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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/349413161
GESTÃO DE RISCO DE ACIDENTES INDUSTRIAIS COM PRODUTOS QUÍMICOS
PERIGOSOS INTEGRADA AO PLANEJAMENTO TERRITORIAL: UM OLHAR PARA
O POLO PETROQUÍMICO DO ABC PAULISTA
Thesis · November 2020
DOI: 10.13140/RG.2.2.32323.32800
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1 author:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Industrial accident risk management with hazardous materials using Quantitative Risk Analysis integrated within land use planning View project
the crime of theft of oil products from pipelines: risk culture and the current situation in the Brazilian scenario View project
Elizabeth Nunes Alves
Universidade Federal do ABC (UFABC)
5 PUBLICATIONS   7 CITATIONS   
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Elizabeth Nunes Alves on 18 February 2021.
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https://www.researchgate.net/publication/349413161_GESTAO_DE_RISCO_DE_ACIDENTES_INDUSTRIAIS_COM_PRODUTOS_QUIMICOS_PERIGOSOS_INTEGRADA_AO_PLANEJAMENTO_TERRITORIAL_UM_OLHAR_PARA_O_POLO_PETROQUIMICO_DO_ABC_PAULISTA?enrichId=rgreq-37dd9de44d6e6cd36386fb2387587471-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTQxMzE2MTtBUzo5OTI2NzUyNzI2MDk3OTJAMTYxMzY4MzYzNjg1Mw%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/project/the-crime-of-theft-of-oil-products-from-pipelines-risk-culture-and-the-current-situation-in-the-Brazilian-scenario?enrichId=rgreq-37dd9de44d6e6cd36386fb2387587471-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTQxMzE2MTtBUzo5OTI2NzUyNzI2MDk3OTJAMTYxMzY4MzYzNjg1Mw%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO E GESTÃO 
DO TERRITÓRIO 
 
ELIZABETH NUNES ALVES 
 
 
 
GESTÃO DE RISCO DE ACIDENTES INDUSTRIAIS COM PRODUTOS 
QUÍMICOS PERIGOSOS INTEGRADA AO PLANEJAMENTO 
TERRITORIAL: 
UM OLHAR PARA O POLO PETROQUÍMICO DO ABC PAULISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Bernardo do Campo – SP 
2020 
 
 
 
ELIZABETH NUNES ALVES 
 
 
 
 
GESTÃO DE RISCO DE ACIDENTES INDUSTRIAIS COM PRODUTOS QUÍMICOS 
PERIGOSOS INTEGRADA AO PLANEJAMENTO TERRITORIAL: 
Um olhar para o Polo Petroquímico do ABC Paulista 
 
 
 
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Planejamento e Gestão do 
Território da Universidade Federal do ABC, como 
requisito para obtenção do título de Doutor em 
Planejamento e Gestão do Território. 
 
Orientadora: Profa Dra. Katia Canil 
 
 
 
 
 
 
São Bernardo 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de 
Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em memória aos meus maiores incentivadores: meus pais 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Início agradecendo minha orientadora Profa. Katia Canil, que com a sua 
competente visão das ciências socias me ajudou a enxergar o contexto do 
planejamento territorial nas questões dos acidentes industriais. Seus valiosos 
comentários me fizeram refletir e trilhar um novo caminho para discutir questões que 
antes, como engenheira, só conhecia de forma pragmática e racional. Igualmente, 
agradeço aos professores do PGT que contribuíram na construção do meu 
conhecimento sobre teorias e práticas de planejamento territorial e de pesquisa. 
Agradeço o suporte do Prof. Pedro Roberto Jacobi que tornou possível meu sonho de 
conhecer especialistas dos Países Baixos, por meio do Programa Ciências Sem 
Fronteiras da CAPES. Nessa ocasião pude conhecer os professores Jeroen Warner 
e Robert Coates da Universidade de Wageningen, com os quais participei do artigo ‘O 
Queijo Suíço no Brasil: cultura de desastres versus cultura de segurança’. Sem 
dúvida, esse artigo fundamentou minha proposta de gestão de risco no âmbito do 
PGT. Não posso deixar de agradecer os integrantes da banca, titulares e suplentes, 
que contribuíram de diferentes formas para a concretização deste trabalho; seja com 
informações, orientação e sugestões. Profunda gratidão a todos. 
Agradeço aos integrantes das Prefeituras de Mauá, Santo André e São Paulo, 
que gentilmente me receberam e mostraram a difícil realidade da gestão pública, que 
se apresenta desafiadora aos bem intencionados. Precisamos mudar essa situação. 
Acredito que compartilhar conhecimento seja a primeira etapa. 
Não posso deixar de agradecer ao Francisco Ruiz do COFIP ABC e ao 
coordenador do PAM Capuava, Valdemar Conti, que me acolheram e convidaram 
para participar do simulado do PPABC ocorrido em dezembro de 2019. Agradeço 
também ao Rafael Antônio T. Neves; coordenador do Grupo de Trabalho de Gestão 
de Riscos do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC que me acolheu nas reuniões 
do P2R2 e com o qual pude discutir várias questões. 
Agradeço especialmente a Alice Ferreira da Silva Paixão, que me auxiliou na 
elaboração dos mapas aqui apresentados. Sem ela eu não teria alcançado tal 
qualidade e perfeição. Cabe um agradecimento a Carla Mitie Teruya, colega e amiga 
com quem sempre troquei ideias sobre análise de risco. Não poderia esquecer da 
 
 
minha colega Cristina Boggio, com quem dividi minhas dúvidas e ansiedades nas 
disciplinas do curso e na elaboração da tese. 
Agradeço as minhas filhas que sempre foram minha inspiração e estimulo na 
busca de conhecimento e sabedoria. Obrigada Isabelle pela revisão do texto, foi muito 
útil. E por fim agradeço ao meu querido esposo Moacyr, que de forma tão 
compreensiva ouviu minhas questões (e algunsdelírios também) e me apoiou nos 
meus momentos mais difíceis. Não poderia deixar de agradecer os meus pais, que 
certamente ficariam orgulhosos por essa minha conquista. A vocês eu devo eterno 
amor e gratidão. 
 
 
 
RESUMO 
Esta pesquisa aborda a Gestão do Risco de Acidente Industrial (GRAI) integrada ao 
Planejamento e Gestão do Território (PGT), frente aos acidentes com produtos 
químicos perigosos que possam resultar em incêndio, explosão e nuvem tóxica, 
causando fatalidades, danos ao meio ambiente e perda material. Partindo-se da 
premissa que não há uma gestão de risco integrada entre o setor industrial e o setor 
público que efetivamente diminua a vulnerabilidade da população e do meio ambiente 
exposto, propõe-se uma abordagem metodológica para a inserção da GRAI no PGT 
e Emergência. Tal abordagem baseia-se na hipótese de que é possível utilizar 
informações dos Estudos de Análise de Risco (EAR); atualmente utilizados nos 
licenciamentos ambientais; para definir mapas com zonas de risco de fácil 
compreensão. A partir do reconhecimento das camadas de proteção existentes para 
gerenciar os riscos, propõe-se implantar camadas adicionais para diminuir a chance 
da trajetória de um desastre por entre as falhas do sistema de gestão de risco. A 
metodologia da pesquisa consistiu em análise documental, pesquisa em banco de 
dados de acidentes, levantamento de informações em bases de dados 
georreferenciadas, coleta de dados por meio de questionário e entrevistas nos Países 
Baixos e Brasil, compondo assim uma pesquisa qualitativa, exploratória, analítica e 
comparativa. O modelo foi aplicado à realidade do estudo de caso no Polo 
Petroquímico do ABC (PPABC) situado nos municípios de Mauá e Santo André, 
escolhido por apresentar importância histórica no desenvolvimento industrial, alta 
concentração de indústrias, alto grau de urbanização e a presença de Zona Especial 
de Interesse Ambiental (ZEIA) e de Zona Especial de Interesse Social (ZEIS). Espera-
se proporcionar um canal inovador de articulação e comunicação entre os diferentes 
atores, contribuindo para o planejamento territorial com vistas à tomada de decisão 
quanto ao zoneamento, implementação de sistemas de proteção externos à indústria 
e comunicação de risco. 
Palavras-chave: acidentes industriais com produtos químicos perigosos, Polo 
Petroquímico do ABC, mapeamento de risco, planejamento territorial, planejamento 
urbano, estudo de análise de risco. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
This research addresses Industrial Accident Risk Management (IARM) integrated 
within Land Use Planning (LUP), in the face of accidents with dangerous materials that 
can result in fire, explosion and toxic cloud, causing fatalities, damage to the 
environment and material loss. Based on the premise that there is no integrated risk 
management involving the industrial sector and the public sector that effectively 
reduces the vulnerability of the population and the exposed environment, a 
methodological approach is proposed for the insertion of IARM in the LUP and 
Emergency. Such an approach is based on the hypothesis that it is possible to use 
information from Quantitative Risk Analysis; currently used in environmental 
permission process; to define maps with easily understand risk zones. Based on the 
recognition of the existing protection layers to manage risks, it is proposed to 
implement additional layers to reduce the chance of a disaster trajectory through the 
failures of the risk management system. The research methodology consisted of 
document analysis, research in accident databases, survey of information in 
georeferenced databases, data collection through questionnaire and interviews in the 
Netherlands and Brazil, thus composing a qualitative, exploratory, analytical and 
comparative research. The model was applied to the case study at the Petrochemical 
Complex of ABC sited in the municipalities of Mauá and Santo André, chosen for its 
historical importance in industrial development, high concentration of industries, high 
degree of urbanization and the presence of Special Zone of Environmental Interest 
and Special Zone of Social Interest. It is expected to provide an innovative channel of 
articulation and communication among the different actors, contributing to territorial 
planning with a view to decision making regarding zoning, implementation of safety 
systems outside the industry and risk communication. 
Key-words: hazardous materials, industrial accident, land use planning, 
petrochemical complex of ABC, risk mapping, quantitative risk analysis. 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Características locacionais dos principais Polos Petroquímicos no Brasil ........... 23 
Figura 2 - Macro localização do Polo Petroquímico do ABC Paulista na RMSP................... 24 
Figura 3 - Localização do Grande ABC na RMSP, com destaque para o Rodoanel e município 
de Mauá............................................................................................................................... 26 
Figura 4 - Localização do Polo Petroquímico do ABC Paulista ............................................ 27 
Figura 5 - Busca por registros de acidentes industriais no Sistema Integrado de Informações 
sobre Desastres (S2iD) ........................................................................................................ 37 
Figura 6 – Distribuição geográfica da população e número de estabelecimentos industriais de 
transformação no Brasil em 2017 ........................................................................................ 45 
Figura 7 – Evolução da participação da indústria de transformação brasileira no PIB, entre 
1947 e 2018 ......................................................................................................................... 47 
Figura 8 - Análise crítica da aplicação do conhecimento das ciências exatas e ciências sociais 
na GRAI no âmbito do PGT ................................................................................................. 49 
Figura 9 - Modelo ‘Queijo Suíço’ de Reason com a trajetória do desastre pelas camadas de 
proteção............................................................................................................................... 59 
Figura 10 - Camadas de proteção para segurança de processos químicos ......................... 60 
Figura 11 – Distribuição do número de casos de acidentes industriais por ano no período entre 
1980 e 2019, conforme EM-DAT.......................................................................................... 70 
Figura 12 – Distribuição do número de casos entre os diversos tipos de acidentes industriais 
no período entre 1980 e 2019 .............................................................................................. 71 
Figura 13 – Distribuição do número de acidentes graves com produtos químicos perigosos, 
segundo o tipo de instalação. Período de 2006 a 2010 ........................................................ 72 
Figura 14 – Distribuição do número de acidentes graves com produtos químicos perigosos, 
segundo o tipo de produto químico. Período de 2006 a 2010 .............................................. 72 
Figura 15 - Análise crítica da atuação do setor industrial na GRAI....................................... 78 
Figura 16 - Análise crítica da atuação do setor público na GRAI ......................................... 78 
Figura 17 - Mapa da Capitania de São Vicente e Adjacências (1553-1597) com destaque para 
a trilha Tupiniquim entre São Vicente e São Paulo de Piratininga ........................................ 92 
Figura 18 - Mapa com o traçado da ferrovia Santos-Jundiaí em 1954 ................................. 94 
Figura 19 - Imagem do vídeo-reportagem ‘Construção da Refinaria de Capuava’ ............... 96 
Figura 20 - Inauguração da Petroquímica União (PQU) em 1972 ........................................ 97Figura 21 - Vista do PPABC em 1972*. À direita a Av. Pres. Arthur da Costa e Silva .......... 97 
Figura 22 - Vista da Refinaria União em 1972*. Ao fundo, bairros de Santo André .............. 98 
Figura 23 - Registro histórico do oleoduto entre Santos e São Paulo .................................. 99 
Figura 24 - Ano de abertura de loteamentos no entorno do PPABC .................................. 101 
Figura 25 - Vista da Avenida Presidente Costa e Silva em 1970 ....................................... 103 
Figura 26 - Vista da Avenida Presidente Costa e Silva em agosto de 2019 ....................... 103 
Figura 27 - Situação Atual de Uso e Ocupação do Solo na região do PPABC ................... 105 
 
 
Figura 28 – Conjunto Habitacional Avenida dos Estados, Santo André, em julho de 2019 com 
destaque para a ocupação na faixa da linha de transmissão ............................................. 106 
Figura 29 – Jardim Oratório, Mauá, em agosto de 2019 com destaque para a ocupação 
desordenada em topo de morro ......................................................................................... 106 
Figura 30 – Loteamento irregular localizado nos bairros Parque São Rafael e Jardim São 
Francisco em São Paulo .................................................................................................... 107 
Figura 31 – Zoneamento na área do PPABC conforme Plano Diretor de Mauá ................. 108 
Figura 32 - Zoneamento na área do PPABC conforme Plano Diretor de Santo André ....... 109 
Figura 33 - Faixa de dutos no PPABC construída entre maio e julho de 2018 ................... 111 
Figura 34 - ZEIS e ZEIA na região do PPABC em maio de 2007 ....................................... 112 
Figura 35 - ZEIS, ZEIA e novas áreas urbanizadas na região do PPABC, junho de 2019 . 112 
Figura 36 – Localização das indústrias do PPABC e bairros nas imediações .................... 116 
Figura 37 – Setor de atuação profissional do entrevistado (50 entrevistados) ................... 133 
Figura 38 – Área de atuação do profissional do Setor Público (24 entrevistados) .............. 133 
Figura 39 – Área de atuação do profissional do Setor Industrial (14 entrevistados) ........... 134 
Figura 40 – Departamento de atuação do profissional do Setor Industrial (14 entrevistados)
 .......................................................................................................................................... 134 
Figura 41 – Área de atuação do profissional do Setor de prestação de serviço (10 
entrevistados) .................................................................................................................... 134 
Figura 42 – Já teve contato com Estudo de Análise de Risco elaborado conforme norma 
P4.261 da CETESB? (50 entrevistados) ............................................................................ 135 
Figura 43 – Qual das opções (resultados de um EAR) você acredita ser mais adequado para 
considerar no planejamento urbano e nos planos de contingência da defesa civil? (50 
entrevistados) .................................................................................................................... 137 
Figura 44 – Fotos das ruas no bairro Capuava em Mauá .................................................. 143 
Figura 45 – Detalhe da ocupação na rua Santo André Avelino, Parque São Rafael em São 
Paulo, SP, em 2020 ........................................................................................................... 144 
Figura 46 – Modelo de camadas de proteção para GRAI no âmbito do PGT e Emergência
 .......................................................................................................................................... 152 
Figura 47 - Camadas de proteção identificadas no PPABC .............................................. 152 
Figura 48 – Proposta de mapeamento de risco na área do PPABC e seu entorno ............ 156 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Artigos acadêmicos selecionados em periódicos pelo critério de palavras-chave e 
refinamento, complementado com busca direcionada ......................................................... 32 
Tabela 2 - Quantidade de artigos e Classificação Qualis dos periódicos selecionados ........ 33 
Tabela 3 - Distribuição dos artigos acadêmicos selecionados por continente que tratam de 
estudos quantitativos de risco e o planejamento do território ............................................... 34 
Tabela 4 - População e número de estabelecimentos industriais de transformação por regiões 
do Brasil em 2017 ................................................................................................................ 46 
Tabela 5 - Perfil epidemiológico dos diversos tipos de desastres tecnológicos entre janeiro de 
2005 a julho de 2019, conforme EM-DAT ............................................................................ 69 
Tabela 6 - Dados demográficos de Mauá distribuído por décadas, de 1940 até 2010 ....... 100 
Tabela 7 – Evolução da população de Santo André entre 1960 e 2012 ............................. 100 
Tabela 8 - Distribuição das áreas do PPABC por atividade de uso e ocupação do solo em 
2019 .................................................................................................................................. 108 
Tabela 9 - Distribuição da área do PPABC por município e tipo de zoneamento ............... 110 
Tabela 10 - Número de casos de emergência atendidos pela CETESB nos municípios do 
Grande ABC e comparativo com o Estado de São Paulo, no período de 01/01/1978 a 
31/12/2019 ......................................................................................................................... 126 
Tabela 11 - Número de vítimas nos casos de emergência atendimentos pela CETESB nos 
municípios do Grande ABC e comparativo com o Estado de São Paulo, no período de 
01/01/1978 a 31/12/2019 ................................................................................................... 126 
Tabela 12 - Número de casos de emergência química atendidos pela CETESB no transporte 
rodoviário nos municípios do Grande ABC, no período de 01/01/1978 a 31/12/2019 ........ 128 
Tabela 13 – Escala de importância dos quesitos para a GRAI no PGT e Emergência na visão 
dos entrevistados (50 entrevistados) ................................................................................. 136 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Buscas por artigos acadêmicos no Portal da CAPES que foram descartados ... 35 
Quadro 2 - Instituições visitadas nos Países Baixos ............................................................ 38 
Quadro 3 - Classificação dos desastres tecnológicos conforme banco de dados EM-DAT .. 62 
Quadro 4 - Classificação dos desastres relacionados a produtos perigosos conforme 
Codificação Brasileira dos Desastres - COBRADE .............................................................. 63 
Quadro 5 - Principais acidentes industriais que marcaram a história desde 1970 ................ 65 
Quadro 6 - Diferentes abordagens metodológicas para mapeamento de risco e aplicação no 
PGT ..................................................................................................................................... 91 
Quadro 7 - Principais usos e ocupação do solo encontradas nos arredores PPABC ......... 104 
Quadro 8 – Informações sobre as indústrias encontradas na área do PPABC .................. 114 
Quadro 9 - Descrição dos temas tratados pela Comissão Temática de SSMA do COFIP ABC
 .......................................................................................................................................... 120 
Quadro 10 – Histórico de atendimentos da CETESB nas proximidades do PPABC, no período 
de maio de 1992 a fevereiro de 2019 ................................................................................. 129 
Quadro 11 – Histórico de acionamentos do PAM Capuava de janeiro de 1989a fevereiro de 
2019 .................................................................................................................................. 131 
Quadro 12 - Critério para definição dos recuos e medidas de proteção para acidentes 
industriais .......................................................................................................................... 154 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
AQR – Análise Quantitativa de Risco 
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo 
CCIGABC - Consórcio Intermunicipal do Grande ABC 
COBRADE - Codificação Brasileira dos Desastres 
EAR – Estudo de Análise de Risco 
GRAI - Gestão do Risco de Acidente Industrial 
PAE – Plano de Ação de Emergência 
PAM – Plano de Auxílio Mútuo 
PDUI - Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado 
PGT - Planejamento e Gestão do Território 
PGR – Programa de Gerenciamento de Risco 
PNPDEC - Política Nacional de Proteção e Defesa Civil 
PPABC – Polo Petroquímico do ABC 
P2R2 - Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida em Emergências 
Ambientais com Produtos Químicos Perigosos 
RI – Risco Individual 
RS – Risco Social 
RMSP - Região Metropolitana de São Paulo 
ZEIA - Zona Especial de Interesse Ambiental 
ZEIS - Zona Especial de Interesse Social 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 19 
1.1 Hipótese ....................................................................................................................... 25 
1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 25 
2 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................................. 26 
2.1 Área de Estudo ............................................................................................................. 26 
2.2 Caracterização da área de estudo ................................................................................ 28 
2.3 Atividades desenvolvidas .............................................................................................. 30 
2.4 Banco de dados de registros de acidentes industriais ................................................... 35 
2.5 Entrevistas .................................................................................................................... 37 
2.5.1 Entrevistas nos Países Baixos .................................................................................... 37 
2.5.2 Entrevistas no Brasil ................................................................................................... 41 
3 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................................. 43 
3.1 A industrialização e a urbanização: é possível uma relação sustentável? ..................... 43 
3.2 Por que discutir os acidentes industriais no âmbito do planejamento territorial? ........... 47 
3.3 Entendendo risco, vulnerabilidade e desastres ............................................................. 55 
3.4 Os acidentes industriais: o despertar da consciência .................................................... 64 
3.5 As lições aprendidas com os acidentes industriais ........................................................ 74 
3.6 A Diretiva Seveso: a imposição ao diálogo ................................................................... 79 
3.7 As regulamentações sobre acidentes industriais e PGT no Brasil ................................. 81 
3.8 O que são Estudos de Análise de Risco (EAR)? ........................................................... 87 
3.9 As abordagens metodológicas para planejamento do território ..................................... 88 
4 RESULTADOS ................................................................................................................................ 92 
4.1 Histórico da ocupação da região do PPABC ................................................................. 92 
4.2 Situação atual de uso e ocupação do solo na área do PPABC ................................... 102 
4.3 Informações sobre as indústrias localizadas no PPABC ............................................. 113 
4.4 Ações e iniciativas das indústrias do PPABC .............................................................. 118 
4.4.1 Comitê de Fomento Industrial do Polo Petroquímico do ABC ................................... 119 
4.4.2 Plano de Auxílio Mútuo do PPABC ........................................................................... 121 
4.4.3 Consórcio Intermunicipal do Grande ABC ................................................................ 123 
4.5 A epidemiologia dos acidentes industriais no Grande ABC e no PPABC .................... 125 
4.6 Resultado do questionário sobre a abordagem metodológica ..................................... 132 
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................................................................. 141 
6 PROPOSTA DE GRAI NO ÂMBITO DO PGT ............................................................................. 150 
 
 
6.1 Camadas de proteção para a GRAI ............................................................................ 150 
6.2 Camadas de proteção identificadas no PPABC para a GRAI ...................................... 151 
6.3 Mapa de Risco de Acidentes Industriais ..................................................................... 153 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 157 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................... 160 
APÊNDICES ...................................................................................................................................... 171 
Apêndice I – Resumo da metodologia para elaboração de EAR e PGR ............................ 172 
Apêndice II - Base de dados - Artigos acadêmicos da pesquisa exploratória ..................... 185 
Apêndice III - Identificação das indústrias encontradas na área do PPABC ....................... 191 
Apêndice IV – Questionário sobre Abordagem Metodológica para Planejamento Territorial e 
Emergência com Produtos Químicos Perigosos ................................................................ 194 
ANEXO ............................................................................................................................................. 199 
Anexo I - Lista da Classificação e Códigos dos Desastres Tecnológicos de Acordo com 
COBRADE ......................................................................................................................... 200 
 
 19 
 
1 INTRODUÇÃO 
O desenvolvimento urbano descontrolado que vem ocorrendo no entorno de 
plantas industriais e de rotas de dutos, principalmente na área de influência de 
grandes centros urbanos, constitui-se em ameaça à vida das pessoas e ao meio 
ambiente. Embora as empresas sejam obrigadas a apresentar Estudos de Análise de 
Risco (EAR)1 durante processos de licenciamento ambiental, não se identifica no 
Brasil até o momento, um compartilhamento efetivo das informações de risco entre o 
setor industrial, o setor público e a população vulnerável, consequentemente há um 
prejuízo na prevenção e mitigação de acidentes, uma vez que há registros de vários 
casos históricos de vazamentos de produtos químicos inflamáveis e tóxicos que 
resultaram em perdas de vida, danos materiais e ambientais. Entre os casos mais 
relevantes de desastres dessa natureza, pode-se citar Bhopal na Índia com 4 mil 
mortes, Cidade do México com 650 mortes e Vila Socó em Cubatão com 100 mortes, 
todos ocorridos no ano de 1984 (LEES, 2005).Apesar da queda mundial do número de registros de acidentes industriais após 
2005 apontado pelo Centro de Pesquisa em Epidemiologia do Desastre2, as 
fatalidades que lhe são atribuídas somam mais de 15 mil mortes, 16 mil feridos e 51 
mil desabrigados desde 2005 (CRED, 2019). Portanto, não se pode desprezar o 
potencial danoso dos incêndios, explosões e nuvens tóxicas. Por consequência, a 
redução e a mitigação de desastres são reconhecidas como objetivos estratégicos e 
essenciais, tanto para a preparação e resposta à emergência, quanto para o 
 
1 As indústrias que produzem, armazenem ou processem os produtos químicos listados nos anexos 
da norma P4.261 da CETESB (2014) devem apresentar a este órgão ambiental, um Estudo de 
Análise de Risco (EAR) com os raios de alcance das consequências dos acidentes (mapas de 
vulnerabilidade) e os indicadores de risco quantitativo denominados: Risco Individual e Risco Social. 
Tais indicadores são utilizados para a tomada de decisão quanto a tolerabilidade dos riscos 
extramuros da empresa. O EAR é conhecido na literatura da área das engenharias por Quantitative 
Risk Analysis (RIVM, 2009) ou Safety Report (CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, 1996). O 
Apêndice Apêndice I apresenta a metodologia para elaboração de EAR e uma lista com os principais 
produtos químicos perigosos. 
2 O CRED (Centre for Research on the Epidemiology of Disasters); instituição localizada na Escola de 
Saúde Pública da Universidade Católica de Louvian; promove pesquisa, treinamento e conhecimento 
sobre emergências e epidemiologia de desastres. O CRED mantém o banco de dados EM-DAT 
Emergency Events Database, com mais de 20 mil registros de desastres naturais e tecnológicos 
ocorridos desde 1900. Os acidentes industriais foram classificados no relatório de 2007 do CRED, 
como um subtipo do grupo denominado desastres tecnológicos (CRED, 2008) e considera 
vazamentos químicos, colapso de estruturas, explosões, incêndios, vazamentos de gás, 
envenenamentos, radiação e outros. 
 
 20 
 
Planejamento e Gestão do Território (PGT), e vem desafiando o setor público, o setor 
privado e a sociedade a buscarem medidas técnicas e políticas públicas para proteger 
a população e o meio ambiente vulnerável. 
O que se nota na literatura é um vasto e consolidado conhecimento centralizado 
na área das engenharias discutindo segurança dos processos químicos e modelos 
matemáticos que são utilizados nos EARs, tanto para estimar o número de fatalidades, 
quanto para determinar probabilidades de falhas e consequências de um acidente. 
Certamente as associações de engenheiros químicos dominam o desenvolvimento de 
estudos, pesquisas e treinamentos em assuntos relacionados com produtos químicos 
perigosos, podendo-se citar como referência o Centro de Segurança de Processo 
Químico (CCPS3 - Center for Chemical Process Safety) do Instituto Americano de 
Engenheiros Químicos (AiChE - American Institute of Chemical Engineers) e o 
Instituto dos Engenheiros Químicos do Reino Unido e Austrália (IChemE – Institution 
of Chemical Engineers). Há também centros de pesquisas científicas independentes, 
tal como, o INERIS4, o TNO5 e o Departamento de Riscos de Acidentes Graves (Major 
Accidents Hazards Bureau - MAHB) do Centro Comum de Pesquisa da Comissão 
Europeia (European Commission´s Joint Research Centre - JRC). Há ainda o Health 
and Safety Executive6, que desenvolveu a metodologia PADHI - Planning Advice for 
Development near Hazardous Installations (HSE, 2011), usada para o planejamento 
territorial no entorno de instalações químicas perigosas. Embora existam várias ações 
técnico-científicas para avaliar e tratar os riscos de acidentes com produtos químicos 
perigosos, o que se nota é que essas ações são pouco aproveitadas no âmbito do 
PGT. 
 
3 O CCPS é um centro de referência na área de segurança de processo químico, com diversas 
publicações técnicas reconhecidas internacionalmente (nota da autora). 
4 O INERIS (Institute for Industrial Environment and Risks) foi fundado pelo governo francês em 1990 
para ser um centro nacional de competência em segurança industrial e proteção ambiental. O INERIS 
desenvolve conhecimentos especializados nas áreas de riscos crônicos e perigosos. 
5 O TNO, organização dos Países Baixos que publicou entre 1988 e 2005 os conhecidos “livros 
coloridos”: Purple (VROM, 2005), Green (TNO, 1992), Red (VROM, 1988) e Yellow book (VROM, 
1988) que se tornaram referências para a elaboração de Análises Quantitativas de Risco (AQR), 
denominadas Quantitative Risk Assessment (QRA) em inglês. 
6 O HSE é uma instituição reguladora independente do Reino Unido que atua na área da saúde, 
segurança e bem-estar no ambiente do trabalho. O HSE publicou em 1989 um documento com 
critérios de risco e distâncias seguras para o planejamento territorial na vizinhança de instalações 
industriais perigosas (1989). 
 
 21 
 
A escassez de informação de risco, a falta de regulamentação para o 
ordenamento do território e a ocupação irregular de áreas de risco se firmam como 
elementos que aumentam as consequências dos acidentes industriais. Há, portanto, 
um hiato nessa questão, seja para definir a abordagem metodológica mais adequada 
para traçar os mapas de risco e considerá-los em planos diretores e planos públicos 
de contingência7, seja para identificar os obstáculos que impedem a efetivação de 
uma regulamentação para a Gestão de Risco de Acidentes Industriais (GRAI) mais 
participativa. 
Os EARs contêm informações sobre os alcances dos acidentes e de zonas de 
risco que poderiam ser utilizadas no PGT, porém não se identificam no Brasil e em 
vários países no mundo, canais de comunicação efetivos entre os setores públicos e 
privados, o que acaba por inviabilizar a utilização dessa fonte de informação. A 
questão é: por que as informações dos EARs não são incorporadas na discussão do 
planejamento territorial? Esse quadro pernicioso acaba por prejudicar os processos 
de tomada de decisão nas questões de GRAI, principalmente por falta de visão 
holística8 do acidente, que efetivamente incorpore a atuação dos diferentes atores 
envolvidos. 
Partindo-se da premissa que existe uma relação restrita entre os setores 
industrial e público, e que a população encontra-se excluída dos processos de 
tomadas de decisão, conclui-se que não há uma gestão integrada que efetivamente 
diminua a vulnerabilidade da população e proteja o meio ambiente exposto, frente aos 
acidentes industriais que resultem em incêndios, explosões e nuvens tóxicas9. 
Dado o problema de investigação, as questões norteadoras da pesquisa foram: 
Qual a abordagem metodológica para o mapeamento de áreas de risco que utilize os 
 
7 A Lei 12.608 de 2012 que trata da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, adota o termo ‘Plano 
de Contingência’ para definir as ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação 
voltadas à proteção e defesa civil em desastres naturais, antropogênicos e mistos de maior 
prevalência no país (BRASIL, 2012). 
8 A abordagem holística dos desastres vem sendo sugerida por estudiosos como uma prática 
abrangente para tratar de questões complexas, já que a mesma observa o fenômeno em sua 
totalidade e globalidade, tal como proposto na Nova Agenda Urbana 2016 promovida pela ONU-
Habitat para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 (ONU-
HABITAT, 2016). 
9 Os cenários acidentais industriais que resultem em incêndios, explosões e nuvens tóxicas com 
produtos químicos perigosos são o foco deste estudo. 
 
 22 
 
resultados dos EARs e que melhor se traduza em prática para o ordenamento do 
território? Quais camadas de proteção a GRAI deve ter para evitar a trajetória de um 
desastre? 
Pressupõe-se que a identificação e delimitação de diferentes zonas de risco 
possibilita a tomada de decisãoquanto ao zoneamento e sistemas de proteção (a 
serem implementadas pelo setor privado em parceria com o setor público). Será 
possível definir com mais precisão, não só quais os moradores deverão participar de 
simulados de emergência, como também quais sistemas e equipamentos de proteção 
e resposta à emergência devem ser instalados nas diferentes zonas de risco, a dizer, 
barreiras físicas, birutas, pontos de encontro, rotas de fuga, abrigos e sistemas de 
alerta. Em casos extremos, quando for constatado nos EARs a existência de 
indicadores de risco intolerável10 em áreas externas à empresa onde haja população 
vulnerável, a remoção dessas pessoas poderá ser considerada como alternativa de 
proteção mais efetiva. 
Importante mencionar que a indústria química brasileira ocupa lugar de 
destaque no mercado nacional e internacional. Em 2017 obteve faturamento líquido 
de 104 bilhões de dólares e conquistou a 6ª posição no ranking mundial, precedido 
pela China, Estados Unidos, Japão, Alemanha e Coreia do Sul (ABIQUIM, 2020). 
Apesar dessa colocação, a balança comercial do setor de produtos químicos 
apresenta déficit crescente entre importações e exportações desde 1991, alcançando 
em 2018 o déficit de 29 bilhões de dólares. No mercado interno, a participação do 
setor da indústria química no Produto Interno Bruto (PIB) entre as indústrias de 
transformação foi de 12% (3ª posição) em 2016 (a indústria de alimentos e bebidas 
ficou em 1º lugar com 24.8% do PIB, enquanto que a indústria do petróleo e 
biocombustíveis ficou em 2ª lugar com 16,7% do PIB) (ABIQUIM, 2020). As indústrias 
de maneira geral apresentam uma tendência à concentração geográfica, devido a 
fatores como mercado consumidor, disponibilidade de matéria-prima e mão de obra. 
Essa tendência acaba por formar polos industriais, que quando situados no entorno 
de refinarias de petróleo levam a denominação de ‘Polo Petroquímico’. Klein (2011) 
 
10 Os EARs apresentam resultados de cálculos termodinâmicos, probabilísticos e matemáticos para a 
avaliação da tolerabilidade dos riscos; a dizer, Risco Social (um gráfico) e Risco Individual (curvas 
com o contorno do isorrisco – mesmo valor de risco individual - desenhadas sobre mapa geográfico); 
que são comparados com índices considerados toleráveis (CETESB, 2014). 
 
 23 
 
define Polo Petroquímico como “um conjunto de empresas, que, em uma mesma 
localização geográfica, formam uma cadeia petroquímica. Basicamente, essas 
indústrias usam petróleo, gás natural ou seus derivados como matéria-prima” (KLEIN, 
2011, p. 11). A Figura 1 apresenta características que influenciaram a localização de 
alguns dos polos petroquímicos brasileiros desde 1972. 
Figura 1 – Características locacionais dos principais Polos Petroquímicos no Brasil 
 
 Fonte: Klein (2011) 
 
A área de estudo escolhida para esta pesquisa é o Polo Petroquímico do 
Grande ABC, também conhecido por: Polo Petroquímico do ABC, Polo Petroquímico 
de Capuava, Polo de Capuava, Polo do Grande ABC ou Polo do ABC. Para efeito da 
escrita será utilizado o termo Polo Petroquímico do ABC Paulista com a sigla PPABC. 
O PPABC foi selecionado por apresentar importância histórica no desenvolvimento 
industrial da região do Grande ABC, alta concentração de indústrias químicas11 
instaladas em área urbanizada12, além da presença de uma Zona Especial de 
Interesse Ambiental (ZEIA)13 e de Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) no 
entorno. Ele está situado na sub-região Sudeste da Região Metropolitana de São 
 
11 O PPABC é formado por diversas indústrias químicas. Em 2018 obteve faturamento de 9,7 bilhões 
de reais e gerou 2550 empregos formais diretos e 7350 indiretos (COFIP ABC, 2020). 
12 O PPABC iniciou suas atividades em 1954 e desempenhou importante papel na história petroquímica 
brasileira (KLEIN, 2011). Conforme Klein (2011) há 80 mil moradores nos arredores do PPABC. 
13 Conforme informação cartográfica da Prefeitura de São Paulo, a área onde encontra-se a ZEIA é de 
propriedade da PETROBRAS (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 1988). 
 
 24 
 
Paulo (RMSP), especificamente nos municípios de Mauá e Santo André do Grande 
ABC, fazendo divisa com o município de São Paulo (Figura 2). 
Figura 2 - Macro localização do Polo Petroquímico do ABC Paulista na RMSP 
 
 
 Fonte: elaborado pela autora 
 
Espera-se que o mapeamento de risco e demais elementos do modelo proposto 
aumentem as camadas de proteção contra a ocorrência de um desastre. O modelo a 
ser proposto poderá ser aplicado em outros municípios onde existam plantas ou 
complexos industriais, que armazenem, processem ou manuseiem produtos 
perigosos que possam resultar em incêndios, explosões e nuvens tóxicas. Portanto, 
pretende-se, contribuir, não só para a inclusão de zonas de risco de acidentes 
industriais em planos diretores municipais por meio de diretrizes para a 
regulamentação e o zoneamento; como também subsidiar planos públicos de 
contingência da defesa civil com informações detalhadas que auxiliem na prevenção, 
preparação e resposta rápida ao desastre. 
 
 25 
 
Desta forma, objetiva-se abrir um caminho inovador para o fluxo de informações 
de risco entre o setor industrial e o setor público, possibilitando maior segurança para 
a população vulnerável e uma relação mais consistente, coesa e participativa entre 
estes atores. 
1.1 Hipótese 
A identificação de zonas de risco de incêndios, explosões e nuvens tóxicas em 
áreas externas às indústrias é necessária para a adoção de camadas de proteção que 
diminuam o risco de um acidente industrial de grandes proporções e proteja a 
população e meio ambiente vulnerável. As zonas de risco estão baseadas nas 
informações existentes nos Estudos de Análise de Risco (EAR) e podem ser aplicadas 
no Planejamento e Gestão do Território (PGT). 
1.2 Objetivos 
O principal objetivo dessa pesquisa é apresentar uma proposta de abordagem 
metodológica para a GRAI no âmbito do PGT baseado em camadas de proteção e 
mapas com as áreas de risco à acidentes industriais com produtos químicos 
perigosos, de forma a contribuir com diretrizes para a estruturação de políticas 
públicas setoriais no âmbito do PGT e planos públicos de contingência. 
Por objetivos específicos destacam-se: 
a) Caracterizar o contexto urbano, de infraestrutura, demográfico e ambiental 
no entorno do Polo Petroquímico do ABC, de forma a gerar mapas 
georreferenciados e um banco de dados que possam ser sistematicamente 
atualizados, servindo de base de dados com informações das indústrias 
para futuras pesquisas; 
b) Identificar e sistematizar parâmetros e métodos baseados em camadas de 
proteção e nos resultados dos EARs, para desenho do mapeamento de 
zonas de risco de acidentes industriais para aplicação no PGT e planos de 
contingência da Defesa Civil; e 
c) Propor critérios para a adoção de infraestruturas protetivas para a 
população e meio ambiente vulnerável, que deverão ser providenciadas 
pelas indústrias em conjunto com a CETESB, defesa civil e planejamento 
urbano dos municípios. 
 
 26 
 
2 MATERIAIS E MÉTODOS 
2.1 Área de Estudo 
O PPABC caracteriza-se por um aglomerado de indústrias; a grande maioria 
do segmento petroquímico, além da refinaria de Capuava da Petrobras considerada 
indústria do petróleo14. O PPABC está localizado nos municípios de Santo André e 
Mauá na sub-região Sudeste da RMSP (Figura 3), fazendo limite com a Zona Leste 
do município de São Paulo, estado de São Paulo (Figura 4). A sub-região Sudeste da 
RMSP, também conhecida por Grande ABC, é constituído por sete municípios: 
Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra Santo André, São Bernardo do 
Campo e São Caetano do Sul. 
Figura 3 - Localização do Grande ABC na RMSP, com destaque para o Rodoanel e 
município de Mauá 
 
 Fonte: Prefeitura doMunicípio de Mauá (2020) 
 
14 Faz-se necessário esclarecer que a Indústria do Petróleo (que refina petróleo cru para a produção 
de derivados, como o caso da Refinaria de Capuava do PPABC) não é considerada indústria 
química, no entanto, a Indústria Petroquímica, por utilizar derivado do petróleo ou outra matéria-
prima de origem não fóssil, é considerada indústria química (ABIQUIM, 2020). 
 27 
 
Figura 4 - Localização do Polo Petroquímico do ABC Paulista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
As informações das indústrias instaladas no PPABC (razão social, endereço, 
CNPJ, código CNAE e outros dados) foram identificadas por meio da pesquisa no 
Google®, Google Maps® e site da Receita Federal (2018). A base de dados gerada 
com as informações encontra-se apresentada no Anexo III. 
A busca por EARs das indústrias do PPABC foi realizada na Agência Ambiental 
do ABC 1 da CETESB localizada na Rua dos Vianas, 625, São Bernardo do Campo, 
complementada na Agência da CETESB localizada na Av. Prof. Frederico Hermann 
Jr., 345, São Paulo. Dar vistas aos processos de licenciamento ambiental foi 
fundamental para obter os resultados dos EARS e compreender se é possível traçar 
distâncias de risco em mapas georreferenciados que possam ser utilizados no PGT. 
A atribuição de coordenadas ao endereço de cada indústria foi necessária para 
georreferenciar os estabelecimentos e localizá-los espacialmente. O aplicativo 
ezGeocode® (gratuito) foi utilizado para obter as coordenadas geográficas por 
endereços ou nome de estabelecimentos. O ezGeocode® é disponibilizado no G Suíte 
Marketplace (GOOGLE, 2020), loja online de aplicativos para desenvolvimento em 
ambientes do Google Apps. As informações de endereço e nome das indústrias foram 
importadas para o Google Planilhas, com o propósito de executar a função do 
ezGeocode. Após a obtenção da latitude e longitude, estas informações foram 
exportadas para a Planilha Excel novamente e a nova tabela com as coordenadas 
geográficas foi importada para o QuantumGIS para gerar as coordenadas UTM 
(Universal Transversa de Mercator) Zona 23S e o shapefile. Desta forma foi possível 
espacializar as empresas do PPABC. 
2.2 Caracterização da área de estudo 
No que se refere a área de estudo, o método empregado para compreender a 
dinâmica territorial e demográfica baseou-se primeiramente em reconstruir a história 
de formação do PPABC e da ocupação nas cercanias, o que foi desenvolvido por meio 
de pesquisa exploratória. 
O levantamento do histórico de instalação do PPABC e análise da ocupação 
do território permitiu estabelecer uma leitura das relações que foram sendo 
construídas ao longo do tempo entre as indústrias, a gestão pública e a população. 
29 
 
 
Com o objetivo de explorar e construir conhecimento sobre a área de estudo 
foram elaborados mapas georreferenciados. O método utilizado consistiu na 
sobreposição de dados digitais geográficos da área, também conhecidos por 
shapefiles, sobre as imagens de satélite disponibilizadas no Google Earth Pro® versão 
7.3 (2020). 
Os mapas foram produzidos na plataforma de Sistema de Informação 
Geográfica, com o uso do software gratuito Quantum GIS® versão Coruña 3.10.1, 
para a elaboração de arquivos vetoriais georreferenciados no formato shapefile e 
demais arquivos auxiliares para armazenamento das informações e atributos dos 
dados (.cpg, .dbf, .prj, .sbn, .sbx, .xml, .shx). A interface para uso das imagens do 
Google Satélite no software Quantum foi realizada por meio do plugin Quick Map 
Services (QGIS, 2020). Foi utilizado o datum SIRGAS 2000 como sistema de 
referência de projeção das informações espaciais e unidade métricas para formatação 
das coordenadas, na Zona 23 Sul (específica para o estado de São Paulo). 
As bases de dados georreferenciados do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE, 2016) e do portal DataGeo estado de São Paulo (DATAGEO, 2017) 
foram utilizadas para indicar os limites dos municípios e definir a hidrografia da área 
de interesse respectivamente, tendo sido utilizada a carta da ‘Unidade de 
Gerenciamento de Recursos Hídricos UGRHI 06 – Alto Tietê’. As informações 
georrefenciadas da malha de dutos foi obtida na base de dados da Empresa 
Pesquisas Energéticas, que presta serviços para o Ministério de Minas e Energia 
brasileiro (EPE, 2020). 
A delimitação da área do PPABC foi realizada após análise crítica dos arquivos 
digitais georreferenciados fornecidos pela equipe de Planejamento e Projetos Urbanos 
do Departamento de Desenvolvimento e Projetos Urbanos da Unidade de 
Planejamento e Assuntos Estratégicos da Prefeitura de Santo André, além dos mapas 
temáticos disponíveis no site do Google Maps® (GOOGLE MAPS, 2019) e no site da 
Prefeitura de Mauá (2020), a dizer: Regiões de Planejamento, Zonas Especiais de 
Interesse Ambiental, Zonas Especiais de Interesse Social e Zoneamento. 
A distribuição da área do PPABC por atividade de uso e ocupação do solo foi 
realizada por meio de análise interpretativa da imagem resultante das sobreposições 
das bases de dados apresentada na Figura 27. 
30 
 
 
A espacialização das áreas contaminadas encontradas no PPABC foi realizada 
utilizando-se as coordenadas indicadas no relatório de Áreas Cadastradas no Estado 
de São Paulo (CETESB, 2019). 
A análise comparativa das imagens históricas de satélite disponíveis no Google 
Earth Pro, desde 2004 até 2019, possibilitou identificar as alterações no uso e 
ocupação do solo na região do Polo ao longo desse período, tais como: a construção 
de uma faixa de dutos construída em 2018 e novas áreas urbanizadas na região do 
PPABC. 
2.3 Atividades desenvolvidas 
A pesquisa teve caráter epistemológico e foi desenvolvida em partes distintas, 
a dizer: pesquisa exploratória, caracterização da área de estudo, entrevistas, análise 
crítica e proposta do modelo de gestão. 
A pesquisa exploratória consistiu em análise documental para levantamento de 
dados e construção de um referencial teórico fundamentado em artigos acadêmicos 
publicados em periódicos científicos. A leitura e reflexão sobre teorias e práticas 
existentes que relacionam os Estudos Quantitativos de Risco (Quantitative Risk 
Assessment, em inglês) e o PGT15 (land use planning, em inglês) possibilitou 
compreender e discutir tópicos relevantes, tais como: abordagens metodológicas para 
o mapeamento de risco, aspectos culturais, regulamentação, entre outros. 
O Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (CAPES) e da Wiley Online Library foram as principais plataformas 
utilizadas na pesquisa exploratória. O Portal Periódicos da CAPES possui um acervo 
significativo de publicações e é uma importante fonte de informação científica e 
tecnológica disponível na Internet para estudantes de pós-graduação. A pesquisa no 
Portal da CAPES foi personalizada com a seleção das áreas relacionadas ao tema, a 
dizer, ciências da terra, física, matemática, química, ciências sociais, ciências 
políticas, geografia, comunicação, saúde pública, sociologia e engenharias. O 
levantamento de dados consistiu em selecionar artigos publicados em qualquer língua 
 
15 Na literatura são encontrados diferentes termos para designar ‘Planejamento e Gestão do Território’ 
(land use planning), tais como: planejamento espacial (spacial planning), planejamento urbano 
(urban planning) e planejamento territorial (territorial planning) (nota da autora). 
31 
 
 
entre 2000 e 2017; em oposição a teses, dissertações, resenhas e outros. A seleção 
dos artigos foi realizada primeiramente por meio da leitura dos títulos, resumos, 
introdução e conclusão, apoiada posteriormente pela leitura completa dos artigos de 
maior interesse. A base de dados de resumos Scopus, da Editora Elsevier Science foi 
priorizada na pesquisa, mas não se limitou a ela, visto que artigosde interesse em 
outras coleções foram identificados. As buscas avançadas foram conduzidas 
utilizando-se combinações de palavras-chaves relacionadas com o tema, conforme 
apresentadas na Tabela 1. Com exceção da Busca 1, a palavra-chave ‘land use’ foi 
mantida nas combinações de pesquisa. O refinamento dos elementos identificados na 
pesquisa inicial consistiu em excluir os tópicos que não eram de interesse. As buscas 
com os artigos selecionados foram salvas no ‘Meu Espaço’ do Portal da CAPES, 
totalizando oito buscas conforme apresentado na Tabela 1. A Busca 9 resume a 
pesquisa complementar realizada no portal da Wiley Online Library (2019), enquanto, 
que a Busca 10 e a Busca 11 foram realizadas diretamente em periódicos previamente 
selecionados, sem refinamento de busca. Todos os artigos selecionados foram 
organizados de forma a se obter um mapeamento do tema, tendo sido registradas as 
informações consideradas relevantes. O Anexo II apresenta os 45 artigos acadêmicos 
de interesse para esta pesquisa. 
Vale notar que este estudo não se limitou aos 45 artigos selecionados na 
pesquisa exploratória na plataforma CAPES e Wiley, visto que outras literaturas foram 
consultadas e encontram-se referenciadas na bibliografia deste documento. 
 
32 
 
 
Tabela 1 - Artigos acadêmicos selecionados em periódicos pelo critério de palavras-
chave e refinamento, complementado com busca direcionada 
Busca Palavras-chave Itens antes 
do 
refinamento 
Itens depois 
do 
refinamento 
Itens 
selecionados 
1 Risk mapping hazardous materials 
+ Hazardous substances 
22 7 2 
2 Mapping hazardous materials + 
Land use 
19 12 2 
3 Mapping major industrial hazard 
accident + Land use 
115 30 8 
4 Transportation hazardous Materials 
+ Land use 
100 50 3 
5 Risk assessment technological 
industrial accident + Land use 
19 8 5 
6 Hazardous Materials environmental 
justice + Land use 
12 7 1 
7 Risk assessment hazardous 
materials + Land use 
75 25 4 
8 Quantitative risk assessment 
industrial + Land use 
41 19 4 
9 Mapping major industrial hazards 
accident + land use Nota 1 
79 6 6 
10 Busca direta por autor em 
periódicos selecionados Nota 2 
- - 9 
11 Busca direta por assuntoNota 3 - - 1 
9 Total 482 164 45 
Notas: 
(1) Pesquisa realizada no portal da Wiley Online Library considerando palavras-chaves e por meio de 
busca direta pelo autor e título do trabalho. 
(2) Pesquisa realizada diretamente por autor em periódicos previamente selecionados. 
(3) Pesquisa realizada para buscar artigos que tratassem dos acidentes da Vila Socó e da Cidade do 
México, conjuntamente com o tema de planejamento territorial. 
 
A maior parte dos artigos selecionados foi publicada no Journal of Hazardous 
Materials, com 36% do total de artigos selecionados (Tabela 2). Isto pode ser 
explicado pela própria natureza do tema que aborda materiais perigosos, tais como, 
produtos químicos inflamáveis, materiais explosivos, gases tóxicos e materiais 
nucleares. 
33 
 
 
Tabela 2 - Quantidade de artigos e Classificação Qualis dos periódicos selecionados 
Periódico Área do conhecimento 
Classificação 
Qualis 
Quantidade 
de artigos 
Advances in Environmental 
Sciences 
Biodiversidade, Ciências Agrárias, 
Ciências ambientais, Geociências e 
Geografia 
A1 e B1 1 
Applied geography 
Biodiversidade, Ciências ambientais, 
Engenharias, Geociências 
A2, B1 e B2 1 
Futures 
Arquitetura, Urbanismo e Design, 
Engenharias 
A1, B2 1 
Journal of Environmental 
Assessment Policy and 
Management 
Administração, Ciências ambientais, 
Ciências Contábeis, Engenharias e 
Turismo 
B1 e B2 1 
Journal of Hazardous 
Materials 
Biodiversidade, Biotecnologia, 
Ciências Agrárias/ Ambientais/ 
Biológicas, Engenharias, Farmácia, 
Materiais, Medicina e Química 
A1 e A2 16 
Journal of risk research 
Ciências ambientais, Engenharias, 
Sociologia 
B1, A2 1 
Loss prevention in the 
process industries 
Engenharias A2 e B1 8 
Natural Hazards and Earth 
System Sciences 
Ciências ambientais, Geociências, 
Geografia, Matemática, Probabilidade 
e Estatística 
A2, B2 e B1 3 
Process Safety and 
Environmental Protection 
Engenharias, Geociências, Materiais A1, B1 e B3 1 
Reliability Engineering & 
System Safety 
Ciências da computação, Economia, 
Engenharia, Probabilidade e 
estatística 
A1, B2, B3 1 
Risk Analysis: an 
International Journal 
Biodiversidade, Ciências da 
computação e Engenharias 
A2, B1 e B3 5 
Safety Science Engenharia, Saúde coletiva A1 e B1 4 
Spatium Arquitetura e urbanismo B5 1 
Transportation Research, 
Part D 
Ciências ambientais e Engenharias A1 e B1 1 
 Total 45 
Fonte: Plataforma Sucupira da CAPES (2019) 
As Engenharias centralizam os debates, destacando-se o Journal of Loss 
Prevention in the Process Industries, Risk Analysis e Reliability Engineering and 
System Safety. A utilização de modelos matemáticos para a estimativa das 
consequências dos vazamentos de produtos perigosos e das distâncias de risco, além 
da aplicação de cálculos probabilísticos e determinísticos envolvidos nas Análises 
Quantitativa de Risco (Quantitative Risk Analysis) podem explicar a centralização das 
discussões na área das Engenharias. Tais métodos de cálculos exigem 
conhecimentos específicos de matemática, física, química, termodinâmica e 
estatística. Outro item observado nos artigos é a aplicação de Sistema de Informação 
34 
 
 
Geográfica (SIG) para elaboração de mapas de risco, recurso amplamente utilizado 
nas áreas da Ciência Agrária, Geociências e Geografia. 
Os artigos selecionados foram produzidos em diferentes países, sendo a Itália 
e a França os países que mais trataram do assunto em publicações de periódicos, 
desde o ano 2000. Os países da Europa dominam a discussão acadêmica sobre 
mapeamento de risco e sua aplicação no planejamento territorial, bem como na 
preparação e resposta a emergência, com 73,3% dos artigos selecionados (Tabela 3). 
Tabela 3 - Distribuição dos artigos acadêmicos selecionados por continente que 
tratam de estudos quantitativos de risco e o planejamento do território 
Continente Quantidade de artigos Distribuição 
Europa 33 73,3% 
América do Norte 7 15,6% 
Ásia 4 8,9% 
América Latina 1 2,2% 
Total 45 100,0% 
 Fonte: elaborado pela autora 
Nota: A Turquia e a Sérvia foram consideradas localizadas na Europa, visto que são 
candidatas a pertencer a União Europeia (UNIÃO EUROPEIA, 2019). 
Apesar da pesquisa exploratória não ter restringido a busca por países, 
somente um artigo foi encontrado na América Latina, embora haja registros de 
acidentes com consequências graves para a população na circunvizinhança de 
oleodutos e estabelecimentos químicos que poderiam ter estimulado a produção 
acadêmica, como os desastres da Vila Socó em Cubatão e o da Cidade do México. 
As buscas realizadas no Portal da CAPES e que não foram salvas no ‘Meu 
Espaço’, por não estarem relacionadas diretamente com o objeto da pesquisa, foram 
registradas de forma a analisar posteriormente se essas informações poderiam trazer 
alguma contribuição (Quadro 1). 
 
 
35 
 
 
Quadro 1 - Buscas por artigos acadêmicos no Portal da CAPES que foram 
descartados 
Palavras-chave 
Itens após 
refinamento 
da pesquisa 
Observação 
Risk mapping + land use 821 
Descartado, pois tratavam do mapeamento de 
áreas de risco suscetíveis a desastres naturais. 
Risk mapping + leak 
hazardous chemicals 
89 
Descartado, pois tratavam do mapeamento e 
gestão de riscos internos às indústrias. 
Risk mapping + 
hazardous materials 
10 
Descartado, pois tratavam do mapeamento de 
áreas contaminadas 
 Fonte: tabelado pela autora com base na pesquisa no Portal de Periódicos da CAPES (2019) 
 
Desse levantamento foi possível concluir que o mapeamento de risco 
demonstra ser uma prática comum e de longa data para a identificação das áreas 
propensas e vulneráveis a desastres naturais, mais do que para os acidentes 
industriais,haja vista a quantidade de artigos encontrados utilizando-se as palavras 
‘mapas de risco’ (risk mapping) e ‘uso e ocupação do solo’ (land use planning). Áreas 
contaminadas com produtos perigosos, tais como, metais, solventes, biocidas e 
dioxinas também são mapeadas cartograficamente e os métodos para remediá-las 
são discutidos em vários artigos. Apesar de haver áreas contaminadas no PPABC 
(indicadas no Quadro 8 e na Figura 36), esta questão não será desenvolvida, pois 
não é o foco desta pesquisa. 
2.4 Banco de dados de registros de acidentes industriais 
Com o objetivo de compreender a epidemiologia16 dos acidentes industriais 
com produtos inflamáveis e tóxicos foram consultados os bancos de dados EM-DAT 
(CRED, 2019) e SIEQ (CETESB, 2020). Os registros de atendimento à emergência 
do PAM Capuava também foram consultados e analisados. 
O Emergency Events Database (EM-DAT) mantido pelo Centro de Pesquisa 
em Epidemiologia de Desastres (CRED) conta com mais de 20 mil registros de 
desastres naturais e tecnológicos ocorridos desde 1900. 
 
16 O termo ‘epidemiologia dos desastres’ é utilizado na área da Saúde Pública para estudar taxas de 
mortalidade e incidências de doenças desencadeadas por desastres naturais e tecnológicos, bem 
como desenvolver conhecimento técnico-científico para gestão do risco, preparação e resposta a 
emergências (SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2018; CARMO; PENNA; OLIVEIRA, 
2008). 
36 
 
 
Já o ‘SIEQ – Sistema de Informações sobre Emergência Químicas’ é um banco 
de dados com mais de 11600 registros organizados e mantidos pela CETESB (2020). 
Os registros do SIEQ referem-se aos atendimentos realizados pelo Setor de 
Atendimento a Emergências da CETESB desde 1978, notadamente no estado de São 
Paulo. Os dados estão organizados por data, município, atividade, produto químico e 
seu número de registro na Organização das Nações Unidas (ONU), classe de risco 
segundo a ONU17, causa, meios atingidos (ar, água, solo ou fauna), UGRHI e número 
de vítimas. As atividades elencadas no SIEQ são: armazenamento (terminais 
químicos ou petroquímicos), descarte de produtos químicos em vias públicas, 
indústria, mancha órfã (mancha oleosa de origem não identificada), postos e sistemas 
retalhistas de combustíveis, transporte aquaviário (marítimos e fluvial), duto, 
ferroviário e rodoviário. Há também registros de ‘Nada Constatado’ (ao chegar no local 
da ocorrência indicado pelo reclamante o técnico nada registrou), ‘Não Identificado’ 
(fonte poluidora não foi identificada) e ‘Outras fontes’ não citadas anteriormente 
(CETESB, 2020). 
O Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) mantido pela 
defesa civil municipais e estaduais também foi consultado, porém não há informações 
sobre acidentes industriais do tipo: incêndios em plantas e distritos industriais ou 
liberação de produtos químicos, já que a pesquisa realizada no site do S2iD retornou 
o mapa do Brasil vazio (Figura 5). Algumas secretarias municipais de Defesa Civil 
mantém registros de vazamentos de produtos químicos no transporte rodoviário, 
porém não é o objeto desta pesquisa. 
 
 
17 As classes de risco dos produtos químicos perigosos segundo a ONU são: (1) explosivo, (2) gases, 
(3) líquidos inflamáveis, (4) sólidos inflamáveis, substâncias sujeitas a combustão espontânea, 
substâncias que em contato com água emitem gases inflamáveis, (5) substâncias oxidantes e 
peróxidos orgânicos, (6) substâncias tóxicas e substâncias infectantes, (7) materiais radioativos, (8) 
substâncias corrosivas, substâncias e artigos perigosos diversos. 
37 
 
 
Figura 5 - Busca por registros de acidentes industriais no Sistema Integrado de 
Informações sobre Desastres (S2iD) 
 
 Fonte: Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (2020) 
 
2.5 Entrevistas 
As entrevistas foram realizadas em dois momentos diferentes da pesquisa: 
durante a estadia na Universidade de Wageningen, nos Países Baixos em 2017, e na 
fase de consolidação das informações no Brasil entre 2018 e 2020. 
2.5.1 Entrevistas nos Países Baixos 
O desenvolvimento da pesquisa no período vivenciado na Universidade de 
Wageningen, nos Países Baixos, entre 22 de julho a 21 de novembro de 2017 como 
estudante de pós-graduação visitante no Programa Ciências Sem Fronteiras da 
CAPES, trouxe importantes contribuições para as discussões aqui apresentadas. Foi 
possível entrar em contato com instituições e especialistas e compreender alguns 
tópicos de interesse relacionados com PGT e acidentes industriais, tais como, quadro 
jurídico local e europeu, cultura de segurança, cultura de desastres e gestão de 
riscos/desastres. As atividades desenvolvidas nos Países Baixos foram: 
38 
 
 
• reuniões com supervisores: Dr. Jeroen Warner e Dr. Robert Coates, 
Universidade de Wageningen; 
• pesquisa exploratória, pesquisa analítica e comparativa; 
• entrevistas com especialistas; 
• participação de discussões em grupos de pesquisa; e 
• preparação de artigos acadêmicos, tendo sido publicado o artigo ‘O queijo 
suíço no Brasil: cultura de desastres versus cultura de segurança’ nas 
línguas portuguesa e inglesa (WARNER; ALVES; COATES, 2019). 
As instituições apresentadas no Quadro 2 foram visitadas nos Países Baixos 
durante estadia na Universidade de Wageningen. 
Quadro 2 - Instituições visitadas nos Países Baixos 
Instituição Apresentação da instituição 
Wageningen 
University & 
Research (WUR) – 
Sociology of 
Development and 
Change, Wageningen 
Fundada em 1876. Encontra-se entre as 64 melhores universidades do 
mundo conforme Times Higher Education World University Ranking. A 
WUR ocupa posição de destaque com publicações nas áreas de 
alimentos, agricultura e meio ambiente. Possui 6500 docentes e 12 mil 
discentes, sendo 29% dos estudantes de diferentes países. 
www.wur.nl/en.htm 
RIVM – Instituto 
Nacional para Saúde 
Pública e Meio 
Ambiente do 
Ministério da Saúde, 
Bem-Estar e Esporte 
Agência governamental que coleta e compartilha o conhecimento entre 
centros de pesquisa, órgãos intergovernamentais e público em geral de 
todo o mundo. Missões: apoio político, coordenação nacional, 
elaboração de programas de prevenção e intervenção, fornecimento de 
informações a profissionais e público geral, desenvolvimento e 
pesquisa de conhecimento e apoio a inspetores. www.rivm.nl. 
PBL Netherlands 
Environmental 
Assessment Agency, 
Den Haag 
Instituto nacional de análise de políticas estratégicas nos domínios do 
meio ambiente, da natureza e do ordenamento do território. O PBL 
contribui na melhora da qualidade da tomada de decisões políticas e 
administrativas por meio da realização de estudos prospectivos, 
análises e avaliações utilizando uma abordagem integrada. 
www.pbl.nl/en/aboutpbl. 
TNO, Utrecht Fundada em 1932 é uma organização de pesquisa independente. Tem 
por missão conectar pessoas e conhecimento para criar inovações que 
promovam força competitiva sustentável para a indústria e bem-estar 
da sociedade, valorizando a criação conjunta de valor econômico e 
social. Desenvolve os softwares EFFECTS para cálculo de 
consequências e RISKCURVES para cálculo do risco quantitativo. 
www.tno.nl. 
LANDac Netherlands 
Academy for Land 
Governance, Utrecht 
 
Fundada em 2010 pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros dos 
Países Baixos. Associada à Universidade de Utrecht. Discute e 
compartilha conhecimento sobre conflitos relacionados com o território 
e desigualdade, por meio de uma abordagem inclusiva de governança, 
abordando teorias e práticas. Reúne pesquisadores acadêmicos, 
representantes do setor privado e sociedade civil. 
www.landgovernance.org. 
http://www.wur.nl/en.htm
http://www.rivm.nl/
http://www.pbl.nl/en/aboutpbl
http://www.tno.nl/
http://www.landgovernance.org/
39 
 
 
A maioria dos entrevistados nos Países Baixos são de universidades e centros 
de pesquisas das áreas de estudos quantitativos de risco, ciências sociais e 
planejamento egestão do território. A seguir é apresentada uma breve descrição do 
perfil dos entrevistados. 
✓ Dr. Jeroen Warner, Wageningen University 
Professor associado da Universidade de Wageningen. MSc em Relações 
Internacionais, Amsterdam; PhD Estudos de desastres, Wageningen. Ensina, treina e 
publica sobre conflitos de água, desastres, gerenciamento de recursos participativos 
e questões de governança. Suas especialidades são: análise de risco; desastres; 
políticas; conflitos e segurança. Seus principais interesses de pesquisa são: desastres 
e resiliência social. Jeroen.warner@wur.nl. 
✓ Dr. Robert Coates, Wageningen University 
Professor na Universidade de Wageningen. MSc Globalization & Latin 
American Development (Instituto de Estudos Latino-Americanos, Universidade de 
Londres, 2011); MSc Postcolonial Politics (Aberystwyth, 2003); Bacharel em relações 
internacionais. Desenvolveu sua tese de doutorado em 2016 no King's Brazil Institute, 
King's College London: ‘A ecologia da cidadania: compreender a vulnerabilidade no 
Brasil urbano’. Seus interesses são: ecologia política; desastres; perigos e geografias 
críticas da cidadania e do estado, especialmente no Brasil. robert.coates@wur.nl. 
✓ Dr. Ben J. M. Ale 
Professor emérito da Universidade de Delft em Ciência da Segurança e Gestão 
de Desastres e professor titular de 2002 a 2012. Foi professor na Universidade de 
Ghent e da EPFL em Lausanne, Suíça. Professor visitante em Gestão de Riscos na 
Universidade de Antuérpia. Sua carreira teve início como cientista na Universidade de 
Amsterdã e pesquisador de uma empresa química. Foi responsável pela formulação 
e implementação de políticas governamentais para proteção do ser humano e meio 
ambiente contra os perigos causados pelas indústrias químicas, transporte de 
produtos químicos e tráfego aéreo (essas políticas ainda estão em vigor nos Países 
Baixos). Iniciou e orientou o desenvolvimento de vários sistemas de apoio à decisão 
e participou do desenvolvimento do reconhecido software SAFETI, amplamente 
utilizado para análise de riscos quantitativos. Liderou o Centro Nacional de Segurança 
Externa e a seção de pesquisa do Instituto Nacional de Incêndio Neerlandês. 
mailto:Jeroen.warner@wur.nl
mailto:robert.coates@wur.nl
40 
 
 
Atualmente participa de projetos de segurança entre outros modelos de análise de 
risco quantitativos baseados em Bayesian Belief Net. Suas áreas de pesquisa são: 
gestão de riscos de produtos químicos; transporte de produtos químicos; tráfego aéreo 
e perigos causados pela indústria química. Foi palestrante em São Paulo no Workshop 
promovido pela CETESB em 1999, quando falou sobre aceitabilidade de risco. 
ben.ale@xs4all.nl. 
✓ Dr. Jeroen M. M. Neuvel, RIVM/ Universidade de Saxion 
Pesquisador senior e conferencista em estudos aplicados de segurança. É 
colaborador do RIVM, professor associado das Ciências da Segurança e pesquisador 
de gestão de riscos no Centro de Conhecimento para a Vida e Ambiente da 
Universidade de Saxion. Tese: dimensões geográficas da gestão de riscos: a 
contribuição do ordenamento do território e da Geo-ICT para a redução do risco, 2009. 
Jeroen.neuvel@rivm.nl. 
✓ Claudia Basta, PBL, Den Haag 
Claudia Basta é italiana, arquiteta, mestre em planejamento urbano pela 
Universidade de Arquitetura de Veneza e doutora pela Universidade de Delf em 2009. 
Sua tese ‘Risco, território e sociedade: desafio para um regulamento europeu 
conjunto’ foi desenvolvida sob a supervisão combinada do Centro Comum de 
Pesquisa da Comissão Europeia e da Safety Science Group da Faculdade da 
Universidade de Delft. Foi professora do Departamento de Planejamento e Gestão 
Territorial da Universidade de Wageningen. Participou de vários grupos de pesquisa 
e vem publicando artigos acadêmicos relacionados com a localização de indústrias 
perigosas, cultura de risco e planejamento territorial. Atualmente trabalha como 
pesquisadora da Agência de Avaliação Ambiental dos Países Baixos (PBL – 
Netherlands Environmental Assessment Agency). Seus interesses são: ética 
aplicada, filosofia, história contemporânea e geografia humana. Claudia.basta@pbl.nl 
✓ Arjan M. C. Boxman, RIVM 
Pesquisador no setor de Segurança Ambiental do RIVM. Atualmente concentra-
se no projeto de modernização da política de segurança ambiental dos Países Baixos. 
Os Países Baixos resolveram repensar a forma de gerenciar os riscos de acidentes 
industriais no âmbito do PGT, após o desastre em Enschede no ano 2000. Um Manual 
mailto:ben.ale@xs4all.nl
mailto:Jeroen.neuvel@rivm.nl
mailto:Claudia.basta@pbl.nl
41 
 
 
de Segurança Química está sendo desenvolvido com o propósito de ser uma 
ferramenta para implementar a nova política de segurança ambiental, e oferecerá 
métodos para a tomada de decisão de autoridades e partes interessadas. O Manual 
não direciona decisões políticas, pois o RIVM entende que tais escolhas devem ser 
democráticas. As escolhas são de responsabilidade da autoridade competente local 
(município). O método baseia-se em determinar se uma área requer atenção e 
proteção contra incêndio, explosão ou nuvem tóxica e quais as medidas adequadas 
para proteger a população, inclusive considerando códigos construtivos de edificações 
civis para a proteção pessoal. arjan.boxman@rivm.nl. 
✓ Hans Boot, TNO 
 
Pesquisador científico em segurança industrial. Responsável pelos softwares 
EFFECTS e RISKCURVES do TNO. Especialista em modelagem de consequências 
da liberação de materiais perigosos e avaliação quantitativa de risco. Atualmente 
dedica-se ao projeto para apresentação geográfica do Risco Social (geographical 
societal risk) para aplicação no planejamento e desenvolvimento urbano. O objetivo 
desse projeto é promover discussões entre especialistas, autoridades e planejadores 
urbanos, de forma a auxiliar na tomada de decisão quanto a relocação de população, 
elaboração de planos de emergência e comunicação de risco (BOOT, 2010). 
✓ Inge Trijssenaar-Buhre, TNO 
Pesquisadora em segurança industrial e ambiente construído. Pesquisa sobre 
análise de risco de liberação de produtos perigosos e desenvolvimento de modelos 
matemáticos de evaporação e explosão. Atualmente dedica-se ao desenvolvimento 
de método para auto resgate, que é a base do software ‘SeReMo – Decision-support 
for self-rescue during accidents with hazardous substances’, indicado para 
organizações de emergência e defesa civil na tomada de decisão de resgate em 
acidentes com produtos químicos perigosos. 
2.5.2 Entrevistas no Brasil 
O principal objetivo das entrevistas realizadas no Brasil foi compreender a 
percepção do entrevistado sobre a problemática e receber sugestões sobre qual a 
melhor abordagem metodológica para a GRAI no âmbito do PGT. As entrevistas foram 
realizadas em duas modalidades: presenciais e online. As entrevistas presenciais 
mailto:arjan.boxman@rivm.nl
42 
 
 
consistiram primeiramente em apresentar o projeto de pesquisa, de forma a fomentar 
um debate e identificar possíveis barreiras para a implantação da proposta 
metodológica. Ao final da entrevista, um questionário de 10 perguntas foi submetido 
ao entrevistado com o objetivo de identificar o seu perfil e qual a melhor abordagem 
metodológica para a elaboração dos mapas de risco, isto é, aquela considerada mais 
compreensível pelo entrevistado para a aplicação no PGT e em planos públicos de 
contingência. O questionário foi respondido pelo entrevistado espontaneamente e sem 
a interferência do pesquisador. As entrevistas presenciais foram gravadas em áudio 
com a permissão do entrevistado. As entrevistas com os agentes públicos dos 
municípios de Santo André, Mauá e São Paulo foram presenciais. 
Já o questionário apresentado no Anexo IV foi respondido online por meio de 
formulário pré-formatado no Google Forms®. O formulário foi encaminhado pela 
internet para grupos das áreas de planejamento urbano, defesa civil e indústria,a 
dizer: Câmara Metropolitana de Gestão de Riscos (CTM-GRA), grupo dos discentes 
da Pós-graduação em Planejamento e Gestão do Território da UFABC, Dinos Group18, 
além de grupo de relacionamento pessoal nas indústrias de energia, química e 
petróleo. As respostas do questionário online foram analisadas e tabuladas de forma 
a identificar o perfil do público e a prevalência das respostas. 
 
 
 
 
18 O Dinos Group é um grupo formado por veteranos brasileiros em emergência, criado após os 
acidentes nas empresas Ultracargo em 2.015 e Localfrio em 2.016, ambas localizadas na baixada 
santista, SP. O fundador do grupo, João Carlos Hermenegildo, percebeu que havia dificuldade dos 
envolvidos nas respostas de emergência por falta de informação técnica e conhecimento prático. O 
grupo reúne atualmente 96 profissionais com mais de 20 anos de experiência em diferentes áreas 
da emergência, conta com regulamento e diretoria. Os novos membros devem ser indicados e 
aprovados pela diretoria do grupo. 
43 
 
 
3 REFERENCIAL TEÓRICO 
3.1 A industrialização e a urbanização: é possível uma relação sustentável? 
A industrialização é apontada na literatura como responsável por diversas 
transformações no desenvolvimento e nas cidades. A revolução industrial, por 
exemplo, a partir da segunda metade do século XVIII, deu início a uma série de 
mudanças nas relações de trabalho e na sociedade. Lefebvre (2011), filósofo e 
sociólogo francês, expõe a problemática urbana a partir do processo de 
industrialização na sociedade moderna, definindo à industrialização o papel de 
‘indutor’ do desenvolvimento urbano. Em sua narrativa, a industrialização e a 
urbanização formam um processo dialético com aspectos inseparáveis, porém 
conflitantes: crescimento e desenvolvimento, produção e vida social. Muitos 
fenômenos urbanos são atribuídos à industrialização, êxodos, aglomerações e polos 
de crescimento são alguns dos exemplos que levaram, entre outros efeitos, a uma 
transformação morfológica das cidades (LEFEBVRE, 2011). O que se observa é que 
as indústrias já ocuparam diferentes lugares no espaço e no tempo. No início do 
processo de industrialização, as indústrias se fixaram fora das cidades; apesar de que 
Lefebvre (2011) observou que isso não era uma lei absoluta; e muitas se aproximaram 
dos centros urbanos, ou seria o contrário? As cidades cresceram sem ‘barreiras’ que 
as delimitassem e acabaram se aproximando e encontrando as indústrias? 
A industrialização no Brasil teve início no XIX, com a instalação de fábricas 
produtoras de ferro em Minas Gerais e São Paulo, seguida de fábricas do ramo têxtil, 
calçados, bebidas, fumo e outros bens de consumo não-duráveis localizadas no Rio 
de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais (LOUREIRO, 2006). A partir do início de 1920, 
a indústria paulista se destaca na produção industrial nacional, inicialmente se 
concentrando em Sorocaba, Itu, Salto e Jundiaí, seguido de concentração na Capital, 
impulsionada por fatores como disponibilidade de mão de obra e de usinas 
hidrelétricas, além da proximidade de mercados consumidores e do porto de Santos 
(LOUREIRO, 2006). 
Há várias teorias sobre quais são os fatores que levam à localização e 
concentração de indústrias no espaço geográfico. A teoria da localização de Alfred 
Weber (1929, apud LAUTERT; ARAÚJO, 2007) leva em conta fatores que influenciam 
a escolha locacional das indústrias em: regionais e locais. Os fatores regionais estão 
44 
 
 
relacionados com a localização geográfica e influenciam o custo de transporte e da 
mão de obra; enquanto, que, os ‘locais’ são fatores independentes da geografia, 
classificados em ‘aglomerativos’ e ‘desaglomerativos’: 
Fatores aglomerativos são vantagens de produção e comercialização 
resultantes da concentração da produção em um determinado ponto, como 
economias de escala (internas), economias resultantes da proximidade de 
outras indústrias (externas). Fatores desaglomerativos são as vantagens 
obtidas por meio da desconcentração geográfica da produção [...], como o 
alto custo da terra, congestionamentos, poluição, entre outros fatores 
(LAUTERT; ARAÚJO, 2007, p. 348). 
Dentre os fatores ‘locais’, Lautert e Araújo (2007) apontam os incentivos fiscais 
como o atributo que mais contribui para a localização das indústrias, porém como 
observado por Acselrad (2001), o processo gerado por esse atributo estimula disputas 
entre cidades (guerra fiscal), levando a um ‘urbanismo de resultados’, que por sua vez 
contribui para aumentar as desigualdades, a degradação ambiental e exclusão da 
população pobre. Como observado por Brenner (2010, p. 544) “[...] as regiões 
industriais periféricas competem com os núcleos urbanos em termos de investimento 
de capital, subsídios estatais e outros bens coletivos [...]”, intensificando o 
desenvolvimento geográfico desigual. Água, energia e infraestrutura de transporte são 
exemplos dos recursos disputados; porém é no uso da terra que a população de baixa 
renda perde a disputa, pois à ela restam as “[...] áreas contaminadas por lixo tóxico, 
áreas sobre gasodutos ou sob linhas de transmissão elétrica [...]” (ACSELRAD, 2001, 
p. 39), enfim “[...] as terras de localização inadequada para o desenvolvimento urbano 
e, consequentemente, todas as precariedades decorrentes dessa situação: exposição 
ao risco e vulnerabilidade a doenças [...]” (SANTOS JR; MONTANDON, 2011, p. 49). 
Quanto a concentração geográfica da indústria de transformação no Brasil, 
Lautert e Araújo (2007) analisaram o cenário entre 1996 e 2001, constatando uma 
tendência nacional de ‘desaglomeração’ geográfica após um período de intensa 
aglomeração na Região Sudeste a partir de 1970, principalmente no estado de São 
Paulo. A partir de 1980, a distribuição espacial foi influenciada, entre outros fatores, 
pela redução dos incentivos estatais que acabaram por favorecer a ‘desaglomeração’, 
com tendência a estabilizar-se ou mesmo regredir (LAUTERT; ARAÚJO, 2007). Mas 
como é a distribuição espacial das indústrias no Brasil atualmente? Existe alguma 
relação com a distribuição demográfica? Para responder essas questões utilizou-se 
dados organizados pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) 
45 
 
 
para a indústria de transformação19 e dados demográficos do IBGE. Observa-se na 
Figura 6 uma ‘aglomeração’ de estabelecimentos industriais na região Sudeste e Sul 
em 2017, com 75,7% do total de indústrias de transformação do Brasil. São Paulo, 
Minas Gerais e Rio Grande do Sul foram os Estados com o maior número de 
estabelecimentos da indústria de transformação, com 26,3%, 12,6% e 10,4% 
respectivamente do total brasileiro de 330.801 de estabelecimentos no Brasil em 2017 
(FIESP, 2019). 
Figura 6 – Distribuição geográfica da população e número de estabelecimentos 
industriais de transformação no Brasil em 2017 
 
 
Fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017) e Federação das Indústrias do 
Estado de São Paulo (FIESP, 2019) (dados organizados pela autora) 
 
19 A indústria de transformação engloba os seguintes subsetores: produção mineral não metálica, 
indústrias química, metalúrgica, mecânica, elétrico e comunicação, material de transporte, madeira 
e mobiliário, papel e gráfica, borracha, fumo, couros, têxtil, calçados, alimentos e bebidas (FIESP, 
2019). 
30,0% ind. 
3,1% ind. 
7,5% ind. 
14,3% hab. 
45,7% ind. 
27,6% hab. 
41,9% hab. 
7,6% hab. 
8,6% hab. 
13,7% ind. 
46 
 
 
Com relação à distribuição geográfica de indústrias e população (Tabela 4), 
nota-se distribuições proporcionais no Sudeste e Centro Oeste, isto é, índices 
semelhantes de indústrias e população, ao passo que o Norte e Nordeste apresentam 
índices de população maior do que de indústrias. Essa relação entre indústrias e 
população demonstra que as regiões Centro Oeste, Sudeste e Sul são as mais 
desenvolvidas industrialmente em comparação com as regiõesNorte e Nordeste. A 
região Sul apresenta a maior proporção de indústrias por habitantes do Brasil, sendo, 
portanto, a mais desenvolvida industrialmente. 
Tabela 4 - População e número de estabelecimentos industriais de transformação 
por regiões do Brasil em 2017 
Região População em 
2017 
Número de 
estabelecimentos 
industriais em 2017 
Proporção Quantidade 
Indústrias/ 1000 hab. 
Norte 17.936.201 10.273 0,6 
Nordeste 57.254.159 45.460 0,8 
Centro Oeste 15.875.907 24.724 1,6 
Sudeste 86.949.714 151.221 1,7 
Sul 29.644.948 99.123 3,3 
Total 207.660.929 330.801 1,6 (média) 
Fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017) e Federação das Indústrias do 
Estado de São Paulo (FIESP, 2019) (dados organizados pela autora) 
Apesar da proporção média de 1,6 estabelecimentos industriais por 1000 
habitantes no ano de 2017, o Brasil, no entanto, vem enfrentando um processo de 
‘desindustrialização’. Conforme estudo realizado pelo Departamento de Economia, 
Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo 
(FIESP, 2019), a evolução da participação da indústria de transformação no Produto 
Interno Bruto (PIB) apresentou dois períodos distintos entre 1947 e 2018. Como pode 
ser observado no gráfico da Figura 7, houve um grande crescimento da indústria no 
cenário nacional até 1985, atingindo em seu ápice a marca de 21,8% de participação 
no PIB, mas a partir daí a indústria declinou e alcançou em 2018 o menor nível desde 
o início do governo de Getúlio Vargas em 1951, o que configura um processo de 
‘desindustrialização’ no Brasil (FIESP, 2019). 
 
47 
 
 
Figura 7 – Evolução da participação da indústria de transformação brasileira no PIB, 
entre 1947 e 2018 
 
 Fonte: FIESP (2019) 
Um outro fator que influencia a aglomeração de indústrias no espaço geográfico 
é a presença de refinarias de petróleo. As refinarias concentram, ao seu redor, 
indústrias da cadeia petroquímica e empresas distribuidoras de Gás Liquefeito de 
Petróleo (GLP), como observado no PPABC. 
A industrialização e a urbanização apresentam, portanto, uma relação no 
desenvolvimento e na disputa pelos espaços geográficos, desta forma, o debate e a 
proposição de práticas de PGT para estabelecer um nexo sustentável com a GRAI 
mostram-se necessários. 
3.2 Por que discutir os acidentes industriais no âmbito do planejamento 
territorial? 
O setor industrial tem buscado recursos no campo das ciências exatas para 
aumentar sua produção com o menor custo possível. Na década de 70 do século XX 
iniciou-se uma preocupação com a ameaça que estas atividades causavam às 
pessoas e ao meio ambiente (LEES, 2005), porém até aquele momento sem muita 
48 
 
 
expressão. Foi somente após a ocorrência de diversos acidentes graves20 ocorridos 
na década de 1980, que as empresas passaram a incorporar aos seus interesses, a 
segurança pessoal e a proteção ao meio ambiente. Estas iniciativas trouxeram rápido 
desenvolvimento tecnológico, que resultou no domínio de técnicas, procedimentos e 
metodologias para a segurança nas áreas de petróleo, petroquímica e química, que 
já eram amplamente adotadas pelas indústrias bélica, aeronáutica e nuclear 
(CETESB, 2011). 
No entanto, apesar de todo o acervo técnico obtido para controle do processo 
produtivo e prevenção de acidentes, ainda se observam ações pouco estruturadas 
das empresas com as instituições públicas para a preparação e resposta aos 
acidentes graves, exíguo envolvimento das partes interessadas nos processos de 
tomada de decisão e pouca atuação proativa das empresas em áreas externas à 
indústria. Nessa perspectiva, há uma tendência das indústrias para agir por 
‘demanda’, isto é, quando motivada pela necessidade de atendimento às 
regulamentações, ou sob ‘condução coercitiva’ imposta por autoridades, 
principalmente após um acidente (PATEL, 2015). Além disso, as informações de risco 
não são plenamente compartilhadas e não ficam disponíveis para as partes 
interessadas (SPÓSITO; POFFO, SALVI; 2016, MERAD; RODRIGUES, 2005). 
Por outro lado, os gestores do território que se fundamentam nas ciências 
humanas aplicadas, utilizam o amplo e sólido arcabouço teórico tanto para discutir, 
analisar e propor políticas e práticas em busca de cidades mais justas (FAINSTEIN, 
2005) e sustentáveis (MEADOWCROFT; LANGHELLE; RUUD, 2012; ACSELRAD, 
2001), quanto para compreender as dinâmicas territoriais e a vulnerabilidade 
socioambiental em suas diversas dimensões e escalas (WATSON, 2009). Entretanto, 
apesar dos grandes avanços teóricos e práticos adquiridos, ainda há muitos 
problemas identificados e não resolvidos, particularmente aqueles relacionados com 
a gestão dos riscos urbanos (STOJANOVIć; JOVAšEVIć-STOJANOVIć, 2006), 
ademais o planejamento territorial não incorpora as discussões sobre os riscos de 
 
20 ‘Acidente grave’ é definido na Diretiva da União Europeia, conhecida por Seveso III (PARLAMENTO 
EUROPEU E DO CONSELHO, 2012) “[...] como um acontecimento, tal como uma emissão, um 
incêndio ou uma explosão de graves proporções resultantes do desenvolvimento não controlado 
durante o funcionamento de um estabelecimento abrangido pela presente diretiva, e que provoque 
um perigo grave, imediato ou retardado, para a saúde humana ou para o meio ambiente, no interior 
ou exterior de um estabelecimento, e que envolva uma ou mais substâncias perigosas”. A Diretiva 
Seveso II apresenta uma lista de substâncias perigosas que definem a aplicação da mesma. 
49 
 
 
acidentes industriais. Basta21 (2009), por exemplo, relata em seu livro sobre ‘Risco, 
Território e Sociedade’, que as contribuições na literatura dos estudiosos do PGT para 
a questão dos acidentes industriais são menos representativas em comparação com 
as fornecidas por analistas e especialistas em risco22, embora [...] as ‘incertezas’ dos 
engenheiros químicos não são as mesmas ‘incertezas’ dos planejadores 
urbanos [...] (BASTA, 2011, p. ix, grifo nosso). A afirmação de Basta revela as 
diferentes perspectivas e interpretações da problemática da GRAI no âmbito do PGT, 
envolvendo duas especialidades que normalmente atuam de forma independente. 
Como observado por Canil, Lampis e Santos, a chegada das ciências sociais 
no campo da gestão dos desastres gerou encontros e desencontros com as ciências 
exatas, principalmente com relação ao tema da vulnerabilidade, demonstrando a 
“dificuldade de trabalhar com os conceitos para se alcançar uma abordagem integrada 
sobre o risco, desastre e vulnerabilidade” (CANIL et al., 2020, p. 403). 
A partir dessa reflexão, observa-se um vasto conhecimento nas ciências exatas 
e sociais que atuam com ‘forças’ opostas na questão do GRAI no âmbito do PGT como 
representado na Figura 8. 
Figura 8 - Análise crítica da aplicação do conhecimento das ciências exatas e 
ciências sociais na GRAI no âmbito do PGT 
 
 Fonte: elaborado pela autora 
 
21 Claudia Basta foi uma das especialistas entrevistadas nos Países Baixos durante a estadia na 
Universidade de Wageningen (nota da autora). 
22 Basta refere-se aos especialistas que elaboram os estudos quantitativos de risco (nota da autora). 
Ciências exatas
Acervo técnico
Indústrias, órgãos ambientais, centros 
de pesquisa, associações de classe
Ciências sociais
Acervo teórico
Governo, acadêmicos, gestores públicos, 
planos e políticas públicas
50 
 
 
Além da atuação dos especialistas de risco e dos planejadores urbanos nesse 
cenário, há ainda a atuação do Estado como organizador e fiscalizador das 
regulamentações. Adi Ophir (2007), filósofo israelense que analisa e discute teorias 
críticas sobre desastres e respostas humanitárias, defende a ideia de que o Estado 
desempenha concomitantemente o papel de facilitador e gerador das catástrofes. 
Segundo Ophir, a ‘fé’ antes atribuída à ‘divina providência’ tem sido substituída pela 
figura do Estado, porém visto como um agente imperfeito nesseprocesso por sua 
incapacidade de tomar decisões adequadas e oportunas, sendo responsabilizado pela 
ocorrência e danos causados pelos desastres. Ophir parte da dialética do progresso 
da humanidade em tempos modernos capturada por Kant em sua obra ‘A crítica do 
julgamento’, onde as calamidades resultantes da guerra também trazem benefícios. 
De acordo com Ophir (2007), a capacidade do homem em destruir vidas humanas 
aumentou drasticamente, assim como também sua capacidade em prever e prevenir 
desastres, e aliviar os sobreviventes. Estes dois processos contraditórios identificados 
por Ophir são resultados da revolução industrial, do avanço da ciência e tecnologia, 
de novas teorias e práticas de governança, do progresso dos meios de comunicação 
e do surgimento de Estados centralizados e poderosos (2007). 
Nogueira bem observou em sua pesquisa sobre desastres naturais23 que: 
[...] existe hoje uma lacuna a ser preenchida dentro do conhecimento técnico-
científico nacional para que se possam articular os avanços ocorridos nas 
últimas duas décadas nos campos dos conceitos, da previsão, alerta, 
prevenção e mitigação de acidentes [...]. Neste setor, a prática institucional 
nos diferentes níveis de governo é quase sempre aleatória e despida de 
fundamentos consistentes (NOGUEIRA, 2002, p. 13). 
Essa mesma lacuna é observada na GRAI, apesar do consolidado 
conhecimento técnico-científico presente nessa área. Lopes notou durante sua 
pesquisa sobre os riscos de acidentes industriais e a integração ao planejamento do 
território, “que a gestão pública dos riscos industriais é centralizada nos órgãos de 
meio ambiente, tendo pouco ou nenhuma interface com as demais políticas públicas” 
(LOPES, 2017, p. 67). Lopes relata que apesar dos EARs serem valiosas ferramentas 
para estimar o risco das atividades industriais e seus resultados poderem ser 
 
23 De acordo com a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE), os “desastres 
naturais” estão classificados em: geológicos, hidrológicos e meteorológicos, climatológicos e 
biológicos; e englobam: terremoto, emanação vulcânica, movimento de massa, erosão, inundações, 
enxurradas, alagamentos, tempestades, temperaturas extremas, secas, epidemias e 
infestações/pragas (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, 2016). 
51 
 
 
integrados ao PGT, os mesmos “são utilizados apenas no âmbito do licenciamento 
ambiental” (LOPES, 2017, p. v). Lopes observou que os resultados dos EARs não 
chegam a ser considerados pelas autoridades do PGT e que isso “faz com que seja 
comum o surgimento de cidades ao redor de instalações perigosas, o que aumentam 
consideravelmente o potencial das consequências de um possível acidente” (LOPES, 
2017, p. 111). 
Como observado por Naime (2010), as discussões que ocorrem nos processos 
de licenciamento ambiental no Brasil giram em torno dos detalhes técnicos de 
execução dos EARs, enquanto que pouca atenção é dada para compreender as 
interações com o meio social. Naime (2010, p. 155) questiona: “se invasões de faixas 
de dutos são eventos possíveis, por que os estudos quantitativos de risco não são 
capazes de evitar o aumento da exposição ao risco ?” Simplesmente porque esses 
estudos não são apropriados para a tomada de decisão, ele conclui. 
Se por um lado existe esse avanço técnico na prevenção de desastres, mesmo 
que contraditório como destacado por Ophir, por outro há o desenvolvimento de 
teorias e práticas no PGT em busca de cidades sustentáveis (WATSON, 2016; ONU, 
2015; ACSELRAD, 2001). O aumento da população em áreas urbanas24, a crescente 
pobreza e as mudanças climáticas trouxeram um viés reflexivo sobre como as cidades 
vêm sendo planejadas e se preparando para os desafios futuros. Watson (2009), por 
exemplo, observou que houve pouca mudança nas teorias e práticas do planejamento 
territorial ao longo das últimas três décadas, principalmente no hemisfério sul, sendo 
observada uma forte influência das práticas do Norte - especificamente: Europa 
Ocidental e EUA - para o Sul do hemisfério. Watson (2009) destaca que os atuais 
sistemas de planejamento urbano são parte do problema de não se alcançar um 
planejamento sustentável, pois eles promovem a exclusão social e espacial, 
discriminam os pobres e fazem pouco para garantir a sustentabilidade ambiental, 
argumentando que o planejamento territorial necessita de uma reforma para 
desempenhar um papel mais significativo nas questões urbanas atuais, já que a 
grande maioria dos modelos de planejamento está mais focado em “prover interesses 
privados com recursos públicos” (WATSON, 2009, p. 153). 
 
24 Atualmente mais da metade da população global vive em áreas urbanas e até 2050 essa proporção 
deverá chegar a quase 70% (WATSON, 2016). 
52 
 
 
Ainda que questões sobre gestão de desastres no âmbito do PGT estejam 
presentes nas agendas de fóruns internacionais, como os promovidos pela 
Organização das Nações Unidas, há um longo caminho a ser percorrido para se 
alcançar os objetivos para um planejamento sustentável, como aqueles estabelecidos 
na Agenda 203025, principalmente com relação ao ‘Objetivo para o Desenvolvimento 
Sustentável – ODS’ número 11, que trata das ‘Cidades e Comunidades Sustentáveis’ 
e tem como meta tornar os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e 
sustentáveis (ONU, 2015). 
Durante a Conferência Habitat III realizada em Quito, de 17 a 20 de outubro de 
2016, foi proposta a Nova Agenda Urbana (NAU) com compromissos de mudanças 
de paradigma na ciência das cidades (ONU-HABITAT, 2016). Dentre os 
compromissos mais relevantes para a gestão dos riscos dos desastres e o 
planejamento territorial pode-se citar: 
• A importância da participação integrada dos atores nos níveis global, 
regional, nacional, subnacional e local. 
• Garantir a sustentabilidade ambiental, promovendo o uso sustentável da 
terra e reduzindo o risco de desastres. 
• Reorientar a atual abordagem de planejamento para uma mudança de 
paradigma, reconhecendo como essencial a implementação de políticas 
envolvendo parcerias locais, nacionais e entre diversos atores, no 
sentido de construir sistemas integrados e cooperativos. 
• Fortalecer a resiliência, em particular por meio do desenvolvimento de 
infraestrutura e do planejamento territorial para a gestão e redução de 
risco de desastres com base em dados estatísticos e abordagem 
holística, no sentido de reduzir vulnerabilidades e risco, especialmente em 
áreas de assentamentos formais e informais propensas ao risco, incluindo 
favelas, permitindo uma rápida resposta e recuperação. 
• Promover medidas para o reforço e a reabilitação de todas as moradias 
em situação de risco, inclusive em favelas e assentamentos informais, 
 
25 A Agenda 2030 é um acordo entre chefes de Estado e de Governos que traz 17 Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável (ODS) para serem alcançados globalmente até o ano de 2030 (ONU, 
2015). 
53 
 
 
para torná-las resilientes aos desastres em coordenação com as 
autoridades locais e os atores relevantes. 
• Apoiar a mudança de abordagens reativas para outras mais proativas, 
holísticas, inclusivas e com base no risco, tais como a sensibilização 
do público sobre os riscos e a promoção de investimentos prévios para 
prevenir os riscos e aumentar a resiliência, garantindo, ao mesmo 
tempo, respostas locais oportunas e eficazes para atender às necessidades 
imediatas de habitantes afetados por desastres provocados pelo homem. 
• Adotar os princípios do ‘reconstruir melhor’ no processo de recuperação 
pós-desastre para integrar ao planejamento futuro medidas ambientais e 
espaciais e de fortalecimento da resiliência, lições de catástrofes 
passadas, bem como a conscientização sobre novos riscos. 
• Integrar medidas de redução de risco de desastres e de mitigação em 
processos de desenvolvimento e planejamento territorial, incluindo o 
desenho de espaços, edifícios,construções, serviços e infraestrutura 
com base na resiliência. 
• Promover a cooperação e a coordenação entre setores, bem como a 
capacitação de autoridades locais para desenvolver e implementar 
planos de redução de risco e de resposta a desastres, tais como 
avaliações de risco sobre a localização das instalações públicas atuais e 
futuras, bem como sua capacidade para formular procedimentos de 
contingência e de evacuação adequados. 
• Encorajar o uso de ferramentas digitais georreferenciadas para 
aprimorar o desenho espacial, o planejamento territorial integrado e o uso e 
ocupação do solo. 
Não obstante aos desafios para a implementação da NAU em nível global, 
principalmente aqueles relacionados com a definição de indicadores e de metas; já 
que, como apontado por Watson (2016), há diferenças significativas no 
desenvolvimento e práticas de planejamento entre os países do hemisfério norte e sul; 
a NAU é ambiciosa para o prazo de 15 anos proposto. Conforme Watson (2016), o 
sucesso da NAU depende de mudanças fundamentais nos atuais paradigmas 
econômicos globais. 
54 
 
 
Embora os compromissos apresentados na NAU não estejam claramente 
direcionados aos acidentes industriais (há menções sobre perigos de origem humana 
e desastres provocados pelo homem), eles são perfeitamente aplicáveis para o 
planejamento territorial de regiões sujeitas a vazamentos químicos, incêndios, 
explosões e nuvens tóxicas causados por acidentes em indústrias químicas e dutos. 
Nesse cenário complexo e de incertezas, há ainda a falta de compartilhamento 
de informações e integração entre os atores envolvidos na GRAI no âmbito do PGT, 
a dizer: setor público, setor industrial e população vulnerável. Conforme Bruno Cahen: 
[...] controlar o risco é uma utopia, assim é necessário que todas as 
partes interessadas compartilhem informações e avaliem a melhor 
forma de lidar com a situação, considerando os recursos de cada um 
e os benefícios que a atividade industrial propõe [...] entender e reduzir 
os fatores de incerteza podem ajudar, mas as escolhas para as boas 
práticas no planejamento e gestão do território continuarão a ser uma 
decisão de risco. (CAHEN, 2006, p. 299, tradução nossa). 
Mas como unir os especialistas em EARs e os planejadores do território? A 
resposta pode estar em mapas de risco georreferenciados que apresentem 
espacialmente as zonas de risco identificadas nos EARs, possibilitando o 
compartilhamento das informações do setor industrial com o planejamento urbano e 
população vulnerável. Os mapas de risco georrefenciados são instrumentos que 
utilizam Sistemas de Informações Geográficas (SIG) para a organização de dados 
espaciais, facilitando a correlação dos atributos das informações e arquivamento de 
dados. Os SIGs têm exercido um papel importante na prevenção de riscos e resposta 
a emergências. 
Basta et al. (2007) discutiram sobre os avanços nas práticas de GRAI no âmbito 
do PGT nos Países Baixos e Reino Unido e reconheceram que o uso de SIG é 
funcional na elaboração de mapas de risco, pois conecta urbanistas e especialistas 
em segurança nos processos de tomada de decisão sobre o uso e ocupação do solo, 
bem como facilita a comunicação de risco para o público, dado que as informações se 
tornam mais transparentes e acessíveis. Estes mesmos autores concluíram também 
que, apesar dos diferentes contextos políticos, culturais e jurídicos encontrados nos 
dois países cotejados na pesquisa, os mapas de risco georreferenciados alcançaram 
uma boa conexão entre os especialistas de segurança e os gestores do 
planejamento territorial (BASTA et al., 2007). Há, no entanto, uma diferença no 
55 
 
 
processo de divulgação dos riscos entre os dois países, enquanto nos Países Baixos 
os mapas de risco são públicos e acessíveis pela internet à toda a população 
interessada26, no Reino Unido os mapas só podem ser visualizados pelo público após 
solicitação específica. A conduta do Reino Unido pode ser explicada pelo Princípio da 
Precaução (PP)27, devido à confidencialidade das informações industriais e à proteção 
da população contra ameaças de terrorismo naquele país (BASTA et al., 2007). 
3.3 Entendendo risco, vulnerabilidade e desastres 
Devido à diversidade e abrangência que o termo ‘risco’ tem assumido 
atualmente, defini-lo é uma tarefa desafiadora. De acordo com o glossário da 
Sociedade de Análise de Risco (SRA – Society for Risk Analysis), ‘risco’ pode ser 
definido e interpretado de diferentes formas e perspectivas (SRA, 2018). 
Metricamente, ‘risco’ é definido como a combinação entre a probabilidade de um 
evento indesejável e a severidade de suas consequências, mas também pode ser 
interpretado em um sentido mais amplo, onde ‘risco’ é a exposição a um evento com 
consequências negativas que afeta algo que o ser humano valoriza (SRA, 2018). 
Desta forma, o risco pode ser representado metricamente por: 
R= f (P * C), onde P = probabilidade, C = severidade da consequência 
Se por um lado há a definição métrica do risco, amplamente adotada na 
engenharia e nos EARs, por outro há interpretações que criticam essa visão 
pragmática e trazem uma reflexão crítica sobre o que seria ‘risco’. Entre os autores 
que propõem definições e interpretações para ‘risco’ sob a ótica social, o sociólogo 
alemão Ulrich Beck (2009) contesta a definição de risco como ‘produto da 
probabilidade de ocorrência multiplicado pela intensidade dos danos’ (perspectiva 
métrica do risco), propondo a ‘teoria da sociedade de risco’ como um fenômeno de 
 
26 Os mapas de risco dos Países Baixos ficam disponíveis no site https://www.risicokaart.nl/ e 
contemplam diferentes tipos de desastres: terremoto, inundação nuclear, aéreo, acidentes 
envolvendo produtos perigosos, transporte de produtos perigosos, entre outros. Ficam disponíveis: 
as curvas do Risco Individual (isorrisco) para 10-6/ano considerado tolerável (o Risco Individual é um 
dos resultados dos EARs), os limites do terreno da instalação, a distância segura, informações sobre 
o produto perigoso e a localização espacial da instalação (GBO, 2020). 
27 O Princípio da Precaução foi definido na Declaração Rio/92 (Princípio 15) como "[...] a garantia contra 
os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser ainda 
identificados [...]”, devendo ser aplicadas medidas preventivas onde existam ameaças de riscos 
sérios ou irreversíveis, não podendo ser “[...] utilizada a falta de certeza científica total como razão 
para o adiamento de medidas eficazes, em termos de custo, para evitar a degradação ambiental" 
(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2020). 
https://www.risicokaart.nl/
56 
 
 
construção social. Para ele, a sociedade moderna está cada vez mais ocupada em 
debater, prevenir e gerenciar os riscos que a própria sociedade produz, indicando uma 
“ ...histeria e o uso da política do medo, que é instigada e agravada pelos meios de 
comunicação de massa”, já que os desastres são antecipados (BECK, 2009, p. 495). 
Ele distingue ‘risco’ de ‘catástrofe’28, sendo o risco ameaçador, irreal e uma 
antecipação da catástrofe. Quando uma catástrofe acontece, o risco deixa de existir e 
se move para um novo estado de antecipação, desta forma, Beck (2009, p. 495, grifo 
nosso) entende que o “...risco não é nada”. A sociedade de risco “...esconde uma 
ironia - a ironia da promessa de segurança feita por cientistas, empresas e governos, 
que de forma ‘maravilhosa’ contribuem para o aumento dos riscos”. Devido às falhas 
sistemáticas destes atores na gestão dos riscos, Beck pressupõe que os mesmos não 
sejam vistos pela sociedade moderna como ‘curadores do risco’, mas como fontes e 
‘suspeitos de gerar risco’, o que acaba por desencadear um comportamento 
individualista na sociedade, onde cada um desconfia das instituições. Para Beck, a 
sociedade, a ciência, os políticos, as leis e a mídia, até mesmo os militares, não estão 
na posição dedefinir ou controlar os riscos racionalmente. Como colocado por Beck, 
a radicalização da sociedade produz a ironia fundamental do risco, onde “... a 
ciência, o estado e os militares estão se tornando parte do problema que deveriam 
resolver” (BECK, 2009, p. 499). 
Apesar da relevância do paradigma de Sociedade de Risco de Beck para os 
momentos atuais, este não é completamente consistente para todos os tipos de riscos 
impostos pelas indústrias, principalmente aquelas tratadas nesta pesquisa, nas quais 
os acidentes resultam em incêndios, explosões e nuvens tóxicas. Basta (2009) fez 
uma análise crítica deste paradigma e identificou que Beck generaliza os riscos 
tecnológicos, não fazendo distinção entre as indústrias nucleares e não-nucleares. A 
autora ainda aponta que as consequências de um acidente nuclear são sistêmicas, 
irreversíveis29, ultrapassam dimensões espaciais e são intergeracional (passam de 
geração para geração), ao passo que as consequências dos acidentes de indústrias 
não-nucleares são confinadas a um determinado espaço (aqui interpretado como 
 
28 Beck parece adotar tanto a palavra “catástrofe”, quanto “desastre” para um evento real e de grandes 
proporções (nota da autora). 
29 Basta não desconsidera as consequências irreversíveis de morte e perdas ambientais dos acidentes 
não-nucleares, porém ela leva em conta o raio dos impactos geográficos dos acidentes não-
nucleares e compara com os nucleares (2009). 
57 
 
 
‘distância’) e tempo (BASTA, 2009). As características dos acidentes nucleares 
atendem as premissas de Beck sobre os riscos contemporâneos apresentarem 
impactos ilimitados no espaço e tempo, bem como, da impossibilidade de serem 
‘compensados’ pelo princípio de ‘poluidor pagador’30. 
Outra questão levantada por Basta, trata da premissa de Beck sobre as 
consequências dos acidentes “[...] não estarem associadas ao seu local de origem – 
a planta industrial [...]” (2009, p. 21). Para Basta (2009), se as consequências dos 
acidentes de plantas industriais31 não-nucleares não puderem ser associadas com o 
seu local de origem, então a distância entre as plantas industriais e os alvos 
vulneráveis não poderia ser considerada como medida preventiva e a prevenção se 
limitaria a minimizar a probabilidade de ocorrência dos acidentes. 
Assim, a definição de risco adotada nesta pesquisa consiste na combinação 
do risco métrico empregado nos EARs (Probabilidade e Consequência), associada 
com o paradigma da Sociedade de Risco de Beck; que traz as deficiências do papel 
dos três atores da GRAI no âmbito do PGT, a dizer, setor industrial, setor público e 
sociedade; complementada com a compreensão de Basta32 sobre a aplicação da 
‘distância segura’ entre as plantas industriais e pontos vulneráveis como medida 
preventiva. 
Dentre as diversas interpretações encontradas na literatura ao termo 
‘vulnerabilidade’, a que melhor condiz com os objetivos desta pesquisa é a definição 
dada pelo Conselho Internacional de Governança de Risco (IRGC - The International 
Risk Governance Council) a dizer: [...] vulnerabilidade é uma condição determinada 
por fatores ou processos físicos, sociais, econômicos e ambientais, que aumentam a 
 
30 O Princípio do Poluidor-Pagador encontra-se na Declaração do Rio/92 sobre o meio ambiente 
(Princípio 16) (ONU, 1992). No Brasil, este princípio é um dos instrumentos da Política Nacional do 
Meio Ambiente que visa a “imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou 
indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais 
com fins econômicos” (Inciso VII do Art. 4º) (BRASIL, 1981). 
31 Plantas industriais também são referidas na literatura como “estabelecimentos perigosos” (usado na 
Diretiva Seveso II). 
32 Apesar da visão de Basta sobre “distância segura” como medida preventiva, ela propõe a seguinte 
definição para risco: “[...] possibilidade de perdas de vidas, materiais e valores humanos (2009, p. 
43). 
58 
 
 
suscetibilidade de uma comunidade ao impacto de perigos33 (RENN; GRAHAN, 2006). 
Assim quando população vulnerável for aqui mencionada, refere-se à população que 
pode sofrer os danos dos cenários acidentais de incêndio, explosão ou nuvem tóxica. 
Outro termo utilizado nessa pesquisa refere-se a ‘desastre’. O Centro de 
Pesquisa em Epidemiologia do Desastre (CRED) define ‘desastre’, quando ao menos 
um dos seguintes critérios é atendido: 10 ou mais mortes são reportadas, 100 ou mais 
pessoas são afetadas, o estado de emergência é declarado ou quando há um 
chamado por assistência internacional. Essa definição métrica dada pelo CRED 
(2008) não leva em consideração as circunstâncias nas quais um vazamento de 
produto químico perigoso se ‘transforma’ em desastre. Warner, Alves & Coates 
(2019), em sua análise sobre ‘Cultura de Desastres’ versus ‘Cultura de Segurança’ no 
contexto dos riscos tecnológicos no Brasil, trazem elementos que auxiliam 
compreender como um desastre se concretiza baseados no modelo ‘Queijo Suíço’ 
proposto por Reason (2000) para a gestão de erros humanos em organizações: 
Se as pessoas expostas ao risco estiverem preparadas para responder em 
conjunto a um evento iminente, o perigo pode não se transformar em um 
desastre propriamente dito, pois os esforços e os sacrifícios envolvidos na 
preparação e enfrentamento são considerados aceitáveis e necessários. O 
preparo pode ser alcançado, tanto por meio de intervenções técnicas para 
aumentar as camadas de segurança, como a utilização de materiais mais 
resistentes e de controles redundantes do processo, quanto a adoção de 
medidas voltadas para a resposta ao desastre, tais como, simulados de 
emergência [...] (WARNER; ALVES; COATES, 2019, p. 2). 
Reason (2000) entende a casualidade da ocorrência de erros por duas 
perspectivas: abordagem da pessoa e abordagem do sistema. A abordagem da 
pessoa concentra-se no erro dos indivíduos; seja por ato inseguro ou por violação de 
procedimentos; culpando-os pelo esquecimento, desatenção, negligência ou 
imprudência e as medidas defensivas são direcionadas ao comportamento humano, 
como: campanhas, mudança de procedimentos ou medidas disciplinares (REASON, 
2000). Já a abordagem do sistema, concentra-se nas condições sob as quais os 
indivíduos se encontram e busca construir defesas para evitar erros e mitigar seus 
efeitos, pois “os erros são vistos mais como consequências do que como causas, 
tendo suas origens, não tanto na perversidade da natureza humana, mas em fatores 
 
33 Conforme Glossário da SRA (2018) o termo “perigo” refere-se a uma fonte de risco em que as 
consequências estão relacionadas a danos. “Os riscos podem estar associados à energia (por 
exemplo, explosão, incêndio), material (tóxico ou ecotóxico), biota (patógenos) e informações 
(comunicação de pânico) [...]” (SRA, 2018, p. 6). 
59 
 
 
sistêmicos” (REASON, 2000, p. 1/6, tradução nossa). Assim, segundo Reason (2000, 
p. 2, tradução nossa), “quando ocorre um evento adverso, a questão importante não 
é quem errou, mas como e por que as defesas falharam”. 
Ainda para Reason (2000), as defesas, barreiras e salvaguardas funcionam 
como ‘fatias de um queijo suíço’, onde os ‘orifícios’ são falhas do sistema ou condições 
adversas latentes, que quando se alinham permitem a trajetória de um desastre 
(Figura 9). 
Figura 9 - Modelo ‘Queijo Suíço’ de Reason com a trajetória do desastre pelas 
camadas de proteção 
 
 Fonte: Reason (2000) (adaptado) 
 
 
Assim, adotando-se a definição métrica do CRED para desastre (mais de 10 
fatalidades) combinada com o modelo do ‘Queijo Suíço’ de Reason (2000) admite-se 
que um desastre irá ocorrer se as camadas de proteção existentes não estiverem em 
perfeito funcionamento ou se houver camadas insuficientes para impedir a trajetória 
do desastre. Esta é a definição de ‘desastre’ a ser utilizada nesta pesquisa. No 
entanto, para completar oentendimento do modelo do ‘Queijo Suíço’ de Reason é 
importante definir sob a perspectiva da engenharia, o que são ‘camadas de proteção’; 
também conhecidas por salvaguardas ou camadas de segurança; e como elas podem 
controlar, prevenir ou mitigar o risco de acidentes, tais como, incêndio, explosão e 
nuvem tóxica. 
Risco 
Desastre 
Falhas do sistema de 
gestão 
60 
 
 
O conceito de aplicação de várias ‘camadas de proteção’ para controlar o risco 
vem sendo aplicado na segurança de processo químico há algum tempo. O CCPS 
publicou em 1992 um manual para avaliação de perigos (CCPS, 1992), onde constava 
uma estratégia com múltiplas camadas de proteção para gerenciamento dos riscos 
dos processos químicos. A proteção inicia com um Projeto Inerentemente Seguro34; 
acrescida de sistemas de controle e monitoramento (como sistemas básicos de 
controle e supervisão do operador), sistemas de prevenção e mitigação (composto 
por sistemas/ dispositivos de proteção mecânica e sistemas automáticos seguros para 
a interrupção do processo), chegando à camadas relacionadas com planos de 
emergência para abandono da planta química (interno à indústria) e de resposta à 
emergência com comunidades (externo à indústria). A Figura 10 resume o conceito 
das ‘camadas de proteção’ aplicadas na segurança dos processos químicos. 
Figura 10 - Camadas de proteção para segurança de processos químicos 
 
Fontes: Lees (2005), IEC (2016) 
 
34 Um "Projeto Inerentemente Seguro” concentra-se na eliminação dos riscos e na redução da 
magnitude das consequências, e não no controle dos perigos propriamente dito (LEES, 2005). Muitos 
dos conceitos aplicados em projetos desse tipo foram desenvolvidos por engenheiros por muitos 
anos, sem, contudo, houvesse o reconhecimento de uma abordagem comum. No final da década de 
1970, Trevor Kletz reconheceu os conceitos comuns de eliminação e redução de riscos, nomeando 
essa abordagem “inherently safer design”, o que veio a ajudar os engenheiros das indústrias de 
processos químicos a projetar plantas inerentemente mais seguras (LEES, 2005). 
Plano de resposta à 
emergência com 
comunidades (externo)
Plano de emergência 
(interno)
Mitigação
Prevenção
Projeto 
Inerentemente 
Seguro
61 
 
 
Atualmente, com o avanço tecno-científico ocorrido nas áreas da tecnologia da 
informação, comunicação de dados e eletrônica, o conceito de múltiplas camadas de 
segurança foi aprimorado e a técnica semiquantitativa de risco para análise das 
camadas de proteção, denominada LOPA35 (Layer Of Protection Analysis), encontra-
se padronizada na norma IEC 61.511/ Safety Instrumented Systems for the Process 
Industry Sector emitida pela Comissão Eletrotécnica Internacional36 (IEC 61.511, 
2016). 
Mas, afinal, como saber se as ‘camadas de proteção’ são suficientes para 
controlar o risco e evitar um desastre? Conforme Lees (2005) a maioria dos acidentes 
industriais que resultaram em consequências significativas estavam associados a 
combinações incomuns de circunstâncias. 
Na maioria dos casos, uma única falha de uma salvaguarda não resulta em 
impacto adverso. Quando ocorrem consequências adversas, geralmente é o 
resultado de um cenário complexo que envolve falhas simultâneas de várias 
camadas de proteção (LEES, 2005, p. 31/4, tradução nossa). 
Todos os possíveis cenários acidentais significativos devem ser identificados 
para determinar o risco com maior precisão, assim como, deve-se identificar todas as 
camadas de proteção e determinar se são suficientes ou se são necessárias camadas 
adicionais para reduzir o risco a níveis toleráveis (LEES, 2005). Desta forma, entende-
se que poucas camadas de proteção levam ao ‘risco não aceitável’ e 
consequentemente maior será chance de ocorrência de um desastre. 
Outro ponto a ser considerado na avaliação das camadas de proteção, refere-
se às Zonas de Risco ou Distâncias de Segurança entre indústrias perigosas e a 
população vulnerável. Basta et al. (2007, p. 241) consideram que “as distâncias de 
segurança podem ser consideradas como critérios de aceitabilidade de risco com uma 
 
35 A abordagem LOPA tem por objetivo principal determinar quantas camadas de proteção são 
necessárias para reduzir o risco a níveis toleráveis, baseando-se na definição determinística de que 
risco é o produto da probabilidade de um evento indesejável e na severidade de suas consequências. 
A severidade é “avaliada em termos de impacto ao ser humano; lesões pessoais e fatalidades; ao 
meio ambiente [...] ou perdas financeiras, tais como, perda de produção ou danos à equipamentos” 
(LEES, 2005, p. 34/7). 
36 A IEC é uma organização internacional de padronização de normas, guias, especificações técnicas, 
entre outros documentos para o avanço dos campos elétricos e eletrônicos. A IEC faz parcerias com 
organizações internacionais, governamentais e não-governamentais para a preparação de seus 
documentos (IEC 61.511, 2016). 
62 
 
 
reflexão territorial, pois afetam os destinos do uso e ocupação do solo nos arredores” 
das plantas industriais perigosas. 
O último item a ser definido e que permitirá compreender o contexto desta 
pesquisa, trata-se dos ‘acidentes industriais’ que estão inseridos na terminologia dos 
‘desastres tecnológicos’. Os desastres tecnológicos, assim como os naturais, 
encontram-se classificados para poderem ser organizados e registrados em bancos 
de dados. O CRED (2008) classificou os diversos tipos de desastres tecnológicos para 
registro no banco de dados internacional denominado EM-DAT de acordo com a sua 
natureza, tipo e subtipo, conforme apresentado no Quadro 3. 
Quadro 3 - Classificação dos desastres tecnológicos conforme banco de dados EM-
DAT 
Tipo de 
acidente 
Descrição do tipo de acidente 
Acidentes 
diversos 
Colapso, explosão, incêndio e outros 
Subgrupo Principal tipo de desastre 
Acidente 
industrial 
Vazamento químico, colapso de estruturas, explosão, incêndio, 
vazamento de gás, envenenamento, radiação, vazamento de óleo, outros 
Acidente em 
transporte 
Ar, rodovia, ferrovia, água 
Fonte: CRED (2008) 
 
Já no Brasil, o Ministério do Desenvolvimento Regional, por meio da Secretaria 
Nacional de Proteção e Defesa Civil adota a Classificação e Codificação Brasileira de 
Desastres (COBRADE) para os desastres naturais e tecnológicos (MINISTÉRIO DA 
INTEGRAÇÃO NACIONAL, 2016) (o Anexo Erro! Fonte de referência não e
ncontrada. apresenta a lista completa dos códigos dos desastres tecnológicos). O 
Quadro 4 apresenta o resumo para a classificação dos desastres relacionados com 
produtos perigosos conforme codificação brasileira de desastres (COBRADE). 
 
63 
 
 
Quadro 4 - Classificação dos desastres relacionados a produtos perigosos conforme 
Codificação Brasileira dos Desastres - COBRADE 
Tipo do 
desastre 
Tecnológico (2) 
Grupo Desastre relacionados a produtos perigosos (2) 
subgrupo 
Desastre em plantas e distritos industriais e parques de 
armazenamentos e extravasamento de produtos perigosos (1) 
Tipo 
Liberação de produtos químicos para a atmosfera causada por 
explosão ou incêndio (1) 
Subtipo (0) 
Definição 
Liberação de produtos químicos diversos para o ambiente, provocada 
por explosão ou incêndio em plantas industriais ou outros sítios 
COBRADE 2.2.1.1.0 
Fonte: Anexo V da Instrução Normativa No 2 de 22 de dezembro de 2016 (MINISTÉRIO DA 
INTEGRAÇÃO NACIONAL, 2016) 
Nota: a numeração entre parênteses compõe o código COBRADE com produtos perigosos 
A classificação de interesse para esta pesquisa é ‘acidente industrial’ adotado 
pelo EM-DAT e o ‘desastres relacionados a produtos perigosos’ do COBRADE. 
Vale notar, no entanto, que apesar da ampla definição dada ao COBRADE 2.2.1.1.0, 
esta classificação não considera eventos de ‘envenenamento’, como adotado no EM-
DAT. Os envenenamentos são desastres causados por vazamentos de produtos 
químicos que formam nuvens tóxicas e levam pessoas à morte instantaneamenteou 
a curto prazo de tempo, como o caso do desastre de Bhopal. As nuvens tóxicas podem 
alcançar longas distâncias do ponto de vazamento com concentrações letais, 
formando zonas de risco. Existem vários produtos químicos na indústria que possuem 
potencial para gerar nuvens tóxicas, os mais comuns são a amônia anidra e o cloro, 
devido a sua aplicação para refrigeração em indústrias de alimentos e em processos 
de oxidação, respectivamente. Há uma lista de produtos químicos classificados como 
‘tóxicos’ (ver Anexo Apêndice I) na norma P4.261 da CETESB (2011) que devem ser 
considerados nos EARs para licenciamento ambiental, demonstrando que nuvens 
tóxicas a partir de vazamentos de produtos químicos perigosos são eventos acidentais 
de interesse para a avaliação do risco. Desta forma, a definição COBRADE para 
desastres com produtos perigosos não seria totalmente adequada para esta pesquisa, 
pois não abrange a questão de vazamentos de produtos químicos tóxicos e 
64 
 
 
consequentemente excluiria zonas de risco que devem ser consideradas no PGT e 
em planos públicos de contingência. No entanto, apesar da COBRADE não ser 
totalmente abrangente, o termo ‘acidente industrial com produtos perigosos’ foi 
adotado nesta pesquisa por ser uma codificação nacional. 
3.4 Os acidentes industriais: o despertar da consciência 
O histórico de acidentes industriais (Quadro 5) demonstra claramente como 
suas consequências podem ser severamente amplificadas pela presença de pessoas 
nas adjacências de estabelecimentos com produtos químicos perigosos (COZZANI et 
al., 2006). Isto tem instigado alguns países, tais como, Países Baixos, Reino Unido, 
Itália e França, a adotarem políticas públicas para o planejamento e gestão de seus 
territórios e a tratarem a regulamentação como um dos elementos essenciais para a 
prevenção de acidentes industriais (MA et al., 2015). 
65 
 
 
Quadro 5 - Principais acidentes industriais que marcaram a história desde 1970 
Descrição do acidente 
Local/ 
Empresa 
Ano 
Consequências/ 
Danos 
Comentários da autora 
Explosão de ciclohexano na 
planta de caprolactama 
(inflamável) 
Flixborough, 
Reino Unido/ 
Nypro Ltd. 
1974 
28 mortes, 104 
feridos, US$ 412 
milhões danos 
materiais(1) 
Este acidente identificou várias lições aprendidas, tais como: manter 
distância segura entre indústria e população (o número de vítimas poderia 
ter sido maior se a planta química estivesse em área urbana), limitação do 
inventário do produto perigoso e elaboração de plano de emergência. 
Vazamento de 2,3,7,8-
tetraclorodibenzo-p-dioxina na 
planta de herbicidas (tóxico) 
Seveso, Itália/ 
ICMESA 
1976 
Morte de animais, 
pessoas doentes, 
abortos espontâneos(1) 
Este acidente estimulou as Diretivas da União Europeia de 1982,1996 e 
2012, que levaram o nome de Seveso I, II e III. 
Explosão no terminal de 
armazenamento de GLP 
(inflamável) 
Cidade do 
México, México/ 
PEMEX 
1984 
Mais de 500 mortes 
e destruição do 
terminal(1) 
O terminal de GLP estava localizado em área urbana. Este tipo de terminal 
existe no PPABC. 
Vazamento de metil isocianato 
que em contato com a água 
gerou gás cianeto em Planta 
de pesticidas (tóxico) 
Bhopal, Índia/ 
Union Carbide 
India Ltd. 
1984 
De 3150 a 4000 
mortes37, milhares 
de pessoas 
intoxicadas(1) 
Maior acidente industrial em número de fatalidades. Presença de 
assentamentos precários ao redor da planta. Este acidente juntamente com 
o da Cidade do México estimulou regulamentações na União Europeia para 
o controle de uso e ocupação do solo ao redor de plantas químicas. 
Incêndio por vazamento em 
oleoduto (inflamável) 
Vila Socó, Brasil/ 
Petrobras 
1984 93 a 500 mortes38 
Havia um assentamento irregular onde o oleoduto estava instalado. 
Há dutos no PPABC. 
Incêndio por vazamento em 
oleoduto (inflamável) 
Jesse, Nigéria/ 
- 
1998 1082 mortes(2) 
Maior desastre do gênero já registrado. A grande maioria das mortes está 
associada com o furto de petróleo e combustível(2). Há dutos no PPABC. 
Explosão em fábrica de 
material pirotécnico 
(explosivo) 
Enschede, 
Países Baixos/ 
Fireworks 
2000 
25 mortes, 3 mil 
feridos, 2000 
desabrigados(2) 
A fábrica estava localizada em área densamente povoada. Este acidente 
levou os Países Baixos a revisarem seu programa nacional de segurança 
química, que atualmente se baseia nos resultados dos EARs. 
Explosão de nitrato de 
amônio na fábrica de 
fertilizantes (explosivo) 
Toulouse, 
França/ AZF 
2001 
31 mortes, 3 mil 
feridos, 500 casas 
destruídas(3) 
Estimulou debates e regulamentação na França e na União Europeia sobre 
o planejamento territorial ao redor de plantas químicas. 
Explosão de óxido de etileno 
(inflamável) 
Terragona, 
Espanha/IQOXE 
2020 
3 mortes e 8 
feridos(4) 
Uma das mortes foi causada por fragmento da explosão que se deslocou 2 
km do epicentro do acidente. O óxido de etileno é produzido no PPABC. 
Detonação de 2750 ton de 
nitrato de amônio (explosivo) 
Beirute/ Porto 
de Beirute 
2020 
Mais de 100 mortes, 
4000 feridos 
Maior desastre em termos de danos materiais. A onda de choque alcançou 
3km de distância. Registro de terremoto de 3,3 de magnitude. 
Fontes: (1) Lees (2005); (2) EM-DAT (CRED, 2019); (3) Taveau (2010), (4) Reuters (2020). Comentários da autora. 
 
37 Conforme Lees (2005) o número de mortes atribuído ao acidente de Bhopal é incerto. 
38 “Muitos moradores visando conseguir algum dinheiro com a venda de combustível, coletaram e armazenaram parte do produto vazado [...]” do oleoduto da 
Petrobras, resultando em 93 mortes oficiais, porém há relatos de que o número seja superior a 500 vítimas fatais (CETESB, 2019) 
 
 66 
 
 
Não obstante ao teor trágico e por mais paradoxal que pareça ser, os acidentes 
industriais segundo Passos (2002), despertam a atenção dos órgãos públicos, do 
setor privado e da sociedade para a necessidade de programas de prevenção de 
acidentes mais eficientes e de sistemas mais rígidos de gerenciamento de riscos, 
voltados para a segurança das pessoas e para melhor qualidade ambiental. Alguns 
acidentes, sobretudo, deixaram marcas históricas, mostrando que, apesar de todo o 
conhecimento técnico para o controle dos processos produtivos por parte das 
indústrias, ainda se trilha o caminho de ‘deixar acontecer para depois ver o que fazer’. 
Entre os acidentes industriais de maior magnitude ocorridos até o momento, há 
dois casos em particular que trazem elementos importantes para uma reflexão sobre 
o planejamento territorial ao redor de plantas químicas. Um dos primeiros acidentes 
que marcou a história ocorreu na cidade de Seveso, localizada a aproximadamente 
22 quilômetros de Milão, ao norte da Itália. Em 10 de Julho de 1976 uma das 
substâncias químicas mais tóxicas conhecida até o momento, chamada TCDD39, um 
tipo de dioxina, vazou da planta de produção de herbicida da empresa italiana 
Industrie Chimiche Meda Societa Azionara (ICMESA) associada com outras duas 
empresas suíças, deixando muitas pessoas intoxicadas, áreas contaminadas e 
levando vários animais à morte (LEES, 2005). Quando a ICMESA se instalou na área, 
em 1946, a mesma era cercada por campos e bosques, mas 30 anos depois Seveso 
tinha 17 mil habitantes e muitos viviam próximos à planta química da ICMESA em 
assentamentos irregulares (LEES, 2005). Embora esse acidente não tenha registrado 
fatalidades imediatas ao vazamento, ele mostrou o total despreparo da indústria e das 
autoridades para lidar com a situação de emergência, o que resultou em atropelos e 
impactos sociais locais negativos. Conforme Lees (2005), a empresa demorou em 
anunciar a necessidade de evacuação das pessoas das zonas de risco, pois a mesma 
foi iniciada somente 14 dias após o vazamento, além disso, os mapas que indicavam 
as zonas de risco foram questionados pela população, visto que as áreas eram 
delimitadas por linhas retas coincidentes com os limites políticos-administrativosou 
com elementos naturais da região; ademais, várias famílias ficaram sem suas casas, 
pois as mesmas foram destruídas durante os trabalhos de descontaminação. 
 
39 TCDD é a substância química 2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina. O TCDD quando ingerido, inalado 
ou contato com a pele pode provocar queimaduras da pele, erupções cutâneas, danos ao fígado, 
sistema urinário e nervoso. Existem vários graus de evidência para suas propriedades cancerígenas, 
mutagênicas e teratogênicas (LEES, 2005). 
 
 67 
 
 
Entretanto, conforme Centemeri (2010) a questão que mais suscitou controvérsia foi 
sem dúvida a decisão das autoridades regionais em permitir abortos terapêuticos às 
mulheres grávidas que residiam nas áreas contaminadas, temendo os presumíveis 
efeitos teratogênicos da dioxina. A Itália vivia naquele momento um debate sobre a 
despenalização do aborto e Seveso estava localizado em um território de tradição 
cultural e política católica, o que explica os conflitos gerados na população pelas 
autoridades com a permissão dos abortos. “Deste modo, questões cuja natureza era 
inextrincavelmente política, científica e social foram reduzidas a problemas técnicos” 
(CONTI, 1977, apud CENTEMERI, 2010, p. 67). O acidente de Seveso foi chamado 
por Van Eijndohoven (1994, apud CENTEMERI, 2010) de o ‘desastre da informação’. 
A zona afetada pelo acidente foi transformada em 1996 num parque urbano, o Bosque 
dos Carvalhos, e em 2004 foi inaugurado o ‘Percurso da Memória’ com painéis que 
contam a história do desastre (BOSCO DELLE QUERCE, 2020). Este desastre 
‘batizou’ as principais diretrizes da União Europeia que tratam dos riscos de acidentes 
graves nas atividades industriais. 
Contudo, um acidente de maior magnitude ainda estava por vir e seria 
considerado o pior caso em número de fatalidades já registrado até o momento. Em 3 
de dezembro de 1984 na planta de pesticidas da empresa americana Union Carbide 
Índia Ltda, localizada na cidade de Bhopal, Índia, ocorreu o vazamento de uma 
substância química chamada metil-isocianato40, que em contato com a água gerou o 
gás cianeto, altamente tóxico, levando à morte em torno de 5.200 pessoas41 e 
milhares incapacitadas permanente ou parcialmente (SUPREME COURT OF INDIA 
CIVIL APPELATE JURISDICTION, 2006). A Union Carbide estava instalada em área 
urbana densamente povoada com vários assentamentos precários em seus 
arredores. Embora muitos fossem originalmente irregulares, em 1984 o governo 
Indiano forneceu o direito de posse aos moradores para evitar ter de expulsá-los, sem 
saber que os estariam deixando à mercê de uma tragédia (LEES, 2005). Esse 
desastre em especial foi marcado por um conflito de opiniões entre os médicos sobre 
 
40 O metil-isocianato é um gás irritante e pode causar edema pulmonar. Ele se decompõe no corpo 
humano e forma o cianeto, que por sua vez causa asfixia celular (LEES, 2005). 
41 O número exato de fatalidades é incerto, já que o governo indiano informou 1754 mortes em 1986, 
3150 em 1989 e 4000 em 1994 (LEES, 2005). Em 2006, apesar de a petição inicial indicar 15248 
fatalidades, a suprema corte da Índia chegou à conclusão de que somente 5207 casos tinham 
realmente nexo com a exposição ao gás, e ordenou uma indenização de 470 milhões de dólares às 
vítimas (SUPREME COURT OF INDIA CIVIL APPELATE JURISDICTION, 2006). 
 
 68 
 
 
o tratamento adequado à população exposta, visto que os legistas informaram haver 
forte evidência de envenenamento por cianeto, porém os médicos que faziam o 
atendimento nos hospitais não tinham total certeza deste mesmo diagnóstico. O 
tratamento com o antídoto tiossulfato de sódio; normalmente utilizado para 
intoxicações por cianeto; foi estabelecido pelas autoridades médicas somente dois 
meses após o desastre. Em 1987 a empresa fez um acordo de indenização das 
vítimas no valor de 470 milhões de dólares, que foi refutado pelas mesmas nos 
tribunais norte-americanos, no entanto, a suprema corte dos Estados Unidos decidiu 
que elas não tinham legitimidade para fazê-lo (LEES, 2005). 
Segundo Patel42 (2015), o desastre de Bhopal foi marcado por duas tragédias: 
a primeira foi o evento catastrófico em si e a segunda foi o aumento progressivo do 
número de mortes para mais de 20 mil nos últimos 30 anos. Ele responsabiliza o 
crescente número de vítimas ao longo do tempo à falta de remediação do local 
contaminado, o que ilustra o fracasso do papel do Estado na estipulação de 
regulamentações apropriadas, tanto para a operação da planta química, quanto para 
a preparação e resposta ao desastre. Conforme Patel, o Estado Indiano não 
representou de maneira justa as vítimas do desastre de Bhopal e usou em vários 
momentos o seu poder ‘coercitivo’ (2015). Dentre muitas das ações autoritárias e 
coercitivas narradas por Patel, destacam-se que o governo indiano segurou a 
indenização recebida da Union Carbide durante muito tempo (até hoje as vítimas não 
receberam os valores estabelecidos), não promoveu a participação de ativistas, 
blindou a Union Carbide de qualquer responsabilidade e não exigiu a remediação do 
local contaminado. Além disso, o governo da Índia suspendeu a investigação científica 
sobre a causa do acidente e se recusou a divulgar publicamente qualquer informação 
(PATEL, 2015). 
Apesar desses casos históricos mostrarem a importância das regulamentações 
para o planejamento territorial ao redor de plantas químicas e da preparação e 
resposta às emergências, ainda hoje são encontrados polos industriais em áreas 
100% urbanizadas e com assentamentos precários ao redor, como o caso do PPABC. 
 
42 Nehal A. Patel defende o envolvimento de pesquisadores com as teorias de Gandhi nos estudos 
acadêmicos sobre desastres, a dizer: Teoria do Estado, Crítica da Industrialização e Teoria da Tutela 
(PATEL, 2015). 
 
 69 
 
 
Como observado por Basta (2011) há uma ‘desconexão’ entre os regulamentos 
urbanos e as regulamentações que tratam da segurança das plantas químicas. 
Contudo, o que os dados estatísticos atuais de acidentes industriais revelam? 
Os dados do EM-DAT para o período de 2005 a 2019 (Tabela 5) mostram que os 
acidentes industriais, dentre os diversos tipos de desastres tecnológicos, são os que 
mais causaram perdas materiais, com 23,5 bilhões de dólares43, enquanto que os 
acidentes nos transportes (ar, rodovia, ferrovia e água) são os que mais apresentaram 
número de casos (2,2 mil ocorrências), bem como de mortes e feridos, tendo sido 
responsáveis por 69% das ocorrências, 68% do número total de morte e 42% do 
número total de feridos no período. Já os ‘acidentes diversos’ causaram maior número 
de desabrigados no período analisado. Encontravam-se classificados no EM-DAT 
como ‘acidentes diversos’: incêndios e explosões em edificações (igrejas, clubes, 
favelas, hospitais, orfanatos, prisões, entre outros), colapso de estruturas (edifícios, 
pontes, etc.), explosões com fogos de artifício, explosões e incêndios em posto de 
combustíveis, entre outros. 
Tabela 5 - Perfil epidemiológico dos diversos tipos de desastres tecnológicos entre 
janeiro de 2005 a julho de 2019, conforme EM-DAT 
Tipo de desastre 
tecnológico 
Número de 
ocorrências 
Total de 
mortes 
Total de 
feridos 
Total de 
desabrigados 
Perda material 
Acidente industrial 524 16.027 17.303 53.791 
US$ 23,5 
bilhões 
Acidente transporte 2.249 70.580 38.534 100 
US$ 390 
milhões 
Acidentes diversos 505 17.292 36.743 230.429 
US$ 273 
milhões 
Total 3.278 103.899 92.580 284.320 
US$ 24,1 
bilhões 
Fonte: CRED (2019) 
 
Os dados específicos dos acidentes industriais do EM-DAT (Figura 11) 
mostram que o número de ocorrências anuais foi crescente até o ano de 2004, com 
um valor máximo de 81 casos, passando a decair após esse ano44. Atualmente os 
 
43 O acidente no Golfo do México em 2010 foi o responsável por 20 milhões de dólares do total dasperdas materiais no período de 2005 a 2019 (EM-DAT, 2019). 
44 O CRED informou em agosto de 2019, após consulta por email, que não há estudo que pudesse 
explicar a queda nos registros de acidentes industriais após 2005. 
 
 70 
 
 
acidentes industriais aparecem com 17 casos reportados até julho de 2019, que 
correspondem ao mesmo valor do ano de 1985. 
Figura 11 – Distribuição do número de casos de acidentes industriais por ano no 
período entre 1980 e 2019, conforme EM-DAT 
 
Fonte: CRED (2019) 
Conforme apresentado na Figura 12, as explosões e os incêndios são os tipos 
de acidentes industriais mais representativos, totalizando juntos 64% das ocorrências 
no período entre janeiro de 1980 a julho de 2019, seguido do colapso de estruturas 
(11% do total do período), como barragem de rejeitos de mineração, andaimes e 
minas de exploração. Quanto aos vazamentos, a amônia e o cloro aparecem 
predominantemente nos registros de vazamento de gás, enquanto, que, extensa 
variedade de produtos químicos aparece nos demais registros de ocorrências de 
vazamento químico, desde cianeto, estireno, cloreto de vinil e GLP. 
 
81 casos em 2004
17 casos em 2019
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
N
ú
m
er
o
 d
e 
ca
so
s 
d
e 
d
es
as
tr
es
/ 
an
o
 
 71 
 
 
Figura 12 – Distribuição do número de casos entre os diversos tipos de acidentes 
industriais no período entre 1980 e 2019 
 
Fonte: banco de dados EM-DAT (CRED, 2019) 
 
Com relação aos registros de acidentes industriais no Brasil, o que se percebe 
é que há poucos bancos de dados organizados e de livre acesso. A Secretaria 
Executiva do P2R245 organizou dados nacionais de vazamentos, explosões e 
incêndios ocorridos entre 2006 e 2010 (Figuras 13 e 14). Os dados foram recebidos 
de órgãos estaduais de meio ambiente, defesa civil, corpo de bombeiros, polícia 
rodoviária federal, IBAMA, polícia ambiental, empresas de atendimento à emergência 
e Associação Brasileira das Indústrias Químicas (ABIQUIM) (MINISTÉRIO DO MEIO 
AMBIENTE, 2011). 
 
 
45 O Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com 
Produtos Químicos Perigosos (P2R2) foi criado pelo Decreto 5098 de 2004 com o objetivo de prevenir 
a ocorrência de acidentes com produtos químicos perigosos e aprimorar o sistema de preparação e 
resposta a emergências químicas no País (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2007). 
11%
6%
49%
15%
0,4%
4%
1%
7% 8%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
D
is
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ib
u
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ão
 d
o
 n
ú
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o
 d
e 
ca
so
s
 
 72 
 
 
Figura 13 – Distribuição do número de acidentes graves com produtos químicos 
perigosos, segundo o tipo de instalação. Período de 2006 a 2010 
 
 
 
Figura 14 – Distribuição do número de acidentes graves com produtos químicos 
perigosos, segundo o tipo de produto químico. Período de 2006 a 2010 
 Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2011) 
Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2011) 
 
 73 
 
 
Os dados apresentados na Figura 13 evidenciam o transporte rodoviário como 
o maior responsável pelos casos de vazamentos de produtos perigosos, enquanto que 
os dados da Figura 14 apontam que os produtos químicos que mais vazaram no 
período entre 2006 e 2010 foram: óleo diesel, gasolina, álcool e GLP (MINISTÉRIO 
DO MEIO AMBIENTE, 2011). 
O estudo elaborado por Spadoni, Egidi e Contini (2000) para a região Emília-
Romagna na Itália, revelou que, apesar do alto número de casos de acidentes no 
transporte rodoviário, estes poderiam ser reduzidos se houvesse regulamentação 
específica e construção de novas estradas na Itália. O estudo mostrou também que o 
transporte de produtos perigosos por dutos mostrava-se mais seguro, se comparado 
com outros modais logísticos, como o rodoviário e o ferroviário (SPADONI; EGIDI; 
CONTINI, 2000). 
Apesar do transporte de produtos perigosos por dutos ser considerado por 
muitos estudiosos como ‘seguro’; visto que são raros os episódios de vazamentos em 
oleodutos e gasodutos por falha da instalação ou falha operacional; este modal de 
transporte tem enfrentado uma ameaça externa: o furto de combustíveis. Esta 
atividade ilegal é a oitava mais rentável no mundo, movimentando em torno de 12 
bilhões de dólares, superando o tráfico de armas, tráfico de órgãos e de bens culturais 
(GLOBAL FINANCIAL INTEGRITY, 2017). É mais comum na Nigéria, Rússia, México, 
Indonésia, Síria e Colômbia, mas já chegou ao Brasil em níveis preocupantes 
(SENADO FEDERAL, 2017). O caso mais recente ocorreu em 2019 no México com 
66 fatalidades, porém o de maior magnitude mundial ocorreu em 1998 na cidade de 
Jesse na Nigéria, com 1082 mortos (CRED, 2019). Em 2016, 90% das ocorrências de 
vazamentos de dutos na Europa foi atribuída à atividade externa intencional, ou seja, 
terrorismo, vandalismo ou furto (CONCAWE, 2018). O furto de combustível põe em 
risco a vida não só daqueles que cometem o ato, como também da população 
presente nas áreas próximas ao local de perfuração ou do armazenamento do produto 
inflamável furtado (ALVES, 2019). Há casos de fatalidades associadas com o furto de 
combustível em dutos; seja pela ação direta de perfuração duto ou pela oportunidade 
de armazenamento do produto vazado por falhas na instalação (ALVES, 2019). Desta 
forma, o furto de combustível deixou de ser uma causa episódica de vazamento, para 
tornar-se um dos principais fatores de danos em oleodutos, onde estudos de 
confiabilidade e de análise de risco aplicados rotineiramente, não são adequados para 
 
 74 
 
 
proteger a instalação de ataques intencionais, em especial, quando se tem um 
adversário inteligente e adaptável, que pode adotar estratégias ofensivas diversas 
para desabilitar medidas de proteção (ALVES, 2019). 
Em resumo, os dados do EM-DAT indicam que os acidentes industriais 
causaram desde o ano de 2005, mais de 16 mil mortes, 17 mil feridos, 53 mil 
desabrigados e perdas materiais em torno de 23,5 bilhões de dólares, porém 
observa-se queda de casos de acidentes após o ano de 2005, com 17 casos em 2019, 
contra 81 casos em 2004 (maior número de casos em um ano desde 1900, período 
inicial dos registros do EM-DAT). As explosões e os incêndios são responsáveis pela 
maior parte dos cenários acidentais ocorridos, enquanto, que, a amônia e o cloro são 
predominantes nos vazamentos químicos. Vale notar que a amônia e o cloro são 
encontrados na listagem de substâncias tóxicas da norma P4.261 da CETESB (2011). 
Apesar dos dados disponibilizados pelo Ministério do Meio Ambiente estarem 
desatualizados (os dados mais recentes são de 2010), há convergência com os dados 
do EM-DAT. Isto posto, não é possível ignorar o potencial danoso dos incêndios, 
explosões e nuvens tóxicas. 
3.5 As lições aprendidas com os acidentes industriais 
Muitas lições foram aprendidas com os acidentes industriais ocorridos no 
passado. As indústrias aproveitaram essas experiências para investigar os 
acidentes46 e identificar deficiências técnicas e avançar em questões técnicas e 
operacionais; muitas vezes resultando no desenvolvimento de novas tecnologias, 
sempre apoiadas na engenharia e outras disciplinas das ciências exatas. 
Dentre as lições assimiladas pelo setor industrial, Lees (2005) aponta algumas 
que são comuns aos vários desastres47 e que estão relacionadas com o PGT, quais 
sejam: 
 
46 A investigação de acidentes é parte integrante do PGR exigido das indústrias nos processos de 
licenciamento ambiental (CETESB, 2014) As lições aprendidas com os acidentes devem ser 
divulgadas e compartilhas internamente e externamente à empresa, além disso, não há desculpa 
para não há desculpa para ignorar as ‘lições aprendidas’ com os incidentes (LEES, 2005, p. 1/9). 
47 Lees (2005) apresenta as lições aprendidas com casos históricos ocorridos entre 1974 e 1986. Dentre 
os casos mais conhecidosestá a Usina Nuclear de Chernobyl, a explosão da plataforma de petróleo 
Piper Alpha, o vazamento de Bhopal, a explosão no Terminal de GLP na Cidade do México, o 
vazamento de Seveso e a explosão do caminhão-tanque com propileno em São Carlos de La Rapita. 
 
 75 
 
 
• Controle de uso e ocupação do solo nas áreas vizinhas às instalações 
industriais perigosas: A distância segura até pontos vulneráveis é citada na 
literatura como a ‘única garantia de segurança’ para a proteção das pessoas 
vulneráveis (TAVEAU, 2010; BASTA, 2009; BASTA et al., 2007; CAHEN, 2006; 
LEES, 2005; HSE, 1989). Muitas das indústrias que registraram alto número de 
fatalidades estavam cercadas de moradias; como os casos históricos de 
Seveso, Bhopal, Toulouse e Cidade do México (LEES, 2005); porém na época 
da construção das indústrias não havia pessoas nas proximidades, no entanto, 
ao longo do tempo, com a falta de controle e de regulamentação restritiva para 
o uso e ocupação do solo, muitos assentamentos se consolidaram nas 
adjacências de indústrias perigosas (BASTA, 2009; BASTA et al., 2007; 
DECHY et al., 2004). A ocupação irregular ao redor de instalações perigosas 
também é apontado como um fator que amplia a vulnerabilidade e o número de 
fatalidades nos desastres, como os casos de Bhopal, Cidade do México e Vila 
Socó em Cubatão (PORTO; FREITAS, 2003). No caso de Toulouse havia 1130 
pessoas vivendo na zona de efeitos letais (900 metros) e 16 mil pessoas na 
zona de efeitos irreversíveis (1600 metros), tais zonas haviam sido delimitadas 
para uso residencial, porém após o desastre mostraram ser insuficientes 
(DECHY et al., 2004). 
• Compartilhamento de informações de risco com autoridades e o público: 
um dos grandes obstáculos na rápida resposta aos acidentes é a falta de 
informações sobre os produtos químicos, zonas de risco e tipos de cenários 
acidentais, se incêndio, explosão ou nuvem tóxica (LEES, 2005). Os casos de 
Seveso em 1976 e Bhopal em 1984 demonstraram que as empresas não 
haviam disponibilizado informações suficientes para as autoridades e para o 
público (BASTA, 2009). O desconhecimento das informações de segurança dos 
produtos químicos tem sido uma das causas de fatalidades de brigadistas e 
bombeiros, haja vista o acidente ocorrido em 12 de agosto de 2015, no porto 
da cidade de Tianjin, no nordeste da China, que deixou cerca de 170 mortos, 
na maioria bombeiros, e mais de 700 feridos em estado grave. Segundo a 
agência Reuters do Brasil “o armazém projetado para abrigar substâncias 
químicas tóxicas e perigosas, continha, sobretudo nitrato de amônio, nitrato de 
potássio e carbeto de cálcio” (REUTERS DO BRASIL, 2015). O elevado 
número de fatalidades provavelmente se deve ao lançamento de água contra o 
 
 76 
 
 
carbeto de cálcio, que é notório por reagir violentamente com água gerando 
gás acetileno, altamente explosivo e muito mais perigoso que o carbeto de 
cálcio. A falta de comunicação dos riscos para a população e a falta de 
informações sobre os cenários acidentais no relatório de segurança, também 
foram identificadas no acidente de Toulouse como elementos agravantes do 
desastre (TAVEAU, 2010). Isto motivou a criação de um comitê local em 
Toulouse envolvendo as partes interessadas, com o objetivo de melhorar o 
compartilhamento das informações sobre os riscos, porém esforços mais 
amplos deveriam ser iniciados na França para erradicar a ‘cultura do segredo 
de risco’ entre funcionários e público (DECHY et al., 2004). Spósito e Poffo 
(2016) reforçam sobre as graves consequências da postura de resistência por 
parte das indústrias em divulgar seus riscos, visto que muitos desastres 
acontecem por falta de compartilhamento de informações com as partes 
interessadas. 
• Planos de emergência: muitos dos acidentes evidenciaram a falta de preparo 
e de resposta rápida das empresas e autoridades durante e após os desastres, 
devido principalmente, a falta de um plano de emergência estruturado e 
integrado com as instituições externas à indústria (LEES, 2005). Segundo 
Basta (2009), as pessoas atingidas no desastre de Bhopal não sabiam como 
agir quando os alarmes tocaram e os hospitais não estavam preparados para 
atender os casos de intoxicados. No caso da Cidade do México houve caos no 
trânsito quando os moradores tentavam fugir da área e os serviços de 
emergência tentavam entrar (LEES, 2005). Já no caso de Toulouse, o sistema 
de alerta não funcionou e os planos de emergência interno e externo não 
estavam preparados para atender o cenário catastrófico que ocorreu, além 
disso, os 1570 bombeiros e 950 policiais que atuaram no desastre não estavam 
protegidos adequadamente e não utilizaram aparelhos para detectar a 
presença de gases tóxicos (DECHY et al., 2004). Spósito e Poffo (2016) 
realizaram estudo comparativo de experiências com Planos de Resposta à 
Emergência48 na Argentina, Brasil e Colômbia e perceberam que a população 
 
48 Spósito e Poffo (2016) avaliaram a implantação e operação do programa APELL (Awareness and 
Preparedness for Emergencies at Local Level) da UNEP (United Nations Environment Programme) 
em diversos países da América Latina. O Programa APELL teve início em 1988 após uma série de 
acidentes com produtos químicos perigosos que resultaram em fatalidades, danos ambientais e 
 
 77 
 
 
vulnerável está melhor informada sobre os riscos e mais preparada para agir 
nas situações de emergenciais quando se tem um Plano de Resposta à 
Emergência Externo a indústria. Outras deficiências nos planos de emergência 
evidenciadas nos desastres são: falta de definição de rotas de fuga, clareza no 
significado dos sinais sonoros do sistema de alerta e informações sobre os 
efeitos dos produtos químicos nos seres humanos (LEES, 2005). 
• Descontaminação das áreas impactadas49: os desastres de Seveso e de 
Bhopal ilustraram como a descontaminação do local é fundamental para que 
os efeitos danosos dos vazamentos não se prolonguem indefinidamente e 
continuem fazendo vítimas e impactando o meio ambiente (LEES, 2005). 
 
Em 30 de julho de 2003, em virtude do desastre de Toulouse em 2001, a França 
aprovou a Lei No 699 que estabeleceu uma nova abordagem para os relatórios de 
segurança e aplicação no PGT. Os cenários acidentais representativos deveriam ter 
uma abordagem probabilística e não apenas considerar a gravidade dos piores 
cenários como antes praticado (TAVEAU, 2010). Conforme Taveau (2010), os 
requisitos da Lei No 699/2003 resultaram em uma melhor estimativa de riscos e os 
relatórios de segurança passaram a ser elementos-chave para o PGT. Essa lei, 
segundo Salvi, Merad e Rodrigues: 
[...] permitiu o envolvimento das partes interessadas no processo de tomada 
de decisões relacionado com a prevenção de riscos e incitou o 
desenvolvimento de ferramentas específicas para lidar com a complexidade 
das questões de gestão de risco, em especial aquelas relacionadas com o 
ordenamento do território (2005, p. 414, tradução nossa). 
Contudo, conforme Cahen (2006), a Lei impôs não somente o controle de 
construções futuras, mas por razões de ameaça extremamente grave à vida humana 
determinou que construções pré-existentes deveriam ser progressivamente 
desapropriadas, o que demandaria um orçamento de 2 a 4 bilhões de Euros em 2006. 
Muitas das deficiências identificadas nas ‘lições aprendidas’ com os desastres 
tiveram origem em estudos de análise de risco que não consideravam cenários 
 
materiais e consiste na preparação e respota à emergências coordenada pela indústria, autoridades 
e comunidade (UNEP, 2020). 
49 Nesta pesquisa foram identificadas áreas contaminadas com produtos químicos perigosos no PPABC 
apresentadas na Figura 36 e Quadro 8. 
 
 78 
 
 
acidentais de pior caso, isto é, aqueles de maior magnitude, pois apresentavam baixa 
probabilidade de ocorrência(PALTRINIERI et al., 2012). Paltrinieri et al. 
desenvolveram um estudo sobre as lições aprendidas com os desastres de Toulouse 
ocorrido na França em 2001 e de Bucenfield no Reino Unido em 2005 e chegaram à 
conclusão de que os “[...] acidentes são fenômenos complexos, que não podem ser 
totalmente explicados, mesmo após investigações [...]” e que são facilitados pela 
combinação de fatores técnicos, humanos, organizacionais e sociais, que muitas 
vezes não são identificados em estudos de análise de risco (PALTRINIERI et al., 2012, 
p. 1411). 
Com base nas lições aprendidas, observa-se uma tendência na atuação do 
setor industrial e do setor público no que se refere a GRAI que estão sintetizadas nas 
Figuras 15 e 16. 
Figura 15 - Análise crítica da atuação do setor industrial na GRAI 
 
 Fonte: elaborado pela autora 
Figura 16 - Análise crítica da atuação do setor público na GRAI 
 
 79 
 
 
Fonte: elaborado pela autora 
 
3.6 A Diretiva Seveso: a imposição ao diálogo 
Enquanto as indústrias encontravam um caminho para melhorar a gestão de 
seus riscos, as instituições governamentais buscaram estabelecer regulamentações 
para as atividades industriais perigosas. Os desastres industriais influenciaram 
significativamente a evolução das Diretivas da União Europeia (BASTA, 2009). O 
Parlamento e o Conselho da Comunidade Europeia preocupados com as 
consequências dos acidentes industriais de grande magnitude deliberaram uma 
sequência de regulamentos que levaram o nome do acidente ambiental ocorrido na 
Itália em 1976: Seveso I - Diretiva 82/501/CCE (CONSELHO DAS COMUNIDADES 
EUROPEIAS, 1982), Seveso II - Diretiva 96/82/CE (CONSELHO DA UNIÃO 
EUROPEIA, 1996) e Seveso III - Diretiva 2012/18/UE (PARLAMENTO EUROPEU E 
DO CONSELHO, 2012). 
A Diretiva Seveso I em 1982 definiu que as indústrias apresentassem às 
autoridades competentes uma notificação contendo informações relativas às 
substâncias químicas, às instalações e um descritivo sobre as possíveis situações de 
acidente grave, indicando quais medidas seriam tomadas para limitar as 
consequências ao ser humano e ao meio ambiente. 
Setor público
Concentra-se no 
licenciamento 
ambiental
Informações de 
risco não são 
compartilhadas 
entre setores 
publicos
Sistema 
burocrático
Ações pouco 
estruturadas no 
pós-desastre
Tendência em 
impor condução 
coercitiva
Ausência de 
políticas públicas 
para a GRAI no 
âmbito do PGT 
 
 80 
 
 
Já na Diretiva Seveso II em 1996, as ‘notificações’ tornaram-se relatórios mais 
detalhados, inclusive com a avaliação da amplitude e gravidade das consequências 
dos acidentes. A novidade nessa Diretiva é que os Estados Membros deveriam iniciar 
um controle da urbanização nas áreas próximas às indústrias (Artigo 12), por meio 
da implantação de políticas públicas restritivas para uso e ocupação do solo, como 
também aplicar distâncias adequadas entre os estabelecimentos e as áreas 
vulneráveis aos acidentes, tais como, zonas residenciais, de utilização pública e de 
interesse ambiental, em particular aquelas mais sensíveis. A participação da 
população começa a ter destaque nas Diretivas a partir do livre acesso aos relatórios 
de segurança e da obrigatoriedade da empresa de informar à população exposta qual 
a conduta a ser adotada em caso de acidente. 
Em 2003 alguns artigos da Diretiva Seveso II de 1996 (PARLAMENTO E 
CONSELHO EUROPEU, 2003) foram alterados após uma sequência de acidentes 
que causaram fatalidade, impactos ao meio ambiente e danos materiais, a dizer: (1) 
derrame de cianeto e cobre que poluiu o rio Danúbio devido ao rompimento da 
barragem de rejeitos da mina de ouro em Baia Mare, na Romênia, em Janeiro de 
2000, (2) explosões com artigos pirotécnicos ocorrido em Enschede, nos Países 
Baixos, em Maio de 2000 e (3) explosão da fábrica de fertilizantes em Toulouse, 
França, em Setembro de 2001. O Artigo 12 que tratava das distâncias seguras foi 
complementado com novos pontos de interesse, a dizer: edifícios, principais vias 
rodoviárias e zonas de recreio e lazer. A Comissão Europeia em colaboração com os 
Estados Membros deram início a elaboração de uma base de dados técnicos que 
incluía dados de risco e cenários de risco para avaliação da compatibilidade entre os 
estabelecimentos perigosos e as zonas de interesse. 
A Diretiva Seveso III em 2012 reforçou as ações para elevar o nível de proteção 
às comunidades e ao meio ambiente. Os relatórios de segurança deveriam fornecer 
informações suficientemente claras, para que as autoridades competentes pudessem 
tomar suas decisões sobre o ordenamento do território, bem como apresentar 
planos de emergência internos às indústrias e elementos para a elaboração dos 
planos externos articulados com as instituições públicas. As informações 
prestadas ao público deveriam ser claras, compreensíveis e ativas, isto é, sem que o 
público tivesse de solicitá-las, devendo ser permanentes e atualizadas 
eletronicamente, sem, no entanto, excluir outras formas de divulgação. 
 
 81 
 
 
O que se observa é que as Diretivas Seveso vêm estimulando discussões e 
sensibilizando muitos pesquisadores a propor e aprimorar métodos para definir 
distâncias seguras, como também mapear zonas de risco nos arredores dos 
estabelecimentos perigosos. Portanto, essas Diretivas desafiaram autoridades 
gestoras do planejamento urbano e do setor industrial a dialogarem sobre uma 
questão tradicionalmente tratada de forma independente, e como mencionado por 
Cozzani et al. (2006) o ordenamento do território pela maioria dos Estados Membros 
até o ano 2000 era realizado sem regulamentação específica e o risco de acidentes 
industriais não era explicitamente considerado nas políticas públicas de planejamento 
territorial, evidenciando a grande dificuldade em unir os tomadores de decisão e as 
partes interessadas. 
Embora as Diretivas de Seveso tenham desempenhado um papel importante 
na relação entre o setor industrial e o planejamento territorial, permanecem questões 
não resolvidas, como por exemplo: Qual seria a ‘distância segura’ para ser 
apresentada nos mapas de risco? Qual a abordagem metodológica de risco que 
melhor se traduz em prática para a GRAI no âmbito do PGT? 
3.7 As regulamentações sobre acidentes industriais e PGT no Brasil 
No Brasil, observam-se políticas e regulamentações para acompanhar o 
movimento internacional no que se refere a gestão dos riscos de desastres. 
Especificamente, a GRAI no âmbito do PGT, a Política Nacional de Proteção e Defesa 
Civil (PNPDEC) estabelecida na Lei No 12.608/2012 (BRASIL, 2012) e o Plano 
Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida em Emergências Ambientais 
com Produtos Químicos Perigosos - P2R2 estabelecido no Decreto 5.098/2004 
(BRASIL, 2004) são as principais regulamentações. Há ainda o Estatuto da Metrópole, 
estabelecido na Lei Federal No 13.089 de 2018 (BRASIL, 2018), que define, entre 
outros objetivos50, as diretrizes para o desenvolvimento de um Plano de 
 
50 De acordo com Santos (2018), o Estatuto da Metrópole é um diploma normativo inovador para 
fomentar o desenvolvimento regional que apresenta quatro objetivos: (1) estabelecer diretrizes para 
o planejamento, gestão e execução das funções públicas de interesse comum em regiões 
metropolitanas e em aglomerações urbanas, (2) definir normas para a elaboração do Plano de 
Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI), (3) definir normas para a elaboração dos instrumentos 
de governança interfederativa, e (4) estabelecer critérios para o apoio da União a ações de 
governança interfederativa. 
https://www.pdui.sp.gov.br/rmsp/wp-content/uploads/2018/01/MEDIDA-PROVIS%C3%93RIA-N%C2%BA-818-DE-11-DE-JANEIRO-DE-2018-Di%C3%A1rio-Oficial-da-Uni%C3%A3o-Imprensa-Nacional.pdf
 
 82 
 
 
Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) para as Regiões Metropolitanas eAglomerações Urbanas. 
A PNPDEC (BRASIL, 2012) abrange as ações de prevenção, mitigação, 
preparação, resposta e recuperação voltadas à proteção e defesa civil na ocorrência 
de desastres, devendo integrar-se às políticas de ordenamento territorial e 
desenvolvimento urbano, com vista a promoção do desenvolvimento sustentável. A 
PNPDEC estabelece as competências da União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, porém, compete aos Municípios incorporar as ações necessárias no 
planejamento municipal. Resumidamente, as ações que competem ao Município são: 
• identificar e mapear as áreas de risco de desastres; além de promover a 
fiscalização e vedar novas ocupações nessas áreas; 
• vistoriar edificações e áreas de risco, promovendo, quando for o caso, a 
evacuação da população das áreas de alto risco ou das edificações 
vulneráveis; 
• manter a população informada sobre áreas de risco e ocorrência de eventos 
extremos, bem como sobre protocolos de prevenção e alerta e sobre as 
ações emergenciais em circunstâncias de desastres; 
• realizar regularmente exercícios simulados, conforme Plano de 
Contingência de Proteção e Defesa Civil; 
• estimular a participação de entidades privadas, associações de voluntários, 
clubes de serviços, organizações não governamentais e associações de 
classe e comunitárias. 
Merece destaque a competência do município no que se refere a elaboração 
de “carta geotécnica de aptidão à urbanização, estabelecendo diretrizes urbanísticas 
voltadas para a segurança dos novos parcelamentos do solo” (BRASIL, 2012). A Lei 
No 12.608/2012 por conseguinte, define ações desafiadoras para os municípios, 
“justamente eles os entes federados mais frágeis, tanto em termos de capacidade 
econômica, quanto técnico-administrativa” (NOGUEIRA; OLIVERIA; CANIL, 2014). 
Além do mais, apesar da ampla abrangência da PNPDEC, a Lei No 12.608 não está 
declaradamente voltada aos desastres tecnológicos (LOPES, 2017), sendo observada 
citações sobre áreas de deslizamento, inundações, processos geológicos e 
hidrológicos, que caracterizam os desastres naturais. No entanto, a Lei traz à tona 
 
 83 
 
 
uma importante diretriz para a Gestão de Risco de Desastres: a integração com as 
políticas de ordenamento do território. 
A Lei 12.608/2012 aponta a necessidade da integração entre políticas de 
ordenamento territorial com as políticas de gestão de riscos e representa a 
busca por transformações e mudanças nos procedimentos, projetos e ações 
que, desde a década de 1970, vinham ocorrendo separadamente, tanto nas 
ações de prevenção de risco, quanto nas propostas do planejamento urbano 
e regional” (LOPES, 2017, p. 26) 
Já o ‘Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida em 
Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos - P2R2’ reconhece a 
importância da informação, participação, prevenção, precaução, reparação e o 
princípio do poluidor-pagador (BRASIL, 2004). O Plano Nacional P2R2 conta com 
quatro instrumentos básicos: (1) mapeamento das áreas de risco, (2) sistema de 
informação, (3) mecanismos financeiros e (4) planos de ação de emergência. O 
mapeamento das áreas de riscos consiste na: 
[...] identificação, caracterização e mapeamento das áreas e atividades que 
efetiva ou potencialmente, apresentem risco de ocorrência de acidente de 
contaminação ambiental, decorrente de atividades que envolvam produtos 
perigosos [...] (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2007, p. 6). 
De acordo com o P2R2, os mapas resultantes devem ser georreferenciados e 
abranger todo o território nacional, considerando as bacias hidrográficas. Já os planos 
de emergência consistem na definição de sistemas, ações, procedimentos e iniciativas 
de preparação e resposta dos órgãos públicos e privados para atendimento integrado 
à acidentes com produtos químicos perigosos (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 
2007). Vale mencionar que o Ministério do Meio Ambiente realizou um levantamento 
preliminar, entre 2003 e 2004, e identificou várias dificuldades para o enfrentamento 
das emergências ambientais, a dizer: “disponibilidade e qualificação de recursos 
humanos, deficiência de infraestrutura operacional, insuficiência de sistemas de 
informação” e falta de “gestão integrada dos diversos atores” (MINISTÉRIO DO MEIO 
AMBIENTE, 2007, p. 8). 
Desde 2004, ano da promulgação do Decreto 5.098, até 2012 no ‘Seminário 
Diálogos Setoriais para Ações de Prevenção Perigosos’ ocorrido em Brasília, poucos 
Estados do Brasil haviam logrado mapear as áreas de risco ambiental de seu território, 
apesar dos 10 projetos em andamento na época, limitando-se aos Estados do Acre, 
Mato Grosso do Sul, Pernambuco e São Paulo, porém somente o Acre relatou ter 
 
 84 
 
 
aplicado criteriosamente a metodologia do P2R2, os demais estavam iniciando esse 
trabalho ou haviam mapeado algumas de suas principais rodovias (MINISTÉRIO DO 
MEIO AMBIENTE, 2013). 
É importante ressaltar que o P2R2 surgiu a partir da constatação da deficiência 
de atendimento à emergência por ocasião do rompimento da barragem de resíduos 
com substâncias químicas perigosas, ocorrido em 29 de março de 2003, no município 
de Cataguazes, estado de Minas Gerais, que atingiu os rios Pomba e Paraíba do Sul. 
Portanto, os principais focos do P2R2 são vazamentos que possam impactar sítios 
frágeis ou vulneráveis e áreas contaminadas e/ou passivos ambientais. Não é sem 
razão que a principal fonte de informação do P2R2 são as cartas de sensibilidade 
ambiental51 a derramamentos de óleo em áreas costeiras e marinhas, bem como 
informações sobre bacias hidrográficas. Desta forma, mapas de risco elaborados a 
partir da metodologia do P2R2 não seriam completamente adequados para o 
planejamento territorial e atendimento à emergência da população em caso de 
incêndio, explosão e nuvem tóxica, pois não há um instrumento apropriado de 
consulta para definir e mapear as zonas de risco à saúde humana. 
Quanto ao Estatuto da Metrópole (BRASIL, 2018), nota-se que a sua maior 
contribuição para a GRAI no âmbito do PGT está relacionada com o desenvolvimento 
do PDUI e sua integração com os planos diretores municipais. PDUI é definido no §1º 
do Artigo 12 do Estatuto da Metrópole (Lei No 13.089/2018) como um: 
[...] instrumento que estabelece, com base em processo permanente de 
planejamento, viabilização econômico-financeira e gestão, as diretrizes para 
o desenvolvimento territorial estratégico e os projetos estruturantes da região 
metropolitana e aglomeração urbana [...] (BRASIL, 2018, p. §1º, Art. 12 ). 
A RMSP iniciou a elaboração de seu PDUI em outubro de 2015, articulado com 
o Estado de São Paulo e os 39 municípios que compõem a RMSP. Várias etapas 
foram cumpridas desde então, contando com a participação da sociedade civil, 
acompanhamento pelo Ministério Público, promoção de audiências públicas 
municipais para a discussão do conteúdo, até chegar à validação do caderno 
preliminar de propostas e da minuta do projeto de lei. Atualmente, a minuta encontra-
 
51 Desde a promulgação da Lei No 9.966 de 28 de abril de 2000, as cartas de sensibilidade ambiental 
constituem-se em ferramentas essenciais e fonte primária de informação para o planejamento de 
contingência e implementação de ações de resposta a incidentes de poluição por óleo (MMA, 2018). 
 
 85 
 
 
se em fase de aprovação pela Assembleia Legislativa do Governo do Estado de São 
Paulo (CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE 
SÃO PAULO, 2020). Quanto ao conteúdo do PDUI/RMSP, observa-se que a RMSP 
foi dividida em cinco sub-regiões, com os municípios do Grande ABC localizados na 
sub-região Sudeste. O PDUI/RMSP foi organizado em quatro eixos funcionais52 e 
contempla os diferentes conteúdos mínimos estabelecidos no Estatuto da Metrópole. 
Apesar de estar declarado na apresentação do conteúdo do PDUI/RMSP que seja 
realizada a delimitaçãodas áreas sujeitas a risco de ‘desastre natural’, o Artigo 17 que 
trata da gestão de riscos ambientais, traz a necessidade de delimitação das áreas 
com restrição à urbanização relacionadas com riscos tecnológicos, devendo ser 
consideradas as informações disponíveis em mapeamentos de risco. 
Em se tratando da regulamentação específica para distanciamentos de 
instalações industriais, há a Lei No 10.932/2004 (BRASIL, 2004) que dispõe sobre o 
parcelamento do solo e determina que haja uma reserva de faixa não-edificável 
vinculada a dutovias, a ser estabelecida: 
[...] no âmbito do respectivo licenciamento ambiental, observados 
critérios e parâmetros que garantam a segurança da população e a 
proteção do meio ambiente, conforme estabelecido nas normas 
técnicas pertinentes [...] (BRASIL, 2004, p. 1). 
Apesar dos esforços para a elaboração do PDUI/RMSP, há um debate crítico 
sobre as limitações de planos diretores municipais como instrumentos urbanísticos 
verdadeiramente participativos, conforme instituído no Estatuto da Cidade, por meio 
da Lei Federal No 10.257, de 10 de julho de 2001 (BRASIL, 2001). Klink e Denaldi 
(2011), por exemplo, argumentam que o planejamento participativo-colaborativo não 
havia conseguido mudar a trajetória do desenvolvimento desigual das cidades até 
2011 e que a participação da sociedade na elaboração dos planos diretores é uma 
ilusão, tendo em vista a existência de relações de poder e de conflitos em torno do 
 
52 O PDUI/RMSP está organizado nos eixos: (1) Desenvolvimento Econômico, Social e Territorial; (2) 
Habitação e Vulnerabilidade Social; (3) Meio Ambiente, Saneamento e Recursos Hídricos e (4) 
Mobilidade, Transporte e Logística. Ele contempla diretrizes para: Funções Públicas de Interesse 
Comum; parcelamento, uso e ocupação do solo previstas no Ordenamento Territorial; 
macrozoneamento; delimitação das áreas sujeitas a desastres naturais e sistema de 
acompanhamento e controle em consonância com a governança metropolitana (CONSELHO DE 
DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO, 2020). 
 
 86 
 
 
ambiente construído que dificultam a capacidade transformadora dos processos 
produtivos. 
Por outro lado, os recentes desastres naturais ocorridos no Litoral Paulista, Rio 
de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais entre fevereiro e março de 2020 
demonstraram que a gestão de risco de desastres no Brasil é ineficiente. A Associação 
Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental (ABGE, 2020)53 aponta que a Lei 
No 12.608/2012 não está regulamentada, há ineficiência na fiscalização, falta 
interlocução entre a gestão pública e a sociedade, bem como, faltam protocolos de 
comunicação de risco. Além disso, os mapeamentos das áreas de risco realizados por 
institutos de pesquisa, universidades e empresas não foram incorporados aos planos 
diretores e de contingência. De acordo com a ABGE (2020, p. 2) é necessário 
“constituir uma governança para a gestão de riscos por meio de um processo mais 
participativo, com a integração das políticas setoriais municipais e apoio dos níveis do 
governo estadual e federal”. Portanto, faltam ações preventivas no âmbito do 
planejamento urbano e regional para que os terrenos sejam ocupados com segurança, 
além de medidas mitigadoras para a recuperação de áreas e a remoção de pessoas 
em casos extremos (ABGE, 2020). Tais críticas revelam deficiências nos processos 
de gestão de risco de desastres naturais que podem ser aplicadas à GRAI. 
Para Lopes, a GRAI no âmbito do PGT é uma temática nova e complexa, pois 
envolve a integração horizontal entre diversos setores e vertical entre diferentes níveis 
de governo (LOPES, 2017). Não há integração de políticas públicas no Brasil que 
efetivamente integre os EARs no PGT, o que resulta na inviabilidade de um 
empreendimento industrial devido a ocupações indiscriminadas de áreas vizinhas 
(LOPES, 2017). Além disso: 
[..] os principais gargalos deste processo são: vontade política e apropriação 
por parte da sociedade. É preciso autoridades políticas, neste caso, 
municipais, exercerem a liderança no processo de planejamento e 
ordenamento do território, buscarem resoluções duradouras para os conflitos, 
adotarem um enfoque participativo, aplicarem critérios territorial [...] (LOPES, 
2017, p. 112). 
Ainda que a GRAI no âmbito do PGT seja um tema sem regulamentação 
específica; salvo o mapeamento de risco do P2R2 com ressalvas quanto às fontes de 
 
53 A ABGE é uma instituição de classe composta por especialistas em gestão de risco de desastres 
relacionados com movimentos de massa (corridas e deslizamentos) e inundações (nota da autora). 
 
 87 
 
 
informação e de metodologia para o mapeamento de áreas de risco; o Estatuto da 
Metrópole e o PDUI/RMSP abrem uma oportunidade para a inclusão do mapeamento 
de risco nos planos diretores e de instrumentos para o ordenamento do território nos 
planos de desenvolvimento urbano. 
3.8 O que são Estudos de Análise de Risco (EAR)? 
Estudos de Análise de Risco (EAR); também conhecidos por Análises 
Quantitativa de Risco (AQR) ou Quantitative Risk Assessment (QRA); são definidos 
como “estudos quantitativos de risco de um empreendimento, baseados em técnicas 
de identificação de perigos, estimativa de frequências e de efeitos físicos, avaliação 
de vulnerabilidade e na estimativa do risco” (CETESB, 2011, p. 5). O caráter 
preventivo do EAR possibilita o diagnóstico, a avaliação e a redução do risco imposto 
ao meio ambiente e ao homem, por meio de medidas de mitigação e de gerenciamento 
(CETESB, 2019). 
No Brasil, a Resolução CONAMA No1 de 23/01/1986 definiu a obrigatoriedade 
da apresentação de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e os EAR passaram a ser 
solicitados nos processos de licenciamento para determinados tipos de 
empreendimentos, de forma que a prevenção de acidentes maiores54 fosse 
contemplada (CETESB, 2014). Os EARs são solicitados nos processos de 
licenciamento ambiental de atividades potencialmente perigosas, tais como, 
indústrias, bases, terminais e dutos que manipulam, produzem, armazenam e 
transportam substâncias inflamáveis ou tóxicas nos estados líquido e gasoso, sendo 
a norma técnica P4.261 da CETESB (2014) utilizada no Estado de São Paulo e como 
referência metodológica em grande parte do território nacional (o Anexo Apêndice I 
apresenta um resumo da norma P4.261). No entanto, “[...] as empresas que 
manipulam substâncias com perigos diferenciados como, por exemplo, pós, 
peróxidos, oxidantes, explosivos e reativos são estudados caso a caso, uma vez que 
 
54 Acidente maior ou acidentes grave é definido nas Diretivas de Seveso como um evento tal 
envolvendo uma ou mais substâncias perigosas que resulte em vazamento, incêndio ou explosão 
que provoque um perigo imediato ou retardado ao ser humano e/ou meio ambiente, tanto no interior, 
como no exterior do estabelecimento industrial (CONSELHO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS, 
1982; CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, 1996; PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO, 
2012). 
 
 88 
 
 
[...]” tais substâncias não são cobertas pela norma da CETESB (CETESB, 2011, p. 
4/140). 
Segundo o Ministério da Habitação, Planejamento Urbano e Meio Ambiente dos 
Países Baixos (VROM - Ministry of Housing, Spatial Planning and the Environment), 
os estudos quantitativos de risco são “ferramentas valiosas para a determinação do 
risco do uso, manuseio, transporte e armazenamento de substâncias perigosas...” e 
“... fornecem às autoridades competentes informações relevantes para a tomada de 
decisão sobre a aceitabilidade do risco relacionado à mudanças na planta química ou 
ao redor do estabelecimento e de rotas de transporte...” (VROM, 2005, p. 1.1). 
O método técnico-científico mais difundido internacionalmente para quantificar 
o risco industrial, consiste em estimar o número de mortes imediatas ao acidente 
conjuntamente comsua frequência de ocorrência, entendendo-se por risco “a 
probabilidade de morte aguda como resultado da exposição a substâncias tóxicas, 
radiação de calor ou sobrepressão [...]” causadas por substâncias inflamáveis e 
materiais reativos (RIVM, 2009, p. 3). 
A elaboração de um EAR exige conhecimentos técnicos específicos, mão de 
obra especializada e o uso de softwares especiais. O objetivo do EAR é quantificar o 
risco por meio da simulação dos efeitos de vazamentos de produtos químicos 
perigosos, a partir de rigorosos algoritmos baseados em modelos matemáticos, que 
por sua vez são continuamente revisados por centros de pesquisa e associações de 
engenheiros, matemáticos e estatísticos. Os especialistas dessa matéria buscam 
alcançar resultados precisos que se aproximem da realidade de um acidente. 
Não é à toa que os EARs são considerados ferramentas valiosas para estimar 
o risco de atividades industriais que utilizam substâncias químicas perigosas, porém 
no Brasil tais estudos são utilizados somente nos processos de licenciamento 
ambiental para concessão de licenças e seus resultados não são levados em conta 
pelas autoridades do planejamento urbano (LOPES, 2017). 
3.9 As abordagens metodológicas para planejamento do território 
Desde a publicação da Diretiva Seveso II em 1996 os Estados Membros da 
União Europeia buscaram definir políticas e práticas para tratar o ordenamento, uso e 
 
 89 
 
 
ocupação do solo ao redor de instalações perigosas55, porém devido a razões 
históricas, administrativas e culturais de cada país foram empregadas diferentes 
abordagens, métodos e critérios (CHRISTOU; GYENE; STRUCKL, 2011). Embora 
houvesse desde 2004 um Grupo de Trabalho Europeu sobre Ordenamento do 
Território (European Working Group on Land Use Planning - EWGLUP), coordenado 
pelo Departamento de Riscos de Acidentes Graves (Major Accidents Hazards Bureau 
- MAHB) do Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia (European 
Commission´s Joint Research Centre - JRC) para investigar sobre a situação da 
implementação do Artigo 12 da Seveso II, não havia uma padronização nas 
abordagens metodológicas para a GRAI no âmbito do PGT, o que resultou em 
diferentes políticas e decisões sobre o controle da urbanização (BASTA, 2009). 
As abordagens metodológicas adotadas em diferentes países europeus para a 
elaboração de mapas de risco e aplicação no planejamento territorial podem ser assim 
resumidas (Quadro 6): 
1) baseada na consequência do acidente: abordagem determinística que 
considera as consequências dos cenários acidentais de acordo com os 
níveis de danos causados por efeitos físicos e toxicológicos (PASMAN; 
RENIERS, 2014). Esta abordagem baseia-se no conceito de que se existem 
medidas suficientes para proteger a população do pior cenário, então a 
proteção existente é suficiente para cenários menos graves (CHRISTOU; 
GYENE; STRUCKL, 2011). As distâncias de risco são calculadas até os 
valores limites e as zonas são definidas conforme as restrições de uso e 
ocupação do solo (MA et al., 2015; COZZANI et al., 2006). As distâncias de 
risco podem ser traçadas em mapas georreferenciados. De acordo com 
Sebos et al. (2010) este método é adotado na Áustria, Bélgica, Espanha, 
Finlândia e Luxemburgo. Há ainda uma abordagem mais simplificada 
estabelecida e utilizada na Alemanha e Suécia, que consiste na utilização 
de distâncias ‘genéricas’ derivadas de cenários acidentais selecionados de 
forma conservativa e validadas por peritos (MA et al., 2015; CHRISTOU; 
GYENE; STRUCKL, 2011; SEBOS et al., 2010). 
 
55 As instalações perigosas na U.E. que armazenam ou processam produtos químicos perigosos são 
chamadas de Instalações SEVESO (nota da autora). 
 
 90 
 
 
 
2) baseada no risco: abordagem probabilística que considera as 
consequências e as frequências de ocorrência dos cenários acidentais 
representados por índices de risco, em geral, Risco Individual (RI) e Risco 
Social (RS) expressos em contornos de curvas isorrisco (mesmo nível de 
risco individual) e curvas em um gráfico F-N para o RS, onde F é a 
frequência cumulativa de vários cenários de acidentes e N é o número de 
fatalidades (PASMAN; RENIERS, 2014). As curvas de isorrisco do RI são 
traçadas no layout da planta química e sobreposto a imagem de satélite, 
permitindo georrefenciamento. Os critérios para o PGT baseiam-se em 
valores de risco considerados toleráveis. Adotado no Reino Unido e Países 
Baixos (COZZANI et al., 2006) e alguns casos específicos na Grécia 
(SEBOS et al., 2010). Um artigo recente mostrou que algumas regiões da 
Bélgica estão adotando a abordagem probabilística para a gestão do 
território (DELVOSALLE et al., 2017). 
 
3) abordagem híbrida: ou "semiquantitativa" (PASMAN; RENIERS, 2014; 
CHRISTOU et al., 2011; BASTA, 2011); combina as abordagens de 
consequência e de risco. Na França a abordagem de consequência é usada 
para determinar as zonas de danos com base nos valores limites para 
radiação (incêndio), sobrepressão (explosão) e concentração tóxica, e a 
abordagem do risco para determinar os cenários acidentais (SEBOS et al., 
2010). A Itália adota um critério híbrido com quatro zonas de danos 
identificadas na abordagem por consequência. Os valores de frequência de 
cada cenário são divididos em quatro classes de probabilidade e a categoria 
de risco é determinada em uma matriz 4x4 (Danos x Frequência) que possui 
categorias de uso do solo associadas (MA et al., 2015). As frequências não 
são utilizadas para expressar o risco individual e social como na abordagem 
por risco (SOTO; RENARD, 2015). 
 
 
 
 91 
 
 
Quadro 6 - Diferentes abordagens metodológicas para mapeamento de risco e 
aplicação no PGT 
Tipo de 
metodologia 
Característica da abordagem Adotada em 
Determinística 
Base-consequência (valor limite para 
radiação, sobrepressão, concentração 
tóxica - distâncias genéricas) 
Áustria, Finlândia, Alemanha, 
Luxemburgo, Espanha e 
Suécia 
Probabilística 
Base-risco (Risco Individual e Risco 
Social) 
Países Baixos, Reino Unido, 
Grécia e Brasil Nota 1 
Híbrida 
Combina Base-consequência e base-
risco 
França, Itália e Bélgica 
Fonte: tabulado pela autora com base nos artigos listados no Anexo II. 
Nota 1: a CETESB adota a abordagem probabilística, com base nos riscos individual e social 
(2011). 
 
A abordagem probabilística aplicada nos Países Baixos é baseada em estudos 
de risco quantitativos, ou EARs, e tem por objetivo o planejamento do 
desenvolvimento urbano. No entanto, conforme Boot (2010), os critérios de Risco 
Individual e Risco Social não fornecem todas as informações necessárias para o 
planejamento urbano e as autoridades neerlandesas identificaram a necessidade de 
visualizar o risco social em mapas. 
 
 92 
 
 
4 RESULTADOS 
4.1 Histórico da ocupação da região do PPABC 
A ocupação da região onde PPABC está localizado teve início entre 1553 e 
1560, quando João Ramalho se instalou e deu início ao povoamento da Vila de Santo 
André da Borda do Campo (SEADE, 2019). A vila se localizava entre São Paulo de 
Piratininga e a Serra do Mar, em uma região cortada pelo caminho primitivo dos 
indígenas e estratégica para se chegar ao litoral (SEADE, 2019). Conforme Gouveia, 
o rio Tamanduateí desempenhou um importante papel para os povos indígenas que 
aqui habitavam e para os colonizadores europeus, pois constituía-se em uma via de 
conexão entre o litoral e o interior paulista. Há registro da trilha utilizada pelo povo 
indígena Tupiniquim no mapa da Capitania de São Vicente (Figura 17), retratado entre 
1553 e 1597 (GOUVEIA, 2016). 
Figura 17 - Mapa da Capitania de São Vicente e Adjacências (1553-1597) com 
destaque para a trilha Tupiniquim entre São Vicente e São Paulo de Piratininga 
 
Fonte: Gouveia (2016, p. 5) 
Legenda: Trilha utilizada pelo povoindígena Tupiniquim 
 
 
 93 
 
 
A vila de Santo André foi extinta por Mem de Sá, governador-geral do Brasil, 
devido aos conflitos existentes na época entre João Ramalho, os fundadores de 
Piratininga, e os padres jesuítas. Seus habitantes foram transferidos para São Paulo 
dos Campos de Piratininga, fundada em 1554 (SEADE, 2019). A antiga vila 
permaneceu abandonada até que Antônio Pires Santiago construiu a capela Nossa 
Senhora da Conceição da Boa Viagem, criando um novo núcleo populacional em 
1735, que depois viria a ser São Bernardo do Campo (SEADE, 2019). 
Em novembro de 1860, o banqueiro e industrial Irineu Evangelista de Souza, o 
então Barão de Mauá, financiou a construção da Estrada de Ferro São Paulo Railway, 
que ficou sob concessão da empresa inglesa The São Paulo Railway Co Ltd até 1946, 
quando passou a ser administrada pela União e chamar-se Estrada Santos-Jundiaí 
(IBGE, 1954, p. 140). O acampamento dos operários da obra da estrada de ferro, 
localizado próximo à descida da Serra do Mar, viria a ser em 1867, a Estação Alto da 
Serra, que seria posteriormente chamada de vila de Paranapiacaba (PREFEITURA 
DE SANTO ANDRÉ, 2013). Toda essa região por onde passava a estrada de ferro 
pertencia, na época, a São Bernardo do Campo que ganhou impulso ao 
desenvolvimento graças à inauguração em 1867 de diversas estações na estrada de 
ferro, cujo papel era escoar a produção de café do interior para o litoral paulista 
(SEADE, 2019). A Figura 18 apresenta o traçado da Ferrovia Santos-Jundiaí em 1954 
(IBGE, 1954, p. 36). Atualmente esse trajeto forma a Linha 10-Turquesa e Linha da 7-
Rubi da CPTM, porém sem o antigo trecho que descia a Serra do Mar, entre 
Paranapiacaba e Santos. 
 
 
 
 94 
 
 
Figura 18 - Mapa com o traçado da ferrovia Santos-Jundiaí em 1954 
 
Fonte: IBGE (1954, p. 36) 
Nota: Destaque para a Estação de Capuava 
 
 
 95 
 
 
Mauá por sua vez surgiu em torno da capela de Nossa Senhora do Pilar 
construída em 1714 (NUNES, 2017). As primeiras construções na região foram um 
engenho de açúcar, um armazém e um comércio de madeira (SEADE, 2019). Em abril 
de 1883, a inauguração da Estação de Pilar da ferrovia Santos-Jundiaí, hoje Estação 
Mauá, marca o início do processo de industrialização da região com indústrias de 
cerâmica e porcelana, seguindo basicamente o modelo de desenvolvimento 
‘povoados-estação’ do sistema ferroviário (NUNES, 2017). Posteriormente, as 
indústrias de porcelana e químicas iriam induzir e acelerar o desenvolvimento do 
munícipio (NUNES, 2017). 
Em 1910, a atual região de Santo André já se destacava como o principal polo 
industrial, atraindo fábricas de diversas modalidades e um operariado proveniente do 
interior do Estado. A proximidade com a estação de ferro, as terras planas do vale do 
Tamanduateí e os estímulos fiscais contribuíram para o desenvolvimento da região. 
Entre 1950 e 1960 São Bernardo do Campo iniciaria a sua escalada de 
industrialização que culminaria com o maior parque automobilístico e metalúrgico do 
País (SEADE, 2019). 
Em 195356 inicia-se a formação do PPABC com a construção da Refinaria e 
Exploração de Petróleo União S/A, também conhecida por Refinaria União. A 
Refinaria foi construída por iniciativa do Grupo União, empresa de capital privado dos 
irmãos Soares Sampaio, mas viria a se tornar a Refinaria de Capuava (RECAP) da 
Petrobras em 1974 (PETROBRAS, 2019; KLEIN, 2011). De acordo com Klein há 
relatos de que a região onde a Refinaria União estava sendo construída “[...] era um 
espaço ermo, onde não havia uma sociedade organizada, existindo apenas uma 
parada de trem, que é a estação de Capuava. Portanto, não havia nada no entorno, 
muito menos comunidade [...]” (KLEIN, 2011, p. 21). Esse relato pode ser confirmado 
no vídeo-reportagem sobre a construção e inauguração da Refinaria União entre 
janeiro e dezembro de 1954, onde é possível observar que não havia moradores na 
região próxima ao local (Figura 19) (Construção da Refinaria de Capuava, 1954). 
 
 
56 A construção da Refinaria inicia-se no mesmo ano em que Mauá é elevado à condição de município 
(PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ, 2016) 
 
 96 
 
 
Figura 19 - Imagem do vídeo-reportagem ‘Construção da Refinaria de Capuava’ 
 
Fonte: Construção da Refinaria de Capuava (1954) 
 
Tizio (2009) em sua pesquisa sobre os nomes dos bairros de Santo André, 
relata que em 1957 a região era deserta e que o Grupo União havia comprado muitas 
terras ao redor de sua refinaria, de forma a impedir a abertura de loteamentos. Vale 
destacar que o atual bairro Parque Capuava, em Santo André, levou o nome da 
refinaria e foi pavimentado por iniciativa do Grupo União (TIZIO, 2009). 
Conforme Klein (2011), em 1967 inicia-se a construção, também por iniciativa 
de Soares Sampaio, de um polo petroquímico em terreno adjacente à já existente 
Refinaria União. O local era estratégico, pois estava entre o litoral e o mercado 
consumidor da Capital Paulista, o que acabou atraindo outras indústrias químicas 
após a inauguração em 1972 da PQU-Petroquímica União (atual Braskem Q3) 
(Figuras 20, 21 e 22). 
 
 
 97 
 
 
Figura 20 - Inauguração da Petroquímica União (PQU) em 1972 
 
Fonte: KLEIN (2011) 
Figura 21 - Vista do PPABC em 1972*. À direita a Av. Pres. Arthur da Costa e Silva 
 
Fonte: IBGE (2014). *data estimada. 
 
 98 
 
 
Figura 22 - Vista da Refinaria União em 1972*. Ao fundo, bairros de Santo André 
 
 Fonte: IBGE (2014). *Data estimada. 
 
A construção de dutos interligando a PQU à Refinaria de Capuava e às 
indústrias na região; inclusive algumas localizadas em Cubatão; colaborou para o 
desenvolvimento do Polo Petroquímico, pois facilitou o escoamento de matérias- 
primas, que na época eram importadas (KLEIN, 2011). O relatório do IBGE (1954), 
sobre o I Centenário das ferrovias brasileiras, relata a presença de um oleoduto entre 
Santos e São Paulo (Figura 23), enquanto que Klein destaca sobre os dutos na região 
da PQU: 
[...] a distribuição da produção da PQU era quase que inteiramente feita por 
dutos, que cobriam um raio de 20 quilômetros. Havia apenas duas exceções: 
o butadieno que era transportado por caminhões-tanque para a fábrica de 
borracha sintética da Petrobras em Caxias, RJ; e parte do etileno, que era 
distribuído por etilenoduto para a Cia. Brasileira de Estireno e para a Union 
Carbide, ambas em Cubatão, SP [...] (KLEIN, 2011, p. 24) 
 
 
 
 99 
 
 
Figura 23 - Registro histórico do oleoduto entre Santos e São Paulo 
 Fonte: IBGE, 1954, p.35 
Em 1975, o PPABC já estava constituído e era composto por várias indústrias 
do ramo do petróleo e químico, a dizer: “[...] PQU, Unipar Química, Poliolefinas, 
RECAP, Oxiteno, Atlas, Polibrasil e Capuava Carbonos Industriais [...]”, além das 
indústrias localizadas fora da região do Polo: “[...] Union Carbide do Brasil e 
Companhia Brasileira de Estireno em Cubatão; Eletrocloro e Copamo localizadas na 
Vila Elclor, entre Rio Grande da Serra e Paranapiacaba [...] (KLEIN, 2011, p. 28). 
Muitas dessas industriais tiveram suas razões sociais alteradas ao longo desses anos, 
devido à compra e venda de ativos, grande parte motivada pela abertura do mercado 
petroquímico para o capital privado após 1990. Houve também mudanças nos 
portfólios de produtos fabricados, de forma a manter as empresas mais competitivas 
no mercado industrial. A UNIPAR, por exemplo, se uniu a Petrobras em 2008 e surgiu 
a empresa Quattor para produção de Nafta, agregando também a PQU, Polietilenos 
União e UNIPAR (POLO INDUSTRIAL, 2020). Em 2010, a BRASKEM, do grupo 
Odebrecht Química, adquire a empresa Quattor, tornando-se uma empresa com 4 
unidades fabris dentro do PPABC (BRASKEM, 2020). 
Quanto a evolução dos dados demográficos de Mauá apresentadosna Tabela 
6 nota-se que a maior taxa de crescimento populacional ocorreu entre 1960 e 1970, 
época que coincide com a instalação da Refinaria de Capuava e da Petroquímica 
União (NUNES, 2017). A partir de 1980 já não havia mais população rural em Mauá e 
a taxa de crescimento populacional diminuiu em relação às décadas anteriores. 
 
 100 
 
 
Tabela 6 - Dados demográficos de Mauá distribuído por décadas, de 1940 até 2010 
Ano 
Crescimento 
populacional em 
relação à década 
anterior 
População 
urbana 
População 
rural 
População 
total 
Densidade 
demográfica 
(hab./km2) 
1940 - - - 4.973 80,33 
1950 90% - - 9.472 153,00 
1960 205% 14.128 14.796 28.924 467,20 
1970 253% 102.031 157 102.188 1.650,62 
1980 101% 205.736 0 205.736 3.324,51 
1991 43% 294.631 0 294.631 4.759,10 
2000 23% 363.392 0 363.392 5.869,78 
2010 15% 417.064 0 417.064 6.736,73 
 Fonte: Nunes (2017) 
A demografia de Santo André apresenta uma evolução similar à de Mauá, 
evidenciando a maior taxa de crescimento populacional entre 1960 e 1970 (Tabela 7). 
Conforme o Plano Plurianual Participativo 2014-2017 da Prefeitura de Santo André , 
o acelerado crescimento populacional entre 1960 e 1970 se deve à industrialização 
da região do Grande ABC e da RMSP (PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ, 2013). 
Tabela 7 – Evolução da população de Santo André entre 1960 e 2012 
Ano 
Crescimento populacional em 
relação à década anterior 
População total 
1960 - 245.147 
1970 71% 418.826 
1980 32% 553.072 
1991 12% 616.991 
2000 5% 649.331 
2012 5% 680.496 
 Fonte: Plano Plurianual Participativo 2014-2017 da Prefeitura de Santo André (2013) 
A instalação de várias indústrias na área do PPABC teve por objetivo “[...] 
aproveitar as sinergias logísticas, de infraestrutura e de integração operacional, e com 
isso minimizar os custos, que na maioria dos países a indústria petroquímica se 
organiza em polos industriais [...]” (KLEIN, 2011, p. 14). Ao mesmo tempo que a 
ocupação dos terrenos no entorno do PPBAC: 
[...] ocorreu principalmente por causa dos primeiros funcionários das 
empresas, que começaram a construir suas casas em volta. Diferentemente 
dos outros complexos industriais do setor, cujo planejamento urbano das 
cidades nas quais estão instalados proibia a construção de moradias nas 
imediações, no Grande ABC casas e edificações foram construídas bem 
próximas ao Polo. (KLEIN, 2011, p. 70). 
 
 101 
 
 
Apesar do relato de Klein sobre a permissividade do planejamento urbano na 
época da implantação do PPABC, Mauá já dispunha de um plano diretor em 1970 
(PREFEITURA DE MAUÁ, 1970), com o objetivo de propiciar condições ao município 
para receber o desenvolvimento industrial. Outro ponto a ser destacado no Plano 
Diretor de Mauá, trata da desapropriação de área e a concessão de isenções fiscais 
para a implantação de indústrias, o que certamente estimulou novos estabelecimentos 
industriais. 
O Anuário 2016-2015 de Santo André (PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ, 
2016) apresenta o ano de abertura de vários loteamentos que deram origem a bairros 
no entorno do PPABC (Figura 24). Em Mauá, por exemplo, o engenheiro Raul Ferreira 
de Barros loteou os Jardins Sônia Maria e Silvia Maria na segunda metade da década 
de 1950, iniciando a venda de seus lotes em 1959 e 1961, respectivamente (GALVEZ, 
2011). É possível observar que esses loteamentos apareceram após a inauguração 
da Refinaria União em 1954. 
Figura 24 - Ano de abertura de loteamentos no entorno do PPABC 
 
Fontes: Nunes (2017); Prefeitura de Santo André (2016); Galvez (2011) (elaborado pela autora). 
 
 102 
 
 
Quanto aos assentamentos precários identificados no entorno do PPABC, a 
Prefeitura do Município de Mauá (2017) relata que o Jardim Oratório está situado na 
antiga Fazenda Oratório de 1883, que por sua vez deu origem a outros bairros de 
Mauá. A ocupação dos morros do Oratório, no entanto, iniciou-se na década de 1970 
estimulada pela especulação imobiliária na região e proximidade com o Centro de 
Mauá (PREFEITURA DE MAUÁ, 2017). 
Nunes (2017, p. 12), que estudou decretos e plantas dos loteamentos de Mauá, 
relata que, apesar de haver relatos de “ocupação desordenada aparentemente sem 
planejamento prévio e de modo irregular”, a ocupação em Mauá se deu em 
loteamentos regulares e aprovados na prefeitura. Entretanto, continua Nunes (2017, 
p. 12), os lotes passaram por processos de revenda na década de 1980 (ou mesmo 
antes), “desta vez com desmembramentos que iriam contribuir para essa imagem de 
desordenamento”. Já o assentamento Conjunto Habitacional Avenida dos Estados57, 
localizado no loteamento Jardim Alzira Franco em Santo André, foi instalado em 1963. 
4.2 Situação atual de uso e ocupação do solo na área do PPABC 
A diversidade de uso e ocupação do solo encontrada atualmente difere 
substancialmente da situação em 1954, quando a Refinaria de Capuava da Petrobras 
(antiga Refinaria União) foi instalada e a região era pouco habitada e urbanizada. 
A comparação entre as fotos do ano de 1970 (data aproximada) (Figura 25) e 
de agosto de 2019 (Figura 26) evidencia uma relevante amortização do espaço, com 
nítido aumento da mancha urbana ocasionada por uso e ocupação do solo e 
adensamento urbano no entorno do PPABC. Em 1970 havia poucas casas no Jardim 
Sônia Maria e Silvia Maria em Mauá, ao mesmo tempo que Santo André já 
apresentava urbanização no bairro Parque Capuava. A mata existente em 1970 foi 
removida para dar lugar às indústrias e um dos afluentes do ribeirão do Oratório foi 
canalizado, dando preferência a ocupação do espaço para o uso das indústrias. 
 
 
57 O Conjunto Habitacional Avenida dos Estados encontra-se identificado como bairro ’Tamanduateí 8’ 
e ‘Favela Estados’ na Sinopse por Setores do IBGE (IBGE, 2010), mas também é conhecida por 
‘Favela Capuava’, ‘Favela Capuava Unida’ e ‘Núcleo Jardim Capuava’. 
 
 103 
 
 
Figura 25 - Vista da Avenida Presidente Costa e Silva em 1970 
 
 Fonte: Ruiz (2018). 
Figura 26 - Vista da Avenida Presidente Costa e Silva em agosto de 2019 
 
 Fonte: Google Earth (2020) 
 
 Notas: 
(1) O marcador amarelo é um ponto comum entres as Figuras 25 e 26 (localização aproximada). 
(2) A data da Figura 25 é aproximada (estimada em função da época de construção da 
Petroquímica União em 1972). 
 
Jardim Sônia Maria 
Jardim Sônia Maria 
Santo André 
Santo André 
 
 104 
 
 
Atualmente a área no entorno do PPABC apresenta diversidade no uso e 
ocupação do solo. O Quadro 7 apresenta os principais usos e ocupação do solo 
encontrados atualmente num raio de 1 quilômetro58 dos limites PPABC e a Figura 27 
apresenta a situação espacial de uso e ocupação do solo em imagem de satélite 
georreferenciada de 2019. 
 
Quadro 7 - Principais usos e ocupação do solo encontradas nos arredores PPABC 
Item Uso e ocupação do solo 
Atividades 
econômicas 
Industrial 
Residencial/ Comercial 
Acessibilidade/ 
Mobilidade 
Linha turquesa da CPTM (Estação Capuava e Estação Mauá), 
Av. Pres. Costa e Silva, Av. dos Estados, Av. Alberto Soares 
Sampaio, SPA 086/21 (Rodoanel Mário Covas trecho sul, 
Interligação com a Av. Papa João XXIII), Av. Ayrton Senna da 
Silva, R. Oscarito, Rua Oratório, Av. Adélia Chohfi, Av. das 
Indústrias, Estrada da servidão 
Principais 
corpos d’água 
Rio Tamanduateí, Córrego do Oratório (divisa entre Mauá e São 
Paulo), Córrego Itrapuã (divisa entre Santo André e Mauá) 
Zonas 
especiais59 
Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS): Jardim Oratório 
(Mauá) e Conjunto Habitacional dos Estados (Santo André). 
Zona Especial de Interesse Ambiental (ZEIA) dentro do PPABC 
(Mauá) 
Fonte: elaborado pela autora com base nas informações visualizadas na Figura 27. 
Nota: 
1) A ZEIS Jardim Oratório e a ZEIA do PPABC encontram-se delimitadas nos Anexos III e IVrespectivamente da Lei No 5.167/2016 e descritas na Lei No 4.968/2014 do município de Mauá 
(PREFEITURA DE MAUÁ, 2014). 
2) A ZEIS Cjto Habitacional dos Estados encontra-se delimitada e descrita no Anexo VIII da Lei No 
9.924/2016 do município de Santo André (PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ, 2016). 
 
Há várias vias de acesso ao PPABC, sendo as principais: Av. Presidente Costa 
e Silva, Av. Alberto Soares Sampaio e Av. Ayrton Senna da Silva. Quanto a mobilidade 
urbana, a Estação Capuava da linha turquesa da CPTM é a mais próxima do Polo 
(Quadro 7 e Figura 27). 
 
58 Estima-se que a maior distância de risco esteja em torno de 900 metros dos limites do PPABC, valor 
obtido no Anexo D da norma P4.261 da CETESB (2014) considerando 500 toneladas armazenadas 
de óxido de etileno. 
59 As ZEIS) foram instituídas em 2001 como instrumento de política urbana e devem ser demarcadas 
nos planos diretores (BRASIL, 2001). 
 105 
 
 
 
 Figura 27 - Situação Atual de Uso e Ocupação do Solo na região do PPABC 
Mapa 2, Tamanho A3, escala 1:25.000 
 
 
 
 
 106 
 
 
No que concerne às Zonas Especiais de Interesse Social na região do PPABC 
observa-se ocupação desordenada e irregular em faixas de servidão de linhas de 
transmissão e topos de morros (Figuras 28 e 29). 
Figura 28 – Conjunto Habitacional Avenida dos Estados, Santo André, em julho de 
2019 com destaque para a ocupação na faixa da linha de transmissão 
 
Fonte: Google Maps (2020). 
 
Figura 29 – Jardim Oratório, Mauá, em agosto de 2019 com destaque para a 
ocupação desordenada em topo de morro 
 
 Fonte: Google Maps (2020). 
 
 107 
 
 
Foi localizado um loteamento irregular no entorno do PPABC, especificamente 
nos bairros Parque São Rafael e Jardim São Francisco em São Paulo (Figura 30). 
Figura 30 – Loteamento irregular localizado nos bairros Parque São Rafael e Jardim 
São Francisco em São Paulo 
 
Fonte: GeoSampa mapas, camada habitação/loteamento irregular (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 
2017). 
No tocante aos aspectos ambientais na região do PPABC; apesar do Grande 
ABC conter uma grande extensão territorial em área de mananciais, a represa Billings 
e parte da reserva ambiental da Mata Atlântica; a região onde o Polo está localizado 
é totalmente urbanizada, com exceção da área de mata e capoeira classificada no 
plano diretor de Mauá como ZEIA. Corpos d’água também são observados (Figura 
27), a dizer: rio Tamanduateí, córrego do Oratório (faz divisa entre Mauá e São Paulo) 
e o córrego Itrapuã (faz divisa entre Mauá e Santo André), todos pertencentes à Bacia 
Hidrográfica do Alto Tietê (CBH-AT), especificamente à bacia do rio Tamanduateí. 
Vale lembrar que há vários casos históricos de vazamentos de oleodutos que 
impactaram corpos d’água, dentre eles pode-se citar o caso do vazamento do 
oleoduto na Baía da Guanabara e do oleoduto da Refinaria REPAR que atingiu os rios 
Barigui e Iguaçu, ambos em 2000 (CRED, 2019). Portanto, não se pode descartar a 
possibilidade de que os corpos d’água presentes na área do PPABC venham a ser 
impactados por vazamentos de produtos perigosos originados nas indústrias ou em 
oleodutos do PPABC. 
PPABC 
Santo 
André 
São Paulo 
Mauá 
Loteamento irregular 
 
 108 
 
 
Em síntese, as atividades de uso e ocupação do solo na área do PPABC estão 
distribuídas em: industrial, área de interesse ambiental e residencial/comercial (Tabela 
8). 
Tabela 8 - Distribuição das áreas do PPABC por atividade de uso e ocupação do 
solo em 2019 
Atividade Área (km2) 
Distribuição da 
área (%) 
Industrial 5,17 71,7 
Zona Especial de Interesse Ambiental (ZEIA) 1,21 16,7 
Não ocupado 0,62 8,6 
Residencial/ comercial 0,21 2,9 
Total 7,21 100,0 
Fonte: elaborado pela autora com base na análise crítica e medição na Figura 27. 
 
Com relação ao zoneamento, o PPABC está localizado em Macrozona 
adensável de Mauá e em Macrozona urbana de Santo André. O PPABC encontra-se 
em Zona de Desenvolvimento Econômico (ZDE) de Mauá (Figura 31) e em Zona 
Exclusivamente Industrial (ZEI) em Santo André (Figura 32). 
Figura 31 – Zoneamento na área do PPABC conforme Plano Diretor de Mauá 
 
Fonte: Anexo II do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de Mauá estabelecido na Lei No 5.167 
de 1º julho de 2016 (PREFEITURA DE MAUÁ, 2016). 
 
SÃO PAULO 
ZDE 1-B: região 
com potencial 
preferencialmente 
industrial 
ZUD 1-B: áreas 
com 
infraestrutura 
considerada 
satisfatória para 
o adensamento 
populacional 
ZDE 2: área 
com potencial 
para atividades 
logísticas, 
admitindo uso 
diversificado 
MAUÁ 
 
 109 
 
 
Figura 32 - Zoneamento na área do PPABC conforme Plano Diretor de Santo André 
 
Fonte: Anexo do Plano Diretor de Santo André estabelecido na Lei Nº 9.924/2016 (PREFEITURA DE 
SANTO ANDRÉ, 2016). 
Vale salientar que a Lei 3.272/2000, que dispõe sobre o uso e ocupação do 
solo de Mauá, considera na categoria de uso ‘não residencial’ as atividades perigosas 
que apresentem risco ao meio ambiente e danos à saúde em caso de acidente, por 
comercializarem, utilizarem ou estocarem materiais perigosos, compreendendo: 
explosivos, GLP, inflamáveis e tóxicos, conforme normas técnicas que tratam do 
assunto (PREFEITURA DE MAUÁ, 2000). As medidas mitigadoras previstas para as 
empresas que desempenham tais atividades perigosas consistem em apresentar à 
Prefeitura, diretrizes quanto à: 
• localização da utilização dos produtos no estabelecimento; 
• quantidade de produtos a ser estocado; e 
• normas de estocagem, produção e transporte. 
Em Santo André, o Art. 45 da Lei No 8.696/2004 (SANTO ANDRÉ, 2004) define 
como Zona Exclusivamente Industrial as atividades industriais de grande porte e 
correlatas, com potencial de impacto ambiental significativo, situadas ao longo da 
Avenida Presidente Costa e Silva, não sendo permitido o uso residencial. 
 
Zona 
Exclusivamente 
Industrial 
Zona de 
Reestruturação 
Urbana 
Zona de 
Qualificação 
Urbana 
MAUÁ 
SANTO ANDRÉ 
SÃO PAULO 
 
 110 
 
 
Como pode ser observado na Tabela 9, a maior parte da área do PPABC (87,7% 
da área total do Polo) está localizada no município de Mauá. 
Tabela 9 - Distribuição da área do PPABC por município e tipo de zoneamento 
Município Zoneamento 
Área do 
PPABC 
(km2) 
Distribuição da 
área do PPABC/ 
município (%) 
Mauá, SP 
Macrozona adensável, Zonas de 
Desenvolvimento Econômico 1 e 2 
(ZDE 1-B e ZDE 2) e Zona Especial 
de Interesse Ambiental (ZEIA) 
6,327 87,7 
Santo André, SP 
Macrozona urbana, Zona 
Exclusivamente Industrial (ZEI) 
0,883 12,3 
 Total 7,210 100,0 
Fontes: Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de Mauá estabelecido na Lei No 5.167/2016 
(PREFEITURA DE MAUÁ, 2016) e Plano Diretor de Santo André estabelecido na Lei No 9.924/2016 . 
 
Nota: a área do PPABC em cada município foi medida na imagem da Figura 27. 
No que diz respeito à ZEIA observa-se que, apesar dos seus limites terem sido 
mantidos ao longo dos anos, houve desmatamento de uma faixa de 40 metros de 
largura por 1.130 metros de extensão, totalizando 45,2 mil m2. Trata-se de uma faixa 
de dutos, que se supõe ser da Petrobras, construída entre maio e julho de 2018 
(Figura 33) e que passava pelo território do Parque São Rafael, no município de São 
Paulo. 
 
 
 111 
 
 
Figura 33 - Faixa de dutos no PPABC construída entre maio e julho de 2018 
 
Fontes: Google Earth (2020), Anexo XV da Lei No 4698/2014 (PREFEITURA DE MAUÁ, 2014) 
 
No tocante a ocupação do espaço urbano no entorno do PPABC, a análise 
comparativa das imagens entre maio de 2007 (Figura 34) e junho de 2019 (Figura 35) 
mostra que os limites do Polo foram mantidos, porém houve amortização do espaço 
vazio na circunvizinhança do PPABC, especificamente nos bairros de Mauá: Jardim 
Ipê e Jardim Paranavaí(ao lado da ZEIS Jardim Oratório). Em São Paulo observa-se 
ocupação acentuada no Parque São Rafael e Jardim São Francisco. Já a sudeste do 
PPABC, houve uma expansão da área ocupada no Jardim Alzira Franco em Santo 
André. Portanto, houve um aumento no espaço urbano no entorno do PPABC entre 
2007 e 2019. 
 
 
 112 
 
 
Figura 34 - ZEIS e ZEIA na região do PPABC em maio de 2007 
 
 Fonte: Google Earth (2020) 
Figura 35 - ZEIS, ZEIA e novas áreas urbanizadas na região do PPABC, junho de 
2019 
 
 Fonte: Google Earth (2020) 
 
 113 
 
 
Com relação aos bairros que fazem divisa com o PPABC, identifica-se (Figura 36): 
 
4) Mauá: Jardim Sônia Maria, Jardim Silvia Maria, Jardim Paranavaí, Jardim 
Ipê, Jardim Oratório (ZEIS), Vila Santa Cecília, Vila João Ramalho e 
Capuava. 
5) Santo André: Várzea do Tamanduateí, Jardim Alzira Franco, Jardim Rina, 
Parque Capuava, Jardim Itapoan e Jardim Ana Maria 
6) São Paulo: Parque São Rafael e Jardim São Francisco. 
4.3 Informações sobre as indústrias localizadas no PPABC 
O Quadro 8 e a Figura 36 apresentam as indústrias instaladas no PPABC com 
informações levantadas durante visita a campo, pesquisa na internet e consultas ao 
arquivo das agências da CETESB. No Apêndice III são apresentadas as informações 
básicas das indústrias (razão social, endereço, CNPJ, código CNAE e coordenadas 
UTM). 
 
 
 1 1 4 
 
 
Q u a d r o 8 – I n f o r m a ç õ e s s o b r e a s i n d ú s t r i a s e n c o n t r a d a s n a á r e a d o P P A B C 
Item Razão Social/ CNPJ 
Sócia 
COFIP 
ABC?(1) 
EAR? PGR? 
Sócia da 
ABIQUIM? 
(3) 
Principais produtos fabricados/ 
produtos perigosos Nota 1 
Tipo de 
produto 
perigoso 
RI saiu 
dos 
limites? 
Região 
do RS 
Área 
contaminada? 
(2) 
1 B a n d e i r a n t e Q u í m i c a L t d a / B r a z m o S i m S i m S i m N ã o P e t r o q u í m i c o s / I n f l a m á v e i s INFLA 
Não 
localizado 
Não 
localizado 
N ã o 
2 
B r a s k e m Q 3 A B C I n t e r m e d i á r i o s ( a n t i g a 
U N I P A R / Q U A T T O R ) 
S i m N ã o N ã o S i m 
P r o d u t o s P e t r o q u í m i c o s 
( c u m e n o ) 
INFLA - - S i m 
3 
B r a s k e m Q 3 C K A B C ( a n t i g a 
P e t r o q u í m i c a U n i ã o ) 
S i m N ã o N ã o S i m 
O l e f i n a s , a r o m á t i c o s , 
s o l v e n t e s , c o m b u s t í v e i s 
INFLA - - S i m 
4 
B r a s k e m U N P E 7 A B C ( a n t i g a 
P o l i e t i l e n o s S . A . ) 
S i m N ã o N ã o S i m P o l i e t i l e n o INFLA - - N ã o 
5 
B r a s k e m U N P P 4 A B C ( a n t i g a S u z a n o 
P e t r o q u í m i c a / P o l i b r a s i l ) 
S i m S i m S i m S i m P o l i p r o p i l e n o INFLA 
Não 
localizado 
Não 
localizado 
S i m 
6 
B R K A m b i e n t a l ( A q u a p o l o - E s t a ç ã o d e 
T r a t a m e n t o d e M a u á ) 
S i m N ã o N ã o N ã o 
Á g u a d e r e u s o ( p r o v e n i e n t e d a 
E T E d o A B C ) 
Sem inf. - - N ã o 
7 
C A B O T B r a s i l I n d . e C o m . L t d a ( a n t i g a 
C a p u a v a C a r b o n o s ) 
S i m S i m S i m S i m 
N e g r o d e F u m o ( g á s 
n a t u r a l / a m ô n i a ) 
INFLA e 
TOX 
NÃO GER. N ã o 
8 C h e v r o n O r o n i t e B r a s i l L t d a S i m N ã o N ã o S i m 
A d i t i v o s p a r a c o m b u s t í v e i s e 
l u b r i f i c a n t e s 
INFLA - - S i m 
9 C o m p a s s M i n e r a l s ( a n t i g a P r o d u q u í m i c a ) N ã o S i m S i m N ã o F e r t i l i z a n t e s / a m ô n i a a n i d r a TOX NÃO GER. N ã o 
1 0 C o n s i g a z D i s t r i b u i d o r a d e G á s L t d a S i m S i m S i m N ã o G L P INFLA SIM GER. N ã o 
1 1 C o p a g a z D i s t r i b u i d o r a d e G á s S . A . N ã o S i m S i m N ã o G L P INFLA NÃO 
não 
calculado N ã o 
1 2 G r a x L u b r i f i c a n t e s E s p e c i a i s L t d a N ã o N ã o N ã o N ã o g r a x a s l u b r i f i c a n t e s INFLA - - N ã o 
1 3 L i q u i g á s D i s t r i b u i d o r a S . A . ( P e t r o b r a s ) S i m N ã o N ã o N ã o G L P INFLA - - S i m 
1 4 M a x i l i g a s S u c a t a s e L i g a s d e M e t a i s N ã o N ã o N ã o N ã o S u c a t a d e A l u m í n i o Sem inf. - - N ã o 
1 5 N a c i o n a l G á s B u t a n o D i s t r i b u i d o r a L t d a N ã o N ã o N ã o N ã o G L P INFLA - - N ã o 
1 6 
O x i c a p I n d . e C o m . d e G a s e s L t d a ( A i r 
L i q u i d e d o B r a s i l ) 
S i m N ã o N ã o S i m 
O 2 , N 2 , H 2 e o u t r o s g a s e s d o 
a r 
INFLA - - N ã o 
1 7 O x i t e n o S . A . - U n i d a d e P e t r o q u í m i c a S i m S i m N ã o S i m O x i d o d e E t i l e n o 
INFLA e 
TOX 
SIM NEG N ã o 
1 8 
O x i t e n o S . A . - U n i d a d e Q u í m i c a ( a n t i g a 
A t l a s ) 
S i m S i m S i m S i m T e n s o a t i v o s INFLA - - S i m 
1 9 
P E T R O B R Á S - R e f i n a r i a d e C a p u a v a 
R E C A P 
N ã o 
Nota 3 
S i m S i m N ã o D e r i v a d o s d e P e t r ó l e o 
INFLA e 
TOX 
NÃO GER. S i m 
 1 1 5 
 
 
Item Razão Social/ CNPJ 
Sócia 
COFIP 
ABC?(1) 
EAR? PGR? 
Sócia da 
ABIQUIM? 
(3) 
Principais produtos fabricados/ 
produtos perigosos Nota 1 
Tipo de 
produto 
perigoso 
RI saiu 
dos 
limites? 
Região 
do RS 
Área 
contaminada? 
(2) 
2 0 P l a s t i f a m a I n d . e C o m . d e P l á s t i c o s L t d a N ã o N ã o N ã o N ã o C a n u d o s e h a s t e s d e p l á s t i c o COMB. - - N ã o 
2 1 P o l i R u b b e r I n d . e C o m . d e B o r r a c h a N ã o N ã o N ã o N ã o B o r r a c h a COMB. - - N ã o 
2 2 
Q u a n t i Q D i s t r i b u i d o r a L t d a ( a n t i g a 
I p i r a n g a ) 
S i m N ã o N ã o N ã o 
L u b r i f i c a n t e s , S o l v e n t e s , 
C o m b u s t í v e i s , R e s i n a s 
INFLA - - N ã o 
2 3 S H V G á s ( a n t i g a S u p e r G a s b r a s ) S i m S i m S i m N ã o G L P INFLA NÃO NEG N ã o 
2 4 S u l a n T i n t a s N ã o N ã o N ã o N ã o T i n t a s INFLA - - N ã o 
2 5 U l t r a g a z S . A . - T e r m i n a l d e D i s t r i b u i ç ã o S i m N ã o N ã o N ã o G L P INFLA - - S i m 
2 6 U l t r a g a z S . A . - T e r m i n a l M a u á S i m S i m S i m N ã o G L P INFLA NÃO NEG S i m 
2 7 V i t o p e l d o B r a s i l L t d a S i m N ã o N ã o N ã o P o l i p r o p i l e n o ( e m b a l a g e n s ) COMB. - - N ã o 
2 8 W h i t e M a r t i n s G a s e s I n d u s t r i a i s L t d a S i m N ã o N ã o S i m O2, N2, H2 e outros gases do ar INFLA - - S i m 
2 9 
W h i t e M a r t i n s G a s e s I n d u s t r i a i s L t d a - 
U n i d a d e d e C O 2 
S i m S i m S i m S i m 
C O 2 / U t i l i z a A m ô n i a p a r a 
R e s f r i a m e n t o 
INFLA e 
TOX 
SIM GER. N ã o 
3 0 A k z o N o b e l Nota 2 S i m N ã o N ã o N ã o T i n t a s e V e r n i z e s INFLA - - S i m 
3 1 B r a s k e m ( t e r r e n o d a a n t i g a F o s f a n i l ) S i m - - - - - - - S i m 
3 2 P h i l i p s d o B r a s i l ( d e s a t i v a d a ) - - - - - - - S i m 
F o n t e s : ( 1 ) s i t e C O F I P A B C ( 2 0 2 0 ) ; ( 2 ) R e l a t ó r i o d e Á r e a s C o n t a m i n a d a s n o E s t a d o d e S ã o P a u l o ( C E T E S B , 2 0 1 9 ) , ( 3 ) s i t e A B I Q U I M ( d a d o s o r g a n i z a d o s p e l a 
a u t o r a ) . 
 
N o t a s : 
1 ) O t i p o d e p r o d u t o p e r i g o s o f o i i n f e r i d o p e l a a u t o r a c o m b a s e n a s i n f o r m a ç õ e s d o s i t e d a e m p r e s a , c o n s u l t a a o E A R eà f i c h a d e s e g u r a n ç a d o p r o d u t o q u í m i c o 
( C E T E S B , 2 0 2 0 ) . 
2 ) A e m p r e s a A k z o N o b e l , a p e s a r d e s e r s ó c i a d o C O F I P A B C , e s t á l o c a l i z a d a f o r a d o s l i m i t e s d o P P A B C . 
3 ) A R e f i n a r i a R E C A P d a P E T R O B R A S , a p e s a r d e n ã o s e r s ó c i a d o C O F I P A B C , p a r t i c i p a d o P A M / N U P D E C d e C a p u a v a . 
Legenda: 
ABIQUIM = Associação Brasileira da Indústria Química 
COFIP ABC= Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC 
COMB. = Produto combustível, sujeito somente a cenários de incêndio. 
EAR = Estudo de Análise de Risco 
GLP = Gás Liquefeito do Petróleo 
GER. = Região Gerenciável do Risco Social 
INFLA = Produto inflamável, sujeito a cenários acidentais de incêndio e explosão 
NEG. = Região Negligenciável do Risco Social 
PGR = Programa de Gerenciamento de Risco 
RI = Risco Individual 
RS = Risco Social 
TOX.= Produto que forma nuvem tóxica. Letal se inalado em condições específicas de concentração e 
tempo de exposição 
116 
 
 
 Figura 36 – Localização das indústrias do PPABC e bairros nas imediaçõesMapa 3 tamanho A2 
117 
 
 
 
Como pode ser observado no Quadro 8, a grande maioria das indústrias produz 
ou armazena produtos inflamáveis, portanto, é possível a ocorrência de incêndios e 
explosões. Há também indústrias que manuseiam produtos químicos tóxicos que 
podem formar nuvens com concentrações nocivas ao ser humano, sob condições 
meteorológicas e tempo de exposição específicos. 
Vale notar que entre as 32 indústrias identificadas no Quadro 8, somente 31 
podem ser visualizadas na Figura 36, já que a empresa Akzo Nobel, apesar de ser 
sócia do Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (COFIP ABC), está 
instalada fora dos limites do PPABC. Outro ponto a ser ressaltado, trata-se do terreno 
da empresa Braskem (número 31) e da empresa Phillips do Brasil (número 32) que 
foram espacializadas por apresentarem área contaminada com produto perigoso, 
contudo nenhuma dessas empresas está em atividade. Portanto, somente 29 
indústrias identificadas estão em atividade dentro da área do PPABC. 
Apenas 12 EARs foram localizados e inspecionados dentre a lista de 29 
indústrias ativas e localizadas na área do PPABC. A elaboração do EAR é obrigatória 
desde que sejam atendidos os critérios de quantidades armazenadas e de 
distanciamento até a população de interesse, descritos na norma P4.261 da CETESB 
(2011). Baseado no CNAE, tipo de produto fabricado e na análise crítica da Figura 36 
(ausência de tanques de armazenamento e distanciamento até a população) supõe-
se que 8 indústrias não têm obrigação de apresentar EAR para licenciamento por não 
apresentarem risco à população externa, são elas: BRK Ambiental (número 6); Grax 
Lubrificantes (número 12), Maxiligas Sucatas e Ligas de Metais (número 14), 
Plastifama (número 20), Polirubber (número 21), Sulan Tintas (número 24), Ultragaz 
Terminal de Distribuição (número 25) e Vitopel (número 27). Com essa consideração, 
pode-se dizer que 9 EARs devem ter sido elaborados, porém não foram 
localizados. 
Ainda que os 12 EARs encontrados tenham sido elaborados conforme a norma 
P4.261 da CETESB, não há uma garantia de que tais EARs apresentem informações 
sobre os cenários acidentais de maior proporção da empresa, visto que alguns desses 
estudos, como os casos da Petrobras, Oxiteno Petroquímica e Bandeirante Química 
tratavam de projetos de expansão da indústria e não contemplavam os riscos já 
existentes na planta. 
118 
 
 
 
Dentre os 12 EARs localizados, 2 não continham as curvas do RI e do RS para 
consulta, são eles: Bandeirantes Química (número 1) e Braskem UN PP4 ABC 
(número 5). Entre os EARs com curvas de RI, 3 deles (Consigaz número 10, Oxiteno 
número 1 e White Martins número 29 e) apresentaram RI intolerável (>10-5/ano) fora 
dos limites da empresa, porém não atingiu a população externa. As curvas do RS 
ficaram na região Negligenciável (3 EARs) e Gerenciável (5 EARs) do critério de 
tolerabilidade proposto pela CETESB (2011). A curva do RS da Copagaz (número 11) 
não precisou ser calculado, visto não ter atingido população externa à empresa. 
4.4 Ações e iniciativas das indústrias do PPABC 
Desde a inauguração da Petroquímica União (atual Braskem Q3 CK ABC) em 
1972, as indústrias do PPABC têm demonstrado capacidade para se organizar e 
tomar ações integradas. Dentre as diversas iniciativas deliberadas pelas indústrias, 
destacam-se as seguintes relatadas por Klein (2011): 
✓ Criação em 1973 do Plano de Auxílio Mútuo (PAM) para atuar nas emergências 
(plano pioneiro no País nessa modalidade). 
 
✓ Implantação do programa de conscientização sobre o perigo de soltar balões 
em 1999, com ações educativas (teatro, peças publicitária e cartilhas) em 
escolas do ensino fundamental da região. 
 
✓ Adesão das indústrias ao ‘Programa Portas Abertas’ em setembro de 2000, 
visando estreitar o relacionamento entre os moradores do entorno e as 
empresas do Polo, por meio da criação do Conselho Comunitário Consultivo 
(CCC). O CCC é constituído de “representantes da sociedade civil - moradores 
dos bairros do entorno das fábricas e conselheiros das áreas de educação, 
meio ambiente, saúde e segurança” (KLEIN, 2011, p. 62). 
 
✓ ‘Derrubada da Lei’60 que impedia a ampliação das indústrias do PPABC. 
 
 
60 Acredita-se que Klein (2011) usou o termo “derrubada da lei” para referir-se ao Artigo 15 da Lei 
1.817/1978 que proibia a alteração do processo produtivo e ampliação de indústrias do petróleo e 
petroquímicas, por serem consideradas “incompatíveis” com o interesse metropolitano (SÃO PAULO 
(ESTADO), 1978). No entanto, em 2002, o Artigo 15 da Lei 1.817 foi revogado na Lei 11.243/2002 e 
passou a aceitar alterações e ampliações, desde que fossem adotados sistemas de controle de 
poluição baseados na melhor tecnologia disponível, de modo a garantir o gerenciamento ambiental 
(SÃO PAULO (ESTADO), 2002). 
119 
 
 
 
✓ Interação entre as empresas do Polo para otimização do consumo e 
distribuição da energia excedente. Essa ação foi tomada após a ‘crise do 
apagão’ que ocorreu no País durante o período de julho de 2001 a fevereiro 
2002, durante o mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. 
 
✓ Realização de entrevistas qualitativas com representantes da sociedade civil, 
sobre a percepção, a imagem e a visibilidade das empresas do Polo foram 
realizadas em 2002 e 200461. 
Dentre as instituições que as indústrias do PPABC mantém relação, o COFIP 
ABC, o PAM Capuava e o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC são as mais 
importantes e estão descritas a seguir. 
4.4.1 Comitê de Fomento Industrial do Polo Petroquímico do ABC 
O Comitê de Fomento Industrial do Polo Petroquímico do ABC (COFIP ABC) 
desempenha um importante papel para as indústrias do PPABC e foi formalizado em 
2015 com o propósito de “[...] gerar sinergia entre as empresas associadas, o poder 
público e a comunidade, em prol do desenvolvimento sustentável [...]” (COFIP ABC, 
2020). Antes do COFIP ABC, a Associação das Indústrias do Polo Petroquímico do 
Grande ABC (APOLO) já atuava desde 2004 com o mesmo objetivo, que por sua vez 
substituiu o Grupo de Sinergia62 (KLEIN, 2011). 
Atualmente 15 indústrias do PPABC e da região são sócias do COFIP ABC (as 
empresas associadas encontram-se indicadas no Apêndice III). O COFIP ABC 
entende que suas associadas possuem objetivos comuns e que as iniciativas 
convergentes ganham mais força e amplitude quando implantadas conjuntamente 
(COFIP ABC, 2020). 
 
61 Em 2019 uma nova pesquisa envolveu 882 pessoas com a pergunta: “o que vem à mente quando o 
assunto é o Polo Petroquímico?”. As repostas foram: “economia local”, “geração de empregos” e 
“renda para as cidades”, porém “poluição” ainda é um assunto que gera dúvidas aosentrevistados 
(COFIP ABC, 2019; CONCAWE, 2018) 
62 O Grupo de Sinergia, criado em 1996, foi um projeto que envolvia ações de cooperação entre as 
empresas do Polo com o objetivo de minimizar custos e explorar oportunidades de ganhos em escala. 
Este projeto serviu de modelo para outros conglomerados industriais, como o Polo Automotivo do 
Paraná e o Polo Petroquímico de Camaçari (KLEIN, 2011). 
120 
 
 
 
O COFIP ABC atua por meio de conselho administrativo e comissões temáticas 
que conduzem temas específicos, a dizer: Segurança, Saúde e Meio Ambiente 
(SSMA), Relações Institucionais e Sinergias (COFIP ABC, 2020). A Comissão 
Temática de SSMA trata do Plano de Auxílio Mútuo (PAM), Plano de Contingência do 
Polo (PCP) e Plano de Emergência para a Comunidade (PEC) (Quadro 9), que por 
sua vez são assuntos relacionados com a GRAI do PPABC. 
Quadro 9 - Descrição dos temas tratados pela Comissão Temática de SSMA do 
COFIP ABC 
Tema Descrição 
PAM 
Por meio desse plano uma empresa pode recorrer ao apoio das demais em 
situações de emergência. Isto envolve recursos humanos e equipamentos, a 
exemplo de profissionais da área médica e de segurança, brigadistas, 
ambulâncias e viaturas de combate a incêndio. 
PCP 
Estabelece normas e procedimentos coletivos de segurança para a evasão de 
pessoas do interior das fábricas, em situações de emergência. Para atender ao 
PCP, as empresas realizam treinamentos periódicos em seus sites e participam, 
pelo menos uma vez por ano, de um exercício simulado conjunto que envolve 
toda as pessoas do Polo63. 
PEC 
Estabelece normas e procedimentos para controle de situações de emergência 
nas comunidades vizinhas ao Polo. Periodicamente são realizados exercícios 
simulados envolvendo a comunidade64, as empresas do Polo, agentes dos 
municípios vizinhos, integrantes do Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa 
Civil (NUPDEC), Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Militar, dentre outros 
parceiros. 
 Fonte: COFIP ABC (2020). 
 
Além da Comissão Temática de SSMA, destaca-se o Conselho Comunitário 
Consultivo (CCC) formado por representantes da comunidade no entorno do PPABC. 
Apesar do CCC ser um requisito das empresas associadas da ABIQUIM, o COFIP 
ABC, por meio da atuação desse Conselho, desempenha um importante papel na 
relação das indústrias com as comunidade, estabelecendo “interação entre a 
 
63 O primeiro simulado do PCP organizado pelo COFIP ABC foi realizado em 12 de dezembro de 2017 
e envolveu 2 mil profissionais das empresas do PPABC, defesa civil de Santo André, Mauá e São 
Paulo, Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, CETESB, Guarda civil Metropolitana, 8º 
grupamento do corpo de bombeiros, Polícia Militar, SAMU, Prefeituras de Mauá e de Santo André 
(COFIP ABC, 2020). 
64 O primeiro simulado do PAM com evasão da comunidade organizado pelo COFIP ABC foi realizado 
em 7 de dezembro de 2019 e contou com a participação dos moradores das ruas Patagônia e 
Paquistão, situadas no Parque Capuava, Santo André (COFIP ABC, 2019). A autora participou como 
observadora desse simulado e pode constatar o envolvimento das instituições e participação da 
comunidade. 
121 
 
 
 
percepção representativa da comunidade e as ações das empresas associadas 
COFIP ABC” (COFIP ABC, 2020, p. Conselho Comunitário Consultivo). 
Vale a pena notar que um dos princípios éticos do COFIP ABC é a redução do 
risco das atividades de suas associadas mediante o relacionamento aberto e 
respeitoso com a comunidade do entorno do Polo. Embora o COFIP siga esse 
princípio, Luís Antônio Pazin; atual presidente do COFIP ABC biênio 2019-2020 e 
diretor industrial das Unidades de Químicos da Braskem da região Sudeste; relata que 
o grande desafio da instituição é manter uma relação de sustentabilidade com a 
comunidade do entorno do Polo, “é o que chamamos de licença social de operação”65 
diz ele, pois no entendimento de Pazin não há políticas públicas de urbanização para 
tratar dessa questão (RD REPÓRTER DIÁRIO, 2019, p. 1). 
4.4.2 Plano de Auxílio Mútuo do PPABC 
O Plano de Auxílio Mútuo do PPABC, também conhecido por PAM/NUPDEC 
Capuava, ou simplesmente por PAM Capuava, está em atividade desde 1973, mas 
teve sua origem no Grupo de Estudo de Higiene e Segurança das Indústrias Químicas 
e Petroquímicas (COFIP ABC, 2020). A ideia de compartilhar experiências e recursos 
para atender emergências em qualquer uma das empresas do Polo fez surgir um 
plano de auxílio mútuo. Um Plano de Auxílio Mútuo é definido como um acordo formal 
e compromisso que: 
[...] permite a cada uma das empresas acionarem as outras, o Corpo de 
Bombeiros, a Defesa Civil e o SAMU para suprir equipamentos, materiais e 
recursos humanos, com o objetivo de conjugar os esforços das associadas 
para articular recursos, assegurar maior eficiência no atendimento e auxiliar 
no controle de uma emergência [...] (COFIP ABC, 2018, p. 6) 
Conforme informações disponíveis no site do COFIP ABC e no material 
recebido do atual coordenador do PAM Capuava, Engo Valdemar Aparecido Conti, o 
PAM Capuava desenvolveu seu Estatuto em agosto de 1986, quando contava com a 
 
65 Conforme Rocha a “licença social para operar não é prevista em lei, não está escrita em um papel e 
não prevê penalidades legais”, diferentemente das licenças ambientais regulamentadas (INSTITUTO 
ETHOS, 2016). A Licença Social para Operar (LSO) é uma anuência da comunidade para a operação 
da atividade industrial por um longo prazo, baseada em laços de confiança entre a empresa e a 
comunidade. De acordo com Rigout, sociólogo e avaliador de projetos sociais, há casos de sucesso 
na implementação da LSO em mineradoras no Peru, Austrália e Canadá. No Brasil, a LSO foi 
implementada por uma mineradora que envolveu a comunidade num projeto de agroecologia, que 
transformou 50 famílias em empreendedores com influência sobre a economia local (RIGOUT, 2020). 
122 
 
 
 
parceria do 8° Grupamento de Bombeiros e a participação das empresas: Poliolefinas, 
Petroquímica União, Unipar, Oxiteno, Capuava Carbonos, Polibrasil, Ultraquímica e 
Chevron. Em 6 de setembro de 1995, o antigo PAM transforma-se em NUDEC 
Capuava (Núcleo de Defesa Civil de Capuava) consolidando-se em: Plano de Auxílio 
Mútuo Núcleo de Defesa Civil de Capuava (PAM/NUDEC Capuava). Em 2000 o grupo 
do PAM inicia auditorias para identificar conformidades das instalações de combate a 
incêndio das indústrias. A atuação do PAM Capuava trouxe benfeitorias nas vias 
internas66 do Polo e elevou a qualidade dos sistemas de combate a incêndio, tendo 
em vista o nível técnico exigido das indústrias nesse assunto (COFIP ABC, 2020). Em 
2010 inicia-se o registro dos testes de comunicação por rádio com as indústrias e o 
Corpo de Bombeiros. Em 2011, os SAMUs de Mauá e de Santo André ingressam no 
grupo do PAM. Em 2013, é criado o Programa Prêmio Destaque, no qual as empresas 
são mensuradas e pontuadas mensalmente em relação ao atendimento dos requisitos 
do Estatuto, com premiação anual daquelas que se destacaram durante o período. 
Em 2015, o sistema de comunicação é alterado de analógico para digital com 
frequência exclusiva enquanto o PAM/NUPDEC publica o Manual de Emergência com 
informações sobre a localização das empresas, os recursos disponíveis e informações 
de segurança dos produtos químicos perigosos67. Em 2017, o PAM/NUPDEC é 
incorporado ao COFIP ABC e seu Estatuto é revisado e aprovado pela área jurídica 
das empresas participantes, constituindo-se em regimento interno. 
Atualmente o PAM Capuava conta com a participação das indústrias 
associadas do COFIP ABC (a PETROBRAS/ RECAP não é sócia do COFIP, mas 
participa do PAM), além do Corpo de Bombeiros de Mauá (8º Grupamento de São 
Paulo), Defesa Civil de Mauá e de Santo André, SAMU de Mauá e de Santo André e 
a empresa AMBIPAR (antiga SUATRANS), especializada em atendimento a 
emergência ambiental (COFIP ABC, 2020). 
 
66 Estabeleceram-se vias internas sinalizadas,interligando as diversas unidades industriais do Polo, 
propiciando maior rapidez no deslocamento e múltipla opção de acesso para o corpo de bombeiros, 
SAMU e outros envolvidos nas emergências (COFIP ABC, 2020). 
67 As informações de segurança dos produtos químicos que constam no Manual de Emergência do 
PAM Capuava consistem em: localização e layout da empresa, indicação das vias de acesso, 
características físico-químicas, incompatibilidade química, equipamentos de proteção individual 
necessários para manuseio e contato com o produto, além das ações de combate a incêndio, ações 
em caso de vazamento e primeiros socorros (informações levantadas na ficha da empresa 
Bandeirantes Química Ltda) (PAM CAPUAVA, 2012). 
123 
 
 
 
O PAM Capuava conta com um Sistema de Comando e Operações de 
Emergência para as situações de crise, localizado nas instalações da Braskem Q3, e 
um Sistema suplente localizado nas instalações da Refinaria RECAP da 
PETROBRAS. 
Apesar da participação da defesa civil nos simulados de emergência 
promovidos pelo COFIP ABC, as áreas de risco não estão mapeadas, portanto, não 
há informação precisa sobre a população vulnerável aos efeitos de um acidente 
industrial68. Contudo, conforme informação verbal recebida do Sr. Engo Valdemar 
Conti, coordenador do PAM Capuava, o COFIP ABC está elaborando um mapa de 
risco para o Polo que fará parte do Estatuto do PAM. 
Conti relata que não está sendo uma tarefa fácil construir um mapa que 
represente o risco do Polo em sua integralidade. No julgamento do grupo do PAM 
Capuava, um mapa de risco único para o PPABC facilitaria o trabalho de 
esclarecimento das áreas de risco para a comunidade. Inicialmente, continua Conti, 
“houve dificuldade em reunir os EARs das indústrias” (informação verbal), devido ao 
revés dos processos burocráticos das empresas para autorizar a entrega dos estudos. 
Além disso, houve dificuldades para compreender e definir as zonas de risco que 
deveriam ser traçadas no mapa, pois em geral, os EARs contêm vários mapas com 
diferentes resultados, o que torna a escolha da tipologia acidental um trabalho 
complexo. Conforme Conti, o COFIP ABC pretende inicialmente fazer um contorno 
somente com o alcance dos cenários acidentais mais significativos de explosão e 
incêndio de cada indústria do PPABC. 
4.4.3 Consórcio Intermunicipal do Grande ABC 
Superando as dificuldades impostas pelo federalismo no Brasil, os municípios 
do Grande ABC firmaram e consolidaram uma experiência exitosa de cooperação 
intermunicipal, por meio da criação do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC 
(CIGABC). Desde a sua fundação em 1990, o CIGABC “vem atuando, ora com maior, 
ora com menor intensidade e êxito no planejamento e gestão de uma série de políticas 
 
68 Representantes da defesa civil de Mauá e Santo André confirmaram que não dispõem de mapas de 
risco com a indicação de zonas de resposta para os acidentes industriais, assim como é feito para 
as áreas de risco de inundação e deslizamentos de massa. 
124 
 
 
 
públicas regionalizadas” (NOGUEIRA; OLIVEIRA; CANIL, 2014, p. 184). O CIGABC 
foi inicialmente constituído como uma associação civil de direito privado, mas desde 
2010 tornou-se autarquia com “legitimidade para planejar e executar ações de 
políticas públicas de âmbito regional” voltadas para o desenvolvimento econômico, 
mobilidade regional, entre outros (CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL GRANDE ABC, 
2018). Desde então, o Grupo de Trabalho (GT) da Defesa Civil denominado ‘Gestão 
de Riscos’ vem se articulando para promover o fortalecimento institucional para os 
assuntos de melhoria da infraestrutura, capacitação de seus agentes, ampliação do 
conhecimento, prevenção e monitoramento dos riscos voltados a desastres naturais, 
destacando-se as seguintes ações (CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL GRANDE ABC, 
2018): 
7) 2010: Programa de Remoções Preventivas, Planos Municipais de Redução 
de Riscos na Região, Plano de Mapeamento de Inundações e Alagamentos 
de São Caetano do Sul, instalação de pluviômetros. 
 
8) 2014: Plano Regional de Apoio Mútuo das /Defesas Civis do Grande ABC, 
criação do Grupo Temático Impacto de Obras para investigar riscos 
tecnológicos ocasionados por edificações. 
 
9) 2015: assinatura do termo de cooperação com a UFABC para elaboração 
de Cartas Geotécnicas de Aptidão à Ocupação. 
Mas foi a partir de 2015 que as ações do CIGABC se voltaram para a integração 
dos diversos riscos urbanos, quando o Consórcio inicia sua participação na Câmara 
Temática Metropolitana de Gestão de Riscos Ambientais Urbanos; instituída pelo 
Conselho de Desenvolvimento Metropolitano da Região Metropolitana de São Paulo. 
Em 2016 forma-se a Subcomissão Regional de Prevenção, Preparação e Resposta 
Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos do Grande ABC 
(P2R2/ABC). A Subcomissão P2R2/ABC tem por objetivo principal analisar os 
potenciais problemas envolvendo produtos químicos perigosos e criar um 
procedimento coordenado de ações de resposta a emergências (CONSÓRCIO 
INTERMUNICIPAL GRANDE ABC, 2018). 
Conforme Rafael Antônio T. Neves; coordenador do GT de Gestão de Riscos 
do CIGABC, diretor do departamento de Defesa Civil da Prefeitura de Santo André e 
125 
 
 
 
secretário executivo da SRP2R2/ABC; faltam informações básicas para identificar 
quais indústrias apresentam riscos à população civil. Sem essas informações, 
conforme sua análise, não é possível desenvolver uma sistemática para o 
mapeamento das áreas de riscos sujeitas a incêndios, explosões e nuvens tóxicas. 
Ademais, ele tem a percepção de que as grandes empresas químicas estão mais bem 
preparadas para responder a um acidente de grandes proporções do que as pequenas 
e médias empresas que, por falta de conhecimento dos riscos envolvidos na 
manipulação e armazenamento do produto perigoso, apresentam mais riscos para os 
envolvidos desde o processo produtivo até a venda do produto acabado. 
4.5 A epidemiologia dos acidentes industriais no Grande ABC e no PPABC 
No Estado de São Paulo, a base de dados mantida pela CETESB por meio do 
Sistema de Informações sobre Emergências Químicas (SIEQ) fornece dados dos 
casos atendidos pelo Setor de Emergências dessa instituição. A Tabela 10 apresenta 
os números de casos para os sete municípios que compõem o Grande ABC no 
período de janeiro de 1978 a dezembro 2019, enquanto que a Tabela 11 apresenta o 
número de vítimas no mesmo período. Os totais e a distribuição de registros 
encontrados para o Grande ABC podem ser comparados com os totais do Estado de 
São Paulo no mesmo período. Deve-se levar em conta que nem todos os casos de 
incêndios, explosões e vazamentos se convertem em chamadas de emergência para 
a CETESB, portanto o número real de casos deve ser maior do que aqueles 
registrados no banco de dados do SIEQ. 
 
126 
 
 
 
Tabela 10 - Número de casos de emergência atendidos pela CETESB nos 
municípios do Grande ABC e comparativo com o Estado de São Paulo, no período 
de 01/01/1978 a 31/12/2019 
Tipo de emergência x 
município da Região do 
ABC 
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M
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Armazenamento 2 1 0 0 1 3 0 7 1,4% 315 3,6% 
Indústria 18 7 3 1 4 17 4 54 10,4% 807 9,1% 
Transporte por dutos 4 4 1 0 5 22 4 40 7,7% 278 3,1% 
Postos de combustíveis 13 3 4 0 22 18 2 62 12,0% 738 8,3% 
Transporte rodoviário 20 11 22 1 18 158 8 238 46,0% 5140 57,7% 
Descarte 6 4 3 0 4 14 0 31 6,0% 493 5,5% 
Outros 11 3 6 1 23 28 13 85 16,5% 1.134 12,7% 
Total 74 33 39 3 77 260 31 517 100% 8.905 100% 
 Fontes:CETESB (2020) e Guerra (2017) (atualizado pela autora) 
 Nota: no total do Estado de São Paulo foram subtraídos os casos do Grande ABC 
 
Tabela 11 - Número de vítimas nos casos de emergência atendimentos pela 
CETESB nos municípios do Grande ABC e comparativo com o Estado de São 
Paulo, no período de 01/01/1978 a 31/12/2019 
Nota: no total do estado de São Paulo foram subtraídos os casos do Grande ABC 
Número de 
vítimas/evacuados x 
tipo de emergência 
D
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a
 
M
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B
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o
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e
 S
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o
 P
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u
lo
 
Armazenamento 0 0 0 0 4 0 0 4 1,6% 967 8,8% 
Indústria 8 4 0 0 0 2 0 14 5,8% 3.708 33,5% 
Transporte por dutos 0 8 0 0 10 0 0 18 7,4% 613 5,5 % 
Postos de combustíveis 2 0 0 0 0 0 0 2 0,8% 914 8,3% 
Transporte rodoviário 10 3 1 0 2 84 0 100 41,2% 1.663 15,0% 
Descarte 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0% 69 0,6% 
Outros 0 0 0 0 4 101 0 105 43,2% 3.133 28,3% 
Total 20 15 1 0 20 187 0 243 100,0% 11.067 100,0% 
Fontes: CETESB (2020) e Guerra (2017) (atualizado pela autora) 
127 
 
 
 
Como pode ser observado na Tabela 10, o transporte rodoviário é o item de 
maior incidência de casos (46% do total de casos do grande ABC) entre os tipos de 
emergência analisados para o Grande ABC, enquanto que o armazenamento e as 
indústrias totalizam juntos 11,8% do total de casos. Os postos de combustíveis 
apresentaram 12% do total de casos atendidos pela CETESB no período, porém não 
são objeto de análise dessa pesquisa. 
Comparativamente com os dados do estado de São Paulo, o Grande ABC 
apresenta índices de acidentes nas indústrias (10,4% do total de casos do Grande 
ABC) e no transporte por dutos (7,7% dos casos totais do Grande ABC) maiores do 
que a média do estado de São Paulo (9,1% para indústrias e 3,1% para os dutos). 
Com relação ao número de vítimas registradas, o transporte rodoviário (Tabela 
11) indicam que o transporte rodoviário é o item que causa maior número de 
vítimas (41,2% do total do Grande ABC). Comparativamente com os dados do estado 
de São Paulo, as vítimas no transporte por dutos e no transporte rodoviário são 
maiores no Grande ABC. No entanto, o número de vítimas no armazenamento e 
indústrias no Grande ABC é substancialmente menor do que no estado de São 
Paulo. Foram 18 vítimas no armazenamento e indústria no Grande ABC, contra 4.675 
para o estado de SP em 41 anos de observação. 
Entre os registros de atendimento de emergência no transporte rodoviário 
(Tabela 12), São Bernardo do Campo foi o município que apresentou maior número 
de casos nesse tipo de emergência, sendo 31 na Rodovia Imigrantes, 28 na Rodovia 
Anchieta e 10 no Rodoanel Mario Covas. Vale ressaltar a importância dessas 
rodovias, visto que interligam a RMSP com polos industriais e logísticos instalados na 
Baixada Santista, como Santos, Cubatão e Guarujá, o que torna as malhas viárias da 
região do ABC sujeitas a acidentes no transporte de cargas perigosas. 
 
128 
 
 
 
Tabela 12 - Número de casos de emergência química atendidos pela CETESB no 
transporte rodoviário nos municípios do Grande ABC, no período de 01/01/1978 a 
31/12/2019 
Rodovia/ município 
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M
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T
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Imigrantes 5 0 0 0 0 31 0 36 
Anchieta 2 0 0 0 0 28 0 30 
Rodoanel Mário Covas 0 1 4 0 1 10 0 16 
Ruas e Avenidas/ Estradas vicinais 4 6 2 0 4 4 3 23 
Índio Tibiriçá 0 0 5 0 0 3 0 8 
Caminho do Mar 0 0 0 0 0 2 0 2 
Interligação Imigrantes - Anchieta 0 0 0 0 0 2 0 2 
SP 133 0 0 0 0 1 0 0 1 
Não identificada 9 3 11 1 12 76 4 116 
Total 20 10 22 1 18 156 7 234 
 Fonte: CETESB – Emergência Química (2020). 
 
Quanto aos registros de atendimento à emergência ocorridos nas proximidades 
do PPABC foram analisados os dados disponíveis no SIEQ (CETESB, 2020) para o 
período de maio de 1992 a fevereiro de 2019, apresentados no Quadro 10. Os dados 
referem-se às ocorrências em atividades de armazenamento, indústria, transporte por 
duto e transporte rodoviário nas vias públicas indicadas. 
1 2 9 
 
 
 
Q u a d r o 1 0 – H i s t ó r i c o d e a t e n d i m e n t o s d a C E T E S B n a s p r o x i m i d a d e s d o P P A B C , n o p e r í o d o d e m a i o d e 1 9 9 2 a f e v e r e i r o d e 2 0 1 9 
Data Local Munícipio Atividade Empresa Causa Produto 
Classe do 
produto 
Informações 
complementares 
09/05/1992 Polo do Grande ABC Mauá transporte por 
duto 
PETROBRAS Duto 
RECAP-UTINGA 
rompimento de 
oleoduto 
óleo combustível INFLA nada consta 
15/07/1992 Polo do Grande ABC Santo André indústria Petroquímica União não especificada nafta INFLA nada consta 
16/07/1994 Av. Alberto Soares Sampaio Mauá transporte por 
duto 
PETROBRAS Duto 
RECAP-UTINGA 
furo em oleoduto óleo combustível INFLA nada consta 
05/11/1994 não especificado Santo André outras não pertinente não especificada gasolina INFLA nada consta 
17/06/1996 Av. Alberto Soares 
Sampaio, 2000 
Mauá indústria Cia Paulista de 
Fertilizantes 
não especificada amônia anidra TOX nada consta 
11/10/1997 não especificado Santo André outras não pertinente não especificada produto químico 
diverso 
N.C. nada consta 
09/07/1998 não especificado Santo André não identificada não pertinente outra óleo diesel INFLA 0 vítimas/ evacuados 
22/08/1998 não especificado Mauá outras não pertinente não especificada éter etílico - 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: solo 
22/08/1998 não especificado Mauá outras não pertinente não especificada gasolina INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: solo 
10/02/1999 Av. Cap. Mário Toledo de 
Camargo, 5049 
Santo André transporte por 
duto 
duto de 14 
polegadas 
ação de terceiros 
(tentativa de furto) 
GLP INFLA 0 vítimas/ evacuados 
 
04/06/1999 Av. Industrial, 657 Santo André indústria Empresa Paulista de 
Reciclagem Ltda 
outra ácido clorídrico, 
hidróxido de sódio, 
ácido nítrico 
CORR 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: ar 
20/04/2000 não especificado Mauá outras não pertinente falha operacional metano INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: ar e solo 
23/12/2000 não especificado Santo André não identificada não pertinente tubulação GLP INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: ar, solo 
05/05/2001 não especificado Santo André não identificada não pertinente outra gasolina INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: - 
14/07/2001 não especificado Santo André não identificada não pertinente outra gasolina INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: água, fauna 
14/08/2001 não especificado Santo André não identificada não pertinente outra gasolina INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: - 
27/05/2002 não especificado Santo André outras não pertinente não identificada amônia anidra TOX 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: - 
03/06/2002 não especificado Mauá não identificada não pertinente não identificada gasolina INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: - 
07/02/2003 Av. dos Antúrios, 1145 Mauá indústria Ecoper Química 
Ltda. 
incêndio produtos químicos 
diversos 
INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: - 
1 3 0 
 
 
 
Data Local Munícipio Atividade Empresa Causa Produto 
Classe do 
produto 
Informações 
complementares 
11/02/2004 Av. Alberto Soares 
Sampaio, 1240 
Mauá indústria Bandeirante Química 
Ltda. 
incêndio de 
caminhão 
Thinner INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: - 
09/07/2004 Av. Alberto Soares Sampaio, 
2000/ Ferrovia RFFSA 
Mauá transporte por duto PETROBRAS Duto 
RECAP-UTINGA 
furo no oleoduto resíduo oleoso INFLA0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: solo 
30/06/2008 R. Acarape, 599, Jardim 
Estela 
Santo André indústria MARFRIG Frigoríficos e 
comércios Ltda 
falha mecânica amônia anidra TOX 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: ar, solo 
15/10/2012 não especificado Santo André outras não pertinente tubulação GLP INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: ar 
27/09/2013 Av. Papa João XXIII, sobre 
Av. João Ramalho 
Mauá transporte 
rodoviário 
não especificado Colisão e ruptura 
caminhão-tanque 
Cola N.C. 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: - 
04/10/2013 Av. Papa João XXIII com 
Av. Jacú Pêssego 
Mauá transporte 
rodoviário 
não especificado Tombamento de 
caminhão-tanque 
Thinner INFLA 2 vítimas feridas 
Meio atingido: água, ar 
04/07/2015 Av. das Indústrias com Av. 
Ayrton Senna s/n 
Mauá transporte por duto não especificado não especificada resíduo aromático 
de pirolise 
INFLA 8 vítimas/ evacuados 
Meio atingido:água,ar,flora 
26/11/2015 Av. Papa João XXIII, 3521, 
Vila Assis 
Mauá indústria Repanol Lavanderia 
Industrial Ltda 
tanque ácido clorídrico CORR 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: ar 
03/04/2016 Polo do Grande ABC Santo André armazenamento Braskem vazamento de 
duto 
ácido acrílico 
inibido 
CORR 4 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: ar 
17/04/2017 Av. Sapopemba, 370, 
Jardim Utinga 
Santo André transporte por duto não especificado ação de terceiros 
(trepanação69) 
GLP INFLA 10 vítimas/ evacuados 
Meio atingido:água,ar,solo 
10/05/2017 R. Taubaté, 1130, Utinga Santo André transporte por duto não especificado ação de terceiros 
(tentativa de furto) 
nafta INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: ar, solo 
20/05/2017 R. João Nincão 202, 
Capuava 
Mauá indústria Durocromo Ind. e 
Com. Ltda 
incêndio Inflamável INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: ar 
08/04/2017 Rua Jurassi Fernandes 69, 
Capuava 
Mauá transporte de 
produtos químicos 
Trans MRA Lima 
Ltda 
incêndio em 
caminhão-tanque 
Inflamável INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: ar 
08/09/2017 Avenida Sapopemba, 1580, 
Jardim Utinga 
Santo André transporte por 
duto 
não especificado ação de terceiros 
(tentativa de furto) 
nafta INFLA 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: ar 
23/10/2019 Av. João Ramalho 1000, 
acesso Av. Papa João XXIII 
Mauá transporte 
rodoviário 
não especificado descarte de 
produto 
Decapante 
(semelhante ác. 
clorídrico) 
CORR 0 vítimas/ evacuados 
Meio atingido: - 
Legenda: 
 
INFLA: produto inflamável 
TOX: produto tóxico 
 
CORR.: produto corrosivo 
N.C.: não classificado 
 
Total 
24 vítimas/evacuados 
Meio atingido: ar, água, 
solo e flora 
F o n t e : S I E Q ( C E T E S B , 2 0 2 0 ) e A p l i c a t i v o d e G e o r r e f e r e n c i a m e n t o d e E m e r g ê n c i a s Q u í m i c a s d a C E T E S B ( 2 0 2 0 ) . 
N o t a : o p r o d u t o p r o d u z i d o f o i i n f e r i d o c o m b a s e n o c ó d i g o C N A E e p e s q u i s a n o s i t e d a e m p r e s a . 
 
69 T r e p a n a ç ã o é u m a t é c n i c a q u e c o n s i s t e n a i n s t a l a ç ã o d e u m a d e r i v a ç ã o c l a n d e s t i n a n o d u t o p e r f u r a d o ( S E N A D O F E D E R A L , 2 0 1 7 ) 
131 
 
 
 
Além dos dados do SIEQ, o registro histórico de acionamentos do PAM 
Capuava auxiliou a compreender o cenário epidemiológico dos acidentes industriais 
no PPABC (Quadro 11). 
Quadro 11 – Histórico de acionamentos do PAM Capuava de janeiro de 1989 a 
fevereiro de 2019 
Data Empresa Evento Comentários 
05/01/1989 Poliolefinas Incêndio em um 
reator 
O reator estava carregado com acetato de vinila. Não 
houve explosão. Fogo controlado. A área foi isolada e 
serviço de rescaldo realizado. 
11/02/2004 Bandeirante 
Química 
Incêndio na área de 
formulação de 
Thinner 
Durante carregamento de caminhão-tanque com 
produto inflamável na área de formulação e Thinner, 
houve incêndio devido à eletricidade estática. 
24/07/2012 Vitopel Incêndio na área de 
vegetação ao redor 
da empresa 
Incêndio causado por queda de balão que caiu próximo 
à dependência da empresa e como a mata estava seca 
se expandiu rapidamente. 
07/08/2014 Oxiteno Incêndio na área de 
vegetação e próximo 
às torres de alta-
tensão 
Ocorrência de dois princípios de incêndio em mata 
decorrente de centelhamento da rede de transmissão. 
Cenários simultâneos em locais de risco próximo às 
torres de 88.000v. 
04/09/2014 Oxiteno Incêndio na área 
100 (óxido de eteno) 
Ocorrência de pequeno vazamento de metano próximo 
ao compressor, onde em contato com uma parte 
quente do mesmo ocasionou o fogo. 
17/09/2015 Cabot Incêndio em mata 
no terreno da 
empresa 
Ocorrência de fogo em mata em terreno da empresa 
do outro lado da Av. Ayrton Senna. Houve apoio dos 
brigadistas da Oxiteno e acionamento do bombeiro. 
01/08/2015 Akzo Nobel Incêndio na área de 
vegetação da 
empresa 
A emergência ocorreu em decorrência de um incêndio 
causado pela queda de um balão de grande porte na 
reserva florestal da empresa. 
14/10/2015 Braskem 
UNIB-3 
Incêndio em 
tubulação da 
unidade Olefinas 
Explosão e incêndio devido ao rompimento da linha de 
transferência na saída dos fornos da unidade de 
olefinas. 
13/01/2016 Cabot Incêndio na área de 
utilidades 
O princípio de incêndio ocorreu em um compressor. A 
brigada agiu prontamente, no entanto o PAM foi 
acionado preventivamente. 
01/08/2016 Vitopel Incêndio na área de 
vegetação próxima a 
empresa 
O vigilante da empresa foi informado durante ronda 
noturna sobre foco de incêndio na vegetação em área 
externa próxima da Vitopel. Acionada brigada de 
emergência e equipe do PAM. 
28/09/2016 Braskem 
PP-4 
Incêndio na área de 
vegetação dentro da 
empresa 
Princípio de incêndio no talude externo à empresa. A 
brigada se deslocou até o local e combateram o 
incêndio. O PAM foi acionado pela empresa Chevron e 
não pela Braskem. 
06/12/2016 Corpo de 
Bombeiro 
Incêndio em mata 
na Av. Ayrton Senna 
sentido Rodoanel 
Incêndio em mata no rodoanel sentido Paranavaí, 
controlado pelas equipes. Acionamento do corpo de 
bombeiros. 
30/07/2017 Cabot Incêndio em mata 
no terreno próximo à 
empresa 
Ocorrência de fogo em mata em um terreno da 
empresa do outro lado da Av. Ayrton Senna. Houve 
apoio dos brigadistas do PAM. 
01/02/2019 Braskem 
Q3 
Fogo em uma das 
chaminés de nafta 
Fogo no interior da câmara de um dos fornos, devido a 
retorno de gás da linha de transferência em 
decorrência do apagão do dia 31/01/2019, que afetou 
várias cidades da região. Acionamento e atuação do 
PAM e brigada interna. 
Fonte: histórico de acionamento do PAM Capuava (PAM CAPUAVA, 2020). Descrição do evento 
resumido pela autora. 
132 
 
 
 
O histórico dos atendimentos de emergência química da CETESB (Quadro 10) 
mostra que o furto de combustível de dutos tem aumentado na região do Polo nos 
últimos anos e foi a atividade que causou o maior número de vítimas/ evacuados (10 
vítimas/evacuados em 17/04/2017), em contrapartida, há poucos registros de 
incêndios, explosões e nuvens tóxicas nas indústrias e armazenamentos na região do 
PPABC. 
O histórico de acionamento do PAM Capuava (Quadro 11) indica que a maioria 
dos casos se refere a incêndio em áreas de vegetação próximas às empresas. 
Conforme informado pelo atual coordenador do PAM, os casos de incêndio no 
processo produtivo das indústrias; isto é, aqueles cenários acidentais significativos 
previstos nos EARs; foram controlados e combatidos sem desdobramento dos efeitos 
para fora da área das empresas. 
4.6 Resultado do questionário sobre a abordagem metodológica 
A ideia de conduzir um questionário para identificar qual seria a melhor 
abordagem metodológica para a GRAI no âmbito do PGT e Emergência surgiu da 
pesquisa realizada pelo RIVM envolvendo os municípios dos Países Baixos. 
Conforme Boxman70, após o acidente ocorrido na cidade de Enschede no ano 2000 
(Quadro 5), oRIVM entrevistou planejadores urbanos dos municípios para 
compreender sobre as dificuldades em aplicar os resultados dos EARs, visto que 
houve um alto número de fatalidades, feridos e desabrigados no acidente de 
Enschede. 
Considerando que o Brasil adota para o licenciamento ambiental a mesma 
abordagem dos Países Baixos, isto é, baseada no Risco Social e Individual, e que os 
EARs não são divulgados para as Secretarias de Planejamento Urbano dos 
municípios é importante identificar qual a melhor abordagem metodológica para a 
GRAI no âmbito do PGT, se baseada na consequência (mapas de vulnerabilidade), 
no Risco Social ou no Risco Individual. 
Duas questões foram incluídas, a primeira busca identificar a importância dos 
elementos básicos para a construção da abordagem metodológica (por meio da 
 
70 Arjan M. C. Boxman do RIVM foi um dos entrevistados nos Países Baixos (ver item 2.5.1). 
133 
 
 
 
classificação do grau de importância definida pelo entrevistado) e outra questão 
(dissertativa) traz a percepção do entrevistado sobre os possíveis obstáculos para a 
implantação e manutenção de uma abordagem metodológica para a GRAI no âmbito 
do PGT e Emergência baseada nos resultados dos EARs71. 
Obteve-se 50 respostas com o questionário online. O resumo das respostas 
encontra-se apresentado nas figuras abaixo (as questões encontram-se apresentadas 
no Apêndice IV). As Figuras 37, 38, 39, 40 e 41 apresentam o perfil dos entrevistados. 
As porcentagens referem-se à distribuição de entrevistados no grupo analisado. 
Figura 37 – Setor de atuação profissional do entrevistado (50 entrevistados) 
 
 
 
Figura 38 – Área de atuação do profissional do Setor Público (24 entrevistados) 
 
* Outros: infraestrutura, segurança pública, ciência e tecnologia, secretaria municipal de subprefeituras 
e transportes metropolitanos. 
 
 
71 A questão sobre os obstáculos para implantação da abordagem metodológica foi sugerida pela Dra. 
Claudia Basta durante entrevista realizada na Agência de Avaliação Ambiental nos Países Baixos 
(PBL – Netherlands Environmental Assessment Agency). 
Setor Público; 24; 48%
Não representa instituição; 
2; 4%
Setor Industrial; 14; 28%
Prestação de Serviços; 
10; 20%
Defesa Civil; 7; 29%
Outros*; 5; 21%Secretaria do Meio 
Ambiente; 5; 21%
Planejamento Urbano; 
7; 29%
134 
 
 
 
Figura 39 – Área de atuação do profissional do Setor Industrial (14 entrevistados) 
 
 
Figura 40 – Departamento de atuação do profissional do Setor Industrial (14 
entrevistados) 
 
 
Figura 41 – Área de atuação do profissional do Setor de prestação de serviço (10 
entrevistados) 
 
* Outros: consultor em planejamento e políticas culturais, consultor em projetos de gestão de 
recursos hídricos e infraestrutura, consultor socioambiental, engenharia de incêndio, ensino 
 
A maioria dos entrevistados (46%) respondeu que não havia tido contato com 
um EAR elaborado conforme norma P4.261 da CETESB, enquanto que 32% 
responderam que ‘Sim’ já haviam tido contato com EAR e 22% responderam que ‘Não 
tenho certeza’ (Figura 42). 
Energia; 5; 36%
Química; 4; 29%
Petróleo; 3; 21%
Petroquímica; 2; 
14%
Engenharia; 2; 
14%
Controle de Emergências e 
Segurança Patrimonial; 1; 
7%
Segurança, Meio 
Ambiente e Saúde; 10; 
72%
Gestão 
Operacional; 1; 7%
Consultoria em 
Análise de Risco
4
Atendimento a Emergência 
de Acidentes Industrias
1
10%
Outros*
5
50%
135 
 
 
 
Figura 42 – Já teve contato com Estudo de Análise de Risco elaborado conforme 
norma P4.261 da CETESB? (50 entrevistados) 
 
 
Entre aqueles que ‘não’ tiveram contato com um EAR, aproximadamente 70% 
eram do Setor Público, enquanto que aqueles que responderam ‘não tenho certeza’ 
eram Prestadores de Serviço e do Setor Industrial. Aqueles que responderam que já 
haviam tido contato com um EAR eram do Setor Público (44%), do Setor Industrial 
(38%) e Prestadores de Serviço (18%). 
Para identificar a importância dos quesitos para uma abordagem metodológica 
para a GRAI no âmbito do PGT e Emergência (Tabela 13) foi necessário fazer uma 
média ponderada entre o número de respostas e o grau de importância do quesito, 
entre 1 (menos importante) e 5 (muito importante). 
 
Sim; 16; 32%
Não; 23; 46%
Não tenho 
certeza; 11; 22%
136 
 
 
 
Tabela 13 – Escala de importância dos quesitos para a GRAI no PGT e Emergência 
na visão dos entrevistados (50 entrevistados) 
Quesito 
Grau de importância Total de 
respostas 
Média 
Ponderada 1 2 3 4 5 
Definição das Zonas de Risco 3 1 14 6 26 50 4,02 
Comunicação de risco à população 
vulnerável 
3 2 14 4 27 50 4,00 
Definição de medidas protetivas 
externas à indústria 
1 3 16 7 23 50 3,96 
Definição dos cenários acidentais 
mais significativo 
1 3 18 5 23 50 3,92 
Espacialização geográfica das 
zonas de risco 
2 3 16 9 20 50 3,84 
Informação sobre o produto químico 3 3 16 6 22 50 3,82 
Probabilidade de ocorrência do 
acidente 
3 1 17 11 18 50 3,80 
Critérios de tolerabilidade de risco 2 3 17 11 17 50 3,76 
Total 19 21 131 63 181 50 - 
 
Quanto a melhor opção de utilização dos resultados de um EAR para aplicação 
no planejamento urbano e planos de contingência da defesa civil, a grande maioria 
dos entrevistados (74%) optou pelos Mapas de Vulnerabilidade (Opção 1), seguido da 
curva de isorrisco do Risco Individual (Opção 2) com 18% dos entrevistados (Figura 
43). A curva do risco social (Opção 3) foi a última opção dos entrevistados (8%). 
 
137 
 
 
 
Figura 43 – Qual das opções (resultados de um EAR) você acredita ser mais 
adequado para considerar no planejamento urbano e nos planos de contingência da 
defesa civil? (50 entrevistados) 
 
Opção 1 - Mapas de Vulnerabilidade: são mapas elaborados com o alcance das consequências de cada 
tipologia acidental (incêndio, explosão e nuvem tóxica), definindo as zonas de risco em função da 
probabilidade de fatalidade (100%, 50%, 1%). 
Opção 2 - Curva do Risco Social: representa o risco quantitativo para um agrupamento de pessoas presentes 
na vizinhança de uma instalação perigosa. A curva do RS é construída com pontos de frequência acumulada 
da ocorrência dos cenários acidentais (F) versus o número de fatalidade (N), sendo desenhada no gráfico 
com os limites de risco tolerável (linha verde) e intolerável (linha vermelha) definidos na norma P4.261. 
Opção 3 - Curvas de Isorrisco: curvas calculadas considerando a frequência de ocorrência dos cenários 
acidentais e a probabilidade de fatalidade para uma única pessoa (por isso se chama Risco Individual - RI). 
As frequências são somadas em cada célula da área total de abrangência do tipologia acidental de maior 
alcance (pontos x,y). As curvas são traçadas sobre imagens georreferenciadas contornando as células com 
risco da mesma ordem de grandeza, por isso é conhecida por curva de isorrisco (mesmo valor de risco). O 
valor de RI = 10-5/ano é considerado intolerável de acordo com a norma P4.261. 
 
Entre aqueles que escolheram a ‘Opção 1 – Mapas de Vulnerabilidade’, 46% 
eram do Setor Público, 27% do Setor Industrial, 22% eram Prestadores de Serviço e 
5% Não Representava Nenhuma Instituição. 
As justificativas dos 37 entrevistados que escolheram a ‘Opção 1 - Mapas de 
Vulnerabilidade’ podem ser assim resumidas: 
• “mais apropriada para embasar legislação de ordenamento de uso, 
ocupação e parcelamento do solo”. 
• “permite constatar as vulnerabilidades, a exemplo dos mapas de riscos 
relacionados a outras tipologias de desastres, como riscos geológicos e 
hidrológicos”. 
• “mais adequada para o planejamento do território, pois apresenta 
configuração espacial das vulnerabilidades e riscos”. 
• “evita novas ocupações”. 
Opção 2 - Curva do 
Risco Social; 4; 8%
Opção 1 - Mapas de 
Vulnerabilidade; 37; 
74%
Opção 3 - Curvas de 
Isorrisco; 9; 18%
138 
 
 
 
• “ainda que abstrata é mais intuitiva, o que pode facilitar o planejamento 
urbano em municípios inexperientes com o assunto”.• “leitura simples e direta das zonas de risco”. 
• “mais didático e amigável (fácil interpretação) para a preparação e 
treinamento de comunidades”. 
• “reúne informações úteis para os atores envolvidos, incluindo a população 
que pode ser afetada”. 
• “define claramente as áreas de risco que devem ser priorizadas em um plano 
de contingência da defesa civil”. 
• “mais confiável, pois não está relacionado com ‘critério de risco tolerável’, 
que é um entendimento pragmático para algo com muitas variáveis”. 
• “é a opção menos ruim, pois relaciona o risco com probabilidade de 
fatalidades, que é um guia inseguro para ações corretivas”. 
 
As justificativas dos 4 entrevistados que escolheram a ‘Opção 2 - Curva do 
Risco Social’ foram: 
• “apresenta o risco quantitativo para um agrupamento de pessoas presentes 
na vizinhança de uma instalação perigosa, com isso a empresa consegue 
dimensionar melhor seus recursos e ações em casos de emergência”. 
• “leva em conta grupos de pessoas afetadas pelos acidentes, em outras 
palavras, pode ser estratégica para salvar vidas”. 
• “devido ao aspecto social”. 
As justificativas dos 9 entrevistados que escolheram a ‘Opção 3 – Curvas de 
Isorrisco’ foram: 
• “as curvas do tipo ‘iso’; a exemplo de outras aplicações, tais como: ‘iso-
oxigênio dissolvido’ e ‘iso-temperatura’ em reservatórios de água, ‘iso-ruído’ 
no entorno de instalações industriais e aeroportos; transmitem melhor as 
condições de risco, embora sejam abstrações da realidade e subjetivas. 
Juntar as curvas ‘iso’ (mix da Opção 1 e 3) pode ajudar a visualizar 
espacialmente a abrangência do risco. A Opção 2 é abstrata para a 
população de risco, embora fundamental para o gestor do risco”. 
139 
 
 
 
• “dá maior transparência à percepção espacial pelo ‘não especialista’, apesar 
da Opção 1 ser mais atraente”. 
• “mais condizente para a comunicação do risco”. 
• “boa abordagem quantitativa e espacial (por usar imagem que pode ser 
georreferenciada)”. 
• “auxilia na tomada de decisão em uma situação de emergência”. 
• “por conter informações georreferenciadas possibilita a sua aplicação de 
forma direta no planejamento urbano, por meio da territorialização das 
informações técnicas (linguagem familiar ao planejador urbano)”. 
• “permite cruzar informações georreferenciadas com outras camadas de 
estudo do território e gerar análises integradas para o planejamento urbano”. 
 
As 40 respostas sobre ‘Quais os obstáculos para a implantação e manutenção 
de uma abordagem metodológica para planejamento urbano e planos de contingência 
da defesa civil, que seja baseada nos resultados de um EAR?’, podem ser assim 
resumidas: 
• “Falta regulação ou há regulação ineficiente para uso e ocupação do solo. 
As legislações locais nem sempre contemplam a necessidade de uma 
abordagem metodológica para a GRAI no âmbito do PGT”. 
• “O distanciamento geográfico das fontes de perigo é fundamental para a 
segurança da população e não é divulgado”. 
• “Falta integração entre os órgãos públicos, desta forma os EARs não são 
compartilhados entre eles, sendo usados apenas no licenciamento 
ambiental”. 
• “Falta diálogo com a sociedade civil, que muitas vezes tem um entendimento 
diferente das necessidades do planejador urbano”. 
• “As empresas não disponibilizam informações reais para um planejamento 
urbano adequado e para a atuação em emergências”. 
• “Falta divulgação de dados, consequentemente a população não tem 
conhecimento das informações dos riscos químicos”. 
• Falta metodologia e dados confiáveis. As informações devem vir de fontes 
diferentes do Polo Industrial. 
140 
 
 
 
• Os EARs são instrumentos de importância e, portanto, sua elaboração e 
manutenção não devem ser negligenciadas. 
• Há grande dificuldade em dar sequência nas ações públicas. 
• Os EARs não são amplamente divulgados e são elaborados para realizar o 
licenciamento junto aos órgãos ambientais. 
• É necessário ter interfaces com outros instrumentos que definem o uso e 
ocupação do solo, como plano de gestão viária, por exemplo. 
 
 
141 
 
 
 
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
As evidências documentais encontradas no levantamento histórico da 
implantação do PPABC permitem considerar que a ocupação do território teve início 
em 1954, com a construção da Refinaria de Petróleo União (atual Refinaria RECAP 
da Petrobras), mas se intensificou após 1970, notadamente após a construção da 
PQU-Petroquímica União (atual Braskem Q3). Segundo Nunes (2017), as indústrias 
do PPABC induziram a ocupação do território em Mauá. Esse processo identificado 
por Nunes vem ao encontro da narrativa de Lefebvre (2011) que atribui à 
industrialização, o papel de ‘indutor’ do desenvolvimento urbano. 
A formação do PPABC e a evolução demográfica de Mauá e Santo André 
constituem-se no fenômeno urbano denominado por Lefebvre por ‘aglomeração’, que 
leva à transformação morfológica das cidades (LEFEBVRE, 2011). 
A teoria de Weber citada por LAUTERT e ARAÚJO (2007) sobre os fatores que 
influenciam a localização das indústrias, também pode ser confirmada no histórico de 
implantação do PPABC, visto que, houve tanto fatores regionais geográficos (o local 
já era usado como trilha do povo indígena Tupiniquim, a Estrada de Ferro Santos-
Jundiaí construída em 1860 facilitou os acessos ao Porto de Santos e ao mercado 
consumidor de São Paulo); quanto fatores locais, independentes da geografia, 
associados aos aspectos da economia resultante da proximidade entre as indústrias, 
quais sejam: disponibilidade de matérias-primas fornecidas pela refinaria de petróleo, 
a otimização de recursos e a mobilização integrada das indústrias. Além desses 
fatores locais, as indústrias receberam incentivo fiscal do município de Mauá 
(evidenciado no Plano Diretor de Mauá de 1970). Há indícios de que a relação 
integrada gerada pela aglomeração entre as indústrias do PPABC incitou a alteração 
da Lei Estadual 1.817/1978 (SÃO PAULO (ESTADO), 1978), que proibia a ampliação 
de indústrias de petróleo e petroquímicas, passando a ser permitida a partir de 2002 
(SÃO PAULO (ESTADO), 2002). 
Se por um lado a aglomeração foi ‘vantajosa’ para as indústrias do PPABC, por 
outro, a ausência de regulamentação restritiva para o uso e ocupação do solo na 
região resultou em amortização do espaço e adensamento urbano dos bairros no 
entorno do Polo, notadamente no Jardim Sônia Maria, Jardim Silvia Maria e Vila Santa 
142 
 
 
 
Cecília em Mauá, assim como, Jardim Ana Maria, Jardim Itapoan, Parque Capuava e 
Jardim Rina em Santo André (Figuras 25, 26 e 36). Faz-se notar no Plano Diretor de 
Mauá de 1970 (PREFEITURA DE MAUÁ, 1970) a transferência de núcleos 
residenciais existentes na zona industrial de Capuava, sugerindo que havia 
residências na área do PPABC e que foram removidas. 
Na mesma época da implantação da Petroquímica União (1972) houve 
acentuado crescimento da ocupação dos assentamentos precários: Jardim Oratório, 
em Mauá, e Conjunto Habitacional Avenida do Estados, em Santo André (Figuras 28 
e 29), caracterizando-se no modelo de desenvolvimento urbano desigual, que 
disponibiliza espaços inadequados para a população de baixa renda (ACSELRAD, 
2001; SANTOS JUNIOR; MONTANDON, 2011). Apesar da aparente ocupação 
desordenada em alguns bairros de Mauá, Nunes (2017) relata que os loteamentos 
abertos entre 1960 e 1970 são todos regulares e foram aprovados na prefeitura. A 
regularização de assentamentos precários localizados próximos a indústrias 
perigosas sem prévia análise do risco de acidentes, pode resultar em trágicas 
consequências, como o ocorrido em Seveso em 1976, Bhopal em 1984, Vila Socó em 
1984 e Toulouse em 2001 (BASTA, 2009; BASTA et al., 2007; LEES, 2005; DECHY 
et al., 2004; PORTO; FREITAS, 2003). 
Quanto a evolução do uso e ocupação do solo na região do PPABC, a 
comparação entre as imagens do ano de 1970 (Figura 25) e 2019 (Figura 26)demonstra que houve intensa amortização do espaço urbano no entorno do Polo. 
Atualmente, o uso industrial na área do PPABC é predominante (71,7% da área do 
PPABC apresentada na Figura 27), seguido de área ambiental ocupada pela ZEIA 
(16,7% da área do PPABC), porém há ainda áreas não ocupadas (8,6% da PPABC). 
No entanto, observa-se 3% da área do PPABC ocupada por residências e 
comércios72 (Figura 44). Tal área encontra-se na Zona ZDE-2 para uso de atividades 
logísticas e diversificadas conforme Plano Diretor de Mauá de 2016 (Figura 31). Esta 
zona, no entanto, revela permissividade em relação ao uso e ocupação do solo, visto 
 
72 Essa área refere-se ao bairro Capuava, que deu origem ao nome do Polo e que, conforme, 
informação verbal recebida da equipe da Secretaria de Planejamento Urbano do Município de Mauá, 
o bairro Capuava já existia antes da regulamentação que definiu o zoneamento. 
143 
 
 
 
que há indústrias com produtos químicos perigosos instaladas na Av. Alberto Soares 
Sampaio, a dizer: Bandeirantes Química (inflamável), Compass (tóxico), Copagaz 
(inflamável), Consigaz (inflamável), Liquigás (inflamável), SHV Gás (inflamável) e 
Ultragaz (inflamável) indicadas na Figura 36. Desta forma, há potencial para a 
ocorrência de incêndio, explosão e nuvem tóxica nessa região, portanto, não se 
recomenda o uso residencial e adensamento nessa zona (ZDE 2). 
Figura 44 – Fotos das ruas no bairro Capuava em Mauá 
 Fonte: Google Earth Pro (2020) 
Outra questão relacionada com o uso e ocupação do solo, refere-se a 
proximidade do PPABC com bairros residenciais (Figura 36), como o Jardim Sônia 
Maria, Jardim Silvia Maria, Vila Santa Cecília em Mauá, Jardim Ana Maria e Jardim 
Itapoan em Santo André, e Parque São Rafael e Jardim São Francisco em São Paulo. 
Nesses bairros não se recomenda o adensamento populacional e a instalação de 
equipamentos sociais que podem ser usados em pós-desastre ou acumular pessoas, 
tais como, hospitais, unidades de pronto atendimento, escolas, igrejas, clubes, asilos, 
entre outros. O distanciamento entre as indústrias perigosas e a população vulnerável 
é considerado como medida de prevenção de desastres por vários estudiosos e 
especialistas das áreas de planejamento urbano e da engenharia (TAVEAU, 2010; 
BASTA, 2009; BASTA, et al., 2007; CAHEN, 2006; LEES, 2005; HSE, 1989). 
Observa-se, contudo, um ponto favorável no atual desenho urbano no entorno 
do PPABC. Trata-se da presença da ZEIA e de uma região não ocupada do lado 
Noroeste do Polo, no município de São Paulo, próxima à divisa com Mauá (Figuras 
35 e 45). Tais áreas estão funcionando como ‘zonas de amortecimento’ contra os 
efeitos danosos de acidentes, protegendo os bairros: Parque São Rafael e Jardim São 
Francisco em São Paulo, Jardim Paranavaí e Jardim Oratório em Mauá. Contudo, 
144 
 
 
 
notam-se edificações precárias na rua Santo André Avelino em São Paulo. Essas 
áreas devem ser mantidas livres de edificações residenciais aproveitando o atual 
desenho urbano. A gestão de áreas de risco de desastres no Brasil tem sido apontada 
por vários estudiosos como ‘ineficiente’, tanto por falta de regulamentação, quanto por 
falta de fiscalização (ABGE, 2020; LOPES, 2017; NOGUEIRA; OLIVEIRA; CANIL, 
2014). 
Figura 45 – Detalhe da ocupação na rua Santo André Avelino, Parque São Rafael 
em São Paulo, SP, em 2020 
 
 Fonte: Google Earth Pro (2020). 
Apesar dos EARs serem documentos públicos, não foi possível ‘dar vistas’ a 
todos os estudos, pois os mesmos não foram localizados nas agências da CETESB e 
nem com representantes das indústrias do Polo. Além disso, houve muita resistência 
por parte das indústrias em fornecer informações detalhadas sobre os seus cenários 
acidentais. Essas dificuldades podem ser entendidas como demonstração da ‘cultura 
do segredo de risco’ mencionada por Taveau (2010) e Dechy et al. (2004). 
Outro ponto que merece atenção refere-se às áreas contaminadas existentes 
no PPABC. Conforme relatório da CETESB (2019) há 13 áreas contaminadas com 
diferentes contaminantes (a grande maioria com metais e solventes). Muitas dessas 
áreas já foram reabilitadas para uso ou estão em processo de remediação/ 
reutilização. Apenas uma área foi contaminada por acidente ocorrido na instalação, 
145 
 
 
 
demonstrando que os poucos registros de acidentes ocorridos no PPABC não 
contribuíram para a contaminação do solo e águas subterrâneas. A descontaminação 
de áreas impactadas por acidentes industriais é uma das ações de remediação pós-
desastre (LEES, 2005). 
A atuação do COFIP ABC comprova que um grupo de indústrias localizadas 
em uma mesma área pode unir-se e ter representação única para tratar de diferentes 
demandas, desde otimização de custos operacionais, até questões mais complexas 
com diferentes atores envolvidos, como as relacionadas com a GRAI. Não obstante o 
princípio ético para a redução do risco das indústrias do PPABC, Luís Antônio Pazin, 
atual presidente do COFIP ABC, entende que é um grande desafio manter uma 
relação de sustentabilidade com a comunidade, posto que não há políticas públicas 
para tratar a questão de urbanização. Esta lacuna apontada por Pazin confirma o hiato 
existente atualmente no Brasil para dialogar sobre as questões de gestão de risco de 
desastres, principalmente aquelas relacionadas com riscos industriais no âmbito do 
PGT. Esta lacuna é confirmada por Lopes (2017), Naime (2010), Nogueira (2002) e 
especialistas da ABGE (ABGE, 2020). 
Quanto a preparação e planejamento para o enfrentamento de emergências, o 
PAM Capuava comprova que é possível compartilhar experiências e recursos entre 
empresas localizadas em uma mesma área. A divulgação das informações de 
segurança dos produtos químicos de cada empresa, previsto no Manual de 
Emergência do PAM Capuava, previne desdobramentos de cenários acidentais. 
Conforme apontado por Basta (2009) e Lees (2005), a falta de compartilhamento de 
informações de segurança é um dos obstáculos para uma resposta rápida aos 
acidentes industriais. 
Apesar da participação da Defesa Civil de Mauá e de Santo André no PAM 
Capuava e no Grupo do P2R2 do Consórcio do ABC, não foram identificadas ações 
concretas para a integração dos riscos às políticas de ordenamento do território, tão 
pouco para o desenvolvimento urbano e comunicação de risco. Como observado por 
Nogueira, Oliveira e Canil (2014), falta capacidade econômica, técnica e 
administrativa aos municípios para implementar as ações necessárias e atingir os 
objetivos da PNPDEC (BRASIL, 2012). 
146 
 
 
 
Quanto ao trabalho de elaboração dos mapas de risco coordenado pelo grupo 
da Subcomissão do P2R2 do Consórcio do Grande ABC, observa-se que não houve 
um real avanço no mapeamento das áreas de riscos sujeitas a acidentes industriais. 
A falta de metodologia estruturada para definir as zonas de risco foi relatada pelo 
coordenador do grupo do Consórcio, como um dos motivos para esse atraso. 
Não foram localizados mapas com zonas de risco para o PPABC, com exceção 
do mapa que está sendo elaborado pelo COFIP ABC para ser incluído no Estatuto do 
PAM Capuava. A ausência de mapas com a identificação das áreas de risco 
impossibilita definir com precisão a localização da população vulnerável, bem como, 
as rotas de fuga para a evasão da comunidade. 
A análise crítica das imagens com a localização espacial das indústrias e o 
entorno do PPABC (Figuras 27 e 36) permite considerar que há áreas que necessitam 
de mapeamento das rotas de fuga, principalmente aquelas que, por limitação física do 
desenho urbano (presença de rios, viadutos, vias públicas com barreiras para 
pedestres), impeçam a evasão rápida da população. Portanto, mapas com zonas de 
risco permitem planejamento estratégico das rotas de fuga e a tomada de decisão 
quanto a implantação de infraestrutura protetiva, considerados na Nova Agenda 
Urbana (ONU-HABITAT,2016) como itens fundamentais para reduzir vulnerabilidades 
e risco. 
Com relação aos registros de acidentes industriais, os dados do SIEQ da 
CETESB (2020) no período de 1978 a 2019 (Tabela 10) indicam que a incidência de 
atendimentos à emergência em indústrias, dutos e transporte rodoviário é relevante, 
demonstrando a necessidade de ações estruturadas para combater os impactos e 
avanços desse cenário danoso. 
O número de casos de acidente com cargas perigosas no transporte rodoviário 
é expressivo no Grande ABC e estado de São Paulo (Tabela 10), porém nota-se que 
a magnitude das consequências dos derramamentos é, na maior parte das vezes, 
menor do que para instalações industriais denominadas ‘fixas’, isto é, plantas 
químicas com grandes quantidades de produtos perigosos armazenados. 
Já o cenário epidemiológico de casos de emergência específicos para o 
PPABC demonstra que as indústrias têm conseguido fazer uma boa gestão de seus 
147 
 
 
 
riscos, pois não há registros de acidentes de grandes proporções no banco de 
dados do SIEQ no período entre 1992 a 2019 (CETESB, 2020), tão pouco nos 
registros de atendimento do PAM Capuava no período entre 1989 e 2019. 
O questionário online sobre a abordagem metodológica para a GRAI no âmbito 
do PGT e emergência teve boa aderência, pois houve a participação de 50 voluntários 
do setor industrial (28%), setor público (48%) e prestadores de serviço (20%) (4% dos 
entrevistados não representam nenhuma instituição), atuam em diferentes áreas: 
planejamento urbano, defesa civil, secretaria do meio ambiente, indústria química, 
petroquímica, petróleo e energia. Quase metade dos entrevistados (46%) não havia 
tido contato com um EAR, o que ajudou a validar a questão sobre qual a melhor opção 
de utilização dos resultados de um EAR para aplicação no planejamento urbano e 
planos de contingência, já que a intenção é que os resultados do EARs sejam 
utilizados por ‘não especialistas’ em análise de risco. Os três quesitos escolhidos 
pelos entrevistados como de maior importância para a GRAI no âmbito do PGT e 
Emergência foram: (1) definição das zonas de risco; (2) comunicação de risco à 
população vulnerável e (3) definição de medidas protetivas externas à indústria 
(Tabela 13). O quesito ‘critérios de tolerabilidade de risco’ obteve o menor peso na 
votação. 
A questão sobre qual o resultado do EAR seria mais adequado para considerar 
no planejamento urbano e nos planos de contingência resultou na ‘Opção 1 – Mapas 
de Vulnerabilidade’ com 74% dos entrevistados, enquanto que a ‘Opção 3 – Curva do 
Risco Social’ obteve apenas 8% da preferência dos entrevistados. Os mapas de 
vulnerabilidade foram considerados pelos entrevistados como mais apropriados “para 
embasar legislação de ordenamento de uso, ocupação e parcelamento do solo”, 
podendo ser interpretados mais intuitivamente, “o que pode facilitar o planejamento 
urbano em municípios inexperientes com o assunto”, além do mais, eles reúnem 
“informações úteis para os atores envolvidos, incluindo a população que pode ser 
afetada”, pois definem “claramente as áreas de risco que devem ser priorizadas em 
um plano de contingência da defesa civil”. Os mapas de vulnerabilidade (Opção 1 do 
questionário) também foram considerados ‘mais confiáveis’ ou ‘menos ruim’, pois não 
estão relacionados “com ‘critério de risco tolerável’, que é um entendimento 
pragmático para algo com muitas variáveis”, no entanto, a probabilidade de fatalidades 
148 
 
 
 
utilizada nos cálculos da Opção 1 foi considerada “um guia inseguro para ações 
corretivas”. 
O resultado do mapa de vulnerabilidade (Opção 1) como preferido pelos 
entrevistados veio ao encontro com a pesquisa realizada nos Países Baixos, quando 
o RIVM constatou que os agentes municipais e planejadores urbanos interpretavam 
as curvas de isorrisco (opção 3 do questionário online), porém não compreendiam o 
gráfico do Risco Social (Opção 2 do questionário online), por tratar-se de um critério 
gráfico em 2 dimensões sem visualização espacial. Não é sem motivo que o Centro 
de Pesquisa TNO dos Países Baixos vem desenvolvendo um projeto técnico-científico 
para apresentar o Risco Social geograficamente e aplicá-lo em planejamento urbano 
(BOOT, 2010)73. Entretanto, apesar de a CETESB estar voltada para o licenciamento 
ambiental e não para a regulamentação do uso e ocupação do solo propriamente dito, 
ela faz a seguinte consideração sobre o Risco Individual e Risco Social: 
[...] os casos em que o risco social for considerado atendido, mas o risco 
individual for maior que o risco máximo tolerável, a CETESB, após avaliação 
específica, poderá considerar o empreendimento aprovado, uma vez que o 
enfoque principal na avaliação do risco está voltado para agrupamentos de 
pessoas possivelmente impactadas por acidentes maiores, sendo o risco 
social o critério prioritário nesta avaliação. (CETESB, 2011, p. 36/140). 
Desta forma, a tomada de decisão para a emissão das licenças ambientais está 
baseada no Risco Social, que conforme RIVM dos Países Baixos, é considerado um 
critério ‘não adequado’ para o PGT. 
Vale ressaltar que a curva de isorrisco do Risco Individual também foi 
considerada pelos entrevistados como adequada para o planejamento do território, 
por “apresentar configuração espacial das vulnerabilidades e riscos” e por transmitir 
“maior transparência à percepção espacial pelo ‘não especialista’”. Ela também foi 
considerada mais apropriada para a comunicação do risco. 
A questão sobre ‘Quais os obstáculos para a implantação e manutenção de 
uma abordagem metodológica para planejamento urbano e planos de contingência da 
defesa civil, que seja baseada nos resultados de um EAR?’ contribuiu para o delinear 
 
73 Hans Boot do TNO foi um dos entrevistados nos Países Baixos (ver item 2.5.1). 
149 
 
 
 
as barreiras no processo da GRAI no âmbito do PGT. Dentre as 40 respostas 
recebidas, nota-se um consenso sobre: 
• falta regulamentação para a GRAI; 
• falta de integração entre os órgãos públicos; 
• falta diálogo com a sociedade civil; e 
• falta transparência das empresas. 
 
 
 
150 
 
 
 
6 PROPOSTA DE GRAI NO ÂMBITO DO PGT 
A partir dos resultados obtidos nesta pesquisa propõe-se um modelo baseado 
em ‘camadas de proteção’ para obter uma efetiva GRAI no âmbito do PGT e 
Emergência. A estrutura da proposta está apresentada na Figura 46 e descrita a 
seguir. 
6.1 Camadas de proteção para a GRAI 
As camadas de proteção do GRAI são constituídas de medidas e instrumentos 
que, apesar de serem ‘permeáveis’, dificultam a trajetória do desastre. Desta forma, 
quanto mais camadas de proteção no sistema de gestão de risco, menor é a chance 
de um desastre vir a acontecer. 
• As camadas foram classificadas em ‘proteção interna’ e ‘proteção externa’, 
tendo a indústria como ponto de partida, assim as proteções externas 
referem-se a ações que devem ser implantadas externamente a área das 
indústrias, isto é, fora dos limites físicos da empresa. As proteções externas 
por sua vez, visam estabelecer diretrizes para o zoneamento e a implantação 
de infraestrutura de proteção e ações de contingência externas às indústrias. 
As camadas de proteção são assim definidas: Proteção Interna: mantida 
pela própria indústria, tais como, projeto inerentemente seguro, sistemas de 
segurança de processo e barreiras de segurança, como, por exemplo: 
sistema instrumentado de segurança, válvulas de alívio e bacias de 
contenção. Os EARs, PGRs e PAEs também se constituem em proteções 
internas, pois são de responsabilidade da indústria, apesar de serem 
instrumentos submetidos ao órgão ambiental licenciador. 
• Proteção Externa – Infraestrutura: são medidas de segurança que consistem 
em soluções técnicas para mitigar os efeitos de vazamentos, incêndios, 
explosões e nuvens tóxicas. O tipo de solução a ser adotado depende da 
intensidade da tipologia acidentalem áreas externas à indústria. Em linhas 
gerais as medidas de segurança são: reforço das edificações civis para o 
caso de explosão de nuvem não confinada (códigos de engenharia a serem 
utilizados nas construções para reforço de estruturas e vidros à prova de 
explosão), construção de paredes corta-fogo, construção de valas e diques 
151 
 
 
 
para impedir a contaminação de corpos d’água e abrigos para o caso de 
nuvens tóxicas. 
• Proteção Externa – Emergência: são instrumentos para preparação e 
resposta a emergência, a dizer: Plano de Auxílio Mútuo (quando for o caso 
de áreas onde haja agrupamento de indústrias), Plano de Contingência da 
Defesa Civil, Informações de segurança sobre os produtos químicos 
perigosos e Mapas de Risco. Os mapas de risco devem indicar as rotas de 
fuga, alarmes instalados em zonas de danos severos e birutas para indicar 
a direção da nuvem tóxica. 
• Proteção Externa – Planejamento e Gestão do Território: consiste em indicar 
as zonas de risco em mapas georrefenciados que devem ser incorporados 
nos planos diretores municipais, da mesma forma como atualmente é feito 
para outros riscos, a exemplo dos geodinâmicos (deslizamentos) e 
hidrodinâmicos (inundações). Isso possibilitará cruzar informações 
georrefenciadas com outras camadas do planejamento do território e gerar 
análises integradas para: controle do uso e ocupação do solo, planejamento 
urbano e desenvolvimento integrado. As ferramentas são: mapas de risco, 
regulamentação para uso e ocupação do solo, plano diretor municipal, plano 
de desenvolvimento urbano integrado. 
• Proteção Externa – Comunicação de Risco: consiste em instrumentos para 
a inclusão da população vulnerável, tornando a mesma mais participativa e 
despertando para a percepção dos riscos relativos às atividades industriais. 
Esse trabalho pode ser desenvolvido por meio de oficinas técnicas junto às 
comunidades. Os instrumentos são: Conselho Comunitário Consultivo e 
Programa de Comunicação de Risco. O programa de comunicação de risco 
deve basear-se no mapa de risco e incluir um cronograma de exercícios 
simulados. 
6.2 Camadas de proteção identificadas no PPABC para a GRAI 
A Figura 47 apresenta as camadas de proteção identificadas no PPABC. 
Observa-se que, apesar dos esforços despendidos pelas indústrias do Polo em 
construir camadas de proteção, ainda faltam camadas relacionadas à infraestrutura 
externa, planejamento do território e comunicação de risco. 
152 
 
 
 
Figura 46 – Modelo de camadas de proteção para GRAI no âmbito do PGT e 
Emergência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: adaptado de Reason (2000). 
Figura 47 - Camadas de proteção identificadas no PPABC 74 
 
 
 
 
 
 
 
74 O Plano Diretor de Mauá foi considerado incompleto, visto que o zoneamento da Av. Alberto Soares 
Sampaio não está adequado para adensamento urbano, pois há potencial para incêndio, explosão e 
nuvem tóxica nessa região. 
Proteção Interna: projeto inerentemente seguro, 
sistema de segurança de processo, Estudo de 
Análise de Risco (EAR), Programa de 
Gerenciamento de Risco (PGR), Plano de Ação de 
Emergência (PAE) 
Proteção Externa – Comunicação de 
Risco: Conselho Comunitário Consultivo, 
Programa de Comunicação de Risco 
Proteção Externa – Emergência: Plano de 
Auxílio Mútuo, Plano de Contingência com 
Defesa Civil, Informações de segurança, Mapas 
de Risco 
Proteção Externa – Planejamento e Gestão do 
Território: Mapas de Risco, Regulamentação para 
uso e ocupação do Solo, Plano Diretor Municipal, 
Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado 
Proteção Externa – Medidas de Segurança 
(infraestrutura): barreiras físicas (vidros à prova 
de explosão, parede corta-fogo), birutas, pontos 
de encontro, rotas de fuga, abrigos e sistemas de 
alerta, infraestrutura de escape. 
Proteção Interna: projeto inerentemente 
seguro, Estudo de Análise de Risco (EAR), 
Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), 
Plano de Ação de Emergência (PAE) 
Proteção Externa – Comunicação de Risco: 
Conselho Comunitário Consultivo, Programa 
Portas Abertas, Exercícios Simulados (iniciado) 
Proteção Externa – Emergência: Plano de 
Auxílio Mútuo, Plano de Contingência com 
Defesa Civil, Manual de Segurança 
Proteção Externa – Planejamento e Gestão 
do Território: Plano Diretor de Santo André, 
Plano Diretor de Mauá 
153 
 
 
 
6.3 Mapa de Risco de Acidentes Industriais 
O mapeamento de áreas de risco é um dos principais elemento para o 
ordenamento do território, planos de contingência e comunicação de risco. Propõe-se 
a elaboração de mapas com a identificação de áreas suscetíveis à ocorrência de 
incêndio, explosão ou nuvem tóxica ocasionados por acidente em indústria que 
armazene, produza e manuseie produto químico perigoso, causando efeitos danosos 
às pessoas presentes em áreas externas à indústria. O critério para definição dos 
recuos e implantação de medidas urbanísticas é voltado para o zoneamento municipal 
e desenvolvimento urbano integrado. Os recuos utilizam os resultados dos Estudos 
de Análise de Risco (EARs) como referência e baseiam-se em abordagem híbrida, 
que combina a abordagem determinística ‘base-consequência’ e a probabilística 
‘base-risco’. 
Nas situações em que a curva de isorrisco alcançar áreas externas e estiver 
acima do critério de tolerabilidade estabelecido pelo órgão ambiental licenciador, ou a 
distância de consequência de incêndio, explosão em nuvem não confinada e nuvem 
tóxica alcançarem áreas externas com 100% de probabilidade de fatalidade, essa 
área será definida como ‘Zona de Exclusão’, devendo ser aplicado o recuo conforme 
Quadro 12. Caso o recuo desta zona não possa ser aplicado por já existir edificações 
na ‘Zona de Exclusão’, o proprietário do empreendimento industrial deverá aplicar 
medidas protetivas externas ao seu terreno, conforme o tipo e intensidade do 
acidente: se incêndio, explosão ou nuvem tóxica. Cabe a gestão municipal por meio 
do diálogo e a análise da situação entre os representantes legais das secretarias 
envolvidas (Defesa Civil, Meio Ambiente, Planejamento Urbano e outros), o poder de 
decidir sobre a remoção e o reassentamento de pessoas residentes nas ‘Zonas de 
Exclusão’, desde que todas as medidas protetivas tenham sido esgotadas e 
consideradas insuficientes para manter a segurança de pessoas residentes. O 
reassentamento deve ser integrado com políticas setoriais, a exemplo da política de 
habitação definida pelos municípios e estados. 
 
 
154 
 
 
 
Quadro 12 - Critério para definição dos recuos e medidas de proteção para 
acidentes industriais 
Zona 
de 
Risco 
Descrição 
da zona 
Recuos (indicados no EAR) Notas 1 e 
2 
Medidas de proteção 
1 Zona de 
exclusão 
Curva de isorrisco do Risco 
Individual igual a 10-5/ano 
 
Ou 100% de probabilidade de 
fatalidade para incêndio, explosão 
em nuvem não confinada e nuvem 
tóxica Nota 3 
Avaliar a remoção de pessoas. Caso 
já existam edificações nesta zona, 
não permitir adensamento e implantar 
infraestrutura de proteção e 
contingência externa à indústria. 
Comunicar o risco à população 
vulnerável presente na área. 
2 Zona de 
danos 
severos 
Cenários de explosão: distância da 
onda de choque até a 
sobrepressão igual a 0,3bar. 
 
Cenários de incêndio e bola de 
fogo: distância para 37,5kW/m2 
 
Cenários de nuvem tóxica: 
distância até concentrações com 
50% probabilidade de fatalidade. 
Não permitir adensamento. 
Implantar infraestrutura de proteção e 
contingência externa à indústria. 
Zona a ser evacuada em caso de 
acidente. 
Infraestrutura de proteção e 
contingência externa à indústria. 
Comunicar o risco à população 
vulnerável presente na área. 
Fonte: elaborado pela autora 
Notas: 
1) Os alcances para 100% de probabilidade de fatalidade de ‘incêndio em nuvem’ foram 
descartados, visto depender de fatores probabilísticos de direção do vento, existência de 
fontes de ignição,fatores de proteção e de exposição. O que torna o valor incerto para 
efeito de definição de zoneamento e ações de emergência. 
2) O Risco Social em gráfico não será utilizado para PGT, por ser considerado de difícil 
interpretação por parte dos gestores do planejamento urbano, defesa civil e indústria. 
3) Adotar a maior distância entre a curva de isorrisco e o alcance para 100% de 
probabilidade de fatalidade. 
 
Os mapas com a indicação da Zonas de Exclusão e da Zona de Danos Severos 
devem ser georrefenciados no formato shapefile sobre imagem de satélite 
disponibilizada no Google Earth Pro (ou similar), de forma que o planejamento urbano 
do município possa sobrepor camadas de informações e gerar o seu banco de dados 
georreferenciado. O planejamento urbano municipal, a seu critério, poderá elaborar 
um termo de referência com as instruções para recebimento dos mapas de risco, de 
acordo com os requisitos do sistema municipal de gestão de imagens. 
155 
 
 
 
Utilizando os critérios aqui propostos e os resultados desta pesquisa, propõe-
se o mapeamento de risco para o PPABC e seu entorno conforme exemplificado na 
Figura 48. Deve-se levar em conta que algumas das ‘Zonas de Danos Severos’ 
indicadas na Figura 48 foram estimadas com base em cenários acidentais similares, 
visto que nem todos os EARs foram localizados e, portanto, não se dispunha das 
distâncias das Zonas de Risco. 
 
156 
 
 
 
 Figura 48 – Proposta de mapeamento de risco na área do PPABC e seu entorno 
 
 
 
 
 
157 
 
 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Conclui-se que existe uma riqueza de conhecimento técnico-científico nos 
campos das ciências exatas e ciências sociais para tratar a GRAI no âmbito do PGT, 
porém não existe uma conexão entre ambos, principalmente no Brasil. 
Identificam-se três atores principais envolvidos nas questões da GRAI, a dizer: 
setor industrial, setor público e população vulnerável. Há uma relação restrita entre o 
setor industrial e o setor público, enquanto que a população vulnerável encontra-se 
excluída dos processos participativos e de tomadas de decisão. 
Apesar de haver instrumentos que regulam a segurança operacional de plantas 
químicas com produtos perigosos, como os Estudos de Análise de Risco (EAR) e 
Programas de Gerenciamento de Risco (PGR), estes instrumentos são usados 
apenas para o licenciamento ambiental, tornando a gestão de risco de acidente 
industrial no Brasil um processo meramente burocrático. Assim, as licenças 
ambientais são tidas como ‘salvaguardas’ nos pós-desastres, com o setor público 
transferindo responsabilidade para as indústrias, como se elas fossem plenamente 
capazes de arcar com o ônus causado pelos danos dos acidentes, por meio de 
pagamentos de multas e medidas compensatórias. Essa transferência de 
responsabilidade contraria a noção de que não existe ‘risco nulo’ durante a operação 
de uma atividade industrial perigosa, portanto, faz-se necessário estar preparado para 
evitar que incêndios, explosões e nuvens tóxicas, se convertam em desastres com 
fatalidades, danos ambientais e perdas materiais. 
A grande maioria das regulamentações nacionais e internacionais que tratam 
de desastres, não consideram explicitamente os acidentes industriais, pois além de 
estarem direcionadas a desastres naturais, as discussões são realizadas fora do 
ambiente onde este tipo de risco acontece, isto é, na indústria e no planejamento 
urbano. 
No Brasil, não há regulamentação que trate exclusivamente do GRAI no âmbito 
do PGT, assim como a Diretiva Seveso II da União Europeia que em 1996 ‘obrigou’ 
os especialistas em análise de risco a discutirem com os planejadores urbanos sobre 
o ordenamento do território no entorno de instalações químicas perigosas. Desta 
158 
 
 
 
forma, há uma situação de ‘permissividade urbana’ uma vez que propicia 
assentamentos irregulares no entorno de industrias perigosas. 
Considerando o modelo de Camadas de Proteção para a GRAI no âmbito do 
PGT e Emergência apresentado na Figura 46 nota-se uma fragilidade no caso do 
PPBAC, pois apesar dos esforços e inovações por parte das empresas ali localizadas, 
ainda faltam camadas de proteção relacionadas à infraestrutura externa à indústria, 
planejamento do território e comunicação de risco. Além do mais, não há mapas nos 
planos diretores municipais com a identificação das zonas de risco que pudessem 
orientar o zoneamento. Isto impossibilita um planejamento urbano integrado e 
articulado com políticas e planos de desenvolvimento territorial estratégico, como o 
previsto no PDUI da RMSP. 
Entende-se que o cenário atual identificado no estudo de caso pode ser 
replicado para o Brasil, sendo possível estabelecer que há poucas camadas de 
proteção na GRAI, consequentemente há uma chance de ‘alinhamento’ das falhas do 
atual sistema de gestão, levando à ocorrência de um desastre. Portanto, pode-se 
concluir que o risco de acidentes com produtos químicos perigosos que possam 
resultar em incêndio, explosões e nuvem tóxica no Brasil é crítico’. 
Há uma resistência por parte das empresas na divulgação das informações de 
risco que; independentemente das questões de confidencialidade e sigilo sobre 
tecnologia industrial e reações negativas da população sobre os acidentes; acaba por 
causar uma postura ‘sem transparência’ por parte das empresas. Assim, faz-se 
necessário combater a ‘cultura do segredo do risco’, para obter um efetivo 
compartilhamento de informações e conhecimento entre as indústrias, agentes 
públicos e população vulnerável. 
Por conseguinte, o Princípio da Precaução deve ser aplicado nesse assunto 
até o estabelecimento de diálogo entre os setores industrial, público e população 
vulnerável, contudo, é importante trazer à tona as deficiências e os favoritismos das 
relações dos atores envolvidos na questão, de forma a propor práticas que possam 
prevenir, preparar respostas de emergência e diminuir a vulnerabilidade da população 
exposta, o que pode ser alcançado por meio de uma abordagem holística do acidente 
industrial e um desenho urbano espacial com base no risco. 
159 
 
 
 
Espera-se que a identificação das camadas de proteção para a GRAI no âmbito 
do PGT e Emergência, e a proposta para o mapeamento de risco baseado nos 
resultados de Estudos de Análise de Risco possam contribuir para uma mudança de 
paradigma, pois o processo de gestão de riscos de acidentes industriais deve ser 
integrado à agenda do planejamento e desenvolvimento urbano, para que o ciclo de 
ameaças seja rompido e a população e o meio ambiente fiquem protegidos, 
aumentando a segurança dos territórios e a resiliência das comunidades. 
Por último, se propõe uma adequação na classificação e codificação brasileira 
de desastres tecnológicos (COBRADE) relacionados a produtos perigosos, para a 
inclusão de acidentes que resultem em ‘envenenamento devido a formação de nuvem 
tóxica’, devido a vazamento de produto químicos classificados como ‘tóxicos’75. 
Unir as diferentes perspectivas e chegar a um ponto comum em um tema tão 
complexo é, portanto, o grande desafio para a GRAI no âmbito do PGT, que deve 
contar com diálogo, transparências das empresas, articulação entre os setores 
envolvidos e visão holística para obter-se um efetivo ordenamento do território. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 O Anexo A da norma P4.261 da CETESB (2014, p. 73/140) apresenta uma relação de produtos 
químicos considerados tóxicos, no entanto, a Parte I da norma apresenta um método para classificar a 
toxicidade de outros produtos químicos não relacionados no Anexo A. 
160 
 
 
 
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https://europa.eu/european-union/about-eu/countries_pt. Acesso em: 17 dez. 2019. 
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2005. 
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development goal. Planning Theory, v. 15, p. 435-448, 2016. 
WILEY ONLINE LIBRARY, 2019. Disponivel em: www.wiley.com. 
 
 
171 
 
 
 
APÊNDICES 
Apêndice I – Resumo da metodologia para elaboração de EAR e PGR 
Apêndice II - Base de dados - Artigos acadêmicos da pesquisa exploratória 
Apêndice III – Identificação das indústrias encontradas na área do PPABC 
Apêndice IV – Questionário online sobre Abordagem Metodológica para Planejamento 
Territorial e Emergência com Produtos Químicos Perigosos 
 
 
172 
 
 
 
Apêndice I – Resumo da metodologia para elaboração de EAR e PGR 
1) Introdução 
Este apêndice apresenta um resumo da norma P4.261 ‘Risco de Acidente de 
Origem Tecnológica - Método para Decisão e Termos de Referência’ da CETESB 
(2011), sendo destacado somente os pontos principais que são de interesse para os 
leitores desta tese. 
A norma P4.61 é utilizada no estado de São Paulo como termo de referência 
para elaboração de Estudo de Análise de Risco (EAR) e Programa de Gerenciamento 
de Risco (PGR), sendo aplicável a empreendimentos76 pontuais e dutos que 
“manipulam (produzam, armazenam, transportam) substâncias inflamáveis77 e/ou 
tóxicas, nos estados líquido ou gasoso” (CETESB, 2011, p. 4/140). No entanto, a 
norma não se aplica à avaliação de risco à saúde e segurança dos trabalhadores, 
danos aos bens patrimoniais das instalações analisadas e impactos ao meio 
ambiente (CETESB, 2011, p. 15/140). 
As seguintes definições são encontradas na norma P4.261 da CETESB (2011): 
• EAR – Estudo de Análise de Risco: “estudo quantitativo de risco de um 
empreendimento, baseado em técnicas de identificação de perigos, estimativa de 
frequências e de efeitos físicos, avaliação de vulnerabilidade e na estimativa do 
risco” (CETESB, 2011, p. 5/140). 
• PGR – Programa de Gerenciamento de Risco: “documento que define a política e 
diretrizes de um sistema de gestão, com vista à prevenção de acidentes em 
instalações ou atividades potencialmente perigosas” (CETESB, 2011, p. 7/140). 
• PAE – Plano de Ação de Emergência: “documento que define as 
responsabilidades, diretrizes e informações, visando a adoção de procedimentos 
técnicos e administrativos, estruturados de forma a propiciar respostas rápidas e 
eficientes em situações emergenciais” (CETESB, 2011, p. 6/140). 
 
76 O termo “empreendimento” é utilizado na norma P4.261 para designar indústrias, bases, terminais e 
dutos (CETESB, 2014). 
77 A norma P4.261 adota os termos “substância química”, “substância inflamável”, “substância tóxica” 
para designar produtos químicos perigosos (nota da autora). 
173 
 
 
 
A norma P4.261 da CETESB é composta por quatro partes distintas, a dizer: 
• Parte I - Classificação de empreendimentosquanto à periculosidade; 
• Parte II - Termo de referência para a elaboração de EAR para 
empreendimentos pontuais; 
• Parte III - Termo de referência para a elaboração de EAR para dutos; 
• Parte IV - Termo de referência para a elaboração de PGR. 
 
2) Parte I - Classificação do empreendimento quanto à periculosidade 
A Parte I da P4.261 (CETESB, 2011) é aplicada para a tomada de decisão 
quanto a necessidade de apresentação de EAR ou somente de PGR para o 
licenciamento ambiental, visto que nem todos os empreendimentos apresentam risco 
para a população externa. O método para a tomada de decisão baseia-se no princípio 
de que o risco da instalação está diretamente associado às características das 
substâncias químicas, suas quantidades armazenadas e à vulnerabilidade da região 
em seu entorno (CETESB, 2011). Esse princípio está representado 
esquematicamente na Figura 1 a seguir: 
Figura 1 - Fatores que influenciam o risco de um empreendimento 
 
Fonte: Norma P4.261 da CETESB (2011, p. 10/140) 
 
Cada substância química apresenta propriedades físico-químicas e 
toxicológicas específicas que definem o seu grau de periculosidade ao ser humano e 
ao meio ambiente. As propriedades de interesse são: inflamabilidade e toxicidade. A 
norma P4.261 apresenta em seus Anexos A e B as substâncias inflamáveis e tóxicas 
que foram previamente classificadas como perigosas e de interesse para a norma 
(Figuras 2 e 3), enquanto que os Anexos D e E apresentam as distâncias 
denominadas de referência (dr) para as substâncias de interesse e diferentes 
quantidades armazenadas. Resumidamente, pode-se dizer que a Distância de 
174 
 
 
 
Referência (dr) refere-se ao alcance dos efeitos das hipóteses acidentais até 1% de 
probabilidade de fatalidade, seja para incêndio e explosão, ou para nuvem tóxica (os 
pressupostos dos cálculos realizados pela CETESB para determinar a dr em função 
do volume armazenado encontram-se apresentados no Anexo C da norma P4.261). 
 
Figura 2 - Listagem das substâncias tóxicas 
 
 
Fonte: Anexo A da norma P4.261 (CETESB, 2011, p. 73/140) 
Nota: CAS refere-se ao número de registro da substância no banco de dados denominado 
Chemical Abstracts Service.
175 
 
 
 
Figura 3 - Listagem das substâncias inflamáveis
 
 
 
 
Fonte: Anexo B da norma P4.261 (CETESB, 2011, p. 75/140) 
Nota: CAS refere-se ao número de registro da substância no banco de dados denominado 
Chemical Abstracts Service 
 
176 
 
 
 
A vulnerabilidade da região é avaliada em função da distância de referência (dr) 
e da distância até a população de interesse (dp), desde que haja mais de 25 pessoas 
(Np) na área de interesse, delimitada pelo raio referente a dr. O método para a tomada 
de decisão pode ser assim resumido (Figura 4): 
Figura 4 – Fluxograma do processo de tomada de decisão quanto a elaboração ou 
dispensa do EAR 
 
Fonte: Norma P4.261 da CETESB (2011, p. 12/140) (organizado pela autora) 
3) Partes II e III - Elaboração de EAR de empreendimentos pontuais e dutos 
As Partes II e III contém os termos de referência para a elaboração de EAR 
para empreendimentos pontuais (indústrias, bases, terminais, entre outros) e dutos, 
respectivamente. Os EARs devem ser elaborados em uma sequência de capítulos 
conforme apresentado na Figura 5. 
 
177 
 
 
 
Figura 5 – Sequência de capítulos que compõem um EAR 
 
 Fonte: Norma P4.261 da CETESB (2011, p. 9/140) 
 
178 
 
 
 
Importante observar que o Capítulo 2 do EAR deve conter uma caracterização 
da população no entorno do empreendimento, com dados levantados em campo ou 
obtidos do IBGE (setores censitários). Deve constar os tipos de atividade presente na 
área do entorno, tais como: 
comércios, indústrias, entre outros, com enfoque para os locais onde pode 
haver aglomeração de pessoas, tais como residências, creches, escolas, 
asilos, presídios, ambulatórios, casas de saúde, hospitais e afins (CETESB, 
2011, p. 18/140). 
As informações a respeito da população vulnerável devem ser apresentadas 
em foto aérea, com escala e resolução adequadas. 
A metodologia aplicada no Capítulo 4 baseia-se na utilização de modelos 
matemáticos e de softwares de cálculos para a estimativa das frequências de 
ocorrência das hipóteses acidentais e para a estimativa dos efeitos nos seres 
humanos em termos de radiação térmica (incêndios), sobrepressão (explosões) e 
concentrações tóxicas (nuvens tóxicas). A avaliação da vulnerabilidade das pessoas 
também é realizada por meio da aplicação de modelo matemáticos que permitem 
estimar a probabilidade de fatalidade das tipologias acidentais. 
A CETESB adota valores de referência para a avaliação da vulnerabilidade que 
consiste em dividir o alcance das hipóteses acidentais em regiões de probabilidade 
de fatalidade, conforme apresentado nas Figuras 6, 7 e 8. As regiões de probabilidade 
de fatalidade devem ser desenhadas sobre foto aérea atualizada e em escala que 
permita a adequada visualização da área de influência dos efeitos físicos. 
Figura 6 – Representação das regiões de probabilidade de fatalidade associadas 
aos valores de referência para o efeito da sobrepressão 
 
 Fonte: norma P4.261 (CETESB, 2011, p. 26/140) 
179 
 
 
 
Figura 7 – Representação das regiões de probabilidade de fatalidade associadas 
aos valores de referência para o efeito da radiação térmica 
 
 Fonte: norma P4. 261 (CETESB, 2011, p. 27/140) 
 
Figura 8 – Representação das regiões de probabilidade de fatalidade associadas 
aos valores de referência para o efeito de toxicidade 
 
 Fonte: norma P4. 261 (CETESB, 2011, p. 28/140) 
 
No Capítulo 5 é realizada a estimativa da frequência de ocorrência dos cenários 
acidentais por meio da aplicação de técnicas de análise de risco, como Análise por 
Árvore de Eventos e Análise por Árvore de Falhas. 
O Capítulo 6 compreende a estimativa e avaliação do risco, que utilizam a 
estimativa do número de fatalidades e da frequência de ocorrência de cada tipologia 
acidental calculados nos Capítulos 4 e 5. 
180 
 
 
 
O risco é expresso na forma de Risco Individual (RI) e de Risco Social (RS). A 
estimativa do RI requer cálculos iterativos e cumulativos, pois a área afetada pelos 
cenários acidentais é dividida em células (devem ser maiores do que 35 metros x 35 
metros) formando uma malha no entorno do empreendimento. 
O RI é calculado em cada célula que compõe a malha da área afetada, 
considerando os cenários de explosão, incêndio e dispersão tóxica e as 
probabilidades de fatalidade. A Figura 9 apresenta um exemplo de representação das 
curvas de isorrisco. 
Figura 9 – Exemplo de representação do RI por meio de curvas de isorrisco para 
empreendimentos pontuais 
 
Fonte: norma P4. 261 (CETESB, 2011, p. 32/140) 
O RI é então avaliado em relação ao critério de tolerabilidade adotado pela 
CETESB que considera três níveis de risco: tolerável, a ser reduzido e intolerável 
(Figura 10). 
 
181 
 
 
 
Figura 10 - Limites de tolerabilidade para o Risco Individual (RI) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: norma P4. 261 (CETESB, 2011, p. 32/140) (organizado pela autora) 
O RS é determinado para um agrupamento de pessoas expostas aos efeitos 
físicos decorrentes de um ou mais cenários acidentais. O RS é obtido considerando 
pares ordenados de F (frequência) e N (número de fatalidades na região de interesse) 
para cada tipologia acidental. O número de fatalidades é determinado a partir da 
distribuição populacional na região e da probabilidade de fatalidade em função da 
localização das pessoas nas regiões 1, 2 e 3 dos alcances dos incêndios, explosão e 
nuvem tóxica, formando pares F x N. 
Apesar da consideração espacial da população para a estimativa da fatalidade, 
o RS é representado em um gráfico tipo logaritmo (di-log), que permite a visualização 
dos pares FxN em curva, visto que os mesmos estão relacionados exponencialmente. 
A curva resultante docálculo deve ser desenhada no gráfico com as linhas de 
tolerabilidade propostas pela CETESB, para a avaliação do RS. A Figura 11 apresenta 
um exemplo de curva RS desenhada no gráfico com as áreas que definem o critério 
de tolerabilidade de risco. 
 
Risco intolerável 
Risco a ser reduzido 
Risco Tolerável 
RI >1x10-5/ano 
RI<1x10-6/ano 
Limite 
intolerável 
Limite 
tolerável 
182 
 
 
 
Figura 11 – Exemplo de curva do RS com o critério de tolerabilidade da CETESB 
 
Fonte: norma P4. 261 (CETESB, 2011, p. 35/140) (organizado pela autora) 
 
Vale ressaltar que a metodologia para elaboração de EAR de empreendimentos 
pontuais não difere substancialmente da metodologia para dutos. No caso de EAR de 
dutos, deve-se identificar pontos notáveis como: 
aglomerados populacionais, travessias de corpos d’água, áreas de 
preservação ambiental, interferências elétricas, cruzamentos ou 
paralelismos com outros dutos, entre outros, em foto aérea com escala 
mínima de 1:10.000 (CETESB, 2011, p. 41/140). 
Outro ponto que distingue as metodologias utilizadas para empreendimentos 
pontuais e dutos refere-se ao método de cálculo e a forma de apresentação do RI que 
levam em consideração especificidades dos dutos. O RI deve ser apresentado como 
curvas de isorrisco (Figura 12) e de perfil do risco (Figura 13). 
 
183 
 
 
 
Figura 12 – Exemplo de representação do RI com curvas de isorrisco para dutos 
 
Fonte: norma P4. 261 (CETESB, 2011, p. 58/140) 
 
Figura 13 – Exemplo de representação do RI por meio do perfil de risco para dutos, 
com o RI situado na região de risco a ser reduzido (entre 1x10-5/ano e 1x10-6/ano) 
 
Fonte: norma P4. 261 (CETESB, 2011, p. 60/140) 
184 
 
 
 
4) Partes IV - Termo de referência para a elaboração de PGR 
A Parte IV da norma P4.261 (CETESB, 2011) apresenta as diretrizes para a 
elaboração do PGR, que deve contemplar os seguintes itens: 
• Caracterização do empreendimento e do entorno; 
• Identificação de perigos; 
• Revisão do EAR ou da identificação de perigos; 
• Procedimentos operacionais; 
• Gerenciamento de modificações; 
• Manutenção e garantia de integridade; 
• Capacitação de recursos humanos; 
• Investigação de incidentes e acidentes; 
• Plano de Ação de Emergência (PAE); 
• Auditoria do PGR. 
 
 
185 
 
 
 
Apêndice II - Base de dados - Artigos acadêmicos da pesquisa exploratória 
Os seguintes artigos foram selecionados que tratam de análise de risco de acidentes industriais e planejamento territorial, 
tendo sido publicados em periódicos acadêmicos entre 2000 a 2017. 
Item Autor (es) Título do artigo Ano País do(s) 
autor(es) 
Tema do artigo Periódico 
1 Alileche, Nassim; Olivier, 
Damien; Estel, Lionel; 
Cozzani, Valerio 
Analysis of domino effect in the 
process industry using event tree 
method 
2017 França e 
Itália 
Método para considerar o 
efeito dominó nas AQR e PGT 
Safety science 97, 2017, 
p. 10-19 
2 Basta, Claudia Siting technological risks cultural 
approaches and cross-cultural 
ethics 
2011 Países 
Baixos 
Discute questões culturais das 
diferentes abordagens 
metodologias para 
mapeamento de risco 
Journal of Risk 
Research, v. 14, No. 7, 
Aug. 2011, p.799–817 
3 Basta, Claudia; Neuvel, 
Jeroen M.M.; Zlatanova, 
Sisi; Ale, Ben 
Risk-maps informing land-
use planning processes: A survey 
on the Netherlands and the United 
Kingdom recent developments 
2007 Países 
Baixos 
Estudo comparativo entre 
Países Baixos e Reino Unido 
sob a ótica da SEVESO II 
Journal of Hazardous 
Materials, 2007, v.145(1), 
p.241-249 
4 Bonvicini S., Ganapini S., 
Spadoni G., Cozzani, V. 
The description of population 
vulnerability in quantitative risk 
analysis 
2012 Itália Propor método para definir 
áreas de acidentes graves 
usando análises quantitativas 
de risco para apoiar PGT 
Risk Analysis, 2012; 
v.32, p.1576–94 
5 Bonvicini, Sarah; 
Spadoni, Gigliola 
A hazmat multi-commodity routing 
model satisfying risk criteria: a case 
study 
2008 Itália Escolha de rota rodoviária com 
critérios de aceitabilidade de 
risco para apoiar PGT 
Journal of Loss 
Prevention in the Process 
Industries, 2008, v.21(4), 
p.345-358 
6 Bubbico, R.; Maschio, G.; 
Mazzarotta, B.; Milazzo, 
M. F.; Parisi, E. 
Risk management of road and rail 
transport of hazardous materials in 
Sicily 
2006 Itália Avaliação de risco de 
transporte de produtos 
perigosos 
Journal of loss prevention 
in the process industries, 
2006, p.32-38 
7 Cahen, Bruno Implementation of new legislative 
measures on industrial risks 
prevention and control in urban 
areas 
2006 França Discute a evolução da 
legislação (remoção de 
edificações da área de risco) 
Journal of Hazardous 
Materials, 2006, v.130(3), 
p.293-299 
http://link.periodicos.capes.gov.br/sfxlcl41?frbrVersion=11&ctx_ver=Z39.88-2004&ctx_enc=info:ofi/enc:UTF-8&ctx_tim=2015-11-27T16%3A32%3A19IST&url_ver=Z39.88-2004&url_ctx_fmt=infofi/fmt:kev:mtx:ctx&rfr_id=info:sid/primo.exlibrisgroup.com:primo3-Article-sciversesciencedirect_elsevier&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:&rft.genre=article&rft.atitle=Implementation%20of%20new%20legislative%20measures%20on%20industrial%20risks%20prevention%20and%20control%20in%20urban%20areas&rft.jtitle=Journal%20of%20Hazardous%20Materials&rft.btitle=&rft.aulast=Cahen&rft.auinit=&rft.auinit1=&rft.auinitm=&rft.ausuffix=&rft.au=Cahen,%20Bruno&rft.aucorp=&rft.date=2006&rft.volume=130&rft.issue=3&rft.part=&rft.quarter=&rft.ssn=&rft.spage=293&rft.epage=299&rft.pages=293-299&rft.artnum=&rft.issn=0304-3894&rft.eissn=&rft.isbn=&rft.sici=&rft.coden=&rft_id=info:doi/10.1016/j.jhazmat.2005.07.029&rft.object_id=&svc_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:sch_svc&rft.eisbn=&rft_dat=%3Csciversesciencedirect_elsevier%3ES0304-3894(05)00375-4%3C/sciversesciencedirect_elsevier%3E%3Cgrp_id%3E6765078434420850279%3C/grp_id%3E%3Coa%3E%3C/oa%3E&rft_id=info:oai/&svc.fulltext=yes&req.language=por
http://link.periodicos.capes.gov.br/sfxlcl41?frbrVersion=11&ctx_ver=Z39.88-2004&ctx_enc=info:ofi/enc:UTF-8&ctx_tim=2015-11-27T16%3A32%3A19IST&url_ver=Z39.88-2004&url_ctx_fmt=infofi/fmt:kev:mtx:ctx&rfr_id=info:sid/primo.exlibrisgroup.com:primo3-Article-sciversesciencedirect_elsevier&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:&rft.genre=article&rft.atitle=Implementation%20of%20new%20legislative%20measures%20on%20industrial%20risks%20prevention%20and%20control%20in%20urban%20areas&rft.jtitle=Journal%20of%20Hazardous%20Materials&rft.btitle=&rft.aulast=Cahen&rft.auinit=&rft.auinit1=&rft.auinitm=&rft.ausuffix=&rft.au=Cahen,%20Bruno&rft.aucorp=&rft.date=2006&rft.volume=130&rft.issue=3&rft.part=&rft.quarter=&rft.ssn=&rft.spage=293&rft.epage=299&rft.pages=293-299&rft.artnum=&rft.issn=0304-3894&rft.eissn=&rft.isbn=&rft.sici=&rft.coden=&rft_id=info:doi/10.1016/j.jhazmat.2005.07.029&rft.object_id=&svc_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:sch_svc&rft.eisbn=&rft_dat=%3Csciversesciencedirect_elsevier%3ES0304-3894(05)00375-4%3C/sciversesciencedirect_elsevier%3E%3Cgrp_id%3E6765078434420850279%3C/grp_id%3E%3Coa%3E%3C/oa%3E&rft_id=info:oai/&svc.fulltext=yes&req.language=por
http://link.periodicos.capes.gov.br/sfxlcl41?frbrVersion=11&ctx_ver=Z39.88-2004&ctx_enc=info:ofi/enc:UTF-8&ctx_tim=2015-11-27T16%3A32%3A19IST&url_ver=Z39.88-2004&url_ctx_fmt=infofi/fmt:kev:mtx:ctx&rfr_id=info:sid/primo.exlibrisgroup.com:primo3-Article-sciversesciencedirect_elsevier&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:&rft.genre=article&rft.atitle=Implementation%20of%20new%20legislative%20measures%20on%20industrial%20risks%20prevention%20and%20control%20in%20urban%20areas&rft.jtitle=Journal%20of%20Hazardous%20Materials&rft.btitle=&rft.aulast=Cahen&rft.auinit=&rft.auinit1=&rft.auinitm=&rft.ausuffix=&rft.au=Cahen,%20Bruno&rft.aucorp=&rft.date=2006&rft.volume=130&rft.issue=3&rft.part=&rft.quarter=&rft.ssn=&rft.spage=293&rft.epage=299&rft.pages=293-299&rft.artnum=&rft.issn=0304-3894&rft.eissn=&rft.isbn=&rft.sici=&rft.coden=&rft_id=info:doi/10.1016/j.jhazmat.2005.07.029&rft.object_id=&svc_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:sch_svc&rft.eisbn=&rft_dat=%3Csciversesciencedirect_elsevier%3ES0304-3894(05)00375-4%3C/sciversesciencedirect_elsevier%3E%3Cgrp_id%3E6765078434420850279%3C/grp_id%3E%3Coa%3E%3C/oa%3E&rft_id=info:oai/&svc.fulltext=yes&req.language=porhttp://link.periodicos.capes.gov.br/sfxlcl41?frbrVersion=11&ctx_ver=Z39.88-2004&ctx_enc=info:ofi/enc:UTF-8&ctx_tim=2015-11-27T16%3A32%3A19IST&url_ver=Z39.88-2004&url_ctx_fmt=infofi/fmt:kev:mtx:ctx&rfr_id=info:sid/primo.exlibrisgroup.com:primo3-Article-sciversesciencedirect_elsevier&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:&rft.genre=article&rft.atitle=Implementation%20of%20new%20legislative%20measures%20on%20industrial%20risks%20prevention%20and%20control%20in%20urban%20areas&rft.jtitle=Journal%20of%20Hazardous%20Materials&rft.btitle=&rft.aulast=Cahen&rft.auinit=&rft.auinit1=&rft.auinitm=&rft.ausuffix=&rft.au=Cahen,%20Bruno&rft.aucorp=&rft.date=2006&rft.volume=130&rft.issue=3&rft.part=&rft.quarter=&rft.ssn=&rft.spage=293&rft.epage=299&rft.pages=293-299&rft.artnum=&rft.issn=0304-3894&rft.eissn=&rft.isbn=&rft.sici=&rft.coden=&rft_id=info:doi/10.1016/j.jhazmat.2005.07.029&rft.object_id=&svc_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:sch_svc&rft.eisbn=&rft_dat=%3Csciversesciencedirect_elsevier%3ES0304-3894(05)00375-4%3C/sciversesciencedirect_elsevier%3E%3Cgrp_id%3E6765078434420850279%3C/grp_id%3E%3Coa%3E%3C/oa%3E&rft_id=info:oai/&svc.fulltext=yes&req.language=por
186 
 
 
 
Item Autor (es) Título do artigo Ano País do(s) 
autor(es) 
Tema do artigo Periódico 
8 Christou, Michalis D.; 
Mattarelli, Marina 
Land-use planning in the vicinity of 
chemical sites: risk-informed 
decision making at a local 
community level 
2000 Itália Discute as abordagens 
metodológicas para 
mapeamento de risco e 
aplicação em PGT 
Journal of Hazardous 
Materials, V. 78, 2000, p. 
191-222 
9 Christou, Michalis; 
Gyenes, Zsuzsanna; 
Struckl, Michael 
Risk assessment in support to land-
use planning in Europe: towards 
more consistent decisions? 
2011 Itália Discute estudo do European 
Working Group e as 
influências nas diferentes 
abordagens de mapeamento 
de risco e PGT 
Journal of loss prevention 
in process industries, 
v.24, 2011, p. 219-226 
10 Contini, Sergio; Bellezza, 
Furio; Christou, Michalis 
D.; Kirchsteiger, Christian 
The use of geographic information 
systems in major accident risk 
assessment and management 
2000 Itália Discute ferramentas SIG para 
mapeamento de risco e 
aplicação no PGT 
Journal of Hazardous 
Materials, Vol.78(1), 
p.223-245 
11 Cozzani, Valerio; Bandini, 
Riccardo; Basta, Claudia; 
Christou, Michalis D. 
Application of land-use planning 
criteria for the control of major 
accident hazards: A case-study 
2006 Itália e 
Países 
Baixos 
Discute as abordagens 
metodológicas para aplicação 
no PGT 
Journal of Hazardous 
Materials, 2006, 
Vol.136(2), p.170-180 
12 Dechy, Nicolas; 
Bourdeaux, Thomas; 
Ayrault, Nadine; Kordek, 
Marie-Astrid Kordek; Le 
Coze, Jean-Christophe 
First lessons of the Toulouse 
ammonium nitrate disaster, 21st 
September 2001, AZF plant, 
France 
2004 França Discute as lições aprendidas 
no desastre da AZF e quais as 
implicações no PGT 
Journal of Hazardous 
Materials 111 (2004), 
p.131–138 
13 Delvosalle, C.; Robert,B.; 
Nourry, J.; Yan, G.; 
Brohez, S.; Delcourt, J. 
Considering critical infrastructures 
in the land use planning policy 
around Seveso plants 
2017 Bélgica e 
Canada 
Propõe metodologia para 
considerar os danos às 
infraestruturas com aplicação 
no PGT 
Safety science 97, 2017, 
p.27-33 
14 Galderisi, Adriana; 
Ceudech, Andrea; 
Pistucci, Massimiliano 
A method for na-tech risk 
assessment as supporting tool for 
land use planning mitigation 
strategies 
2008 Itália Propõe método para 
considerar os riscos Na-Tech 
para apoio no PGT 
Natural Hazards, 2008, 
v.46(2), p.221-241 
15 Gheorghe, Adrian; 
Vamanu, Dan 
Decision support systems for risk 
mapping: viewing the risk from the 
hazards perspective 
2004 Suíça Propõe abordagem para 
facilitar a comunicação do 
risco: mapear o risco 
relacionando com as 
consequências 
Journal of Hazardous 
Materials, v.111(1), p.45-
55 
187 
 
 
 
Item Autor (es) Título do artigo Ano País do(s) 
autor(es) 
Tema do artigo Periódico 
16 Girgin, S.; Krausmann, E. RAPID-N: Rapid natech risk 
assessment and mapping 
framework 
2013 EUA Propõe metodologia para 
avaliação de risco Na-Tech 
Journal of Loss 
Prevention in the Process 
Industries, 2013, v.26(6), 
p.949-960 
17 Gupta, J.P. Land use planning in India 2005 Índia Discute legislação na Índia 
pós-desastre para PGT 
Journal of Hazardous 
Materials 130 (2006), 
p.300–306 
18 Hauptmanns, Ulrich A risk-based approach to land-use 
planning 
2005 Alemanha Propõe método para 
determinar distância segura 
para novos estabelecimentos 
baseada em risco 
Journal of Hazardous 
Materials, 2005, v.125(1), 
p.1-9 
19 Khakzad, Nima; Reniers, 
Genserik 
Cost-effective allocation of safety 
measures in chemical plants with 
regard to land-use planning 
2017 Países 
Baixos e 
Bélgica 
Propõe metodologia 
Bayesiana para mitigar os 
riscos e apoiar PGT. 
Safety Science, special 
issue article: risk and 
land-use, v.97, p. 2-9 
20 Kontic, Davor; Kontic, 
Branko 
Introduction of threat analysis into 
the land-use planning process 
2009 Eslovênia Discute as abordagens 
metodológicas para aplicação 
no PGT 
Journal of hazardous 
materials, V. 163, 2009, 
p.683-700 
21 Kontić, Davor; Kontić, 
Branko; Gerbec, Marko 
How powerful is ARAMIS 
methodology in solving land-use 
issues associated with industry 
based environmental and health 
risks? 
2006 Eslovênia Avalia a metodologia ARAMIS 
para licenciamento e PGT 
Journal of Hazardous 
Materials, 2006, v.130(3), 
p.271-275 
22 Lari, S.; Frattini, Paolo; 
Crosta, Giovanni B. 
Integration of natural and 
technological risks in Lombardy, 
Italy 
2009 Itália Propõe método para avaliar 
multi-risco 
Natural Hazards and 
Earth System Sciences 
(NHESS), 2009, v.9(6), 
p.2085-2106 
23 Lenoble, Clement; 
Durand, Clarisse 
Introduction of frequency in France 
following the AZF accident (Report) 
2011 França Avaliar legislação francesa 
pós-desastre 
Journal of Loss 
Prevention in the Process 
Industries, May., 2011, 
v.24(3), p.227(10) 
http://link.periodicos.capes.gov.br/sfxlcl41?frbrVersion=8&ctx_ver=Z39.88-2004&ctx_enc=info:ofi/enc:UTF-8&ctx_tim=2016-01-11T08%3A38%3A58IST&url_ver=Z39.88-2004&url_ctx_fmt=infofi/fmt:kev:mtx:ctx&rfr_id=info:sid/primo.exlibrisgroup.com:primo3-Article-sciversesciencedirect_elsevier&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:&rft.genre=article&rft.atitle=RAPID-N:%20Rapid%20natech%20risk%20assessment%20and%20mapping%20framework&rft.jtitle=Journal%20of%20Loss%20Prevention%20in%20the%20Process%20Industries&rft.btitle=&rft.aulast=Girgin&rft.auinit=&rft.auinit1=&rft.auinitm=&rft.ausuffix=&rft.au=Girgin,%20S.&rft.aucorp=&rft.date=2013&rft.volume=26&rft.issue=6&rft.part=&rft.quarter=&rft.ssn=&rft.spage=949&rft.epage=960&rft.pages=949-960&rft.artnum=&rft.issn=0950-4230&rft.eissn=&rft.isbn=&rft.sici=&rft.coden=&rft_id=info:doi/10.1016/j.jlp.2013.10.004&rft.object_id=&svc_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:sch_svc&rft.eisbn=&rft_dat=%3Csciversesciencedirect_elsevier%3ES0950-4230(13)00196-4%3C/sciversesciencedirect_elsevier%3E%3Cgrp_id%3E-5216903868143614381%3C/grp_id%3E%3Coa%3E%3C/oa%3E&rft_id=info:oai/&svc.fulltext=yes&req.language=por
http://link.periodicos.capes.gov.br/sfxlcl41?frbrVersion=8&ctx_ver=Z39.88-2004&ctx_enc=info:ofi/enc:UTF-8&ctx_tim=2016-01-11T08%3A38%3A58IST&url_ver=Z39.88-2004&url_ctx_fmt=infofi/fmt:kev:mtx:ctx&rfr_id=info:sid/primo.exlibrisgroup.com:primo3-Article-sciversesciencedirect_elsevier&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:&rft.genre=article&rft.atitle=RAPID-N:%20Rapid%20natech%20risk%20assessment%20and%20mapping%20framework&rft.jtitle=Journal%20of%20Loss%20Prevention%20in%20the%20Process%20Industries&rft.btitle=&rft.aulast=Girgin&rft.auinit=&rft.auinit1=&rft.auinitm=&rft.ausuffix=&rft.au=Girgin,%20S.&rft.aucorp=&rft.date=2013&rft.volume=26&rft.issue=6&rft.part=&rft.quarter=&rft.ssn=&rft.spage=949&rft.epage=960&rft.pages=949-960&rft.artnum=&rft.issn=0950-4230&rft.eissn=&rft.isbn=&rft.sici=&rft.coden=&rft_id=info:doi/10.1016/j.jlp.2013.10.004&rft.object_id=&svc_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:sch_svc&rft.eisbn=&rft_dat=%3Csciversesciencedirect_elsevier%3ES0950-4230(13)00196-4%3C/sciversesciencedirect_elsevier%3E%3Cgrp_id%3E-5216903868143614381%3C/grp_id%3E%3Coa%3E%3C/oa%3E&rft_id=info:oai/&svc.fulltext=yes&req.language=porhttp://link.periodicos.capes.gov.br/sfxlcl41?frbrVersion=8&ctx_ver=Z39.88-2004&ctx_enc=info:ofi/enc:UTF-8&ctx_tim=2016-01-11T08%3A38%3A58IST&url_ver=Z39.88-2004&url_ctx_fmt=infofi/fmt:kev:mtx:ctx&rfr_id=info:sid/primo.exlibrisgroup.com:primo3-Article-sciversesciencedirect_elsevier&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:&rft.genre=article&rft.atitle=RAPID-N:%20Rapid%20natech%20risk%20assessment%20and%20mapping%20framework&rft.jtitle=Journal%20of%20Loss%20Prevention%20in%20the%20Process%20Industries&rft.btitle=&rft.aulast=Girgin&rft.auinit=&rft.auinit1=&rft.auinitm=&rft.ausuffix=&rft.au=Girgin,%20S.&rft.aucorp=&rft.date=2013&rft.volume=26&rft.issue=6&rft.part=&rft.quarter=&rft.ssn=&rft.spage=949&rft.epage=960&rft.pages=949-960&rft.artnum=&rft.issn=0950-4230&rft.eissn=&rft.isbn=&rft.sici=&rft.coden=&rft_id=info:doi/10.1016/j.jlp.2013.10.004&rft.object_id=&svc_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:sch_svc&rft.eisbn=&rft_dat=%3Csciversesciencedirect_elsevier%3ES0950-4230(13)00196-4%3C/sciversesciencedirect_elsevier%3E%3Cgrp_id%3E-5216903868143614381%3C/grp_id%3E%3Coa%3E%3C/oa%3E&rft_id=info:oai/&svc.fulltext=yes&req.language=por
http://link.periodicos.capes.gov.br/sfxlcl41?frbrVersion=7&ctx_ver=Z39.88-2004&ctx_enc=info:ofi/enc:UTF-8&ctx_tim=2015-11-27T16%3A32%3A19IST&url_ver=Z39.88-2004&url_ctx_fmt=infofi/fmt:kev:mtx:ctx&rfr_id=info:sid/primo.exlibrisgroup.com:primo3-Article-gale_ofa&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:&rft.genre=article&rft.atitle=Introduction%20of%20frequency%20in%20France%20following%20the%20AZF%20accident.(Report)&rft.jtitle=Journal%20of%20Loss%20Prevention%20in%20the%20Process%20Industries&rft.btitle=&rft.aulast=&rft.auinit=&rft.auinit1=&rft.auinitm=&rft.ausuffix=&rft.au=Lenoble,%20CleMent&rft.aucorp=&rft.date=20110501&rft.volume=24&rft.issue=3&rft.part=&rft.quarter=&rft.ssn=&rft.spage=227&rft.epage=&rft.pages=&rft.artnum=&rft.issn=0950-4230&rft.eissn=&rft.isbn=&rft.sici=&rft.coden=&rft_id=info:doi/&rft.object_id=&svc_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:sch_svc&rft.eisbn=&rft_dat=%3Cgale_ofa%3E255775794%3C/gale_ofa%3E%3Cgrp_id%3E7752930948857739454%3C/grp_id%3E%3Coa%3E%3C/oa%3E&rft_id=info:oai/&svc.fulltext=yes&req.language=por
http://link.periodicos.capes.gov.br/sfxlcl41?frbrVersion=7&ctx_ver=Z39.88-2004&ctx_enc=info:ofi/enc:UTF-8&ctx_tim=2015-11-27T16%3A32%3A19IST&url_ver=Z39.88-2004&url_ctx_fmt=infofi/fmt:kev:mtx:ctx&rfr_id=info:sid/primo.exlibrisgroup.com:primo3-Article-gale_ofa&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:&rft.genre=article&rft.atitle=Introduction%20of%20frequency%20in%20France%20following%20the%20AZF%20accident.(Report)&rft.jtitle=Journal%20of%20Loss%20Prevention%20in%20the%20Process%20Industries&rft.btitle=&rft.aulast=&rft.auinit=&rft.auinit1=&rft.auinitm=&rft.ausuffix=&rft.au=Lenoble,%20CleMent&rft.aucorp=&rft.date=20110501&rft.volume=24&rft.issue=3&rft.part=&rft.quarter=&rft.ssn=&rft.spage=227&rft.epage=&rft.pages=&rft.artnum=&rft.issn=0950-4230&rft.eissn=&rft.isbn=&rft.sici=&rft.coden=&rft_id=info:doi/&rft.object_id=&svc_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:sch_svc&rft.eisbn=&rft_dat=%3Cgale_ofa%3E255775794%3C/gale_ofa%3E%3Cgrp_id%3E7752930948857739454%3C/grp_id%3E%3Coa%3E%3C/oa%3E&rft_id=info:oai/&svc.fulltext=yes&req.language=por
188 
 
 
 
Item Autor (es) Título do artigo Ano País do(s) 
autor(es) 
Tema do artigo Periódico 
24 Li, Fengying; Bi, Jun; 
Huang, Lei; Qu, 
Changsheng; Yang, Jie; 
Bu, Quanmin 
Mapping human vulnerability to 
chemical accidents in the vicinity of 
chemical industry parks 
2010 China Mapeamento de 
vulnerabilidade com o uso de 
SIG 
Journal of Hazardous 
Materials, 2010, v.179(1), 
p.500-506 
25 Ma, Shuming; Zhang, 
Shushen; Yu, Chen; 
Zheng, Hongbo; Song, 
Guobao; Semakula, 
Henry Musoke; Chai, 
Yingying 
Assessing Major Accident Risks to 
Support Land-Use Planning Using 
a Severity-Vulnerability 
Combination Method: A Case Study 
in Dagushan Peninsula, China 
2015 China Discute as abordagens 
metodológicas para aplicação 
no PGT 
Risk Analysis, v. 35, 
Issue 8; Aug. 2015; 
p.1503–1519 
26 Marzo, E.; Busini, V.; 
Rota, R. 
Definition of a short-cut 
methodology for assessing the 
vulnerability of a territory in natural–
technological risk estimation 
2015 Itália Metodologia para avaliação de 
risco Na-Tech 
Reliability Engineering 
and System Safety 
134(2015), p.92–97 
27 Nijenhuis, Rene; 
Wahlstrom, Emilia 
The use of the flash environment 
tool in developing countries for 
environmental emergency 
prevention, preparedness and 
response 
2014 Suíça Discute abordagens para LUP 
e planos de emergência 
Journal of Environmental 
Assessment Policy and 
Management, Sep 2014, 
v.16 (3), p.1-17 
28 Paltrinieri, Nicola; Dechy, 
Nicolas; Salzano, 
Ernesto; Wardman, Mike; 
Cozzani, Valerio 
Lessons Learned from Toulouse 
and Buncefield disasters: from risk 
analysis failures to the identification 
of a typical scenarios through a 
better knowledge management 
2012 França, 
Itália e 
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autor(es) 
Tema do artigo Periódico 
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190 
 
 
 
Item Autor (es) Título do artigo Ano País do(s) 
autor(es) 
Tema do artigo Periódico 
39 Stojanović, Božidar; 
Jovašević-Stojanović, 
Milena 
Chemical and radiological 
vulnerability assessment in urban 
areas 
2006 Sérvia Avaliação da vulnerabilidade a 
acidentes químicos e 
terrorismo 
Spatium, 01 January 
2006, Vol.2006(13-14), 
p.21-26 
40 Taveau, Jerome Risk assessment and land-use 
planning regulations in France 
following the AZF disaster 
2010 França Legislação francesa pós-
acidente 
Journal of Loos 
Prevention in the Process 
Industries, Nov. 2010, v. 
23 (6), p.813-823 
41 Torok, Zoltán; Ozunu, 
Alexandre 
Chemical risk assessment for 
storage of hazardous materials in 
the context of Land Use Planning 
2010 Romênia Metodologia para avaliação 
dos riscos e mapeamento para 
PGT, plano de emergência 
Advances in 
Environmental Sciences, 
2010, v. 2 
42 Verter, V., Kara, B.Y. A GIS-Based framework for 
hazardous materials transport risk 
assessment. 
2001 Canadá e 
Turquia 
Mapeamento de rotas de 
transporte rodoviário 
Risk Analysis 21, 
p.1109–1120, 2001 
43 Walker, Gordon; Mooney, 
John; Pratts, Derek 
The people and the hazard: the 
spatial context of major accident 
hazard management in Britain 
2000 Reino 
Unido 
Mapeamento do risco Applied Geography, 
2000, v.20(2), p.119-135 
44 Xanten, Nico H.W. van; 
Pietersen, Chris M; 
Pasman, Hans J.; Torn, 
Peiter van der; Vrijling, 
Han K.; Wal, Arien J. van 
der; Kerestens, Jan G.M. 
Risk evaluation in Dutch land-use 
planning 
2014 EUA e 
Países 
Baixos 
Avaliar método de cálculo das 
AQR e aplicação no PGT 
Process Safety and 
Environmental 
Protection, v.92, 2014, p. 
368-376 
45 Zhou, Yafei; Liu, Mao Risk assessment of major hazards 
and its application in urban 
planning a case study 
2012 China Abordagens metodológicas 
para aplicação no PGT, 
baseado no RI 
Risk Analysis, Vol. 32, 
Issue 3, Mar. 2012, 
p.566–577 
Fonte: Portal de periódicos CAPES (2019) .
191 
 
 
 
Apêndice III - Identificação das indústrias encontradas na área do PPABC 
Item Razão Social Endereço 
Coordenada 
UTM X (m) 
Coordenada 
UTM Y (m) 
CNPJ(1) CNAE(1) 
1 Bandeirante Química Ltda/ Brazmo 
Av. Alberto Soares Sampaio, 1240, 09380-000, Mauá, 
SP 
349446,215 7382729,565 
47.854.831/0020-
57 
20.99-1-
99 
2 
Braskem Q3 ABC Intermediários 
(antiga UNIPAR/QUATTOR) 
R. da União, 765, 09380-250, Mauá, SP 348779,430 7385703,360 
04.705.090/0007-
62 
20.21-5-
00 
3 Braskem Q3CK ABC (antiga PQU) 
Av. Pres. Costa e Silva, 1178, 09270-000, Santo André, 
SP 
348447,345 7384873,549 
61.632.964/0001-
47 
20.21-5-
00 
4 
Braskem UN PE 7 ABC (antiga 
Polietilenos S.A.) 
Av. Pres. Costa e Silva, 400, 09270-000, Santo André, SP 348239,648 7384152,620 
09.017.802/0001-
89 
20.21-5-
00 
5 
Braskem UN PP 4 ABC (antiga 
Suzano Petroquímica/ Polibrasil) 
Av. Ayrton Senna da Silva, 2700, 09380-440, Mauá, SP 350390,980 7384766,840 
04.705.090/0003-
39 
20.31-2-
00 
6 
BRK Ambiental (Estação de 
Tratamento de Mauá) 
Av. Alberto Soares Sampaio, 1681, 09380-000, Mauá, SP 348573,577 7383064,468 
11.399.666/0001-
80 
36.00-6-
01 
7 
CABOT Brasil Ind. Com. Ltda (antiga 
Capuava Carbonos) 
Av. das Indústrias, 135, 09380-435, Mauá, SP 349932,823 7384802,641 
61.741.690/0001-
24 
20.29-1-
00 
8 Chevron Oronite Brasil Ltda Av. Ayrton Senna da Silva, 2500, 09380-902, Mauá, SP 350536,688 7384773,011 
42.352.559/0001-
20 
20.93-2-
00 
9 
Compass Minerals do Brasil Ltda 
(antiga Produquímica) 
Av. Alberto Soares Sampaio, 2544, 09380-000, Mauá, 
SP 
348493,109 7383048,010 
60.398.138/0001-
12 
20.13-4-
02 
10 Consigaz Distribuidora de Gás Ltda R. Vitória Perdão Petigrosso, 115, 09380-112, Mauá, SP 349577,811 7383223,390 
01.597.589/0008-
96 
46.82-6-
00 
11 Copagaz Distribuidora de Gás S.A. Estrada da Servidão, 183, 09380-117, Mauá, SP 349442,287 7383614,905 
03.237.583/0055-
50 
46.82-6-
00 
12 Grax Lubrificantes Especiais Ltda R. Zequinha de Abreu, 668, 09380-320, Santo André, SP 348722,518 7385923,622 
67.080.838/0001-
03 
20.99-1-
11 
13 Liquigás Distribuidora S.A. 
Av. Alberto Soares Sampaio, 1426, 09380-000, Mauá, 
SP 
349306,96 7382877,565 
60.886.413/0003-
09 
46.82-6-
00 
14 Maxiligas Sucatas e Ligas de Metais R. Pedro Luiz Coppini, 150, 09380-220, Mauá, SP 347925,092 7383285,351 
07.436.109/0001-
15 
38.31-9-
01 
15 Nacional Gás Butano Distrib. Ltda Av. Ayrton Senna da Silva, 1421, 09380-440, Mauá, SP 349926,938 7383618,035 
06.980.064/0129-
46 
46.82-6-
00 
16 Oxicap Ind. e Com. de Gases Ltda Av. Ayrton Senna da Silva, 3111, 09380-440, Mauá, SP 349626,266 7385067,408 
43.117.399/0002-
89 
20.14-2-
00 
17 Oxiteno S.A. - Unidade Petroquímica Av. Ayrton Senna da Silva, 3001, 09380-440, Mauá, SP 350078,696 7384949,328 
62.545.686/0002-
34 
20.29-1-
00 
192 
 
 
 
Item Razão Social Endereço 
Coordenada 
UTM X (m) 
Coordenada 
UTM Y (m) 
CNPJ(1) CNAE(1) 
18 
Oxiteno S.A. - Unidade Química 
(antiga Atlas) 
Av. das Indústrias, 365, 09380-435, Mauá, SP 348855,480 7383264,760 
62.545.686/0002-
34 
20.29-1-
00 
19 
Petrobrás - Refinaria Capuava 
RECAP 
Av. Alberto Soares Sampaio, 2122, 09380-000, Mauá, 
SP 
348886,692 7383038,575 
33.000.167/0852-
63 
19.21-7-
00 
20 Plastifama Ind. e Com. Plásticos Ltda 
Av. Pres. Costa e Silva, 2119, 09270-000, Santo André, 
SP 
348361,689 7385600,409 
57.550.766/0001-
67 
22.22-6-
00 
21 
PoliRubber Ind. e Com. Borracha 
Eireli 
Av. Alberto Soares Sampaio, 944, 09380-000, Mauá, SP 349659,231 7382615,572 
57.499.907/0001-
64 
22.19-6-
00 
22 
QuantiQ Distribuidora Ltda (antiga 
Ipiranga) 
Av. Ayrton Senna da Silva, 2336, 09380-440, Mauá, SP 350470,591 7384512,504 
62.227.509/0032-
25 
46.84-2-
99 
23 
SHV Gás Brasil Ltda (antiga 
SuperGasBras) 
Av. Alberto Soares Sampaio, 1300, 09380-000, Mauá, 
SP 
349393,946 7382843,089 
19.791.896/0007-
98 
46.82-6-
00 
24 Sulan Ind. e Com. de Tintas Ltda Av. João do Prado, 298, 09270-160, Santo André, SP 348650,355 7386117,482 
59.689.323/0001-
87 
20.71-1-
00 
25 
Ultragaz S.A. - Terminal de 
Distribuição 
Estrada da Servidão, 240, 09380-117, Mauá, SP 349297,74 7383133,647 
61.602.199/0003-
84 
46.82-6-
00 
26 Ultragaz S.A. - Terminal Mauá Av. Alberto Soares Sampaio, 1098, 09380-000, Mauá, SP 349581,518 7382728,620 
61.602.199/0189-
17 
46.82-6-
00 
27 Vitopel do Brasil Ltda Av. Ayrton Senna da Silva, 2037, 09380-440, Mauá, SP 350233,136 7384433,261 
03.206.039/0001-
58 
22.21-8-
00 
28 White Martins Gases Industriais Ltda 
Av. Pres. Costa e Silva, 2629, 09270-000, Santo André, 
SP 
348563,518 7386334,944 
35.820.448/0098-
69 
20.14-2-
00 
29 
White Martins Gases Industriais Ltda 
- Unidade CO2 
Av. das Indústrias, 412, 09380-435, Mauá, SP 349779,859 7384561,888 
35.820.448/0166-
44 
20.14-2-
00 
30 
AkzoNobel (localizada fora dos 
limites do PPABC) 
Av. Papa João XXIII, 2100, 09370-800, Mauá, SP 349833,666 7379825,201 
60.561.719/0001-
23 
20.71-1-
00 
31 
Braskem (terreno vazio antiga 
Fosfanil) 
Av. Alberto Soares Sampaio, 1550, 09380-000, Mauá, 
SP 
349088,455 7383078,492 - 
32 Philips do Brasil (Desativada) Av. Comendador Wolthers, 500, 09380-200, Mauá, SP 348130,210 7383422,700 - - 
Fontes: Receita Federal (2018), site de cada empresa (2020) 
 
Legenda: 
CNAE = Código Nacional de Atividades Econômicas; 
GLP = Gás Liquefeito do Petróleo; 
UTM = Universal Transversa de Mercator, Zona 23S 
 
193 
 
 
 
CNAE Descrição da atividade conforme CNAE 
19.21-7-00 Fabricação de produtos do refino de petróleo 
20.13-4-02 Fabricação de adubos e fertilizantes, exceto organo-minerais 
20.14-2-00 Fabricação de gases industriais 
20.21-5-00 Fabricação de Produtos Petroquímicos Básicos 
20.29-1-00 Fabricação produtos químicos orgânicos não especificados 
anteriormente 
20.31-2-00 Fabricação de resinas termoplásticas 
20.71-1-00 Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes e lacas 
20.93-2-00 Fabricação de aditivos de uso industrial 
20.99-1-11 Fabricação de produtos químicos não especificados anteriormente 
CNAE Descrição da atividade conforme CNAE 
20.99-1-99 Fabricação de produtos químicos não especificados anteriormente 
22.19-6-00 Fabricação de artefatos de borracha não especificados anteriormente 
22.21-8-00 Fabricação de laminados planos e tubulares de material plástico 
22.22-6-00 Fabricação artefatos material plástico para outros usos não 
especificados anteriormente 
36.00-6-01 Captação, tratamento e distribuição de água 
38.31-9-01 Recuperação de sucatas de alumínio 
46.82-6-00 Comércio atacadista de gás liquefeito de petróleo (GLP) 
46.84-2-99 Comércio atacadista outros produtos químicos e petroquímicos não 
especificados anteriormente 
Fonte: IBGE (2019) 
http://compras.dados.gov.br/fornecedores/id/cnae/2021500
https://empresasdobrasil.com/empresas/maua-sp/comercio-atacadista-de-outros-produtos-quimicos-e-petroquimicos
https://empresasdobrasil.com/empresas/maua-sp/comercio-atacadista-de-outros-produtos-quimicos-e-petroquimicos
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Apêndice IV – Questionário sobre Abordagem Metodológica para Planejamento 
Territorial e Emergência com Produtos Químicos Perigosos 
QUESTIONÁRIO ONLINE 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) 
 
Você está sendo convidado a participar da coleta de dados para o projeto de pesquisa GESTÃO DE RISCO DE 
ACIDENTES INDUSTRIAIS INTEGRADO AO PLANEJAMENTO DO TERRITÓRIO: UM OLHAR PARA O POLO 
PETROQUÍMICO DO ABC PAULISTA. A pesquisa aborda a Gestão do Risco de Acidente Industrial (GRAI) 
integrada ao Planejamento e Gestão do Território (PGT), frente aos acidentes com produtos químicos perigosos 
que possam resultar em incêndios, explosões e nuvens tóxicas, causando fatalidades e danos ao meio. Partindo 
do pressuposto que não há uma gestão integrada entre o setor industrial e o setor público que efetivamente diminua 
a vulnerabilidade da população e do meio ambiente exposto, propõe-se modelo utilizando informações existentes 
nos Estudos de Análise de Risco (EAR); atualmente apresentados nos processos de licenciamento ambiental no 
Brasil; para definir mapas com Zonas de Risco de fácil compreensão. Espera-se inovar com um canal de 
comunicação entre o setor industrial e o setor público, além de contribuir com a GRAI no âmbito do PGT, 
possibilitando a tomada de decisão quanto ao parcelamento, zoneamento, uso e ocupação do solo, além de definir 
sistemas e equipamentos de proteção a serem instalados externamente as indústrias.

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