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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS FACULDADE DE DIREITO BIANCA DE SOUZA CARVALHO GABRIELE APARECIDA FREITAS BRITO GUSTAVO MOURA KRAUZ RAQUEL DIAS DA MOTA RODRIGUES VITOR ZAVATIERI FORDISMO, CAPITALISMO STAKEHOLDER E TOYOTISMO - PROBLEMATIZAÇÃO CAMPINAS 2021 BIANCA DE SOUZA CARVALHO GABRIELE APARECIDA FREITAS BRITO GUSTAVO MOURA KRAUZ RAQUEL DIAS DA MOTA RODRIGUES VITOR ZAVATIERI FORDISMO, CAPITALISMO STAKEHOLDER E TOYOTISMO - PROBLEMATIZAÇÃO Trabalho apresentado à Pontifícia Universidade Católica de Campinas, como parte das exigências do Programa de Graduação em Direito, incorporado à grade disciplinar de Teologia e o Fenômeno Humano - Direito. Prof° Celso Antônio de Almeida PUC-CAMPINAS 2021 1 SUMÁRIO 1. Introdução……………………………………………………………....3 2. Desenvolvimento………………………………………………………..4 3. Conclusão……………………………………………………………….10 4. Referências Bibliográficas……………………………………………..11 2 INTRODUÇÃO Neste trabalho, iremos nos preocupar em proporcionar ao leitor o entendimento da problematização voltada ao Fordismo, 5G (Quinta Geração de Telecomunicações Móveis), Capitalismo Stakeholder e Toyotismo. É importante ressaltar que cada problema possui suas raízes e origens, portanto, fica viável o destacamento do porquê de cada tema ter essa problemática e as consequências dessas adversidades. 3 DESENVOLVIMENTO Fordismo - O fordismo continua sendo um problema nos dias de hoje, apesar de todas evoluções que estamos vivenciando (diante as máquinas, tecnologias)? O Fordismo é um sistema de produção, criado pelo empresário norte-americano Henry Ford, cuja principal característica é a fabricação em massa. Henry Ford criou este sistema em 1914 para sua indústria de automóveis, projetando um sistema baseado numa linha de montagem. O objetivo principal deste sistema era reduzir ao máximo os custos de produção e assim baratear o produto, podendo vender para o maior número possível de consumidores. Desta forma, dentro deste sistema de produção, uma esteira rolante conduzia a produto, no caso da Ford os automóveis, e cada funcionário executava uma pequena etapa. Logo, os funcionários não precisavam sair do seu local de trabalho, resultando numa maior velocidade de produção. Também não era necessária a utilização de mão de obra muito capacitada, pois cada trabalhador executava apenas uma pequena tarefa dentro de sua etapa de produção. O sistema de produção transporta os produtos para um local predeterminado por meio de uma esteira rolante. Henry Ford era dono da indústria automobilística, então a esteira conduz os automóveis. Ao longo dessa estrada, cada funcionário é responsável por executar alguma tarefa em cada etapa. As principais características do Fordismo: ● Aumentou a fabricação em massa; ● Acrescentou a linha de montagem para aumentar a velocidade da produção; ● Criou um ritmo de trabalho mais estável, sem muitos movimentos; ● Padronizou a fabricação; ● Dividiu o trabalho em tarefas menores, assim cada trabalhador ficou responsável por algo; ● Reduziu os custos e, assim, os produtos também foram vendidos por preços menores; ● Os funcionários foram desqualificados e desvalorizados no mercado. Após o surgimento de um novo sistema de produção chamado toyotismo, o fordismo começou a entrar em decadência em 1980. O fordismo trouxe muitos lucros e benefícios para os empresários, mas os trabalhadores foram afetados negativamente pelo surgimento desse processo de produção. Um dos principais problemas do Fordismos é o trabalho repetitivo e desgastante, além da falta de visão geral sobre todas as etapas de produção e baixa qualificação profissional. O sistema também se baseava no pagamento de baixos salários como forma de reduzir custos de 4 produção. Contudo, houve vários períodos de instabilidade econômica, e nestes momentos não havia preocupação com a manutenção dos trabalhadores na fábrica, visto que, como já se viu, eram facilmente substituídos. O trabalhador passou a ser considerado como custo móvel, sendo administrado como tal, sofrendo as consequências do ciclo de admissões ou demissões conforme as flutuações de mercado, não tendo muita garantia de emprego. Os trabalhadores não tinham uma compreensão geral do que estavam fazendo, às vezes nem sabiam o resultado final do produto e suas qualificações profissionais não eram altas. O sistema também era formado por baixos salários porque reduzia os custos de produção. Isso levou ao surgimento de sindicatos que defendiam os direitos dos trabalhadores. Pode-se perceber que o fordismo é um sistema repleto de falhas apesar das vantagens, funcionaria melhor se tivesse condições melhores para os trabalhadores: opção de não fazerem as mesmas tarefas o tempo, poder dar a eles a satisfação de saberem o resultado de todo o seu esforço no trabalho e pensar em uma estratégia de economia diferente do que cortar gastos para os funcionários receberem salários mais altos que merecem. Condições de trabalho melhores fazem os funcionários trabalharem com mais prazer e com isso sua produtividade aumenta. Apesar de ter perdido espaço para o toyotismo, o fordismo ainda exerce influência no modo de produção nos dias de hoje. Há ainda indústrias de diversos setores que adotam o modo fordista, realizando produções em massa, adotando técnicas para baratear o processo e o produto e colocando no mercado o maior número de bens possíveis para tentar vender a maior quantidade que puder. Todavia, O artigo 1º, IV, da Constituição Federal consagra como fundamentos da nossa República os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. Além da soberania, da cidadania, da dignidade da pessoa humana e do pluralismo político, constituem os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa dois pilares em que se assentam as bases de nossa pátria. Portanto, fica explícito a importância que têm tanto o trabalho quanto a livre iniciativa, que constituem a base para o desenvolvimento do nosso povo e o respeito à dignidade do empregado e do empregador. Isto significa a garantia do exercício de todas as formas lícitas de trabalho e de atividade empresarial, como expressão efetiva do fundamento constitucional. O desenvolvimento e a evolução da atividade empresarial produziram profundas modificações nas estruturas das empresas, acarretando mudanças sensíveis no modo de desenvolver suas atividades. 5 5G: quinta geração de telecomunicações móveis A Coreia do Sul foi o primeiro país a fornecer a nova rede mais avançada no mundo, que começou a ser desenvolvida desde 2008 e teve o primeiro lançamento em 2020. Uma parceria entre a NASA e Machine to Machine Intelligence (M2Mi) desenvolveu as primeiras abordagens a respeito dessa inovação. Por conseguinte, um pioneirismo ocorreu entre especialistas em todo o mundo para aprimorar esse novo sistema. A tecnologia 5G oferece uma velocidade mais aprimorada do que as anteriores, se usada da forma correta e recomendada, ou seja, com numerosas caixas de base espalhadas pelas cidades e casas, isso porque, suas ondas de propagação de sinal são menores, e suas correntes são menos penetrantes, ou seja, elas possuem mais dificuldades em atravessar obstáculos, e apenas uma antena não dá conta de difundir sua cobertura. Apesar dessa nova geração tecnológica trazer muitos benefícios, tais como: velocidade em cirurgias realizadas em tempo real de um país para outro, automóveis autônomos que propiciam uma diminuição em acidentes e, uma melhoria na interação e comunicação entre as pessoas e os espaços de entretenimento, fazendas automatizadas onde tratores fazem a colheita com supervisão remota, entre muitos outros exemplos, onde uma série de coisas podem obter sensores que interagem com as redes de internet, essa é a grande diferença do 5G para o 4G. Essa tecnologia, entretanto, não é tão perfeita e possui alguns defeitos, como o supramencionado a respeito da antena, uma antena 4G pode espalhar uma ondasignificante de internet em um bairro inteiro, e a antena de 5G tem certa complexidade, mas com inúmeras caixas de base, isso pode ser superado e, a total potência dessa nova geração pode revolucionar o mundo. Ademais, um outro grande problema que deve ser superado é a ausência de acesso a internet em alguns países subdesenvolvidos. No Brasil por exemplo, áreas rurais e de periferia não têm acesso ao 4G, o que leva a analisar a grande pobreza que grande parte da população enfrenta, que na realidade, nem ao menos possuem os tais eletrônicos para pensar em usufruir de alguma tecnologia, quando percebe-se também, que até a ligação de energia é um obstáculo em algumas regiões. Indubitavelmente, o 5G é uma tecnologia que irá transformar o mundo, nas questões sócio-econômicas e políticas, em muitos pontos positivos. Mas a questão que mais se destaca em toda essa problemática é: como superar a dificuldade do acesso a essa tecnologia pela população mais pobre de países subdesenvolvidos ou de terceiro mundo, em um caso mais específico, o Brasil? É necessário a realização de uma inclusão digital, programas públicos que visem suprir essa necessidade da população. De acordo com o IBGE, os maiores obstáculos vêm da base da renda das pessoas, da educação, e também em alguns 6 casos, da região rural, que impede a inclusão. Se o governo conseguir fazer modificações nessas bases, esse problema poderá diminuir. O art. 3, inciso III, da Constituição Federal diz; constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. III - Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. Capitalismo Stakeholder A proposta implica na quebra de padrão que limita o direcionamento dos lucros apenas aos acionistas, isto é, nos interesses mútuos, funcionários e todas as comunidades impactadas pela empresa , são capazes de participar das atividades, com alinhamento entre objetivos estratégicos e negócios financeiros incorporados a medidas de responsabilidade social corporativa. Impulsionada pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19), o momento impulsionou a transformação da imagem dos negócios empresariais, tanto nos adventos tecnológicos como em ações movidas pela sociedade (Caso George Floyd, por exemplo). Podendo tanto ser cobrada pela sociedade, como pelos próprios investidores, os quais esperam o posicionamento das empresas para definir a aplicação de recursos. “Os investidores estão aprendendo a navegar neste novo ambiente do chamado capitalismo de stakeholders ao tempo em que estão cobrando e sendo cobrados por mudanças.”, afirmou Fábio Coelho, Presidente Executivo da Amec - Legis Compliance O mesmo ainda caracteriza não apenas a importância do lucro, mas também a solicitação de práticas de ESG*. O Stakeholder capitalism, possui quatro pilares, sendo eles: ● governança — avaliar a ética empresarial, combate à corrupção, gerenciamento de riscos e os princípios de transparência; ● planeta — análise dos impactos para o meio ambiente, criação de políticas de gestão de resíduos, fontes energéticas, consumo de água, desmatamento e toda ação que possa gerar efeitos ao ambiente; ● pessoas — diz respeito à forma como a organização cuida de seus colaboradores, investimento em programas de diversidade, combate às desigualdades, oportunidade de carreira e ações sociais; 7 ● prosperidade — avaliação do impacto ao bem-estar social, com indicadores voltados ao aumento no número de colaboradores, investimento em tecnologia, capacidade produtiva e geração de negócios de maneira sustentável. Os pilares sustentam a ideia de avaliar e criar métricas que permitam o balanceamento entre oportunidades e riscos e se são de fatos pertinentes ao negócio. Toyotismo O Toyotismo foi um método criado pela população japonesa na década de 60 para combater a crise no Japão do pós-guerra, com um mercado extremamente instável e caótico. A ideia em si é uma nova visão que contrapôs o fordismo gesticulado em 1910, pelo fato do fordismo ser muito dependente em mão de obra e repetição, Taiichi Ohno percebeu que para o estado de crise, as empresas deveriam criar um método mais restrito envolvendo a produção, assim criando a ideia do “Just in time”, que representa o princípio da correlação entre oferta e demanda, onde a empresa só produz o exato necessário que é requerido pelos consumidores, assim tendo uma alta margem de economia e um mercado mais flexível para suprir as necessidades que a empresa faria. Porém um problema bem claro ao introduzir essa ideia é: Se uma empresa depender tanto da demanda dos consumidores, ao ponto de fazer o número exato, significa menos tempo gasto em produção, que gera menor necessidade de mão de obra, que pode gerar desemprego, pela falta de demanda e tempo. Como o Toyotismo lida com a dependência mercantil e a quarta revolução industrial? O Toyotismo no geral pode ser visto como uma forma altamente econômica e prática para viabilização do mercado moderno, porém o problema que também incapacitou o fordismo moderno e ainda afeta mais o Toyotismo, é a substituição para a modernidade e tecnologia, assim como citado na problematização do Fordismo, o Toyotismo também cai no mesmo problema, mas pode se dizer que é um problema ainda mais preocupante, que pode anular ou diminuir absurdamente a quantidade de mão de obras pelo fato do trabalho já ser bem restritivo, gerando um tempo menor de necessidade dos trabalhadores, que como listado no artigo 1º, IV, da Constituição Federal vai contra nossa norma de desenvolvimento, e trazendo o fato de mecanizar esta área, o nível de desemprego em empresas que aplicam estritamente a ideia mercantil do Toyotismo, haverá de diminuir significativamente sua necessidade de mão de obra. Outra problematização que pode ser trazida nisso seria a dependência da obra prima. Um dos maiores fatores da popularização e da alta divulgação e implementação do Toyotismo, foi o fato da modernização, melhores meios de comunicação, transportes com mais capacidades de locomoção de obra prima e bens. Então pode-se dizer que o fato da modernização criou esse meio de ter uma comunicação bem mais direta com as demandas necessárias pelas lojas, empresas, companhias etc. Porém como havia dito, o problema disso envolve nessa facilidade de obter as exatas quantias de obra prima, onde os fornecedores necessitarão exatamente da quantia fornecidas a eles para produzir, diferente de outras 8 empresas que não adotam o Toyotismo, onde existem estoques e reservas para a alta produção de bens. Então tendo acesso à obras primas apenas vindas de comércio e não guardar ou acumular os bens, pode criar problemas comuns como atraso de entregas, problemas de tráfego, etc. Que em caso de empresas normais não seria grande problema, mas na produção Toyotista, estas empresas não podem fazer nada sem a obra prima, já que não existe estoque ou obra prima restante nas indústrias. Por mais que estes problemas se envolvem muito em problemas momentâneos e diários, isso não parou o Toyotismo de se estabelecer como uma das teorias mercantilistas mais aplicadas e conhecidas no mercado global, onde por mais de ter seus problemas, os custos e prejuízos são muito mais manuseados e fáceis de controlar, por mais que podem ter atrasos ou desempregados, a empresa em si sempre vai ter pequenos prejuízos, porém conforme o tempo passa, esta teoria junto com o fordismo vai mostrando de ser mais e mais independente de interação humana, assim criando um sistema completo com falta de oportunidades de empregos para a nossa sociedade que cresce a cada dia. 9 CONCLUSÃO Portanto, fica exposto de forma clara neste trabalho os tópicos supramencionados e as respectivas questões que cada um possui em sua estrutura. Em vista disso, as informações apresentadas fornecem uma base tanto para entender a origem de cada tema, como também para adentrar no âmbito da complexidade que carregam. 10 BIBLIOGRAFIA HOC PROFESSOR. 5G é perigoso? | Heni Ozi Cukier. No YouTube. Disponívelem: https://www.youtube.com/watch?v=tMseUqEBYs0&ab_channel=ProfessorHOC. Acesso em 31 ago. 2021. INTELIGOV. Stakeholder capitalism: descubra o futuro do capitalismo. Disponível em:https://blog.inteligov.com.br/stakeholder-capitalism/. Acesso 29 ago. 2021 LEGIS COMPLIANCE. Capitalismo de stakeholders tende a avançar com a padronização das informações ESG. Disponível em: https://www.legiscompliance.com.br/artigos-e-noticias/3018-capitalismo-de-stakeholders-tend e-a-avancar-com-a-padronizacao-das-informacoes-esg. Acesso em: 29 ago. 2021 MELO, Thiago Barbosa de Araújo. Do Fordismo à Acumulação Flexível: uma análise das mudanças no padrão de consumo. Orientadora: Angela Ganem. 2014. Monografia (Bacharelado) - UFRJ, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/1734/1/TBAMelo.pdf . Acesso em 31/08/2021. PRADO, Tatiana. O que é, onde surgiu e quais são as características do Fordismo. Voitto, 28 out. 2020. Disponível em: https://www.voitto.com.br/blog/artigo/fordismo. Acesso em: 31 ago. 2021. TECMUNDO EQUIPE. Entenda tudo sobre o funcionamento do 5G no Brasil. Tecmundo.com.br. 2021. Disponível em: https://www.tecmundo.com.br/5g-no-brasil/213986-entenda-tudo-funcionamento-5g-brasil.ht m. Acesso em 31 ago. 2021. 11 https://www.youtube.com/watch?v=tMseUqEBYs0&ab_channel=ProfessorHOC. https://blog.inteligov.com.br/stakeholder-capitalism/ https://www.legiscompliance.com.br/artigos-e-noticias/3018-capitalismo-de-stakeholders-tende-a-avancar-com-a-padronizacao-das-informacoes-esg https://www.legiscompliance.com.br/artigos-e-noticias/3018-capitalismo-de-stakeholders-tende-a-avancar-com-a-padronizacao-das-informacoes-esg https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/1734/1/TBAMelo.pdf https://www.tecmundo.com.br/5g-no-brasil/213986-entenda-tudo-funcionamento-5g-brasil.htm. https://www.tecmundo.com.br/5g-no-brasil/213986-entenda-tudo-funcionamento-5g-brasil.htm.
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