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Introdução à Farmacologia

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Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
1 
 
Farmacologia 
Aula 1 
Introdução 
 A farmacologia é o estudo dos fármacos, e 
divide-se em 3 ramos: 
➯Farmacocinética: estuda a absorção, distribuição, 
biotransformação e excreção dos fármacos. 
➯Farmacodinâmica: estuda os mecanismos de ação e 
efeitos dos fármacos. 
➯Farmacoterapêutica: indicações dos fármacos (quando 
e para que usar). 
Medicamento X Remédio 
- O medicamento é uma substância de uso terapêutico. 
- O remédio é qualquer agente, não necessariamente 
químico, tem que uso terapêutico. Ex: massagem, 
compressa. 
Efeito colateral X Efeito adverso 
- O efeito colateral é indesejado, porém esperado de 
acordo com o medicamento usado. 
- O efeito adverso é também indesejado, porém é mais 
raro de acontecer, varia de pessoa para pessoas. 
Antídoto X Adsorvente 
- O antídoto é um fármaco específico com efeito 
contrário a outro fármaco (inibe a ação do fármaco 
específico). 
- O adsorvente é um fármaco que se liga as moléculas 
de outro fármaco para impedir sua absorção. 
 
 
 
Farmacocinética 
Vias de Administração 
➯Vias Enterais 
1. Via oral 
- Mais comum, principalmente na odontologia; 
- Maior facilidade de administração; 
- Está associada à automedicação (prejudicial); 
- Menos invasiva; 
- Mais segura; 
Nesta via, é possível fazer o uso de antídotos (fármacos 
com efeitos contrários) e adsorventes (fármacos que se 
ligam a molécula de outro fármaco impedindo sua 
absorção); 
Apresenta a menor biodisponibilidade – quantidade do 
fármaco que chega ao sangue sem sofrer alterações; 
A baixa biodisponibilidade ocorre devido às interações 
com alimentos e medicamentos; 
O principal processo responsável pela baixa 
biodisponibilidade é o efeito de primeira passagem, que 
é a passagem pelo fígado antes de ser distribuído. No 
fígado, o fármaco sofre metabolismo através das 
enzimas microssomais hepáticas (EMH), diminuindo sua 
biodisponibilidade. O fígado é o principal responsável pela 
absorção dos fármacos. 
2. Via Retal 
- Usada principalmente em crianças ou quando há 
dificuldade de administração por outra via; 
- Não tem absorção imediata; 
- É considerada uma via alternativa; 
- O conteúdo fecal interfere de forma significativa na 
absorção; 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
2 
 
- Nesta via o fármaco não sofre efeito de primeira 
passagem. 
3. Via Sublingual 
- Utilizada em casos de emergência; 
- É a 2ª via de administração com efeito mais rápido; 
- Geralmente são medicamentos de gosto amargo, e é 
necessário que seja dissolvido embaixo da língua. 
➯Vias Parenterais 
1. Via Intramuscular 
- Tem efeito intermediário entre a via oral e sublingual; 
- Escolhida por condições dos pacientes e medicamentos 
específicos; 
- Há dor principalmente quando o pH do fármaco é 
diferente do pH tecidual. 
2. Via Intravenosa 
- Via de efeito imediato; 
- É a via mais insegura (mesmo com antídotos é mais 
difícil reverter o efeito); 
- Única via no qual não há absorção já que o fármaco 
vai diretamente para a corrente sanguínea, e 
consequentemente terá 100% de biodisponibilidade; 
- Permite administração de grandes volumes; 
- A aplicação deve ser lenta devido ao volume do 
fármaco; 
- Há o risco de causa flebite (inflamação das veias). 
 3. Via Subcutânea 
- Via pouco utilizada (mais usada quando se quer um 
período de ação maior); 
- É uma via alternativa; 
- Absorção mais lenta; 
- Nunca é usada em casos emergenciais. 
➯Vias Tópicas 
1. Pele, intraconjuntival e intravaginal 
- Absorção pouco significativa; 
- Geralmente o fármaco não tem efeitos colaterais 
sistêmicos. 
Perfil Farmacocinético 
É avaliado através da curva de concentração do fármaco 
em relação ao tempo. 
Todo medicamento lançado é avaliado pela capacidade 
de absorção, se é biotransformado ou não, etc. 
A última etapa de análise dos fármacos é realizada 
quando já estão lançados. 
➯Análise do Perfil Farmacocinético 
O fármaco é administrado por alguma via, com exceção 
da intravenosa pois a curva fica diferente, já que nesta 
via não há absorção. 
Administra-se o fármaco uma vez, colhe-se o sangue 
periodicamente e vê-se a curva. 
- CMT: concentração máxima tolerada (é o máximo a 
ser administrado para não ser tóxico). 
- NPE: nível plasmático efetivo (concentração mínima 
para que ocorra o efeito). 
- JANELA TERAPÊUTICA: está entre o CMT e NPE. 
Todos os processos acontecem simultaneamente, 
quando a curva aumenta, algum processo 
farmacocinético acontece graças à absorção. 
Relação absorção e outros processos: a quantidade de 
absorção é próxima à quantidade que está saindo, após 
isso, o predomínio é da excreção. 
O ideal é que a concentração dos fármacos esteja entre 
o CMT e NPE, ou seja, na janela terapêutica (quanto 
maior a janela terapêutica, maior a margem de 
segurança). 
 
 
 
 
 
 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
3 
 
Exemplo: 
Aumentou a concentração do fármaco, após 4 horas 
atingiu o máximo e começou a diminuir. 
O fármaco demorou 2 horas para iniciar o efeito e 
finalizou após 7 horas, agiu por 5 horas no organismo. 
 
Na via intravenosa, o fármaco só atinge o CMT caso a 
concentração seja alta, se aplicar na mesma quantidade 
não há aumento inicial. 
O tempo de ação é o tempo que está no NPE. 
 
 
 
 
 
 
 
Obs: DIGITÁLITOS são fármacos que possuem a janela 
terapeutica muito pequena, e graças à qualquer alteração 
mínima nos processos fármacocinéticos, pode torná-nos 
tóxicos ou ineficientes. 
Geralmente na unidade de nanograma (ng). Ex: digoxina 
Absroção dos Fármacos 
É a passagem dos fármacos através das membranas 
biológicas. 
➯Processos de Passagem 
1. PASSAGEM DIETA 
- Moléculas lipossolúveis; 
- O fármaco transpõe 
diretamente a camada lipídica. 
2. PASSAGEM PELOS CANAIS DE ÁGUA 
- Moléculas hidrossolúveis transportadas por canais de 
água; 
- Moléculas de alto peso molecular. 
 
3. DIFUSÃO FACILITADA 
- Não há gasto de energia; 
- Ocorre com fármacos hidrossolúveis de alto peso 
molecular e que tenham afinidade com a proteína. 
 
4. TRANSPORTE ATIVO 
- Há gasto de energia; 
- Ocorre com fármacos de alto peso molecular e que 
tenham afinidade com a proteína. 
 
 
 
 
 
5. ENDOCITOSE SEGUIDA DE EXOCITOSE 
- Ocorre quando tem um peso molecular muito alto e 
não tem afinidade com a proteína; 
- Engloba-se a molécula do fármaco (endocitose) e libera 
do outro lado (exocitose); 
- Apenas fármacos lipossolúveis. 
 
 
 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
4 
 
➯Fatores que influenciam na absorção 
1. LIPOSSOLUBILIDADE 
- Quanto mais lipossolúvel o fármaco, mais fácil é a 
absorção. 
2. ÁREA DE SUPERFÍCIE DE ABSORÇÃO 
- Quanto maior a área, mais fácil de ser absorvido no 
local. 
- O principal local de absorção é nos intestinos. 
 3. IRRIGAÇÃO LOCAL 
- Quanto mais irrigado o loca, ou seja, mais vasos 
sanguíneos, mais rapidamente ocorrerá a absorção. 
- Compressas mornas no local de injeção do fármaco 
auxiliam na absorção pois causam vasodilatação. 
- Compressas frias retardam a absorção pois causam 
vasoconstrição. 
 4. FORMULAÇÃO FARMACÊUTICA 
Representa a forma em que o fármaco está disponível. 
a) Líquida: a molécula já está livre e dissolvida; absorção 
rápida. 
b) Comprimido: necessita ser dissolvido no organismo e 
atingir a mucosa; o tamanho varia (quanto menor, mais 
rápida a absorção). 
c) Cápsula: revestida de um material gelatinoso para 
proteger o princípio ativo do ácido clorídrico. 
d) Injetáveis: há maior tempo de ação no organismo pois 
é liberado lentamente. 
e) Drágea: possui uma película externa que protege o 
princípio ativo contra o ácido clorídrico; o princípio ativo 
só é liberado nos intestinos (absorção mais lenta). 
 
5.VELOCIDADE DE ESVAZIAMENTO GÁSTRICO 
- Na via oral, quanto maior a velocidade de esvaziamento 
gástrico, mais rápida será a absorção e o efeito. 
- O trânsito intestinal refere-se à mobilidade dos 
intestinos. Caso os movimentos sejammuito rápidos, 
menor quantidade será absorvida. Ex: diarreia (diminui a 
biodisponibilidade. 
 6. INTERAÇÃO COM MEDICAMENTO/ALIMENTO 
- Pode ser favorável ou não, varia pelo fármaco. 
- Alimentos gordurosos melhoram a passagem do 
fármaco. 
- Alguns antibióticos interagem com alimentos e isso 
diminui a irritação gástrica. 
- Há fármacos específicos que interagem com alimentos 
e medicamentos que contenham Ca, Mg, Al, Fe, e isso 
diminui a capacidade de absorção já que ligam-se e 
formam complexos não absorvíveis. Ex: quinolonas e 
tretaciclinas. 
 7. PH LOCAL E PKA FO FÁRMACO 
- O pH varia se a porção é ionizada (hidrossolúvel) ou 
não ionizada (lipossolúvel). 
- A maioria dos fármacos possui um ácido ou base fraca, 
e podem ser encontrados de forma polar e apolar, 
dependendo do pKa. 
- Quanto maior a concentração não ionizada 
(lipossolúvel), mais fácil será a absorção. 
- pH = pKa à 50% ionizado e 50% não ionizado. 
 
 
 
Distribuição dos Fármacos 
É a passagem do fármaco do sangue para os tecidos. 
No sangue, o fármaco é encontrado sob duas formas: 
livre e ligado às proteínas plasmáticas. 
O fármaco chega ao sangue de forma livre, e as 
moléculas circulam transpondo-se nas paredes dos vasos 
e ligam-se as proteínas plasmáticas. 
Ex: 80% das moléculas estão ligadas às proteínas, 20% 
são moléculas livres. Somente as moléculas livres (20%) 
ativam o fármaco, enquanto os outros 80% que estão 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
5 
 
ligados às proteínas plasmáticas não conseguem ser 
distribuídos até se tornarem livres. 
➯Fatores que influenciam na absorção 
1. GRAU DE LIGAÇÃO DAS PROTEÍNAS 
PLASMÁTICAS 
Quanto maior, mais demora absorção e maior é o tempo 
de duração dos fármacos no organismo. Normalmente 
se ligam a albumina, que possui dois sítios de ligação: 
baixo grau (40%) e alto grau (70%). 
2. GRAU DE LIGAÇÃO DAS PROTEÍNAS 
TECIDUAIS 
Quanto maior, maior será a tendência de distribuição no 
tecido. 
3. IRRIGAÇÃO TECIDUAL 
Quanto mais irrigado o local, maior será a distribuição do 
fármaco nesse tecido. 
O fígado é o órgão mais irrigado, logo, nele a distribuição 
é maior. Já no tecido adiposo, onde há pouquíssima 
irrigação, a distribuição é menor. 
4. BARREIRAS FISIOLÓGICAS 
Alguns tecidos apresentam barreiras fisiológicas, e elas 
limitam a chegada do fármaco. Ex: barreira 
hematoencefálica, mamária e placentária. 
As moléculas lipossolúveis são facilmente distribuídas, já 
as hidrossolúveis passam pela barreira se forem de baixo 
peso molecular ou se forem auxiliadas por proteínas. 
No cérebro, passam somente as moléculas lipossolúveis 
ou fármaco com transporte especializado. 
5. INTERAÇÃO COM MEDICAMENTOS 
Quando há 2 ou mais fármacos interagindo e eles 
possuem afinidade pela mesma proteína, acabam 
competindo pelo sítio de ligação das proteínas 
plasmáticas. Um irá se ligar à proteína e o outro ficará 
livre, e nisso, corre o risco de toxicidade já que pode 
ultrapassar o CMT. 
6. LIPOSSOLUBILIDADE 
Quanto mais lipossolúvel, maior a distribuição do fármaco. 
 
Biotransformação dos Fármacos 
É o metabolismo dos fármacos. 
São reações químicas que ocorrem com os fármacos 
levando a formação de seus metabólitos. 
Nem todos os fármacos sofrem biotransformação. 
Existem fármacos que são excretados de forma 
inalterada. 
➯Pró-Droga 
São fármacos que necessitam sofrer biotransformações 
para que tenham ação terapêutica. Ex: enalapril. 
➯Não Pró-Droga 
São os fármacos que tem ação terapêutica antes da 
biotransformação. 
Precisam se tornar hidrossolúveis para serem excretados. 
Esses fármacos chegam promovendo seu efeito e só 
sofrem biotransformação para que sejam excretados. 
➯Padrão da Biotransformação dos Fármacos 
É bifásico, ou seja, ocorre em duas fases. 
Fármaco → Reações de Fase 1 (reação de 
funcionalização) → Metabólito Intermediário → Reações 
de Fase 2 (reação de conjugação) → Metabólito Final 
(conjugado hidrossolúvel) → Excreção 
1. Reações de Fase 1 (funcionalização) 
- Reações como oxidação, hidrólise e redução; 
- Enzimas oxidases de função mista produzidas no fígado 
(enzimas microssomais hepáticas) metabolizam muitos 
fármacos, realizando a oxidação e gerando metabólitos 
intermediários. 
 2. Reações de Fase 2 (conjugação) 
- O fármaco se liga a um agente conjugado, como por 
exemplo o ácido hialurônico (glicuronil transferase), ácido 
acético (acetil transferase), sulfato (sulfotransferase) e 
glutationa (glutationa transferase). 
- O ácido glicurônico é o mais importante, pois é o mais 
abundante. 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
6 
 
- A glutationa também é importante, pois inativa os 
metabólitos tóxicos. 
• Exceções aos Padrões 
- Caso o fármaco já esteja hidrossolúvel; 
- Caso o fármaco tenha sofrido reação de fase 1 e já 
está hidrossolúvel; 
- Caso o fármaco tenha sofrido só reações da fase 2 e 
esteja hidrossolúvel; 
Obs: alguns fármacos precisam sofrer reação de fase 1 
para ganhar hidroxila, carboxila etc. 
➯Fatores que Interferem: 
1. PATOLOGIAS 
Principalmente doenças relacionadas ao fígado, levando a 
insuficiência hepática, dependendo do grau de déficit 
enzimático até pode ser usado. 
A biotransformação do fármaco é reduzida, não terá 
então efeito significativo; 
Não pró-drogas: demora mais para ser excretado. 
Também pode ser tóxico, e dependendo do grau de 
insuficiência hepática o fármaco pode ser administrado 
em pequenas doses. 
2. IDADE 
Recém-nascidos não possuem muitas enzimas, e a partir 
de 40 anos há diminuição das enzimas microssomais 
hepáticas, então há dificuldade para metabolizar fármacos 
que necessitem de EMH; 
Poliformismo genético (alterações genéticas). Existem 
polimorfismos genéticos que interferem diretamente no 
metabolismo, isso leva a doenças. 
Pode ser que algum efeito ou inatividade do fármaco 
possa ser graças à genética do indivíduo; 
O indivíduo pode ter deficiência de enzimas específicas, 
por exemplo, japoneses tem maior resistência ao álcool; 
3. INTERAÇÃO COM MEDICAMENTOS 
Ocorre quando há o uso de dois fármacos, quando um 
é metabolizado pelas EMH e o outro é inibidor de EMH; 
Isso pode acontecer com fármacos pró-droga ou não. 
INIBIDORES (-EMH) 
Cemetidina Para dor gástrica, 
diminui o pH do 
estômago; 
Cloronfenicol Antibiótico via 
tópica, muitos 
efeitos; 
Eritromicina Antibiótico muito 
usado; 
Cetoconazol Antifúngico, uso 
sistêmico; 
 
 
EX: clopidrogel + omeprazol 
- O fármaco B inibirá as EMH, diminuindo a produção de 
metabólitos ativos, então diminuiu ou inibe o efeito do 
fármaco A; 
- Sem risco de intoxicação; 
Outros fármacos: 
 
 
 
- O fármaco B inibirá ações do A, não forma metabólito 
e há dificuldade para excreção; 
O metabolismo reduz, a excreção também, levando à 
concetração de fármaco alta no sangue, havendo risco 
de toxidade já que o fármaco age por mais tempo; 
INDUTORES (+EMH) 
Anticonvulsivantes geralmente uso crônico; Ex: 
fenobarbial, fenitoína e carbamazepina; 
O fenobarbital aumenta seu metabolismo, então é normal 
que “pare” de fazer efeito. 
-Pró-droga: 
 
 
Metabólito ativo EMHFármaco A
ExcreçãoMetabólito (1 ou mais) hidrossolúvelEMHFármaco A
Metabólito ativoEMHFármaco A
+ Fármaco B (inibidor de EMH) 
+ Fármaco B (inibidor de EMH) 
 
 
+ Fármaco B (indutor de EMH) 
+ Fármaco B (indutor de EMH) 
+ Fármaco B (indutor de EMH) 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
7 
 
Terá mais enzimas microssomais hepáticas para 
metabolizar o fármaco A, então será metabolizado mais 
rápido e ficará no organismo por menos tempo, então 
o efeito é maior, por menos tempo, já que será mais 
rapidamente excretado; 
- Quanto menor o tempo no organismo, menor ação 
terapeutica; 
Outros fármacos: 
 
 
 
O fármaco B aumenta a quantidade de EMH, então o 
metabolismo será mais rápido, consequentemente a 
excreção será mais rápida, diminuindo a concentração 
de fármaco no sangue; 
O tempo de ação no organismo será menor. Então há 
risco de nãoatingir o NPE, reduzindo o efeito; 
4. INTERAÇÃO COM O ÁLCOOL 
O álcool tem interação com o SNC, reagindo com o 
fármaco, potencializa o seu efeito; 
O uso agudo inibe EMH, diminuindo o efeito do fármaco; 
O uso crônico induz EMH, fazendo com que os fármacos 
sejam metabolizam mais rapidamente, então a ação é 
muito rápida; 
Excreção dos fármacos 
É a eliminação do fármaco pelo organismo. 
➯Vias de Excreção 
- Urina (renal); 
- Fezes (hepatobiliar); 
- Leite materno; 
- Suor; 
- Saliva. 
O fármaco pode ser excretado por mais de uma via. 
A excreção renal e hepatobiliar são as mais significativas. 
Se o fármaco tiver 100% de excreção pela via renal, os 
rins precisam estar funcionando, caso contrário, o 
fármaco não será excretado. 
A excreção renal é a mais importante, a unidade 
funcional dos rins saõ os nefrons (formado por 
glomerulos/tubulos renais). 
Tipos de excreção renal: 
1. FILTRAÇÃO GLOMERULAR 
Moléculas lipossolúveis: são filtradas, se continuarem 
lipossolúveis, são reabsorvidas. Se tornarem-se 
hidrossolúveis, são excretadas. 
Moléculas hidrossoúveis de baixo peso molecular: se 
continuarem hidrossolúveis, são excretadas. Se 
tornarem-se lipossolúveis, são reabsorvidas. 
 
2. DIFUSÃO SIMPLES 
Ocorre com as moléculas lipossolúveis que não foram 
filtradas por falta de tempo. 
3. SECREÇÃO TUBULAR ATIVA 
Moléculas hidrossolúveis de alto peso molecular: sofrem 
secreção tubular ativa. Precisam ter afinidade com as 
proteínas transportadores que irão carrear estas 
moléculas para o tubulo renal para serem excretadas. 
Se o fáramaco não for excretada em nenhum dos casos, 
será excretado por outra via. 
➯Fatores que Interferem 
1. PATOLOGIAS 
O maior problema é quando o paciente tem insufiência 
renal ou outras nefropatias (depende do grau de 
comprometimento renal e o grau de excreção.) 
Os rins com alguma anormalidade não eliminam 
excreções que deveriam ser eliminadas como amônia, 
uréia. Se a forma de excreção for maior ou igual a 70% 
renal, é totalmente não indicado fármacos que atinjam os 
rins. 
 
 
 
ExcreçãoMetabólitos ativosEMHFármaco A
+ Fármaco B (indutor de EMH) 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
8 
 
2. PH DA URINA 
Se a molécula chega nos rins antes de passar pelo fígado, 
o pH da urina altera o fármaco. O pH altera a excreção 
do fármaco se este for um ácido ou base fracos. 
Fármaco ácido fraco: se o pH está alto, a concentração 
de lipossolúvel é baixa, facilitando a excreção, já que o 
fármaco está hidrossolúvel; 
Fármaco base fraca: se o pH está alto, a concentração 
de lipossolúveis também vai estar, dificultando a 
excreção, já que o fármaco está lipossolúvel. 
 
 
 
 
Ex: O paciente está com intoxicação por ácido fraco, 
uma das formas de reduzir o quadro de intoxicação é 
acelerando a excreção desse fármaco. Então, aumenta-
se o pH da urina desse paciente, para acelerar a 
excreção. (ex: bicabornato de sódio e acetazolamida). 
3. INTERAÇÃO COM DROGAS 
- Pode ser de duas formas: 
a) Uso de dois medicamentos: um deles sendo ácido ou 
base fraca, e o outro altera o pH da urina, seja para mais 
ou para menos, alterando então a excreção; 
b) Dois medicamentos sofrem o processo de secreção 
tubular ativa nos rins. Há uma competição pela proteína 
transportadora, um deles vai ter mais afinidade por ela, 
alterando sua excreção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 2 
Farmacodinânima 
É o ramo da farmacologia que estuda os mecanismos de 
ação e efeitos dos fármacos, seja terapêuticos ou 
indesejados. 
➯Possíveis Mecanismos de Ação 
1. NÃO CELULARES 
a) Reações químicas 
Principal exemplo: fármacos anti-ácidos (usados para asia, 
queimação). Se há muito ácido clorídrico no estômago, 
usa-se o anti-ácido. Eles reagem quimicamente com o 
ácido clorídrico e formam sal + HeO, diminuindo o ácido 
clorídrico, então o pH do estômago aumenta e a dor 
para. 
 Nesse processo não há nenhuma ação com célula. 
b) Modificadores de fluídos 
Exemplo: manitol altera os fluídos corporais no local em 
que estiver presente, dependendo da via que é 
administrado, pode ser por via oral ou intravenosa. 
Via oral: o efeito limita-se aos intestinos, aumenta a 
pressão osmótica no intestino, atraindo água e causa 
diarreia osmótica. 
Via intravenosa: na corrente sanguínea aumenta a 
pressão osmótica e a água é atraída nesse meio. Depois 
aumenta a pressão osmótica nos tubos renais e aumenta 
a excreção de água na urina (diurético). A indicação 
nessa via é somente por edema cerebral. 
2. CELULARES 
a) Alteração da função da membrana 
Medicamnetos que agem nessa alteração são os que 
agem promovendo a inibição ou abertura dos canais 
iônicos em membranas celulares. 
Exemplo: canais de Ca voltagem dependentes tipo L 
presentes no coração – bloqueadores de canais de Ca++ 
(fármaco verapamil que é usado em casos de 
hipertensão); 
Quando os canais se abrem, eles entram no coração. O 
aumento do Ca no coração, aumenta a FC e a força de 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
9 
 
contração cardíaca. O veropamil bloqueia os canais, 
diminuindo a FC. 
b) Inibição enzimática 
Inibição de enzimas específicas de processos fisiológicos 
do organismo. 
Exemplo: sistema renina angiostensina aldosterona 
(SRAA), sempre que nossa pressão reduz, o organismo 
ativa este sistema. 
Quando acionado, libera a renina, que atua sobre o 
angiotensinogênio, formando a angiostensina I, que 
através da ECA se converte em angiostensina II. 
A angiostrnsina II atua na vasoconstrição, que aumenta a 
PA e também libera aldosterona, que promove a 
retenção de Na++ e H2O, aumentando o volume 
sanguíneo e assim aumenta a PA. 
- Paciente normotenso: quando a PA sobe, o próprio 
organismo atua inibindo o SRAA e não necessita de 
medicamentos. 
- Paciente hipertenso: pode usar medicamentos que 
inibem a ECA, chamados de inibidores de enzima 
conversora de angiostensina (IECA). Ex: enalopril e 
captopril. 
c) Ação sobre neurotransmissores 
Os neurotransmissores são liberados nos terminais 
nervosos para dar continuidade nos impulsos. Ex: 
acetilcolina, noradrenalina, etc. 
Alguns medicamentos agem inibindo ou estimulando a 
produção de neurotransmissores. Ex: toxina botulinica 
inibe a liberação de acetilbotulínica, ocorrendo o 
relaxamento dos músculos esqueléticos da região. 
d) Interação droga-receptor 
- Definições: 
1. Receptor de membrana: receptores específicos de 
alguns tecidos que são formados por proteínas. 
Dependendo da proteína, há uma específica em cada 
tecido. 
Existem receptores que são intracelulares como por 
exemplo oshormônios, e assim o fármaco entra na célula 
para chegar ao receptor. 
Como se tratam de proteínas, quer dizer que o número 
de receptores pode ser variável. De modo geral, 
podemos dizer que há muitos receptores disponíveis no 
organismo. 
.Por outro lado, existem condições patológicas que 
podem diminuir ou aumentar a quantidade de receptores. 
Quando uma molécula se liga ao receptor, signifca que 
ela tem afinidade pelo receptor. Se a molécula ativa os 
mecanismos internos dentro da célula, além de afinidade, 
também tem atividade intrínseca. 
2. Fármaco agonista (parcial/total) 
Quando um fármaco possui afinidade e atividade 
intrínseca, ou seja, consegue se ligar e ativar, ele é 
chamado de agonista. 
Agonista parcial: aquele que se liga e ativa o receptor, 
mas independentemente da dose, ele não consegue a 
resposta máxima (efeito). 
Agonista total: aquele que liga e ativa o receptor, mas se 
aumentar a dose, consegue resposta máxima. 
3. Fármaco antagonista 
É aquele que possui afinidade mas não ativa nenhum 
mecanismo, não possui atividade instrinseca, mas possui 
efeito, esse efeito é o contrário ao que ocorreria se 
fosse ativado. 
• Classificação: 
a) De acordo com o agente endógeno (ligante) 
São todas as substâncias presentes no nosso organismo 
que se ligam fisiologicamente aos receptores específicos. 
Todos são agonistas totais. 
Obs. o agonista parcial pode ter efeito de umantagonista, 
pode atrapalhar o efeito do endógeno; 
Exemplo: 
- Nos receptores colinérgicos, o agente ligante endógeno 
é a acetilcolina; 
- Receptores S-hidroxitriptaninérgicos (S-HT seramina); 
- Receptores dropminérgicos: dopamina; 
- Receptores adrenérgicos: adrenalina e noradrenalina; 
- Receptores histamínicos: histamina; 
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10 
 
Exemplo de um fármaco agonista adrenérgico: ele possui 
afinidade e atividade intrínseca pelos receptores 
adrenérgicos. 
Um fármaco antagonista adrenérgico tem afinidade mas 
não tem atividade intrínseca nos receptores 
adrenérgicos, causando então efeitos contrários. 
Fármaco agonista adrenérgico= vasoconstrição; 
Fármaco antagonista adrenérgicos=vasodilatação; 
Outro exemplo: a histamina promove efeitos no 
organismo que está associado a quadros de alergia. 
Uma alergia respiratória eleva a histamina no trato 
respiratório, causando contrações dos brônquios no 
músculo liso. Deve-se usar um fármaco antagonista 
histamínico, que vai causar o relaxamento do músculo liso 
dos brônquios, melhorando a respiração. 
b) De acordo com os mecanismos de transdução de 
sinais: 
São todos os mecanismos acionados dentro de uma 
célula para gerar efeito. Todos os receptores já estão 
acoplados a um mecanismo de transdução. De modo que 
sempre que aquele receptor for ativado, se for agonista, 
vai ativar o mesmo mecanismo e então terá o mesmo 
efeito. 
Mecanismos principais de transdução sinais: 
a) Receptores acoplados diretamente a canais iônicos; 
b) Receptores acoplados à proteínas G; 
c) Receptores acoplados a tirosina quinase; 
d) Receptores acoplados à guanilato ciclase; 
e) Receptores reguladores de transcrição do DNA. 
Todos os receptores colinérgicos são ativados pela 
acetilcolina, mas alguns, além dela, são ativados pela 
muscarina e nicotina; 
MUSCARÍNICOS NICOTÍNICOS 
Acoplados a proteína 
G; 
Acoplados a canais 
iônicos seletivos para 
cátion; 
Órgãos involuntários; Músculos 
esqueléticos; 
SNC SNC/SNA (gânglios); 
 
A) RECEPTORES ACOPLADOS A CANAIS IÔNICOS 
Podem ser seletivos para cátions e seletivos para ânions. 
1. Seletivo para cátions: 
Só permitem a passagem de íons positivos; 
Principal exemplo: colinérgicos nicotínicos; 
Quando uma molécula de acetilcolina ou qualquer 
molécula agonista se liga e ativa o receptor, abre-se os 
canais iônicos. Então os íons positivos ou Na+ vão entrar, 
a cada 3Na+, saem 2K+. Assim, o meio intracelular fica 
mais positivo, ocorrendo a despolarização da membrana, 
fazendo com que a actina e a miosina deslizem, então 
acontece a contração muscular. 
A resposta seletiva para cátion sempre é estimulatório. 
Se essa situação estiver acontecendo no SNC, este será 
estimulado. Caso um antagonista ligue-se, não abrirá 
canais iônicos, então não haverá contração e sim 
relaxamento. 
2. Seletivo para ânions: 
Só permitem a passagem de íons negativos; 
Principal exemplo: receptores GABA-A (seu agente 
ligante é o GABA - este é o principal neurotransmissor 
inibidor do SNC); 
Quando o GABA se liga ao GABA-A, ele ativa o receptor, 
assim abrem-se os canais iônicos. O cloreto (íon -) entra 
no meio interno e torna esse meio mais negativo. Quanto 
mais negativo, vai ocorrer a hiperpolarização que dá 
resposta inibitória. 
Benzodiazepínicos: são fármacos que potencializam o 
efeito inibitório do GABA, pois eles aumentam a 
frequência de abertura dos canais iônicos. 
B) RECEPTORES ACOPLADOS À PORTEÍNA G 
Está na membrana celular. 
O receptor tem um sítio de ligação externo, onde vai se 
ligar a molécula do agente ligante endógeno, e também 
um sítio de ligação interno, que inicialmente não tem 
afinidade com a proteína G, que está em repouso. A 
proteína G em repouso está na membrana e é formada 
por 3 unidades proteícas = alfa, beta e gama (GTP ligada). 
Assim que a molécula se liga, ela ativa e altera a 
conformação do sítio interno, assim, a proteína G sai da 
membrana interna e vem para o sítio, ocorrendo a 
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11 
 
fosforilação assim que ela chega, aumentando um 
fósforo, se tornando GTP, mais as 3 unidades. 
Assim que passa para GTP, ela se dissocia e então B e 
Y voltam para o lugar inicial e alfa GTP vai para o 
citoplasma, representando a proteóna G ativa. 
Para esse tipo de receptor, o objetivo é ativar a proteína 
G. 
 
 
 
 
 
 
 
A proteína G pode ser: 
- Proteína Gq – ativa a FLC (fosfolipase C); 
- Proteína Gs; 
- Proteína Gi; 
- Proteína Go. 
Obs: dependendo do tipo de proteína, os efeitos serão 
diferentes. 
RECEPTORES ACOPLADOS A PROTEÍNA GQ 
Ex: receptores muscarínicos M3 (glândulas salivares); 
Sempre que a acetilcolina ou uma molécula agonista 
ativar o M3, vai ativar a proteína Gq. Assim, 
automaticamente ativa a FLC. Sempre que a FLC é 
ativada, atua no fosfolipídeo da membrana celular e 
promove a quabra de fosfolípedos em 2 componentes: 
IP3 e DAG. O IP3 é mais importante, ele estimula a 
liberação de cálcio no retículo endoplasmático e o cálcio 
fica livre no tecido, no caso das glandulas salivares, 
estimulam a produção de saliva. 
 
 
 
 
 
Ex 1: um fármaco administrado, como por exemplo a 
pilocarpina, e o paciente possuí asma bronquica, nesse 
caso o medicamento não é indicado pois o M3 também 
está no músculo livre dos brônquios, fazendo com que 
possa ocorrer um esparma no paciente. 
A asma pode ser tratada com antagonista muscarínico 
que causaria bronquiodilatação. 
Ex 2: o paciente está com excesso de salivação, pode-
se usar um medicamento antagonista muscarínico, 
reduzindo a produção de saliva. 
Exemplos: 
Receptores colinérgicos muscarínicos M3 = acoplados à 
ptna Gq (presentes nas glândulas salivares e outros 
tecidos); 
Receptores alfa1-adrenérgicos = acoplados à ptna Gq 
(presentes nos músculos lisos dos vasos sanguíneos e 
outros locais). 
Assim, tem-se como exemplos de medicamentos: 
.1. Pilocarpina (agonista muscarínico que causará nas 
glândulas salivares o aumento da liberação de saliva); 
.2. Atropina (antagonista muscarínico que causará nas 
glândulas salivares a redução da liberação de saliva. 
RECEPTORES ACOPLADOS A PROTEÍNA GS 
Quando houver ativação de um receptor acoplado à 
proteína Gs, automaticamente ativa essa proteína, e 
sempre que ativada, estimula o sistema Ac/AMPc. 
Ex 1: um dos principais locais que há receptores acoplados 
a proteína Gs é o coração, como os receptores 
adrenérgicos B1. 
Quando a noradrenalina ou qualquer molécula agonista 
ativar o receptor B1 adrenérgico, há a ativação das 
proteínas Gs e depois é ativada a enzima adenilato ciclase 
(Ac) que atua sobre ATP no coração e forma o AnPc. 
Sempre que ele aumenta, ele ativa as proteínas cinases, 
que são fosforiladoras, ocorre a fosforilação e abre os 
canais de Ca+ no coração, aumentando a concentração 
de cálcio, aumenta a força de contração do coração. 
Se o paciente tem insuficiência cardíaca intensa, existe 
um medicamento que aumenta a força de contração (via 
intravenosa), nesse caso faz-se o uso de medicamento 
que seja antagonista B1 adrenérgico, como a dobritamina. 
Atuam sobre o sistema Ac/AmPc 
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12 
 
Ex 2: se o paciente fizer uso de um medicamento que 
é antagonista B-adrenérgico (propanolol, por exemplo) 
significa que provavelmente ele possui hipertensão 
arterial. 
Esse medicamento bloqueia receptores B1 no coração, 
assim não vai ativar a proteína Gs, não ocorreneo a 
fosforilação. Então não há a abertura dos canais de Ca+, 
fazendo com que a frequência cardíaca diminuia e a força 
de contração, pois a Ac não é ativada e não forma AmPc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos: receptores beta-adrenérgicos (β1 e β2 = 
acoplados à ptna Gs). 
Assim, tem-se como exemplos de medicamentos: 
1. Dobutamina (agonista β1-adrenérgico que causará no 
coração o ­ da Frequência cardíaca e da Força de 
contração); 
.2. Atenolol (antagonista β1-adrenérgico que causará no 
coração a ¯ da Frequência cardíacae da Força de 
contração); 
.3. Fenoterol (agonista β2-adrenérgico que causará 
relaxamento do músculo liso dos brônquios – 
broncodilatação); 
.4. Propranolol (antagonista β1e β2-adrenérgico que 
causará no coração a ¯ da Frequência cardíaca e da 
Força de contração e nos brônquios causará 
broncoconstrição). 
RECEPTORES ACOPLADOS A PROTEÍNA GI 
Ex 1: os receptores presentes no coração são 
muscarínicos M2, que estão acoplados a proteína Gi, e 
sempre que o M2 é ativo no coração, a proteína Gi 
também é ativada. 
Quando ela é estimulada, inibe Ac e diminui a conversão 
de ATP para AMPc, que causa a inibição das proteínas 
cinases, não ocorrendo fosforilação nem abertura dos 
canais de Ca+, diminuindo a força de contração e a 
frequência cardíaca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos: receptores M2 = acoplados à ptna Gi e 
presentes no coração; 
Receptores alfa2-adrenérgicos = acoplados à ptna Gi; 
Assim, a pilocarpina (agonista muscarínico) causa redução 
da frequência cardíaca e da força de contração cardíaca. 
E) RECEPTORES REGULADORES DA TRANSCRIÇÃO 
DO DNA 
A molécula do fármaco se liga ao receptor, este expõe 
um sítio de ligação ao DNA, ele entra no núcleo e se liga 
ao DNA. Assim, regula a transcrição do DNA. Pode 
ocorrer de duas formas: 
> Passa para o DNA uma mensagem para não produzir 
determinada enzima. O DNA faz isso sem continuidade. 
> Passa para o DNA uma mensagem para produção de 
uma proteína específica. Essa mensagem é passada para 
o RNA mensageiro que leva até o ribossomo, produzindo 
tal proteína para gerar efeito. 
Ex: antinflamatórios esteroidais como dexametasona, 
betametasona, triacinolona. 
Sobre o processo de inflamação: 
Temos a presença de duas enzimas que participam 
deste processo, a COX2 e a fosfolipase A2 (age antes 
do COX2). Elas contribuem na formação de mediadores 
inflamatórios. 
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13 
 
Os corticoides são os antinflamatórios mais potentes, e 
quando administrados se ligam aos receptores 
específicos dos corticoides, que expõe um sítio de 
ligação, entra e se liga ao DNA. Após isso, os corticoides 
fazem 2 coisas: 
1. Passam informação para o DNA que é para inibir a 
síntese de COX2, não gerando prostalglandina (mediador 
inflamatório) parando a produção durante o processo 
inflamatório. Então, os corticoides ao regular a transcrição 
do DNA, inibe também a síntese do COX2, que já reduz 
a inflamação. 
2. Passa para o RNA mensageiro a ordem de produção 
de proteína, leva aos ribossomos, estes produzem 
lipocortina, que no processo inflamatório inibe outra 
proteína, a fosfolipase A2, que sintetiza mais mediadores, 
e com isso, há o efeito inflamatório. 
Aula 3 
Sistema Nervoso Parassimpático 
➯Introdução 
ORIGEM DAS FIBRAS 
O SNA é formado por fibras nervosas eferentes (partem 
do SNC e levam os estímulos para a periferia). 
Se classificam em fibras nervosas eferentes do SNA 
simpático e SNA parassimpático. 
 
O SNC é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal. 
No parassimpático, a origem das fibras é crânio-sacral. 
Existem fibras que partem do crânio (essas levam 
estímulos para a periferia e também para tecidos mais 
superiores do corpo) e fibras que partem da região 
sacral, também levam estímulos para as periferias. 
Todas as fibras não possuem um contato direto com o 
tecido efetor, elas possuem um espaço chamado fenda 
sináptica. 
 
A liberação de um neurotransmissor (acetilcolina, por 
exemplo) estimula o gânglio para que o estímulo chegue 
no terminal nervoso. Quando o estímulo se depara com 
uma nova fenda sináptica, a acetilcolina é liberada 
novamente para os estímulos chegarem no tecido, 
através da ativação dos receptores desse tecido, 
gerando o efeito. 
• As fibras podem ser: 
1. As fibras pré-ganglionares: estão antes do gânglio; 
2. As fibras pós-ganglionares: estão depois do gânglio; 
Todas elas liberam Ach (por isso são colinérgicas). 
SÍNTESE LIBERAÇÃO E DEGRADAÇÃO DAS ACh 
 
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14 
 
A acetilcolina é produzida dentro do próprio terminal 
nervoso, a partir da Acetil CoA e da colina. 
Ela é transportada e fica armazenada dentro das 
vesículas pré-sinápticas. Quando ocorre a chegada do 
potencial de ação (estímulos que são enviados através 
da despolarização) no terminal nervoso, são abertos os 
canais de cálcio, o cálcio entra e estimula a liberação de 
ACh. Quando ela é liberada, muitas moléculas são 
liberadas em quantidade superiores à de receptores 
presentes ali. 
Algumas moléculas se ligam rapidamente aos receptores 
mais próximos daquele tecido para gerar um efeito, mas 
outras moléculas não se ligam a tempo, porque existe 
uma enzima chamada acetilcolinesterase, que degrada a 
acetilcolina, formando colina + acetato. Assim a colina é 
reaproveitada para formar de novo acetilcolina. 
As moléculas que conseguiram se ligar aos receptores, 
irão ativá-los mas também ficam pouco tempo ligadas 
por também sofrerem ação dessas enzimas, mas são 
em tempo suficiente para ativar o receptor e causar o 
efeito. (no caso dos receptores pós-sinápticos); 
Existem também os receptores pré-sinápticos. 
Todo terminal nervoso tem este receptor, isso significa 
que a própria acetilcolina que foi liberada, além de 
estimular receptores pós-sinápticos, também libera 
receptores pré-sinápticos. 
 O objetivo principal vai ser inibir a liberação da 
acetilcolina, mecanismo chamado de feedback negativo. 
RECEPTORES MUSCARÍNICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Receptores colinérgicos (muscarínicos/nicotínicos): estão 
presentes nos gânglios e nos tecidos alvos do 
parassimpático e no SNC; 
1. Receptores M1: 
Sempre que a acetilcolina é liberada em um local que 
tenha M1, há ativação deste receptor, ativando também 
a proteína Gq. 
Quando esta é ativada, há a estimulação da fosfolipase C, 
ocorrendo a formação do IP3, que estimula a liberação 
de cálcio no retículo sarcoplasmático, o cálcio vai causar 
um efeito estimulatório. 
Se isso ocorre no SNC, há uma estimulação do SNC, e 
se isso ocorre nas células parietais gástricas, há 
estimulação dessas células, cuja função é produzir HCl, 
quando forem estimuladas, há o aumento da produção 
de HCl. 
2. Receptores M2: 
Quando a acetilcolina se liga nos receptores M2, ativa 
estes receptores, ativando a proteína Gi. 
Quando a ptna Gi é ativada, inibe a enzima adenilato 
ciclase, reduzindo a conversão do ATP em AMPc, não 
ocorre ativação das proteínas cinases (fosforiladoras), 
não havendo assim a fosforilação de canais de cálcio, 
assim não há abertura dos canais de cálcio. 
Se os canais de cálcio a nível pré-sináptico não se abrem, 
não ocorre a liberação da Ach, reduzindo sua quantidade. 
Se não ocorrer a abertura dos canais de cálcio no 
coração, o cálcio intracardíaco diminui, então reduz a 
frequência cardíaca e a força de contração. 
3. Receptores M3: 
Quando a acetilcolina é liberada em locais que tenham 
receptores M3, vai ativá-los e também vai ativar a 
proteína Gq, ativando a fosfolipase C, formando o IP3, 
liberando o cálcio naquele tecido, promovendo o efeito 
estimulatório. 
- Músculos lisos: causa contração muscular; 
- TGI: contrai muito, causando diarreias; 
- Brônquios: causa dificuldade respiratória; 
- Bexiga urinária: causa a micção; 
- Nas glândulas: aumenta a secreção glandular; 
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15 
 
- M. ciliar dos olhos: contração destes músculos; 
- M. dilatador da pupila: causa a miose (contração da 
pupila); 
- Endotélio vascular: o endotélio libera óxido nítrico (NO), 
que causa o relaxamento do músculo liso, havendo 
vasodilatação. 
• Como ocorre a contração do músculo ciliar dos 
olhos? 
Existem alguns líquidos que mantém a pressão do globo 
ocular, um deles é o humor aquoso (responsável pela 
pressão na câmara anterior dos olhos). 
Ele é produzido nos corpos ciliares, e quando produzido, 
por ser uma produção constante, ele deve ser drenado 
para manutenção da pressão intra-ocular. Nos músculos, 
quandoele contrai, expõe mais o canal de drenagem do 
humor aquoso, com isso, necessita de um medicamento 
que aumenta a contração do M. ciliar dos olhos, para 
aumentar a drenagem. 
 
FÁRMACOS COLINÉRGICOS: 
Todo fármaco que atua em alguma neurotransmissão 
que envolve acetilcolina, é chamado de colinérgico. 
Existe uma classificação mais específica para os fármacos 
que atuam no SNA parassimpático. 
PARASSIMPATOMIMÉTIC
OS 
PARASSIMPATOLÍTIC
OS 
Ação direta Ação direta 
Ação indireta 
 
 
 
1. Parassimpatomiméticos: 
São os fármacos que promovem o mesmo efeito da 
Ach no SNA parassimpático. É usado quando é desejado 
potencializar o efeito da acetilcolina em algum local. Ex: 
quando a produção de saliva precisa ser aumentada, 
pode-se fazer o uso deste. 
a) Ação direta 
- Fármacos que agem diretamente nos receptores 
muscarínicos para promover os mesmos efeitos da ACh. 
- É aquele que tem afinidade e atividade intrínseca pelos 
receptores muscarínicos, ou seja, são agonistas 
muscarínicos. 
b) Ação indireta 
- Promovem os mesmos efeitos da acetilcolina, mas não 
ativam o receptor, não se ligam a ele. 
- São os fármacos inibidores de acetilcolinesterase. Ao 
inibir a enzima, as moléculas que não tenham tido tempo 
de se ligar ao receptor, vão ficar mais tempo aqui e vão 
ativando os receptores. Quanto mais receptores ativados, 
maior a resposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Parassimpatolíticos: 
São fármacos que quebram o efeito da acetilcolina, 
produzem efeitos contrários da acetilcolina no SNA 
parassimpático. 
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16 
 
a) Ação direta 
- São aqueles que vão se ligar ao receptor, não ativam 
esse receptor. 
- São chamados de antagonistas muscarínicos. 
 
- Atropina= usada na odontologia; 
- Ipratrópio= atrovent, causa bronquiodilatação; 
- Oxibutinina= usada principalmente para o paciente que 
tem incontinência urinária (mantém a micção); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Cinetose= vômito provocado pelo movimento. 
O movimento vai promover a estimulação do núcleo 
vestibular através de uma ação, onde em receptores 
muscarínicos e também histamínicos, que quando este 
núcleo vestibular é estimulado, envia estímulos para a 
zona deflagradora do vômito, (onde existe receptores 
dopamínicos) quando ativada, envia estímulos para o 
centro do vômito. Quando estimulado causa o vômito. 
Pessoas que possuem este problema, usam 
escopolamina que bloqueia os receptores muscarínicos 
no núcleo vestibular, não causando o vômito. 
- Dramin= bloqueia receptores histamínicos. 
USO NA ODONTOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 4 
Sistema Nervoso Simpático 
➯Introdução 
ORIGEM DAS FIBRAS 
As fibras no sistema simpático são de origem 
“toracolombar”. 
Assim como acontece no parassimpático, essas fibras 
não vão diretamente para o tecido efetor, elas são 
intermediadas por um gânglio e depois disso, temos o 
tecido alvo. 
1. As fibras pré-ganglionares: liberam acetilcolina (o 
raciocínio é semelhante ao SNAP) 
2. As fibras pós-ganglionares: liberam noradrenalina 
A liberação de um neurotransmissor (noradrenalina, por 
exemplo) estimula o gânglio para que o estimulo chegue 
no terminal nervoso. 
Quando o estimulo se depara com uma nova fenda 
sináptica, a noradrenalina é liberada novamente para os 
estímulos chegarem no tecido, através da ativação dos 
receptores desse tecido, gerando o efeito. 
SÍNTESE, LIBERAÇÃO E DEGRADAÇÃO DA 
NORADRENALINA 
 
A noradrenalina é produzida dentro do próprio terminal 
nervoso, a partir da Tirosina. 
A tirosina sofre ação de uma enzima, a partir da tirosina 
é formado a Dopa, a partir da Dopa, a Dopamina, que 
gera a síntese da noradrenalina (como podemos 
observar, essa síntese não é direta). A noradrenalina é 
transportada para dentro das vesículas pré-sinápticas, 
onde normalmente ela fica ligada a uma proteína com o 
objetivo de evitar o extravasamento dela. 
A noradrenalina que por acaso sofra extravasamento, ou 
a noradrenalina que não conseguiu ser transportada, se 
chegar no terminal nervoso sem o potencial de ação, ela 
promove efeitos. Para que isso não aconteça, existe uma 
enzima (MAO - mono amina oxidase), que tem a função 
de degradar/metabolizar as moléculas de noradrenalina 
que por acaso fiquem liberadas, e ao degradar a 
noradrenalina, ela forma metabólitos inativos. 
Se essa enzima é inibida, diminui a degradação de 
noradrenalina, aumentando seus níveis. A noradrenalina 
só é liberada quando chega ao potencial de ação 
(estímulo do SNC), ocorrendo a abertura de canais de 
cálcio, o cálcio entra e promove a liberação da 
noradrenalina. 
A noradrenalina liberada, ativa os receptores 
adrenérgicos, mas ela não pode ficar o tempo inteiro 
agindo, deve haver um mecanismo para interromper o 
seu efeito, senão ela ativa initerruptamente os 
receptores. Para que isso não aconteça, existem 3 
processos responsáveis pelo término da atividade da 
noradrenalina na fenda sináptica: 
• Captação 1: (principal) recaptação da noradrenalina 
para o terminal nervoso, para ser armazenada de 
novo nas vesículas pré-sinápticas. 
- Ela é reaproveitada no organismo. 
- Esse processo é o alvo de medicamentos 
antidepressivos. 
• Captação 2: a noradrenalina é captada para outros 
tecidos, em especial para as glândulas adrenais ou 
supra drenais. 
Nessas glândulas a noradrenalina sofre a ação de outra 
enzima para formar a adrenalina. 
Ação da enzima COMT: essa enzima degrada a 
noradrenalina. Ela metaboliza catecolaminas (como a 
noradrenalina e adrenalina). 
 Essa via é menos significativa. 
Continuando, se a noradrenalina for liberada, ativa os 
receptores adrenérgicos, os alvos são receptores pós-
sinápticos, mas também existem os pré-sinápticos. 
Os receptores pré-sinápticos são sempre acoplados à 
proteína G. A própria noradrenalina ao ser liberada ativa 
os receptores α2 (pré-sinápticos) que estão acoplados à 
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18 
 
proteína Gi. Quando a proteína Gi é ativada, inibe o 
AMPC, essa inibição evita a abertura dos canais de cálcio 
e sem a abertura dos canais de cálcio, não há mais a 
liberação da noradrenalina. 
Se os canais de cálcio não forem fechados, a liberação 
de noradrenalina ocorre até acabar tudo, por isso devem 
ser evitados. 
No organismo isso tudo ocorre de acordo com nossas 
necessidades. 
RECEPTORES ADRENÉRGICOS, CLASSIFICAÇÃO E 
EFEITOS QUANDO ATIVADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Receptores adrenérgicos se dividem em α-adrenérgicos 
e β-adrenérgicos. 
Os α se dividem em: α1 e α2. 
Os β se dividem em β1, β2 e β3. 
1. Receptores α1: estão acoplados à proteína Gq. É o único 
receptor adrenérgico que está acoplado a esta proteína. 
O principal local é nos músculos lisos dos vasos. 
Sempre que a noradrenalina é liberada em um local que 
tenha receptor α1, ela ativa esses receptores, ativando a 
proteína Gq, ativando a fosfolipase C, ocorrendo a quebra 
de fosfolipídeos para formar IP3, forma o IP3 ocorrendo 
a liberação de cálcio no reticulo sarcoplasmático, 
aumentando o cálcio nesse tecido (nos locais de 
exemplo). 
O aumento do cálcio nos oferece um efeito estimulatório. 
Se for nos músculos lisos, causa contração desses 
músculos, o que chamamos de vasoconstrição. 
No útero, causa contração uterina (mas para isso, o 
receptor β2 precisa estar inativo, pois ele é o principal 
receptor neste local). 
No músculo liso do colo vesical, causa contração, 
diminuindo o fluxo urinário. 
No músculo radial da íris, causa contração desse músculo, 
promovendo a dilatação da pupila (midríase). 
No fígado, ocorre a estimulação de enzimas que vão 
gerar glicogenólise, que é a quebra do glicogênio, 
formando glicose, aumentando os níveis de glicose no 
sangue (glicemia). 
2. Receptores α2: estão acoplados à proteína Gi. É o 
único receptor adrenérgico acoplado a esta proteína. 
 Sempre que a noradrenalina for liberadaem local que 
tenha receptores α2, ela ativa esses receptores, ativando 
a proteína Gi, inibindo a Ac (adenilato ciclase), que é uma 
enzima com função de reverter ATP em AMPC 
(responsável por ativar as proteínas cinases), porém, 
com a inibição da Ac, reduz a produção de AMPC, 
inibindo as proteínas cinases (são fosfoliradoras). 
Quando chega nesta situação, ocorrem dois quadros: 
1. Para o coração, glândulas, membranas pré-sinápticas: a 
inibição das proteínas cinases vai promover a não 
fosforilação de canais de cálcio, então os canais de cálcio 
não se abrem, ocorrendo uma redução dos canais de 
cálcio intracelular, gerando um efeito inibitório. 
Se for no coração, diminui a FC. 
Se for membrana pré-sináptica, diminui a liberação de 
noradrenalina. 
Se for no pâncreas, ocorre a diminuição da liberação de 
insulina, aumentando a glicemia. 
2. Para os músculos lisos dos vasos: (não pé 
recomendado associar a canais de cálcio). As proteínas 
cinases forforilam a miosina cinase, que é a enzima que 
promove a contração dos músculos lisos. 
A fosforilação da miosina cinase, promove a sua 
inativação. Então, a inibição das proteínas cinases, não 
irão promover a fosforilação da miosina cinase, assim, 
quando estas não estão forforiladas, são ativadas. Com 
isso, há a contração dos músculos lisos, ou seja, 
vasoconstrição. 
3. Receptores β1: são acoplados a proteína Gs. 
 Quando a noradrenalina é liberada, ativa esses 
receptores, ativando a proteína Gs. Quando ela é ativada, 
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19 
 
ativa a Ac, ocorrendo a conversão do ATP em AMPC. 
O AMPC, ativa as proteínas cinases, que são 
fosforiladoras. 
No coração, ocorre a fosforilação dos canais de cálcio, 
aumentando a concentração do cálcio intracelular, 
aumentando a força de contração cardíaca e a FC. 
No fígado, estimula-se a glicogenólise, ocorrendo a 
quebra do glicogênio para aumentar a formação de 
glicose, que aumenta a glicemia. 
4. Receptores β2: são acoplados à proteína Gs. 
Quando a noradrenalina é liberada, ativa esses 
receptores, ativando a proteína Gs. 
Quando ela é ativada, ativa a Ac, ocorrendo a conversão 
do ATP em AMPC. O AMPC, ativa as proteínas cinases, 
que são fosforiladoras. 
Nos músculos lisos, se há a fosforilação da miosina cinase, 
ocorre a inativação desta enzima, causando relaxamento 
dos músculos lisos (vasodilatação). 
Nos brônquios, causa brocodilatação. 
No TGI, causa relaxamento do TGI, causa constipação 
(diminui o peristaltismo). 
No útero, causa relaxamento uterino, causando retenção 
do feto (um medicamento que promove o relaxamento 
do útero, atrapalha o parto). 
No músculo ciliar dos olhos, causa relaxamento desse 
músculo, reduzindo a drenagem do humor aquoso, 
aumentando a pressão intraocular. 
Nas glândulas, as proteínas cinases promovem a 
fosforilação de canais de cálcio, aumentando os níveis de 
cálcio, aumentando a secreção glandular (lacrimal, salivar, 
etc). Os mastócitos são os únicos que não são 
satisfatórios nessa situação, pois são responsáveis pela 
liberação de histamina, que é armazenada em grande 
quantidade dentro deles e normalmente eles precisam 
ser estimulados para que ocorra a liberação delas. 
No entanto, os receptores β2 quando ativados nos 
mastócitos, diminuem a liberação de histamina. 
Nas proteínas contrateis dos músculos esqueléticos, há a 
estimulação dessas proteínas, promovendo contrações 
na forma de tremores musculares (conhecendo 
tremores de ansiedade). 
 
Fármacos que atuam no Sistema Nervoso 
Simpático 
Todo medicamento que atua em alguma 
neurotransmissão que envolve noradrenalina, o fármaco 
é chamado de adrenérgico. Existe uma classificação 
especifica para os fármacos que atuam no SNAS. 
1. Simpatomiméticos: 
- Ação direta 
- Ação indireta 
2. Simpatolíticos: 
- Ação direta 
SIMPATOMIMÉTICOS 
São os fármacos que promovem o mesmo efeito da 
noradrenalina, agindo no SNAS. 
a) Ação direta 
- Fármacos que agem diretamente nos receptores 
adrenérgicos, para promover os mesmos efeitos da 
noradrenalina. 
- É aquele que tem afinidade e atividade intrínseca (se 
ligam e ativam) pelos receptores adrenérgicos, ou seja, 
são agonistas adrenérgicos. 
b) Ação indireta 
- São fármacos que causam os mesmos efeitos, mas 
sem se ligar e ativar os receptores adrenérgicos. 
- Eles agem em nível pré-sináptico e estimulam a 
liberação de noradrenalina. 
NÃO há receptores adrenérgicos nos músculos 
esqueléticos, seus receptores são os muscarínicos. Mas 
as proteínas contrateis do musculo esquelético possuem 
receptores adrenérgicos. É importante não confundir. 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
20 
 
 
-Adrenalina: em um paciente com reação anafilática, por 
exemplo, ele pode ser usado para promover a 
vasoconstrição, aumentando a pressão arterial do 
paciente e a broncodilatação, favorecendo a respiração 
do paciente e também diminuição da liberação de 
histamina nos mastócitos. 
Em associação aos anestésicos locais, pode ser usado 
para promover a vasoconstrição, diminuindo a absorção 
dos anestésicos, aumentando a duração deles no local e 
diminuindo os efeitos sistêmicos. 
-Fenilefrina, oximetazolina, nafazolina, efedrina: usados 
em casos de congestão nasal. 
Promovem a vasoconstrição, revertendo o quadro de 
congestão e favorecendo a respiração. 
-Dobutamina: usada em ambiente hospitalar, por via 
intravenosa. 
-Salbutamol, terbutalina, fenoterol, salmeterol: são usados 
principalmente por suas atividades nos brônquios. 
Em todos esses casos, esses medicamentos promovem 
a broncodilatação, favorencendo a respiração do 
paciente. 
O salbutamol também pode ser usado para p 
relaxamento uterino, para evitar o parto prematuro. 
Em todos os casos, os efeitos indesejáveis são as 
probabilidades de efeito em outros receptores (como os 
β1). Se ativarem β1, no coração por exemplo, pode 
aumentar a FC, e a forca de contração, podendo causar 
taquicardia. 
Nas proteínas contrateis, pode ocorrer tremores 
nervosos. Mas isso só ocorre, se tiverem efeito em 
outros receptores também. 
SIMPATOLÍTICOS 
São fármacos que quebram o efeito da noradrenalina, 
promovem efeitos contrários à noradrenalina no SNAS. 
a) Ação direta 
- São aqueles que vão se ligar aos receptores 
adrenérgicos, mas não vão ativar esses receptores. 
- Só possuem afinidade com esses receptores, mas não 
possuem atividade intrínseca. São conhecidos como 
antagonistas adrenérgicos (bloqueadores adrenérgicos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
-Prazosina, terazosina, oxazosina: são bloqueadores alfa 1, 
eles promovem vasodilatação, diminuindo a pressão 
arterial. 
-Propranolol, alprenalol: são bloqueadores beta 
adrenérgicos (1 ou 2), em casos de hipertensão arterial, 
eles promovem a redução da FC e força de contração, 
diminuindo a pressão arterial. 
Em casos de angina (dor no peito por falta de 
oxigenação), promovem a vasodilatação nas artérias 
coronárias, facilitando a oxigenação. 
Nas arritmias, eles diminuem a FC. 
Para o glaucoma, existe o fármaco timolol, que contrai os 
músculos presentes nos olhos. 
-Practolol, metoprolol, atenolol: possuem as mesmas 
indicações no coração. São seletivos para o receptor 
Beta 1 adrenérgico. 
-Carvedilol: também possuem as mesmas indicações. É 
um dos medicamentos mais indicados para pacientes 
com insuficiência cardíaca crônica. 
IMPORTÂNCIA E USO NA ODONTOLOGIA 
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21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os agonistas α adrenérgicos são muito 
importantes na odontologia, pois são usados em 
associação aos anestésicos locais, visando aumentar seu 
efeito e diminuir a absorção, para isso, deve-se promover 
a vasoconstrição. E também uso nos casos de reação 
anafilática, para causar vasoconstrição, por efeitos 
broncodilatadores e por causa da inibição da liberação de 
histaminas nos mastócitos. 
Se usados em doses repetitivas, aumentam o efeito 
vasoconstritor no local, que em excesso pode diminuir a 
oxigenação do local, causandonecrose ou microfibrose 
tecidual. 
A adrenalina ou noradrenalina em doses elevadas, causam 
quadros de ansiedade, aumento da PA, taquicardia e 
efeitos no SNC (quadro acima). 
Existem situações que podem potencializar esses efeitos 
sistêmicos, tornando o uso do vasoconstritor mais 
perigoso. 
Em casos de angina, pode causar infartos. 
Pacientes com hipertireoidismo, têm mais receptores 
beta 1 adrenérgico no coração, podendo causar efeitos 
cardíacos. 
Uso de betabloqueadores, se a adrenalina chega na 
corrente sanguínea, ela só vai ter alfa para agir, pois o 
beta está bloqueado, aumentando o efeito vasoconstritor, 
tornando um risco. 
Fármacos que aumentam a noradrenalina, se ela já está 
em excesso e esses fármacos são usados, pode causar 
hipertensão no paciente, por exemplo. 
 
- Os fármacos antagonistas alfa adrenérgicos possuem 
efeitos vasodilatadores. 
Esses fármacos podem causar efeitos indesejáveis 
como: taquicardia reflexa, a vasodilatação pode reduzir a 
pressão, o organismo vai tentar aumentar a pressão, mas 
como essa parte está bloqueada, pode causar taquicardia. 
Os fármacos vasodilatadores também podem causar 
hipotensão postural (queda da pressão quando a pessoa 
levanta rapidamente), causando tonteira. 
A tansulozina, também é um antagonista alfa adrenérgico, 
mas ela possui seletividade pelos receptores alfa 
adrenérgicos nos músculos lisos do colo vesical. O que 
significa que ela tem menor atividade nos vasos 
sanguíneos. Se o paciente utilizar esse fármaco, o risco 
de hipotensão postural praticamente não existe devido a 
esta seletividade que ela possui. 
Aula 5 
Toxina Botulínica 
É obtida através de uma bactéria chamada Clostridium 
botulinum. Essas neurotoxinas tem tropismo pelo 
sistema nervoso, ou seja, tendem a se ligar aos terminais 
nervosos, mais especificamente nos terminais nervosos 
colinérgicos, onde há liberação da Acetil Colina. 
A aplicação da toxina é feita de forma local, diretamente 
nos músculos onde é desejado o efeito. 
Se administrada de forma sistêmica, iria se ligar aos 
terminais nervosos colinérgicos de outras regiões do 
corpo. Onde há Acetil Colina, a toxina age. Ex: coração, 
músculos lisos, TGI e todo sistema autônomo. 
A toxina age na junção neuromuscular esquelética. 
Neurotransmissor envolvido na neurotransmissão 
esquelética: Acetil Colina. 
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22 
 
Receptores específicos da Acetil Colina (colinérgicos): 
nicotínicos (presentes nos gânglios, músculos 
esqueléticos e SNC). 
➳Transmissão do Impulso 
na JNM Esquelética 
O estímulo chega ao terminal nervoso → ocorre a 
entrada de Ca → o Ca ativa as sinaptotagminas → as 
sinaptotagminas fazem com que as vesículas pré-
sinápticas fiquem em contato com a membrana pré-
sináptica → as membranas pré-sinápticas liberam Acetil 
Colina → a Acetil Colina se liga aos receptores da região 
→ fica pouco tempo ligada pois sofre a ação da 
Acetilcolinesterase → forma colina e acetato → a colina 
volta ao terminal nervoso pra formar mais Acetil Colina. 
 
De acordo com o mecanismo de transdução de sinais, 
os receptores nicotínicos se classificam como 
diretamente acoplados a canais iônicos seletivos para 
cátions (permite a passagem de íons positivos – Na+ e 
K+). 
Obs: são necessárias 2 moléculas de Acetil Colina para 
ativar o receptor nicotínico. 
 
 
 
 
 
➳Fisiologicamente 
Acetil Colina se liga → ativa o receptor nicotínico → 
promove a abertura do canal iônico → passagem de íons 
positivos (Na+ e K+) → o que está em maior 
concentração fora, entra (Na+) / maior concentração 
dentro, sai (K+) → despolarização do M. Esquelético → 
deslizamento da actina sobre a miosina → contração do 
M. Esquelético. 
Obs: entra mais Na do que sai K devido a diferença de 
concentração dos dois meios. 
➳Mecanismo de Ação 
Obs: atua em nível pré-sináptico. 
• 1ª Fase: Aglutinação 
 
A molécula se liga a parte externa do terminal nervoso 
colinérgico. 
• 2ª Fase: Internalização 
 
A molécula entra no terminal nervoso. 
• 3ª Fase: Bloqueio 
 
A molécula da toxina 
promove a inibição das 
sinaptotagminas → 
fazendo com que as 
vesículas pré-sinápticas 
não consigam se ligar a 
membrana pré-sináptica 
→ não há liberação de 
Acetil Colina → relaxamento do M. Esquelético. 
Obs: o terminal nervoso fica inativo. 
 
 
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23 
 
• 4ª Fase: Rebrotamento 
 
Gradativamente ocorre o surgimento de novos terminais 
nervosos próximo aquele que foi inativado. 
• 5ª Fase: Reestabelecimento da Conexão nervosa 
 
Um dos terminais nervosos se forma completamente, 
fazendo o restabelecimento da conexão nervosa daquele 
local. 
Obs: geralmente a toxina atua em um período de 3 a 6 
meses, que é o tempo para que a conexão nervosa seja 
reestabelecida. 
Obs: teoricamente, pode ocorrer a reativação do 
terminal nervoso que estava inativo. Com o uso contínuo, 
faz necessário o aumento da dose devido a reativação, 
pois forma cada vez mais terminais nervosos. 
➳Indicações 
1. Uso Estético 
- Linhas faciais hipercinéticas (rugas); 
- Sorriso gengival. 
2. Uso Terapêutico 
- Bruxismo; 
- Espasticidade; 
- Estrabismo. 
3. Na Odontologia 
- Disfunções e dores na ATM; 
- Dores de cabeça de origem ortodôntica; 
- Apertamento dental e bruxismo; 
- Sorriso gengival; 
- Linhas faciais hipercinéticas. 
➳Contraindicações 
- Glaucoma (reduz a drenagem do humor aquoso, 
aumentando a pressão intraocular); 
- Gestantes; 
- Pacientes sob tratamento quimioterápico; 
- Pacientes sob uso crônico de antinflamatórios. 
Obs: por ser administrada localmente, dificilmente os 
efeitos sistêmicos irão ocorrer. O mais comum são os 
locais. Ex: ptose palpebral. 
Aula 6 
Fármacos Anti-Histamínicos 
Também chamados de antagonistas histamínicos. 
Os fármacos anti-histamínicos se ligam aos receptores da 
histamina mas não os ativa, fazendo com que a histamina 
não promova seus efeitos, promovendo então os efeitos 
contrários. 
➳Síntese, Localização e Liberação 
A histamina é uma amina biogênica; 
Pode ser classificada também como uma autacóide (são 
todas as substâncias/fatores biológicos produzidos no 
organismo que agem como hormônios, com duração 
curta e ação perto do seu local de síntese); 
A histamina é sintetizada a partir histidina. Histidina → 
Histidina Descarboxilase → Histamina. 
➳Classificação 
1. Mastocitária 
A maior parte da histamina produzida no organismo é 
armazenada na forma de grânulos, e principalmente nos 
mastócitos (histamina mastócitária). 
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24 
 
Os locais de maior concentração de mastócitos, e 
portanto, maior liberação de histamina são: 
-TGI; 
-Trato respiratório; 
-Epitélio. 
A liberação da histamina pode ser localizada ou sistêmica 
(choque anafilático). 
2. Não-Mastocitária 
Atua como um neurotransmissor em terminais nervosos 
histaminérgicos no SNC principalmente. No SNC, sua 
função é fazer a manutenção do alerta/estado de vigília 
do corpo (manter acordado). 
➳Degranulação dos Mastócitos 
A degranulação dos 
mastócitos basicamente é 
a ativação do mastócito 
para liberar histamina. 
A estimulação dos 
mastócitos ocorrerá 
principalmente devido as 
imunoglobulinas (principalmente a IgE), quando há a 
exposição a um alérgeno. 
Se não houver exposição ao agente alergênico, não 
haverá liberação de histamina. 
Após ser liberada, agirá nos seus receptores específicos 
(histamínicos/histaminérgicos). 
➳Locais de Ação da Histamina 
-Pele: prurido e reação 
tríplice (eritema, edema e 
halo circundante). H1. 
-Brônquios: contração 
brônquica 
(broncoconstrição). H1. 
-Vasos: estimulação do 
endotélio → libera NO. Vasodilatação. H1. 
-Células Parietais Gástricas: secreção de HCl. H2. 
 
➳Receptores Histamínicos 
1. Receptores H1 
Histamina se liga ao receptor H1 → ativa o receptor H1 
→ ativa a proteína Gq → estimula a FLC → formação 
de IP3 → aumenta o Ca → efeito estimulatório 
- Glândulas: aumenta a secreçãoglandular. 
- M. Lisos: contração do músculo. 
- Endotélio dos vasos: liberação de NO (vasodilatação). 
- Pele: resposta tríplice. 
- Terminações Nervosas Sensitivas: prurido. 
2. Receptores H2 
Ativa a proteína Gs. 
- Coração: aumento da FC. 
- Células Parietais Gástricas: aumento do HCl. 
➳Fármacos Anti-Histamínicos 
1. Bloqueadores de H1 
➳Mecanismo de Ação: se liga aos receptores 
histamínicos H1, porém não os ativam (Gq), gerando efeito 
inibidor. 
1ª Geração: são mais lipossolúveis, portanto, ultrapassam 
melhor a barreira hematoencefálica fazendo maior 
distribuição no SNC (diminuem a atividade da histamina 
no SNC), causando sedação. 
- Clorferinamina; 
- Dexclorferinamina; 
- Difenidramina; 
- Dimenidrinato (cinetose/dramim/com vitamina B6 não 
causa sono); 
- Hidroxizina; 
- Prometazina (quadros mais graves); 
- Clemastina. 
2ª Geração: possuem menor distribuição no SNC (são 
menos lipossolúveis), e não causam sedação. 
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25 
 
- Cetirizina; 
- Desloratadina; 
- Fexofenadina; 
- Loratadina; 
➳Farmacocinética 
Boa absorção por via oral (boa biodisponibilidade); 
Sofrem metabolismo pelas EMH, em especial os de 1ª 
geração; 
Excreção renal, com exceção da fexofenadina que tem 
excreção hepatobiliar. 
➳Indicações 
- Alergias leves a moderadas (agudas); 
- Cinetose (bloqueia o receptor no núcleo vestibular). 
➳Na odontologia 
- Látex das luvas; 
- Gel para clareamento; 
- Anestésico local (alergia aos sulfitos do vasoconstritor). 
➳Principais Efeitos Indesejáveis 
1. Efeitos no SNC (1ª Geração) 
- Diminuição da neurotransmissão no SNC; 
- Sedação; 
- Diminuição do rendimento cognitivo e 
neuropsicomotor; 
- Aumento do apetite (bloqueia os receptores 
cerotoninérgicos). 
2. Bloqueio Muscarínico Periférico 
(mais relacionados aos de 1ª geração) 
- Xerostomia (diminuição do estímulo nas glândulas); 
- Retenção urinária (relaxamento da bexiga); 
- Taquicardia (bloqueio do M2). 
3. Bloqueio dos Receptores α-adrenérgicos 
(mais relacionados aos de 1ª geração) 
- Bloqueia os receptores nos vasos → vasodilatação; 
- Hipotensão; 
- Tontura; 
- Taquicardia reflexa; 
Obs: o principal fármaco que promove esses efeitos é a 
prometazina (fenergam). 
➳Escolha do Anti-Histamínico 
Obs: observar se o paciente é criança, idoso, lactente, 
gestante, se pode ou não ter sedação, se há problemas 
de insuficiência renal (fexofenadina é o mais indicado) ou 
hepática. 
Loratadina e Desloratadina: mais amplamente utilizados. 
• Lactentes e Crianças Pré-Escolares 
- Hidroxizina e Clorferinamina: antes dos 2 anos (1ª 
geração); 
- Desloratadina: a partir de 1 ano (2ª geração); 
- Fexofenadina e Levocitirizina: com mais de 6 anos (2ª 
geração); 
- Cetirizina: entre 1 e 2 anos (2ª geração); 
• Idosos 
- Evitar os de 1ª geração (devido a sedação); 
- Os de 2ª geração propiciam alternativas excelentes, 
efetivas e seguras nessa faixa etária. 
• Gestação 
- 1º Trimestre: descloferinamina e dimenidrinato (1ª 
geração); 
- 2º a 3º Trimestre: loratadina e cetirizina (2ª geração). 
• Lactação 
- Os de 1ª geração devem ser evitados na lactação. 
- Irritabilidade; 
- Sedação; 
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26 
 
- Diminuição do leite materno; 
- Loratadina e cetirizina (2ª geração); 
Obs: só são indicados quando a necessidade sobrepõe o 
risco. 
➳Bloqueadores de H2 
• Mecanismo de Ação: se ligam aos receptores de H2, 
mas não os ativam (Gs). Estão presentes no estômago 
(faz a redução da produção de HCl) e no coração 
(diminui a FC). 
- Cimetidina (menos usado pois inibe as EMH, podendo 
ser prejudicial a outro fármaco caso esteja sendo 
administrado juntamente com a cimetidina); 
- Famotidina; 
- Nizatidina; 
- Ranitidina (mais usado). 
➳Indicações Terapêuticas 
• Gastriste/Úlcera Gástrica: hoje são mais usados 
inibidores da bomba de prótons. 
- Omeprazol; 
- Pantoprazol; 
- Rabeprazol; 
- Exomeprazol; 
A bomba de prótons é uma enzima que disponibiliza H+ 
para formação do HCl no estômago e atua na célula 
parietal gástrica. 
O fármaco bloqueia a bomba de prótons e diminui a 
produção do HCl. 
Agem através de inibição enzimática. 
Obs: o tempo de ação dos inibidores da bomba de 
prótons é maior. 
➳Antagonistas Fisiológicos 
da Histamina 
Fármaco que promove o efeito contrário sem agir nos 
receptores específicos da histamina. 
1. Adrenalina 
Antagonista fisiológico da histamina. Causa efeitos 
contrários aos da histamina, porém age nos receptores 
adrenérgicos. 
Adrenalina → ativa os receptores α-adrenérgicos → 
vasoconstrição 
Adrenalina → ativa os receptores β2-adrenérgicos → 
broncodilatação 
Obs: a adrenalina é usada em choque anafilático. 
2. Aminofilina 
Faz a broncodilatação; 
Usada em casos de asma brônquica (broncoconstrição); 
Não pode ser administrada em casos de choque 
anafilático pois causa vasodilatação (causa hipotensão se 
administrada). 
➳Mecanismo de Ação 
 
A aminofilina libera a teofilina → inibe a enzima 
fosfodiasterase → a fosfodiasterase inibe o AMPc → se 
usada a aminofilina, ela inativa a fosfodiasterase → 
potencializa o AMCc → aumenta o efeito broncodilatador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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27 
 
Aula 7 
Analgésicos Opióides 
Os analgésicos são os fármacos usados para prevenir ou 
inibir a dor já existente. 
➳Dor 
Nociceptores estimulados → estimulam fibras nervosas 
sensitivas → chega ao terminal nervoso através de 
despolarizações (abertura dos canais de Na voltagem 
dependentes) → liberação do neurotransmissor → 
estimula as regiões do SNC → consciência da dor 
➳Analgésicos de Ação Periférica 
- São os mais usados na odontologia; 
- Tem menos efeitos indesejáveis. 
➳Analgésicos de Ação Central 
- Agem no sistema nervoso central. 
Obs: analgésicos opióides naturais: morfina. 
Codeína: tanto natural quanto sintética. 
• Mecanismo de Ação 
 
 
 
 
 
 
São fármacos agonistas opióides, ou seja, se liga e ativa 
os receptores opióides. 
Receptores opióides: M (mi), K (kappa), δ (delta), σ 
(sigma), ε (épsulon). 
O principal receptor opióide relacionado a dor, é o do 
tipo M (mi). 
Estão presentes em nível pré e pós-sinápticos. 
 
➳Pré-Sináptico 
Analgésico opióide → se liga e ativa o receptor M (mi) 
→ ativa a proteína Gi → inibe a adenilato ciclase → 
reduz o AMPc → no terminal nervoso, impede a entrada 
do Ca → não libera o neurotransmissor → não ativa as 
regiões da dor → não ocorre a dor → efeito analgésico 
➳Pós-Sináptico 
Obs: principal mecanismo de ação dos analgésicos 
opióides. 
Analgésico opióide → se liga e ativa o receptor M (mi) 
→ ativa a proteína Go → abre os canais de K → 
saída/efluxo de K → hiperpolarização → aumento do 
limiar a dor/excitabilidade 
➳Exemplos de Opióides 
• Mais Potentes 
- Morfina; 
- Metadona; 
- Mepiridina: 
- Fentanil. 
• Potência Moderada a Fraca 
- Oxicodona; 
- Codeína; 
Obs: ação somente agonista opióde 
• Agonistas Parciais/Ação Mista 
- Buprenorfina; 
- Butorfanol; 
- Nalbufina; 
- Tramadol (ativa os receptores opióides tipo M, e 
também inibe a recaptação de noradrenalina no terminal 
nervoso; o aumento da noradrenalina em áreas cerebrais 
também tem efeito analgésico). 
➳Dor 
1. Neurogênica 
Tem início com a estimulação dos nociceptores; 
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28 
 
Pode ser provocada diretamente por estímulos 
mecânicos. 
A mais comum é a de origem inflamatória, que libera 
mediadores químicos inflamatórios e ativa as fibras 
nervosas. 
2. Neuropática 
A dor neuropática não tem estímulo inicial mecânico ou 
químico nas fibras nervosas e nociceptores. 
Ex: neuralgia do trigêmeo (causa dor na face). 
O fármaco mais usado neste caso é a carbamazepina. 
➳Efeitos Farmacológicos dos Opióides 
• Sistema Nervoso Central (SNC) 
- Analgesia; 
- Euforia (morfina); 
- Disforia (fármacos que tenham ação sobre os 
receptores K (kappa); 
- Depressão respiratória (principalefeito indesejável); 
- Inibição do Locus Ceruleus (regula sensações de 
alarme, pânico, medo e ansiedade); 
- Inibição da tosse (codeína); 
- Náuseas e vômitos; 
- Miose (contração da pupila); 
- Rigidez muscular; 
- Alterações de temperatura; 
- Efeitos neuroendócrinos. 
• Outros Locais 
- Sistema cardiovascular: vasodilatação, hipotensão, 
diminuição da frequência cardíaca, diminuição da pressão 
arterial. 
- TGI: constipação intestinal: 
- TGU: relaxamento da bexiga: 
- Histamina: degranulação dos mastócitos (principalmente 
a morfina); 
- Tolerância: as doses deverão ser aumentadas com o 
tempo; 
- Dependência: física e psicológica. 
➳Indicações Clínicas 
- Analgesia; 
- Edema pulmonar agudo; 
- Anestesia; 
- Tratamentos de pacientes adictos; 
- Tosse (codeína); 
- Diarreia (loperamida). 
➳Síndrome de Abstinência aos Analgésicos 
Opióides 
 
- Ansiedade e tremores musculares. 
 
- Ansiedade; 
- Insônia; 
- Dores gástricas; 
- Rinorréia; 
- Midríase; 
- Diaforese. 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
29 
 
 
- Taquicardia; 
- Náuseas e vômitos; 
- Aumento da pressão arterial; 
- Diarreia; 
- Aumento da temperatura corporal; 
- Hipertermia; 
- Calafrios; 
- Tremores; 
- Convulsões. 
 
A: - 
B: Morfina*, metadona**, fentanil*, meperidina, oxicodona 
C: codeína e tramadol. 
D: - 
*Cirurgia pós-operatória não obstétrica; 
**Dor crônica não oncológica. 
➳Contraindicações 
- Hepatopatias (não são metabolizados, e o aumento da 
concentração pode ser tóxica); 
- Nefropatias (dificulta na excreção); 
- Hipotensão; 
- Alterações respiratórias; 
- Doença de Addison (hipoadrenocorticismo); 
- Hipotireoidismo; 
- Evitar associação a outras drogas, como: 
antidepressivos, benzodiazepínicos e barbitúricos. 
 
 
• 5 a 7: 
- Codeína + paracetamol= tilex 
- Codeína + diclofenaco 
➳Tratamento de Intoxicação por Analgésicos 
Opióides 
Deve-se administrar um fármaco antagonista opióide, 
como por exemplo a naloxona (se liga aos receptores 
opióides mas não os ativa, evitando sua ação e 
revertendo seus efeitos). 
 
 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
30 
 
Aula 8 
Anti-inflamatórios não-esteroidais 
Também conhecidos como analgésicos de ação 
periférica. 
Não são derivados do colesterol/não são hormonais. 
➳Inflamação 
É um processo de defesa do organismo, e seus sinais 
são (sinais cardinais da inflamação): 
- Dor (ocorre devido a liberação dos mediadores 
químicos); 
- Edema (aumento da permeabilidade vascular gera o 
extravasamento de líquidos= edema); 
- Calor; 
- Rubor. 
Obs: o calor e o rubor ocorrem devido a 
vasodilatação local, que promove o aumento do 
fluxo sanguíneo. 
➳Mediadores da Inflamação 
e sua Função 
Ex: histamina, óxido nítrico, bradicinina (quando ocorre 
uma lesão tecidual, há a formação de principalmente e 
primeiramente de bradicinina.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lesão tecidual → formação de bradicinina → ativa a 
fosfolipase A2 → atua sob o fosfolipídeo → forma o 
ácido araquidônico (substrato para a formação de vários 
mediadores inflamatórios) e lisoglicerilfosforilcolina 
• Ácido araquidônico → cicloxigenases (COX-2) → 
endoperóxidos cíclicos (PGG2/PGH2 – prostaglandinas 
intermediárias inativadas) → prostaglandina 
(PGE2/PGI2) e tramboxano A2 (gera agregação 
plaquetárias) 
Obs: a COX2 indutiva será formada durante o processo 
inflamatório. 
• Ácido araquidônico → leucotrienos (mediadores 
inflamatórios responsáveis pela quimiotaxia) 
Obs: os leucotrienos são medidores inflamatórios 
que fazem a quimiotaxia (migração de células 
inflamatórias para o local onde está ocorrendo o 
processo inflamatório). 
• Lisoglicerilfosforilcolina → faz a formação do fator 
ativador de plaquetas (é um mediador) 
Obs: as prostaglandinas fazem a vasodilatação 
local, levando ao rubor e calor; 
Fazem a estimulação das fibras nervosas (provoca dor) 
e também aumentam a permeabilidade vascular (edema). 
➳Cicloxigenases 
 
➳Cox1 (constitutiva) 
É uma enzima fisiológica. Participa na formação de 
prostaglandinas fisiologicamente. 
- Vasos: vasodilatação 
- Plaquetas: produz tramboxano A2. Estimula a agregação 
plaquetária. 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
31 
 
- Estômago: estimula a produção de muco e bicarbonato 
protegendo a mucosa gástrica e diminui o HCl; 
- Rins: promove a formação de prostaglandinas nos rins 
que fazem vasodilatação renal, aumentando a filtração 
glomerular. 
- Pulmão: contração (broncoconstrição) e relaxamento 
dos brônquios (broncodilatação); 
- Útero: contração uterina, eliminando o fluxo menstrual 
e o feto. 
➳COX2 (indutiva) 
Formada no processo inflamatório. Faz a formação de 
mais prostaglandinas do que deveria, resultando nos sinais 
cardinais da inflamação. 
➳COX2 (constitutiva) 
Presente em algumas regiões do corpo, mas 
principalmente: 
- Rins: produção de prostaglandinas → vasodilatação 
renal → aumento da filtração glomerular 
- Endotélio vascular: ác. Araquidônico → endoperóxidos 
cíclicos → formação da prostaglandina I2 → inibe a 
agregação plaquetária 
- SNC: não se sabe muito. 
➳COX3 
É uma variação da COX1 . Presente principalmente no 
hipotálamo (controla a temperatura. corporal). Faz a 
síntese de prostaglandina E2, aumentando a temperatura 
corporal. 
➳Mecanismo de Ação dos AINE 
 
 
 
 
O AINE inibe a COX2 → reduz a síntese de 
endoperóxidos cíclicos → reduz a síntese de 
prostaglandinas → não libera o tramboxano A2 → inibe 
o processo inflamatório 
Obs: todos os AINES tem o mesmo mecanismo de ação. 
➳Classificação dos AINE 
1. Inibidores Não-Seletivos da COX2 
Inibe a COX2, mas também a COX1. 
• Derivados do Ácido Salicílico: 
- Ácido acetilsalicílico (AAS) 
- Salicilato de sódio 
 - Diflunisal. 
• Ácidos Acéticos: 
- Intometacina 
- Sulindaco 
- Tolmedina 
- Diclofenaco 
- Cetorolaco 
- Etodolaco 
• Ácidos Propiônicos: 
- Ibuprofeno 
- Naproxeno 
- Flubiprofeno 
 - Cetoprofeno 
• Ácidos Antranílicos (fenamatos): 
Obs: evitar diclofenaco de potássio para pacientes com 
insuficiência cardíaca, e o diclofenaco de sódio para 
pacientes como hipertensão. 
• Derivados da Pirazolona: 
- Fenilbutazona 
- Oxifembutazona 
- Dipirona 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
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- Metazonil 
• Sulfonanilidas: 
- Nimensulida 
• Alcanomas: 
- Nabumetona 
2. Inibidores seletivos da COX2 
• Coxibes 
- Celecoxib; 
- Etoricoxibe. 
➳Analgésicos Na tipiréticos (antitérmico) 
- Derivados do para-aminofenol (paracetamol); 
- Inibe a COX3; 
- Possui ação analgésica e antipirética, e não tem ação 
antinflamatória. 
 
➳Efeitos Indesejáveis dos AINE (gerais) 
1. Inibidores Não-Seletivos da COX2 
• Alterações gástricas: em uso crônico pode causar 
úlcera péptica. 
Inibe a COX1 no estomago → diminui a produção de 
prostaglandinas no estômago → reduz a produção de 
muco e bicarbonato → aumenta a produção de HCl. 
• Insuficiência Renal: associada ao uso crônico. 
Inibe a COX1 nos rins → diminui a síntese de 
prostaglandinas → diminui a vasodilatação → reduz → 
diminui a filtração glomerular 
• Inibição Plaquetária: inibe a COX1 nas plaquetas → não 
terá síntese de tramboxano A2 → não terá 
agregação plaquetária → hemorragias 
Obs: a inibição é ainda maior se for administrado o AAS, 
pois além de inibir a COX1 nas plaquetas, faz isso de forma 
irreversível, ou seja, a COX1 daquela plaqueta não irá 
participar do processo de agregação plaquetária nunca 
mais. Depois da última dose do AAS, seu efeito 
permanece de 7 a 10 dias. 
2. Inibidores Seletivos da COX2 
• Aumento da Incidência de Trombos: inibe a COX2 
constitutiva → inibe a PIG2 → não terá inibição da 
agregação plaquetária 
Obs: a COX2 constitutiva é responsável pela síntese de 
PIG2 nas células endoteliais, e que irão promover inibição 
da agregação plaquetária (risco maior de trombos). 
• Insuficiência Renal: todos os antinflamatórios não 
esteroidais em uso crônico podem levar ao quadro de 
insuficiência

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