias e Divisões da Medicina Legal
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
Apresentação
Olá, caro(a) amigo(a) concursando(a)! Como vai você?
Firme e forte nos estudos? Torço que sim. 
Para quem ainda não pôde me conhecer, eu me chamo Fernando Henrique Santos Terra, 
sou Promotor de Justiça no Estado do Acre (sim! Ele existe!) há cerca de cinco anos, além de 
ter sido servidor efetivo e comissionado também por cinco na mesma casa: o Ministério Pú-
blico acriano.
Eu conto um pouco dessa minha trajetória no intuito de esclarecer qual a minha principal 
relação com a disciplina objeto desta e das próximas aulas, a Medicina Legal. Como Promotor 
de Justiça, especialmente agora que estou no Tribunal do Júri, mas desde que comecei a tra-
balhar no MPAC, é recorrente me deparar com os “produtos” dos conhecimentos médicos-le-
gais, a maioria deles provenientes da honrosa carreira da Polícia (a Civil principalmente).
Por isso, todas as aulas foram pensadas para proporcionar a você, concursando(a), basica-
mente dois pressupostos: apresentar o conteúdo necessário para compreender uma matéria 
que não é tão corriqueira aos estudos dos concurseiros em geral, e garantir o nível de profun-
didade capaz de permitir a resolução de questões, notadamente as mais técnicas.
Falando nas questões e provas em si, verifiquei que a experiência da Fundação Getúlio Var-
gas, responsável pelo concurso da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, em relação à disciplina 
de Medicina Legal é, por assim dizer, antiga. Por isso, caro(a) concurseiro(a), não só acres-
centei questões mais recentes de outras bancas examinadores, assim como incluí questões 
autorais para conseguir abranger mais os pontos do conteúdo lecionado.
Com exceção das carreiras específicas da área da Medicina Legal, o que se percebe das 
provas de concursos em que a matéria é cobrada é um misto de conhecimento puramente te-
órico (conceitos e definições, alguns deles específicos) com a aplicação prática considerando 
o dia do profissional das carreiras policiais.
Portanto, se me permite um sincero conselho, recomendo a leitura paciente e compreen-
siva de conteúdo exposto nas aulas, o que, por não ser muito familiar aos estudantes, requer, 
para ser aprendido, repetição e prática. Em outras palavras: leitura, revisão e resolução de 
questões. Além disso, por mais que sejam apenas cinco questões nesse primeiro momento da 
prova objetiva, enquanto eu prestava concursos, sempre pensei: “cada ponto importa”.
Enfim, espero sinceramente que você aprecie esta aula e as próximas, e que, qualquer dú-
vida, estou a disposição no Fórum do Aluno para esclarecer ou para trocarmos ideias sobre os 
conteúdos.
Preparados? Vamos nessa!
Fernando Terra
@fernandoh.sterra
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Conceitos, Importâncias e Divisões da Medicina Legal
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
CONCEITO, IMPORTÂNCIA E DIVISÕES DA MEDICINA 
LEGAL
1. ConCeitos
Essencialmente, o conceito de Medicina Legal é vinculado a três aspectos principais: a) ci-
ências; b) conhecimentos médicos, paramédicos e biológicos; e c) auxílio e aplicação ao Direito.
Assim, entende-se por “Medicina Legal” o ramo do conhecimento em que os saberes mé-
dicos, paramédicos e biológicos são aplicados ao universo do Direito e sua diversidade de ra-
mos (Direito Penal, Direito Processual, Direito Civil, Direito Trabalhista etc.), auxiliando os seus 
diversos operadores na compreensão, interpretação e solução dos casos e questões judiciais 
e extrajudiciais, como é caso das carreiras policiais.
Conforme Genival Veloso França (p. 33/35), Medicina Legal é a Medicina a serviço das 
ciências jurídicas e sociais, complementando sua definição com a citação de diversos autores 
de renome:
O conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos destinados a servir ao Direito, cooperando na 
elaboração, auxiliando na interpretação e colaborando na execução dos dispositivos legais atinen-
tes ao seu campo de ação de medicina aplicada (Hélio Gomes).
[...]
A aplicação de conhecimentos médicos e científicos aos problemas judiciais que podem ser por 
eles esclarecidos (Marc, Vilbert e Rojas).
[...]
A aplicação de conhecimentos científicos e misteres da Justiça (Afrânio Peixoto).
[...]
A arte de pôr os conceitos médicos a serviço da Administração da Justiça (Lacassagne).
[...]
É a ciência e arte extrajurídica auxiliar alicerçada em um conjunto de conhecimentos médicos, pa-
ramédicos e biológicos destinados a defender os direitos e interesses dos homens e da sociedade 
(Delta Croce e Deltan Croce Júnior).
[...]
Constitui-se em ciência e arte que tem por objetivo a investigação de fatos médicos e biológicos em-
pregando recursos atualizados disponíveis em todas as áreas do conhecimento técnico e científico 
(Francisco Moraes Silva).
[...]A aplicação dos conhecimentos médico-biológicos na elaboração e execução das leis que deles 
carecem (Flamínio Fávero).
[...]
É a ciência do médico aplicada aos fins da ciência do Direito (Buchner).
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Conceitos, Importâncias e Divisões da Medicina Legal
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
MEDICINA LEGAL
Ciências Conhecimentos médicos, paramédicos e biológicos
Auxílio e aplicação ao 
Direito
001. (INSTITUTO ACESSO/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-ES/2019) Enquanto área de estudo 
e aplicação de conhecimentos científicos, a Medicina Legal está alicerçada em um conjunto de 
conhecimentos destinados a defender os direitos e os interesses dos homens e da sociedade. 
Assinale a seguir a alternativa que descreve corretamente a Medicina Legal.
a) É fundamentalmente uma forma de apoiar as investigações das polícias técnicas, sempre 
que haja evento a ser investigado que resultou em dano físico e/ou mental.
b) É um conjunto de noções sobre como ocorrem as lesões corporais, as consequências delas 
decorrentes, as alterações relacionadas com a morte e os fenômenos cadavéricos, além da 
formulação de conceitos diferenciais em embriaguez e uso de drogas, as asfixias mecânicas e 
suas características, os crimes sexuais e sua análise pericial, entre outros.
c) É uma atribuição designada ao médico legista, podendo ser exercida por profissional civil ou 
militar, desde que investido por instituição que assegure a competência legal e administrativa 
do ato profissional.
d) É um conhecimento médico e paramédico que, no âmbito do direito, concorre para a elabo-
ração, interpretação e execução de leis existentes. Por meio de pesquisa científica realiza seu 
aperfeiçoamento, estando a medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais.
e) É a aplicação de conhecimento médico e biológico na execução de leis segundo a previsão 
legal, com obrigação de fazer relatórios cooperando na elaboração, auxiliando na interpreta-
ção, e colaborando na execução das leis de forma a ser uma medicina aplicada.
a) Errada. No caso, o conceito se limitou à investigação criminal. A Medicina Legal possui rele-
vância para diversos ramos do Direito, como Civil, Trabalhista, Previdenciário etc.
b) Errada. Cuida-se de conjunto de noções de ciências, destacando-se como uma das mais 
relevantes dentre as ciências subsidiárias do Direito.
c) Errada. A Medicina Legal é especialidade médica e jurídica que adota conhecimentos téc-
nico-científicos da Medicina para esclarecimento de fatos de interesse da Justiça, não sendo 
uma atribuição designada ao médico-legista.
d) Certa. Trata-se do conceito de Hélio Gomes. A Medicina Legal é uma ciência que sistematiza 
técnicas e métodos a favor da Justiça. Não é especialidade médica, mas área de da atuação 
da medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais.
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Conceitos, Importâncias e Divisões da Medicina Legal
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
e) Errada. Os conhecimentos da medicina legal não estão restritos ao conhecimento médico e 
biológico.
Letra d.
Percebe-se que justamente em decorrência variedade conceitual que são sinônimos do 
ramo em questão: Medicina Pericial; Biologia Criminal, Legal ou Forense; Medicina Judiciária 
(Lacassagne); Medicina Judiciária ou dos Tribunais (Prunelle); Jurisprudência Médica (Alberti); 
Medicina da Lei ou Criminal; Bioscopia Forense (Meyer) etc. Veja-se, todavia, que essas diver-
sas designações guardam relação com os três aspectos mencionados no primeiro parágrafo.
Caro(a) aluno(a), para os fins deste material de estudo, será adotada principalmente a ex-
pressão “Medicina Legal” por se entender que ela engloba todas essas variedades, mas espe-
cialmente pelo fato de essa terminologia ter sido a adotada no edital do concurso. Nesse con-
texto, como define Deltan Croce e Deltan Croce Jr., “o nome consagrado, por menos imperfeito, 
é Medicina Legal” (p. 32).
1.1. importânCia da mediCina LegaL
Antes de falar propriamente de importância da Medicina Legal, é valioso destacar que, 
embora seja algo que passe bastante desapercebido, diversos ramos do Direito se utilizam de 
expressões médico-biológicas para a composição de seu arcabouço normativo. Consequente-
mente, isso é algo que, principalmente no que diz respeito à burocracia estatal, afeta a não só 
o dia a dia dos operadores jurídicos, mas de todo e qualquer cidadão.
Em outras palavras, é muito comum que uma norma (lei ou ato infralegal) se utilize da 
terminologia médica, científica ou biológica para enquadrar uma situação ou caso posto à 
apreciação do Estado, qualquer que seja o ramo de sua atuação, de modo que não só as legis-
lações leis penais, mas igualmente as civis, trabalhistas ou mesmo previdenciárias dependam 
dos conhecimentos das ciências médicas para que sejam corretamente aplicadas.
Como exemplo, não só questões como a capacidade e responsabilidade penais; crimes ou 
deficiências em depoimentos colhidos, seja na Delegacia ou em Juízo; a identificação do autor 
ou de testemunhas; a natureza jurídica da morte etc., mas aspectos sobre honra, liberdade, 
concepção (relativos ao nascituro), ou a concessão de benefícios previdenciários, dentre ou-
tros, requerem a incidência dos conhecimentos médicos e biológicos.
Portanto, a Medicina Legal orienta os profissionais juristas, advogados, autoridades poli-
ciais, peritos e correlatos com informações detalhadas, concisas e claras acerca da realidade 
de um fato ou questão específicos e que interessam à administração da Justiça.
Além disso, auxiliam em como e o que pedir, bem como a interpretar os laudos periciais, 
seja para aceitá-los como adequados à uma eventual questão submetida a análise, seja para 
requerer a revisão, complementação ou mesmo recusa (afinal, não se pode questionar algo 
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Conceitos, Importâncias e Divisões da Medicina Legal
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
simplesmente porque não se concorda com a conclusão; é preciso dizer o porquê da não con-
cordância).
Como ensinam William Douglas e Rogerio Greco, a influência da Medicina Legal na le-
gislação pode ocorrer em três aspectos: “a) acende luzes para a elaboração de novas leis; b) 
coopera na execução das leis existentes; c) interpreta dispositivos legais de significação mé-
dica” (p. 2).
INFLUÊNCIA DA MEDICINA LEGAL
1. Elaboração de leis 2. Execução de leis existentes 3. Interpretação legal.
Diante disso, para que você, aluno(a), possa entender como ocorrem as lesões corporais, 
suas consequências e dimensões, ou mesmo os traços distintivos das diversas formas de 
morte e os fenômenos consequentes; quais os traços distintivos entre embriaguez e uso de 
drogas; ou o conhecimento sobre a paternidade de um filho, doenças profissionais e infortunís-
tica, importantíssimo recorrer aos conhecimentos advindos da Medicina Legal.
1.1.1. Histórico da Medicina Legal.
A história da Medicina Legal se divide em cinco períodos, conforme Delton Croce e Delton 
Croce Jr. (p. 34):
PERÍODOCARACTERÍSTICAS
Antigo
- Referências esparsas e isoladas e sem 
caráter científico;
- Medicina se confunde com Arte, e se 
justificava em razões extraterrenas e 
religiosas;
- Necropsia e vivissecção eram proibidas, 
pois os cadáveres eram sagrados.
Romano
- Cadáveres já eram examinados nessa 
época por médicos, mas somente 
externamente;
- Código de Justiniano tinha implícita a 
Medicina Legal;
- Necropsia ainda era proibida por respeito 
aos cadáveres.
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Conceitos, Importâncias e Divisões da Medicina Legal
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
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PERÍODO CARACTERÍSTICAS
Médio ou da Idade Média
- Contribuição mais direta do médico ao 
Direito;
- Julgamentos se apoiavam no parecer 
dos médicos.
Canônico
- Compreende 400 anos (1200 a 1600);
- Influência do Cristianismo;
- Perícia passa a ser obrigatória;
- Tem fé pública o médico nos assuntos 
médicos;
- Primeiro documento organizado de 
Medicina Judiciária é a Constituição 
do Império Germânico, que impôs a 
submissão a perícia médica antes da 
decisão dos juízes em determinados 
casos;
- Em 1575, surge o primeiro livro de 
Medicina Legal, de Ambroise Paré 
(francês).
Moderno e Científico
- Inicia-se no século XVII com publicações, 
na Itália, de tratados de Medicina Legal;
- No século XIX, firmou-se o conceito de 
Medicina Legal pela Justiça.
No Brasil, especificamente no período colonial, a Medicina Legal foi decisivamente influen-
ciada pelos franceses e, em menor escala, pelos italianos e pelos alemães. Foi praticamente 
inexistente a participação portuguesa. No mais, atribui-se a Souza Lima o início do ensino 
prático da Medicina Legal no país, ainda em 1818, desenvolvendo pesquisa laboratorial, então 
restrita ao estudo da Toxicologia.
1.2. divisões da mediCina LegaL
Sinônimo de “classificação”, as divisões da Medicina Legal se referem, preponderantemen-
te, à maneira pela qual os inúmeros autores subdividem as matérias que compõe a referi-
da ciência. 
Normalmente, para fins de uma compreensão preliminar, as diversas possibilidades de 
classificação da Medicina Legal envolverão: a) aspectos introdutórios – informações gerais e 
históricas, conceitos e definições, metodologias, relação com outras ciências e normas e re-
gras de funcionamento, profissionais inclusive; b) aspectos finalísticos – relativos ao conteúdo 
das matérias específicas da Medicina Legal, conforme o âmbito ou área de aplicação.
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Conceitos, Importâncias e Divisões da Medicina Legal
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
Para fins de compreensão, uma primeira proposta de divisão, elaborada por Genival Veloso 
França, classifica a Medicina Legal como histórica, profissional, doutrinária e didática (p. 52).
CLASSIFICAÇÃO DA MEDICINA LEGAL
(Segundo Genival França)
1. HISTÓRICA
Refere-se às fases evolutivas da ciência 
em questão, tais como Medicina Legal 
Pericial, Medicina Legal Legislativa, 
Medicina Legal Doutrinária e Medicina 
Legal Filosófica.
2. PROFISSIONAL
A forma como a atividade é praticada, 
dividindo-se em Medicina Legal Pericial e 
Antropologia Médico-Legal.
3. DOUTRINÁRIA
Quando envolver interesse ao Direito, varia 
conforme o ramo positivado, tal como 
Medicina Legal Penal, Medicina Legal Civil, 
Medicina Legal Trabalhista e Medicina 
Legal Administrativa.
4. DIDÁTICA
Leva em conta a Medicina Legal Geral, 
relativos à Diceologia e Deontologia 
(direitos e deveres profissionais, 
respectivamente) e Medicinal Legal 
Especial (antropologia médico-legal, 
traumatologia médico-legal, sexologia 
médico-legal, toxicologia médico-legal, 
psicologia e psiquiatria médico-legais; 
criminologia, vitimologia, criminalística, 
etc.; essa subdivisão é abrangida 
em outras, motivo pelo qual, quando 
abordadas, será melhor explorada).
Ainda no contexto dessa classificação, vale esmiuçar o significado da divisão históri-
ca, em que:
1. Medicina Legal Pericial: forma mais antiga, destinava-se aos interesses da administra-
ção da justiça;
2. Medicina Legal Profissional: fase subsequente, nela houve a elaboração e revisão da le-
gislação que versava sobre fatos relativos às ciências médico-biológicas;
3. Medicina Legal Legislativa: fase mais madura da ciência em estudo, é marcada pela in-
corporação à legislação, de modo orgânico, dos conhecimentos médico-legais; e
4. Medicina Legal Filosófica: fase mais recente, debate sobre aspectos morais, éticos e 
bioéticos das ciências médicas.
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Conceitos, Importâncias e Divisões da Medicina Legal
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
002. (INSTITUTO AOCP/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-ES/2019) A Medicina Legal pode ser 
classificada sob diversos enfoques, dentre os quais destaca-se o histórico. A fase evolutiva da 
Medicina Legal que discute os assuntos ligados à Ética, à Moral e à Bioética Médica em face 
do exercício da Medicina é a
a) Medicina Legal Pericial.
b) Medicina Legal Legislativa.
c) Medicina Legal Doutrinária.
d) Medicina Legal Filosófica.
e) Medicina Legal Judiciária.
a) Errada. Mais antiga, a Medicina Legal Pericial destina-se aos interesses da administração 
da justiça.
b) Errada. A Medicina Legal Legislativa refere-se à etapa de elaboração e revisão de leis com 
conteúdo médico-legal.
c) Errada. A Medicina Legal Doutrinária cuida da discussão dos variados elementos que emba-
sam os institutos jurídicos.
d) Certa. A Medicina Legal Filosófica discute aspectos ligados à ética, a moral e bioética médi-
ca no exercício da medicina.
e) Errada. A Medicina Legal Judiciária, como mais a frente se verá, refere-se ao gênero do 
qual compõe as espécies de áreas da Medicina Legal, como a Sexologia, Tanatologia, Trauma-
tologia etc.
Letra d.
Uma segunda proposta de divisão é feita por Hélio Gomes, citado por William Douglas e 
Rogério Greco (p. 3/4), segundo o qual, além da parte introdutória da ciência, há a Medicina 
Legal propriamente dita, subdividida em três grupos considerando o indivíduo:
1. O indivíduo em relação a si próprio: Antropologia Forense, Psicologia Forense e Psicologia 
Judiciária, em temas como identidade, capacidade e responsabilidade, e psicologia da prova;
2. O indivíduo em relação ao meio: Himeneologia, Obstetrícia Forense, Erotologia Forense, 
Traumatologia Forense e Infortunística, Asfixiologia Forense, Toxicologia Forense e Tanatolo-
gia Forense; e
3. O indivíduo em relação às decisões dos juízes e tribunais: Jurisprudência Médico-Legal e 
Policiologia (Polícia Técnica).
Ainda com base nos ensinamentos de William Douglas e Rogério Greco (p. 4), outra classi-
ficação segue da seguinte maneira:
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Conceitos,Importâncias e Divisões da Medicina Legal
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
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1. Medicina Legal Judiciária: refere-se à introdução à Medicina Legal, Criminalística, Tana-
tologia, Sexologia, Traumatologia e Psiquiatria Forense;
2. Medicina Legal Profissional: cuida dos direitos (Diceologia) e deveres (Deontologia) dos 
profissionais médico-legais; e
3. Medicina Legal Social: trata das áreas trabalhistas, securitária e preventiva da Medi-
cina Legal.
Por fim, a proposta de divisão mais abrangente (e mais recorrente em provas de concur-
sos inclusive) é dada com base na classificação didática do já citado Genival França (mas 
igualmente partilhada por outros autores, tal como Delta Croce e Deltan Croce Júnior), e aqui 
complementada à luz da doutrina de William Douglas e Rogério Greco (p. 4/6):
a) Medicina Legal Geral – relativa à Diceologia e Deontologia, respectivamente os direitos 
e obrigações profissionais; e
b) Medicina Legal Especial, que inclui:
1. Antropologia Forense: estuda a identidade e a identificação, que pode ser dada pela ida-
de, sexo, raça, altura, peso, sinais individuais e profissionais, tatuagens, dentes etc.; são exem-
plos a antropometria e a papiloscopia, gênero do qual é espécie a datiloscopia;
2. Asfixiologia: é o estudo da morte por gases, afogamentos, sufocações, estrangula-
mentos etc.;
3. Criminalística: relativa ao conjunto de estudos físicos, químicos, mecânicos e matemáti-
cos utilizados no auxílio da Justiça;
4. Criminologia: ciência empírica e interdisciplinar, estuda a criminogênese (origem e natu-
reza do crime, do criminoso, das vítimas e do ambiente, do comportamento delitiva);
5. Erotologia: ramo da Sexologia Forense em que se estudam os estados intersexuais, a 
prostituição, as perversões e os crimes sexuais;
6. Genética Médico-Legal: responsável pelo estudo relativos aos vínculos genéticos de pa-
ternidade e maternidade, e os relativos à herança;
7. Himeneologia: ramo da Sexologia Forense relativo ao estudo sobre o casamento, divór-
cio, eugenia, esterilização etc.;
8. Infortunística: trata do estudo dos acidentes e das doenças de trabalho e profissionais, 
bem como da salubridade e da higiene laborais;
9. Jurisprudência Médico-Legal: estudo das decisões de juízes e tribunais relativos às ques-
tões médico-legais;
10. Medicina Legal Desportiva: enfatiza o sigilo profissional, prontuários, dopings con-
sentidos e tolerados, quantificação e qualificação do dano com repercussão no rendimento 
esportivo;
11. Obstetrícia Forense: ramo da Sexologia Forense que trata da fecundação, gestação e 
do parto, da gravidez ignorada, dissimulada e simulada, do estado de puerpério, do aborto, da 
anticoncepção e da determinação ou exclusão da paternidade.
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NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
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12. Policiologia Científica: ou Polícia Técnica, diz respeito ao estudo dos processos científi-
cos utilizados nas investigações policiais;
13. Psicologia Forense: é o estudo dos problemas da Psicologia geral e das patologias (psi-
copatologias), tais como questões sobre os limites e modificadores da responsabilidade e da 
capacidade, doenças mentais e suas aplicações forenses, a periculosidade;
14. Psicologia Judiciária (ou Psiquiatria Forense): é estudo mais específicos, não necessa-
riamente patológico, em que se analisa o psiquismo normal e as causas que podem deformar 
a capacidade de entendimento de testemunhas, vítimas e do próprio delinquente, especial-
mente quando se tratar de idosos, crianças e portadores de distúrbios mentais;
15. Sexologia Forense: estuda os problemas médico-legais relativos ao sexo; subdivide-se 
em Himeneologia, Obstetrícia Forense e Erotologia;
16. Tanatologia: é o estudo da morte e do morto, analisando os diferentes conceitos de 
morte, diagnóstico, tempo aproximado, necropsia, exumação e embalsamamento; analisa, ain-
da, a causa jurídica da morte e as lesões em vida e pós-morte;
17. Traumatologia: refere-se ao estudo das lesões corporais do ponto de vista jurídico e as 
suas causas;
18. Toxicologia: estuda os cáusticos e os venenos, bem como os procedimentos periciais 
nesses casos; e
19. Vitimologia: busca a independência metodológica da Criminologia mediante o aprofun-
damento do estudo da vítima e dos processos de vitimização.
003. (CESPE/CEBRASPE/MÉDICO LEGISTA/PC-MA/2018) Sob o ponto de vista didático, a 
medicina legal está dividida em medicina geral e medicina especial. A respeito da medicina 
legal especial, assinale a opção correta.
a) A antropologia forense é o estudo da identidade e da identificação, seus métodos, proces-
sos e técnicas.
b) A infortunística trata da análise racional da participação da vítima na eclosão e justificação 
das infrações penais.
c) A tanatologia versa sobre os fenômenos volitivos, afetivos mentais, a periculosidade do 
alienado, as socioneuropatias em face de problemas judiciários, a simulação e a dissimulação.
d) A vitimologia estuda os diferentes aspectos da gênese e da dinâmica dos crimes.
e) A asfixiologia forense é o estudo dos cáusticos e dos envenenamentos.
a) Certa. A antropologia forense estuda a identidade e a identificação médico-legal e judiciária, 
analisando o ser humano a partir de sua morfologia (forma).
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b) Errada. A infortunística estuda os acidentes e as doenças de trabalho, assim como doenças 
profissionais.
c) Errada. A tanatologia forense estuda a morte, o morto e suas repercussões jurídico-sociais.
d) Errada. A vitimologia se preocupa com o estudo da vítima, especialmente o comportamento 
da vítima por ocasião do delito.
e) Errada. A asfixiologia estuda os tipos de asfixias e os mecanismos e sinais específicos.
Letra a.
2. Corpo de deLito, períCia e peritos em mediCina LegaL. doCumentos 
médiCo-Legais
2.1. Corpo de deLito
O corpo de delito nada mais é do que os dados sensíveis, os vestígios relativos à infração 
penal, aqui entendida como o crime e a contravenção penal. Sob outra perspectiva, constitui-se 
de todos os elementos materiais (ou materializáveis) que guardam relação direta com o ilícito 
praticado.
CORPO DE DELITO
1. Dados sensíveis (ou elementos 
materiais/materializáveis) + 2. Relação direta com a infração penal
Veja um exemplo: uma pessoa é presa em flagrante delito enquanto se encontrava no aero-
porto tentando transportar, por avião, entorpecentes ilícitos em quantidade caracterizadora do 
crime de tráfico de drogas (art. 33, da Lei n.º 11.343/2006).
Usualmente, o entorpecente apreendido pelas autoridades comporá o corpo de delito e, 
eventualmente, outros elementos (como conversas, mensagens, em aparelho celular cujo 
acesso tenha sido autorizado pelo flagranteado, material para embalagem da droga, balanças, 
produtos químicos para preparação etc.). No caso, o corpo de delito será todos esses elemen-
tos materiais apreendidos, uma vez que se constituem nos vestígios sensíveis, perceptíveis 
pelos sentidos humanos e existentes em decorrência da infração penal cometida.
Não confundir o corpo de delito com o exame de corpo de delito, que, basicamente, trata-se 
da prova pericial realizada por peritos acerca da análise dos elementos que compõe o corpo 
dedelito.
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Efetivamente, o exame de corpo de delito (e sua correspondente peça técnica, o laudo peri-
cial) se destina à comprovação da materialidade da infração penal, uma vez que há delitos para 
os quais o referido exame é indispensável.
No exemplo anterior, o exame de corpo de delito será constituído pelo laudo preliminar (e, 
posteriormente, pelo laudo definitivo de constatação do entorpecente apreendido), bem como 
do termo de apreensão dos demais elementos materiais eventualmente confiscados por oca-
sião do flagrante ou mesmo da investigação.
Conforme ensina Deltan Croce e Deltan Croce Júnior (p. 44), 
enquanto o exame de corpo de delito registra no laudo a existência e a realidade do delito, o corpo de 
delito é o próprio crime na sua tipicidade [...]. É o resultado redigido e autuado da perícia, tendo como 
objeto evidenciar a realidade da infração penal e demonstrar a culpabilidade ou não do agente.
Importante classificação (e determinante para o presente estudo) diz respeito ao caso de a 
infração penal deixar ou não vestígios. Com efeito, diz-se que a infração penal é não transeunte 
(em latim: delicta factis permanentis) quando deixa vestígios, de modo que sua coleta para 
perícia será possível. Por sua vez, a infração penal será transeunte (delicta factis transeuntis) 
quando não deixar vestígios. 
INFRAÇÃO NÃO TRANSEUNTE INFRAÇÃO TRANSEUNTE
Deixa vestígios Não deixa vestígios
O PULO DO GATO
Perceba, aluno(a), que o significado de um conceito corresponde ao inverso do sentido do pró-
prio conceito. Quando se chamar “transeunte” é quando “não deixará” vestígios; consequente-
mente, a mesma ideia para a infração “não transeunte”.
Não confundir infração não transeunte (como visto, denominado em latim como delicta factis 
permanentis) com as chamadas infrações penais permanentes, em que nessas últimas a con-
sumação se protrai no tempo (como é o caso do crime de sequestro).
Essa diferenciação é bastante relevante porque o exame de corpo de delito poderá ser 
direto ou indireto. Diz-se direto quando feito sobre os vestígios materiais deixados pelo fato e 
eles ainda persistem quando da descoberta da infração penal, e indireto quando os vestígios 
terem deixado de existir ou nunca existiram, sendo realizado (supletivamente) por meio de 
prova testemunhal.
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Outra hipótese do exame de corpo de delito indireto ocorrerá quando a vítima se recusar 
a se submeter ao exame pericial a que não estiver obrigada e a lei não autorizar a condução 
coercitiva.
EXAME DE CORPO DE DELITO
DIRETO INDIRETO
Realizado nos vestígios deixados pela 
infração penal.
Quando realizado de modo supletivo por 
meio de prova testemunhal.
Especificamente com relação ao exame de corpo delito indireto, na verdade o que há é uma 
permissão legal para que, inexistindo por qualquer razão justificada os vestígios da infração 
penal, a prova testemunhal poderá supri-la (por isso se diz que é prova supletiva; isso é, é forma 
de suprimento, e não o próprio exame indireto). É nesse sentido o teor do art. 167, do CPP: “não 
sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova 
testemunhal poderá suprir-lhe a falta”.
Nesse contexto, o art. 158 do Código de Processo Penal (CPP) dispõe que “quando a in-
fração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não 
podendo supri-lo a confissão do acusado”.
004. (NUCEPE/PC-PI/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2018) Em relação ao Exame de Corpo 
de Delito, é CORRETO afirmar:
a) O médico legista, ao realizar o exame de corpo de delito, poderá realizar o mesmo em qual-
quer dia e a qualquer hora. Mas, em relação à autópsia, esta será feita pelo menos 8 (oito) ho-
ras depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa 
ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
b) Nos casos de acidente de carro ou avião onde há morte violenta, bastará o simples exame 
externo do cadáver, e desde que não exista infração penal a apurar. Neste caso a autópsia será 
feita, pelo menos 4 (quatro) horas depois do óbito.
c) Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a 
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
d) Caso ocorra a necessidade de realização de exumação para exame cadavérico, a autoridade 
providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual 
se lavrará laudo circunstanciado. Não há necessidade de o administrador de cemitério público 
indicar o lugar da sepultura.
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e) Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-
-se-á a exame complementar, por determinação da autoridade policial, judiciária ou do Ministé-
rio Público, e por representação do acusado.
a) Errada. O erro da alternativa está no tempo para que seja feita a autópsia, pois, conforme 
o art. 162, do CPP, “a autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os 
peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, 
o que declararão no auto”.
b) Errada. De maneira semelhante à alternativa A, o erro desta assertiva se dá por não corres-
ponder inteiramente ao teor do parágrafo único do art. 162, do CPP, a saber: “nos casos de 
morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal 
que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver 
necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante”. Como 
se percebe, a alternativa não delimita número de horas para a perícia, de modo que se aplica a 
regra do caput.
c) Certa. Corresponde à exata redação do mencionado art. 167, do CPP.
d) Errada. O erro da alternativa se encontra da informação de que não há necessidade de o 
administrador do cemitério público indicar o lugar da sepultura, pois o parágrafo único do art. 
163, do CPP, afirma que o administrador do cemitério público ou particular indicará o lugar da 
sepultura, sob pena de desobediência.
e) Errada. Está equivocada a assertiva por ser incompleta, uma vez ser possível a realização de 
exame complementar, caso o primeiro exame pericial tenha sido incompleto, por determinação 
da autoridade policial ou judiciária, de ofício, a requerimento do Ministério Público, do ofendi-
do, do acusado ou de seu defensor (art. 168, do CPP).
Letra c.
Perceba, aluno(a), o tamanho da relevância do exame de corpo de delito, de modo que 
sua falta, ou quando realizada fora das condições legalmente preconizadas, pode ensejar a 
sanção de nulidade da prova da materialidade,não podendo ser suprida nem mesmo pela 
confissão do acusado (vide arts. 564, III, b, do CPP, e do art. 77, §1º, c/c os arts. 60 e 61, da Lei 
n.º 9.099/95, nos casos das infrações penais de menor potencial ofensivo, no contexto dos 
Juizados Especiais Criminais).
Registre-se, ainda, que o exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a 
qualquer hora (art. 161, do CPP). Doutro norte, a Lei n.º 13.721/2018 acrescentou ao art. 158 
o parágrafo único, em que define hipóteses de prioridade na realização do exame de corpo de 
delito quando se tratar de infração penal que envolvam: a) violência doméstica e familiar con-
tra mulher; b) violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
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Por fim, nos Juizados Especiais Criminais (JECRIM), a lei autoriza que a denúncia poderá 
ser oferecida com lastro no termo circunstanciado de ocorrência (TCO), comi dispensa do 
inquérito policial, sendo prescindível o exame de corpo de delito quando a materialidade do 
delito for obtida por boletim médico ou prova equivalente (art. 69, da Lei n.º 9.099/95).
2.2.1. Cadeia de Custódia
Caro aluno(a), embora essa não seja uma temática recente, a cadeia de custódia das pro-
vas, considerado meio de obtenção de provas (e não prova em si), ganhou bastante relevância 
em razão de ter sido positivado com o advento do Pacote Anticrime (Lei n.º 13.964/2019). 
Na verdade, isso também se deve em razão de sua própria importância (uma vez que afeta 
diretamente a credibilidade das provas, seu tratamento e acondicionamento, questões essas 
bastante sensíveis, especialmente no processo penal), ou mesmo porque foi incluída na prin-
cipal legislação processual penal: o CPP.
Portanto, concurseiro(a), recomenda-se redobrada atenção dos dispositivos do Código de 
Processo Penal que passaram a dispor sobre o assunto. Vejamos um pouco sobre eles.
Inicialmente, é preciso entender que a sua importância para a Medicina Legal se deve à 
questão da preservação dos vestígios, que poderão posteriormente se constituir em provas na 
persecução penal (por exemplo, o corpo de delito), bem como por se lhes garantir sua integri-
dade e idoneidade, uma vez que permite verificar todo o caminho percorrido até a conclusão 
da perícia realizada.
Nesse contexto, o art. 158-A do CPP estabelece como cadeia de custódia a conjunção 
de todos os procedimentos adotados para manter e documentar o histórico cronológico do 
vestígio coletado em locais ou em vítimas de infrações penais, a fim de rastrear sua posse, 
manuseio desde o seu reconhecimento até o descarte.
CADEIA DE CUSTÓDIA
(Conceito – art. 158-A, CPP)
1. Conjunção de procedimentos;
2. Destina-se à manutenção e documentação do histórico cronológico do vestígio 
coletado em locais ou em vítimas de infrações penais;
3. Para rastrear sua posse, manuseio desde o reconhecimento até o descarte.
Ponto que possui grandes chances de ser cobrado em provas é a definição de vestígios, o qual, 
nos termos do § 3º do art. 158-A, é “todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado 
ou recolhido, que se relaciona à infração penal”.
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Vale, ainda, colacionar o que dispõe os §§1º e 2º do referido dispositivo, que trazem infor-
mações diretamente relacionadas ao início da investigação e ao agente público que reconhe-
cer um vestígio:
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedi-
mentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. (Incluído pela Lei n. 
13.964, de 2019)
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da 
prova pericial fica responsável por sua preservação. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Passada a fase de constatação e de reconhecimento da condição de vestígio, o CPP esta-
belece as etapas em que o elemento deve ser submetido (isso é, a cadeia de custódia propria-
mente dita). Conforme o art. 158-B:
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: 
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da 
prova pericial; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o am-
biente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; (Incluído pela Lei n. 13.964, 
de 2019)
III – fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo 
de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou 
croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo 
atendimento; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas carac-
terísticas e natureza; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma 
individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior 
análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VI – transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequa-
das (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas 
características originais, bem como o controle de sua posse; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VII – recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado 
com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária 
relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natu-
reza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu; (Incluído 
pela Lei n. 13.964, de 2019)
VIII – processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia 
adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado dese-
jado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
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IX – armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser 
processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vincula-
ção ao número do laudo correspondente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
X – descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, 
quando pertinente, mediante autorização judicial. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Em verdade, a leitura dos dispositivos colacionados proporciona a visão geral acerca dos 
principais aspectos que devem integrar a cadeia de custódia. Os artigos seguintes (158-C a 
158-F, do CPP) determinam, de forma mais detalhada, os aspectos que devem ser observados 
no processo da custódia, seja sob a perspectiva do agente responsável, seja pelo órgão pericial 
ou de criminalística competente, dentre outros. Recomenda-se a leitura atenta dos referidos 
dispositivos (que constarão do anexo deste material, item 1), os quais, eventualmente, podem 
vir a ser explorados em provas em face de sua novidade.
Caro aluno(a), dentre os dispositivos em comento, de antemão, é interessante destacar 
que a coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial (ou seja, 
não é uma obrigatoriedade), nos termos do art. 158-C, caput, e que, por seu § 1º, a cadeia de 
custódia não é de observância exclusiva do inquérito policial, mas igualmente do processo 
propriamente dito.
Com efeito, a partir do que passou a prever a legislação processual penal e para os fins 
de melhor visualização, é possível dividir a cadeia de custódia em duas fases: uma externa, 
ainda no local do crime ou nas áreas ligadas a ele, que abrange a preservação do local ou a 
apreensão dos elementos de prova e a chegada dos vestígios para o órgão responsável pelo 
processamento da perícia; e outra interna, relativa às etapas entre o ingresso do vestígio no 
órgão pericial até sua devolução com o laudo pericial (FERREIRA, p. 71/72).
FASES DA CADEIA DE CUSTÓDIA
EXTERNA INTERNA
1. Preservação do local do crime;
2. Busca do vestígio;
3. Reconhecimento do vestígio;
4, Fixação do vestígio;
5. Coleta do vestígio;
6. Condicionamento;
7. Transporte e recebimento do vestígio.
1. Recepção e conferência do vestígio;
2. Classificação, guarda e/ou distribuição 
do vestígio;
3. Análise pericial propriamente dita;
4. Guarda e devolução do vestígio de 
prova;
5. Guarda do vestígio para contraperícia 
(v. art. 170, CPP);
6. Registro da cadeia de custódia.
Como dito anteriormente, o tema da cadeia de custódia é de suma importância, pois inte-
ressa à Justiça a integridade de tudo aquilo que possa contribuir para a descoberta da verdade 
de um determinado fato ocorrido no mundo real, seja sob a perspectiva de envolver o interesse 
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do Estado em assegurar uma idônea persecução penal, seja porque eventual contaminação da 
prova em prejuízo do investigado afeta, diretamente, um direito fundamental dele: a liberdade.
A legislação processual penal sempre teve em vista a relevância da integridade probatória 
quando do conhecimento da ocorrência de um crime, tanto que, no art. 6º, I, e no art. 169, am-
bos do CPP, prevê-se que
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, 
até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
(Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, 
deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido 
a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perí-
cias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar 
aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua 
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quais-
quer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma defici-
ência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa 
presa. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
[...]
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade pro-
videnciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, 
que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. (Vide Lei n. 
5.970, de 1973)
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, 
no relatório, as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei n. 8.862, 
de 28.3.1994)
É cediço que, à luz do art. 5º, LVI, da Constituição Federal de 1988, são inadmissíveis, no 
processo, as provas obtidas por meios ilícitos. De modo semelhante, dispõe o art. 157, do CPP, 
que estabelecer serem compreendidas entre as provas ilícitas aquelas obtidas com violação 
às normas constitucionais ou legais.
Com efeito, e apenas para que se contextualize o tema para você, aluno(a), tem-se que a 
prova será ilegítima quando seu processo de obtenção ocorre com violação a normas proces-
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art41
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L5970.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L5970.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1989_1994/L8862.htm#art1
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suais. Será, no entanto, (propriamente) ilícita quando obtida com violação a preceitos de direito 
material (penal ou constitucional, por exemplo). Em qualquer dessas hipóteses, se verificado 
que a prova é eivada de vício, em regra, deve ser declarada sua nulidade.
Nesse lume, a chamada quebra da cadeia de custódia pode se dar: a) tanto em relação a 
elemento, vestígio que dá ensejo à análise pericial (portanto, uma mácula anterior à própria 
cadeia de custódia); e b) como no próprio processo da cadeia de custódia (a quebra propria-
mente dita).
No primeiro caso, cuida-se de hipótese certamente mais complexa, uma vez que envolve 
a verificação do quanto a prova maculada afeta outros elementos probatórios, ou mesmo a 
própria investigação ou processo penal. Para tanto, o Código de Processo Penal prevê, nos §1º 
e 2º, do art. 157, como a questão deve ser tratada. 
Sinteticamente:
a) se a prova viciada contamina outras, devem todas ser consideradas inadmissíveis e, por-
tanto, excluídas, ao que se aplica a chamada teoria dos frutos da árvore envenenada;
b) se as demais são dela independentes ou se ela, por si só, seria descoberta de qualquer 
maneira por outros meios, não há, em regra, prejuízo à cadeia de custódia, caso em que se faz 
referência, respectivamente, às teorias da fonte independente e da descoberta inevitável; e
c) em se tratando da teoria do encontro fortuito de provas (ou serendipidade), a questão da 
validade da cadeia de custódia dependerá da forma como o encontro fortuito ocorreu.
Já no segundo caso, pode-se aventar hipótese de nulidade relativa por violação a formal-
idade que constitua elemento essencial do ato, conforme exegese do art. 564, IV, combinado 
com o art. 572, do CPP.
Como visto, a cadeia de custódia, como meio de obtenção de provas, nada mais é do que 
a sucessão de atos com vistas à apreciação de um elemento correspondente a um fato deli-
tuoso sob investigação. Em suma, se não houve prejuízo à finalidade pretendida com a prova, 
tendo sido o mesmo resultado alcançado, pode a eventual mácula ser afastada.
2.2. períCia e peritos em mediCina LegaL
Sempre que alguma autoridade estatal, no bojo de um processo judicial ou extrajudicial, 
necessitar resolver situações em que são indispensáveis conhecimentos técnicos específicos 
de uma área ou matéria, haverá a realização de uma perícia. 
Assim, a prova pericial pode ser entendida, em termos gerais, como a diligência realizada 
por profissional especializado com o objetivo de esclarecer ao Estado (normalmente a Justiça) 
acerca de fatos ou eventos específicos e de caráter permanente, e que não podem ser dispen-
sados por representarem prejuízo à compreensão ou solução da causa, ou mesmo porque, por 
lei, é obrigatória a sua realização.
Conforme PACHECO, perícia é a avaliação técnica em pessoa ou coisa, realizada por pro-
fissional especializado técnico ou científico, a fim de que sejam comprovados fatos (p. 729). 
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A perícia é composta por uma parte objetiva, que conterá os elementos descritivos do ob-
jeto da perícia, e uma parte subjetiva, consistente na valoração (emissão de juízo técnico-cien-
tífico) acerca do que foi submetido a análise.
Peritos, por sua vez, são os profissionais responsáveis pelo esclarecimento dos interessa-
dos, usualmente o Estado-juiz e as partes, acerca de fato ou questão, mediante a confecção de 
documentos que comporão o processo (judicial ou extrajudicial). Podem ser oficiais (perten-
centes à estrutura da Administração Pública e investidas por força de lei) ou não oficiais, caso 
em que são nomeados para o ato determinado pela autoridade competente (peritos ad hoc).
Doutro norte, Deltan Croce e Deltan Croce Júnior registram que perito é todo o técnico que, 
“por sua especial aptidão, solicitado pelas autoridades competentes, esclarece à Justiça ou à 
polícia acerca de fatos, pessoas ou coisas, a seu juízo, como início de prova” (p. 42). A partir 
disso, infere-se que todo profissional tema a capacidade de vir a ser constituído como perito.
Em pessoas, as perícias visam determinar, por exemplo, a identidade, a idade, o sexo, a 
raça e a altura; diagnosticar se houve parto ou puerpério, lesão corporal, sociopatias, estupro 
ou doenças venéreas; investigar, ainda, se houve envenenamentos ou intoxicação, dentre mui-
tas outras. Por sua vez, essas avaliações comporão exames médicos e psicológicos, necrop-
sia, exumação etc.
Em coisas (objetos e instrumentos), pode ocorrer por meio do levantamento de impressões 
digitais, exames em armas e projéteis; manchas de saliva ou presença de esperma, sangue ou 
líquido amniótico, urina em tecidos, móveis e utensílios.
Define o art. 159, do CPP, que o exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados 
por perito oficial, portador de diploma de curso superior. O §1º do dispositivo citado salienta, 
por outro lado, que na falta de perito oficial, o exame poderá ser realizado por duas pessoas 
idôneas e portadores de diploma de curso superior. Relevante mencionar que o Superior Tri-
bunal de Justiça (STJ) já decidiu que o exame realizado por duas pessoas idôneas, ainda que 
sejam policiais, é atende aos fins preconizados pelo art. 159, do CPP (REsp n.º 1.416.392/RS, 
5ª Turma, julgado em 19/11/2013).
005. (CESPE/CEBRASPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2018). Acerca 
da prova no processo penal, julgue o item a seguir.
Na falta de perito oficial para realizar perícia demandada em determinado IP, é suficiente que 
a autoridade policial nomeie, para tal fim, uma pessoa idônea com nível superior completo, 
preferencialmente na área técnica relacionada com a natureza do exame.
Como visto, o art. 159, §1º, do CPP, permite que duas pessoas idôneas e com diploma de nível 
superior poderão realizar a perícia na falta de perito oficial. Logo, a questão está errada.
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Errado.
Valioso salientar que, por mais que a perícia detenha expressiva carga probatória, pois 
lastreada em conhecimento técnico-científico, em um processo judicial, o juiz não fica adstrito 
à conclusão pericial, podendo aceitá-la ou rejeitá-la, parcial ou integralmente (art. 182, CPP).
Igualmente suportam essa conclusão os arts. 155 e 158, do CPP, relativos ao princípio da 
livre apreciação motivada da prova pelo magistrado, e o art. 479, do Código de Processo Civil 
(sobre provas periciais no processo civil).
Exceto o exame de corpo de delito, a autoridade judicial ou policial poderá indeferir a re-
alização de perícia requerida pelas partes quando não for necessária ao esclarecimento da 
verdade (art. 184, CPP).
Os peritos são administrativa, civil e penalmente responsáveis, desde que, desde que 
pratiquem ato ilícito no exercício da função. Nesse sentido, o Novo Código de Processo Civil 
(CPC/2015) prevê em seu art. 158 que:
O perito que, por dolo ou culpa, prestar informaçõesinverídicas responderá pelos prejuízos que 
causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) 
anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao 
respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.
Em sede criminal, a depender da conduta praticada pelo perito, poderá incorrer em alguma 
das infrações penais previstas no Código Penal (CP), dentre elas, a de crime contra a liberdade 
individual (art. 154), de violação de sigilo profissional (art. 325) ou de falsa perícia (art. 342):
Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, minis-
tério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa de um conto a dez contos de réis.
Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou 
facilitar-lhe a revelação: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui 
crime mais grave. (...)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei n. 
9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, 
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: 
(Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei n. 12.850, de 2013)
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se 
cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo 
civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei 
n. 10.268, de 28.8.2001)
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§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente 
se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001).
A responsabilidade administrativa ocorrerá conforme o regime jurídico aplicável aos peri-
tos oficiais nos mesmos moldes, em regra, de como se dá com os servidores públicos, tendo 
em vista o vínculo com a Administração Pública.
Por fim, em termos de legislação, além do Código de Processo Penal e do Código de Pro-
cesso Civil (este com aplicação subsidiária), há a Lei n.º 12.030/2009, relativa às normas ge-
rais sobre as perícias oficiais de natureza criminal, que somente prevê, de modo superficial, 
sobre aspectos relativos à autonomia funcional dos peritos e a garantia de regime de trabalho 
diferenciado (anexo, item 2).
2.2.1. Assistentes Técnicos
No contexto do estudo sobre os peritos, indispensável a abordagem sobre a figura do as-
sistente técnico, que é um auxiliar contratado pelas partes, especialista em alguma área, e que 
faz as vezes de perito particular.
Destina-se, em muitos dos casos, ao contraponto das perícias que compõe o processo, 
ou mesmo com o fim de, autonomamente, contribuir para o esclarecimento ou obtenção 
da verdade.
Em que pese participarem do processo, à luz da sistemática processual penal, os assisten-
tes técnicos não se sujeitam ao regime de responsabilidades ou às causas de impedimento ou 
suspeição previstos no CPP do mesmo modo que os peritos oficiais. Como são particulares, 
respondem, eventualmente, por suas condutas conforme a ética profissional, ou, se praticarem 
ato ilícito quando da elaboração de laudo técnico, respondem pelo crime de falsidade ideoló-
gica (art. 299, CP).
Até o advento da Lei n.º 13.964/19 (Pacote Anticrime), o assistente técnico somente era 
admitido em sede judicial (art. 159, §§4º e 5º, CPP). Contudo, a referida lei incluiu no CPP, 
em seu art. 3º-B, que Juiz das Garantias poderá admitir, por indicação das partes, assistente 
técnico para acompanhar a realização de perícia durante a investigação policial. Note que, 
nesse caso, o assistente técnico somente acompanhará a perícia (atuação passiva), nela não 
interferindo.
006. (FUMARC/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/PC-MG/2018) No que tange à perícia 
oficial e em acordo com o CPP, é CORRETO afirmar:
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a) É facultada ao acusado a indicação de assistente técnico, após admissão pela autorida-
de policial.
b) Entende-se por perícia complexa aquela que abrange mais de uma área de conhecimento 
especializado.
c) Faculta-se ao Ministério Público e ao assistente técnico do querelante a formulação de que-
sitos a qualquer tempo do inquérito policial.
d) Na falta de perito oficial, qualquer contribuinte poderá exercer o mister, desde que não ina-
dimplente com impostos públicos, e que seja admitido pelo delegado de polícia presidente do 
inquérito.
a) Errada. Nos termos do art. 159, § 4º, CPP, o assistente técnico atuará a partir de sua ad-
missão pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, 
sendo as partes intimadas desta decisão.
b) Certa. Conforme o art. 159, § 7º, CPP, tratando-se de perícia complexa que abranja mais de 
uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito 
oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.
c) Errada. O art. 159, § 3º, traz que serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de 
acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de 
assistente técnico. A assertiva delimita como sendo do inquérito policial.
d) Errada. À luz do art. 159, § 1º, CPP, na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 
(duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área 
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
Letra b.
2.3. doCumentos médiCo-Legais
Igualmente denominados documentos médico-judiciários, constituem-se em instrumentos 
escritos ou simples exposições verbais com o objetivo de elucidar a Justiça e servir como pro-
va pré-constituída para outra prova ou como prova do que se propõe a por si sós representar 
(Croce Júnior, p. 56).
Dentre as classificações existentes, a mais comum é a seguinte:
ATESTADO
(Ou Certificado Médico)
São afirmações (constatações) simples e redigidas acerca de um fato médico e de 
suas possíveis consequências, sem, no entanto, constituir-se como laudo pericial 
propriamente dito. Podem ser: a) administrativos, relativos ao serviço público; b) 
judiciais, quando solicitado pela Justiça; e c) oficiosos, no interesse de pessoa física 
ou jurídica.
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CONSULTA
(Ou Parecer)Em regra, a consulta ou o parecer médico-legal se constitui em uma análise qual, 
um ou mais especialistas, de modo escrito ou verbal, emitem avaliação acerca do 
valor científico de determinado fato ou questão já apreciados, buscando elucidar 
dúvidas eventualmente existentes. Há autores como Hélio Gomes (seguido por 
outros), que entendem parecer médico-legal como sendo documento particular, feito 
por autoridade científica consultada, e consulta médico-legal o meio pelo qual os 
interessados dirimem dúvidas acerca de relatório médico-legal.
DEPOIMENTO ORAL
Ocorre quando o perito é chamado a prestar esclarecimentos em juízo acerca de fato 
ou questão, ainda que sobre ela não tenha sido elaborado, previamente, relatório 
pericial ou técnico. Nesse caso, não se qualifica como testemunha, mas parte 
técnica do órgão judicante.
NOTIFICAÇÃO
Comunicação compulsória pelos profissionais às autoridades competentes acerca 
de um fato profissional de relevância social ou sanitária, como, por exemplo, uma 
doença altamente contagiosa. Em caso de omissão, o responsável pode responder 
pelo crime de omissão de notificação de doença, previsto no art. 269, do Código 
Penal.
RELATÓRIO MÉDICO-LEGAL
É o registro escrito detalhado acerca de fato específico e de suas consequências, 
com caráter permanente e relativo a determinada área pericial, requisitado por 
autoridade competente a um ou mais peritos, oficiais ou não (caso inexistentes), 
compromissados na forma da lei. Os relatórios podem conter fotos, gráficos, 
diagramas, fotografias etc. com vistas à elucidação do objeto analisado. A depender 
de como é confeccionado, pode ser chamado de:
a) auto, quando a análise pericial é ditada perante testemunhas e para pessoa certa 
(um escrivão, por exemplo), sendo por este transcrita;
b) laudo, se a própria análise é redigida posteriormente pelo(s) perito(s);
c) protocolo, que se refere à parte objetiva do relatório de necroscopia.
Composição do Relatório Médico-Legal
1. Preâmbulo – menciona o tipo de perícia a ser feita, data, hora e local onde 
se realiza, bem como o responsável pela sua confecção e quem determinou a 
realização.
2. Quesitos – perguntas com o fim de caracterizar os fatos relevantes da perícia que 
se realiza.
3. Histórico ou comemorativo – descrição dos fatos que deram origem à requisição 
da perícia a fim de auxiliar os peritos.
4. Descrição – é nessa parte que se encontra o visum et repertum (ver e repetir), 
que consiste na reprodução o mais fiel e minuciosa dos exames e verificações 
praticados.
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RELATÓRIO MÉDICO-LEGAL
5. Discussão – parte diagnóstica, em que os peritos debatem sobre as hipóteses 
levantadas na descrição, buscando afastar as dúvidas e ponderar sobre o que foi 
apresentado pelos interessados.
6. Conclusões – é a parte que sintetiza o cotejo entre a descrição e as discussões, 
posicionando-se o perito acerca dos fatos ou fatos submetidos à apreciação.
7. Resposta aos quesitos – resposta objetiva e concisa, por meio de afirmações ou 
negações, aos questionamentos formulados com base nas hipóteses levantadas 
pelos interessados à luz das discussões e conclusões alcançadas pela perícia.
007. (INSTITUTO AOCP/PERITO MÉDICO LEGISTA/ITEP-RN/2018) São documentos mé-
dico-legais:
a) notificações, atestados, prontuários e relatórios.
b) atestados, declarações médicas, declaração de óbito e notificações.
c) notificações, prontuários, laudos e declarações médicas.
d) relatórios, atestados, declaração de nascido vivo e declaração de óbito.
e) pareceres, atestados, laudos e declaração de nascido vivo.
a) Certa. São documento médico-legais: notificações, atestados, prontuários, relatórios, con-
sulta médico-legal, pareceres, depoimento oral e atestado/declaração de óbito. Atenção! Re-
ceitas e declarações médicas não são documentos médico-legais.
b) Errada. Declarações médicas não são documentos médico-legais.
c) Errada. Declarações médicas não são documentos médico-legais.
d) Errada. Declaração de nascido vivo não é documento médico-legal.
e) Errada. Como visto, declaração de nascido vivo não é documentos médico-legais.
Letra a.
3. ConCeitos de identidade, de identifiCação e reConheCimento. prinCi-
pais métodos de identifiCação (antropoLogia forense).
O estudo da identidade, identificação e reconhecimento no contexto pericial é denominado, 
como gênero, de Antropologia Forense. 
Especificamente, compreende-se por identidade o conjunto de caracteres e propriedades 
(como marcas ou sinais, por exemplo) que permitem individualizar uma pessoa, especifican-
do-a e diferenciando-a das demais. “É o elenco de atributos que torna alguém ou alguma coisa 
igual a apenas si próprio”, conforme ensina Genival França (p. 225).
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No contexto em estudo, considera-se a chamada identidade objetiva, de caráter técnico e 
voltada à possibilidade de determinar se uma pessoa é ela mesma, seus atributos físicos. Dife-
re da identidade subjetiva, ligada à estrutura da personalidade, de modo que representa o que 
cada ser humano tem a título de percepção de si mesmo (consciência individual), o que não é 
objeto de identificação (pode, no entanto, ser atributo analisado sob a perspectiva psicológica 
ou psiquiátrica).
008. (CESPE/CEBRASPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO SERGI-
PE/2018) A respeito de identificação médico-legal, de aspectos médico-legais das toxicoma-
nias e lesões por ação elétrica, de modificadores da capacidade civil e de imputabilidade penal, 
julgue o item que se segue.
O procedimento de identificação de uma pessoa baseia-se na comparação entre a experiência 
da sensação proporcionada no passado com a mesma experiência renovada no presente pela 
pessoa a ser identificada.
A questão trata da subjetividade humana ao falar em “experiências” e “sensações”, o que, como 
visto, guarda relação com a identidade subjetiva, um atributo da personalidade. Não é, propria-
mente, elemento para a verificação da personalidade, que demanda rigor técnico-científico.
Errada.
Por outro lado, a identificação consiste no meio de determinação da identidade. De maneira 
mais detalhada, a identificação se compõe do conjunto de métodos, sistemas e técnicas exis-
tentes para a determinação da identidade de uma pessoa ou de uma coisa, constituindo-se em 
um processo, a maneira pela qual é determinada a sua individualidade e definidos os caracte-
res ou conjunto de qualidades que os tornam únicos (FRANÇA, p. 227).
Em termos práticos, a identificação se dá pela coleta dos materiais de estudos, que podem 
ser tanto um ser vivo (por exemplo, uma pessoa ou animal) ou morto (um cadáver), em seu 
conjunto ou em partes, como pelos, unhas, ossos, cabelos etc.
Ademais, muito importante diferenciar identificação de reconhecimento, que significa ape-
nas o ato de certificar, conhecer novamente, admitir algo como certo ou que se afirma conhecer.
009. (CESPE/CEBRASPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO SERGI-
PE/2020) Julgue o próximo item, acerca da aplicação pericial. Caso uma câmera de segurança 
flagre a face de uma pessoa cometendo um delito, a identificação pela

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