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Estudos Ambientais 
 TROL 
Estudos Ambientais 
Antonio da Cunha Nunes 
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Estudos Ambientais 
 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Assessora: Andrea Jardim 
 
FICHA TÉCNICA 
Texto: Antonio da Cunha Nunes 
Revisão Ortográfica: Marcus Vinícius da Silva, Rafael Dias de Carvalho Moraes 
Projeto Gráfico e Editoração: Andreza Nacif, Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos, Marcos 
Antonio Lima da Silva. 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Janaina Gonçalves de Jesus 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliotecária: ELIZABETH FRANCO MARTINS – CRB 7/4990 
 
Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se responsabilizando a ASOEC 
pelo conteúdo do texto formulado. 
© Departamento de Ensino a Distância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura. 
Mantenedora da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
 
Estudos Ambientais 
 
 
Palavra da Reitora 
 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO Virtual, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio 
dessa modalidade de ensino que são sanadas as dificuldades de tempo e espaço 
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio 
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se 
responsável pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar em todo 
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
Seja bem-vindo à UNIVERSO Virtual! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora
Estudos Ambientais 
 
Estudos Ambientais 
 
 
 
Sumário 
 
 
Apresentação da disciplina .................................................................................................... 07 
Plano da disciplina .................................................................................................................... 09 
Unidade 1 – Ecologia e Meio Ambiente ............................................................................ 15 
Unidade 2 – Sociedade Vs Natureza: os fatores antrópicos como propulsores das 
alterações ambientais globais. ............................................................................................. 53 
Unidade 3 – Ação Antrópica e os Problemas Ambientais. ........................................ 77 
Unidade 4 – O Desenvolvimento Sustentável e a Gestão Ambiental ................... 109 
Unidade 5 – Estudo de Impacto Ambiental – EIA/Relatório de Impacto 
 Ambiental – RIMA. ................................................................................................................... 135 
Considerações finais ................................................................................................................. 157 
Conhecendo o autor ................................................................................................................ 159 
Referências ................................................................................................................................... 161 
Anexos ........................................................................................................................................... 163 
 
 
Estudos Ambientais 
6 
Estudos Ambientais 
7 
 
Apresentação da Disciplina 
 
Caro aluno, seja bem-vindo à disciplina Estudos Ambientais. 
Para iniciarmos nossos estudos uma pergunta se revela extremante 
importante: para que estudamos o meio ambiente? Em face desta questão, 
algumas considerações se fazem necessárias! 
 O homem, através da história tem construído e reconstruído o espaço em que 
vive no intuito de atender às suas necessidades. Tal processo está intrinsecamente 
relacionado à apropriação dos recursos naturais e a sua transformação. Contudo, 
no início de sua história, os impactos sobre o meio ambiente eram de menores 
proporções em função de uma população menor do que aquela que verificamos 
em nossos dias e também porque o desenvolvimento tecnológico ainda não 
possibilitava uma intervenção na natureza mais significativa. 
No século XX, entretanto, verificamos um desenvolvimento tecnológico nunca 
visto anteriormente na história do homem. Tal processo teve início com o advento 
da Revolução Industrial no século XVIII. Esse fato pode ser considerado como um 
“divisor de águas” no que se referem aos impactos ambientais frutos da ação 
antrópica. 
A partir desse momento, houve um crescimento populacional associado a 
uma taxa de urbanização de proporções bastante significativas, inexoravelmente 
ligados a um modelo econômico baseado na produção e no consumo, que exigia, 
cada vez mais, a extração de recursos naturais. 
Consequentemente, esse processo promoveu e promove também em nossos 
dias, alterações ambientais relacionadas a processos de desmatamentos, à 
produção de resíduos sólidos das mais diversas ordens, além da poluição do ar, do 
solo e do comprometimento dos recursos hídricos. Todos esses fatores, além de 
causarem a perda da biodiversidade, comprometem também, de maneira bastante 
significativa, a qualidade de vida do homem. 
O avanço tecnológico e o aumento do poder do homem de se “apropriar” da 
natureza, evidenciado num processo de industrialização cada vez mais intenso, 
promoveu um crescimento importante das cidades, as quais se tornaram centros 
polarizadores da economia. Como resultado, também se verificou um aumento da 
desigualdade social e da pobreza, fruto de um modelo econômico que prioriza o 
lucro e a acumulação de riquezas. 
Estudos Ambientais 
8 
 
O processo de Globalização da economia, também promoveu a 
internacionalização dos impactos, ou “impactos sem fronteiras”, uma vez que a 
diversificação das atividades econômicas,a ampliação dos mercados e a 
reconstrução dos espaços no intuito de atender a uma nova demanda de consumo, 
permitiram que novas fronteiras de exploração dos recursos naturais fossem 
abertas, impactando, inevitavelmente os ecossistemas e as populações humanas. 
No final do século XX e, início do século XXI, uma nova consciência ambiental 
se faz presente. Os impactos ambientais de grandes proporções das mais 
diferentes ordens e suas consequências, associados à percepção de que os recursos 
naturais não são inesgotáveis, além de todas as pressões de caráter social, político 
e econômico, como os investimentos feitos por bancos em países que 
privilegiassem a preservação ambiental, por exemplo, atuaram como elementos 
importantes na construção de uma nova relação do homem com o meio ambiente. 
Nesse sentido, as empresas começaram a demonstrar uma preocupação 
ambiental. O desempenho destas no que se refere às questões relacionadas ao 
meio ambiente é muito importante na sua relação com os consumidores, clientes, 
prestadores de serviços etc., ou seja, interfere diretamente no mercado. O 
desempenho ambiental de uma empresa esta relacionado ao desenvolvimento 
social e econômico daqueles que se relacionam direta ou indiretamente com o 
empreendimento. Tal desempenho, baseado no uso sustentável dos recursos da 
natureza deve, obrigatoriamente, buscar a harmonia entre meio ambiente, 
desenvolvimento econômico e qualidade de vida. 
Sendo assim, caro aluno, torna-se imperativo o estudo do meio ambiente em 
nosso curso, pois desenvolvimento socioeconômico e meio ambiente são 
elementos que não podemos dissociar. 
Estaremos sempre presentes no sentido de auxiliá-lo em todas as suas 
atividades. 
Bons estudos! 
 
Estudos Ambientais 
9 
 
Plano da Disciplina 
 
Caro aluno, a disciplina Estudos Ambientais tem como objetivo construir e 
desenvolver importantes conceitos em meio ambiente que são extremamente 
relevantes para a sua formação. Além disso, estudaremos os principais impactos 
ambientais presentes em nossos dias, frutos da ação do homem no meio em que 
vive, considerando aspectos ligados ao crescimento populacional e a apropriação 
dos recursos da natureza. Tal apropriação e transformação desses recursos servem 
de base para uma sociedade essencialmente calcada na produção e no consumo 
de bens, sejam eles de que natureza for. 
Analisaremos também a importância da construção de um modelo econômico 
baseado no desenvolvimento sustentável cujas bases estão relacionadas à 
utilização dos recursos naturais sem comprometer a sua existência para as 
gerações futuras. Veremos nesse contexto, a importância do Estudo de Impacto 
Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental na implantação de um 
empreendimento. 
Consideramos que, em nossos dias, o estudo do meio ambiente é de suma 
importância para a sua formação. Para alcançar este objetivo, a disciplina foi 
organizada de maneira a contemplar os principais conceitos e analisar os 
fenômenos que se constituem essenciais para o entendimento e construção do 
conhecimento relacionado às questões ambientais. A abordagem desses conceitos 
fundamentais tem o objetivo de instrumentalizá-lo para as atividades que exijam a 
análise de fenômenos naturais ou humanos, no espaço de atuação da sociedade, 
na construção daquilo que chamamos de paisagem cultural. 
A disciplina foi dividida em cinco unidades com a finalidade de atender aos 
objetivos propostos. Veremos a seguir, um breve resumo de cada unidade e seus 
objetivos. Desta forma, você terá uma visão generalizada do que será estudado 
bem como dos principais aspectos a serem considerados. 
Estaremos sempre presentes no sentido de auxiliá-lo em suas tarefas. 
Bons estudos! 
Estudos Ambientais 
10 
Unidade I - Ecologia e Meio Ambiente 
 
Objetivos da Unidade 
 Compreender os conceitos básicos em Ecologia; 
 Conhecer as inter-relações entre o meio ambiente e os seres vivos 
(fatores abióticos e bióticos) a nível de comunidade biológica; 
 Identificar e relacionar os diversos fenômenos presentes nos 
ecossistemas; 
 Compreender a dinâmica dos ecossistemas. 
 
Plano da Unidade 
Conceitos e definições. 
Populações. 
Ecossistemas e Comunidades. 
Cadeia e Teia Alimentar. 
As relações entre os seres vivos – Populações e Comunidades. 
As pirâmides Ecológicas. 
Os ciclos Biogeoquímicos. 
Sucessão Ecológica. 
A Biosfera. 
Estudos Ambientais 
11 
 
Unidade II: Sociedade Vs Natureza: os fatores antrópicos como propulsores 
das alterações ambientais globais. 
 
Objetivos da Unidade 
 
 Compreender os aspectos conceituais relativos ao crescimento 
populacional, econômico e suas repercussões sobre o meio 
ambiente; 
 Analisar os elementos motivacionais do crescimento populacional e 
econômico e sua relação com a natureza; 
 Analisar os padrões de crescimento populacional no mundo e no 
Brasil. 
 
Plano da Unidade 
 
O crescimento populacional. 
Padrões de crescimento populacional no Brasil. 
O ambiente rural-agrícola e o crescimento populacional. 
O ambiente urbano-industrial e o crescimento populacional. 
O crescimento econômico. 
Estudos Ambientais 
12 
 
Unidade III: Ação Antrópica e os Problemas Ambientais. 
 
Objetivos da Unidade 
 Analisar os principais impactos ambientais promovidos pelo homem 
no meio ambiente e suas consequências; 
 Identificar as principais formas de disposição de resíduos sólidos no 
meio ambiente; 
 Compreender que as alterações de caráter ambiental presentes em 
nossos dias é resultado, invariavelmente, de um modelo econômico 
baseado na produção e no consumo. 
 
Plano da Unidade 
Efeito Estufa/Aquecimento Global. 
Ilha de Calor. 
Chuva Ácida. 
Inversão Térmica. 
Destruição da Camada de Ozônio. 
Processos de Degradação dos Solos. 
Contaminação dos Recursos Hídricos. 
Desmatamento. 
 O Problema do Lixo. 
Estudos Ambientais 
13 
 
Unidade IV: O Desenvolvimento Sustentável e a Gestão Ambiental 
 
Objetivos da Unidade 
 Analisar os principais conceitos relacionados ao desenvolvimento 
sustentável e sua aplicabilidade aos sistemas produtivos; 
 Compreender em que consiste o Sistema de Gestão Ambiental (SGA), 
sua importância econômica e social dentro de uma perspectiva de 
preservação do meio ambiente; 
 Identificar os principais elementos que compõem os processos 
produtivos denominados Ecoeficiência e Produção Mais Limpa 
(PML). 
 
Plano da Unidade 
Desenvolvimento Sustentável. 
Desenvolvimento Sustentável e as Empresas. 
Gestão Ambiental. 
Sistema de Gestão Ambiental. 
Ecoeficiência. 
Produção Mais Limpa (PML). 
Estudos Ambientais 
14 
 
Unidade V: Estudo de Impacto Ambiental – EIA/Relatório de Impacto 
Ambiental – RIMA. 
 
 
Objetivos da Unidade 
 
 Enfatizar a importância dos estudos e relatórios ambientais para a 
implantação de empreendimentos de caráter econômico no meio 
ambiente; 
 Destacar os principais elementos que compõem os relatórios e 
estudos de impacto ambiental; 
 Demonstrar os principais dispositivos legais que norteiam a 
confecção dos relatórios e dos estudos ambientais bem como da 
implementação de empreendimentos econômicos no meio 
ambiente. 
 
Plano da Unidade 
 
Estudo de Impacto Ambiental – EIA. 
Relatório de Impacto de maio Ambiente – RIMA. 
 
Estudos Ambientais 
15 
Ecologia e Meio Ambiente
 
 
 
1 
 Estudos Ambientais 
16 
 
Começaremos agora os nossos estudos em meio ambiente. Temos certeza que 
os conteúdos estudados nesta unidade irão contribuir em muito na sua formação e 
no entendimento da importância do meio ambiente para o homem e para os 
sistemas produtivos que regem, economicamente, a nossa sociedade. 
 
Objetivos da Unidade 
 
 Compreender os conceitos básicos em Ecologia 
 Conhecer as inter-relações entre o meio ambiente e os seres vivos 
(fatores abióticos e bióticos) em nível de comunidade biológica. 
 Identificar e relacionaros diversos fenômenos presentes nos 
ecossistemas 
 Compreender a dinâmica dos ecossistemas 
 
Plano da Unidade 
Conceitos e definições; 
Populações; 
Ecossistemas e Comunidades; 
A Cadeia e A Teia Alimentar; 
As relações entre os seres vivos – Populações e Comunidades; 
 As pirâmides Ecológicas; 
Os ciclos Biogeoquímicos; 
Sucessão Ecológica; 
A Biosfera. 
 Estudos Ambientais 
17 
 
Conceitos e definições 
 
Caro aluno, começamos aqui o nosso estudo em Ecologia, tema da unidade I. 
Em nossos dias, o estudo do meio ambiente se revela de suma importância em todos 
os ramos da atividade produtiva do homem e, sendo assim, precisamos nos 
apropriar dos conceitos relativos a essa ciência. Bem como conhecer todos os 
diversos fenômenos presentes em ambientes naturais ou mesmo aqueles 
construídos pelo homem, que chamamos de paisagens humanizadas, pois todos 
estes interagem de maneira muito significativa e, obviamente, afetam os seres 
humanos. Com base nessa perspectiva, podemos compreender que o estudo do 
meio ambiente e das formas de atuação do homem sobre o mesmo é de extrema 
relevância para a engenharia. Porque é um instrumento muito importante na 
construção dos espaços ocupados pelo homem, bem como das diversas formas de 
produção que, de certa forma, norteiam economicamente nossa sociedade. 
 Estudos Ambientais 
18 
 
A Ecologia é a ciência que tem por objetivo o estudo das relações dos seres 
vivos entre si e destes com o ambiente em que vivem. Diversas interações se 
estabelecem nos ambientes, sejam elas de caráter biótico (seres vivos) ou abióticos 
(não vivos) e a configuração de tais ambientes é fruto destas relações que se 
estabelecem no meio. Para Odum (1977), a Ecologia é o estudo da estrutura e função 
da natureza. 
A palavra ECOLOGIA significa o estudo da casa; oikos em grego, casa; e logos, 
estudo. Foi proposta pelo biólogo alemão Ernst Heinrich Haeckel em 1869. É uma 
ciência interdisciplinar, pois envolve conhecimentos de física, química, geologia, 
oceanografia, climatologia, biologia e matemática, além da interação que ocorre 
entre elas. 
O meio ambiente é um conjunto de condições, interações e influências do meio 
sobre os organismos, sejam animais, plantas ou mesmo os seres humanos. O 
ambiente físico (abiótico) é constituído por: luz, calor, solo, água e atmosfera, já o 
ambiente biológico (biótico) pelos organismos da mesma espécie e de outras 
espécies, sejam animais ou vegetais. 
A Ecologia também pode ser definida a partir do conceito da hierarquia da 
organização biológica: gene, célula, tecido, órgão, organismo, população, 
comunidade, ecossistema e biosfera. A Ecologia se detém prioritariamente, no 
estudo dos quatro últimos níveis, ou seja, aqueles além do organismo individual. 
 Estudos Ambientais 
19 
 
Em Ecologia, a compreensão de termos como população e comunidade é 
fundamental para entendermos os diversos fenômenos que ocorrem no meio 
ambiente. A população é definida como sendo um conjunto de organismos de uma 
mesma espécie que vive em uma mesma área, ao mesmo tempo em que 
estabelecem entre si uma forte interação, ou seja, vivem numa interdependência. Já 
comunidade é definida como sendo um conjunto de populações que vivem numa 
mesma área. Uma comunidade de populações também pode ser referida como 
biocenose. 
O Bioma se caracteriza por ser um grande biossistema regional ou mesmo 
subcontinental. Ele se caracteriza por apresentar um tipo principal de vegetação ou 
outro aspecto que o identifica especificamente na paisagem, como é o caso da 
floresta tropical equatorial Amazônica. Já a biosfera inclui todos os organismos vivos 
da Terra e suas interações com o ambiente físico. 
 
Populações 
 
As populações podem ser definidas como sendo grupos de indivíduos, de uma 
mesma espécie, que vivem em um determinado lugar, ao mesmo tempo e que 
interagem de maneira significativa entre si e com o meio em que habitam. 
O estudo das populações é de grande relevância para a ecologia, pois 
populações de espécies diferentes no meio ambiente caracterizam uma comunidade 
e as relações estabelecidas entre elas e com o meio físico, compõem os ecossistemas. 
Para o entendimento do estudo de populações, sejam elas humanas ou não, o 
conhecimento de alguns conceitos se constitui um aspecto muito importante. 
Vamos lá então! 
A densidade populacional é estabelecida através do tamanho da população em 
relação à área (ou espaço) ocupada por ela. É o quociente entre o número de 
indivíduos da população por unidade da área que ela está ocupando (500 árvores 
por hectare, por exemplo). 
 Estudos Ambientais 
20 
 
A natalidade está relacionada à capacidade de uma população aumentar o seu 
contingente populacional. A taxa de natalidade expressa a capacidade de uma 
população aumentar o número de indivíduos de uma determinada espécie por 
unidade de tempo numa determinada localidade. 
A taxa de mortalidade refere-se ao número de indivíduos de uma determinada 
população que morre, por unidade de tempo, em certa localidade. 
A distribuição etária de uma população bem como os fluxos migratórios, 
principalmente nas populações humanas, são elementos importantes que 
influenciam tanto as taxas de natalidade como as de mortalidade. 
Ao movimento de indivíduos para dentro ou para fora de uma população bem 
como suas diversas formas de se disseminar (sementes, por exemplo), chamamos de 
dispersão populacional. Chamamos de emigração a saída de indivíduos de uma 
população e afeta a mesma como a mortalidade. Já a imigração é a entrada de 
indivíduos em uma determinada população. Tal fenômeno age na população da 
mesma forma que a natalidade. 
 
Ecossistemas e Comunidades 
 
O Ecossistema, também chamado de Biogeocenose, é o conjunto de relações 
existentes entre os seres vivos, sejam eles da mesma espécie ou não (Flora, Fauna, 
Homem e Microorganismos). Que habitam um determinado meio ambiente e que 
interagem entre si, incluindo fatores de ordem física, como aqueles ligados a 
geologia e a climatologia. 
O Ecossistema é a unidade funcional básica da Ecologia. Nele se estabelecem as 
diversas relações entre as espécies e o ambiente físico. Não se pode estudar Ecologia 
sem se considerar todos os aspectos de ordem biótica e abiótica e suas interações, 
pois a vida que se estabelece nos ambientes é fruto dessas relações e de seu 
equilíbrio. 
 Estudos Ambientais 
21 
 
O lugar onde um organismo vive é o seu habitat. Já o nicho ecológico, contudo, 
não inclui apenas o espaço físico, mas o papel funcional que o organismo 
desempenha na comunidade. É a sua posição nos diversos gradientes ambientais de 
umidade, temperatura, solo, pressão, luminosidade e outras condições relativas à sua 
existência e impostas pelo meio. 
Entende-se por comunidade a todas as populações que se interdependem em 
uma mesma área. Uma comunidade também é chamada de cenobiose ou colônia. 
Observe abaixo a ilustração de um ecossistema lacustre. 
 Estudos Ambientais 
22 
 
A Cadeia e a Teia Alimentar 
 
A cadeia e a teia alimentar são o resultado das relações que se estabelecem 
entre os seres vivos no ecossistema em que habitam. A Cadeia alimentar se 
caracteriza por ser uma transferência de energia alimentar através de uma série de 
organismos onde uns consomem e outros são consumidos, ou seja, é uma sequência 
de seres vivos em que uns devoram os que os precedem antes de serem devorados 
por aqueles que vêm depois. Numa cadeia alimentar temos a seguinte ordem: 
produtor, consumidor primário, consumidor secundário, consumidor terciário e 
assim por diante até chegar ao decompositor. 
Caro aluno observe, abaixo, um exemplo de cadeia alimentar. 
 Estudos Ambientais 
23 
 
Na natureza, não encontramos uma cadeia alimentar isolada, desconectada do 
todo e não interagindo com as demais no ecossistema, pelo contrário, a interação 
entre todas as partes do ecossistemaé sempre muito grande e na realidade temos 
uma complexidade de cadeias alimentares, o que chamamos de teias alimentares ou 
redes alimentares. As inter-relações que se estabelecem entre os seres vivos em um 
determinado ambiente são melhores representadas pelas teias ou redes alimentares. 
Elas evidenciam a grande complexidade das relações que se estabelecem entre as 
comunidades. 
Observe atentamente o esquema que caracteriza uma teia alimentar. 
 
 Estudos Ambientais 
24 
Ao observarmos a cadeia alimentar percebemos que ela expressa apenas “um 
caminho” percorrido pela transferência de energia entre os seres vivos através da 
alimentação, enquanto ao analisarmos a teia alimentar, compreendemos, ao 
máximo, as relações de caráter alimentar presentes entre os componentes bióticos 
de um ecossistema. 
Observemos, brevemente, os diversos atores dos processos de cadeias e teias 
alimentares presentes nos ecossistemas: 
Produtores: são os seres autotróficos. Em ambientes terrestres são 
representados pelas plantas. Em ambientes aquáticos pelas algas microscópicas 
flutuantes, os fitoplânctons. Esses organismos são capazes de armazenar e de 
transformar energia solar em energia química. Sintetizam alimentos orgânicos a 
partir de compostos inorgânicos simples em presença de luz que fornece energia 
para este processo. São classificados como organismos fotossintetizantes. 
Já os produtores quimiossintetizantes são aqueles que obtêm a energia de que 
precisam para a síntese de substância orgânica a partir de substâncias inorgânicas 
simples, através de reações químicas, como é o caso de certas bactérias que respiram 
gás sulfídrico e produzem enxofre livre, libertando energia onde será utilizada nesse 
processo. 
Os consumidores são classificados como organismos heterótrofos, pois eles não 
têm a capacidade de sintetizar as substâncias orgânicas de que precisam a partir de 
substâncias inorgânicas. São principalmente, os animais. Estes se alimentam direta 
ou indiretamente dos produtores. 
 Estudos Ambientais 
25 
 
Os consumidores primários são aqueles 
que se alimentam diretamente dos 
produtores, como por exemplo, os 
herbívoros ou em ambientes marinhos, o 
camarão, os moluscos e os vermes. Já os 
consumidores secundários são aqueles que 
se alimentam dos consumidores primários. 
Por exemplo, podemos citar a cobra e a 
coruja em ambientes continentais e 
pequenos peixes em ambientes aquáticos. 
São os carnívoros! Os consumidores 
terciários ou de terceira ordem, são os 
carnívoros que se alimentam dos 
consumidores secundários. Como exemplo 
de consumidores terciários em ambientes 
terrestres, podemos citar a onça e o falcão. 
Em ambientes aquáticos os grandes peixes 
ocupam este nível trófico. 
 
 
Os decompositores alimentam-se de cadáveres em decomposição. Por isso são 
classificados como um tipo especial de consumidores. Esses organismos produzem 
substâncias inorgânicas de grande valia para a reciclagem da matéria na natureza. 
São representados por bactérias e fungos e são chamados também de sapróvoros. 
 Estudos Ambientais 
26 
 
As relações entre os seres vivos – Populações e 
Comunidades 
 
As populações, que vivem em comunidades, estabelecem relações entre si no 
meio em que estão inseridas. Ocupam os seus diversos nichos ecológicos 
desempenhando papéis que evidenciam o equilíbrio existente nos ecossistemas. As 
populações se relacionam, ora se ajudando mutuamente ora competindo entre si e 
estabelecendo relações que expressam os diversos níveis tróficos (cadeia alimentar). 
As relações entre as populações podem ser interespecíficas quando ocorrem 
entre indivíduos da mesma espécie e interespecíficas quando ocorrem entre 
indivíduos de espécies diferentes. Além disso, também podem ser classificadas em 
harmônicas, quando não há prejuízo para nenhum dos indivíduos que estão se 
relacionando. Não raramente, um ou os dois indivíduos se beneficiam desta relação. 
Nas relações desarmônicas um indivíduo se beneficia em prejuízo do outro. 
Neste tipo de relação um indivíduo pode promover o extermínio imediato de outro, 
como é o caso do predador e da presa, ou então, o extermínio pode ocorrer 
lentamente, como é o caso do parasitismo. 
Vejamos, a seguir, os principais tipos de relações que se estabelecem entre os 
seres vivos nos ecossistemas. 
 Estudos Ambientais 
27 
 
Relações Harmônicas 
 
a) Colônias: é caracterizada como sendo uma associação em que 
diversos indivíduos de uma mesma espécie vivem juntos. Quando 
um indivíduo é separado do grupo ele morre, evidenciando a 
necessidade de viverem sempre juntos. Os corais são um bom 
exemplo desse tipo de associação. 
 Estudos Ambientais 
28 
 
b) Sociedade: se caracteriza pela associação que se estabelece entre 
indivíduos da mesma espécie, mas que, do ponto de vista 
anatômico não estão ligados. Estes indivíduos se agrupam e 
dividem o trabalho se organizando de modo bastante cooperativo. 
Como exemplo, podemos citar as formigas, os cupins e as abelhas. 
 
c) Comensalismo: é o tipo de associação em que um indivíduo é 
beneficiado e o outro não é afetado. Até bem pouco tempo essa 
relação era classificada apenas dentro de aspectos alimentares, 
porém, atualmente, tal conceito se refere a outros tipos de relação, 
inclusive as de não alimentares desde que um indivíduo seja 
beneficiado sem prejudicar o outro. Um bom exemplo deste tipo de 
associação é a relação entre a rêmora e o tubarão. A rêmora 
acompanha de perto ou presa por uma ventosa o tubarão, sendo 
transportada por este e se aproveitando dos restos alimentares. 
 Estudos Ambientais 
29 
 
d) Mutualismo: é a associação que se caracteriza pelo fato de que duas 
populações são beneficiadas, contudo, uma é totalmente dependente da outra. 
Como exemplo desse tipo de associação, podemos citar a vaca e o protozoa. A vaca 
não possui um sistema enzimático capaz de digerir a celulose e outros compostos 
que são processados pelo protozoa. Quando a relação entre os seres vivos não é 
imperativa para a sobrevivência de uma das espécies chamamos de 
protocooperação ou mutualismo facultativo. È o caso da Anêmona do mar e o 
Caranguejo Bernardo-Eremita (paguro). 
 
f) Epifitismo: é o tipo de associação entre plantas que se caracteriza pelo fato de 
que uma vive sobre a outra sem retirar dela nutrientes, apenas apoiando-se. É o caso 
das bromélias que se apoiam em árvores. 
 
Desarmônicas 
 
a) Predatismo: no predatismo, uma espécie se beneficia e a outra é prejudicada. 
É a relação entre o predador e a presa. O predador age de forma a destruir 
totalmente sua presa. Invariavelmente, é uma relação de caráter alimentar. São 
exemplos de predatismo: a coruja e o rato, o gavião e a preá, etc. 
 
b) Parasitismo. Nesse tipo de associação uma população é beneficiada (parasita) 
e a outra é prejudicada (hospedeiro). O parasita vive sobre ou dentro do hospedeiro 
agindo lentamente retirando deste os elementos necessários a sua sobrevivência, no 
entanto, sem ter o objetivo de levá-lo a morte, o que, dependendo do caso, pode 
ocorrer. Como exemplo, podemos citar a relação que se estabelece entre os 
carrapatos e os mamíferos. 
 Estudos Ambientais 
30 
 
c) Amensalismo: neste tipo de relação uma espécie denominada inibidora 
impede o desenvolvimento e o crescimento de outra, chamada de amensal. Por 
exemplo, algumas algas marinhas planctônicas liberam substâncias tóxicas capazes 
de eliminar outros organismos no seu entorno. 
 
d) Canibalismo: é o tipo de relação desarmônica onde um indivíduo devora 
outro indivíduo da mesma espécie, ou seja, é um tipo de “predatismo” que ocorre 
dentro de uma mesma espécie. Um exemplo interessante desse tipo de relação é o 
fato de que uma determinada espécie de aranha fêmea devora o macho durante ou 
depois do ato sexual. Existem, também, ratos que devoram os seus filhotes, 
caracterizando o canibalismoentre os mamíferos. 
 
e) Escravagismo. O escravagismo é evidenciado através do fenômeno em que 
uma espécie captura a outra ainda jovem para que esta lhe seja uma operária, ou 
seja, que atue como uma auxiliar. Um exemplo interessante á a formiga Polyergus 
rufescens que capturam as larvas e ninfas de outra formiga, a Formica Fusca, 
tornando-as obreiras compulsórias. 
 
f) Competição. Na competição duas populações competem por um recurso 
importante no meio em que estão inseridos, como a luz, espaço, alimento, etc. Como 
exemplo, podemos citar a competição de populações de plantas pela luz. 
 
 Estudos Ambientais 
31 
 
As pirâmides Ecológicas 
 
As pirâmides ecológicas são uma forma de representação do fluxo de energia 
em um ecossistema. Tal observação é de extrema relevância, pois evidencia o 
dinamismo energético nos ecossistemas apontando para uma situação de equilíbrio 
ou não entre as comunidades nos seus processos interativos, base fundamental para 
o seu desenvolvimento e sustentabilidade. Não podemos esquecer que a 
quantidade de energia disponível em um ecossistema vai diminuindo à medida que 
é transferida de um nível trófico para outro. 
 
A pirâmide de números 
 
É a pirâmide que procura indicar o número de indivíduos, de certa população, 
que é necessário para alimentar um indivíduo de outra população no nível trófico 
seguinte. A pirâmide de números baseia-se em questionamentos como o que se 
segue: quantos gafanhotos são necessários para alimentar uma ave? Observe 
atentamente a representação de uma pirâmide de números abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
O inconveniente desse tipo de pirâmide é que ela iguala os organismos não 
levando em consideração os aspectos ligados ao tamanho e a quantidade de matéria 
orgânica presente nos diversos níveis tróficos que compõem o ecossistema. 
 Estudos Ambientais 
32 
 
Pirâmide de Biomassa 
 
Esse tipo de pirâmide procura avaliar a biomassa, nos diversos níveis tróficos de 
uma cadeia alimentar, que compõe um determinado ecossistema. Ela representa a 
massa biológica em um dado momento, não demonstrando a velocidade de 
produção da matéria orgânica, ou seja, não considera o fator tempo no processo. 
Invariavelmente, a massa de produtores é sempre maior que a de consumidores, 
salvo em situações especiais, como é o caso dos fitoplânctons (produtores), em que a 
massa destes, no momento da medição, pode ser superior a dos zooplanctons 
(consumidores). Isto ocorre porque a taxa de reprodução dos fitoplânctons é muito 
maior que a dos zooplanctons, que por sua vez, apresentam uma velocidade de 
consumo do fitoplâncton muito grande, dando origem a uma pirâmide invertida, 
conforme o exemplo apresentado abaixo. 
 Estudos Ambientais 
33 
 
Pirâmide de Energia 
 
É a melhor forma de representação dos fluxos de energia em um ecossistema. 
Ela demonstra, de maneira clara, a perda de energia que ocorre em cada nível trófico. 
Observe, atentamente, um exemplo desse tipo de pirâmide. 
 
As pirâmides ecológicas, no entanto, apresentam o inconveniente de não 
considerarem os decompositores, já que os mesmos representam uma parte 
extremamente significativa dos ecossistemas. 
 
Os ciclos Biogeoquímicos 
 
Analisaremos agora um aspecto muito importante no estudo dos ecossistemas: 
os ciclos biogeoquímicos. Eles são essenciais para a vida e circulam na biosfera em 
vias de características muito peculiares. Os mais importantes são os da água, o do 
carbono, o do oxigênio, o do nitrogênio e o do fósforo. E você, caro aluno, na sua 
área de atuação, deve sempre estar atento às diversas características dos 
ecossistemas e sua dinâmica, pois a ação do homem no meio tem causado, 
historicamente, grandes impactos no ambiente afetando a vida de um grande 
número de pessoas. 
 Estudos Ambientais 
34 
 
 
O ciclo da água 
 
A água é um elemento fundamental para a vida. Nos seres vivos de 50 a 90% de 
seu peso é composto por água. Faz parte do sangue dos animais e da seiva das 
plantas. É fundamental no transporte de substâncias nutritivas, na remoção de 
detritos e nos processos de metabolismo. O ciclo da água é constituído pelos 
processos de evaporação do solo e de transpiração dos seres vivos. É o que 
chamamos de evapotranspiração. Essa água vai para a atmosfera em estado de 
vapor, se condensa e se precipita de várias formas (chuva, gelo, neve, orvalho, etc.), 
caindo no solo e escoando superficialmente e subsuperficialmente. Vai para o mar, 
alimentando rios, canais e lençóis freáticos, sendo absorvida pelo solo, pelas plantas 
e pelos animais, evaporando e sendo transpirada retornando a atmosfera e dando 
início ao ciclo novamente. 
 Estudos Ambientais 
35 
 
. 
O ciclo do Carbono 
 
Os compostos orgânicos são formados fundamentalmente por carbono. O ciclo 
do carbono é de extrema importância para o nosso estudo porque todos os 
organismos são formados por substâncias orgânicas. Por exemplo, o corpo humano 
é constituído de 15 a 16% de proteínas e 14% de gorduras, um total de 30% de 
substâncias orgânicas. 
A fonte de carbono para os seres vivos é o CO2 atmosférico ou aquele dissolvido 
na água. Ao absorverem o carbono as plantas fazem a fotossíntese e produzem 
alimento orgânico, que é incorporado pelos herbívoros e destes é transferido para os 
consumidores que compõem a comunidade e que estão presentes nos diversos 
níveis tróficos (cadeias e teias alimentares). O carbono retorna ao ciclo através da 
respiração dos seres vivos e também através da ação dos decompositores de 
degradam a matéria orgânica. 
 Estudos Ambientais 
36 
 
O ciclo do Oxigênio 
 
A importância do ciclo do oxigênio se refere, primordialmente, aos processos 
energéticos nos seres vivos. Na respiração ele é o elemento comburente. O oxigênio 
está presente na atmosfera em uma proporção de 21%. Os vegetais fixam 
diretamente o oxigênio da atmosfera através dos estômatos, assim como os animais 
que também têm essa capacidade através do processo de respiração... 
 
Ciclo do Nitrogênio 
 
O nitrogênio é de suma importância para os seres vivos pois ele á fundamental 
na formação de proteínas. Um ser humano, por exemplo, tem aproximadamente 
16% de proteínas. 
O ar atmosférico é composto por 79% de nitrogênio, entretanto, apesar dessa 
abundância, os organismos vivos não conseguem fixá-lo. Os vegetais o fazem a partir 
da associação com certas bactérias que vivem na água e no solo, através de certas 
algas azuis e do húmus, pois quando o produtor ou o consumidor morre, o 
nitrogênio passa a fazer parte deste. O animal, ao consumir o vegetal, apropria-se do 
nitrogênio, que depois passa para todos os outros níveis tróficos pela nutrição. 
 
 Estudos Ambientais 
37 
 
Ciclo do Fósforo 
 
A importância do fósforo para a vida está relacionada á formação de ossos e 
dentes e a composição de ácidos nucléicos, do ATP, do DNA, RNA, enzimas e dos 
fosfolipídios. Ele chega a cadeia alimentar pelos vegetais que absorvem os íons de 
fosfato que os utilizam para as suas sínteses. Esse elemento é, então, absorvido pelos 
consumidores, sendo transferido para todos os níveis da cadeia alimentar. O fósforo 
será reincorporado ao ambiente pela morte dos seres vivos ou através de processos 
de excreção. 
Os agentes externos relacionados aos processos de intemperismo, ao desgastar 
as rochas adicionam, também, aos ecossistemas os fosfatos presentes na natureza. 
Tais fosfatos serão incorporados a ambientes marinhos e terrestres contribuindo 
para a manutenção e dinamismo do ciclo. 
 
 Estudos Ambientais 
38 
 
Sucessão Ecológica 
 
A sucessão ecológica é um fenômeno que 
evidencia a grande interação que existe entre os 
fatores bióticos e abióticos. Ela se caracteriza pela 
sucessão de comunidades em uma determinada 
área, onde a comunidade inicial recebe o nome de 
pioneira e a final, clímax. As comunidades que vêm 
antes preparam, juntamentecom os fatores físicos, 
o ambiente para aquelas que as sucederão, onde, cada uma delas apresenta um nível 
de complexidade maior. As populações pioneiras são representadas pelos líquens 
que liberam substâncias que juntamente com os agentes do intemperismo*, 
corroem, desagregam as rochas, permitindo a formação do primeiro horizonte do 
solo que possibilitará a fixação de novas comunidades e assim sucessivamente, até 
atingir a comunidade clímax em equilíbrio com o ambiente. 
Entende-se por sucessão primária aquela que ocorre num meio que jamais foi 
ocupado por alguma comunidade, como por exemplo, a superfície de uma rocha. 
Nela atuam os organismos denominados de pioneiros. Já a sucessão secundária 
começa em um meio que já foi habitado por alguma comunidade, mas que esta foi 
removida por algum fenômeno de ordem natural ou humana como queimadas ou 
processos erosivos. 
Intemperismo: “conjunto de processos 
mecânicos, químicos e biológicos que ocasionam 
a desintegração e decomposição das rochas”. 
Guerra e Guerra, 2003, p.354 
 Estudos Ambientais 
39 
 
Observe, atentamente, o esquema abaixo que demonstra o processo de 
sucessão ecológica em um ambiente lacustre. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja agora, o processo de sucessão ecologia em ambientes terrestres. É possível 
notar também a formação do solo. 
 Estudos Ambientais 
40 
 
A Biosfera 
 
De uma maneira geral, a análise dos ecossistemas aponta para uma forma de 
organização explicitada da seguinte forma: a Biosfera que é a camada da Terra 
composta por todos os seres vivos e pode ser dividida em Biociclos. Os biociclos, por 
sua vez, são divididos em Biociclo Terrestre ou Epinociclo (terras emersas), Biociclo 
Dulcícola ou Limnociclo (biociclo das águas doces) e o Biociclo Marinho ou 
Talassociclo. 
A Biocora é cada subdivisão dos biociclos que se destaca por apresentar 
características próprias, que a identifica, especificamente, como é o caso das 
florestas, por exemplo. Além disso, cada Biocora também pode ser subdividida. É o 
que chamamos de Bioma. Os Biomas se destacam por apresentarem um tipo de 
vegetação característica. Os principais Biomas do planeta são: Floresta Pluvial 
Tropical, Floresta Decídua Temperada, Taiga (Floresta de Coníferas), Tundra, Campos 
e Desertos. Certos Biomas apresentam características e peculiaridades que os 
identificam e que podem gerar subdivisões, como é o caso das florestas tropicais, 
dos campos e dos desertos. 
No caso do Brasil, os principais Biomas são: Floresta Amazônica, Caatinga, 
Campos Cerrados, Mata Atlântica, Pampas e Pantanal. 
Caro aluno, vamos agora analisar cada um dos biociclos especificamente. A 
compreensão dos diversos ecossistemas, seja terrestre sejam aquáticos, passa pela 
observação de suas características e pela forma como são influenciados por 
condições impostas pelos fatores físicos ou abióticos. 
 Estudos Ambientais 
41 
 
Biociclo Terrestre ou Epinociclo 
 
O biociclo terrestre é caracterizado por apresentar uma gama diversificada de 
biomas. Tal diversificação é resultado das diversas condições ambientais que são 
determinadas por elementos de ordem física e climática. Dentre os quais podemos 
citar: temperatura, umidade, ventos, pluviosidade, solo, luminosidade ou energia 
radiante, etc. Dentre estes, podemos considerar como um dos mais importantes a 
energia radiante recebida, que é influenciada pela inclinação do eixo da Terra. Tal 
inclinação vai determinar o ângulo de incidência dos raios solares. Obviamente, é um 
fator extremamente importante no desenvolvimento dos organismos produtores e 
consequentemente de todo o ecossistema. 
Outro aspecto importante é a quantidade de 
atmosfera que será atravessada pela radiação solar. O 
aproveitamento dessa energia será maior, quanto 
menor for a espessura da atmosfera dentro de 
padrões ambientais, obviamente. Sendo assim, a 
latitude*, é um dos fatores climáticos mais 
importantes na configuração dos ecossistemas. 
Outros fatores climáticos que influenciam na formação dos ecossistemas são: a 
continentalidade e a maritimidade, a altitude, as massas de ar, as correntes marinhas 
e a topografia. Esses fatores são os responsáveis pelos elementos citados 
anteriormente e que vão determinar as características dos ecossistemas. 
Os principais Biomas Terrestres são: 
 Tundra 
 Taiga 
 Floresta Temperada 
 Floresta Tropical (Pluvial) 
 Campos 
 Desertos 
*Latitude é a distância, em graus, 
de um ponto qualquer da superfície 
da Terra em relação à linha do 
Equador. 
 Estudos Ambientais 
42 
 
Importante 
 
 Caro aluno, pesquise sobre cada um desses biomas e identifique quais os 
fatores climáticos que influenciaram nas suas características, bem como da 
localização de cada um deles no planeta. Você pode consultar os sites abaixo para 
saber mais. 
www.projetobiomas.com.br www.ibge.gov.br/home 
Sendo assim, a cobertura vegetal, que se desenvolverá em um determinado 
local em função desses fatores citados, permitirá, por sua vez, a fixação e 
desenvolvimento de comunidades animais. 
 
Biociclo Dulcícola ou Limnociclo 
 
Este biociclo se refere a vida que se desenvolve na água doce. Estes ambientes 
são caracterizados por apresentarem menores profundidades médias (em relação 
aos oceanos), com temperatura muito variável, além da baixa salinidade e menor 
penetração de luz... De todos os biociclos, ele é o menor. 
As águas continentais podem ser classificadas de duas maneiras: as lóticas e as 
lênticas. As águas lóticas, ou correntes, são aquelas que compreendem os rios, os 
riachos e os córregos. 
 Estudos Ambientais 
43 
 
O curso de um rio ou córrego é dividido em três seções: alto curso ou nascente, 
médio curso e baixo curso ou foz. A nascente, no alto curso, se caracteriza por 
apresentar a água mais fria e oxigenada, contudo, a turbulência promove a ausência 
do plâncton. Alguns produtores (vegetais) prendem-se ao fundo. Os consumidores 
são em pouca quantidade, pois a oferta de alimento também é pequena, o que 
impõe um ambiente limitado a poucas espécies e condicionado a flutuações. 
No curso médio as condições ambientais mudam de maneira significativa. O 
leito é invariavelmente mais largo e devido à menor velocidade da correnteza ocorre 
uma maior deposição de compostos orgânicos e inorgânicos. A água por ser mais 
quente e iluminada favorece a fotossíntese, promovendo o desenvolvimento dos 
fitoplânctons. Ocorre também uma interação bastante dinâmica como meio terrestre 
permitindo a presença de uma fauna abundante em cobras, sapos e capivaras, por 
exemplo. É a parte do rio mais rica em vida, com a presença abundante de 
produtores e consumidores. 
Chamamos de foz ou desembocadura onde um rio deposita suas águas, que 
pode ser em outro rio, num lago ou no mar. É a parte que denominamos de baixo 
curso. Nessa região a velocidade do rio diminui muito e suas águas são, 
normalmente, lodosas, permitindo que pouca luz penetre. Tal fato limita a 
população de fitoplânctons. Por outro lado, a população de consumidores é grande 
e variada. O número de animais necrófagos* é 
grande, pois estes se alimentam dos cadáveres dos 
animais trazidos pela correnteza. Os rios tropicais 
também são caracterizados pela presença de 
predadores como o crocodilo, por exemplo. 
Os ambientes de águas lênticas, também chamados de águas dormentes, são 
representados pelos lagos, lagoas, pântanos e charcos. Se caracterizam por 
apresentarem águas paradas ou com pouca movimentação, na maioria dos casos. 
Como em qualquer ambiente aquático a produção de matéria orgânica ocorre 
através da fotossíntese. Assim, nesses ambientes, desenvolve-se a vegetação 
herbácea, a arbustiva e a flutuante, como os aguapés e taboas. Também muitos 
animais frequentam esse ambiente, como insetos, aves e inúmeros mamíferos. 
Necrófagos; animais que se alimentam 
de cadáveres deoutros animais. 
 Estudos Ambientais 
44 
 
No fundo lodoso dos lagos encontram-se bactérias e fungos. decompositores 
que atuam sobre os organismos mortos promovendo a reciclagem da matéria no 
ambiente. 
 
Biociclo Marinho ou Talassociclo. 
 
O biociclo marinho ou talassociclo é o maior dos biociclos. Abrange 
aproximadamente ¾ ou 72% da biosfera, com salinidade média em torno de 35 
gramas por litro, sendo o cloreto de sódio (NaCl) o mais abundante. O Ambiente 
marinho se caracteriza por apresentar condições climáticas bem mais constantes que 
o biociclo terrestre e se destaca pela abundância de vida, seja ela vegetal ou animal. 
O talassociclo é dividido em três zonas de iluminação que influenciam de 
maneira muito significativa a distribuição das comunidades nesse ambiente. São 
elas: a Zona Eufótica, com luminosidade até 100 metros de profundidade. A Zona 
disfótica, que apresenta luz difusa entre 100 e 300 metros de profundidade e a Zona 
Afótica, abaixo dos 300 metros de profundidade onde a luz não penetra. Outros 
aspectos de ordem abiótica também são muito importantes como a salinidade e a 
temperatura. 
 Estudos Ambientais 
45 
 
No que se refere aos seres vivos marinhos podemos distingui-los em três 
grupos: os bentos ou organismos bentônicos, os plânctons e os néctons. 
Os bentos se caracterizam por serem encontrados fixados no fundo (bentos 
sésseis) ou móveis (bentos vagantes), pois esses têm a propriedade de se deslocarem 
sobre o fundo. Como exemplos de bentos sésseis temos algumas algas e plantas 
superiores. Já os bentos vagantes são representados por crustáceos e alguns peixes. 
Os seres planctônicos são aqueles que se caracterizam por se deixarem levar 
pelas correntes marinhas, mesmo sendo dotados de órgãos locomotores. Podem ser 
classificados em fitoplânctons, que são os vegetais como as algas Diatomáceas, por 
exemplo, ou zooplânctons, animais como os protozoários radiolários. Estes 
organismos são extremamente importantes nas cadeias e teias alimentares que se 
estabelecem em ambientes marinhos. 
Existem outras classificações como os holoplanctônicos, que vivem a vida inteira 
como plânctons (muitos protozoários), meroplanctônicos, que se identificam como 
plânctons apenas nas formas iniciais de vida (ovos de peixes e larvas de esponjas) e 
os epiplanctônicos, que vivem fixos em objetos flutuantes. 
Diferentemente os seres nectônicos são aqueles que têm a propriedade de se 
deslocarem ativamente nos oceanos e mares (massa líquida). Nesta classificação 
estão incluídos os peixes, os mamíferos marinhos, as medusas, as tartarugas, os 
polvos, etc. O ambiente marinho é riquíssimo em organismos nectônicos. 
 Estudos Ambientais 
46 
 
Caro aluno, temos visto, até agora, os principais conceitos e fenômenos em 
Ecologia. A intenção é que você possa se apropriar de conteúdos que são 
fundamentais na sua formação, pois a engenharia é uma atividade que proporciona 
grandes alterações no espaço. Alterações estas que invariavelmente influenciam de 
maneira muito significativa o meio ambiente. Daí a importância de você conhecer e 
dominar os conteúdos básicos em Ecologia. Sendo assim, alguns conceitos ainda se 
fazem importantes. Vamos a eles: 
Biota: são todos os componentes bióticos (vivos) de um ecossistema, ou seja, é 
o conjunto de todas as espécies de animais e plantas que vivem em um 
determinado espaço. 
Biótopo: “É o espaço ocupado pela biocenose. O biótopo é uma área geográfica 
de superfície e volume variáveis, submetida a condições cujas dominantes são 
homogêneas” (Peres, 1961 apud Fundação Estadual de Engenharia do Meio 
Ambiente, 1990, p.44). 
Biocenose: “É um conjunto de populações animais ou vegetais, ou de ambos 
que vivem em determinado local. Constitui a parte de organismos vivos de um 
ecossistema” (Carvalho, 1981 apud Fundação Estadual de Engenharia do Meio 
Ambiente, 1990, p.41). 
Ecótono: podemos entender ecótono como a zona de transição entre dois 
ecossistemas, ou seja, os limites entre os ecossistemas nunca são rígidos, sendo 
assim, existem espécies características de ambos ou apenas do ecótono. 
Caro aluno, chegamos ao fim da primeira unidade. Tenho certeza que os 
estudos realizados até agora serão de grande valia para sua formação no que se 
refere a compreensão dos principais conceitos e fenômenos relacionados ao meio 
ambiente. 
É hora de se avaliar! 
Não se esqueça de realizar as tarefas referentes a esta unidade. Os 
exercícios propostos contribuirão para a fixação dos conteúdos e a uma 
melhor compreensão dos diversos fenômenos de caráter ambiental estudados. 
Procure, também, sempre interagir com seu tutor, enviando dúvidas ou comentários 
sobre os conteúdos estudados ou as atividades realizadas. 
 Estudos Ambientais 
47 
 
Exercícios – Unidade 1 
 
1- Assinale a alternativa que melhor define o termo Ecologia: 
a) é a ciência que tem por objetivo o estudo das relações dos seres vivos entre 
si e destes com o ambiente em que vivem. 
b) é a ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si. 
c) é a ciência que estuda as interações do homem com o meio ambiente 
desde que este seja natural. 
d) é a ciência que tem por objetivo o estudo das relações entre os seres vivos 
e o ambiente, não incluindo, nesse processo o homem. 
e) é a ciência que estuda apenas as relações harmônicas entre os seres vivos e 
o ambiente em que estão inseridos. 
 
2- Analise as afirmativas a seguir: 
I - O Bioma se caracteriza por ser um grande biossistema regional ou mesmo 
subcontinental. 
II - As populações podem ser definidas como sendo grupos de indivíduos, de uma 
mesma espécie, que vivem num determinado lugar, ao mesmo tempo e que 
interagem de maneira significativa entre si e com o meio em que habitam. 
III - O Ecossistema é a unidade funcional básica da Ecologia. Nele se estabelecem as 
diversas relações entre as espécies e o ambiente físico. 
IV – Nicho Ecológico é o lugar onde um organismo vive. 
Estão corretas as alternativas: 
a) somente a I e a II. 
b) somente a II e a III. 
c) somente a III e a IV. 
d) somente a I a II e a III. 
e) somente a II a III e a IV. 
 Estudos Ambientais 
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3- ”Alimentam-se de cadáveres em decomposição. Por isso são classificados como 
um tipo especial de consumidores. Estes organismos produzem substâncias 
inorgânicas de grande valia para a reciclagem da matéria na natureza. São 
representados por bactérias e fungos e são chamados também de sapróvoros”. 
A afirmativa acima se refere: 
a) aos produtores. 
b) aos consumidores primários. 
c) aos decompositores. 
d) aos consumidores de terceira ordem. 
e) aos seres autotróficos. 
 
4- “É caracterizada como sendo uma associação em que um grande número de 
indivíduos de uma mesma espécie vivem juntos. Quando um indivíduo é separado 
do grupo ele morre, evidenciando a necessidade de viverem sempre juntos”. 
A afirmativa acima caracteriza que tipo de relação harmônica? 
a) Colônia, como no caso dos corais. 
b) Sociedade, como a dos cupins e das abelhas. 
c) Comensalismo, como o que ocorre entre a rêmora e o tubarão. 
d) Mutualismo, exemplificado no caso da Anêmona do mar e do Caranguejo 
Bernardo -Eremita (paguro). 
e) Epifitismo, evidenciado no caso das bromélias nas árvores. 
 Estudos Ambientais 
49 
 
5_ Assinale a alternativa que melhor caracteriza a relação desarmônica entre os seres 
vivos classificada como predatismo. 
a) neste tipo de relação uma espécie denominada inibidora impede o 
desenvolvimento e o crescimento de outra. Por exemplo, algumas algas 
marinhas planctônicas liberam substâncias tóxicas capazes de eliminar 
outros organismos no seu entorno. 
b) é o tipo de relação desarmônica onde um indivíduo devora outro indivíduo 
da mesma espécie. 
c) é evidenciado através do fenômeno em que uma espécie captura a outra 
ainda jovem para que esta lhe seja uma operária, ou seja, que atue como 
uma auxiliar.d) duas populações competem por um recurso importante no meio em que 
estão inseridos, como a luz, espaço, alimento etc. 
e) nessa relação, uma espécie se beneficia e a outra é prejudicada. Um 
indivíduo age de forma a destruir totalmente o outro. Invariavelmente, é 
uma relação de caráter alimentar. 
 
6- “São uma forma de representação do fluxo de energia num ecossistema. Tal 
observação é de extrema relevância, pois evidencia o dinamismo energético nos 
ecossistemas apontando para uma situação de equilíbrio ou não entre as 
comunidades nos seus processos interativos, base fundamental para o seu 
desenvolvimento e sustentabilidade”. 
A afirmativa acima se refere, especificamente: 
a) cadeia alimentar. 
b) teia alimentar. 
c) ciclo biogeoquímicos. 
d) pirâmides ecológicas. 
e) sucessão ecológica. 
 Estudos Ambientais 
50 
 
7- Analise as alternativas abaixo e assinale V (verdadeiro) ou F (falso) 
I – (...) A sucessão ecológica é um fenômeno que evidencia a grande interação que 
existe entre os fatores bióticos e abióticos. 
II – (...) A ação dos agentes externos na natureza que promovem a decomposição 
das rochas chamamos de intemperismo. 
III - Necrófagos; animais que se alimentam de cadáveres de outros animais. 
IV – (...) Os ambientes de águas lênticas também chamados de águas dormentes são 
representados pelos lagos, lagoas, pântanos e charcos. 
A sequência correta é: 
a) F V V V. 
b) V V V V. 
c) F V F V. 
d) V V F F. 
e) F F V F. 
 
8-“São aqueles que têm a propriedade de se deslocarem ativamente nos oceanos e 
mares (massa líquida). Nesta classificação estão incluídos os peixes, os mamíferos 
marinhos, as medusas, as tartarugas, os polvos, etc. O ambiente marinho é riquíssimo 
nesse tipo de organismos.”. 
A afirmativa acima se refere: 
a) aos bentos sésseis. 
b) aos bentos vagantes. 
c) aos nectons. 
d) aos plânctons. 
e) aos epiplanctos. 
 Estudos Ambientais 
51 
 
9- Explique o processo de Sucessão Ecológica enfatizando os fatores de ordem física 
e biológica que interagem neste processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10- No estabelecimento dos diversos ecossistemas, um dos aspectos mais 
importantes é aquele ligado às cadeias e teias alimentares. Sendo assim, explique o 
que vem a ser cadeia e teia alimentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Estudos Ambientais 
52 
 
 
 
 
 
 
 Estudos Ambientais 
53 
 
 
Sociedade X Natureza: os 
fatores antrópicos como 
propulsores das alterações 
ambientais globais. 
O crescimento populacional 
Padrões de crescimento populacional no Brasil 
O ambiente rural-agrícola e o crescimento populacional 
O ambiente urbano-industrial e o crescimento populacional 
O crescimento econômico 
 
2 
 
 Estudos Ambientais 
54 
 
Caro aluno, começaremos agora nossos estudos da unidade II. Essa unidade 
analisa os aspectos conceituais que servem de propulsores para as alterações de 
caráter ambiental que serão estudados, mais especificamente, na unidade III. Sendo 
assim, é importante estarmos atentos aos elementos que compõem os fatores 
motivacionais de nossa sociedade no que se refere ao crescimento populacional e 
econômico, pois estes, direta ou indiretamente alteram o meio ambiente, 
impactando os ecossistemas e interferindo na qualidade de vida do homem. Vamos 
lá então! 
 
Objetivos da Unidade 
 
 Compreender os aspectos conceituais relativos ao crescimento 
populacional e econômico e suas repercussões sobre o meio 
ambiente. 
 Analisar os elementos motivacionais do crescimento populacional e 
econômico e sua relação com a natureza. 
 Analisar os padrões de crescimento populacional no mundo e no 
Brasil. 
 
Plano da Unidade 
 
O crescimento populacional 
Padrões de crescimento populacional no Brasil 
O ambiente rural-agrícola e o crescimento populacional 
O ambiente urbano-industrial e o crescimento populacional 
O crescimento econômico 
 Estudos Ambientais 
55 
 
Prezado aluno, começaremos agora mais uma unidade do nosso estudo. Espero 
que você tenha se apropriado de maneira bastante produtiva dos conteúdos 
ministrados na unidade anterior, pois eles serão sempre de grande valia para o 
entendimento dos diversos fenômenos que estudaremos no decorrer do nosso 
curso. Nesta unidade analisaremos a ação do homem como elemento propulsor das 
diversas alterações de caráter ambiental presentes em nossos dias. Tais alterações 
podem ter dimensões locais ou globais, mas invariavelmente, sempre causam danos 
ao homem com perdas ambientais, sociais e econômicas. 
As atividades humanas sejam elas na 
antroposfera* ou em outros ambientes (como os 
ecossistemas, por exemplo), sempre, têm promovido 
alterações no espaço. Tais alterações, na prática, 
estão diretamente ou indiretamente relacionadas aos 
impactos no ambiente global. Os diversos fatores 
presentes nesse processo são de ordem política, 
econômica, social, tecnológica ou cultural. O homem 
tem, através da história, se apropriado dos recursos 
naturais para atender as suas necessidades. O espaço 
é transformado, construído e reconstruído com o objetivo de atender a certa 
demanda de recursos baseada em valores de ordem social e econômica. Isso, em 
muitos casos, despreza o meio ambiente relegando-o ao segundo plano, não o 
colocando como prioridade, apenas considerando-o como um fornecedor de 
recursos naturais com o papel de promover a sustentabilidade de uma sociedade 
cada vez mais consumista. 
 
* A antroposfera é a parte da biosfera 
que inclui o habitat humano, bem como 
todas as suas atividades e interações. A 
antroposfera reflete uma forma de 
ocupação humana do espaço e a 
apropriação dos recursos naturais. Ela 
evidencia a transformação da paisagem 
natural em paisagem humanizada 
 Estudos Ambientais 
56 
 
O crescimento populacional 
 
Podemos considerar que o crescimento populacional é um dos fatores mais 
importantes para a atual crise ambiental, pois ele é o responsável pelo aumento da 
demanda de energia, espaço e infraestrutura. A população mundial cresce a uma 
taxa de 1,7% ao ano. As perspectivas de estabilização estão previstas para o ano de 
2.100 com uma população constante de 10,2 bilhões de habitantes. Com base nesta 
projeção, fica claro a necessidade de prover recursos naturais para atender a essa 
gigantesca demanda e também promover a absorção dos resíduos gerados por essa 
população. 
 
 
 As diferenças de caráter socioeconômico, tecnológico e cultural entre as 
sociedades, que podem apresentar níveis diferenciados de desenvolvimento, são 
fatores importantes no condicionamento dos níveis de exigência sobre o 
crescimento populacional. Segundo o Conselho Nacional de Pesquisa dos EUA (NCR, 
1993 apud Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, Subprojeto de 
Educação Ambiental, Módulo 2 p.9, 2000) um indivíduo de classe média norte-
 Estudos Ambientais 
57 
americano consumiria 35 vezes mais energia do que um cidadão indiano e também 
considerado de classe média em sua sociedade. 
 
A partir de uma perspectiva ecológica, uma população de uma espécie 
qualquer, está na dependência da quantidade de alimento disponível. Mas, 
conceitualmente, o que é população? Segundo PINTO-COELHO (2002), população “é 
qualquer grupo de organismos da mesma espécie ocupando um espaço particular em 
um tempo determinado”. Ora, as populações humanas, ao ocuparem e transformarem 
o espaço através da história, impõem ao ambiente uma demanda por recursos 
capazes de garantir sua sustentabilidade. 
 Estudos Ambientais 
58 
O aumento da população humana está relacionado à maior longevidade e a 
uma elevada taxa de crescimento vegetativo, fruto de melhorias nas condições 
médico-sanitárias conquistadas pelo homem, mesmo que, dentro de uma 
perspectiva mais humanitária, tais melhorias não estejam disponíveis para todos. 
Diante do exposto, podemos considerar que a pressãoexercida sobre o 
ambiente em função do crescimento populacional está relacionada a alguns 
aspectos extremamente relevantes. São eles: o modo de produção industrial e 
agrícola, o padrão empregado na produção de bens e serviços, os recursos 
disponíveis e as políticas nacionais de desenvolvimento econômico e gestão 
ambiental. 
Observa-se, em nossos dias, a intensificação de um processo de humanização 
das paisagens naturais, promovendo impactos de caráter ambiental a partir dos 
objetos sociais construídos pelo homem. Tais objetos têm a finalidade de atender a 
determinados fins que estão explicitados na obtenção do lucro e na acumulação de 
riqueza, base do capitalismo. 
Entendem-se como objetos sociais os espaços de circulação, de trabalho e de 
moradia, construídos e articulados no sentido de tornarem cada vez mais eficientes 
os sistemas produtivos. A observação desses elementos evidencia o papel da 
engenharia, ciência que tem promovido, através da história, importantes alterações 
espaciais, transformando aquilo que conhecemos como paisagem natural em 
paisagem humanizada, conforme o que foi exposto anteriormente em nosso estudo. 
As construções humanas promovem 
alterações na dinâmica da natureza, que se 
expressam, de certo modo, como fenômenos 
sociais. As cidades alteram o clima, o relevo, a 
hidrografia e a fauna. Os desmoronamentos de 
encostas, os assoreamentos* de rios e canais, as 
enchentes, fenômenos tão comuns em nossos 
dias são desencadeados ou acelerados pela ação 
do antrópica. 
*Assoreamento é a diminuição da 
capacidade de vazão de um rio pelo acúmulo 
de lixo, entulho ou sedimentos no seu leito. 
Trata-se de um dos mais importantes 
impactos ambientais, pois compromete a 
biodiversidade tanto aquática quanto 
terrestre, além de promover enchentes. 
 Estudos Ambientais 
59 
 
Padrões de crescimento populacional no Brasil 
 
Caro aluno, consideraremos agora alguns elementos que caracterizam a 
população brasileira. Mesmo não nos aprofundando muito, a análise de algumas 
características da população brasileira é muito importante, pois a compreensão das 
ações antrópicas sobre o meio ambiente é, também, dentre outros fatores, fruto do 
crescimento populacional. 
O Brasil, de maneira geral, não impõe grandes dificuldades à ocupação 
populacional (clima, relevo, áreas desérticas, etc), contudo, sua ocupação ocorre de 
maneira bastante irregular. A região litorânea é a que apresenta maior ocupação 
populacional. Tal fato é resultado da condição do Brasil de ex-colônia (aspecto 
histórico) e, em nossos dias, é fruto da concentração das principais atividades 
econômicas, como a agricultura e a indústria nessa região. A indústria, 
especialmente, promove intenso processo de urbanização no litoral do país. Por 
outro lado, o interior é fracamente povoado. 
As principais metrópoles do país são: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, 
Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza e Belém, todas no litoral, fruto dos fatores 
mencionados anteriormente. Em 2000, as regiões metropolitanas concentravam 40% 
da população. As regiões Nordeste, Sul e Sudeste ocupam 36% do território e 
possuem 86% da população do país, enquanto o Norte e o Centro-Oeste 
caracterizam–se por serem imensos vazios demográficos. 
No que se refere ao ritmo de crescimento populacional, verificou-se nos últimos 
120 anos um crescimento populacional muito rápido. De 1872 a 2000 a população 
brasileira passou de 10 milhões para 169 milhões. Um aumento de quase 17 vezes 
em menos de 130 anos. Em uma análise mais recente, percebemos que em 5 
décadas, de 1950 a 2000 a população triplicou. Num acréscimo de 117,5 milhões de 
pessoas, a população brasileira passou de 52 milhões para 169,5 milhões de 
habitantes. Verificou-se no período de 1900 a 2000 o maior crescimento 
populacional do mundo: 874%. 
 Estudos Ambientais 
60 
 
O crescimento populacional, seja ele em que região do planeta for, está 
condicionado a dois fatores: o crescimento natural, ou vegetativo e as migrações 
externas. O Brasil conheceu em 1930 um crescimento populacional influenciado 
grandemente pela imigração e após esse período pelo crescimento vegetativo. 
 
 
A fase de crescimento lento da população brasileira foi verificada de 1872 a 
1940. Mesmo com elevadas taxas de natalidade, fruto da ausência de práticas 
anticoncepcionais, a população apresentava um ritmo de crescimento lento em 
função da elevada taxa de mortalidade da população, principalmente no meio rural, 
em função das precárias condições médico-hospitalares e higiênico-sanitárias. 
Atualmente, o perfil demográfico atual da população brasileira caracteriza-se 
por apresentar um crescimento de 1,4%, com uma expectativa de vida que passou 
de 66 anos em 1991 para 68,6 em 2000. Na divisão por sexos, a expectativa de vida 
para homens é de 64,8 a para as mulheres 72,6. Segundo o IBGE, a população 
brasileira em nossos dias é de 190.732.694 pessoas. 
 Estudos Ambientais 
61 
 
 
 
O ambiente rural-agrícola e o crescimento populacional 
 
A atividade agrícola se caracteriza por ser uma tentativa generalizada de 
controle do ambiente pelo ser humano. Ela evidencia a manipulação dos 
ecossistemas com o objetivo de produzir gêneros alimentícios e matéria-prima para 
atender as necessidades de uma população que cresce, historicamente, em ritmo 
acelerado. Quanto maior o nível de sofisticação da prática agrícola e pecuária, maior 
a deformação dos ecossistemas naturais por ela impactados e maiores também a 
proporção do fluxo de energia para o ser humano. As estimativas apontam para um 
total de apenas 12% da superfície terrestre em condições ideais para a prática 
agrícola. A partir dessa observação nota-se a pressão que o crescimento demográfico 
coloca sobre os ambientes naturais. Nesse sentido, os impactos causados pela 
agricultura caracterizam-se por apresentarem dois aspectos importantes: o grau de 
alteração provocado por ela no solo e na vegetação original e a área em que se dá a 
alteração. Estudos realizados sobre o impacto da agricultura sobre o ambiente 
apontam para efeitos diretos relacionados da seguinte maneira: 
 Transforma o equilíbrio solo-vegetação; 
 Reduz a maturidade do ecossistema. 
 Contamina solo, águas superficiais e subterrâneas com agrotóxicos; 
 Estudos Ambientais 
62 
 Reduz a variedade de espécies animais e vegetais; 
 Reduz a variedade dos tipos de solo; 
 Reduz a produtividade da terra (produção de biomassa primária). 
 Provoca enchentes pelo assoreamento de rios e canais em função do 
escoamento superficial em áreas desmatadas. 
 
A agricultura é uma prática que exige aplicação, pelo homem, de energia 
externa ao ecossistema maior que as outras com o intuito de aumentar a 
produtividade. O homem cria um ambiente frágil, em que é necessária aplicação de 
inúmeros compostos químicos e orgânicos para sua manutenção e produtividade. 
Compostos estes, como os agrotóxicos, que invariavelmente trarão impactos sobre 
os ambientes, às vezes de grandes proporções e irreversíveis. 
Sendo assim, percebemos que o crescimento populacional se coloca como um 
fator com grande relevância no que se refere à produção agropecuária, pois esta 
prática tem por objetivo atender a uma demanda de produtos cada vez mais 
sofisticados e de proporções maiores no mercado mundial. 
 
O ambiente urbano-industrial e o crescimento populacional 
 
O ambiente urbano-industrial representa a mais profunda modificação humana 
da superfície terrestre, da atmosfera e dos ecossistemas. Os impactos urbanos se 
caracterizam por serem intensivos, podendo ser localizados ou terem seus efeitos 
conhecidos muito além dos limites urbanos. 
As cidades se caracterizam pelas suas alterações ambientais diretas, no sentido 
em que promovem alterações hidrológicas, climáticas, de relevo, interferindo na 
dinâmica dos ecossistemas e, por consequência afetandoo homem. Ou seja, não é 
apenas a paisagem de concreto, mas toda uma gama de impactos diretos e indiretos 
no qual se propagam por áreas muito maiores que aquelas que caracterizam o fato 
urbano. 
 Estudos Ambientais 
63 
A intensidade das mudanças promovidas pelas cidades está relacionada à área 
edificada e a extensão da industrialização. As áreas urbanas horizontais e com 
espaços verdes promovem uma menor alteração ambiental e têm seus impactos 
minimizados se comparadas com aquelas que se caracterizam por serem compactas 
e horizontais. A história da transformação do espaço está relacionada de maneira 
muito intensa ao desenvolvimento da produção. O que chamamos de paisagem 
humanizada em nossos dias é resultado de processos históricos construídos em 
diferentes tempos e que refletem o desenvolvimento tecnológico alcançado pelo 
homem nos últimos séculos. 
O espaço geoeconômico é o espaço da produção, seja ela industrial, agrícola, da 
pecuária ou do extrativismo. É o espaço da troca. Das relações comerciais. Nele se 
processa a circulação de riquezas e o consumo. O advento da industrialização 
promoveu o desenvolvimento das cidades que receberam novos equipamentos e 
que se transformaram em centros polarizadores das atividades econômicas e de 
atração populacional, intensificando o processo de urbanização mundial. Sendo 
assim, os impactos ambientais presentes nos ambientes urbanos - indústrias são 
extremamente significativos não apenas pela sua gravidade, mas também por serem, 
em muitos casos, de grandes proporções, ocorrendo em áreas que, invariavelmente, 
apresentam uma população numerosa, com densidade demográfica muito superior 
as áreas rurais. 
 
Caro aluno, os impactos ambientais gerados pelas atividades antrópicas em 
ambientes urbanos e rurais serão o objeto de estudo da nossa próxima unidade. Para 
saber mais sobre o tema espaços urbano-industriais consulte os seguintes sites sobre 
Revolução Industrial: 
www.historiadomundo.com.br e culturabrasil.org/revolucaoindustrial.htm . 
 
Como bibliografia complementar recomendo: Da Revolução Industrial Inglesa 
ao Imperialismo - Eric Hobsbawm. Ed. Forense Universitária. 
Vamos continuar nossos estudos? 
 Estudos Ambientais 
64 
 
O crescimento econômico 
 
O crescimento econômico é um fator de grande importância no que se refere à 
análise dos diversos problemas de caráter ambiental presentes em nossos dias. Ele 
aumenta a pressão sobre o meio ambiente no momento em que o incremento das 
atividades produtivas, seja agrícola sejam industriais, promovem uma elevação do 
nível de exploração dos recursos naturais renováveis* e não renováveis*. Neste 
contexto, aumenta, concomitantemente, a demanda por energia, serviços e bens de 
consumo per capita. Sendo assim, no que se refere ao desenvolvimento social, 
entende-se que esse crescimento promove uma “melhoria na qualidade de vida” dos 
indivíduos, contudo, o que temos é uma sociedade pautada no binômio produção-
consumo, cuja base de sustentabilidade desse sistema é o avanço tecnológico e a 
exploração dos recursos naturais. Tal concepção aponta para dois conceitos 
importantes e que permeiam, comumente, os debates voltados para as questões 
relativas ao meio ambiente. É o presevacionismo, que defende a ideia de que os 
ambientes naturais devem permanecer intactos, pois eles expressam o mundo 
natural em seu estado 
mais primitivo, e o 
conservacionismo, que 
aceita a intervenção do 
homem, contudo, este 
deve sempre procurar 
minimizar os impactos 
no ambiente, não 
colocando em risco a 
geração atual nem as 
futuras. 
Renováveis: são aqueles que podem ser repostos ou 
reproduzidos. Essa reprodução se dá através da natureza ou pela 
ação do homem, contudo a extração exagerada pode levar ao 
esgotamento. Sua ocorrência permanente é garantida quando a 
exploração ocorre em ritmo menor que a exploração. 
Não renováveis: não podem ser repostos pela ação da natureza 
ou do homem. A extração ocorre em um ritmo superior a sua 
reposição. O petróleo e o carvão, assim como alguns minerais 
são recursos cujo processo de sua formação ocorre em escala 
geológica, o que não se coaduna com o “tempo econômico” de 
nossa sociedade, daí sua classificação em não renovável. 
 Estudos Ambientais 
65 
Com a Revolução Industrial (sec. XVIII), surgiu o meio técnico. A partir desse 
momento, e em nossos dias, as cidades industriais têm promovido transformações 
bastante significativas na natureza, com elevado custo ambiental. Tais cidades 
poluem os recursos hídricos com seus efluentes, contaminam o ar e promovem 
ruídos acima do aceitável. No meio rural, os campos agrícolas são fruto de intensos 
desmatamentos e da drenagem de pântanos. O uso de agrotóxicos promove o 
aumento da produção a custos ambientais muito elevados. 
Não há motivo para duvidar da nossa atual capacidade 
de destruir toda a vida orgânica da Terra. A questão é 
se apenas desejamos usar nessa direção nosso novo 
conhecimento científico e técnico e essa questão não 
poder ser resolvida por meios científicos; é uma questão 
política de primeira grandeza e, portanto, não deve ser 
decidida por cientistas profissionais, nem por políticos 
profissionais. (ARENDT, 1997, apud Cunha e Guerra, 
2009, p. 27) 
A natureza e os recursos naturais não são a mesma coisa. Os recursos naturais 
são os elementos da natureza transformados, pelo homem, para atender as suas 
necessidades econômicas e culturais. Os meios técnicos e o desenvolvimento 
tecnológico transformam os elementos da natureza em recursos naturais ampliando 
as necessidades sociais, enfatizando a premissa de que a civilização urbano-industrial 
está baseada no uso, em larga escala, desses elementos com o objetivo de atender as 
necessidades cada vez maiores de uma população que cresce sistematicamente. 
 
 Estudos Ambientais 
66 
No mundo contemporâneo, identificamos, de forma destacada, um sistema 
técnico, sustentado por um processo de globalização da economia que se reproduz 
na criação e na incorporação dos recursos naturais. O problema, em curto prazo, não 
é, necessariamente, o esgotamento físico das reservas, mas os grandes investimentos 
para torná-los acessíveis. Eles se tornam mais valorizados quanto mais tecnologia for 
empregada para descobrir novas reservas e aprimorar as técnicas de exploração. 
O homem desenvolveu, através da história, técnicas de transformação da 
natureza em recursos naturais por meio de seus avanços tecnológicos. Milton Santos 
evidencia bem esse aspecto: 
No começo da história social do planeta, havia tantos 
lugares técnicos quanto eram os lugares e os grupos 
humanos. Estes servidos apenas pelas técnicas do corpo, 
carentes de mobilidade eram dependente dede áreas 
geográficas restritas, onde os recursos de sua inteligência e 
os recursos naturais combinados permitiam a emergência de 
modos de fazer dependentes do entorno imediato. Cada 
ponto habitado da superfície da Terrestre constituía, então, 
um conjunto coerente, formado, sobre uma determinada 
porção do planeta, por uma população local, pelas técnicas 
locais, por um sistema político local, por um regime 
econômico local. Esse movimento unitário ocorria 
praticamente sem outras mediações além dessa relação ao 
mesmo tempo horizontal e vertical entre o grupo e o seu 
meio. O lugar definia, a um só tempo, as condições de vida e 
as condições (os processos) de sua evolução. Os sistemas 
técnicos eram locais. (SANTOS, 1996, apud Terra, Araújo e 
Guimarães, 2010, p. 34.) 
A transformação do espaço e a apropriação dos recursos naturais, o que 
promoveria, em tese, o crescimento econômico, exigem como suporte uma matriz 
energética capaz de atender a uma demanda que se torna cada vez maior face o 
desenvolvimento tecnológico e o aumento da população. Sendo assim, observe os 
gráficos que se seguem e analisemos essa problemática. 
 Estudos Ambientais

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