Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AO DOUTO JUÍZO DE DIREITO DA 8º VARA CÍVEL DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO MARCOS, devidamente qualificado nos autos em epigrafe, por meio de sua advogada constituída, com endereço profissional em Rua dos Ipês, 2826, Ininga e endereço eletrônico Joiceanesousa@gmail.com, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 335, artigo 336, bem como o artigo 343 do Código de Processo Civil (CPC), apresentar: CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO Aos fatos e direitos opostos por JÚLIA, também qualificada nos autos do presente processo. I – DA TEMPESTIVIDADE A presente peça processual é tempestiva. O prazo para apresentação da contestação é de 15 dias úteis (Art. 219 do CPC) a partir da juntada do AR relativo à carta de citação (Art. 231, inciso I e Art. 335 ambos do CPC), ou seja, o prazo final para a prática do ato seria o dia 25 de fevereiro de 2019, restando à peça tempestiva. II- DA INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA A autora pretende a condenação do réu ao pagamento de indenização por danos materiais no importe de R$ 40.000,00, valor que, segundo alega, foi gasto no conserto de seu automóvel após o acidente de trânsito. Portanto, evidente que o valor de R$ 1.000,00 atribuído à causa não corresponde ao conteúdo patrimonial ou proveito econômico pretendido pela parte autora, contrariando o disposto no art. 292, V do CPC. Deste modo, requer-se a retificação do valor da causa para constar o montante cujo pagamento a autora, efetivamente, pretende, de R$ 40.000,00, devendo, nos termos do art. 293 do CPC, ser determinada por este juízo a complementação das custas processuais, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, III e IV do CPC. III - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA Nos termos do art. 98 do CPC, a gratuidade de justiça deve ser concedida à pessoa natural ou jurídica com insuficiência de recursos para pagar às custas do processo, as despesas processuais e os honorários de advogado. O reconvinte, neste ato, requer a concessão de tais benefícios, por ser pessoa pobre, na acepção jurídica do termo, conforme declaração de hipossuficiência, firmada sob as penas da lei, que acompanha a presente peça, isentando-o, assim, do recolhimento das custas relativas à reconvenção e demais despesas decorrentes das ações. IV- DOS FATOS Alega a parte autora que dirigia seu veículo na Rua 001, na cidade do Rio de Janeiro, quando se envolveu em acidente de trânsito com o veículo do réu. Em decorrência do acidente, sofreu danos materiais no valor de R$40.000,00, valor que foi utilizado para os reparos do veículo. Segue aduzindo que o acidade foi provocado por culpa do réu, pois estaria dirigindo acima da velocidade permitida. Pleiteando, no mérito, a indenização pelos danos materiais sofridos. Deu à causa o valor de R$1.000,00 e informou não desejar audiência de conciliação, por ter tentado acordo extrajudicial, sendo infrutífero. V- DO DIREITO - Sem ato ilícito não há responsabilidade civil. - O réu em nenhum momento praticou ação voluntária com negligência ou imprudência que causasse danos a parte autora e, consequentemente, gerasse o dever indenizatório. - Não houve afronta, portanto, aos artigos 186 c/c 927 do Código Civil. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Ao contrário, toda responsabilidade cabe à parte autora que, conforme documentos apresentados, estava completamente embriagada no momento do acidente, pondo pedestres e outros motoristas em risco, desrespeitando e avançando sinais vermelhos. Caso assim não se entenda, é necessário considerar a responsabilidade concorrente entre as partes. A culpa é fator determinante no momento de se determinar o valor indenizatório. O Código Civil permite reduzir equitativamente a indenização quando houver a excessiva desproporção entre a culpa e o dano, conforme preconiza o artigo 944 parágrafo único do CC/2002. Art. 944- A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. Sendo estabelecido ainda que: Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com o do autor do dano. (Art. 945 do CC/2002). Art. 945 - Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. Pelos motivos aduzidos, requer a improcedência dos pleitos autorais. Caso reste configurada a responsabilidade civil, imperioso implicar que a mesma seja concorrente. VI - DA RECONVENÇÃO Nos termos do artigo 343 do CPC, ao réu é licito propor RECONVENÇÃO, manifestando pretensão própria, se conexa com a ação principal ou com fundamento de defesa. Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. Decorrente do mesmo fato pleiteia o réu, ora RECONVINTE, indenização pelos danos materiais sofridos no valor de R$30.000,00 (trinta mil reais), montante utilizado para o conserto do veículo avariado pelo acidente. Restando claro o dever indenizatório do RECONVINDO, ante a prática de ato ilícito pela sua negligência ao dirigir embriagada, atravessando sinais vermelhos, nos termos do artigo 186, 927 do CC/2002. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Atribui-se ao valor da causa em R$30.000,00 (trinta mil reais) VII - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS Ante o exposto, requer-se: a) O acolhimento da preliminar de incorreção do valor da causa, para constar o conteúdo econômico efetivamente perseguido pela autora, com determinação de complementação do pagamento das custas processuais, sob pena de extinção do feito sem resolução de mérito; b) A improcedência do pedido formulado pela parte autora, na ação principal, por ausência de culpa do réu; c) Sucessivamente, em caso de não acolhimento do primeiro pedido, que seja reconhecida a culpa concorrente, determinando que cada parte deverá arcar com os prejuízos relativos ao conserto de seus respectivos veículos; d) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, por ser pessoa pobre na acepção jurídica do termo, conforme declaração anexa; e) A intimação da reconvinda, nos termos do art. 343, § 1º do CPC para, querendo, apresentar respostar à reconvenção, no prazo legal; f) A procedência do pedido formulado na reconvenção, condenando a reconvinda ao pagamento de indenização por danos materiais no importe de R$ 30.000,00, correspondente ao montante gasto pelo reconvinte com o conserto de seu veículo, acrescida de juros, correção monetária e honorários do advogado; g) A produção de todas as provas admitidas em juízo para comprovação das alegações aduzidas na contestação e na reconvenção; h) A intimação do patrono que subscreve a petição acerca de todos os atos processuais, sob pena de nulidade, nos termos do art. 272, § 2°, do CPC. Termos em que, pede e espera deferimento. Teresina, 17 de Junho de 2021. Joiceane de Sousa Machado OAB/UF nº...
Compartilhar