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Legislação TrabalhistaLegislação Trabalhista AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Bem vindo(a)! Olá Prezado(a) Aluno(a) Para mim, é sempre uma honra e orgulho participar do processo de aprendizagem e desenvolvimento de um indivíduo, pois este é um momento realmente especial, e se você se interessou por este assunto, será ainda um processo mais prazeroso para nós. Neste material pensei na proposta de apresentar a Legislação Trabalhista de uma maneira mais didática possível, facilitando assim sua compreensão e aplicação em sua vida pro�ssional. Apesar de todo esse cuidado que tive em torno de seu processo de aprendizagem, será necessário que você também planeje e se empenhe em seus estudos, por isso, no decorrer de sua leitura, procure interagir com os textos, fazer anotações, realizar as atividades de auto estudo, identi�car e comparar com acontecimentos em seu cotidiano, para que juntos, consigamos chegar ao �nal desta caminhada com um sorriso no rosto e grandes conhecimentos e re�exões na mente. Nesse sentido, abordaremos na Unidade I de nosso material didático uma introdução ao direito do trabalho, assim você terá uma base de compreensão teórica sobre os princípios que regem o direito do trabalho, assim como as legislações e caracterizações especí�cas dos atores envolvidos nesta relação. Já na Unidade II, o cerne está direcionado a compreensão da duração do trabalho, apontando as jornadas, os descansos, destacando a irrenunciabilidade de direitos trabalhistas (principalmente nas férias), assim como discutir sobre as faltas justi�cadas e injusti�cadas e como elas podem re�etir diretamente na aquisição de direitos do trabalhador. Adiante, na Unidade III, trabalharemos os direitos trabalhistas em si, incluindo os direitos e deveres de trabalhadores e também dos empregadores e na Unidade IV �nalizaremos discutindo sobre as extinções da relação de trabalho. Então, mãos à obra! Unidade 1 Introdução ao direito do trabalho AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Introdução Olá Caro(a) Aluno(a), Nesta unidade de nosso material didático apresentaremos e discutiremos os conteúdos que nominamos como Introdução ao Direito do Trabalho, nesse sentido nossa proposta pedagógica é compreender as bases conceituais desta área de Direito que compreende as relações laborais. Portanto, neste contexto abordaremos a evolução do direito do trabalho em seus primórdios até o compêndio de regras validadas no Brasil (a CLT), explorando suas aplicabilidades, assim também seguiremos com os princípios do direito do trabalho, apresentando sob quais princípios as normas devem ser interpretadas e aplicadas. Após isso, precisamos compreender quem são os atores e como se relacionam, por isso, abordaremos as caracterizações e a natureza jurídica, assim como os papéis de cada um (empregado e empregador) e os tipos de contrato de trabalho (que não necessariamente são contratos de emprego – veremos adiante juntos, OK?). Com essa base já citada, poderemos então compreender o que são os acordos, sejam as Convenções Coletivas, Acordos coletivos, dissídios e negociações. Discutiremos quais as diferenças essenciais sobre esses acordos, como se pode entender a composição da Convenção coletiva, quem são os atores essenciais para que essa ferramenta exista e seja validada, além disso, como os dissídios são tratados juridicamente e como as sentenças normativas in�uenciam a legislação vigente. Pensamos nesta unidade como inicial, exatamente para que você acadêmico(a) possa entender a base conceitual, de onde e porque as normas e legislações trabalhistas estão embasadas e como é realizada a interpretação dessas normas pelos magistrados (juízes) para de�nição do diferimento ou não de um pedido do trabalhador em um processo trabalhista. E então, �cou interessado? Vamos juntos mergulhar nesse oceano de conhecimentos. Caracterização e Natureza Jurídica AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Caracterizar o Direito do Trabalho e sua Natureza Jurídica é tarefa árdua e complexa, visto que o Direito do Trabalho ainda é novo e muito tem a contribuir com a inclusão em seu campo de atuação de um número maior de relações e categorias laborais que até o momento encontram-se excluídas de regulamentação. (NASCIMENTO, 2011) O Direito do Trabalho tem inúmeras regras que versam sobre a matéria, à maioria delas está contida na CLT. No Direito do Trabalho não existem apenas conjuntos de princípios e regras, mas também de instituições, de entidades que criam e aplicam o referido ramo do Direito. O Estado é o maior criador de normas de Direito do Trabalho, já o Ministério do Trabalho edita portarias, resoluções, instruções normativas etc, e a Justiça do Trabalho julga as questões trabalhistas. O objeto do Direito do Trabalho e o estudo do trabalho subordinado. Daí o emprego de duas teorias para conceituar a matéria em estudo: a subjetiva e a objetiva (DELGADO, 2011). A teoria subjetiva toma por base os tipos de trabalhadores aos quais se aplica o Direito do Trabalho. Não se pode conceber, porém, que qualquer trabalhador será amparado pelo Direito do Trabalho, como ocorre com o funcionário público e o trabalhador autônomo, que são espécies do gênero trabalhador, não sendo assistidos por nossa matéria. O Direito do Trabalho vai estudar uma espécie de trabalhador: o empregado, que é o trabalhador subordinado ao empregador, que não tem autonomia em seu mister. (NASCIMENTO, 2011). As teorias objetivas partem do ângulo da matéria a ser analisada e não de pessoas. O Direito do Trabalho estuda não o trabalho autônomo, mas sim o trabalho subordinado. Com o emprego da expressão “situações análogas”, pretendemos tratar das situações que tem semelhança com o trabalho subordinado, mas que, necessariamente, não são iguais a ele. O trabalhador temporário e o empregado doméstico não deixam de ser subordinados. O trabalhador avulso não é subordinado, mas será estudado pelo Direito do Trabalho (DELGADO, 2011). Assim, o Direito do Trabalho tem por fundamento melhorar as condições de trabalho dos obreiros e também suas situações sociais, assegurando que o trabalhador possa prestar seus serviços em um ambiente salubre, podendo, por meio de seu salário, ter uma vida digna para que possa desempenhar seu papel na sociedade. (NASCIMENTO, 2011) O Direito do Trabalho pretende corrigir as relações de trabalho, a �m de assegurar uma remuneração condigna, para que o operário possa suprir as necessidades de sua família na sociedade. (NASCIMENTO, 2011) A melhoria das condições de trabalho e sociais do trabalhador vai ser feita por meio de uma legislação que, antes de tudo, tem por objetivo proteger o trabalhador, que e considerado o polo mais fraco da relação com seu patrão. Este e, normalmente, mais forte economicamente, suportando os riscos de sua atividade econômica. (CANDIDO, 2013) As medidas protetoras a serem observadas são previstas na própria legislação, quando limita a jornada de trabalho, assegura ferias ao trabalhador depois de certo tempo, possibilita intervalos nas jornadas de trabalho, prevê um salário que e considerado o mínimo que o operário pode receber etc. (DELGADO, 2011) Já sobre sua natureza jurídica, ainda existe uma discussão in�ndável, pois o Direito do trabalho �ui entre os dois ramos do Direito, sendo o Público e o Privado, veja que, por estar embasado em um negócio privado, ou seja, em uma relação entre dois entes privados – empregado e empregador – logo �ca explícito sua concepção privada, porém, esse mesmo Direito que é �xado e nasce dessa relação privada, tem intervenção direta e impositiva do Estado, visto que, como dissemos anteriormente - o Estado é o maior criador de normas do Direito do Trabalho – assim como segundo Saraiva (2016) apresenta, podemos veri�car a impositividade do Estado (característica essa própria do Direito Público), pois o Estado intervém de forma direta sobre os contratos mediante jus imperri (direito do Estado em exercer ação coercitiva que se não cumprida torna-se comportamento ilegal). (DELGADO, 2011)Portanto, a natureza jurídica do direito do trabalho descansa entre um meio termo, um espaço entre o público e o privado, chamado por alguns autores de Direito Unitário. Legislação Trabalhista Brasileira – CLT AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Inicialmente para compreendermos o Direito do Trabalho, precisamos entender sua evolução, visto que nem sempre a denominação de tal direito foi essa. Desde a Constituição do Império (1824) passando pela Constituição pós escravagistas (1891), estas normas tinham ênfase tão somente no funcionamento do Estado, assim, a relação laboral era assistida por uma gama de Leis individualizadas que não eram organizadas em um sistema especí�co, desta forma, a denominação para estes “direitos” era Legislação do Trabalhador. (MAIOR, 2017) Após essa denominação, alguns autores consideravam a utilização de Direito Operário, visto que esse direito versava sobre as demandas decorrentes dos trabalhadores braçais, cabendo apenas à União legislar sobre esse tema. Com o passar do tempo, percebeu-se que o trabalhador não é somente o operário braçal, �cando assim essa denominação incorreta. (PALMA, 2018) Ainda, após a revolução industrial ocorrida principalmente na Inglaterra em meados do século XVIII, com a mudança da importância do trabalho na sociedade, o Direito apropriou-se da expressão Direito Industrial, porém, a mesma não apresenta a totalidade de abrangência, pois deve-se regulamentar não somente a relação de trabalho industrial, mas também de todos os ramos de atividade.(PALMA, 2018) Essa expressão, Direito do Trabalho, apareceu na Alemanha em 1912 e é a expressão que utilizamos atualmente. Assim, percebe-se que a matéria em questão não terá seu estudo concentrado em relações especí�cas como indústria, ou sindicato, mas sim nas relações de trabalho de forma geral. Aqui no Brasil, apenas na constituição de 1934 é que iniciou-se um tratamento especí�co ao Direito do trabalho, a composição destas normas na constituição estavam limitadas à garantir a liberdade sindical, a isonomia salarial, o salário mínimo garantido ao trabalhador, a proteção com a instituição de uma jornada de trabalho não maior que 8 horas diárias, a proteção do trabalho para mulheres e menores, e ainda o repouso semanal e as férias remuneradas. (MAIOR, 2017). Com o golpe do Estado Novo, em 1937, que foi liderado pelo próprio presidente Getúlio Vargas, foi criado o sindicato único, pois assim acreditava-se que essa forma de submissão das entidades de classe poderiam minar as resistências existentes para a continuidade de Vargas. Nessa fase intervencionista também foi considerado meio antissocial: a greve e o lockout (greve dos empregadores), assim tais ações eram consideradas incompatíveis com os interesses nacionais, podendo ser utilizada força militar, se necessário, para combater tal prática.. O Golpe do Estado Novo foi um período de grande autoritarismo de nossa história, que durou de 1937 até 1945, coincidentemente foi nesta época a criação de uma legislação especí�ca sobre o Direito do trabalho e que perdura até o presente momento, a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). (MAIOR, 2017) À época, existiam normas esparsas tratavam sobre o assunto (Direito do Trabalho), assim, no intuito de congregar todas essas normas em um único instrumento, foi criada a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), através do Decreto-lei no 5.452 de 1º de Maio de 1943, foi aprovada a sistematização dessas normas. (MAIOR, 2017) A CLT, portanto não representa novas normas diferentes daquelas que existiam à época, mas sim, um instrumento que uni�cava tais normas que permaneciam esparsas em um único instrumento, visto que, diferentemente de outros países, o Brasil apresenta um sistema jurídico extenso sobre os direitos do trabalho, porém a consolidação vem, justamente, reunir a legislação esparsa sobre o tema existente no período anterior de 1943 e suas posteriores modi�cações. Um código que importa a criação de um Direito novo, revogando a legislação anterior. (DELGADO, 2011) A CLT é uma ferramenta que apenas organiza e sistematiza a legislação, é como se pudéssemos considerá-la um funil, onde a parte maior signi�ca a pluralidade de legislação acerca do Trabalho que ao adentrar no funil se organizam e saem em um volume menor e mais condensado, onde encontramos legislação não apenas da relação empregado e empregador, mas também legislações que tratam sobre o direito tutelar, coletivo, normas de processos, segurança do trabalho, medicina laboral, �scalizações, etc (DELGADO, 2011) Não e apenas a CLT que versa sobre regras de Direito do Trabalho. Ha várias leis dispersas versando sobre temas especí�cos, podendo ser citadas como exemplos:Lei 605, de 5 de janeiro de 1949, sobre repouso semanal remunerado e remuneração dos feriados; Lei 4.090, de 13 de julho de 1962, que institui a grati�cação de Natal; Lei 5.859, de 11 de dezembro de 1972, dispondo sobre o emprego doméstico; Lei 5.889, de 8 de junho de 1973, estatuindo normas sobre o trabalho rural; Lei 6.019, de 3 de janeiro de 1974, sobre o trabalho temporário; Lei 7.783,de 28 de junho de 1989, sobre o direito de greve; e Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviçco e mais atualmente a Lei 13.467/2017 conhecida como a reforma trabalhista, que altera substancialmente a antiga legislação. (DELGADO, 2011) SAIBA MAIS A CLT foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, o qual foi sancionada pelo presidente Getúlio Vargas. Ela foi assinada pelo então presidente no Estádio de São Januário (Club de Regatas Vasco da Gama), que estava lotado para comemorar o feito. Dois anos antes, em 1941, Getúlio havia ACESSAR https://trt-24.jusbrasil.com.br/noticias/100474551/historia-a-criacao-da-clt Sendo assim, vale explicar que a CLT então, não é uma Lei especí�ca, mas sim um aglomerado organizado e sistemático de todas as Leis Trabalhistas existentes, e por isso, sua atualização é constante. Figura 1 - Imagem publicação da CLT em Diário O�cial (1943) Fonte: acesse o link Disponível aqui https://juslaboris.tst.jus.br/handle/20.500.12178/19276?show=full Princípios do Direito do Trabalho AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Princípios são proposições básicas que informam determinada área do conhecimento. Os princípios não precisam necessariamente ser escritos, transformados em lei, mas são, inclusive, mais importantes que as próprias normas. A palavra princípio traduz a ideia de “começo, início” e, nessa linha, “o primeiro momento da existência de algo ou de uma ação ou processo” (CÂNDIDO, 2013). Sendo assim, a palavra carrega consigo a força do signi�cado de proposição fundamental. Por essa razão, princípio traduz a noção de proposições fundamentais que se formam na consciência das pessoas e grupos sociais, a partir de certa realidade, e que, após formadas, direcionam-se a compreensão, reprodução ou recriação dessa realidade. (DELGADO, 2011) Assim sendo, toda norma jurídica emana de um princípio, pois o princípio inspira a criação da norma. Da mesma forma, quando não existir determinada lei para solucionar um caso especí�co de direito do trabalho recorre-se aos princípios. Portanto, os princípios atuam na criação, aplicação e interpretação da norma. (DELGADO, 2011) Nesse sentido, os princípios do Direito do Trabalho são os seguintes: Princípio de proteção: Como já dissemos, o Direito do Trabalho tem a função tutelar, ou seja, de proteger o empregado. Assim, parte-se do pressuposto de que o empregador é parte, economicamente, superior ao empregado, daí porque, o direito do trabalho deve proporcionar uma forma de compensar a superioridade econômica do empregador em relação ao empregado, esse princípio e o “cardeal” do Direito do Trabalho, in�uindo em toda a estrutura e características próprias desse ramo jurídico especializado (DELGADO 2011). Princípio da Norma mais Favorável: Este princípio signi�ca que as normas jurídicas de direito do trabalho a serem editadas, sempre levarão em conta a melhor condição do trabalhador,ou seja, deverá ser elaborada tendo em vista sempre a melhoria das condições de trabalho, além disso, deve-se optar pela regra mais favorável ao empregado, buscando a norma mais favorável, enfocando globalmente o conjunto de regras componentes do sistema. (DELGADO, 2011) Princípio da continuidade da relação de emprego: “E de interesse do Direito do Trabalho a permanência do vínculo empregatício, com a integração do trabalhador na estrutura e dinâmica empresariais” (DELGADO, 2011, p. 212). Por este princípio, presume-se que, todo contrato de trabalho terá validade por prazo indeterminado, ou seja, haverá continuidade da relação de emprego. Assim, na dúvida, presume-se que o contrato de trabalho foi celebrado por prazo indeterminado. A exceção à regra �ca por conta dos contratos temporários e de experiência. Ademais, estabelece esse princípio que o empregado é o que menos tem interesse na rescisão do contrato de trabalho, de maneira que na rescisão do contrato de trabalho, é o empregador que deverá provar que a iniciativa da rescisão foi do empregado. Apenas mediante tal permanência e integração e que a ordem trabalhista poderia cumprir satisfatoriamente um dos objetivos do Direito do Trabalho, que e assegurar melhores condições, sob a ótica trabalhadora, de pactuarão e gerenciamento da forca de trabalho em determinada sociedade (CÂNDIDO, 2013)(CÂNDIDO, 2013). A medida que se sabe que a grande maioria da população economicamente ativa na sociedade contemporânea ocidental constitui-se de pessoas que vivem apenas de seu trabalho, percebe-se a relevância do presente princípio no Direito e sociedades atuais. Por essa razão, tal princípio propõe como regra geral o contrato trabalhista por tempo indeterminado, uma vez que é o que melhor concretiza o direcionamento pela continuidade da relação empregatícia (CÂNDIDO, 2013)(CÂNDIDO, 2013). Princípio da primazia da realidade: No Direito do Trabalho, deve-se �car atento para a prática concreta efetivada ao longo da prestação de serviços, independentemente da vontade manifestada pelas partes na respectiva relação jurídica. Muitas vezes, o que está escrito nem sempre têm validade, cabendo ao Juiz sempre avaliar a realidade da relação de emprego. Quer isto dizer que, ao contrário de outros ramos do Direito, no Direito do Trabalho, os fatos são muito mais importantes do que os documentos. A prática habitual altera o contrato pactuado, gerando direitos e obrigações novos as partes contratantes (CÂNDIDO, 2013). Assim, por esse princípio, deve prevalecer a efetiva realidade dos fatos, e não a eventual forma construída em desacordo com a verdade. Assim, havendo con�ito entre um fato provado por documento e fatos reais, como eles ocorrem, é este que prevalecerá. Isso está bem de�nido no art. 9 da CLT. Por exemplo, o empregador tem a seu favor os cartões-ponto, que é prova documental. No entanto, o empregado pode impugná-los por outros meios de prova, como o testemunhal. Art. 9º. Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. Princípio do in dúbio pro operário: a regra do in dubio pro operário foi transportada de uma regra especí�ca do Direito Penal denominada de in dubio pro reo, tal regra possui a �nalidade de proteger a parte considerada mais frágil na relação jurídica e, no Direito do Trabalho, conforme vimos anteriormente, a parte mais fraca é o empregado. Diante disso, deverá ser aplicado de forma inversa o princípio vigente no direito comum. Essa regra aconselha o intérprete a escolher, entre duas ou mais interpretações viáveis, a mais favorável ao trabalhador, desde que não afronte a nítida manifestação do legislador, nem se trate de matéria probatória (ALCANTARA, 2016). Entretanto, a aplicação de tal regra suscita algumas di�culdades, haja vista não ser possível a sua aplicação de forma generalizada e incontida. Para que seja possível a aplicação do in dubio pro operário, torna-se necessária a observância de certas condições. Princípio da irrenunciabilidade de direitos: Por este princípio, não pode o empregado/trabalhador, ainda que o faça com autonomia de vontade, renunciar os seus direitos. Da mesma forma, não pode o empregador exigir-lhe tal ato. Por exemplo, na celebração do contrato de trabalho, o empregador acorda com o empregado de que não vai pagar as suas férias. O empregado concorda. Essa renúncia do empregado, para o Direito do Trabalho não tem qualquer efeito, podendo o empregado, a qualquer momento, ajuizar a reclamação trabalhista para postular os seus direitos. Art. 444. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. Art. 447. Na falta de acordo ou prova sobre condição essencial ao contrato verbal, esta se presume existente, como se a tivessem estatuído os interessados, na conformidade dos preceitos jurídicos adequados à sua legitimidade. Art. 456. A prova do contrato individual de trabalho será feita pelas anotações constantes da Carteira de Trabalho e Previdência Social ou por instrumento escrito e suprida por todos os meios permitidos em direito. Parágrafo único. À falta de prova ou inexistindo cláusula expressa a tal respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal. Evidentemente, que estando em Juízo nada obsta essa renúncia, perante o Juiz do Trabalho. (NASCIMENTO, 2011) Princípio da Condição mais bené�ca: O signi�cado deste princípio procura garantir a preservação de direito ao longo da relação de trabalho, sendo assim, existindo cláusulas contratuais divergentes, a prevalência será cláusula contratual mais vantajosa ao trabalhador, visto que existe o caráter de direito adquirido. Este princípio encontra-se no art. 468 da CLT e informa que cláusulas contratuais bené�cas somente poderão ser excluídas se acaso for substituída por cláusula posterior ainda mais favorável, tornando-se assim, sem qualquer efeito a alteração contratual que posso prejudicar o empregado em seu contrato ou regulamento de empresa. Neste caso, não há con�ito de leis, mas uma condição de trabalho já adquirida pelo empregado, na relação de trabalho. Assim, as vantagens adquiridas pelo empregado, no que se refere à condição de trabalho, não podem ser modi�cadas para pior. Qualquer modi�cação, excluindo a vantagem será possível, mas só atingirá os novos empregados, admitidos após a alteração, conforme determina o Enunciado n. 51 TST. Enunciado n. 51 (TST) – “as cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento”. Direito Coletivo do Trabalho AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Para compreendermos o direito coletivo do trabalho, primeiramente necessitamos saber a diferença entre direito público e direito privado. Segundo Alcantara (2016), o Direito Privado é o ramo do Direito que tem como função regular as relações de particulares levantadas em seu nome ou proveito, ou seja, visa agir sobre uma questão de con�ito entre dois entes particulares, por exemplo, no direito comercial, onde um consumidor sente-se lesado por uma compra ou produto, veja que nesta situação os entes são particulares e podem ter pontos de vistas diferentes sobre seus direitos, exempli�cando, o consumidor pode ter a impressão de ter sido enganado porque o produto quebrou com pouco tempo de uso, ou era diferente do apresentado na imagem do site, já o vendedor pode a�rmar que houve mal uso do produto, o que a imagem apresentada era meramente ilustrativa. Neste caso especí�co �ca claro que o con�ito é totalmente particular e não in�uencia de nenhuma maneira a vida social, por isso, chamamos de Direito Privado. (NASCIMENTO, 2011) Já o Direito Público envolve a partepública, as esferas públicas ou ainda questões de ordem pública, vamos exempli�car, imagine que uma pessoa assassina a outra por algum motivo, é claro e óbvio que a parte atingida (falecido) é particular, assim como o autor ou autores do crime, porém aqui envolve a própria ordem pública, ou seja, imagine se todos saem por ai assassinando as outras pessoas por qualquer motivo? Nesse sentido o Direito Público deve regular normas e aplicá-las para garantir a vida em sociedade (NASCIMENTO, 2011). Mas porque estamos falando sobre Direito Público e Privado? Para entendermos melhor a natureza de cada um deles, veja que no Direito Privado a atuação é de um modo mais individualizado enquanto no Direito público tratamos de relações coletivas, que envolvam a sociedade em si. Esta compreensão é importante para fazermos uma comparação com o Direito coletivo do Trabalho (DELGADO, 2011). Dentro do Direito do Trabalho temos duas vertentes, a vertente das questões individuais como por exemplo hora extraordinária, e a vertente que trata das questões coletivas. Conforme Garcia (2011) o Direito Coletivo do Trabalho é o segmento que regula a organização sindical,a negociação coletiva e os instrumentos normativos decorrentes, a representação dos trabalhadores e a greve. Portanto passamos a discutir sobre cada ponto destes. Liberdade Sindical: a liberdade sindical foi um direito conquistado tanto para empregados como para empregadores, pois consiste no direito de trabalhadores (em sentido genérico) e empregadores de constituir as organizações sindicais que reputarem convenientes, na forma que desejarem, ditando suas regras de funcionamento e ações que devam ser empreendidas, podendo nelas ingressar ou não, permanecendo enquanto for sua vontade (ALCANTARA, 2016). Unicidade Sindical: A unicidade sindical signi�ca que apenas um ente sindical seja representativo de determinada categoria, em certo espaço territorial (cidade), esta não deve ser confundida com a unidade sindical, pois, essa não decorre de imposição legal, mas sim de livre decisão tomada pelos próprios interessados. A unicidade sindical e obrigatória no Brasil, tendo previsão constitucional. Contribuição Sindical: a contribuição sindical é uma das maneiras de receita dos sindicatos, assim com a contribuição assistencial, contribuição confederativa e mensalidades. Até bem pouco tempo atrás a contribuição sindical era obrigatória, assim todos os empregados deveriam contribuir com o valor de um dia de trabalho por ano com o sindicato, porém, após a promulgação da Lei 13.467/2017 (reforma trabalhista), tal contribuição deixou de ser compulsória e passou a ser optativa, além disso a Medida Provisória 873/2019 impõe que esta contribuição seja exclusivamente realizada através de boleto, proibindo as empresas de fazer a retenção desse valor (Lei 13.467/2017). Sindicato: O sindicato pode ser de�nido como a associação de pessoas físicas ou jurídicas que têm atividades econômicas ou pro�ssionais, visando à defesa dos interesses coletivos ou individuais dos membros da categoria (art. 511, CLT). Ele tem natureza jurídica de associação, tratando-se de pessoa jurídica de direito privado. O elemento primordial do sindicato e re�etir a organização de um grupo que existe na sociedade, podendo reunir pessoas naturais (físicas) ou pessoas jurídicas, respectivamente, trabalhadores e empresas. O sindicato tem como objetivo básico a representação dos interesses de um grupo na esfera das relações trabalhistas (ALCANTARA, 2016) e tem obrigatoriedade em prestar serviços a sua categoria. Contrato de Trabalho por Tempo Indeterminado AUTORIA Eudes Cristiano Vargas O contrato de trabalho era denominado de locação de serviços, sendo que eram utilizados os artes. 1.216 a 1.236 do Código Civil de 1916. A denominação contrato de trabalho surgiu com a Lei n°62, de 5 de junho 1935, que tratava da rescisão do pacto laboral. Em nossa legislação, são encontradas tanto a expressão contrato de trabalho como relação de emprego. As expressões mais corretas seriam contrato de emprego e relação de emprego. A relação de trabalho e o gênero que compreende o trabalho autônomo, eventual, avulso, dentre outros. Já a relação de emprego trata do trabalho subordinado do empregado em relação ao empregador (NASCIMENTO, 2011). O contrato de trabalho e gênero, compreendendo o contrato de emprego. O primeiro poderia compreender qualquer trabalho, como do autônomo, do eventual, do avulso, entre outros. Já o segundo diz respeito a relação entre empregado e empregador, e não a outro tipo de trabalho. A CLT de�ne como Contrato de Trabalho, no art. 442, “Contrato Individual de Trabalho é o acordo tácito ou expresso, que corresponde à relação de emprego”. (BRASIL, 1943, on-line). Sobre esse contexto, caro estudante, podemos extrair que o Contrato de Trabalho é o documento que expressa a relação ou vínculo existente entre o Empregado e Empregador, no qual pode ser escrito (expresso) ou verbal (tácito). Seguindo esse entendimento, é importante frisar que a Legislação Trabalhista classi�ca o Contrato de Trabalho por Prazo Indeterminado (Regra Geral) e Prazo Determinado (Exceção). Prezado(a) aluno(a), como o próprio nome já diz, o Contrato de Trabalho por Prazo Indeterminado não possui prazo de encerramento. REFLITA A Lei 13.467/2017 (reforma Trabalhista) trouxe a possibilidade de terceirização das atividades �ns da empresa. Isso é bom ou ruim para os empregados? Contrato de Trabalho por Tempo Determinado AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Já o Contrato de Trabalho por Prazo Determinado, somente é possível a sua celebração, de acordo com as hipóteses do art. 443, §2º da CLT, vejamos: ● De serviço cuja Natureza ou Transitoriedade Justi�que a Predeterminação do Prazo. ● De Atividades Empresariais de Caráter Transitório. ● De contrato de Experiência. (BRASIL, 1943, on-line) Em relação à primeira hipótese, De Serviço cuja natureza ou transitoriedade justi�que a predeterminação do Prazo se refere ao fato de que a vigência dependa de termo pre�xado ou da execução de serviços especi�cados. Caro(a) aluno, podemos assim entender a primeira hipótese como a substituição de empregado permanente, o acréscimo extraordinário e provisório de serviço e a execução de uma obra especí�ca. Em todos os exemplos, existe um termo pre�xado e sua natureza (razão) justi�ca a predeterminação do prazo. Na segunda hipótese, Atividades Empresariais de Caráter Transitório, podemos dizer que são os contratos de trabalho que possuem caráter provisório, tais como: Feiras Agropecuárias, Atividades Circense ou ainda atividades sazonais. CONECTE-SE O trabalho considerado Temporário se enquadra na primeira hipótese de Contrato de Trabalho por Prazo Determinado, que tem como conceito o art. 2º da Lei 6.019/74: “Art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou à acréscimo extraordinário de serviços”. Para saber mais, acesse o link: ACESSAR http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6019.htm Já a última hipótese, trazida pelo art. 443 da CLT, o Contrato de Experiência, é utilizado com mais frequência pelas empresas, considerado de prazo determinado e tem como �nalidade veri�car a aptidão do empregado contratado para exercer as funções na empresa. De acordo com a doutrina, o Contrato de Experiência se caracteriza como (...) acordo bilateral �rmado entre empregado e empregador, com prazo máximo de 90 dias, em que as partes poderão aferir aspectos subjetivos e circunstanciais relevantes à continuidade ou extinção do vínculo empregatício (CANDIDO, 2013, p. 529). É importante destacar, caro(a) aluno(a), que o Contrato de Trabalho por Prazo Determinado à Título de Experiência possui prazo de 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogado uma única vez, conforme exemplo abaixo: Prezado(a) aluno(a), é importe ressaltar que caso a empresa prorrogue o contrato de trabalho à título de experiência por mais de umavez dentro do prazo de 90 (noventa) dias, o Contrato de Trabalho que era de prazo determinado, passa a vigorar por prazo indeterminado, gerando direitos e deveres tanto para o Empregado quanto para o Empregador. Tabela 01 - Contagem do Prazo do Período de Experiência Início do Contrato Término do Contrato de Experiência (30 dias) Início da Prorrogação do Prazo de 90 dias do Período de Experiência (60 Dias) Término do Prazo Determinado de Experiência do Contrato de Trabalho (90 dias) 01/07/2019 30/07/2019 31/07/2019 28/09/2019 Fonte: o autor. Acordos Coletivos, Convenção Coletiva, Negociação Coletiva, Dissídios Coletivos e Sentença Normativa AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Antes de falarmos sobre a negociação Coletiva de Trabalho, precisamos compreender o que é a Autonomia Privada Coletiva, no sentido Legal, a iniciativa privada (empresas e indivíduos) têm autonomia para ação entre os entes, porém, quando falamos de forma coletiva, essa autonomia passa a ser regulamentada pelo Estado de forma negativa, mas o que isso quer dizer? Regular, ou determinar negativamente pelo Estado, nada mais é que respeitar a autonomia entre as partes que podem realizar negócio jurídico, porém com certos limites, assim o Estado tem o papel de proibir aquilo que não pode ser feito, por ser uma área onde só o mesmo pode operar. Vamos tentar exempli�car para melhor compreensão: Imagine uma fábrica de cigarros que oferece como benefício a seus funcionários os produtos por ela fabricados. É conhecido que cigarros fazem mal a saúde e podem ocasionar diversas doenças, então se esses funcionários fumarem cigarros por um tempo durante suas vidas teremos duas consequências, a primeira é que teremos mais pessoas dependentes de nicotina e todos os outros compostos do cigarro, a outra consequência é que teremos mais pessoas doentes devido ao consumo de cigarro, ambas as consequências trazem custos negativos à saúde pública, então o Estado faz a proibição (através da CLT, por exemplo) que os benefícios não podem ser concedidos através de cigarros (Art 458 da CLT). É importante frisarmos que Autonomia Privada é diferente de Negociação Coletiva, pois a Autonomia Privada é (...) o poder social dos grupos representados autorregularem seus interesses gerais e abstratos, reconhecendo o Estado a e�cácia plena dessa avença em relação a cada integrante dessa coletividade, a par ou apesar do regramento estatal – desde que não afronte norma típica de ordem pública (DELGADO, 2011, p. 1189). Veja então que a Autonomia Privada Coletiva é a natureza, enquanto a Negociação Coletiva é a materialização desta autonomia. Agora que compreendemos o que é a Autonomia Privada Coletiva, podemos compreender a Negociação. Negociação Coletiva: é toda ação e processo realizado entre entes empregador e empregado com vista a �xar condições de trabalho e assim disciplinar as relações de trabalho, assim a negociação coletiva pode envolver um empregador ou um conjunto de empregadores, assim como uma ou várias organizações de empregados. Portanto a negociação coletiva é um procedimento que visa superar as divergências entre as partes, que caso não seja positiva, impossibilita a criação de uma norma coletiva. Convenção Coletiva: A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é - como você já deve imaginar - resultante de uma negociação coletiva, assim, quando a negociação ocorre entre o sindicato dos empregadores juntamente com o sindicato dos empregados temos normas mais abrangentes, pois neste caso, as normas negociadas entre as partes, abrangem todos os trabalhadores de uma determinada categoria em uma determinada área. Mais uma vez, materializaremos os conceitos através de exemplo para melhor compreensão do conteúdo. Imagine que o sindicato das empresas de alimentação da cidade X entrasse em negociação com o sindicato dos empregados das empresas de alimentação desta cidade e negociam o piso salarial em R$ 1.200,00, então todos os empregados de todas as empresas desse ramo nesta região deveriam obedecer à esta norma, incluindo tanto a padaria do Seu Joaquim como as empresas multinacionais de fast food. Acordo Coletivo: Já o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) é mais especí�co, pois conforme de�nido no art. 611, § 1º da CLTos Acordos coletivos não são pactos intersindicais, mas Acordos em que há, de um lado, um sindicato, e, do outro, uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, e sua aplicação será no âmbito da empresa ou das empresas acordantes. (DELGADO, 2011, p. 1209). Veja que no ACT a abrangência será apenas naquelas empresas que participam do acordo, portanto somente aqueles empregados serão bene�ciados deste acordo. Retornando ao nosso exemplo, imagine então que o sindicato dos empregados acha que as empresas de fastfood multinacionais têm maior possibilidade de arcar com condições melhores de trabalho, e para estas empresas em especí�co além do piso salarial, também deverão oferecer o benefício de adicional por tempo de serviço, ou divisão de lucros. Veja que esta norma será aplicada somente as empresas de fastfood, não precisando a padaria do seu Joaquim obedecer esta norma. Dissídios Coletivos: Quando as negociações coletivas entre as partes são infrutíferas, ou seja, as partes não conseguem chegar à um denominador comum que seja bené�co tanto para empregados quanto para empregadores, é dever do sindicato encaminhar essa demanda à Justiça do Trabalho, esse procedimento visa solicitar à Justiça que a mesma decida sobre quais são as normas que devem reger as condições de trabalho dos representados (empregados e empregadores) de uma determinada categoria em uma determinada região. Sentença Normativa: As Sentenças Normativas são o resultado dos dissídios coletivos, portanto são decisões da Justiça do trabalho acerca das condições de trabalho de certa categoria. O art. 114, caput, e seu § 2o da Constituição da Competência a Justiça do Trabalho para estabelecer normas e condições de trabalho. E, portanto, por meio de sentença normativa em dissídio coletivo que serão criadas, modi�cadas ou extintas as normas e condições aplicáveis ao trabalho, gerando direitos e obrigações a empregados e empregadores. A sentença normativa terá efeito erga omnes, valendo para todas as pessoas integrantes da categoria econômica e pro�ssional envolvidas no dissídio coletivo e podem ter validade máxima por 4 anos. Prezado(a) Acadêmico(a) Nesta unidade de nosso material didático procuramos trazer a você os principais conceitos e bases teóricas para a compreensão inicial sobre a Legislação Trabalhista, assim, você agora detém o conhecimento dos princípios que regem a Legislação e por isso pode analisar melhor cada conteúdo que abordaremos adiante em nosso material. Aqui procuramos desenvolver os conteúdos de forma didática e cronológica para que você compreenda toda a historicidade da Legislação Trabalhista. Iniciamos abordando a Consolidação das Leis trabalhistas que é um compêndio de todas as Leis que regem as relações trabalhistas de forma geral, assim você pode compreender que essa é a norma que mais utilizamos, por isso, da maior importância para analisar as relações trabalhistas, assim como também abordamos o Direito do Trabalho, apresentando sua concepção e aplicabilidade nos dias atuais. Abordamos a seguir, os atores que fazem que essa relação seja concretizada e exista, esses são os principais fatores de existir o Direito do Trabalho, pois impossível seria legislar sobre uma relação que não existe, cada um deles tem seu papel e limites na importância desta relação conforme expusemos em nosso material. Além disso, demonstramos as possibilidades existentes de contratação jurídica destes entes, sendo possível o contrato por prazo determinado, enfatizando que este é uma exceção, a regra, é sempre o contrato de trabalho por prazo indeterminado. Por �m discutimos sobre os processos coletivos, onde tivemos a compreensão da negociação, que abarca toda e qualquer ação em prol de um objetivo entre as partes da contratação, as convenções queabrangem todos os funcionários de uma determinada categoria econômica enquanto o acordo é especí�co de uma ou mais empresas. Conclusão - Unidade 1 Espero ter auxiliado e convido você a se desa�ar na compreensão dos próximos conteúdos. Livro Filme Unidade 2 Duração do trabalho AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Introdução Caro(a) Acadêmico(a), É com enorme prazer que nos encontramos novamente nesta unidade, anteriormente você já pode compreender um pouco mais profundamente sobre o Direito do Trabalho, assim, nesta unidade trataremos mais especi�camente sobre a duração do trabalho, portanto, abordaremos diferentes assuntos que se conglomeram sobre este guarda chuva. Primeiramente discutiremos sobre a jornada de trabalho, que de�nitivamente não pode ser confundida com horário de trabalho, pois são coisas diferentes, enquanto uma está voltada à contagem de tempo de trabalho, a outra se refere ao combinado entre às partes em uma relação de emprego. Em continuidade à nossa jornada abordaremos os intervalos obrigatórios em uma relação de emprego. Falaremos nos intervalos que devem ser cumpridos dentro da jornada de trabalho, inclusive com a entrada em vigor da Lei 13467/2017, que alterou a possibilidade desses intervalos, além disso, também examinaremos o tempo mínimo que deve existir entre uma jornada e outra de trabalho. A seguir, vamos articular sobre o Repouso Semanal Remunerado, esse é um direito assegurado ao trabalhador que garante que o mesmo receba, semanalmente, um dia de descanso sem que seja descontado de seu salário, desde que o trabalhador não perca sua assiduidade. Também discorreremos sobre o trabalho noturno (este sim vinculado ao horário de trabalho), apontando as diferenças deste horário ao horário diurno de trabalho. As férias que representam o momento obrigatório de descanso ao trabalhador, como deve ser realizada, pode ser dividida em períodos? Pode ser “vendida”? Isso e muito mais você poderá acompanhar mais adiante. Por �m falaremos sobre os atestados médicos, as faltas justi�cadas, e também sobre as saídas e entradas fora do horário de trabalho, indicando se estes interferem ou não na remuneração do trabalhador. Interessado(a)? Vamos lá! Jornada de Trabalho AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Para iniciarmos nossas discussões sobre a jornada de trabalho, primeiramente precisamos entender esse conceito segundo a própria legislação, neste caso temos duas legislações que abordam esse tema, a Constituição Federal de 1988, assim como a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), porém, antes de nos voltarmos à estas discussões é preciso determinar a diferença entre duas nomenclaturas comumente utilizadas como sinônimos, mas merecem atenção, visto que não são iguais. Estou me referindo às expressões Jornada de Trabalho e a Horário de Trabalho (NASCIMENTO, 2011). Veja que o Horário de Trabalho é o espaço de tempo combinado entre as partes na qual será desenvolvida a atividade do empregado, veja que o horário pode ser comercial, por exemplo, das 8:00 às 18:00, ou ainda no horário noturno, ou seja, o horário está atrelado à unidade de medida temporal (dia e noite). Já a Jornada de trabalho é computada independente do horário a ser realizado, assim a jornada é computada como o tempo de tarefa e também o tempo que o empregado se encontra à disposição do empregador. Como disse anteriormente as legislações que versam sobre o assunto são a nossa Constituição Federal que estipula: Art. 7.º (...) XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. (grifo meu) Como se percebe, o dispositivo legal da Constituição não permite o aumento da jornada de trabalho, mas tão-somente a COMPENSAÇÃO ou REDUÇÃO da jornada de trabalho. Já no Art 58 da CLT, a mesma se expressa assim: Art.58. A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de oito horas diárias, desde que não seja �xado expressamente outro limite. (grifo meu) Note-se que a CLT estabelece a seguinte expressão: “desde que não seja �xado expressamente outro limite”. Trata-se de limite máximo, pois não se permite que as partes (empregador e empregado) estabeleçam uma jornada superior a 8 (oito) horas diárias, sendo, permitido apenas a �xação em jornada inferior, em atenção ao princípio da proteção ao empregado (DELGADO, 2017). Para se compreender o conceito de jornada de trabalho, devem ser analisadas três teorias diferentes: o tempo efetivamente trabalhado, o tempo a disposição do empregador e o tempo in itinere, visto que doutrinamente o Direito do Trabalho reconhece essas três formas de computo (DELGADO, 2017). A primeira teoria, a do tempo efetivamente trabalhado, não considera as paralisações do empregado, mas sim apenas o tempo em que ele efetivamente presta serviços ao empregador. Tal teoria não se aplica na legislação brasileira (MARTINS, 2011). Lembrando que a Lei 13.467/2017 trouxe a pauta uma discussão sobre esse tempo efetivamente trabalhado, pois alterou o Art 4º da CLT o qual incluiu o seguinte: § 2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1º do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras: I – práticas religiosas; II – descanso; III – lazer; IV – estudo; V – alimentação; VI – atividades de relacionamento social; VII – higiene pessoal; VIII – troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa. (CLT, 2019) Veja que ela aponta que o tempo de descanso e lazer do trabalhador dentro da organização não será contabilizado como jornada de trabalho, porém não especi�ca o que seria as atividades de descanso e lazer, o que pode ser entendido como apenas aquele bate papo entre companheiros à beira do cafezinho. A segunda teoria, a do tempo à disposição do empregador, considera a jornada de trabalho como o tempo a disposição do empregador, ou seja, a partir do momento em que o empregado chega a empresa até o momento em que ele se retira, conta- se como jornada de trabalho (MARTINS, 2011). Conforme pode-se perceber pelo Art 4º da CLT. Art. 4.º Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. Pelo art. 4º da CLT, considera-se, como regra geral, o tempo a disposição do empregador o período em que o empregado estiver aguardando ou executando ordens. Perceba também que o artigo da CLT traz a seguinte frase “Considera-se como serviço efetivo”, tendo assim uma teoria subliminar que o tempo a disposição também é entendido como tempo efetivamente trabalhado. Por �m, A terceira e última teoria, tempo in itinere, considera como tempo trabalhado desde o momento em que o empregado sai de sua residência até quando retorna a ela. Essa contagem de tempo depende de que o empregador forneça a condução e o local de trabalho seja de difícil acesso ou não servido por transporte regular público (art. 58, §2o da CLT) (MARTINS, 2011). Essa última orientação e acolhida pela Lei no 8.213/91, no que diz respeito ao acidente de trabalho ocorrido no trajeto residência-empresa e vice-versa. Apesar da nova redação dada pela Lei 13.467/2017 em que pese alterou o referido para: § 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposiçãodo empregador. A princípio, em uma primeira análise literal do artigo, pode-se concluir que o tempo in itinere foi suprimido dos direitos do trabalhador, principalmente aqueles trabalhadores que dispendem tempos para se locomoverem até seu posto de trabalho, como é o caso por exemplo de trabalhadores rurais. Porém em uma análise mais sistemática da legislação, podemos visualizar que a regra não foi suprimida, mas sim integrada à regra geral. Veja a seguir: Analisando o Art 4º de forma sistemática temos que é computado como tempo a disposição, aguardando ou executando ordens e no seu parágrafo 2º estipula claramente, conforme vimos anteriormente, as exceções previstas, a qual não expressa em nenhum momento o gasto de tempo em transporte, portanto temos aí a primeira contradição e incompatibilidade sistêmica, na medida em que o artigo 4º da CLT (norma que estabelece uma regra geral) não dialoga com o artigo 58, parágrafo 2º da CLT (norma especí�ca e mais restrita), assim pode-se sustentar que ao não excluir o tempo gasto com transporte em seu parágrafo 2º, está reconhecendo que o período de deslocamento integra o contrato de trabalho e deve ser considerado como à disposição do empregador. Como a�rma Delgado (2017) (...)a eliminação das horas in itinere do ordenamento jurídico não afeta, entretanto, o conceito de tempo à disposição no ambiente de trabalho do empregador e, por consequência, de duração do trabalho. Embora a má redação do novo texto do § 2º do art. 58 da CLT eventualmente induza à compreensão de que a jornada de trabalho somente se inicia no instante em que o trabalhador concretiza a efetiva ocupação do posto de trabalho dentro do estabelecimento empresarial, tal interpretação gramatical e literal conduziria ao absurdo - não podendo, desse modo, prevalecer. (DELGADO, 2017, p. 102) Além disso, outros artigos não modi�cados pela Lei 13.467/2017 dão reforço à essa sustentação, visto que o Art 238 parágrafo 3º, da CLT preceitua que § 3º No caso das turmas de conservação da via permanente, o tempo efetivo do trabalho será contado desde a hora da saída da casa da turma até a hora em que cessar o serviço em qualquer ponto compreendido centro dos limites da respectiva turma. Quando o empregado trabalhar fora dos limites da sua turma, ser-lhe-á também computado como de trabalho efetivo o tempo gasto no percurso da volta a esses limites. (CLT, 2019) Não obstante, o Art 294 que determina o trabalho em minas de solo também reconhece o direito do tempo gasto em deslocamento desses trabalhadores. En�m, o tempo in itinere ainda é muito discutido e questionado, visto que ainda não tivemos tempo para que o mesmo fosse amplamente debatido e também avaliado por turma do TST já com a nova redação. Somente teremos o resultado �nal, após apreciação de algum processo que chegue com esse debate ao TST, o qual dará o parecer �nal sobre o assunto. Intervalos para descanso AUTORIA Eudes Cristiano Vargas São períodos de descanso que tem como objetivo fazer com que o empregado possa se recompor, evitando o cansaço excessivo, que pode causar prejuízos a sua saúde, bem-estar e segurança. (CLT, 2019) O intervalo para descanso pode ser conceituado como o período de ausência de trabalho, destinado ao repouso e a alimentação do empregado, podendo ocorrer no curso da jornada de trabalho ou entre uma jornada de trabalho e outra (GARCIA, 2011). Podemos classi�car os tipos de descanso do trabalhador em 3 (três) diferentes, sendo intrajornada, interjornada e semanal (este último versaremos um tópico especí�co). O Descanso Intrajornada já foi motivo de muita discussão, visto que poderia descaracterizar o trabalho em turno ininterrupto de revezamento, porém com a decisão do TST em Enunciado n.º 360 esta discussão é ultrapassada, pois assim profere a turma do TST: Enunciado n. 360 (TST). Turnos ininterruptos de revezamento. Intervalos intrajornada e semanal. A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988. Assim, o intervalo intrajornada e aquele que acontece no meio da jornada realizada pelo empregado, ou seja, o descanso que ele tem direito no meio da jornada para irao banheiro, fazer uma refeição ou, até mesmo, descansar e recompor suas energias para continuar a realização da atividade, regulado pelo Art 71 da CLT que diz: Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. § 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. Quando o empregado trabalha menos de quatro horas diárias, não será obrigatória a concessão de nenhum intervalo. Se o empregado presta serviços entre quatro até seis horas diárias, será obrigatório um intervalo de 15 minutos. Se a duração do trabalho exceder seis horas, e obrigatório o intervalo intrajornada de, no mínimo, uma hora e, no máximo, duas horas. Tal limite máximo pode ser ultrapassado mediante acordo escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva. O intervalo não pode ser concedido no início da jornada, já que não representa pausa para o repouso, visto que o trabalho sequer começou. Ainda não pode ser fracionado em várias vezes durante o dia. Deve corresponderá um período mínimo de 15 minutos ou uma hora, de forma contínua. O intervalo deve ser de, no mínimo, uma hora, podendo ser superior a esse horário, até duas horas. Dessa forma, caberá ao empregador escolher como irá conceder o intervalo, podendo ser, por exemplo, de 1 hora e 40 minutos, 1 hora e 55 minutos. Entretanto, para que o intervalo seja superior a duas horas, há a necessidade de acordo escrito com o empregado, seja por intermédio de cláusula do contrato de trabalho ou termo separado, ou de contrato coletivo. Com a aprovação da Lei 13.467/2017, o intervalo dentro da jornada poderá ser negociado, desde que tenha pelo menos 30 minutos. Além disso, caso o empregador não conceder intervalo mínimo para almoço ou conceder parcialmente, a indenização será de 50% do valor da hora normal de trabalho, apenas sobre o tempo não concedido em vez de todo o tempo de intervalo devido (BRASIL, 2017). Para os empregados que trabalham das 22 horas às 5 horas, o intervalo e de uma hora e não de 52’30 segundos, pois o art. 71 da CLT não faz qualquer distinção com relação ao tempo que se deve computar para equivaler a uma hora de trabalho. Já o Descanso Interjornada é aquele que ocorre entre uma jornada e outra de trabalho. O art. 66 da CLT esclarece que “entre duas jornadas de trabalho deve haver um intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso.” Tal intervalo não é computado como tempo de serviço; o respectivo período não é remunerado, sendo hipótese de suspensão do contrato de trabalho. A não observância da integralidade do intervalo intrajornada de 11 horas acarreta o direito REFLITA Ao trabalhar além da jornada comum, o trabalhador recebe horas extras, porém, muitos estão trabalhando excessivamente para poder ganhar um valor maior de salário. Isso é bom ou ruim ao longo do tempo? ao recebimento do tempo de intervalo não usufruído como se fosse hora extra, por equiparação, uma vez que o empregado deveria estar descansando, mas prestou serviços em favor do empregador, em prejuízo de sua segurança e saúde (CLT, 2019). O período de intervalo intrajornada inicia-se quando o empregado cessa o trabalho. Deve-se computar também o repouso semanal remunerado de 24 horas. As 11 horas devem ser consecutivas, não podendo ser interrompidas. Caso haja a interrupção, deve-se considerar novo período de 11 horas a contardo término do trabalho. Repouso Semanal Remunerado AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Várias são as denominações empregadas ao instituto em questão, como: repouso semanal remunerado, descanso semanal remunerado, folga semanal, repouso dominical, descanso dominical, descanso semanal, repouso semanal. O repouso semanal remunerado e o período em que o empregado deixa de prestar serviços, uma vez por semana, ao empregador, de preferência aos domingos e nos feriados, mas percebendo remuneração (MARTINS, 2011; GARCIA, 2011; NASCIMENTO, 2011). É um direito do empregado que o empregador deve observar, protegido pelo Estado, que tem interesse em que o trabalhador efetivamente desfrute do descanso. O repouso semanal remunerado não deixa de ter natureza salarial. Em verdade, o Estado tem interesse de que o empregado goze efetivamente do descanso. O repouso semanal remunerado é o direito de se abster de trabalhar, recebendo remuneração. O empregador estará obrigado a não exigir trabalho, tendo a obrigação de pagar o salário correspondente. (NASCIMENTO, 2017) O art. 7o, inciso XV, da Constituição Federal de 1988, assegura o direito ao “repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos”. Pelo que se percebe, apenas é preferencial que o repouso semanal remunerado coincida com o domingo, não havendo exigência constitucional nem legal, de que recaia sempre neste dia da semana, visto que, existem diferentes tipos de serviços que são ofertados aos domingos, por exemplo, cinemas, restaurantes, parques, etc. Com relação ao comércio varejista em geral, a Lei no 10.101, de 19 de dezembro de 2000, em seu art. 6o, estabeleceu: Art. 6º. Fica autorizado, a partir de 9 de novembro de 1997, o trabalho aos domingos no comércio varejista em geral, observado o art. 30, inciso I, da Constituição. Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de quatro semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras previstas em acordo ou convenção coletiva. (Lei 10.101/97) A Lei no 11.603, de 5 de dezembro de 2007, em seu art. 1º, alterou o art. 6º da Lei no 10.101/2000, passando a vigorar a seguinte redação: Art. 6º. Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do comércio em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição. Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de três semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem estipuladas em negociação coletiva (NR) (Lei 11.603/07). Assim, pode-se concluir que a Lei no 10.101/2000 autoriza o trabalho aos domingos no comércio em geral, observado o art. 30, inciso I, da Constituição, de acordo com o qual, compete aos Municípios “legislar sobre assuntos de interesse local”, independentemente de autorização em acordo (individual ou coletivo), convenção coletiva, regulamento, decreto, portaria ou qualquer outra norma. Entretanto deve ser observada a regra do parágrafo único desse art. 6º, que o repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez, no período máximo de três semanas, com o domingo. Com relação ao repouso semanal remunerado, embora o tema não seja pací�co, é possível entender que, se houver regra especí�ca, decorrente de acordo coletivo ou convenção coletiva, dispondo em sentido diverso a autorização de labor aos domingos, o descanso deverá ser compensado durante a semana por ser uma norma de proteção ao trabalho. Quanto aos feriados, como não se confundem com os domingos, anteriormente não eram objeto de menção pela referida Lei no 10.101/2000, a qual não se aplicava aos primeiros. Contudo, a já mencionada Lei no 11.603/2007, em seu art. 2º, acrescentou a Lei no 10.101/2000 o art. 6º-A, com a seguinte redação: “Art. 6º-A. É permitido o trabalho em feriados nas atividades do comércio em geral, desde que autorizado em convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição (NR)” (BRASIL, 2007). Passou-se a permitir o labor também em dias de feriado nas atividades do comércio em geral, desde que exista autorização em “convenção coletiva de trabalho”. Da mesma forma, deve-se observar a legislação municipal. Para os bancários, caso não haja previsão em norma mais bené�ca, aplica-se a Sumula 113 do TST (BRASIL, 2011), no sentido de que: “Bancário. Sábado. Dia útil. O sábado do bancário é dia útil não trabalhado, não dia de repouso remunerado. Não cabe a repercussão do pagamento de horas extras habituais em sua remuneração”. Se existir labor no dia de descanso semanal remunerado, sem folga compensatória, segundo entendimento jurisprudencial e doutrinário, o empregado também faz jus a remuneração em dobro, “sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal” (Sumula 146 do TST) (BRASIL, 2007). A remuneração em dobro não possui natureza jurídica de horas extras, mas sim de penalidade pela ausência de concessão do descanso, com trabalho realizado em dia de repouso. Essa compensação de dia de descanso trabalhado não se confunde com a compensação de horas por se referir ao dia de repouso não gozado, não sendo exigido “acordo ou convenção coletiva de trabalho”, bastando a concessão de folga em outro dia durante a semana (GARCIA, 2011; MARTINS, 2006). Trabalho Noturno AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Antes de falarmos especi�camente sobre o trabalho noturno, é necessário classi�carmos a jornada de trabalho, quanto ao seu período, para sua melhor compreensão. Veja que a jornada de trabalho, como já abordamos anteriormente é a contagem de tempo de trabalho, independente do horário a ser realizado, porém, essa jornada pode ocorrer em período classi�cado como diurno ou noturno, visto que deverão ser computados de modo diferente (NASCIMENTO, 2017). O período diurno se refere à jornada de trabalho que é realizada no período compreendido entre às 5:00 até às 22:00 (para trabalhadores urbanos), neste intervalo de período não há que se falar em computo diferenciado, visto que é horário “normal” de sobrevivência humana. Já o período noturno é considerado quando o trabalho ocorre entre às 22:00 de um dia e 5:00 do outro, para trabalhadores urbanos, ou ainda no trabalho rural, estabelece o horário noturno das 21 horas às 5 horas na agricultura e das 20 horas as 4 horas na pecuária. O trabalho noturno é considerado um período de execução de tarefas incompatível com a sobrevivência humana normal, por isso é regulamentado de forma diferente que o período diurno. Nesse sentido entende-se que o trabalho noturno acarreta em esforço diferenciado daquele que o exerce, portanto, deve ser analisado de forma diferente. (DELGADO, 2011) Assim sendo, o Art 73 da CLT declara que o trabalhador que realiza tarefas em horário noturno deve receber um valor adicional, como assim está exposto: Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. Considerando que o trabalho noturno deve ter uma remuneração maior que o diurno, o empregado noturno deve receber um adicional pelo trabalho noturno; e esse adicional não se refere a jornada extraordinária, mas pelo simples trabalho em horário noturno. Segundo a CLT, o percentual do adicional noturno deve ser de, pelo menos, 20% (vinte por cento) a mais que o diurno, logo, nada obsta que negociações coletivas �xem um percentual maior do que o previsto na CLT. Se, por acaso, o trabalhador de jornada noturna passar a trabalhar em jornada diurna, perde o direito ao recebimento de tal adicional, não con�gurando sua supressão, em redução indevida do salário. Assim, é possível que a remuneração do trabalhador nesse caso seja reduzida, nos termos do Enunciado n. 265 do TST. Deve-se ressaltar ainda que o pagamento do adicional noturno com habitualidade, integrao salário do empregado para todos os efeitos (férias, 13.º salário, aviso prévio indenizado, DSR e FGTS), conforme determinação do Enunciado n. 60 do TST. Além disso, o trabalho noturno, novamente por ser trabalho de ordem em desacordo com o padrão natural de sobrevivência humana, deve ser computado como jornada reduzida, conforme dispõe “Art. 73. (...) § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.” A jornada reduzida signi�ca um benefício complementar ao empregado, ou seja, o empregado que trabalha em jornada noturna deve ser privilegiado, tanto com o pagamento do adicional, como da jornada reduzida, conforme Súmula do STF: “Súmula n. 215 (STF). A duração legal da hora do serviço noturno (cinqüenta e dois minutos e trinta segundos) constitui vantagem suplementar, que não dispensa o salário adicional.” Veja então, acadêmico(a) que no trabalho noturno além do adicional noturno, o empregado noturno também se bene�cia da jornada reduzida, pois a hora do trabalho noturno é computado como de 52 minutos e 30 segundos e não como de 60 minutos, o que representa uma jornada de 7 (sete) horas diárias. Enunciado n. 265 (TST). Adicional noturno. Alteração de turno de trabalho. Possibilidade de supressão. A transferência para o período diurno de trabalho implica na perda do direito ao adicional noturno. Enunciado n. 60 TST. Adicional noturno. O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. Férias AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Férias é o período do contrato de trabalho em que o empregado não presta serviços, mas aufere remuneração do empregador, após ter adquirido o direito no período em que foram despendidas energias no trabalho. Trata-se de um direito irrenunciável, não podendo o empregado dispor de suas férias, ainda que por vontade própria e consciente. (NASCIMENTO, 2017) Conforme determina a CLT, no art. 129, “Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração” (BRASIL,1943), ou seja, caro(a) aluno(a), depois de transcorrido 12 meses de serviço prestado pelo empregado, o mesmo terá direito a 30 dias de descanso, sem qualquer desconto do seu salário, esse período é considerado Férias. As férias possuem o objetivo de proporcionar um período mais extenso de descanso ao empregado, de modo a evitar problemas de saúde decorrentes do cansaço excessivo. Elas podem ser conceituadas como “o período mais prolongado de descanso, em que o empregado não presta serviços, mas tem direito de receber a remuneração” (GARCIA, 2011, p. 439). Nesse sentido, vale ressaltar que para uma gestão e�ciente no controle das férias dos empregados junto a uma organização, torna-se fundamental conhecer o que vem a ser Período Aquisitivo e Período Concessivo. Vamos falar sobre cada um deles de modo mais detalhado para sua melhor compreensão Para obter o direito às férias, o empregado deve trabalhar durante o chamado período aquisitivo. Ele é o período em que se realiza a atividade, totalizando 12 meses da prestação do serviço. O empregado só terá direito às férias uma vez por ano, devendo sempre ser comunicado com antecedência pelo empregador para que CONCEITUANDO O período aquisitivo de férias compreende os doze meses trabalhados pelo empregado, a contar da sua admissão, para que adquira o direito ao gozo de férias, enquanto que o período concessivo de férias é o prazo de doze meses subsequentes ao término do período aquisitivo, em que o empregador deverá conceder as férias ao empregado (VIANA, 2014). possa se programar e assim planejar suas férias junto com a família. Além disso, quando o empregado também estuda, pode conversar com o empregador para que, na medida do possível, o mesmo programe suas férias para o mesmo período. Após a aquisição do direito às férias, estas devem ser concedidas pelo empregador respeitando o período concessivo, que é de 12 (doze) meses seguintes ao término do período aquisitivo. A época da concessão das férias será a que melhor satisfaça aos interesses do empregador, desde que observado o período concessivo. Importante a�rmar aqui que a concessão de férias em sua totalidade não pode exceder o último dia de período concessivo. (NASCIMENTO, 2017) Em regra geral, as férias devem ser concedidas ao empregado em um único período, de forma ininterrupta, conforme determina o art. 134 da CLT. Ocorre que com o advento da Lei 13467/2017 a própria legislação permite uma exceção à regra geral, na qual a�rma que: Art 134....§ 1º Desde que haja concordância do empregado, as Férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um (Lei 13467/2017). Somente nos casos excepcionais as férias poderão ser concedidas em dois períodos, os quais não poderão ser menor do que 10 dias (§ 1º, art. 134 CLT), todavia, a lei não deixa claro o que vem a ser “casos excepcionais”. Ao buscar o conceito na doutrina, Carrion (2005), a�rma que A concessão de férias é ato exclusivo do empregador; independe de pedido ou concordância do empregado. Devem ser concedidas nos 12 meses que se seguem a sua aquisição, em um só período, salvo casos excepcionais; ante o silêncio da lei deve-se adotar o critério de necessidade imperiosa (art. 61, força maior, serviços inadiáveis ou de inexecução com prejuízo). (Carrion, 2005, p.154). Com isso, caro(a) aluno(a), podemos interpretar que a empresa poderá conceder férias ao seu empregado de forma fracionada quando houver uma necessidade imperiosa, ou seja, força maior, serviços inadiáveis ou de inexecução com prejuízo. Além disso, cumpre registrar que os empregados menores de 18 anos e maiores de 50 anos não podem ter seus períodos de férias fracionados, com base no §2º, art. 134 CLT. Atestados Médicos, Faltas Justi�cadas e Atrasos Constantes e Saídas Antecipadas AUTORIA Eudes Cristiano Vargas Mais uma vez, antes de falarmos diretamente sobre os conteúdos principais desse tópico precisamos compreender melhor um conceito, o absenteísmo. A própria legislação já prevê o absenteísmo em seu corpo, e assim como �zemos anteriormente, precisamos analisar de forma sistemática e não apenas o artigo fora de contextualização. Veja que no art 473 da CLT é elencado as possibilidades de ausência do empregado sem prejuízo salarial. CONCEITUANDO O absenteísmo é derivado de uma palavra de origem latim (absens) que signi�ca “estar fora, afastado ou ausente”, de modo geral a compreensão do absenteísmo está ligada ao fato de se abster de algo (seja com ou sem vontade própria), portanto, qualquer ausência do empregado de seu posto de trabalho é considerada como absenteísmo. O absenteísmo gera impactos negativos para a organização (diminui produtividade, gera ambiente de descon�ança, etc), porém é necessária uma análise dessa abstenção, ou seja, veri�car qual foi a causa principal que fez com que o empregado se absteve de seu posto de trabalho. Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) III - por um dia, em caso de nascimento de �lho no decorrer da primeira semana; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o �m de se alistar eleitor, nos têrmos da lei respectiva. (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar). (Incluído pelo Decreto-lei nº 757, de 12.8.1969) VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. (Inciso incluído pela Lei nº 9.471, de 14.7.1997) VIII - pelo tempo que se �zer necessário, quando tiver que comparecer a juízo. (Incluído pela Lei nº 9.853, de 27.10.1999) IX - pelo tempo que se �zer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião o�cial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. (Incluído pela Lei nº 11.304, de 2006) X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira; (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016) XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar �lho de até 6 (seis) anos em consulta médica. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016) Perceba caro(a) aluno(a) que a legislação prevê e regulamenta as possibilidades de ausência em que não seja descontado o valor de seu salário, a isso damos a nomenclatura de faltas justi�cadas, assim existe uma justi�cativa “Legal”, ou seja, prevista em Lei. Porém o referido artigo não impõe restrição a outras possibilidades de justi�cativa, assim complementa essa visão o art 131 da CLT que diz: XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de exames preventivos de câncer devidamente comprovada. (Incluído pela Lei nº 13.767, de 2018) Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a ausência do empregado: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) I - nos casos referidos no art. 473; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Il - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepção do salário-maternidade custeado pela Previdência Social; (Redação dada pela Lei nº 8.921, de 25.7.1994) III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133; (Redação dada pela Lei nº 8.726, de 5.11.1993) IV - justi�cada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do correspondente salário; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) (grifo meu) V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III do art. 133. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Veja que a legislação deixa uma gama bem abrangente de possibilidades de justi�cativa da falta, pois deposita sobre a responsabilidade da empresa entender outras possibilidades em sua liberalidade de ação como organização. Em uma leitura mais apurada desses artigos da CLT você perceberá que não está previsto nenhuma possibilidade de doença, isto porque esse tipo de falta justi�cada será regulamentado baseada em outra legislação. Apenas no art 392 a CLT menciona as possibilidades de ausência devido a atestados médicos, porém com extrema limitação, que diz assim: Art. 392. A empregada gestante(grifo meu) tem direito à licença- maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário. (Redação dada pela Lei nº 10.421, 15.4.2002) § 1º A empregada deve, mediante atestado médico, noti�car o seu empregador da data do início do afastamento do emprego, que poderá ocorrer entre o 28º (vigésimo oitavo) dia antes do parto e ocorrência deste. (Redação dada pela Lei nº 10.421, 15.4.2002) § 2º Os períodos de repouso, antes e depois do parto, poderão ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um, mediante atestado médico. (Redação dada pela Lei nº 10.421, 15.4.2002) § 3º Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.421, 15.4.2002) § 4º É garantido à empregada, durante a gravidez, sem prejuízo do salário e demais direitos: (Redação dada pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999) I - transferência de função, quando as condições de saúde o exigirem, assegurada a retomada da função anteriormente exercida, logo após o retorno ao trabalho; (Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999) II - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, seis consultas médicas e demais exames complementares. (Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999) § 5º (VETADO) (incluído pela Lei nº 10.421, de 2002) Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para �ns de adoção de criança ou adolescente será concedida licença- maternidade nos termos do art. 392 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) § 1º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 4º A licença-maternidade só será concedida mediante apresentação do termo judicial de guarda à adotante ou guardiã. (Incluído pela Lei nº 10.421, 15.4.2002) Veja que como disse anteriormente, o art 392 dispõe exclusivamente sobre a empregada gestante. Você deve estar se perguntando se o atestado médico então não dá direito de ausência justi�cada, não é mesmo? A resposta é sim, ele dá direito a ausência justi�cada, desde percebidos alguns elementos e requisitos que explicaremos a seguir. A doença do empregado como fator primordial de sua ausência ao trabalho é regulamentada pela Lei Federal 605/1949, a qual aponta: Art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justi�cado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho. § 1º São motivos justi�cados: a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho; b) a ausência do empregado devidamente justi�cada, a critério da administração do estabelecimento; c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não tenha havido trabalho; d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do seu casamento; e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho; f) a doença do empregado, devidamente comprovada. § 2º A doença será comprovada mediante atestado de médico(grifo meu) da instituição da previdência social a que estiver �liado o empregado, e, na falta deste e sucessivamente, de médico do Serviço Social do Comércio ou da Indústria; de médico da empresa ou por ela designado; de médico a serviço de representação federal, estadual ou municipal incumbido de assuntos de higiene ou de saúde pública; ou não existindo estes, na localidade em que trabalhar, de médico de sua escolha. (Redação dada pela Lei nº 2.761, de 26.4.56) § 5º A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença-maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiães empregado ou empregada. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) Art. 392-B. Em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge ou companheiro empregado o gozo de licença por todo o período da licença-maternidade ou pelo tempo restante a que teria direito a mãe, exceto no caso de falecimento do �lho ou de seu abandono. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência) Art. 392-C. Aplica-se, no que couber, o disposto no art. 392-A e 392-B ao empregado que adotar ou obtiver guarda judicial para �ns de adoção. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) Portanto, a referida Lei apresenta a possibilidade de falta justi�cada para empregados que comprovem doença através de atestado médico, sendo que a expressão “Atestado Médico” é explicado também na referida Lei como aquele que declara, expressamente, a
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