Aula 9 Provas de Campo - Saltos verticais (salto em altura e salto com vara)

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Metodologia do ensino do atletismo
Aula 9: Provas de Campo - Saltos verticais (salto em altura e
salto com vara)
Apresentação
Estudaremos as provas olímpicas de campo, destacando os saltos verticais em altura e com vara. Aprenderemos as
regras básicas de organização e funcionamento, assim como a origem e a evolução dessas provas. Trataremos dos
fundamentos básicos e técnicos dos saltos verticais, abordando toda a complexidade na execução, desde a coordenação
e a técnica de corrida, passando pela impulsão, a fase aérea e a queda. Também serão apresentadas, ainda nesta aula,
sugestões e orientações didático-pedagógicas para a promoção dos saltos verticais, adaptando-os à vivência escolar e à
iniciação esportiva, além de possibilidades procedimentais como brincadeiras e jogos educativos de saltos.
Objetivos
Diferenciar o salto em altura e o salto com vara quanto à organização, ao funcionamento e às regras básicas;
Identi�car os fundamentos técnicos básicos dos saltos em altura: Partida, técnica de corrida, impulsão, fase aérea e
queda.
Saltos verticais
Os saltos verticais dividem-se em salto em altura e salto
com vara. Tratam-se de provas modernas nas quais o atleta
tem como objetivo ultrapassar uma barra horizontal,
conhecida como sarrafo, que �ca posicionada em uma
altura determinada.
Os saltos verticais integraram os primeiros Jogos Olímpicos
da era moderna, em 1896, em Atenas. Ambas as provas –
salto em altura e salto com vara – podem ser disputadas ao
ar livre (outdoor) e em pista coberta (indoor).
 Filippo Campioli realiza salto em altura durante o Encontro Internacional de
Atletismo Memorial Nebiolo 2012 em 8 de junho de 2012 em Turim, Itália. (Fonte: Por
Diego Barbieri / Shutterstock)
Organização e funcionamento
Quanto à organização dos saltos verticais, destacam-se algumas regras, tais como:

1
Antes do início da competição, o árbitro informará aos atletas
a altura inicial e as subsequentes, até que um deles vença a
prova ou haja um empate no primeiro lugar.

2
O atleta pode começar a saltar em qualquer altura, respeitando
a altura inicial determinada pela competição.

3
O atleta tem três tentativas consecutivas para realizar o salto.
Caso ele consiga saltar, disporá de três novas tentativas. Caso
ele falhe três vezes consecutivas, independentemente da
altura, não poderá continuar na competição.

4
A barra nunca será elevada em menos de 2 cm no salto em
altura e 5 cm no salto com vara.

5
A ordem de salto dos atletas será estabelecida por meio de um
sorteio.

6
A barra transversal deve ser colorida, feita de �bra de vidro ou
outro material apropriado que não seja metal e circular na
seção transversal, exceto nas extremidades.

7
O comprimento total da barra transversal será de 4,00 m (±
0,02 m) no salto em altura e 4,50 m (± 0,02 m) no salto com
vara.

8
O peso máximo da barra será de 2 kg no salto em altura e 2,25
kg no salto com vara.

9
A principal falha cometida por esse competidor é derrubar o
sarrafo.
Atenção
A principal falha cometida pelo competidor é derrubar o sarrafo.
O atleta até pode tocar o sarrafo no momento do salto, mas desde que não haja a intenção. Se �car constatado que a barra foi
derrubada por uma força não associada ao atleta, como o vento ou algum objeto, e se o atleta já tiver ultrapassado a barra, a
tentativa será válida. Em outras circunstâncias, uma nova tentativa será concedida.
(CABt, 2019a)
Devemos dar uma atenção especial às colocações �nais dos atletas ao término da competição. Segundo a Regra 181.8, se
dois ou mais atletas ultrapassarem a mesma altura �nal, o procedimento para decidir as colocações serão os seguintes:
"(a) O Atleta com o número menor de saltos na altura onde
ocorrer o empate será considerado o de melhor colocação. 
 
(b) Se os Atletas permanecerem na posição, após a aplicação
da Regra 181.8(a), o Atleta com o menor número total de
saltos falhos em toda a prova até e incluindo a última altura
ultrapassada será considerado o de melhor colocação. 
 
(c) Se os Atletas ainda estiverem empatados após a
aplicação da Regra 181.8(b), o Atleta em questão será
considerado na mesma posição a menos que seja relativo ao
primeiro lugar;
 
(d) Se relativo ao primeiro lugar um salto extra entre estes
Atletas será conduzido de acordo com a Regra 181.9, a
menos que decidido de outro modo, tanto antecipadamente
de acordo com os Regulamentos Técnicos aplicados à
competição ou durante a mesma, mas antes do início da
competição pelo Delegado Técnico ou Árbitro Geral se
nenhum Delegado Técnico tiver sido indicado. Se nenhum
salto extra for realizado, incluindo quando os Atletas
pertinentes em qualquer fase decidirem não saltar mais, o
empate para o primeiro lugar permanecerá."
- (CABt, 2019a, p. 45)
Como será feito o desempate entre os atletas, regra 181.9:
"(a) Os Atletas em questão devem saltar em todas as alturas
até que uma decisão seja alcançada ou até que todos os
Atletas concernentes decidam não mais saltar. 
 
(b) Cada Atleta terá um salto em cada altura. 
 
(c) A tentativa iniciará na próxima altura determinada de
acordo com a Regra 181.1 após a última altura ultrapassada
pelos Atletas concernentes. 
 
(d) Se não chegar a nenhuma decisão a barra será elevada,
se mais de um Atleta envolvido for bem sucedido, ou
abaixada se todos eles falharem, de 2 cm para o Salto em
Altura e 5 cm para o Salto com Vara. 
 
(e) Se um Atleta não saltar em uma altura ele
automaticamente abriu mão de qualquer direito a uma
posição mais alta. Se somente outro Atleta então permanecer
ele será declarado o vencedor, independentemente de ele ter
tentado aquela altura."
- (CABt, 2019a, p. 45-46)
Observe a tabela a seguir, que explica o desempate entre quatro atletas.
Atleta Alturas Nulos Saltos extras Posição
1.75 1.80 1.84 1.88 1.91 1.94 1.97 1.91 1.89 1.91m
A O XO O XO X- XX 2 X O X 2
B - XO - XO - - XXX 2 X O O 1
C - O XO XO - XXX 2 X X 3
D - XO XO XO XXX 3 4
A tabela mostra que A, B, C e D ultrapassam a altura de 1,88 m.
Com isso, a regra de empate entra em uso. Os Árbitros somam o número total de falhas, até e incluindo a última altura
ultrapassada, ou seja, 1,88 m.
D falhou mais vezes que A, B e C, e por isso alcançou o 4º lugar. A, B e C continuam empatados, e como se refere ao 1º lugar,
eles terão mais um salto de 1,91 m, que é a próxima altura depois da última ultrapassada pelos Atletas empatados.
Como todos os Atletas falharam, a barra foi baixada para 1,89 m para outro salto. Como somente C falhou ao passar 1,89 m, os
outros dois empatados, A e B, terão direito a um terceiro salto de 1,91 m, somente ultrapassado por B, sendo, assim,
considerado vencedor.
Salto em altura
A origem moderna do salto em altura foi na Alemanha, por volta do século XVIII,
com as crianças o praticando nas aulas de Educação Física. Como esporte
competitivo, esse salto se desenvolveu na Inglaterra, no século XIX (CBAt, 2019-B).
O salto em altura, pode-se dizer, foi a prova que mais evoluiu no atletismo, em
termos técnicos e de estilos e, consequentemente, de performance, tudo isso ao
longo do século XX, apenas. Trata-se de uma prova que iniciou com um estilo de
fácil execução, como o tesoura, no qual os atletas atingiram por volta dos 2
metros; passando pelo estilo cortado, que impõe certa di�culdade, também
�cando por volta dos 2 metros; passando aos rolos californiano e ventral, que
impõem certa di�culdade, sendo que com o rolo ventral se chegou aos 2,28 m; e,
por último, o estilo mais usado atualmente, o salto Fosbury (nome do atleta que
iniciou esse estilo: Richard Douglas Fosbury) ou Flop ou mesmo Fosbury Flop,
com performances de mais de 2,40 m para homens e mais de 2 m para mulheres
(FERNANDES, 2003).  Richard Douglas Fosbury (Fonte: Wikipedia)
Evolução do salto em altura
Vejamos como o salto em altura evoluiu ao longo do tempo,
tanto em termos de inovação como de alturas
conquistadas, de 1898 até hoje:
1 – Salto de tesoura (1,97 m, em 1898); 
2 – Salto cortado (1,99 m, em 1908); 
3 – Rolamento californiano (2,02m, em 1914); 
4 – Variante do rolamento californiano (2,04 m, em 1933); 
5 – Variante do rolamento californiano (2,07 m, em 1936); 
6 – Rolamento ventral (2,07 m, em 1936); 
7 – Variante do rolamento ventral (2,22 m, em 1960); 
8 – Variante do rolamento ventral (2,28 m, em 1963); 
9 – Fosbury ou Flop (2,32 m, 1976); 
10 – Fosbury ou Flop (2,45 m, 1993).
 Salto tesoura (Fonte: Wikipedia)
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 José Telles da Conceição. Fonte: (CBAt, 2019-A)
Diante da história e evolução do salto em altura, é
necessário registrar que foi nessa prova que o Brasil
conquistou a primeira medalha olímpica no atletismo. Foi
nos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952, que José
Telles da Conceição conquistou a medalha de bronze
saltando 1,98 m.
Área do salto
A área de salto deve ter a largura do corredor de no mínimo
16 m e o comprimento mínimo de 15 m. Para competições
do nível olímpico e mundial, o comprimento mínimo será de
25 m. A área de queda deverá medir no mínimo 6 m de
comprimento x 4 m de largura x 0.7 m de altura. Em relação
aos aparelhos, os postes devem ser rígidos e ter suportes
para as barras (sarrafo). A distância entre os postes não
deverá ser menor que 4,00 m nem maior que 4,04 m (CBAt,
2019-A).
 (Fonte: Por Nerthuz / Shutterstock)
A prova pode ser dividida em cinco fases: partida, corrida, impulsão, fase aérea (passagem sobre o sarrafo) e queda. Há um
diferencial na etapa da impulsão: a componente vertical deve prevalecer, com enfoque nos diferentes estilos e in�uências nas
fases. A valência física velocidade é importante, juntamente com a �exibilidade, a impulsão e a habilidade para a execução do
estilo (FERNANDES, 2003).
O �uxograma a seguir apresenta as etapas do salto em altura.
 Fonte: (COICEIRO, 2019)
Cada etapa do salto em altura vai variar de acordo com o estilo do salto que será utilizado. Vamos explicar as etapas do estilo
Fosbury, que é comprovadamente o melhor tecnicamente a ser realizado. Contudo, não é o mais indicado para a iniciação, que
no caso é o salto tesoura.
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Veja a seguir as características das etapas do salto em altura.
1. Partida
Saindo da própria marca;
Caminhando 2 a 3 passos antes da
marca;
Trotando ou saltitando antes da marca;
Correndo antes da marca.
2. Corrida
Sentido curvilíneo controlando a força
centrífuga;
Energia horizontal → Energia Vertical;
Ritmo progressivo;
Variação de 7 a 11 passos.
3. Impulsão e elevação
Impulsão:
Início;
Amortecimento;
Final.
Elevação:
Movimento de rotação do tronco;
Pernas: estendidas (impulsão) e
�exionadas;
Quadril elevado: juntamente com centro
de massa;
Braços: �exionados (contrários à perna
de impulsão) e estendidos ao longo do
corpo.
4. Fase aérea
Passagem sobre o sarrafo;
Projetar o centro de massa na maior
altura possível;
Caracteriza o estilo do salto;
Em decúbito dorsal – fazendo um arco
com o corpo.
5. Queda
Nesta etapa, o atleta cai de costas sobre os
ombros e pescoço.





Atividade
1. Assinale a opção que apresenta as etapas do salto em altura:
a) Corrida – Impulsão - Partida – Fase aérea – Queda
b) Corrida – Impulsão – Queda – Fase aérea – Partida
c) Corrida – Partida – Impulsão – Queda - Fase aérea
d) Partida – Corrida – Impulsão – Fase aérea – Queda
e) Partida – Corrida – Impulsão – Queda - Fase aérea
2. A prova do salto em altura passou por muitas evoluções ao longo da sua história e da sua constituição, dentre as quais
podemos destacar:
  I. O surgimento dos colchões. 
II. Os atletas �caram mais fortes. 
III. O surgimento do estilo Fosbury. 
IV. A vestimenta. 
V. Os estudos cientí�cos, principalmente da biomecânica.  
Assinale a opção correta:
a) As afirmativas I, III e IV estão corretas.
b) As afirmativas I, III e V estão corretas.
c) As afirmativas II, III e V estão corretas.
d) As afirmativas I, IV e V estão corretas.
e) As afirmativas II, IV e V estão corretas.
Salto com vara
O formato moderno do salto com vara se originou em dois países:
Alemanha
Em 1850, a prova foi adotada pela
associação de ginástica.
Inglaterra
País em que as competições eram
realizadas com varas de nogueira e
pontas de ferro.
Em 1896, passou a fazer parte dos Jogos Olímpicos, em
que eram utilizadas varas de bambu ou metal. Em 1962, a
vara de �bra de vidro teve a autorização da Associação
Internacional de Federações de Atletismo – IAAF (em
inglês: International Association of Athletics Federations)
(IAAF, 2019).
No Brasil, o salto com vara vem proporcionado muitas
alegrias. Os grandes destaques para essa prova são a atleta
Fabiana Murer, que foi campeã mundial indoor em 2010, em
Doha; e Thiago Braz, campeão olímpico, em 2016, no Rio de
Janeiro.
 Salto com vara, em 1890. (Fonte: Wikipedia)
 (Fonte: Por colonga123456 / Shutterstock)
Área do salto
O comprimento mínimo para o corredor, medido a partir da
linha zero, será de 40 m e, quando as condições permitirem,
45 m. Ele deverá ter uma largura máxima de 1,22 m. A área
de queda deverá medir no mínimo 6 m de comprimento x 6
m de largura x 0,8 m de altura. Os postes devem ser rígidos
e deverão ter suportes (tarugos) para apoiar as barras
(sarrafos), e a distância entre os tarugos não deverá ser
menor que 4,28 m nem maior que 4,37 m. A impulsão no
salto com vara será a partir de um encaixe que será
construído de um material adequado, medindo 1,00 m de
comprimento, 0,60 m de largura na extremidade anterior e
estreitando para 0,15 m no fundo do encaixe (CBAt, 2019-A).
O salto com vara é considerada a prova de maior di�culdade técnica do atletismo. Ela vai exigir do atleta Velocidade para
realizar a corrida de balanço, Força de impulsão, Força nos braços e tronco, Destreza e Flexibilidade. As Etapas do salto com
vara podem ser visualizadas no �uxograma a seguir.
 Fonte: (COICEIRO, 2019)
Referências
CBAt. Confederação Brasileira de Atletismo. Regras do Atletismo 2018-2019. 2019. Disponível em:
//www.cbat.org.br/repositorio/cbat/documentos_o�ciais/regras/regras_o�ciais_2018_2019.pdf. Acesso em: 16 maio 2019-A.
CBAt. Confederação Brasileira de Atletismo. Histórico das provas – Masculino. 2019. Disponível em: //www.cbat.org.br/
provas/historico_masculino.asp. Acesso em: 16 maio 2019-B.
CBAt. Confederação Brasileira de Atletismo. História. 2019. Disponível em: //www.cbat.org.br/acbat/historico.asp. Acesso em:
16 maio 2019-C.
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FERNANDES, J. L. Atletismo: corridas. Capítulo IV. 3. ed. São Paulo: EPU, 2003.
HIGH JUMP. In: WIKIPEDIA: the free encyclopedia. [San Francisco, CA: Wikimedia Foundation, 2010]. 2019. Disponível em:
https://en.wikipedia.org/wiki/High_jump. Acesso em: 16 maio 2019-A.
IAAF. International Association of Athletics Federations. Site institucional. 2019. Disponível em: https://www.iaaf.org/home.
Acesso em: 16 maio 2019.
IAAF. Report: women's high jump �nal – IAAF World Championships, Beijing 2015. 2015. Disponível em:
https://www.iaaf.org/news/report/beijing-2015-mens-high-jump-�nal. Acesso em: 16 maio 2019.
IAAF. High jump legend Brumel dies after long illness. 2003. Disponível em: https://www.iaaf.org/news/news/high-jump-
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IMGUR. Mutaz Barshim Warming Up. 2016. Disponível em: https://imgur.com/WLGVxsk. Acesso em: 16 maio 2019.
MATHIESEN, S. Q. Educação física no ensino superior – Atletismo: teoria e prática. São Paulo: Guanabara Koogan, 2017.
POLE VAULT. In: WIKIPEDIA: the free encyclopedia. [San Francisco, CA: Wikimedia Foundation, 2010]. 2019. Disponível em:
https://en.wikipedia.org/wiki/Pole_vault. Acesso em: 16 maio 2019-B.
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Regras básicas de organização e funcionamento do lançamento de dardo.
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Livro didático da disciplina - páginas 84 e 95.
Capítulo 3, páginas 129 a 146, do livro Aspectos pedagógicos do atletismo.Disponível na Biblioteca Virtual.
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