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33 3. Cadeirantes e a sexualidade Os problemas enfrentados pelos cadeirantes são muitos e são óbvios, como a acessibilidade, que é uma grande dificuldade para locomoção em lugares sem elevadores ou em ônibus com rampas emperradas ou elevadores que não funcionam; se locomover em ruas, avenidas ou calçadas muito elevadas, sem rampas, muito estreitas, rachadas ou com buracos. Mas, queremos ressaltar sobre uma em especial: a dificuldade que possuem para se relacionar sexualmente. Muitas pessoas acreditam que os deficientes são assexuados, acreditam que são sensíveis, totalmente dependentes e que por esse motivo não podem se relacionar com outras pessoas. Há também quem acredite que eles só podem se relacionar entre eles, dizendo que assim, um entende as limitações do outro. O parceiro mesmo não tendo deficiência deve conhecer e compreender as limitações do outro. E isso também não quer dizer que são dependentes, porque não são, ou seja, cadeirantes podem fazer as coisas sozinhos, mas claro que, com algumas exceções, como no caso de tetraplégicos que não possuem nenhum movimento, sendo totalmente dependente de alguém. Entretanto, ao verem um cadeirante, há uma generalização por parte da sociedade pois acreditam que todo cadeirante é igual e também suas limitações, esquecendo que, em alguns casos, quando um indivíduo tem alguma deficiência aprende a se adaptar às situações de acordo com as suas necessidades, como no caso de paraplegia cuja a paralisia em partes dos movimentos do tronco, pernas ou região pélvica, ou também, quando há o sofrimento de algum acidente que causa uma danificação e gera a paralisia. Eles possuem uma vida normal em todos os sentidos, a única diferença é que vivem em uma cadeira de rodas. Também há os casos onde as mulheres deficientes são mais abusadas do que as outras pelo fato de serem vistas como mais frágeis e por terem uma Imagem11-“A rotina de quem é invisível em Teresina: o sufoco dos cadeirantes para pegar um ônibus” Fonte: Oitomeia, 2020 Fonte: Oitomeia, 2020 34 deficiência que pode impedí-la de fugir ou chamar por socorro; o mais chocante é que não existe nenhuma pauta no feminismo sobre isso, ou seja, os aspectos do feminismo não inclui as mulheres com deficiência. Além disso, há os deficientes físicos que se atraem por pessoas do mesmo sexo ou diversos outros, incluindo-se, portanto, no movimento LGBTQI+. Com isso acabam sendo alvo de dois preconceitos: um pela deficiência e outro pela sexualidade. Assunto que também não é retratado com a necessidade devida. Ainda há uma desigualdade nesta questão pois há muitos lugares que não incluem essas pessoas, como bares LGBTQIA+, por exemplo. Estes não possuem acessibilidade para recebimento de deficientes, havendo um esquecimento dos mesmos e isto é: “Ser minoria dentro da própria minoria”. Como diz a reflexão no Blog Diversidade: “Aliás, com sinceridade, até hoje você já tinha pensado que existem deficientes físicos homossexuais e que eles enfrentam todo o tipo de contratempos na ânsia de encontrarem o seu grande amor?” Isto nos faz refletir que, apesar de haver movimentos, comerciais e programas de TV, como o “Criança esperança”, que tem o objetivo de mostrar a realidade de pessoas com deficiência e ajudá-las, ainda assim, não é totalmente suficiente, pois não mostram 100% de tudo, e sim somente o superficial, aquilo que todos já sabem e esperam ver; porém, deficientes são gente como a gente, ou seja, eles também amam, também sentem desejo e atração, também são humanos e, estas observações são públicas e notórias. Entretanto, não é algo que a sociedade acha relevante, que precise ser cuidado e retratado, porque não se lembram disso, apenas do físico. Deficientes não precisam somente de achismos e rampas, precisam de uma inclusão completa, de reconhecimento Imagem12- “Ser minoria dentro da própria minoria” Fonte: Blog Diversidade, 2016 35 humano, de igualdade e diversidade, ou seja, deixar de ser a minoria, dentro da própria minoria. 4. Pessoa com deficiência Visual Há vários tipos de deficiência, e uma delas é a deficiência visual. Através de uma tabela de Snellen temos uma classificação do grau desta de deficiência. Tabela1: “Classes de Acuidade Visual” Visão Normal 20/12 a 20/25 1,5 a 0,8 • Bifocais comuns Próximo do normal 20/30 a 20/60 0,6 a 0,3 • Bifocais mais fortes • Lupas de baixo poder Baixa visão moderada 20/80 a 20/150 0,25 a 0,12 • Lentes esferopris-máticas • Lupas mais fortes Baixa visão profunda 20/500 a 20/1000 0,04 a 0,02 • Lupa montada telescópio • Magnificação vídeo • Bengala • Treinamento Orientação/Mobilidade Próximo à cegueira 20/1200 a 20/2500 0,015 a 0,008 • Magnificação vídeo livros falados, Braille • Aparelhos de saída de voz • Softwares com sintetizadores de voz • Bengala • Treinamento Orientação/Mobilidade Cegueira total Sem projeção de luz Sem projeção de luz • Aparelhos de saída de voz • Softwares com sintetizadores de voz • Bengala • Treinamento Orientação/Mobilidade
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