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Aula 02 - AFRFB - Direito Tributário Jurisprudencial - 2017

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Aula 02
Direito Tributário Jurisprudencial p/ AFRFB - 2016
Professor: Fábio Dutra
76550345162 - Marcos Vinicius Luiz Souza
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AULA 02: Limitações Constitucionais ao Poder de 
Tributar (Parte II) 
 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Observações sobre a aula 01 
Imunidades 02 
Assunto extra 33 
Lista das Questões Comentadas em Aula 36 
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 41 
 
Observações sobre a Aula 
Olá, prezado candidato (a)! 
 Como vão os estudos? Como não temos edital na praça, a melhor receita 
é manter a disciplina e o foco neste momento. Em breve, você colherá os 
frutos da sua dedicação! 
Na aula de hoje, daremos continuidade ao estudo da jurisprudência 
relativa às limitações constitucionais ao poder de tributar, abordando as 
imunidades. 
Trata-se de um tema farto de jurisprudência, muitas vezes oscilantes. 
Sendo assim, é muito importante guardar a literalidade de como o STF 
já se posicionou, pois normalmente é assim que cai em provas da ESAF. 
Ao final da aula, abordaremos um assunto extra, que, embora ainda não 
haja jurisprudência sobre ele, há grandes chances de vir a ser cobrado na sua 
prova! 
Vamos começar... 
 
 
 
 
 
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76550345162 - Marcos Vinicius Luiz Souza
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1 - IMUNIDADES 
 Sobre as imunidades, de uma forma geral, precisamos saber os seguintes 
posicionamentos do STF: 
A jurisprudência constitucional do STF já identificou, na cláusula inscrita no 
art. 195, § 7º, da CF, a existência de uma típica garantia de imunidade 
(e não de simples isenção) estabelecida em favor das entidades 
beneficentes de assistência social. Precedente: RTJ 137/965. 
(STF, RMS 22.192, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 28-11-1995, 
Primeira Turma, DJ de 19-12-1996) 
 Embora o texto constitucional, no art. 195, § 7º, se refira a uma isenção, 
trata-se claramente de uma imunidade. O que fazer diante de questões 
literais que mencionem, ipsis litteris, o dispositivo constitucional? É mais 
prudente seguir como consta no texto da CF/88, sempre analisando 
todas as alternativas!! 
 
Qualquer dispensa constitucional de pagamento de 
tributos é imunidade, ainda que o Constituinte tenha se 
dito de outra forma! 
Obs.: Aconselhamos considerar a cópia literal do 
dispositivo como correta, caso a banca não mencione a 
jurisprudência. 
 Sobre a diferença entre isenção e imunidade, o STF assim já decidiu: 
“Ementa: (...) A criação de imunidade tributária é matéria típica do 
texto constitucional enquanto a de isenção é versada na lei ordinária; 
não há, pois, invasão da área reservada à emenda constitucional quando a 
lei ordinária cria isenção. O Poder Público tem legitimidade para isentar 
contribuições por ele instituídas, nos limites das suas atribuições". 
(STF, ADI 2.006-MC/DF, Pleno, Rel. Min. Maurício Corrêa, Julgado em 
01/07/1999). 
 É importante ainda saber que, embora determinada entidade possa estar 
imune a algum tributo, tal condição não a exime do cumprimento das 
obrigações acessórias, como, por exemplo, a manutenção de livros fiscais. 
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IMUNIDADE – LIVROS FISCAIS. O fato de a pessoa jurídica gozar da 
imunidade tributária não afasta a exigibilidade de manutenção dos 
livros fiscais. 
(STF, RE 250.844/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, Julgado em 
29/05/2012) 
 
Questão 01 – CESPE/PROMOTOR-MP-RR/2011 
Ainda que em gozo de imunidade tributária, a pessoa jurídica não está 
dispensada de cumprir obrigações acessórias e de se submeter à fiscalização 
tributária. 
Comentário: Conforme entendimento esposado pelo STF, o fato de a pessoa 
jurídica gozar de imunidade tributária não a exime da obrigação de cumprir 
obrigações acessórias. Questão correta. 
 Por fim, encerramos este tópico, citando o entendimento do STF acerca 
das imunidades tributárias quando há substituição tributária: 
Ementa: 
(...) 
A responsabilidade ou a substituição tributária não alteram as 
premissas centrais da tributação, cuja regra-matriz continua a incidir 
sobre a operação realizada pelo contribuinte. Portanto, a imunidade 
tributária não afeta, tão-somente por si, a relação de 
responsabilidade tributária ou de substituição e não exonera o 
responsável tributário ou o substituto. Recurso extraordinário conhecido, 
mas ao qual se nega provimento. 
(STF, RE 202.987/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
Julgamento em 30/06/2009) 
 No caso em tela, a entidade imune (SESI) era a adquirente, motivo pelo 
qual ficou responsável pelo recolhimento da obrigação tributária, na condição 
de responsável tributário ou substituto. Perceba que seria ilógico não haver 
tributação, já que o contribuinte, na verdade, não estava imune. 
Compreendido? 
Questão 02 – INÉDITA/2015 
De acordo com o STF, o fato de uma entidade de educação sem fins lucrativos 
estar imune, por expressa disposição constitucional, não a exime do dever de 
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recolher o tributo, caso seja eleita, por lei, como responsável pela obrigação 
tributária. 
Comentário: A questão aborda o entendimento do STF sobre o tema. O fato 
de estar imune não elide a necessidade de recolher o tributo, na condição de 
responsável tributário. Para relembrar o conceito de responsável tributário, leia 
o art. 128 do CTN. Questão correta. 
 Importa-nos saber, por fim, que a imunidade deve sempre estar prevista 
na Constituição Federal. Assim, não é possível que a Constituição de 
algum estado da federação expanda as imunidades consignadas na 
CF/88. 
 Veremos, a partir de agora, as imunidades em espécie. Adiante! 
1.1 – Imunidade Recíproca 
 A imunidade recíproca está prevista no art. 150, VI, a, da CF/88. Como foi 
dito no início da aula anterior, tal imunidade configura verdadeira 
cláusula pétrea (ADI 939/DF), pois ela protege a autonomia financeira dos 
entes federados, sustentando o pacto federativo. 
Questão 03 – CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2013 
A imunidade tributária recíproca é princípio garantidor da Federação, motivo 
pelo qual não pode ser restringida nem mesmo por emenda constitucional. 
Comentário: Conforme estudamos, a imunidade recíproca constitui cláusula 
pétrea. Por esse motivo, não é possível haver proposta de emenda 
constitucional com o objetivo de abolir ou restringir tal princípio. Questão 
correta. 
Sobre a imunidade recíproca, o STF já decidiu: 
Ementa: TRIBUTÁRIO. ICMS. SERVIÇOS DE ENERGIA ELÉTRICA. 
MUNICÍPIO. CONTRIBUINTE DE FATO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150, 
VI, A, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - A 
imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição somente se aplica ao 
imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente 
beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito. II - Como o 
Município não é contribuinte de direito do ICMS relativo a serviços de energia 
elétrica, não tem obenefício da imunidade em questão, uma vez que esta 
não alcança o contribuinte de fato. Precedentes. III – Agravo regimental 
improvido. 
(STF, ARE 663.552-AgR/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, Julgado em 28/02/2012) 
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76550345162 - Marcos Vinicius Luiz Souza
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 Perceba que a imunidade recíproca, no caso de tributos indiretos, 
abrange apenas o contribuinte de direito. 
Questão 04 – FD/INÉDITA/2015 
Conforme jurisprudência do STF, a imunidade recíproca somente se aplica ao 
imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente 
beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito. 
Comentário: De acordo com o STF, a imunidade do art. 150, VI, “a” só 
abrange o ente quando estiver na condição de contribuinte de direito. Como no 
caso julgado pelo STF (663.552-AgR/MG), o município era contribuinte de fato, 
a Suprema Corte decidiu que não haveria imunidade. Questão correta. 
 Por outro lado, quando se trata de tributos diretos, há coincidência entre a 
figura do contribuinte de fato e o contribuinte de direito. Sobre este caso, 
temos o seguinte julgado: 
"Ementa: (...)A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da 
Constituição aplica-se às operações de importação de bens realizadas 
por municípios, quando o ente público for o importador do bem 
(identidade entre o "contribuinte de direito" e o "contribuinte de 
fato"). Compete ao ente tributante provar que as operações de importação 
desoneradas estão influindo negativamente no mercado, a ponto de violar o 
art. 170 da Constituição. Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e 
à concorrência. Agravo regimental ao qual se nega provimento." 
(STF, AI 518.405-AgR/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
Julgado em 06/04/2010) 
 A Suprema Corte também já decidiu no sentido de que a imunidade 
recíproca alcança o IOF incidente sobre aplicações financeiras dos entes 
federados bem como o rendimento decorrente de tais aplicações: 
"A garantia constitucional da imunidade recíproca impede a incidência de 
tributos sobre o patrimônio e a renda dos entes federados. Os valores 
investidos e a renda auferida pelo membro da federação é imune de 
impostos. A imunidade tributária recíproca é uma decorrência pronta e 
imediata do postulado da isonomia dos entes constitucionais, sustentado pela 
estrutura federativa do Estado brasileiro e pela autonomia dos Municípios." 
(STF, AI 174.808-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Maurício Corrêa, 
Julgamento em 11/03/1996) 
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 Vale ressaltar que a imunidade recíproca, conforme a CF/88 e o STF, não 
é extensível às contribuições previdenciárias. Sobre isso, veja como entende o 
STF nos dois julgados a seguir: 
É da jurisprudência do Supremo Tribunal que o princípio da imunidade 
tributária recíproca (CF, art. 150, VI, a) - ainda que se discuta a sua 
aplicabilidade a outros tributos, que não os impostos - não pode ser 
invocado na hipótese de contribuições previdenciárias. 
(STF, ADI 2.024/DF, Pleno, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 
03/05/2007) 
 
Questão 05 – CESPE/JUIZ-TJ-MA/2013 
O princípio da imunidade tributária recíproca não pode, à luz do 
posicionamento firmado pelo STF, ser invocado na hipótese de contribuições 
previdenciárias. 
Comentário: Questão bem tranquila. A imunidade recíproca não se aplica às 
contribuições previdenciárias. Questão correta. 
 Também entendeu o STF que a imunidade recíproca não alcança as taxas: 
"EMENTA: (...) II. - A imunidade tributária recíproca -- C.F., art. 150, 
VI, a -- somente é aplicável a impostos, não alcançando as taxas. III. 
- R.E. conhecido e improvido. 
(STF, RE 364.202/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento 
em 05/10/2004) 
 
Questão 06 – INÉDITA/2015 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, é vedado à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributos sobre patrimônio, renda 
ou serviços, uns dos outros . 
Comentário: Pegadinha de prova! O candidato fica com o texto constitucional 
tão gravado na memória, que, quando se depara com uma questão literal, já a 
considera como correta, sem observar os pequenos detalhes. Perceba que a 
vedação diz respeito apenas aos impostos, e não aos tributos como um 
todo. Questão errada. 
 Destaque-se que, muito embora o texto constitucional estenda a aplicação 
desta imunidade apenas às autarquias e fundações públicas, o entendimento 
predominante no STF (RE 407.099/RS e AC 1.550-2) é o de que a benesse é 
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extensível também às empresas públicas (EP) e às sociedades de 
economia mista (SEM) prestadoras de serviço público de prestação 
obrigatória e exclusiva do Estado. 
 Nesse sentido, o STF já concedeu imunidade às seguintes empresas 
públicas e sociedades de economia mista: 
1.! Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) – (STF, RE 
407.099); 
2.! Infraero – (STF, RE 524.615-AgR); 
3.! Companhia de Águas e Esgoto de Rondônia (CAERD) – (STF, 
AC 1.550-2/RO); 
4.! Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) – (STF, RE 
253.472) 
5.! Casa da Moeda do Brasil (CMB) – (STF, RE 610.517) 
Observação: Em 2014, tivemos mais três decisões favoráveis à imunidade 
gozada pela ECT. Senão, vejamos: 
•! Em 15/10/2014, o STF reconheceu a imunidade relativa ao IPTU 
incidente sobre imóveis de propriedade da ECT, bem assim os por ela 
utilizados. 
•! Em 12/11/2014, o Plenário do STF decidiu que não incide o ICMS sobre o 
serviço de transporte de bens e mercadorias realizado pela Empresa 
Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT. 
•! Em 26/11/2014, a Suprema Corte (ACO 879/PB) reafirmou sua 
jurisprudência a respeito da imunidade tributária relativa ao IPVA, gozada 
pela ECT. 
 
Questão 07 – ESAF/PGFN/2012 
Sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e esgoto 
não é abrangida pela imunidade tributária recíproca. 
Comentário: Conforme verificamos no caso da CAERD, as SEM prestadoras de 
serviço público de água e esgoto estão abrangidas pela imunidade recíproca. A 
questão, portanto, está errada. 
Questão 08 – INÉDITA/2015 
De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, a Casa da Moeda 
do Brasil (CMB), empresa pública delegatária do serviço público de emissão de 
papel moeda, cunhagem de moeda metálica, fabricação de fichas telefônicas e 
impressão de selos postais, é considerada imune pelo art. 150, VI, a, da 
CF/88. 
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Comentário: A Casa da Moeda do Brasil foi alcançada pela imunidade 
recíproca, conforme decisão do STF, no julgamento do Recurso Extraordinário 
610.517-AgR/RJ. Questão correta. 
Questão 09 – ESAF/PGFN/2012-Adaptada 
A imunidade recíproca, em alguns casos, pode ter como efeito colateral 
relevante a relativização dos princípios da livre concorrência e doexercício de 
atividade profissional ou econômica lícita. 
Comentário: O entendimento do STF sobre a imunidade recíproca é amplo, 
mas não ao ponto de permitir que empresas que praticam atividades 
econômicas venham a ser abrangidas pela referida imunidade. Isso certamente 
colocaria em risco o princípio da livre concorrência. Dessa forma, a questão 
está errada. 
 
Questão 10 – ESAF/PROC.-TCE-GO/2007 
A empresa pública Caixa Econômica Federal, que exerce atividade econômica, 
é abrangida pela imunidade tributária recíproca, não se sujeitando ao 
pagamento de imposto sobre propriedade de veículos automotores incidentes 
sobre seus carros. 
Comentário: Mais uma questão abordando esse assunto. Como estudamos, 
empresas públicas que exerçam atividades econômicas não estão abrangidas 
pela imunidade recíproca. A questão está errada. 
 Além de tais casos, acompanhe os seguintes julgados: 
"EMENTA: (...)2 . A prestação de ações e serviços de saúde por sociedades 
de economia mista corresponde à própria atuação do Estado, desde que a 
empresa estatal não tenha por finalidade a obtenção de lucro. 3. As 
sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, 
cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da 
imunidade tributária prevista na alínea “a” do inciso VI do art. 150 
da Constituição Federal. 3. Recurso extraordinário a que se dá 
provimento, com repercussão geral." 
(STF, RE 580.264/RS, Pleno, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 
16/12/2010) 
Sendo assim, SEM prestadora de serviços de saúde, cujo capital seja 
majoritariamente estatal, goza da imunidade recíproca. 
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"Ementa: (...) 1. Recurso extraordinário interposto de acórdão que 
considerou tributável propriedade imóvel utilizada pela Petrobrás para a 
instalação e operação de condutos de transporte de seus produtos. Alegada 
imunidade tributária recíproca, na medida em que a empresa-agravante 
desempenha atividade sujeita a monopólio. 2. É irrelevante para definição 
da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a circunstância de 
a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal." 
(STF, RE 285.716-AgR/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
julgamento em 02/03/2010) 
 
Observação: Na decisão desse Recurso Extraordinário, ficou consignado que 
a Petrobrás não foi alcançada pela imunidade tributária recíproca pelos 
seguintes motivos: 
1- Trata-se de sociedade de economia mista destinada à exploração 
econômica em benefício de seus acionistas, pessoas de direito público e 
privado, e a salvaguarda não se presta a proteger aumento patrimonial 
dissociado de interesse público primário. 
2- A Petrobrás visa a distribuição de lucros, e, portanto, tem capacidade 
contributiva para participar do apoio econômico aos entes federados. 
 
Questão 11 – ESAF/PGFN/2012 
É relevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a 
circunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio 
estatal. 
Comentário: Conforme entendimento do STF, é irrelevante para definição da 
aplicabilidade da imunidade recíproca o fato de a atividade desempenhada pela 
entidade estar sujeita ou não a monopólio estatal. Questão errada. 
 Ademais, a imunidade recíproca também alcança a OAB, embora esta não 
seja considerada uma entidade pertencente à administração pública indireta: 
"EMENTA: (...) 1. A imunidade tributária gozada pela Ordem dos 
Advogados do Brasil é da espécie recíproca (art. 150, VI, a da 
Constituição), na medida em que a OAB desempenha atividade própria de 
Estado (defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de 
direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem como a seleção e 
controle disciplinar dos advogados). 2. A imunidade tributária recíproca 
alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O 
reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede 
a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela 
entidade imune. O reconhecimento da imunidade tributária às 
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76550345162 - Marcos Vinicius Luiz Souza
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operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a 
correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado 
desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de 
constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais 
cabíveis.” 
(STF, RE 259.976-AgR/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
Julgado em 23/03/2010) 
 
Questão 12 – ESAF/PGFN/2012 
O reconhecimento da imunidade tributária recíproca às operações financeiras 
não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento 
adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade 
fiscal poderá, sendo o caso, constituir o crédito tributário e tomar as demais 
medidas legais cabíveis. 
Comentário: E aí, candidato, questão correta? Não! A autoridade não “pode”, 
mas deve constituir o crédito tributário. Nunca se esqueça do parágrafo único 
do art. 142. Você deve visualizar a questão, observando detalhes que 
mencionam outros assuntos da disciplina! Questão errada. 
 Dando continuidade ao nosso estudo, o fato de a OAB estar inserida no 
seleto rol de entidades abrangidas pela imunidade recíproca, não faz com 
que a Caixa de Assistência dos Advogados, mesmo integrando a 
estrutura da OAB, esteja imune. Sobre o assunto, veja o julgado a seguir: 
"Ementa: (...) 1. O fato da Caixa de Assistência dos Advogados 
integrar a estrutura maior da OAB, não implica a extensão da 
imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal) 
conferida a esta, dada a dissociação entre as atividades inerentes à atuação 
da OAB e as atividades providas em benefício individual dos associados." 
(STF, RE 662.816-AgR/BA, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, Julgado em 
28/02/2012) 
 
Questão 13 – INÉDITA/2015 
Da mesma forma que o STF concedeu imunidade recíproca à OAB, por 
desempenhar atividade própria de Estado, a Corte também estendeu a 
limitação constitucional à Caixa de Assistência de Advogados, por pertencer a 
estrutura da OAB. 
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Comentário: Não é esse o entendimento do STF. Para o Tribunal, a Caixa de 
Assistência de Advogados possui outra atividade, não sendo própria de Estado, 
mas do interesse individual de seus associados. Questão errada. 
 No que se refere à delegação de serviços públicos (prestação por 
particulares), cumpre destacar que se o patrimônio pertencer a um ente 
federado, independentemente de estar ocupado por empresa delegatária de 
serviços públicos, continua imune à tributação: 
EMENTA: TRIBUTÁRIO. IPTU. IMÓVEIS QUE COMPÕEM O ACERVO 
PATRIMONIAL DO PORTO DE SANTOS, INTEGRANTES DO DOMÍNIO DA 
UNIÃO. Impossibilidade de tributação pela Municipalidade, 
independentemente de encontrarem-se tais bens ocupados pela 
empresa delegatária dos serviços portuários, em face da imunidade 
prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. Dispositivo, todavia, 
restrito aos impostos, não se estendendo às taxas.Recurso parcialmente 
provido. 
(STF, RE 253.394/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Ilmar Galvão, Julgado em 
26/11/2002) 
 Contudo, a atividade delegada em si, caso seja exercida com intuito 
lucrativo, não há que se falar em imunidade, como segue o entendimento do 
Supremo Tribunal Federal: 
“As pessoas que exercem atividade notarial não são imunes à 
tributação, porquanto a circunstância de desenvolverem os respectivos 
serviços com intuito lucrativo invoca a exceção prevista no art. 150, § 3º da 
Constituição. O recebimento de remuneração pela prestação dos serviços 
confirma, ainda, capacidade contributiva. A imunidade recíproca é uma 
garantia ou prerrogativa imediata de entidades políticas federativas, 
e não de particulares que executem, com inequívoco intuito lucrativo, 
serviços públicos mediante concessão ou delegação, devidamente 
remunerados.” ( Trecho da Ementa) 
“Nesse sentido, tanto os objetivos como os objetivos como os efeitos 
do reconhecimento da aplicação da imunidade recíproca são 
passíveis de submissão ao crivo jurisdicional, em um exame de 
ponderação e proporcionalidade não bastando a constatação objetiva de 
natureza pública do serviço que se está a tributar.” (Trecho do Voto do 
Min. Joaquim Barbosa) 
(STF, Plenário, ADI 3.089/DF, Rel. Min. carlos Britto, Julgamento em 
13/02/2008) 
 
 
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Questão 14 – ESAF/PGFN/2012 
Tanto os objetivos como os efeitos do reconhecimento da aplicação da 
imunidade constitucional recíproca são passíveis de submissão ao crivo 
jurisdicional, em um exame de ponderação, não bastando a constatação 
objetiva da propriedade do bem. 
Comentário: Fique atento, pois a ESAF não facilita a vida do concurseiro. A 
questão foi retirada, praticamente “colada”, do voto de um dos ministros, no 
julgamento da ADI 3.089/DF. Questão correta. 
Há que se destacar que o STF já decidiu que a imunidade recíproca 
extensiva alcança o INCRA – autarquia federal -, desobrigando-o de 
pagar ICMS sobre a exploração de unidade agroindustrial: 
EMENTA Incra. Imunidade tributária. Exploração de unidade agroindustrial. 
Ausência de configuração de atividade econômica capaz de impor o 
regime tributário próprio das empresas privadas. 1. A atividade 
exercida pelo Incra, autarquia federal, não se enquadra entre aquelas 
sujeitas ao regime tributário próprio das empresas privadas, considerando 
que a eventual exploração de unidade agroindustrial, desapropriada, em área 
de conflito social, está no âmbito de sua destinação social em setor relevante 
para a vida nacional. 
(STF, RE 242.827/PE, Primeira Turma, Rel. Min. Menezes Direito, Julgado em 
02/09/2008) 
 É valido destacar que, excetuando-se os entes federados, as demais 
entidades somente estão abrangidas pela imunidade recíproca, no que se 
refere ao patrimônio, renda e serviços vinculados a suas finalidades essenciais: 
"O julgado recorrido contempla a conclusão de que a União não está 
condicionada ao ônus de comprovar vinculação do bem tributado a 
uma finalidade pública, o que somente ocorre nos casos das 
autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo poder público no 
que se refere à tributação do patrimônio, renda e serviços vinculados 
a suas finalidades essenciais. Esse entendimento está em consonância 
com a jurisprudência desta Corte que tem se posicionado no sentido de 
reconhecer a imunidade recíproca constante do art. 150, VI, a, da Carta 
Magna aos entes da administração direta e, somente no que refere ao 
alcance da imunidade recíproca às autarquias e fundações instituídas e 
mantidas pelo poder público é que aparece a restrição concernente à 
vinculação do imóvel às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes, 
na exata dicção da norma constitucional." 
(RE 635.012/RJ, Decisão Monocrática, Rel. Min. Dias Toffoli, Julgado em 
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07/02/2013) 
 Vejamos ainda a seguinte súmula editada pelo STF: 
SÚMULA STF 583 – Promitente comprador de imóvel residencial transcrito 
em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano. 
 Atualmente, tal restrição já foi prevista na parte final do § 3º do art. 150, 
da CF/88. O objetivo é que, havendo contrato de compra e venda entre uma 
entidade protegida pela referida imunidade e outra não imune, esta seja 
tributada, ainda que a transferência do imóvel não tenha acontecido. 
1.2 – Imunidade Religiosa 
 A imunidade religiosa está prevista no art. 150, VI, b, e tem como 
objetivo proteger a liberdade de culto, direito individual garantido no art. 5º, 
VI, da CF/88. 
 Vejamos alguns julgados importantes sobre tal imunidade: 
"EMENTA: (...)Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade 
que se encontram alugados. 4. A imunidade prevista no art. 150, VI, 
"b", CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, 
mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços "relacionados com 
as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas." 
(STF, RE 325.822/SP, Pleno, Rel. Min. Ilmar Galvão, Julgado em 
18/12/2002) 
 De acordo com o STF, a imunidade religiosa aplica-se também aos 
imóveis alugados, de propriedade da entidade religiosa, desde que a renda 
auferida seja aplicada nas finalidades essenciais da referida entidade. 
 Ademais, a Suprema Corte, dando entendimento extensivo à imunidade 
religiosa, entende que os cemitérios que consubstanciam extensões 
destas entidades também são alcançados pela vedação constitucional 
em tela: 
"Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho 
religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 
da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em 
relação a eles." 
(STF, RE 578.562/BA, Pleno, Rel. Min. Eros Grau, Julgado em 21/05/2008) 
 
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Perceba que não são todos os cemitérios que estão 
abrangidos pela imunidade, mas apenas aqueles que são, 
de fato, mera extensão da entidade religiosa. 
 
Questão 15 – ESAF/ISS-RJ/2010 
De acordo com o entendimento do STF, a imunidade dos “templos de qualquer 
culto” tem interpretação ampla e finalística. 
Comentário: Podemos dizer, com base no que estudamos até agora, que a 
interpretação dessa imunidade, de acordo com o STF, é ampla (pois abrange 
não só os templos destinados ao culto em si) e finalística (pois alcança 
também o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades 
essenciais das entidades religiosas). Questão correta. 
Questão 16 – CESPE/Juiz-TJ-CE/2012 
Ao interpretar o dispositivo constitucional que veda a instituição de imposto 
sobre templos de qualquer culto, o STF entende que a imunidade limita-se aos 
prédios destinados ao culto. 
Comentário: Como vimos, o entendimento do STF é o de que a imunidade 
religiosa alcança também o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com 
as finalidades essenciais das entidades religiosas. Questão errada. 
 No que se refere às lojas maçônicas, o STF já entendeu que não estão 
abrangidas pela imunidade religiosa, conforme a decisão transcrita a seguir:"(...) III – A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita 
aos templos de qualquer culto religioso, não se aplicando à 
maçonaria, em cujas lojas não se professa qualquer religião. IV - 
Recurso extraordinário parcialmente conhecido, e desprovido na parte 
conhecida." 
(STF, RE 562.351/RS, Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
Julgamento em 04/09/2012) 
 
Questão 17 – INÉDITA/2015 
Conforme pacífica jurisprudência do STF, a imunidade religiosa alcança as lojas 
maçônicas. 
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Comentário: O STF já decidiu que a imunidade religiosa é restrita aos templos 
de qualquer culto religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas lojas não 
se professa qualquer religião. Questão errada. 
1.3 – Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicato de Trabalhadores e 
Entidades Educacionais e Assistenciais Sem Fins Lucrativos 
 Essa imunidade está prevista no art. 150, VI, c, da CF/88, com a seguinte 
redação: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive 
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das 
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei; 
O que nos chama a atenção – e por tal motivo eu o negritei – é o fato 
de a norma constitucional exigir a edição de uma lei, para que as instituições 
de educação e assistência social gozem da referida imunidade. Além disso, 
seria uma lei ordinária ou complementar? 
 Para dirimir as dúvidas, é necessário recorrer ao entendimento do STF 
acerca do assunto, conforme vemos a seguir: 
“Conforme precedente no STF (RE 93.770, Muñoz, RTJ 102/304) e na linha 
da melhor doutrina, o que a Constituição remete à lei ordinária, no 
tocante à imunidade tributária considerada, é a fixação de normas sobre a 
constituição e o funcionamento da entidade educacional ou 
assistencial imune; não, o que diga respeito aos lindes da imunidade, 
que, quando susceptíveis de disciplina infraconstitucional, ficou 
reservado à lei complementar.” 
(STF, Pleno, ADI-MC 1.802/DF, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Julgamento em 
27/08/1998) 
 Vale ressaltar que, da mesma forma como tem ocorrido com a imunidade 
religiosa, o STF tem sido bastante flexível na análise da vinculação 
asseverada no art. 150, § 4º, da CF/88. Nesse sentido, vamos citar, a 
partir de agora, alguns julgados, da própria Corte, que já foram ou que há 
grandes chances de serem cobrados em prova. Portanto, atenção total, 
candidato! 
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Súmula Vinculante 52 - Ainda quando alugado a terceiros, permanece 
imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo 
art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja 
aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. 
 
Observação: Esta súmula vinculante possui a mesma redação da Súmula 724 
do STF. Isso significa que já se tratava de entendimento pacífico no STF. A 
distinção é que, a partir da sua publicação, o posicionamento nela contido 
possui efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder 
Judiciário e à administração pública direta e indireta. 
 
Questão 18 – CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012 
A imunidade tributária conferida pela CF ao patrimônio, renda ou serviços dos 
partidos políticos, inclusive suas fundações, às entidades sindicais dos 
trabalhadores, às instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, não se aplica aos imóveis alugados a terceiros, ainda que o valor 
deles decorrente seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. 
Comentário: Há a imunidade, de acordo com a Súmula Vinculante 52 do STF, 
desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais 
entidades. Questão errada. 
Questão 19 – CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012 
O imóvel pertencente a partido político permanece imune ao IPTU, ainda 
quando alugado a terceiros, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas 
atividades essenciais dessa entidade. 
Comentário: No mesmo ano, o CESPE cobrou essa assertiva duas vezes. Na 
presente questão, a Súmula Vinculante 52 foi transcrita, de forma que a 
questão está correta. 
 No mesmo sentido, temos o seguinte julgado: 
EMENTA: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO. 
INSTITUIÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO PREDIAL E 
TERRITORIAL URBANO SOBRE IMÓVEL DE PROPRIEDADE DA ENTIDADE. 
ALEGAÇÃO DE QUE O ÔNUS PODE SER TRANSFERIDO AO INQUILINO (...) 
Tratando-se de imunidade constitucional, que cobre patrimônio, rendas e 
serviços, não importa se os imóveis de propriedade da instituição de 
assistência social são de uso direto ou se são locados. 
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(STF, RE 257.700/MG, Primeira Turma, Rel. Min. Ilmar Galvão, Julgamento 
em 13/6/2000) 
 Nesse rumo, foi considerado imune pelo IPTU imóvel de 
propriedade de uma entidade beneficente, em cujas instalações era 
mantida uma livraria. A imunidade subsiste, neste caso, pois o que importa 
é que as rendas auferidas sejam destinadas à manutenção de suas atividades 
institucionais. 
 Observe que não é somente a renda obtida com imóveis alugados a 
terceiros, mas também os rendimentos obtidos pela cobrança de 
estacionamento na área interna da entidade imune: 
EMENTA: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO. 
INSTITUIÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE 
SERVIÇO CALCULADO SOBRE O PREÇO COBRADO EM ESTACIONAMENTO DE 
VEÍCULOS NO PÁTIO INTERNO DA ENTIDADE. Ilegitimidade. Eventual 
renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobrança 
de estacionamento de veículos em área interna da entidade, 
destinada ao custeio das atividades desta, está abrangida pela 
imunidade prevista no dispositivo sob destaque. 
(STF, RE 144.900/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Ilmar Galvão, Julgamento 
em 22/04/1997) 
 Seguindo a mesma linha, o STF também já considerou imune a renda 
obtida pelo SESC com a venda de ingressos de cinema público em geral, 
conforme vemos abaixo: 
EMENTA: IMUNIDADE TRIBUTARIA. CF, ART. 150, VI, C. SERVIÇO SOCIAL 
DO COMERCIO - SESC. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. PRESTAÇÃO DE 
SERVIÇOS DE DIVERSÃO PÚBLICA. A renda obtida pelo SESC na 
prestação de serviços de diversão pública, mediante a venda de 
ingressos de cinema ao público em geral, e aproveitada em suas 
finalidades assistenciais, estando abrangida na imunidade tributaria prevista 
no art. 150, VI, c, da Carta Republica. 
(STF, AI 155.822/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Ilmar Galvão, Julgamento 
em 20/09/1994) 
 
 
Para o STF, as escolas de ensino profissionalizante estão 
enquadradas no rol de entidades do art. 150, VI, c. Cite-
se, como exemplo, o SENAC e o SENAI. 
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 Em suma, desde que o patrimônio, a renda e os serviços da entidade 
imune estejam relacionados com suas finalidades essenciais, a entidade 
continua imune. Isso é o que você deve guardar para a prova, tanto no 
que se refere à imunidade religiosa como na que estamos tratando 
neste tópico. 
 Além disso, também já decidiu o STF que, ainda que os imóveis estejam 
sendo utilizados como escritório e residência de membro da entidade, 
continuam imunes: 
Instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos (...). O fato 
de os imóveis estarem sendo utilizados como escritório e residência 
de membros da entidade não afasta a imunidade prevista no art. 150, 
VI, alínea c, § 4º, da CF." 
(STF, RE 221.395, Segunda Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, Julgamento em 
08/02/2000) 
Diferentemente do que acaba de ser visto, em 2010, a Segunda Turma 
do STF havia afastado a aplicação da imunidade prevista no art. 150, VI, “c”, 
da CF/88, aos terrenos baldios sem vinculação às finalidades essenciais das 
entidades imunes. 
Contudo, em 2013, a Primeira Turma da Colenda Corte, de forma 
divergente, decidiu que a constataç∀o de que imóvel vago ou sem 
edificaç∀o não seria suficiente, por si só́, para destituir a garantia 
constitucional da imunidade tributária. A ementa do julgamento do RE 
385.091/DF foi parcialmente transcrita abaixo: 
EMENTA: Imunidade. Entidade de assistência social. Artigo 150, VI, c, CF. 
Imóvel vago. Finalidades essenciais. Presunção. Ônus da prova. 
1. A regra de imunidade compreende o reverso da atribuição de competência 
tributária. Isso porque a norma imunitória se traduz em um decote na regra 
de competência, determinando a não incidência da regra matriz nas áreas 
protegidas pelo beneplácito concedido pelo constituinte. 
(...) 
3. No caso da imunidade das entidades beneficentes de assistência social, a 
Corte tem conferido interpretação extensiva à respectiva norma, ao 
passo que tem interpretado restritivamente as normas de isenção. 
(...) 
5. A constatação de que um imóvel está vago ou sem edificação não é 
suficiente, por si só, para destituir a garantia constitucional da 
imunidade. A sua não utilização temporária deflagra uma 
neutralidade que não atenta contra os requisitos que autorizam o 
gozo e a fruição da imunidade. 
6. Recurso extraordinário a que se nega provimento. 
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(STF, Primeira Turma, RE 385.091/DF, Min. Rel. Dias Toffoli, Julgamento em 
06/08/2013) 
Certamente, tal divergência entre as turmas causa dúvidas no candidato 
sobre qual posicionamento levar para a prova. A orientação mais sensata é 
a de que seja seguido o mais recente julgamento, direcionado à 
manutenção da referida imunidade, em caso de imóvel vagos ou sem 
edificação. 
 
“Imóvel vago ou sem edificação” 
Preste atenção nestes termos para as provas da ESAF, já 
que a banca costuma “copiar e colar” as decisões do STF! 
 
Questão 20 – INÉDITA/2015 
A constatação de que um imóvel está vago ou sem edificação não é suficiente, 
por si só, para destituir a garantia constitucional da imunidade. A sua não 
utilização temporária deflagra uma neutralidade que não atenta contra os 
requisitos que autorizam o gozo e a fruição da imunidade. 
Comentário: Questão no estilo da ESAF, isto é, “copia e cola” dsa ementas 
dos julgados do STF. Não se assuste se você vir uma questão igual a essa na 
sua próxima prova. Retrata o mais recente entendimento do STF. Por tal 
motivo, só pode estar correta. 
 O STF também já considerou imune em relação ao ICMS incidente sobre a 
comercialização de bens produzidos pelas entidades previstas no art. 
150, VI, “c”: 
“O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE 210.251 - 
EDv/SP, fixou entendimento segundo o qual as entidades de assistência 
social são imunes em relação ao ICMS incidente sobre a 
comercialização de bens por elas produzidos, nos termos do art. 150, 
VI, "c" da Constituição. Embargos de divergência conhecidos, mas 
improvidos.” 
(STF, RE 186.175 ED-EDv/SP, Pleno, Rel. Min. Ellen Gracie, Julgamento em 
23/08/2006) 
 Embora já tenha havido decisões em sentido contrário em ocasiões 
anteriores, atualmente, o entendimento predominante no STF é o de que a 
imunidade das entidades de assistência social abrange o ICMS 
incidente sobre a comercialização de bens por elas produzidos. 
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 Esse posicionamento foi corroborado pelo STJ, no julgamento do RMS 
46.170-MS, ao reafirmar que a jurisprudência do STF é firme no sentido de 
que a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF também se aplica ao 
ICMS, desde que a atividade seja relacionada com as finalidades essenciais da 
entidade. 
 Contudo, o STJ (RMS 46.170-MS, julgado em 23/10/2014) ressaltou que 
tal imunidade não se aplica em relação ao ICMS decorrente da prática 
econômica desenvolvida por entidade de assistência social sem fins lucrativos 
que tem por finalidade realizar ações que visem à promoção da pessoa com 
deficiência, quando desempenhar atividade franqueada da Empresa 
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). 
 
Admite-se a imunidade de ICMS incidente sobre os bens utilizados na 
prestação dos serviços específicos da entidade imune, mas sobre 
atividade econômica que foge dos seus fins institucionais. 
No caso concreto, a entidade alegava se tratar de Instituição de Educação e 
Assistência Social sem fins lucrativos e que, após processo licitatório, tornou-
se franqueada da ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, cuja 
renda obtida é integralmente revertida aos seus fins institucionais. Em suma, 
defende que todos os resultados de eventuais vendas é revertido em 
benefício das suas atividades básicas e essenciais, e que a cobrança do ICMS 
resultaria em um déficit de receita, afetando a eficiência da assistência 
social, que substitui o papel que deveria ser exercido pelo Estado. 
 Dessa forma, ainda que a renda obtida pela entidade seja revertida em 
prol de suas atividades essenciais, a imunidade em relação ao ICMS não pode 
ser concedida no caso, porquanto a atividade econômica fraqueada dos 
Correios foge dos fins institucionais da entidade, ou seja, o serviço 
prestado não possui relação com seus trabalhos na área de assistência social. 
 
Memorize para a prova: desempenho de atividade 
franqueada da ECT por entidade de assistência social sem 
fins lucrativos não a isenta do ICMS incidente sobre 
as operações. 
 Ademais, ainda sobre a imunidade de tais entidades, o STF decidiu o 
seguinte: 
“Não há invocar, para o fim de ser restringida a aplicação da 
imunidade, critérios de classificação dos impostos adotados por 
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normas infraconstitucionais, mesmo porque não é adequado distinguir 
entre bens e patrimônio, dado que este se constitui do conjunto daqueles. O 
que cumpre perquirir, portanto, é se o bem adquirido, no mercado 
interno ou externo, integra o patrimônio da entidade abrangida pela 
imunidade.” 
(STF, RE 203.755/ES, Segunda Turma, Rel. Min. Carlos Velloso, Julgamento 
em 17/09/1996)Com base no entendimento de que o que importa é saber se o bem 
adquirido no mercado interno ou externo integra o patrimônio da 
entidade imune, o STF estendeu a citada imunidade às aquisições no 
mercado interno: 
ICMS. IMUNIDADE. (ART. 150, VI, C, DA CF). AQUISIÇÃO DE MERCADORIAS 
E SERVIÇOS NO MERCADO INTERNO. ENTIDADE BENEFICENTE. 1. A 
imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição, 
compreende as aquisições de produtos no mercado interno, desde 
que os bens adquiridos integrem o patrimônio dessas entidades 
beneficentes. 2. Agravo regimental improvido. 
(STF, AI 535.922-AgR/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, 
Julgamento em 30/09/2008) 
No que se refere à figura do contribuinte de fato (adquirente de 
mercadorias ou serviços), o entendimento do STF é o mesmo aplicável à 
imunidade recíproca (também visto nesta aula): 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
TRIBUTÁRIO. ICMS. ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS. IMUNIDADE 
RECÍPROCA. IMPOSSIBLIDADE. BENEFÍCIO DA IMUNIDADE NÃO ALCANÇA 
CONTRIBUINTE DE FATO. AGRAVO IMPROVIDO. I – Entidade educacional 
que não é contribuinte de direito do ICMS relativo a serviço de 
energia elétrica, não tem benefício da imunidade em questão, uma 
vez que esta não alcança o contribuinte de fato. 
(STF, AI 731.786-AgR/SC, Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
Julgamento em 19/10/2010) 
 Embora os dois últimos julgados se refiram a situações em que a entidade 
imune é contribuinte de fato, há uma diferença entre eles: no AI 535.922, os 
bens adquiridos passam a integrar o patrimônio da entidade; no AI 731.786 se 
refere a mero consumo do serviço de energia elétrica. 
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O que você precisa guardar pra prova é o seguinte: 
•! Se a questão mencionar que o bem foi adquirido e 
passou a integrar o patrimônio da entidade, haverá 
imunidade. 
•! Se houver apenas menção de que a entidade está na 
posição do contribuinte de fato, não haverá 
imunidade. 
Sobre as operações de importação, assim decidiu a Suprema Corte: 
EMENTA: TRIBUTÁRIO. ICMS. IMUNIDADE. OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO DE 
MERCADORIA REALIZADA POR ENTIDADE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. 
AGRAVO IMPROVIDO. I - A jurisprudência da Corte é no sentido de que a 
imunidade prevista no art. 150, VI, c, da Constituição Federal 
abrange o ICMS incidente sobre a importação de mercadorias 
utilizadas na prestação de seus serviços específicos. II - Agravo 
improvido. 
(STF, AI 669.257-AgR/RS, Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
Julgamento em 17/03/2009) 
Temos ainda o seguinte: 
EMENTA: IOF. Imunidade tributária. Instituição de educação sem fins 
lucrativos. A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição, 
estende-se ao imposto sobre operações financeiras. Precedente: RE 
230.128-AgR, 1ª T., 8.10.2002, Ellen Gracie, DJ 8.11.2002. 
(STF, RE 192.899/MG, Primeira Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 
Julgamento em 20/06/2006) 
 
A decisão é autoexplicativa: as entidades citadas no art. 150, VI, c, da 
CF/88, gozam de imunidade em relação às suas operações financeiras que, em 
tese, estariam sujeitas ao IOF. 
 
Questão 21 – CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2011 
A imunidade tributária conferida aos partidos políticos, às entidades sindicais 
dos trabalhadores e às instituições de educação e de assistência social, sem 
fins lucrativos, não abrange o imposto sobre operações de crédito, câmbio e 
seguro, ou as relativas a títulos ou valores mobiliários. 
Comentário: Conforme posicionamento do STF, a imunidade prevista no art. 
150, VI, c, da CF/88, abrange o IOF. Questão errada. 
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 Observe que nas operações de importação e financeiras também há 
similaridade com a imunidade recíproca. 
 No tocante às atividades exercidas pelas entidades imunes, o STF já 
estendeu o conceito ao ensino de línguas estrangeiras, conforme o julgado 
abaixo: 
“O ensino de línguas estrangeiras caracteriza-se como atividade 
educacional para aplicação da imunidade tributária (art. 150, VI, c, da 
Constituição). A distinção relevante para fins de aplicação da imunidade 
tributária é o conceito de ‘atividade assistencial’, isto é, a intensidade e a 
abrangência da prestação gratuita ou altamente subsidiada do ensino da 
língua inglesa a quem necessitar.” 
(STF, RMS 24.283-AgR-segundo, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim 
Barbosa, Julgamento em 21/09/2010) 
 Por fim, no que se refere às entidades fechadas de previdência privada 
que cobram contribuição dos seus beneficiários, também não estão 
albergadas pela imunidade ora em apreço. Previdência não é assistência 
social e, portanto, o STF entende descabida essa equiparação. 
 Por outro lado, caso a entidade fechada de previdência privada não cobre 
contribuição dos seus beneficiários e seja custeada apenas com recursos do 
patrocinador, é possível considerá-la imune. Sobre o tema, segue abaixo 
importante súmula do STF: 
SÚMULA STF 730 - A imunidade tributária conferida a instituições de 
assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, 
somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não 
houver contribuição dos beneficiários. 
 
Questão 22 – CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012 
A imunidade tributária conferida pela CF a instituições de assistência social 
sem fins lucrativos somente alcança as entidades fechadas de previdência 
social privada se houver contribuição dos beneficiários. 
Comentário: Nos termos da Súmula nº 730 do STF, a imunidade conferida a 
instituições de assistência social sem fins lucrativos somente alcança as 
entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição 
dos beneficiários. Questão errada. 
 
 
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1.4 – Imunidade Cultural 
 A imunidade cultural está prevista no art. 150, VI, d, e abrange os livros, 
jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
 Inicialmente, precisamos guardar o seguinte posicionamento do STF a 
respeito dessa imunidade: 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Extraia-se da Constituição Federal, em 
interpretação teleológica e integrativa, a maior concretude possível. 
IMUNIDADE – “LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O PAPEL DESTINADO A 
SUA IMPRESSÃO” – ARTIGO 150, INCISO VI, ALÍNEA “D”, DA CARTA DA 
REPÚBLICA – INTELIGÊNCIA. A imunidade tributária relativa a livros, 
jornais e periódicos é ampla, total, apanhando produto, maquinário e 
insumos. A referência, no preceito, a papel é exemplificativa e não 
exaustiva. 
(STF, RE 202.149/RS, Primeira Turma, Rel. Min. Menezes Direito, Julgamento 
em 26/04/2011) 
O caso em análise refere-se à extensão da imunidade cultural 
também às peças sobressalentes para equipamentos de preparo e 
acabamento de chapas de impressão offset para jornais. 
Conforme a ementa do RE 202.149/RS, a imunidade tributária 
cultural pode ser considerada ampla, sendo utilizada como instrumento de 
estímulo à cultura. 
No entanto, não era esse o entendimento do STF até então. Cite-se, 
como exemplo, o texto restritivo da Súmula 657: 
SÚMULA STF 657- A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange 
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e 
periódicos. 
 Perceba que, à época da edição da referida súmula, nada foi dito a 
respeito dos outros insumos – que não sejam papel -, bem como dos 
maquinários. 
 Da mesma forma, a imunidade cultural também não abrange as tintas 
para jornal, conforme o posicionamento explicitado abaixo: 
"Ementa: - Imposto de importação. Tinta especial para jornal. Não-
ocorrência de imunidade tributária. - Esta Corte já firmou o 
entendimento (a título de exemplo, nos RREE 190.761, 174.476, 203.859, 
204.234 e 178.863) de que apenas os materiais relacionados com o 
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papel - assim, papel fotográfico, inclusive para fotocomposicão por laser, 
filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens 
monocromáticas e papel para telefoto - estão abrangidos pela imunidade 
tributária prevista no artigo 150, VI, "d", da Constituição. (...)” 
(STF, RE 273.308/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Moreira Alves, Julgamento 
em 22/08/2000) 
 
Por fim, ressaltamos que o Plenário do STF iniciou o julgamento do 
recurso extraordinário, admitido com repercussão geral, em que se discute o 
alcance da imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF, de modo a abarcar 
componentes eletrônicos que acompanham e complementam material didático 
impresso, utilizados em curso prático de montagem de computadores. Em 
breve, teremos notícias concretas sobre o tema. 
 
Questão 23 – INÉDITA/2015 
No que se refere à imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da CF/88, apesar 
de o texto constitucional se referir apenas aos livros, jornais, periódicos e o 
papel destinado a sua impressão, o entendimento do STF é o de que a 
imunidade alcança também a tinta utilizada para impressão de jornal. 
Comentário: Há entendimento expresso do STF (RE 273.308/SP), no sentido 
da não aplicabilidade da imunidade cultural à tinta para jornal. Questão errada. 
 Você deve estar se perguntando nesse momento: “o que eu devo levar 
para a prova?” Boa pergunta, meu amigo! 
 Como trata-se de um assunto em processo de mudança no entendimento 
da Suprema Corte, o ideal é que você decore os objetos que estão sendo 
tratados em cada julgado. A banca tenderá a cobrar a literalidade. 
 Sendo assim, caso a questão mencione tinta para jornal, você vai 
considerar não imune. Se, por outro lado, o examinador redigir a assertiva, 
dizendo que a imunidade cultural é ampla, abrangendo produto, maquinário 
e insumos, você considera imune! Combinado? 
 Acrescente-se que não há proteção constitucional à prestação de serviços 
de composição gráfica a terceiros: 
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. LIVRO, JORNAL, 
PERIÓDICO E O PAPEL DESTINADO À RESPECTIVA IMPRESSÃO. PRETENDIDA 
EXTENSÃO AOS SERVIÇOS DE COMPOSIÇÃO GRÁFICA E DE IMPRESSÃO 
POSTOS À DISPOSIÇÃO DO MERCADO CONSUMIDOR. IMPOSSIBILIDADE. 
ART. 150, VI, D DA CONSTITUIÇÃO. A imunidade tributária prevista no 
art. 150, VI, d da Constituição não alcança os serviços de composição 
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gráfica ou de impressão onerosos, oferecidos a terceiros 
interessados. 
(STF, RE 723.018-AgR/MG,Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
Julgamento em 06/03/2012) 
 
Questão 24 – CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012 
A imunidade tributária conferida aos livros, jornais, periódicos e papel 
destinado à sua impressão estende-se aos serviços de composição gráfica 
necessários à composição do produto final. 
Comentário: Conforme o entendimento do STF, não há extensão da 
imunidade cultural aos serviços de composição gráfica. Dessa forma, a questão 
está errada. 
 Faz-se necessário saber também que a imunidade cultural é objetiva, não 
se estendendo, por exemplo, às editoras, aos autores etc. 
EMENTA: TRIBUTÁRIO. ANISTIA DO ART. 150, VI, D, DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. IPMF. EMPRESA DEDICADA À EDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E 
COMERCIALIZAÇÃO DE LIVROS, JORNAIS, REVISTAS E PERIÓDICOS. 
Imunidade que contempla, exclusivamente, veículos de comunicação e 
informação escrita, e o papel destinado a sua impressão, sendo, portanto, de 
natureza objetiva, razão pela qual não se estende às editoras, autores, 
empresas jornalísticas ou de publicidade -- que permanecem sujeitas 
à tributação pelas receitas e pelos lucros auferidos. 
Consequentemente, não há falar em imunidade ao tributo sob enfoque, que 
incide sobre atos subjetivados (movimentação ou transmissão de valores e 
de créditos e direitos de natureza financeira). Recurso conhecido e provido. 
(RE 206.774, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 3/8/1999) 
 Ainda sobre o conceito objetivo da imunidade cultural, a jurisprudência do 
STF é firme no sentido de que os serviços de distribuição de livros, 
jornais e periódicos não são considerados imunes: 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
TRIBUTÁRIO. ISS. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ALÍNEA “D” DO INCISO VI DO 
ART. 150 DA CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA. DISTRIBUIÇÃO DE 
PERIÓDICOS, REVISTAS, PUBLICAÇÕES, JORNAIS E LIVROS. NÃO 
ABRANGÊNCIA. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que me 
parece juridicamente correta, é firme no sentido de que a distribuição 
de periódicos, revistas, publicações, jornais e livros não está 
abrangida pela imunidade tributária da alínea “d” do inciso VI do art. 
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150 do Magno Texto 2. Agravo regimental desprovido. 
(STF, RE 630.462-AgR/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Ayres Britto, 
Julgamento em 07/02/2012) 
Nesse mesmo sentido, não são consideradas imunes as operações 
financeiras realizadas pelas empresas que fabricam os produtos imunes: 
"Ementa: (...) II – A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Lei Maior 
não abrange as operações financeiras realizadas pela agravante. III – 
Agravo regimental improvido." 
(STF, RE 504.615-AgR/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
Julgamento em 03/05/2011) 
 Além disso, não há que se falar em análise do valor cultural, como 
requisito para conceder a imunidade. Nessa linha, temos o seguinte julgado: 
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ART. 150, VI, "D" 
DA CF/88. "ÁLBUM DE FIGURINHA". ADMISSIBILIDADE. 1. A imunidade 
tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua 
impressão tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade de 
expressão intelectual, artística, científica e de comunicação, bem como 
facilitar o acesso da população à cultura, à informação e à educação. 2. O 
Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao 
valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à 
qualidade cultural de uma publicação. (...)” 
(STF, RE 221.239/SP, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 25/05/2004) 
 De acordo com o STF, “os álbuns de figurinhas e os respectivos 
cromos adesivos estão alcançados pela imunidade tributária prevista 
no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal”. 
 A referida imunidade também abrange as apostilas: 
“EMENTA: IMUNIDADE. IMPOSTOS. LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E PAPEL 
DESTINADOÀ IMPRESSÃO. APOSTILAS. O preceito da alínea "d" do inciso VI 
do artigo 150 da Carta da República alcança as chamadas apostilas, 
veículo de transmissão de cultura simplificado.” 
(STF,RE 183.403/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, Julgamento 
em 07/11/2000) 
 
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 O julgado acima trata das apostilas impressas, mas não de apostilas 
virtuais, como o CESPE já abordou na questão abaixo: 
Questão 25 – CESPE/JUIZ-TJ-ES/2011 
Manuais técnicos no formato de apostilas virtuais não gozam da imunidade 
tributária conferida aos livros, visto que só é considerado livro, para efeitos 
fiscais, o que pode ser impresso e identificado como tal. 
Comentário: Como foi estudado até o momento, o STF somente possui 
jurisprudência pacífica no que se refere às apostilas impressas. No que se 
refere a livros, jornais e revistas eletrônicos, o tema será decidido com 
repercussão geral no RE 330.817/RJ. Por hora, a meu ver, a questão deveria 
ter sido considerada correta pelo CESPE. Poderíamos até forçar algumas 
interpretações, mas isso não vem ao caso. Questão errada. 
 Destaque-se que a inserção de anúncios e publicidade em listas 
telefônicas, com o objetivo de permitir a divulgação das informações a custo 
zero para os assinantes, não descaracteriza a imunidade em tela: 
“EMENTA: IMUNIDADE. LISTAS TELEFÔNICAS. ANÚNCIO E PUBLICIDADE. O 
fato de as edições das listas telefônicas veicularem anúncios e 
publicidade não afasta o benefício constitucional da imunidade. A 
inserção visa a permitir a divulgação das informações necessárias ao 
serviço público a custo zero para os assinantes (...).” 
(RE 199.183/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 17/4/1998) 
 
Questão 26 – INÉDITA/2015 
O fato de as edições das listas telefônicas veicularem anúncios e publicidade 
afasta o benefício constitucional da imunidade. 
Comentário: Não foi isso que estudamos. De acordo com o STF, o fato de as 
listas telefônicas veicularem anúncios não afasta a imunidade do art. 150, VI, 
“d”. O objetivo da publicidade é permitir a divulgação das listas a custo zero 
para os assinantes. Questão errada. 
 No entanto, é de se ressaltar que os encartes de propaganda com 
exclusiva índole comercial não podem ser considerados imunes, como vemos a 
seguir: 
“EMENTA: TRIBUTÁRIO. ENCARTES DE PROPAGANDA DISTRIBUÍDOS COM 
JORNAIS E PERIÓDICOS. ISS. ART. 150, VI, d, DA CONSTITUIÇÃO. Veículo 
publicitário que, em face de sua natureza propagandística, de exclusiva 
índole comercial, não pode ser considerado como destinado à cultura 
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e à educação, razão pela qual não está abrangido pela imunidade de 
impostos prevista no dispositivo constitucional sob referência, a qual, 
ademais, não se estenderia, de qualquer forma, às empresas por eles 
responsáveis, no que concerne à renda bruta auferida pelo serviço prestado e 
ao lucro líquido obtido.” 
(RE 213.094/ES, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 22/6/1999) 
1.5 – Demais Imunidades da CF/88 
 Vamos tratar neste tópico dos principais julgados, referentes às demais 
imunidades distribuídas no texto constitucional. 
5. Vilipêndio do dever fundamental de prestação de serviços de saúde (art. 
196 da Constituição), pois o bem tributado é equipamento médico (sistema 
de tomografia computadorizada). Impossibilidade. Não há imunidade à 
tributação de operações ou bens relacionados à saúde. Leitura do 
princípio da seletividade. 
(STF, RE 429.306/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
Julgamento 01/02/2011) 
 Para facilitar a compreensão, segue abaixo trecho do voto do Min. Rel. 
Joaquim Barbosa: 
O princípio da seletividade impõe que o poder público gradua a carga 
tributária conforme a essencialidade da operação ou do produto. Isto 
não significa haver imunidade, ainda que as operações ou os bens 
sejam essenciais ao ser humano. Em especial, há que ser 
considerado o princípio da capacidade contributiva, da concorrência e da 
livre iniciativa, considerado o postulado da solidariedade no custeio das 
atividades estatais. 
 Sobre o assunto, o CESPE já cobrou a seguinte assertiva: 
Questão 27 – CESPE/PROCURADOR-MP-TCDF/2013 
Conforme jurisprudência do STF fundamentada no princípio da seletividade, 
operações e bens relacionados à saúde são imunes a tributação. 
Comentário: Não há que se alegar que os bens essenciais ao ser humano 
devem ser imunes, por conta do princípio da seletividade. Há outros princípios 
que devem ser levados em consideração, como o da capacidade contributiva, 
da concorrência e da livre iniciativa. Questão errada. 
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 Outro ponto a ser destacado diz respeito à imunidade sobre as 
contribuições sociais bem como as CIDE, no que se refere a operações de 
exportação: 
“Ementa: (...) 4. A imunidade prevista no art. 149, § 2º, I, da 
Constituição, introduzida pela Emenda Constitucional nº 33/2001, 
não alcança a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), haja 
vista a distinção ontológica entre os conceitos de lucro e receita. (...) 7. A 
norma de exoneração tributária prevista no art. 149, § 2º, I, da 
Constituição também não alcança a Contribuição Provisória sobre 
Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de 
Natureza Financeira (CPMF), pois o referido tributo não se vincula 
diretamente à operação de exportação. A exação não incide sobre o 
resultado imediato da operação, mas sobre operações financeiras 
posteriormente realizadas. 8. Recurso extraordinário a que se nega 
provimento.” 
(STF, RE 474.132/SC, Pleno, Rel. Min Gilmar Mendes, Julgamento em 
12/08/2010) 
 Veja que, para o STF, o conceito de exportação é restrito, não se 
entendendo para outras situações decorrentes daquela. 
Questão 28 – INÉDITA/2015 
O STF entende que a imunidade referente às contribuições sociais e 
contribuições de intervenção no domínio econômico sobre receitas decorrentes 
de operações de exportação abrange também a Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido, dado que o lucro pressupõe receita. 
Comentário: O entendimento do STF é o de que somente a operação 
diretamente relacionada à exportação está imune à tributação. Questão 
errada. 
 No que se refere à imunidade prevista no art. 195, § 7º, da CF/88, é 
importante destacar alguns entendimentos já firmados pelo STF e que foram 
objeto de cobrança na última prova para Auditor-Fiscal da Receita Federal, 
aplicada em 2014. 
 Conforme preceitua o referido dispositivo, são imunes de contribuição 
para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social, desde 
que atendidos os requisitos da lei. 
 A lei 12.101/2009, que regulamentou as regras de constituição e 
funcionamento das entidades imunes, exigiu a emissão de um certificado para 
que reconhece aptidão delas para gozar da imunidade. O certificado ao qual 
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estamos nos referindo é o CEBAS (Certificado de Entidade Beneficente de 
Assistência Social). 
 Ocorre que periodicamente, a entidade imune deve renovar o CEBAS, 
seguindo as regras vigentes no momento da renovação, caso haja alguma 
alteração. 
 Sobre o tema, vejamos a seguinte ementa do STF: 
1. Nenhuma imunidade tributária é absoluta, e o reconhecimento da 
observância aos requisitos legais que ensejam a proteção constitucional 
dependem da incidência da norma aplicável no momento em que o 
controle da regularidade é executado, na periodicidade indicada pelo 
regime de regência. 2. Não há direito adquirido a regime jurídico 
relativo à imunidade tributária. A concessão de Certificado de Entidade 
Beneficente - Cebas não imuniza a instituição contra novas verificações ou 
exigências, nos termos do regime jurídico aplicável no momento em 
que o controle é efetuado. Relação jurídica de trato sucessivo. 3. O art. 
1º, § 1º do Decreto-lei 1.752/1977 não afasta a obrigação de a entidade se 
adequar a novos regimes jurídicos pertinentes ao reconhecimento dos 
requisitos que levam à proteção pela imunidade tributária. (...) 
(STF, Segunda Turma, RMS 26.932/DF, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
Julgamento em 01/12/2009) 
 De acordo com o que foi exposto, o STF entende que não ofende a CF/88 
a exigência de emissão e renovação periódica do CEBAS. Neste caso, não há 
direito adquirido ao regime jurídico relativo à imunidade tributária, isto 
é, em caso de renovação, a entidade se sujeita às novas leis que porventura 
tenham alterado os requisitos e condições para renovação do CEBAS. 
 Explique-se melhor: para a emissão do CEBAS, a entidade deve se 
adequar aos requisitos legais naquele momento. Posteriormente, na época da 
renovação, não há alegação de direito adquirido ao regime jurídico 
anterior, ou seja, devendo se sujeitar à legislação superveniente. 
 Vamos ver como a ESAF cobrou? 
Questão 29 – ESAF/AFRFB/2014 
O entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de que 
gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no sentido de que a 
jurisprudência do STF é no sentido de afirmar a existência de direito adquirido 
ao regime jurídico da imunidade das entidades filantrópicas. 
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Comentário: Não há direito adquirido ao regime jurídico da imunidade. Nesse 
sentido, se a entidade desejar renovar o CEBAS, fica obrigada a cumprir os 
requisitos previstos em legislação superveniente. Questão errada. 
Questão 30 – ESAF/AFRFB/2014 
O entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de que 
gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no sentido de que a 
exigência de renovação periódica do CEBAS, por parte das entidades 
filantrópicas, a cada três anos, ofende o disposto na Constituição Federal. 
Comentário: De acordo com o STF, não há qualquer violação à CF/88 a 
exigência de renovação periódica do CEBAS. Questão errada. 
 
Já disse e volto a repetir: a ESAF “copia e cola” as 
decisões do STF e STJ. Assim, o caminho mais simples é 
ler, entender e memorizar, pois é desse jeito que cai na 
prova! 
 Por fim, ressaltamos o entendimento do STF no sentido de que a 
entidade que satisfaz os requisitos da lei, faz jus à imunidade, não podendo ser 
obstada por autoridade administrativa, com o objetivo de restringir a eficácia 
do disposto no art. 195, § 7º, da CF/88 (norma que prevê a imunidade): 
A Associação Paulista da Igreja Adventista do Sétimo Dia, por qualificar-se 
como entidade beneficente de assistência social - e por também atender, 
de modo integral, as exigências estabelecidas em lei - tem direito 
irrecusável ao benefício extraordinário da imunidade subjetiva 
relativa às contribuições pertinentes à seguridade social. 
(...) 
Tratando-se de imunidade - que decorre, em função de sua natureza mesma, 
do próprio texto constitucional -, revela-se evidente a absoluta 
impossibilidade jurídica de a autoridade executiva, mediante 
deliberação de índole administrativa, restringir a eficácia do preceito 
inscrito no art. 195, § 7º, da Carta Política, para, em função de exegese 
que claramente distorce a teleologia da prerrogativa fundamental em 
Referência, negar, à entidade beneficente de assistência social que satisfaz 
os requisitos da lei, o benefício que lhe é assegurado no mais elevado plano 
normativo. 
(STF, Primeira Turma, RMS 22.192/DF, Rel. Min. Celso de Mello, Julgamento 
em 28/11/1995) 
 Sobre tal assunto, a ESAF já se manifestou da seguinte maneira: 
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Questão 31 – ESAF/AFRFB/2014 
O entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de que 
gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no sentido de que 
tratando-se de imunidade – que decorre, em função de sua natureza mesma, 
do próprio texto constitucional –, revela-se evidente a absoluta impossibilidade 
jurídica de, mediante deliberação de índole legislativa, restringir a eficácia do 
preceito. 
Comentário: O texto foi retirado das decisões do STF, e a banca alterou 
“índole administrativa” por “índole legislativa”. Pura malícia do examinador. 
Contudo, bastava conhecer o conceito dos serviços assistenciais para acertar 
esta questão. Questão errada. 
 
2 – ASSUNTO EXTRA 
 Colega concurseiro(a), ao lançar o curso, eu criei um compromisso em 
buscar prepará-lo ao máximo para ser aprovado nesse concurso. Por esse 
motivo, mesmo não se tratando de jurisprudência, trago até você uma grande 
novidade na seara do Direito Tributário, passível de ser cobrada em provas. 
 Refiro-me a uma emenda constitucional recente, que afeta diretamente o 
tema estudado na aula de hoje. Trata-se da EC 75/2013, denominada PEC da 
Música. Vamos ver o que diz o seu texto: 
“Art. 1º O inciso VI do art. 150 da Constituição Federal passa a vigorar 
acrescido da seguinte alínea e: 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil 
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou 
obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os 
suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo 
na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a 
laser.” 
O que isso significa? A emenda trouxe mais uma imunidade 
tributária, a ser prevista no art. 150, VI, da CF/88. 
 Sabendo que imunidade é uma forma de não incidência 
constitucionalmente qualificada, qual seria, portanto, a limitação imposta ao 
Estado pela EC 75/2013? Ora, está vedado a todos os entes federativos 
instituir impostos (e não tributos, como as bancas adoram cobrar) sobre 
fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras 
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral 
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interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou 
arquivos digitais que os contenham. 
 Destaque-se que a etapa de replicação industrial de mídias ópticas 
de leitura a laser foi excepcionada, não estando, por conseguinte, 
imune aos impostos.

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