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Cadeirantes e Sexualidade

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3. Cadeirantes e a sexualidade 
Os problemas enfrentados pelos cadeirantes são muitos e são óbvios, 
como a acessibilidade, que é uma grande dificuldade para locomoção em lugares 
sem elevadores ou em ônibus com rampas emperradas ou elevadores que não 
funcionam; se locomover em ruas, avenidas ou calçadas muito elevadas, sem 
rampas, muito estreitas, rachadas ou com buracos. 
 
Mas, queremos ressaltar sobre 
uma em especial: a dificuldade que 
possuem para se relacionar sexualmente. 
Muitas pessoas acreditam que os 
deficientes são assexuados, acreditam 
que são sensíveis, totalmente 
dependentes e que por esse motivo não 
podem se relacionar com outras pessoas. 
Há também quem acredite que eles só 
podem se relacionar entre eles, 
dizendo que assim, um entende as limitações do outro. 
O parceiro mesmo não tendo deficiência deve conhecer e compreender 
as limitações do outro. E isso também não quer dizer que são dependentes, 
porque não são, ou seja, cadeirantes podem fazer as coisas sozinhos, mas claro 
que, com algumas exceções, como no caso de tetraplégicos que não possuem 
nenhum movimento, sendo totalmente dependente de alguém. 
Entretanto, ao verem um cadeirante, há uma generalização por parte da 
sociedade pois acreditam que todo cadeirante é igual e também suas limitações, 
esquecendo que, em alguns casos, quando um indivíduo tem alguma deficiência 
aprende a se adaptar às situações de acordo com as suas necessidades, como 
no caso de paraplegia cuja a paralisia em partes dos movimentos do tronco, 
pernas ou região pélvica, ou também, quando há o sofrimento de algum acidente 
que causa uma danificação e gera a paralisia. Eles possuem uma vida normal 
em todos os sentidos, a única diferença é que vivem em uma cadeira de rodas. 
Também há os casos onde as mulheres deficientes são mais abusadas 
do que as outras pelo fato de serem vistas como mais frágeis e por terem uma 
Imagem11-“A rotina de quem é invisível em Teresina: 
o sufoco dos cadeirantes para pegar um ônibus” 
Fonte: Oitomeia, 2020 
Fonte: Oitomeia, 2020 
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deficiência que pode impedí-la de fugir ou chamar por socorro; o mais chocante 
é que não existe nenhuma pauta no feminismo sobre isso, ou seja, os aspectos 
do feminismo não inclui as mulheres com deficiência. 
Além disso, há os deficientes físicos que se atraem por pessoas do 
mesmo sexo ou diversos outros, incluindo-se, portanto, no movimento LGBTQI+. 
Com isso acabam sendo alvo de dois preconceitos: um pela deficiência e outro 
pela sexualidade. 
 
Assunto que também não é retratado com a 
necessidade devida. Ainda há uma desigualdade 
nesta questão pois há muitos lugares que não 
incluem essas pessoas, como bares LGBTQIA+, por 
exemplo. Estes não possuem acessibilidade para 
recebimento de deficientes, havendo um 
esquecimento dos mesmos e isto é: “Ser minoria 
dentro da própria minoria”. 
 
 
Como diz a reflexão no Blog Diversidade: 
 “Aliás, com sinceridade, até hoje você já tinha pensado 
que existem deficientes físicos homossexuais e que eles 
enfrentam todo o tipo de contratempos na ânsia de encontrarem 
o seu grande amor?” 
Isto nos faz refletir que, apesar de haver movimentos, comerciais e 
programas de TV, como o “Criança esperança”, que tem o objetivo de mostrar a 
realidade de pessoas com deficiência e ajudá-las, ainda assim, não é totalmente 
suficiente, pois não mostram 100% de tudo, e sim somente o superficial, aquilo 
que todos já sabem e esperam ver; porém, deficientes são gente como a gente, 
ou seja, eles também amam, também sentem desejo e atração, também são 
humanos e, estas observações são públicas e notórias. Entretanto, não é algo 
que a sociedade acha relevante, que precise ser cuidado e retratado, porque não 
se lembram disso, apenas do físico. Deficientes não precisam somente de 
achismos e rampas, precisam de uma inclusão completa, de reconhecimento 
Imagem12- “Ser minoria dentro 
da própria minoria” 
Fonte: Blog Diversidade, 2016 
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humano, de igualdade e diversidade, ou seja, deixar de ser a minoria, dentro da 
própria minoria. 
 
 
 
 
4. Pessoa com deficiência Visual 
Há vários tipos de deficiência, e uma delas é a deficiência visual. Através 
de uma tabela de Snellen temos uma classificação do grau desta de deficiência. 
Tabela1: “Classes de Acuidade Visual” 
Visão Normal 20/12 a 
20/25 
1,5 a 0,8 • Bifocais comuns 
Próximo do 
normal 
20/30 a 
20/60 
0,6 a 0,3 
 
• Bifocais mais fortes 
• Lupas de baixo poder 
Baixa visão 
moderada 
20/80 a 
20/150 
0,25 a 0,12 • Lentes esferopris-máticas 
• Lupas mais fortes 
Baixa visão 
profunda 
20/500 a 
20/1000 
0,04 a 0,02 • Lupa montada telescópio 
• Magnificação vídeo 
• Bengala 
• Treinamento 
Orientação/Mobilidade 
 
Próximo à 
cegueira 
20/1200 a 
20/2500 
0,015 a 0,008 • Magnificação vídeo livros 
falados, Braille 
• Aparelhos de saída de voz 
• Softwares com sintetizadores 
de voz 
• Bengala 
• Treinamento 
Orientação/Mobilidade 
Cegueira total Sem 
projeção de 
luz 
Sem projeção 
de luz 
• Aparelhos de saída de voz 
• Softwares com sintetizadores 
de voz 
• Bengala 
• Treinamento 
Orientação/Mobilidade

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