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UNIDADE 1 - CAPÍTULO 6 90 O que são ISTs? As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são transmitidas princi- palmente por contato sexual (vaginal, anal ou oral) de uma pessoa para outra. Podem ser causadas por vários tipos de organismos: vírus, bactérias, fungos e protozoários. A maioria das ISTs atinge principalmente os órgãos genitais e pode ser cura- da sem deixar sequelas, desde que seja diagnosticada e tratada precocemen- te. Existem alguns sintomas comuns a várias ISTs, mas somente um médico poderá fazer o diagnóstico correto e propor o tratamento adequado em cada caso. Entre os sintomas mais comuns, estão: • aparecimento de feridas, manchas ou verrugas nos órgãos genitais; • ardência ou difi culdade para urinar; • secreção (corrimento) ou coceira na vagina, no ânus ou no pênis. Os sintomas de algumas ISTs podem desaparecer em alguns dias, sem nenhum tratamento, dando à pessoa contaminada a falsa ideia de que está curada. Também é comum as pessoas se contaminarem com alguma IST e os sintomas demorarem a aparecer. Nesses casos, se a infecção não for diag- nosticada e tratada, as consequências poderão ser muito sérias, tanto para a própria pessoa quanto para os seus possíveis parceiros sexuais, que correrão risco de se contaminar. O principal motivo para a mudança da nomenclatura de DST para IST foi exatamente o fato de que, quando falamos em “doença”, consideramos a exis- tência de sintomas e sinais visíveis no organismo. Já as infecções podem se manter assintomáticas (sem apresentar sintomas) por determinados perío- dos ou mesmo por toda a vida, só podendo ser detectadas por meio de exames laboratoriais. É muito importante consultar um médico periodicamente, prin- cipalmente se o parceiro ou parceira sexual contrair ou apresen- tar qualquer sintoma de IST. Uma forma efi ciente e recomendada para evitar a con- taminação por ISTs é o uso de preservativos masculinos ou femininos (camisinhas). A seguir, vamos estudar algumas in- fecções sexualmente transmissíveis. Sequela: alteração anatômica ou funcional permanente que pode ser provocada por uma doença ou acidente. Reuters/Latinstock As camisinhas masculinas (à esquerda) e a feminina (acima) são os únicos anticoncepcionais que podem evitar a contaminação por ISTs. Elas são distribuídas gratuitamente em muitos postos de saúde e hospitais públicos.Th in k s to ck /G e tt y I m a g e s 91Capítulo 6 • Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) V id a e E v o lu ç ã o 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 91 11/4/18 3:04 PM Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) C ap ít u lo 6 Você já ouviu falar em doenças venéreas? Esse nome está relacionado a Vênus, a deusa do amor na mitologia romana. As doenças venéreas são transmitidas principalmente por relações sexuais. Por isso, essas doenças eram chamadas doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Hoje em dia, porém, o nome recomendado é infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Você sabe citar o nome de alguma IST? Sabe quem são os agentes causado- res dessas infecções? Como é possível evitá-las? Quais são os danos que elas podem causar ao organismo? Existe cura para elas? Como alguém pode saber que está contaminado com uma IST? A essas e a outras questões você poderá responder estudando este capítulo. Obra de arte O nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli, 1483. Têmpera sobre tela, 172,5 cm 3 278,5 cm. Galleria degli Uffi zi, Florença. R e p ro d u ç ã o / G a lle ri a U ffi z i, F lo re n ç a 90 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 90 11/4/18 3:04 PM Habilidades da BNCC (EF08CI10) Identificar os principais sintomas, modos de transmissão e tratamento de algumas DST (com ênfase na AIDS), e discutir estratégias e métodos de prevenção. (EF08CI11) Selecionar ar- gumentos que evidenciem as múltiplas dimensões da se- xualidade humana (biológica, sociocultural, afetiva e ética). Habilidades complementares Os itens a seguir foram ela- borados para esta coleção: � Caracterizar as principais in- fecções sexualmente trans- missíveis (ISTs): principais sintomas, profilaxia e tra- tamento. � Relacionar as infecções se- xualmente transmissíveis (IST) com fatores sociais, econômicos e culturais. Objetos de conhecimento � Mecanismos reprodutivos. � Sexualidade. Problematização/Conhecimentos prévios Sugerimos como estratégia para problematização/sensibi- lização inicial a utilização de reportagens de jornais e revistas que tratam das ISTs, em especial entre a população jovem. Selecione algumas reportagens e as distribua em pequenos grupos ou disponibilize-as em uma plataforma digital, solici- tando aos estudantes que façam a leitura e organizem uma síntese para ser compartilhada com o restante da turma. Nesse momento, o objetivo não é abordar conteúdos con- ceituais, mas sensibilizar os estudantes e motivá-los para o estudo deste assunto. Distribua as questões-problema mencionadas a seguir e/ou outras que julgar pertinentes entre os grupos e peça que as respondam. Após a leitura das reportagens, organize uma dinâmica para que cada grupo possa relatar sua reportagem para o restante da turma e responder à questão-problema selecionada. Essa atividade deverá ser feita sem a consulta ao livro do estudante. 090a099_Cia_da_Ciencia_Guia8_C6_U1_PNLD2020.indd 90 10/07/19 18:17 91MANUAL DO PROFESSOR O que são ISTs? As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são transmitidas princi- palmente por contato sexual (vaginal, anal ou oral) de uma pessoa para outra. Podem ser causadas por vários tipos de organismos: vírus, bactérias, fungos e protozoários. A maioria das ISTs atinge principalmente os órgãos genitais e pode ser cura- da sem deixar sequelas, desde que seja diagnosticada e tratada precocemen- te. Existem alguns sintomas comuns a várias ISTs, mas somente um médico poderá fazer o diagnóstico correto e propor o tratamento adequado em cada caso. Entre os sintomas mais comuns, estão: • aparecimento de feridas, manchas ou verrugas nos órgãos genitais; • ardência ou difi culdade para urinar; • secreção (corrimento) ou coceira na vagina, no ânus ou no pênis. Os sintomas de algumas ISTs podem desaparecer em alguns dias, sem nenhum tratamento, dando à pessoa contaminada a falsa ideia de que está curada. Também é comum as pessoas se contaminarem com alguma IST e os sintomas demorarem a aparecer. Nesses casos, se a infecção não for diag- nosticada e tratada, as consequências poderão ser muito sérias, tanto para a própria pessoa quanto para os seus possíveis parceiros sexuais, que correrão risco de se contaminar. O principal motivo para a mudança da nomenclatura de DST para IST foi exatamente o fato de que, quando falamos em “doença”, consideramos a exis- tência de sintomas e sinais visíveis no organismo. Já as infecções podem se manter assintomáticas (sem apresentar sintomas) por determinados perío- dos ou mesmo por toda a vida, só podendo ser detectadas por meio de exames laboratoriais. É muito importante consultar um médico periodicamente, prin- cipalmente se o parceiro ou parceira sexual contrair ou apresen- tar qualquer sintoma de IST. Uma forma efi ciente e recomendada para evitar a con- taminação por ISTs é o uso de preservativos masculinos ou femininos (camisinhas). A seguir, vamos estudar algumas in- fecções sexualmente transmissíveis. Sequela: alteração anatômica ou funcional permanente que pode ser provocada por uma doença ou acidente. Reuters/Latinstock As camisinhas masculinas (à esquerda) e a feminina (acima) são os únicos anticoncepcionais que podem evitar a contaminação por ISTs. Elas são distribuídas gratuitamente em muitos postos de saúde e hospitais públicos.Th in k s to ck /G e tt y I m a g e s 91Capítulo 6 • Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) V id a e E v o lu ç ã o 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 91 11/4/18 3:04 PM Infecçõessexualmente transmissíveis (ISTs) C ap ít u lo 6 Você já ouviu falar em doenças venéreas? Esse nome está relacionado a Vênus, a deusa do amor na mitologia romana. As doenças venéreas são transmitidas principalmente por relações sexuais. Por isso, essas doenças eram chamadas doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Hoje em dia, porém, o nome recomendado é infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Você sabe citar o nome de alguma IST? Sabe quem são os agentes causado- res dessas infecções? Como é possível evitá-las? Quais são os danos que elas podem causar ao organismo? Existe cura para elas? Como alguém pode saber que está contaminado com uma IST? A essas e a outras questões você poderá responder estudando este capítulo. Obra de arte O nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli, 1483. Têmpera sobre tela, 172,5 cm 3 278,5 cm. Galleria degli Uffi zi, Florença. R e p ro d u ç ã o / G a lle ri a U ffi z i, F lo re n ç a 90 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 90 11/4/18 3:04 PM Neste capítulo Este capítulo fecha a narra- tiva da unidade temática so- bre reprodução e sexualidade abordando as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis). Esse conteúdo é essencial pa- ra qualquer pessoa, em espe- cial na fase da adolescência, quando os jovens muitas ve- zes iniciam sua vida sexual e ainda não têm conhecimento e maturidade necessários pa- ra tomar decisões que possam ajudar na prevenção de uma gravidez indesejada ou evi- tar a contaminação por ISTs. O aumento do número de casos de ISTs vem preocupando au- toridades de saúde no Brasil e em outros países, e existe cada vez mais consenso de que o acesso a informações corretas e a garantia de um espaço de discussão e refle- xão são componentes funda- mentais na prevenção das ISTs, principalmente entre a popu- lação jovem. No Brasil, seguin- do uma tendência mundial, o número de jovens com infec- ções sexualmente transmissí- veis tem aumentado ao longo dos últimos anos. Isso ocorre, principalmente, devido à falta de proteção nas relações se- xuais. Segundo dados do Mi- nistério da Saúde, 56,6% dos brasileiros entre 15 e 24 anos usam camisinha com parcei- ros eventuais. Além da AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida), que tem sido nos últimos anos alvo das principais campanhas de prevenção, a propagação de outras infecções sexualmen- te transmissíveis, como sífilis, HPV, gonorreia, herpes genital e hepatite tipo B ou tipo C en- tre os jovens, tem preocupa- do muito os especialistas da área de saúde. Questões-problema sugeridas para discussão nos grupos: “O que são ISTs ou DSTs?”; “Quais são as ISTs mais conhecidas?”; “Quais são os agentes causadores das ISTs?”; “Como podemos contrair ISTs?”; “Podemos contrair ISTs pelo beijo?”; “Como é possível evitar as ISTs?”; “Quais danos as ISTs podem causar ao organismo humano?”; “Existe cura para doenças causadas por ISTs?”; “Como alguém pode saber que está contaminado com uma ISTs?”. No Material Digital do Professor você encontra- rá a proposta de Sequência didática “ISTs: conhecer e prevenir”, que poderá ser aplicada após o estudo des- te tema. 090a099_Cia_da_Ciencia_Guia8_C6_U1_PNLD2020.indd 91 10/07/19 18:17 UNIDADE 1 - CAPÍTULO 6 92 Sífilis A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar em três diferentes estágios. Geralmente, o primeiro estágio corresponde ao aparecimento do cancro duro, uma pequena ferida que não dói nem coça, nos órgãos genitais (pênis, pudendo feminino, vagina ou colo uterino) ou na boca. Essa ferida desaparece sozinha após alguns dias, sem deixar cicatriz. Alguns meses depois, aparecem feridas e manchas vermelhas pelo cor- po, características do segundo estágio. Essas manchas também desaparecem após algum tempo. Protozoário transmissor da tricomoníase visto ao microscópio eletrônico. (Ampliação aproximada de 2 250 vezes. Cores artificiais.) Se a infecção não for tratada, evolui para o terceiro estágio, após um perío- do sem sintomas que pode durar anos. Nesse ponto, ela afeta diversos órgãos vitais, como o cérebro e o coração. A sífilis pode ser tratada com antibióticos em qualquer dos estágios e pode ser diagnosticada pelos sintomas e por exame de sangue. É indicado que as relações sexuais sejam suspensas durante o tratamen- to, uma vez que as feridas na pele e na mucosa podem transmitir a bactéria da sífilis. A gestante com sífilis pode sofrer aborto espontâneo ou transmitir a infecção para o feto, que poderá apresentar cegueira e deformidades ósseas. Assim como acontece com a gonorreia, já existem cepas de Treponema pallidum resistentes aos antibióticos usuais. Tricomoníase A tricomoníase é causada pelo protozoário Trichomo- nas vaginalis. Muitas vezes não apresenta sintomas e, por isso, é bastante disseminada: as pessoas não sa- bem que estão contaminadas, não buscam tratamento e podem transmiti-la sem saber. Na mulher, pode ocorrer um discreto corrimento vaginal amarelado, associado a prurido (coceira) no pudendo e na vagina e ardência ao urinar. O homem pode apresentar uma secreção amarela que sai pela uretra (geralmente pela manhã) e ardência ao urinar. Sífilis secundária (segundo estágio): aparecimento de feridas e manchas pelo corpo. Bactéria transmissora da sífilis vista ao microscópio eletrônico. (Ampliação aproximada de 3 000 vezes. Cores artificiais.) C lin ic a l P h o to g ra p h y, C e n tr a l M a n ch e s te r U n iv e rs it y H o s p it a ls N H S F o u n d a ti o n T ru s t, U K /S c ie n c e S o u rc e /F o to a re n a S P L /F o to a re n a S P L /F o to a re n a 93Capítulo 6 • Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) V id a e E v o lu ç ã o 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 93 11/4/18 3:04 PM Gonorreia É causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, conhecida também como gonococo, e é uma das ISTs mais comuns. Os sintomas no homem, que aparecem de 2 a 10 dias após o contágio, são ardência ao urinar e secreção purulenta que sai pela uretra. Os sintomas na mulher são corrimento vaginal e ardência ao urinar, mas eles nem sempre se manifestam. Dessa maneira, a mulher contaminada pode transmitir a infecção sem saber. Se não houver diagnóstico precoce, a infecção pode atingir as tubas ute- rinas, na mulher, e os testículos e a próstata, no homem, provocando esterili- dade. A mulher contaminada também pode transmitir a bactéria para o bebê durante o parto, o que pode provocar cegueira e até levar o recém-nascido à morte, caso a infecção da mãe não tenha sido diagnosticada. Atualmente, é obrigatória a utiliza- ção de um colírio antibiótico no momento do nas- cimento em todos os bebês nascidos em hospitais e maternidades. A gonorreia pode ser tratada com antibióticos e é facilmente curada se for diagnosticada precocemen- te. Entretanto já foram identificadas cepas de gono- coco que não respondem aos antibióticos usuais para tratamento. Esse fato reforça a necessidade do uso de preservativos nas relações sexuais. Cepa: grupo ou variedade de organismos com um ancestral comum. Refere-se geralmente a microrganismos. UM POUCO MAIS ISTs entre os jovens no Brasil No Brasil, seguindo uma tendência mundial, o número de jovens com infecções sexual- mente transmissíveis tem aumentado ao longo dos anos. Isso ocorre principalmente devido à falta de proteção nas relações sexuais. Segundo dados do Ministério da Saúde, 56,6% dos brasileiros entre 15 e 24 anos usam camisinha com parceiros eventuais. Além da AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida), que tem sido nos últimos anos alvo das principais campanhas de prevenção, a propagação de outras infecções sexualmente transmissíveis entre os jovens, como sífilis, HPV, gonorreia, herpes genital e hepatite B ou C, tem preocupado muito os especialistas da área de saúde. O fato de algumas dessas ISTs se- rem assintomáticas agrava aindamais esse cenário. Elaborado com base em MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/ 42491-ministerio-da-saude-alerta-foliao-para-o-uso-da-camisinha-no-carnaval> (acesso em: 26 jul. 2018). Bactéria transmissora da gonorreia vista ao microscópio eletrônico. (Ampliação aproximada de 7 300 vezes. Cores artificiais.) S P L/ Fo to ar en a 92 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 92 10/07/19 18:04 Orientações didáticas Ao longo deste capítulo, re- comendamos que seja feita uma revisão das principais ca- racterísticas dos microrganis- mos descritos como agentes causadores das ISTs (vírus, bactéria, fungos e protozoá- rios) e dos órgãos genitais do homem e da mulher. Essa re- visão poderá ser feita com o uso de imagens ou esquemas no quadro de giz durante o de- senvolvimento do capítulo, à medida que as infecções fo- rem debatidas. Peça aos estudantes que organizem, no caderno, um quadro para ser preenchido durante o estudo das ISTs, contendo: nome da doença, agente causador, sintomas e tratamento. Com isso, espe- ra-se que, ao final do capítu- lo, os estudantes tenham uma síntese e possam comparar as doenças estudadas. Faça a leitura coletiva do texto “O que são ISTs?” (pági- na 91). Chame a atenção para o fato de que a camisinha é o único método anticoncepcio- nal que pode evitar o contágio das ISTs. Um aspecto impor- tante que deve ser discutido com os estudantes diz respei- to às formas de contaminação por ISTs e os comportamentos considerados de risco. O ato de “ficar”, tão comum atual- mente, é um comportamento de risco que pode levar à con- taminação por algumas ISTs, como a sífilis e o herpes, com consequências muito graves no caso da primeira, se não for diagnosticada precocemente. Peça aos estudantes que se reúnam em grupos e res- pondam à questão 7 da seção Pense e resolva (página 98). Texto complementar O que são IST As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. [...] O tratamento das pessoas com ISTs melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS. A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) passa a ser adotada em substituição à expressão Doenças Se- xualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibi- lidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas. BRASIL. Ministério da Saúde. O que são IST. Disponível em: <www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/ o-que-sao-ist> (acesso em: 1o nov. 2018). 090a099_Cia_da_Ciencia_Guia8_C6_U1_PNLD2020.indd 92 10/07/19 18:17 93MANUAL DO PROFESSOR Sífilis A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar em três diferentes estágios. Geralmente, o primeiro estágio corresponde ao aparecimento do cancro duro, uma pequena ferida que não dói nem coça, nos órgãos genitais (pênis, pudendo feminino, vagina ou colo uterino) ou na boca. Essa ferida desaparece sozinha após alguns dias, sem deixar cicatriz. Alguns meses depois, aparecem feridas e manchas vermelhas pelo cor- po, características do segundo estágio. Essas manchas também desaparecem após algum tempo. Protozoário transmissor da tricomoníase visto ao microscópio eletrônico. (Ampliação aproximada de 2 250 vezes. Cores artificiais.) Se a infecção não for tratada, evolui para o terceiro estágio, após um perío- do sem sintomas que pode durar anos. Nesse ponto, ela afeta diversos órgãos vitais, como o cérebro e o coração. A sífilis pode ser tratada com antibióticos em qualquer dos estágios e pode ser diagnosticada pelos sintomas e por exame de sangue. É indicado que as relações sexuais sejam suspensas durante o tratamen- to, uma vez que as feridas na pele e na mucosa podem transmitir a bactéria da sífilis. A gestante com sífilis pode sofrer aborto espontâneo ou transmitir a infecção para o feto, que poderá apresentar cegueira e deformidades ósseas. Assim como acontece com a gonorreia, já existem cepas de Treponema pallidum resistentes aos antibióticos usuais. Tricomoníase A tricomoníase é causada pelo protozoário Trichomo- nas vaginalis. Muitas vezes não apresenta sintomas e, por isso, é bastante disseminada: as pessoas não sa- bem que estão contaminadas, não buscam tratamento e podem transmiti-la sem saber. Na mulher, pode ocorrer um discreto corrimento vaginal amarelado, associado a prurido (coceira) no pudendo e na vagina e ardência ao urinar. O homem pode apresentar uma secreção amarela que sai pela uretra (geralmente pela manhã) e ardência ao urinar. Sífilis secundária (segundo estágio): aparecimento de feridas e manchas pelo corpo. Bactéria transmissora da sífilis vista ao microscópio eletrônico. (Ampliação aproximada de 3 000 vezes. Cores artificiais.) C lin ic a l P h o to g ra p h y, C e n tr a l M a n ch e s te r U n iv e rs it y H o s p it a ls N H S F o u n d a ti o n T ru s t, U K /S c ie n c e S o u rc e /F o to a re n a S P L /F o to a re n a S P L /F o to a re n a 93Capítulo 6 • Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) V id a e E v o lu ç ã o 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 93 11/4/18 3:04 PM Gonorreia É causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, conhecida também como gonococo, e é uma das ISTs mais comuns. Os sintomas no homem, que aparecem de 2 a 10 dias após o contágio, são ardência ao urinar e secreção purulenta que sai pela uretra. Os sintomas na mulher são corrimento vaginal e ardência ao urinar, mas eles nem sempre se manifestam. Dessa maneira, a mulher contaminada pode transmitir a infecção sem saber. Se não houver diagnóstico precoce, a infecção pode atingir as tubas ute- rinas, na mulher, e os testículos e a próstata, no homem, provocando esterili- dade. A mulher contaminada também pode transmitir a bactéria para o bebê durante o parto, o que pode provocar cegueira e até levar o recém-nascido à morte, caso a infecção da mãe não tenha sido diagnosticada. Atualmente, é obrigatória a utiliza- ção de um colírio antibiótico no momento do nas- cimento em todos os bebês nascidos em hospitais e maternidades. A gonorreia pode ser tratada com antibióticos e é facilmente curada se for diagnosticada precocemen- te. Entretanto já foram identificadas cepas de gono- coco que não respondem aos antibióticos usuais para tratamento. Esse fato reforça a necessidade do uso de preservativos nas relações sexuais. Cepa: grupo ou variedade de organismos com um ancestral comum. Refere-se geralmente a microrganismos. UM POUCO MAIS ISTs entre os jovens no Brasil No Brasil, seguindo uma tendência mundial, o número de jovens com infecções sexual- mente transmissíveis tem aumentado ao longo dos anos. Isso ocorre principalmente devido à falta de proteção nas relações sexuais. Segundo dados do Ministério da Saúde, 56,6% dos brasileiros entre 15 e 24 anos usam camisinha com parceiros eventuais. Além da AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida), que tem sido nos últimos anos alvo das principais campanhas de prevenção, a propagação de outras infecções sexualmente transmissíveis entre os jovens, como sífilis, HPV, gonorreia, herpes genital e hepatite B ou C, tem preocupado muito os especialistas da área de saúde. O fato de algumas dessas ISTs se- rem assintomáticas agrava ainda mais esse cenário. Elaborado com base em MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/ 42491-ministerio-da-saude-alerta-foliao-para-o-uso-da-camisinha-no-carnaval> (acesso em: 26 jul. 2018). Bactéria transmissora da gonorreia vista ao microscópio eletrônico. (Ampliação aproximada de 7 300 vezes. Cores artificiais.) S P L/ Fo to ar en a 92 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 92 10/07/19 18:04 Orientações didáticas Chame a atenção dos estu-dantes para o fato de os sinto- mas de algumas ISTs, como a sífilis, poderem desaparecer em alguns dias, sem nenhum tratamento, dando à pessoa infectada a falsa ideia de que está curada. Comente que tam- bém é possível que, após a in- fecção, os sintomas demorem a aparecer. Nesses casos, se a doença não for diagnosticada e tratada, as consequências podem ser muito sérias, tan- to para a pessoa quanto para os seus possíveis parceiros sexuais, que também podem se infectar. Indicação de site (acesso em: 1o nov. 2018) Para mais informações so- bre as formas de transmis- são, sintomas, tratamento e prevenção da sífilis, con- sulte o site do Ministério da Saúde: • AIDS. Disponível em: <www.aids.gov.br/pt-br/ publico-geral/o-que-sao- ist/sifilis>. 090a099_Cia_da_Ciencia_Guia8_C6_U1_PNLD2020.indd 93 10/07/19 18:17 UNIDADE 1 - CAPÍTULO 6 94 AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida) A AIDS é uma síndrome provocada pelo vírus da imunodeficiência humana, o HIV (sigla em inglês). Esse vírus parasita células do sistema imunitário, dimi- nuindo a capacidade de defesa contra agentes infecciosos. Como consequên- cia, a pessoa contaminada pode contrair as chamadas doenças oportunistas, ou seja, aquelas que “se aproveitam” da baixa imunidade para se instalar. Embora o portador do vírus possa ficar muitos anos sem apresentar sinto- mas e estar aparentemente saudável, ele pode transmitir o HIV a outras pessoas. Síndrome: é o conjunto de sintomas que pode levar ao diagnóstico de uma ou mais doenças. Breve histórico da doença Os primeiros casos de AIDS foram descritos na década de 1980, em pacien- tes homossexuais do sexo masculino que apresentavam um tipo de pneumo- nia e de câncer de pele (sarcoma de Kaposi) geralmente encontrados em pes- soas com deficiência no sistema imunitário. Após alguns anos de estudos, constatou-se que essa deficiência era cau- sada por um vírus, chamado então de HIV, e que qualquer pessoa, independen- temente de sexo, orientação sexual, classe social e idade, poderia ser contami- nada por ele. Muitas teorias para a origem da doença foram elaboradas, mas a mais acei- ta atualmente é a de que o HIV é uma forma mutante de um vírus que parasita macacos e, de alguma forma, passou para a população humana. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, desde o início da epide- mia, em 1981, até os dias atuais, cerca de 35 milhões de pessoas morreram de AIDS. Esse é quase o número atual de indivíduos que vivem com HIV – as esti- mativas da OMS dão conta de 36,7 milhões de soropositivos no mundo inteiro. No Brasil, entre jovens de 20 e 24 anos, a taxa de detecção subiu de 16,2 casos por 100 mil habitantes, em 2005, para 33,1 casos em 2015, segundo da- dos do Ministério da Saúde, que indica dois motivos para a vulnerabilidade dos jovens: menor inserção nos serviços de saúde e menor adesão ao tratamento. D en ni s Ku nk el M ic ro sc op y, In c. /P ho to ta ke , I nc ./G lo w Im ag es O HIV parasita principalmente os linfócitos, tipo de glóbulo branco responsável pela produção de anticorpos. Os vírus são os elementos amarelos e o linfócito é a célula em azul. (Ampliação aproximada de 32 300 vezes. Cores artificiais.) 95Capítulo 6 • Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) V id a e Ev ol uç ão 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 95 10/07/19 18:05 Candidíase A candidíase é causada pelo fungo Candida albicans e é um tipo de micose muito frequente em mulheres, mas que também pode acometer os homens. Os sintomas mais comuns na mulher são coceira na região do pudendo, corrimen- to vaginal de cor branca, ardor local e ao urinar. No homem, os sintomas mais comuns são o aparecimento de pequenas manchas vermelhas e de lesões em forma de pontos no pênis, além de coceira. O tratamento é feito com cremes vaginais, pomadas e comprimidos orais. Evitar o uso de roupas muito apertadas (principalmente jeans) ou muito quen- tes, com pouca aeração nos órgãos genitais externos, ajuda a evitar que se criem condições para o desenvolvimento do fungo. A higiene diária com bastante água e sabão neutro e a lavagem das roupas íntimas com água quente ajudam a diminuir o aparecimento de novas infecções. Fungo causador da candidíase visto ao microscópio eletrônico. (Ampliação aproximada de 4 410 vezes. Cores artificiais.) Vírus transmissor do herpes visto ao microscópio eletrônico. (Ampliação aproximada de 62 390 vezes. Cores artificiais.) Herpes genital O herpes genital, assim como o herpes oral, é causado pelos Herpes sim- plex vírus 1 (HSV-1) e Herpes simplex vírus 2 (HSV-2). Entre os sintomas estão ardência e coceira na glande do pênis e na parte externa da vagina, seguidas do aparecimento de pequenas bolhas agrupadas, cheias de um líquido claro. Semelhante ao que ocorre com a catapora, as pequenas bolhas secam e for- mam “casquinhas”. Esse processo dura em torno de 10 dias, período no qual a pessoa poderá transmitir o vírus. O contágio se dá pelo contato com o líquido claro das feridas. O vírus pode permanecer no corpo da pessoa con- taminada por meses ou mesmo anos sem se mani- festar e pode voltar a ficar ativo a qualquer momento, provocando o reaparecimento dos sintomas. Alguns fa- tores que colaboram para a manifestação do vírus são a exposição ao sol, o estresse, o uso de determinados medicamentos ou qualquer fator que possa reduzir a capacidade de defesa do organismo. Os tratamentos atuais costumam reduzir os sintomas e a transmissão do vírus (pois também reduzem a duração da crise), mas não há cura total para a doença. S P L/ Fo to ar en a S P L/ Fo to ar en a 94 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 94 10/07/19 18:05 Orientações didáticas Promova a leitura coletiva dos textos sobre candidíase e herpes genital. Em seguida, oriente os estudantes a preen- cher a tabela-síntese sobre as doenças e solicite a eles que resolvam, no caderno, as ati- vidades 1 a 4 da seção Pense e resolva (página 98). Comente que havendo qual- quer sinal ou sintoma de her- pes genital, recomenda-se procurar um profissional de saúde para o diagnóstico cor- reto e indicação de tratamen- to adequado. Mesmo que não haja cura, uma vez que a pes- soa permanece com o vírus, a infecção tem tratamento e os seus sintomas podem ser amenizados. Indicação de filme Como proposta para sensibilizar os estudantes sobre o estudo da AIDS, sugerimos que seja apresentado o filme Filadélfia. Apesar de a produção ser antiga, a temática ainda é muito atual e oferece excelentes subsídios para discussão e reflexão so- bre valores e comportamentos éticos na sociedade. Após a exibição do filme, pode-se solicitar aos estudantes a confecção de uma resenha crítica, atividade que poderá ser realizada com a participação da disciplina de Língua Portuguesa, e propor um debate com a classe, explicitando os dilemas éticos mostra- dos no filme. Procure fazer um paralelo entre as situações apresentadas no filme e as vividas pelos estudantes no seu cotidiano. 090a099_Cia_da_Ciencia_Guia8_C6_U1_PNLD2020.indd 94 10/07/19 18:17 95MANUAL DO PROFESSOR AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida) A AIDS é uma síndrome provocada pelo vírus da imunodeficiência humana, o HIV (sigla em inglês). Esse vírus parasita células do sistema imunitário, dimi- nuindo a capacidade de defesa contra agentes infecciosos. Como consequên- cia, a pessoa contaminada pode contrair as chamadas doenças oportunistas, ou seja, aquelas que “se aproveitam” da baixa imunidade para se instalar. Embora o portador do vírus possa ficar muitos anos sem apresentar sinto- mas e estar aparentemente saudável, ele pode transmitir o HIV a outras pessoas. Síndrome: é o conjunto de sintomas que pode levar ao diagnóstico de uma ou mais doenças. Breve histórico da doença Os primeiros casos de AIDS foram descritos na década de 1980, em pacien- tes homossexuais do sexo masculino que apresentavam um tipo de pneumo-nia e de câncer de pele (sarcoma de Kaposi) geralmente encontrados em pes- soas com deficiência no sistema imunitário. Após alguns anos de estudos, constatou-se que essa deficiência era cau- sada por um vírus, chamado então de HIV, e que qualquer pessoa, independen- temente de sexo, orientação sexual, classe social e idade, poderia ser contami- nada por ele. Muitas teorias para a origem da doença foram elaboradas, mas a mais acei- ta atualmente é a de que o HIV é uma forma mutante de um vírus que parasita macacos e, de alguma forma, passou para a população humana. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, desde o início da epide- mia, em 1981, até os dias atuais, cerca de 35 milhões de pessoas morreram de AIDS. Esse é quase o número atual de indivíduos que vivem com HIV – as esti- mativas da OMS dão conta de 36,7 milhões de soropositivos no mundo inteiro. No Brasil, entre jovens de 20 e 24 anos, a taxa de detecção subiu de 16,2 casos por 100 mil habitantes, em 2005, para 33,1 casos em 2015, segundo da- dos do Ministério da Saúde, que indica dois motivos para a vulnerabilidade dos jovens: menor inserção nos serviços de saúde e menor adesão ao tratamento. D en ni s Ku nk el M ic ro sc op y, In c. /P ho to ta ke , I nc ./G lo w Im ag es O HIV parasita principalmente os linfócitos, tipo de glóbulo branco responsável pela produção de anticorpos. Os vírus são os elementos amarelos e o linfócito é a célula em azul. (Ampliação aproximada de 32 300 vezes. Cores artificiais.) 95Capítulo 6 • Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) V id a e Ev ol uç ão 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 95 10/07/19 18:05 Candidíase A candidíase é causada pelo fungo Candida albicans e é um tipo de micose muito frequente em mulheres, mas que também pode acometer os homens. Os sintomas mais comuns na mulher são coceira na região do pudendo, corrimen- to vaginal de cor branca, ardor local e ao urinar. No homem, os sintomas mais comuns são o aparecimento de pequenas manchas vermelhas e de lesões em forma de pontos no pênis, além de coceira. O tratamento é feito com cremes vaginais, pomadas e comprimidos orais. Evitar o uso de roupas muito apertadas (principalmente jeans) ou muito quen- tes, com pouca aeração nos órgãos genitais externos, ajuda a evitar que se criem condições para o desenvolvimento do fungo. A higiene diária com bastante água e sabão neutro e a lavagem das roupas íntimas com água quente ajudam a diminuir o aparecimento de novas infecções. Fungo causador da candidíase visto ao microscópio eletrônico. (Ampliação aproximada de 4 410 vezes. Cores artificiais.) Vírus transmissor do herpes visto ao microscópio eletrônico. (Ampliação aproximada de 62 390 vezes. Cores artificiais.) Herpes genital O herpes genital, assim como o herpes oral, é causado pelos Herpes sim- plex vírus 1 (HSV-1) e Herpes simplex vírus 2 (HSV-2). Entre os sintomas estão ardência e coceira na glande do pênis e na parte externa da vagina, seguidas do aparecimento de pequenas bolhas agrupadas, cheias de um líquido claro. Semelhante ao que ocorre com a catapora, as pequenas bolhas secam e for- mam “casquinhas”. Esse processo dura em torno de 10 dias, período no qual a pessoa poderá transmitir o vírus. O contágio se dá pelo contato com o líquido claro das feridas. O vírus pode permanecer no corpo da pessoa con- taminada por meses ou mesmo anos sem se mani- festar e pode voltar a ficar ativo a qualquer momento, provocando o reaparecimento dos sintomas. Alguns fa- tores que colaboram para a manifestação do vírus são a exposição ao sol, o estresse, o uso de determinados medicamentos ou qualquer fator que possa reduzir a capacidade de defesa do organismo. Os tratamentos atuais costumam reduzir os sintomas e a transmissão do vírus (pois também reduzem a duração da crise), mas não há cura total para a doença. S P L/ Fo to ar en a S P L/ Fo to ar en a 94 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 94 10/07/19 18:05 Orientações didáticas Para abordar a temática da AIDS, sugerimos que seja or- ganizada uma aula expositi- va, a fim de rever conceitos e relações que foram discutidos neste e em anos anteriores. Ao final da aula, organize com a turma uma lista dos conceitos necessários para a compreensão dessa síndro- me, como: vírus, linfócitos, anticorpos, células, sistema imunitário, doenças oportu- nistas, sarcoma de Kaposi, HIV, síndrome, imunodeficiên- cia, transfusão de sangue, en- tre outros. A partir desses conceitos, oriente os estudantes a orga- nizar um texto-síntese autoral e/ou um mapa conceitual so- bre o tema. Filadélfia. Drama. Direção: Jonathan Demme. Estados Unidos, 1994. 2 h 6 min. Sinopse: O filme retrata o preconceito contra homossexuais e portadores do vírus da AIDS. Um jovem advogado tem sua carreira interrompida quando os colegas de trabalho descobrem sua doença. 090a099_Cia_da_Ciencia_Guia8_C6_U1_PNLD2020.indd 95 10/07/19 18:17 UNIDADE 1 - CAPÍTULO 6 96 Número de pessoas recebendo tratamento antirretroviral (TAR) e a porcentagem de todas as pessoas HIV positivas recebendo TAR em países de baixa e média rendas (por regiões da Organização Mundial da Saúde) – 2013 Fonte: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Disponível em: <http://www.who.int/hiv/data/artmap2014.png?ua=1> (acesso em: 26 jul. 2018). EM PRATOS LIMPOS Qual a expectativa de vida de um indivíduo portador do HIV? Nos últimos anos, com a utilização de me- dicamentos capazes de manter a carga viral muito baixa (indetectável), a expectativa de vida dos soropositivos aumentou bastante. Para quem vive com o HIV, estar indetectável signi� ca que a infecção está controlada, e que seus planos para o futuro não precisam ser interrompidos. É importante que essas pes- soas continuem utilizando os medicamentos regularmente para manter a condição de in- detectável. Para isso, ter acesso a esses me- dicamentos, além do apoio da família, dos ami- gos e dos colegas de trabalho, é fundamental. • O que são infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). • Quais os principais sintomas das ISTs. • Como prevenir e tratar as ISTs. NESTE CAPÍTULO VOCÊ ESTUDOU R ep ro du çã o/ G al er ia U f� zi , F lo re nç a Círculo Polar Ártico Círculo Polar Antártico Trópico de Capricórnio M er id ia n o d e G re en w ic h Trópico de Câncer Equador 0º 0º OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO N 0 2 055 km Região africana Região das Américas Região do Sudeste Asiático Região Europeia Região do Pacífico Leste e Ocidental Países com alta renda per capita* * A classificação de renda dos países é do Banco Mundial na Declaração Política sobre HIV e AIDS de 2011. Região do Oriente Mediterrânico 790 000 44% (34-50%) 9 100 000 37% (35-39%) 28 000 10% (7-15%) 255 000 22% (19-25%) 400 000 32% (24-40%) 1 100 000 33% (27-39%) O mapa adotado pela OMS está dividido por regiões que não implicam necessariamente a delimitação de fronteiras dos países ou dos continentes. B an co d e im ag en s/ A rq ui vo d a ed ito ra O Dia Mundial de Combate à AIDS é comemorado anualmente em 1º- de dezembro e tem por objetivo conscientizar a sociedade sobre a síndrome da imunode� ciência adquirida. O laço vermelho é usado como o símbolo de luta contra o HIV/AIDS. si am .p uk ka to /S hu tt er st oc k 97Capítulo 6 • Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) V id a e Ev ol uç ão 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 97 10/07/19 18:06 Modos de contaminação O HIV pode ser encontrado principalmente no sêmen, na secreção vaginal, no sangue e no leite materno e pode ser transmitido de uma pessoa para outra das seguintes formas: • relação sexual (oral, vaginal ou anal) sem o uso de preservativos; • transfusão de sangue; • uso compartilhado de seringas, comum entre usuários de drogas injetáveis; • da mãe para o bebê,durante a gestação (via placentária), no parto ou pela amamentação; • utilização de instrumentos cortantes ou perfurantes não esterilizados, como alicates, agulhas e lâminas de barbear. Não existe risco de contaminação durante um aperto de mão, um abraço, um beijo, nem na utilização de espaços e objetos comuns com pessoas infec- tadas (piscinas, toalhas, sabonetes, talheres, etc.). O HIV também não pode ser transmitido por picada de inseto, tosse, espirro, lágrima ou saliva. Teste do HIV Ao passar por alguma situação de risco de contaminação por HIV ou apre- sentar algum sintoma, a pessoa deve procurar o serviço de saúde para fazer um teste, a fim de verificar se há presença de anticorpos contra o HIV no sangue. O resultado desse teste indica se a pessoa entrou em contato com o vírus e, portanto, se está contaminada. Se o tempo entre a contaminação e o teste for muito curto, o resultado poderá ser um falso negativo – isso quer dizer que a pessoa está contaminada, mas o teste não é suficientemente sensível para reconhecer a presença de anticorpos no sangue. Por esse mo- tivo, é recomendável refazer o teste alguns meses depois da exposição à situação de risco. Uma pessoa contaminada não necessariamente irá desenvolver a doença – nesse caso, dizemos que a pessoa é soropositiva, mas não desenvolveu a AIDS. Em alguns casos, o vírus poderá permanecer latente (inativo) no corpo por muitos anos. Tratamento Ainda não existe cura para a AIDS. Os vários medicamentos produzidos ao longo das últimas décadas têm como objetivo reduzir a multiplicação dos vírus no organismo humano, melhorando a qualidade de vida dos soropositivos. O tratamento precisa ser acompanhado por um médico, que fará a combinação e a dosagem adequada dos medicamentos para cada paciente e tratará das doenças oportunistas que possam se manifestar. Nem todos os pacientes respondem bem ao tratamento, pois ele pode não provocar o efeito esperado ou causar vários efeitos colaterais. No Bra- sil, os medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A OMS estima que, recentemente, cerca de 11,7 milhões de pessoas em paí- ses em desenvolvimento tenham acesso ao tratamento. 96 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 96 10/07/19 18:05 Orientações didáticas Peça aos estudantes que se reúnam em duplas para realizar as atividades 5 e 6 da seção Pense e resolva e os Desafios (página 98). O texto complementar a seguir apresenta mais infor- mações sobre os sintomas e as fases de desenvolvimen- to da AIDS. Texto complementar Sintomas e fases da AIDS Quando ocorre a infec- ção pelo vírus causador da AIDS, o sistema imunoló- gico começa a ser atacado. E é na primeira fase, cha- mada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir an- ticorpos anti-HIV. Os pri- meiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-es- tar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida. A próxima fase é mar- cada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas isso não enfraquece o or- ganismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equi- librada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. Com o frequente ataque, as células de defesa come- çam a funcionar com me- nos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções co- muns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4+ (glóbulos brancos do sistema imunológico) que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos sau- dáveis, esse valor varia en- tre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns nes- sa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagre- cimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a AIDS. Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tubercu- lose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. [...] BRASIL. Ministério da Saúde. Sintomas e fases da aids. Disponível em: <www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-e-hiv/sintomas-e-fases- da-aids> (acesso em: 1o nov. 2018). 090a099_Cia_da_Ciencia_Guia8_C6_U1_PNLD2020.indd 96 10/07/19 18:17 97MANUAL DO PROFESSOR Número de pessoas recebendo tratamento antirretroviral (TAR) e a porcentagem de todas as pessoas HIV positivas recebendo TAR em países de baixa e média rendas (por regiões da Organização Mundial da Saúde) – 2013 Fonte: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Disponível em: <http://www.who.int/hiv/data/artmap2014.png?ua=1> (acesso em: 26 jul. 2018). EM PRATOS LIMPOS Qual a expectativa de vida de um indivíduo portador do HIV? Nos últimos anos, com a utilização de me- dicamentos capazes de manter a carga viral muito baixa (indetectável), a expectativa de vida dos soropositivos aumentou bastante. Para quem vive com o HIV, estar indetectável signi� ca que a infecção está controlada e que seus planos para o futuro não precisam ser interrompidos. É importante que essas pes- soas continuem utilizando os medicamentos regularmente para manter a condição de in- detectável. Para isso, ter acesso a esses me- dicamentos, além do apoio da família, dos ami- gos e dos colegas de trabalho, é fundamental. • O que são infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). • Quais os principais sintomas das ISTs. • Como prevenir e tratar as ISTs. NESTE CAPÍTULO VOCÊ ESTUDOU R ep ro du çã o/ G al er ia U f� zi , F lo re nç a Círculo Polar Ártico Círculo Polar Antártico Trópico de Capricórnio M er id ia n o d e G re en w ic h Trópico de Câncer Equador 0º 0º OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO N 0 2 055 km Região africana Região das Américas Região do Sudeste Asiático Região Europeia Região do Pacífico Leste e Ocidental Países com alta renda per capita* * A classificação de renda dos países é do Banco Mundial na Declaração Política sobre HIV e AIDS de 2011. Região do Oriente Mediterrânico 790 000 44% (34-50%) 9 100 000 37% (35-39%) 28 000 10% (7-15%) 255 000 22% (19-25%) 400 000 32% (24-40%) 1 100 000 33% (27-39%) O mapa adotado pela OMS está dividido por regiões que não implicam necessariamente a delimitação de fronteiras dos países ou dos continentes. B an co d e im ag en s/ A rq ui vo d a ed ito ra O Dia Mundial de Combate à AIDS é comemorado anualmente em 1º- de dezembro e tem por objetivo conscientizar a sociedade sobre a síndrome da imunode� ciência adquirida. O laço vermelho é usado como o símbolo de luta contra o HIV/AIDS. si am .p uk ka to /S hu tt er st oc k 97Capítulo 6 • Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) V id a e Ev ol uç ão 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 97 11/07/19 10:01 Modos de contaminação O HIV pode ser encontrado principalmente no sêmen, na secreção vaginal, no sangue e no leite materno e pode ser transmitido de uma pessoa para outra das seguintes formas: • relação sexual (oral, vaginal ou anal) sem o uso de preservativos; • transfusão de sangue; • uso compartilhado de seringas, comum entre usuários de drogas injetáveis; • da mãe para o bebê, durante a gestação (via placentária), no parto ou pela amamentação; • utilização de instrumentos cortantes ou perfurantes não esterilizados, como alicates, agulhas e lâminas de barbear. Não existe risco de contaminação durante um aperto de mão, um abraço, um beijo, nem na utilização de espaços e objetoscomuns com pessoas infec- tadas (piscinas, toalhas, sabonetes, talheres, etc.). O HIV também não pode ser transmitido por picada de inseto, tosse, espirro, lágrima ou saliva. Teste do HIV Ao passar por alguma situação de risco de contaminação por HIV ou apre- sentar algum sintoma, a pessoa deve procurar o serviço de saúde para fazer um teste, a fim de verificar se há presença de anticorpos contra o HIV no sangue. O resultado desse teste indica se a pessoa entrou em contato com o vírus e, portanto, se está contaminada. Se o tempo entre a contaminação e o teste for muito curto, o resultado poderá ser um falso negativo – isso quer dizer que a pessoa está contaminada, mas o teste não é suficientemente sensível para reconhecer a presença de anticorpos no sangue. Por esse mo- tivo, é recomendável refazer o teste alguns meses depois da exposição à situação de risco. Uma pessoa contaminada não necessariamente irá desenvolver a doença – nesse caso, dizemos que a pessoa é soropositiva, mas não desenvolveu a AIDS. Em alguns casos, o vírus poderá permanecer latente (inativo) no corpo por muitos anos. Tratamento Ainda não existe cura para a AIDS. Os vários medicamentos produzidos ao longo das últimas décadas têm como objetivo reduzir a multiplicação dos vírus no organismo humano, melhorando a qualidade de vida dos soropositivos. O tratamento precisa ser acompanhado por um médico, que fará a combinação e a dosagem adequada dos medicamentos para cada paciente e tratará das doenças oportunistas que possam se manifestar. Nem todos os pacientes respondem bem ao tratamento, pois ele pode não provocar o efeito esperado ou causar vários efeitos colaterais. No Bra- sil, os medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A OMS estima que, recentemente, cerca de 11,7 milhões de pessoas em paí- ses em desenvolvimento tenham acesso ao tratamento. 96 090a099_Cia_da_Ciencia_8_U1_Cap06_PNLD2020.indd 96 10/07/19 18:05 Orientações didáticas Aproveite esse momento para retomar a tabela-síntese feita pelos estudantes sobre as ISTs, esquematizando-a no quadro de giz e esclarecendo eventuais dúvidas levantadas pelos estudantes. Faça uma revisão geral sobre o que são infecções sexualmente trans- missíveis, seus principais sin- tomas e como elas podem ser prevenidas e tratadas. Para concluir o estudo deste capítulo, solicite aos estudan- tes que pesquisem, em sites, jornais ou revistas, notícias recentes sobre as ISTs. Os re- sultados da pesquisa devem ser compartilhados por meio de um debate, que deverá ser agendado previamente. Indicações de sites (acesso em: 1o nov. 2018) Para saber mais sobre as ISTs, acesse: � L ENH A RO, Mariana. Como se proteger das doenças sexualmen- te transmissíveis em alta no Brasil . BBC , 28 jul. 2018. Dispo- nível em: <www.bbc. com /por tuguese/ge ral-44962290>. � THERRIEN, Alex. Falta de investimento aumenta risco de descontrole do HIV no mundo, con- cluem cientistas. BBC, 23 jul. 2018. Dispo- nível em: <www.bbc. com /por tuguese/ge ral-44907492>. � QUINTÁNS, Jessica Mouzo. Vacina terapêutica con- trola o HIV sem o uso de antivirais. El País, 17 fev. 2017. Disponível em: <ht tps://brasil.elpais.com/ brasil/2017/02/16/cien cia/1487261747_621329. html>. Indicação de site (acesso em: 5 jul. 2019) Para saber mais sobre o que é “estar indetectável”, conheça a campanha “Inde- tectável”, lançada em 2018 pelo Departamento de IST, HIV/AIDS e Hepatites Virais, acesse: <http://www.aids. gov.br/indetectavel/index. html>. Atividade complementar Debate sobre preconceito contra portadores de HIV Reúna os estudantes para uma roda de conversa e faça um debate sobre os possíveis preconceitos que os portadores de HIV podem enfrentar. Comente que a Lei nº 12.984 de 2014 define o crime de discriminação aos portadores do vírus da imunodefi- ciência humana (HIV) e doentes de AIDS. Caso julgue conveniente, faça previamente a leitura do texto indicado a seguir. JESUS, G. J.; OLIVEIRA, L. B.; CALIARI, J. S.; QUEIROZ, A. A. F. ; GIR, E.; REIS, R. K. Acta Paulista de Enfermagem. 2017; 30(3):301-7. Dificuldades do viver com HIV/AIDS: Entraves na qualidade de vida. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/ape/v30n3/1982-0194- ape-30-03-0301.pdf> (acesso em: 11 jul. 2019). 090a099_Cia_da_Ciencia_Guia8_C6_U1_PNLD2020.indd 97 7/11/19 3:27 PM
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