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Contabilidade de Custos LUCIANE ROSA DE OLIVEIRA Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoras LUCIANE ROSA DE OLIVEIRA AS AUTORAS Luciane Rosa de Oliveira Olá. Meu nome é Luciane Rosa de Oliveira. Sou formada em Administração de Empresas e em Ciências Contábeis, além de possuir mestrado em Administração e formação pedagógica, o que propicia a licenciatura no curso de Administração, com uma experiência técnico- profissional na área de planejamento através de projetos e ainda conhecimento na área empresarial de mais de 14 anos. Passei por empresas como prefeituras, empresas do ramo farmacêutico e agropecuário, sendo que além da experiência em empresas descobri uma nova paixão, que é a docência. Então, desde 2012 atuo como docente trabalhando com ensino técnico e posteriormente com nível superior. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Contabilidade de custos .............................................................................. 12 Como é formado o preço de venda de um produto ............................................. 12 Terminologia contábil ................................................................................................................. 12 Gasto ..................................................................................................................................... 13 Desembolso ........................................................................................................................................ 13 Investimento........................................................................................................................................ 13 Custo ..................................................................................................................................... 14 Despesa .............................................................................................................................. 14 Perda ..................................................................................................................................... 15 Conceito de contabilidade de custos .............................................................................. 15 Conceito de contabilidade gerencial .............................................................................. 17 Contabilidade financeira ........................................................................................................... 18 Princípios básicos para avaliação de estoques.................................20 Princípios contábeis .................................................................................................................... 20 Entidade ............................................................................................................................. 20 Continuidade ................................................................................................................... 21 Oportunidade .................................................................................................................. 21 Registro pelo valor original ...................................................................................22 Atualização monetária ..............................................................................................24 Competência ...................................................................................................................25 Prudência ...........................................................................................................................25 Princípios contábeis aplicados a custos ........................................................................26 Método de apuração de custos ................................................................28 Método por absorção ...................................................................................................................28 Método baseado em atividades ...........................................................................................28 Método baseado no custeio variável e direto ...........................................................29 Método de custeio padrão .......................................................................................................29 Custo padrão corrente ............................................................................................ 30 Custo padrão ideal .................................................................................................... 30 Método RKW....................................................................................................................................... 31 Método de custeio por absorção ..............................................................33 Modelo para apresentação do DRE ................................................................................. 36 9 UNIDADE 01 Contabilidade de Custos 10 INTRODUÇÃO Você sabia que a área de contabilidade de custos é uma das mais demandadas da indústria, do comércio e da prestação de serviços em empresas públicas e privadas? Além disso, ela será responsável pela geração de inúmeros empregos nos próximos 10 anos. A área de contabilidade de custos faz parte da contabilidade de uma empresa, sendo base para a contabilidade gerencial que é aquela que faz a tomada de decisões. Sua principal responsabilidade é entender aonde os recursos da empresa estão sendo alocados, entendendo o que são custos e o que são despesas dentro da empresa, pois os gastos da empresa podem ser assim divididos como custos, despesas, perdas, investimentos. Sendo assim, na contabilização de uma empresa, é preciso compreender os princípios contábeis que estão apresentados por resolução do CFC e com essa base serão determinadas as formas de custeio dentro de uma empresa. Aqui você vai compreender como funciona a contabilidade de custos, suas terminologias e seus conceitos básicos, bem como as formas de avaliação de estoque. Esse conteúdo é essencial para você compreender o funcionamento de uma empresa. Vamos lá e bons estudos! Contabilidade de Custos 11 OBJETIVOS Olá. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender como funciona a contabilidade de custos, entendendo a diferença entre a contabilidade de custos gerencial efinanceira. 2. Identificar os principais princípios para avaliação de estoque. 3. Entender as diferenças para apuração de custos. 4. Conhecer como funciona o custeio por absorção. Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Então, vamos compreender como funciona a contabilidade de custos e sua importância para a gestão de uma organização. Ao trabalho! Contabilidade de Custos 12 Contabilidade de custos INTRODUÇÃO: Ao término desta competência você será capaz de entender como funciona a contabilidade de custos de uma empresa. Entender os custos de uma empresa é fundamental para a formação de preços e verificar sua lucratividade. As organizações que não conhecem seus custos estão fadadas ao insucesso. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Avante! Como é formado o preço de venda de um produto Você já deve ter ido a uma loja e visto certo produto por um preço e ao chegar a uma loja concorrente, viu o mesmo produto com o preço de venda mais caro ou mais barato, não é mesmo? Por isso, no Brasil na hora de fazer suas compras é importante fazer uma pesquisa de preço, pois o mesmo produto pode estar sendo oferecido com preços diferentes. Mas por que isso ocorre? Na formação do preço de venda existem diversas variáveis, mas uma é essencial e muito relevante, que é o custeio, ou seja, entender os custos dentro da empresa. Cada empresa terá seus custos próprios, como água luz, funcionários etc. Por isso, na formação de preços, às vezes, eles podem variar de uma empresa para outra. A variação de preço pode ocorrer até na mesma empresa, o mesmo produto, por exemplo, um celular, pode variar de preço da loja física para a loja virtual, uma vez que os custos com transporte e armazenagem podem ser levados em consideração. Terminologia contábil Mas afinal, quais são os custos de uma empresa? Será que tudo que se paga dentro da empresa pode ser considerado custo? Dentro da Contabilidade de Custos 13 organização teremos diferentes desembolsos que podem ser custos, despesas, investimentos. Não confunda, pois não é a mesma coisa! Primeiramente precisamos definir diferentes termos que se referem ao desembolso de valor que pode ser gasto, como desembolso, investimento, custo, despesa e perda. Entenda um pouco de cada um desses termos a seguir. Gasto Gasto é o valor desembolsado, pago por algum produto, serviço dentro da organização, ou seja, é algo que a empresa precisa realizar o pagamento normalmente com dinheiro. DEFINIÇÃO: Martins (2018, p. 9) define gasto como a compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Dessa forma, entenda gasto como um conceito amplo, pois toda aquisição dentro da empresa será um gasto e contabilizada a sua efetiva necessidade de pagamento. Desembolso Desembolso é o termo usado para efetivo pagamento de um bem ou produto. Dessa forma, o desembolso pode ser feito de forma antecipada ou postergada (MARTINS, 2018). Investimento Toda empresa precisa de investimento, seja para novos produtos ou novos serviços. Investimento é o termo que se refere à aquisição de algo que amplia a capacidade produtiva dentro de uma organização. Por definição temos: Contabilidade de Custos 14 DEFINIÇÃO: Para Martins (2018, p. 10), investimento é um gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s) (MARTINS, 2018). Custo Custo é o termo denominado a um gasto para a produção de algo, por definição temos que é um gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços (MARTINS, 2018). O custo de um produto pode ser contabilizado de forma direta, indireta variável ou fixa, termos que serão aprofundados nos próximos capítulos. Despesa Toda organização tem despesas. Esses valores pagos não estão diretamente ligados à produção, podemos citar as despesas como o pagamento de uma propaganda, por exemplo. Figura 1: Anúncio da Coca-Cola Fonte: Pixabay A propaganda é a alma do negócio, mas ela é contabilizada como uma despesa, é um valor pago que indiretamente ajudará a empresa a obter receitas. Segundo Martins (2018, p. 10), despesa é “bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas”. Contabilidade de Custos 15 Perda Perda é todo bem ou serviço que é perdido de forma involuntária, como a perda por excesso de produção. Figura 2: Perda Fonte: Pixabay No exemplo da figura 2, o produtor de maçãs deve ter vendido as maças com melhor aparência, sendo que as fora do padrão são rejeitadas, trazendo assim uma perda. DEFINIÇÃO: No Brasil, o agronegócio e a produção agrícola é responsável pelo saldo positivo na balança comercial, mas temos um grande problema, que é o desperdício dos alimentos, o que traz uma perda de valor ao produto. Cerca de 30% do que é produzido é perdido. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgou que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são perdidos no planeta a cada ano, ocorrendo no final da cadeia, normalmente no varejo. Clique aqui. Conceito de contabilidade de custos Podemos definir o termo “contabilidade de custos” dentro do contexto organizacional da seguinte maneira: Contabilidade de Custos https://observatorio3setor.org.br/noticias/brasil-desperdica-26-milhoes-de-toneladas-de-alimentos-por-ano/ 16 Ramo de estudo da contabilidade que analisa todos os custos envolvidos na produção de algo, na transformação de uma matéria-prima, visando agregar valor, sendo que normalmente é usada na indústria. Nada impede de ser usado em outros ramos, pois visa identificar os custos para produzir algo (MARTINS, 2018). Em outras palavras, a contabilidade de custos estuda todos os gastos, desembolsos de uma empresa, na produção de um bem ou serviço, que traga benefícios para ela, visando extrair a maior vantagem possível para a organização. Ela nasceu da contabilidade financeira devido à necessidade de avaliar os estoques das indústrias. Mas hoje a contabilidade de custos pode ser usada em qualquer tipo de organização. A contabilidade de custos, embora tenha nascido como uma necessidade de avaliação de produtos, para compreender quais eram os mais rentáveis nas indústrias de manufatura, hoje pode ser aplicada nas empresas de comércio em geral, bem como ao setor de prestação de serviços: como nas instituições financeiras; na área da saúde, como em clinicas e hospitais; nas instituições de ensino; nas empresas de consultoria empresarial ou ainda em empresas que prestam serviço nas auditorias. A contabilidade de custos dentro das organizações tem três funções relevantes, sendo elas: � Auxílio ao planejamento. � Auxílio ao controle. � Prestação das informações para tomada de decisão. Figura 3: Funções da contabilidade de custos Planejamento Controle Tomada de decisão Contabilidade de custos Fonte: Elaborada pela autora com base em Martins, 2018. Contabilidade de Custos 17 Dessa forma, a contabilidade de custos promove as informações, como as previsões de custos, de vendas e o controle, pois é possível averiguar se o que foi planejado está sendo executado, auxiliando assim na tomada de decisões dentro da organização. Conceito de contabilidade gerencial As empresas normalmente visam o lucro, as indústrias, os comerciais e os prestadores de serviço. Dessa forma, o gestor precisa administrar os recursos visando aumentar esse lucro, que pode ser o aumento da produção ou novos investimentos. Cabe então aos gestores tomarem essas decisões com base em dados. A contabilidade gerencial é uma parte da contabilidade que com base na contabilidade de custos auxilia o gestor para a tomada de decisões, visando resultados positivos para a organização. DEFINIÇÃO: Contabilidade gerencialé um ramo da contabilidade, um campo amplo, mas com base na contabilidade de custos, visando unir informações relevantes a fim de auxiliar o gestor na tomada de decisão (MARTINS, 2018). Sendo assim, a contabilidade de custos é uma parte essencial para a tomada de decisões, pois hoje as organizações contam com sistemas de informações gerenciais com uso de programas próprios que auxiliam na tomada de decisões. Assim, os sistemas de informações gerenciais usam informações da contabilidade de custos, do orçamento da empresa, da contabilidade financeira e da contabilidade gerencial, fazendo o cruzamento desses dados para auxiliar o gestor na tomada de decisões. Contabilidade de Custos 18 Figura 4: Sistema de Informações Gerenciais Contabilidade financeira Contabilidade gerencial Contabilidade de custos Sistema orçamentário Fonte: Martins, 2018. ACESSE: Leia o artigo “A Pesquisa em contabilidade gerencial no Brasil: desenvolvimento, dificuldades e oportunidades”, da Revista Universo Contábil, que traz a evolução da contabilidade gerencial por entender que esse ramo é bastante recente e no Brasil tem ocorrido muitas mudanças nas últimas décadas. Clique aqui. Contabilidade financeira Dentro da gestão de uma empresa, alguns demonstrativos auxiliam o administrador/contador na tomada de decisão, sendo que a área dentro da contabilidade que analisa os demonstrativos contábeis é essencial, pois analisa as demonstrações dentro da contabilidade financeira, indicando se a empresa foi bem-sucedida. Essas informações são essenciais para os investidores, pois por meio delas são tomadas as decisões com relação ao investimento, pois se a empresa continuar a vender produtos e/ou serviços por um preço superior ao seu custo, isso gerará resultados que permitirão aumentar sua riqueza (SALAZAR, 2004). Contabilidade de Custos http://www.spell.org.br/documentos/ver/35287 19 A contabilidade é essencial dentro das empresas, sendo grandes áreas a contabilidade de custos, a gerencial e a financeira. Essas contabilizações geram informações que são indispensáveis para os gestores na tomada de decisões, visando informações principalmente para a elaboração do preço de venda. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que existem diferenças entre a contabilidade de custos, contabilidade gerencial e contabilidade financeira, sendo que a contabilidade de custos embasa a contabilidade gerencial para a tomada de decisões. Aprendeu que existem diferenças entre os desembolsos financeiros que podem ser custos, que podem ser diretos ou indiretos, fixos e variáveis, que são ligados aos produtos ou serviços, que podem ser despesas que auxiliam no aumento da receita, perdas ou investimentos, que são valores que a empresa disponibiliza para novos negócios com o intuito de aumentar o lucro da empresa. Ainda neste capítulo, ficou clara a importância da interligação entre a contabilidade de custos, do orçamento da empresa, a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial, através de um sistema de informações gerenciais, e essas informações são transformadas em dados que auxiliam de forma decisiva para a tomada de decisão por parte do gestor. Contabilidade de Custos 20 Princípios básicos para avaliação de estoques INTRODUÇÃO: Ao final deste capítulo você será capaz de identificar os sete princípios básicos para avaliação de estoques instituídos pela Resolução do CFC nº 750/1993. Princípios contábeis Com base na Resolução do CFC nº 750, de 29 de dezembro de 1993, entendendo a importância dessa ciência, que tem como objeto mais amplo o patrimônio das empresas, ficam instituídos na forma de lei os sete princípios contábeis pelo Conselho Federal de Contabilidade, sendo eles: Entidade, Continuidade, Oportunidade, Registro pelo Valor Original, Atualização Monetária, Competência e Prudência. Entidade O princípio da Entidade é aquele que refere que a empresa possuirá uma identidade, sendo que a empresa terá seu patrimônio próprio independente do patrimônio de seus sócios, diferenciando assim o patrimônio da pessoa física da pessoa jurídica, conforme o artigo 4º da Resolução CFC nº 750/1993. Art. 4º. O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Contabilidade de Custos 21 Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. Crepaldi e Crepaldi (2018) ainda corroboram que devem ser considerados dois aspectos sobre esse princípio: a importância da separação dos patrimônios entre a entidade e a pessoa (dono, sócio da empresa), uma vez definida uma entidade, deve ocorrer a separação entre os recursos, direitos e obrigações com os de outras entidades. Outro ponto é com relação ao registro contábil, sendo que na aquisição de um produto de um fornecedor trará a obrigatoriedade do registro tanto da empresa compradora como da fornecedora, sendo, portanto, registros contábeis diferentes. Continuidade De acordo com o Art. 5º da Resolução CFC nº 750/1993, a empresa precisará dar continuidade, levando em consideração as circunstâncias que estão ocorrendo. Art. 5º. O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (CFC, Art. 5º) Fica definido o pressuposto de que a empresa continuará existindo por tempo indeterminado, sendo que em casos específicos, em que a empresa estará em processo de extinção, ela será tratada contabilmente de forma distinta (CREPALDI; CREPALDI, 2018). Oportunidade De acordo com o Art. 6º da Resolução CFC nº 750/1993, as informações sobre a mensuração do patrimônio dentro da empresa deverão ser íntegras e tempestivas. Contabilidade de Custos 22 Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (CFC, Art. 6º) Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 7) determinam que o princípio da oportunidade deve considerar quatro pressupostos: a. O registro do patrimônio e de suas posteriores mutações deve ser feito de imediato e de forma integral, independentemente das causas que as originaram. b. Desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de ocorrência. c. O registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários. d. O registro deve ensejar o conhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da entidade, em um período determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão. Registro pelo valor original De acordo com o Art. 7º, o registro pelo valor original define que o registro nos ativos e passivos será em moeda nacional, hoje no Brasilsendo o Real, conforme a Resolução CFC nº 750/1993 que assim segue: Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. Contabilidade de Custos 23 § 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos Contabilidade de Custos 24 pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; [...] (CFC, Art. 7º) Crepaldi e Crepaldi (2018) ressaltam a importância da análise do custo histórico da variação do custo corrente, do valor realizável, do valor presente e do valor justo considerando a atualização monetária. Atualização monetária De acordo com o Art. 7º, letra E, da Resolução CFC nº 750/1993, para os efeitos contábeis deverão considerar as atualizações monetárias que ficam definidos no parágrafo segundo, que poderão ocorrer por mudança na moeda, uma nova avaliação. De acordo com a resolução, podemos entender que: e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. § 2º. São resultantes da adoção da atualização monetária: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores Contabilidade de Custos 25 ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (CFC, Art. 7º, letra E) O artigo 8º, em seu parágrafo único, e os incisos I, II e III, que tratavam do Princípio da Atualização Monetária foram revogados pela Resolução CFC nº 1.282/10. Competência De acordo com o Art. 9º da Resolução CFC nº 750/1993, o princípio da competência alude que as despesas e as receitas sejam reconhecidas no período que se referem independente se o pagamento tenha sido realizado em outro período. De acordo com a resolução, podemos entender que: Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (CFC, Art. 9º) Prudência De acordo com o Art. 10º da Resolução CFC nº 750/1993, o princípio da prudência fala da necessidade do uso da prudência com relação às estimativas dos valores para o ativo e para o passivo, determinando que para ativo sejam utilizados valores superestimados e que nas despesas não sejam estimados valores subestimados. De acordo com a resolução, podemos entender que: Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Contabilidade de Custos 26 Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. (CFC, Art. 10) Figura 5: Princípios contábeis Princípios contábeis → Entidade Continuidade Oportunidade Registro pelo valor original Competência Prudência → Atualização monetária Fonte: Elaborada pela autora com base na resolução CFC nº 750/1993. Princípios contábeis aplicados a custos Crepaldi e Crepaldi (2018) afirmam que existem vantagens e desvantagens na contabilidade de custos com o regime de competência (DRE). As vantagens são que ele demonstra se a estrutura financeira da sua empresa está correta, se o modelo de negócio vigente faz sentido, sem considerar as flutuações de curto prazo. Por outro lado, a desvantagem é que o DRE não está preocupado com o que está ocorrendo de fato na empresa, não considera o dinheiro em caixa, ou seja, o fluxo de caixa. Contabilidade de Custos 27 Ainda sobre o princípio do regime de caixa, a vantagem é de gerenciar a liquidez da empresa através do fluxo de caixa, ou seja, a capacidade da empresa em pagar seus compromissos. Essa análise deve ser feita quando a empresa está com uma boa projeção de futuro, mas no curto prazo se encontra em situação financeira desfavorável. Contudo essa visão de caixa acaba sendo uma desvantagem, pois não consegue aferir o real resultado operacional da empresa (CREPALDI; CREPALDI, 2018). RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu quais são os sete principais princípios contábeis para avaliação de estoques instituídos pela Resolução do CFC nº 750/1993, que são os princípios da Entidade, Continuidade, Oportunidade, Registro pelo valor original, Competência e Prudência. Contabilidade de Custos 28 Método de apuração de custos INTRODUÇÃO: Na formação de preço de venda de uma empresa, para entender sua lucratividade é essencial conhecer quais os métodosa empresa utiliza para a contabilização dos seus custos. Por isso, neste capítulo veremos os métodos de apuração utilizados, que são o de absorção, baseado em atividades; método variável ou direto; método padrão e RKW. Método por absorção O método por absorção é bastante utilizado pelas empresas e tem como base a utilização do DRE. O custeio por absorção é um método que no Brasil está contemplado nos pronunciamentos técnicos CPC 16, no que tange à valoração dos estoques. Esse método deriva da aplicação dos princípios de contabilidade, apropriando todos os custos de produção aos bens elaborados. Dessa forma, analisa apenas os custos de produção, analisando o que foi investido e seus gastos relativos ao esforço de produção serão distribuídos para todos os produtos no caso da indústria ou nos serviços oferecidos pela empresa (MARTINS, 2018). Método baseado em atividades O método por atividade ou método ABC utiliza todos os custos, como os de insumos e de mão de obra e não se limita apenas no custeio dos produtos. Dessa forma, é uma ferramenta essencial para a gestão estratégica de custos dentro de uma organização, sendo então um método de custeio que apresenta os custos lógicos de um produto e não apenas um rateio (MARTINS, 2018). Contabilidade de Custos 29 Método baseado no custeio variável e direto Uma outra forma de realizar análise dos custos é através do método baseado no custo variável e direto. Pensemos na produção de um pão. Por esse método, serão analisados os custos com a farinha, com o fermento e os demais ingredientes que serão usados de forma direta na produção desse bem. Sendo assim, o método de custeio variável e direto analisa todos os custos diretos e variáveis alocados na produção do bem. Mas no momento da produção existem os custos indiretos e fixos que são medidos através de estimativas, utilizando critérios de rateio, ou uma previsão, sendo que por ser uma estimativa, poderão ter um certo subjetivismo por parte do gestor. (MARTINS, 2018). Voltando ao exemplo anterior da produção do pão, existem outros custos como o da água para manter a produção da padaria. Essa água é um custo fixo e indireto. Dessa forma, no método de custeio variável e direto ocorrerá uma arbitrariedade, pois no cálculo do custo o valor dessa água deve ser considerado por meio de uma estimativa. Nas empresas sempre ocorrerá essas alocações, sendo que às vezes ela existirá em nível bastante aceitável e em outras oportunidades só a aceitamos por não haver alternativas melhores (MARTINS, 2018). Método de custeio padrão Existe outras formas para calcular os custos de um produto, outro exemplo é o método de custeio padrão, que ocorre quando a empresa fixa um valor que visa alcançar. O método de custeio padrão é aquele no qual uma empresa determina os custos de uma forma fixa, ou seja, determina uma meta para um período, normalmente de um ano, sendo um valor difícil a ser alcançado, mas dentro dos limites da empresa (MARTINS, 2018). Esse método tem como base os custos anteriores e então analisa as deficiências da empresa, como a qualidade de materiais, mão de Contabilidade de Custos 30 obra e equipamentos. Após essa análise, a empresa fixa um valor como meta para o próximo período para um determinado produto ou serviço (MARTINS, 2018). O custeio padrão pode ser de duas formas: custo padrão corrente e custo padrão ideal. Figura 6: Custo padrão Corrente Ideal Custo padrão Curto prazo com base na realidade da empresa Longo prazo analisando o que é mais eficiente para a empresa Fonte: Elaborada pela autora com base em Martins, 2018. Custo padrão corrente O custo padrão corrente tem como meta o curto e o médio prazo e considera todos os custos analisando as ineficiências da empresa, considera os custos através de estudos teóricos e os testes práticos, ponderando os fatores de produção, as máquinas que a empresa possui, sua capacidade produtiva e ainda analisa a sua capacidade de recursos humanos e produtividade. Essa previsão é feita por meio de cálculos considerando a realidade da empresa (MARTINS, 2018). Custo padrão ideal O custo padrão ideal é aquele que analisa a empresa em longo prazo, normalmente para um período de cinco anos, e considera apenas os custos que não podem ser eliminados, analisando os melhores fatores de produção, mesmo que a empresa não possua capital para a aquisição de equipamentos naquele momento (MARTINS, 2018). Contabilidade de Custos 31 Método RKW Outra forma de custeio utilizado pelas empresas industriais e comerciais para a formação dos preços de venda dos produtos é o método RKW. O RKW é uma espécie de custeio pleno, determinado com base em todos os custos e gastos fixos até as despesas da empresa, como as financeiras, entendendo o ponto de equilíbrio da empresa, porém fere os princípios contábeis, só podendo ser utilizado no campo gerencial (MARTINS, 2018). Uma forma de fazer o método RKW é através de uma planilha do Excel, onde é possível alocar todos os custos da empresa e assim realizar os cálculos. A ferramenta, além de realizar cálculos através de planilhas, também poderá auxiliar na construção de gráficos que demonstrem a situação dos custos da empresa. Figura 7: Uso de planilhas - Excel Fonte: Freepik O método RKW tem como base um centro de custo que faz o cálculo de todos os custos da empresa, considerando os custos produtivos, fixos, diretos e indiretos e a produção da empresa, buscando o ponto de equilíbrio. O ponto de equilíbrio da empresa é quando a empresa consegue cobrir todas suas despesas e seus custos, mas ainda não possui lucro. Contabilidade de Custos 32 Figura 8: Ponto de equilíbrio da empresa Ponto de equilíbrio Lu cro Variáveis Fixo Custos e despesas Receitas totais $ (m) Volume Pre juíz o Fonte: Martins, 2018. ACESSE: Para auxiliar os donos de gráficas, a Associação Nacional das Indústrias Gráficas e Comunicação oferece dois vídeos que auxiliam na formação do preço entendendo os custos com base no método RKW, utilizando como ferramenta uma planilha de Excel, considerando todos os custos de uma gráfica. Acesse o vídeo 1 clicando aqui e o vídeo 2 clicando aqui. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você compreendeu quais são os métodos de apuração utilizados nas empresas para entender sua lucratividade, que são método por absorção; método baseado em atividades; método baseado no custeio variável e direto; método de custeio padrão, que é dividido em custo padrão corrente e custo padrão ideal; e o método RKW. Contabilidade de Custos https://www.youtube.com/watch?v=hSFnFWq2r6Y https://www.youtube.com/watch?v=dYTSwq2kSmU 33 Método de custeio por absorção INTRODUÇÃO: Ao final deste capítulo você será capaz de identificar as características do custeio por absorção, como é o cálculo de uma demonstração do resultado do exercício e verá um modelo para apresentação do DRE. Esse método tem como base o demonstrativo do resultado do exercício. É um método padrão de custos aceito pela legislação brasileira e utiliza os princípios contábeis com base na contabilidade de custos. Quadro 1: Características do custeio por absorção Características do custeio por absorção Origem no chão de fábrica. Orientado para controle da produção. Produção como elemento gerador de riqueza. Todos os custos são passíveis de serem imputados aos produtos. Lucro unitário como parâmetro de análise. Projetado para monitorar a produção em termos de volume, tempo e custo. Fonte: Ferreira, 2007, p. 159. Na figura 9, a seguir, fica claro que o DRE é diferente entre empresas da indústria (manufatura) de empresas prestadoras de serviço. Contabilidade de Custos 34 Figura 9: Custeio por absorção VendaDemonstração de resultados Receita CPV Lucro bruto Despesas Lucro operacional Estoque de produtos Despesas Custos Custeio por absorção Empresas de manufatura Demonstração de resultados Receita Custos Serviços Prestados Lucro bruto Despesas Lucro operacional Estoque de produtos Despesas Custos Custeio por absorção Empresas prestadoras de serviços Fonte: Martins, 2018. Nas empresas de manufatura são considerados: Contabilidade de Custos 35 • Receita total: o cálculo da quantidade de produtos vendidos pelo preço de venda. • Custo do produto vendido: considera todos os custos do produto, desde a produção até a venda. • Lucro bruto: o cálculo da receita total menos o custo de produto vendido. • Despesas: aquelas ocorridas no período. • Lucro operacional: cálculo diminuindo as despesas do período do lucro bruto. Nas empresas prestadoras de serviço são considerados: • Receita total: o cálculo da quantidade de serviços prestados pelo valor do serviço. • Custo dos serviços prestados: considera todos os custos dos serviços prestados. • Lucro bruto: o cálculo da receita total menos o custo de serviços prestados. • Despesas: aquelas ocorridas no período. • Lucro operacional: cálculo diminuindo as despesas do período do lucro bruto. Em outras palavras, o demonstrativo do resultado do exercício é assim calculado: Quadro 2: Demonstrativo do resultado do exercício Receita Total - (Custos da mercadoria ou de serviços prestados) = Lucro bruto - (Despesas do período) = Lucro operacional Fonte: Elaborado pela autora, 2021. Contabilidade de Custos 36 EXPLICANDO MELHOR: O demonstrativo do resultado do exercício é uma forma vertical de demonstração do resultado de uma empresa. Sua apresentação é obrigatória pela Lei das Sociedades Anônimas, a Lei nº 6.404/1976, para empresas de sociedade anônima. Dessa forma, considera as receitas, que é a quantidade de produtos vendidos, multiplicada pelo número de produtos, os custos de mercadorias/serviços prestados. Assim, das receitas diminuídas dos custos é encontrado o lucro bruto da empresa, posteriormente são diminuídas as despesas do período. Fazendo a subtração entre o lucro bruto das despesas gera-se o lucro operacional. Modelo para apresentação do DRE Com base na Lei nº 6.404/1976, ficou instituída a obrigatoriedade da apresentação do demonstrativo do resultado do exercício para as empresas de sociedades anônimas. Figura 10: Estrutura de um DRE MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RECEITA OPERACIONAL BRUTA Vendas de Produtos Vendas de Mercadorias Prestação de Serviços (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Devoluções de Vendas Abatimentos Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas = RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA Contabilidade de Custos 37 (-) CUSTOS DAS VENDAS Custo dos Produtos Vendidos Custo das Mercadorias Custo dos Serviços Prestados = RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (-) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas com Vendas Despesas Administrativas (-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS Despesas Financeiras (-) Receitas Financeiras Variações Monetárias e Cambiais Passivas (-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas OUTRAS RECEITAS E DESPESAS Resultado da Equivalência Patrimonial Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante (-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante = RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO (-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro = LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES (-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes Beneficiárias, Fundos de Assistência e Previdência para Empregados (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Contabilidade de Custos 38 O método de custeio ABC é o mais utilizado dentro das empresas, pois realiza o rateio dos valores e tem como base os princípios contábeis, além de utilizar o demonstrativo do resultado do exercício para o cálculo dos custeios, tendo como vantagens que os dados são mais fidedignos que o rateio, proporciona uma melhor visão dos fluxos de processos, eliminam ou reduzem despesas que não agregam valor ao produto ou serviço, identificando os produtos mais lucrativos, o que proporciona uma melhor tomada de decisão. Como desvantagens, podemos citar seu alto custo e a alta necessidade de controles internos, a dificuldade de envolvimento dos colaboradores e a não aceitação pelo fisco, de maneira a necessitar de outra forma de custeio. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho sobre a contabilidade de custos? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo desta unidade letiva, vamos resumir tudo o que vimos. Nesta unidade letiva você teve a oportunidade de entender a diferença entre custos, despesas, investimentos e perdas e que existem diferentes ramos da contabilidade, as quais podemos citar a contabilidade de custos que embasa a contabilidade gerencial para a tomada de decisão e ainda a contabilidade financeira. Você compreendeu que a contabilidade tem princípios determinados pelo Conselho Federal de Contabilidade através de Resolução, sendo eles: Entidade, Continuidade, Oportunidade, Registro pelo valor original, Atualização monetária, Competência e Prudência. Ainda neste capitulo, você estudou que existem diferentes formas de custeio, que são o método ABC e custos variáveis, entendendo que o método por absorção utiliza o demonstrativo do resultado do exercício para a realização do seu cálculo. Contabilidade de Custos 39 REFERÊNCIAS CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº 750, de 29 de dezembro de 1993. Disponível em: https://bit.ly/3sCGkUl. Acesso em: 23 dez. 2019. CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Introdução à contabilidade de custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018. FERREIRA, J. A. S. Contabilidade de custos. São Paulo: Pearson Prentine Hall, 2007. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2018. SALAZAR, J. N. A.; GIDEON, C. B. Contabilidade Financeira. São Paulo: Cengage Learning, 2004. Contabilidade de Custos Contabilidade de Custos luciane rosa de oliveira Contabilidade de custos Como é formado o preço de venda de um produto Terminologia contábil Gasto Desembolso Investimento Custo Despesa Perda Conceito de contabilidade de custos Conceito de contabilidade gerencial Contabilidade financeira Princípios básicos para avaliação de estoques Princípios contábeis Entidade Continuidade Oportunidade Registro pelo valor original Atualização monetária Competência Prudência Princípios contábeis aplicados a custos Método de apuração de custos Método por absorção Método baseado em atividades Método baseado no custeio variável e direto Método de custeio padrão Custo padrão corrente Custo padrão ideal Método RKW Método de custeio por absorção Modelo para apresentação do DRE
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