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Teorias da Motivação PSICOLOGIA DA MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO Renata Sigaud renata.sigaud@estacio.br Conhecer as bases da evolução das teorias sobre a motivação e seus principais pensadores. Caracterizar as teorias do instinto de Darwin e sua influência sobre o funcionalismo de W.James; Compreender as duas principais teorias do impulso: a teoria do impulso de Freud e a teoria do impulso de Clark Hull; Apresentar a Pirâmide das Necessidades de Maslow e os novos direcionamentos dos estudos sobre a motivação. Objetivos Descartes: a explicação para a motivação dos comportamentos era a vontade, como uma faculdade mental. Com a Teoria da evolução de Charles Darwin e a sua respectiva influência na Psicologia Funcionalista, a motivação deixa de ser mental e passa a ser estritamente biológica, através do Instinto. Em seguida, surge a Teoria do Impulso: dois expoentes que possuem visões completamente diversas para o fenômeno: Sigmund Freud, criador da Psicanálise e Clarck Hull, que participou do segundo período da Escola Behaviorista. Teorias da Motivação Entretanto, apesar dos avanços que o conceito de impulso traz, vinculando o biológico ao psicológico/mental, as críticas continuam relacionadas à possibilidade de realização de comportamentos sem que haja nenhuma base biológica como fundamento. As teorias behavioristas relacionadas ao Incentivo, reforço e punição ganham espaço. E ainda, com a evolução dos estudos do cérebro surge a teoria da excitação, vinculando a motivação a um sistema no tronco cerebral. Cabe destaque para a psicologia humanista com a Pirâmide das Necessidades de Abraham Maslow, muito utilizada em contextos organizacionais, porém muito criticada por não poder ser generalizada em termos individuais. Teorias da Motivação A insatisfação com as grandes teorias, que apesar de ter a pretensão de explicar a motivação de forma abrangente não conseguiam, fez surgir, entre as décadas de 60 e 70 do século XX a época das miniteorias. As grandes influências históricas que estão por trás deste movimento são: 1. A Natureza ativa da pessoa - reavaliaram da idéia de que os seres humanos são inerentemente passivos e necessitavam, devido a isto, de um impulso para torná-los ativos. Neste sentido, o papel da motivação era excitá-los, fazê -los chegar à ação. O próprio significado de MOTIVAR é MOVER e, desta forma o impulso era considerado como o motor do comportamento. Então, o estudo da motivação é, atualmente, o estudo do direcionamento do propósito nas pessoas inerentemente ativas. (REEVE, 2006, p.21) 2. A Revolução Cognitiva - A motivação, como todo o campo da psicologia, tornou- se acentuadamente cognitiva, enfatizando os processos cognitivos da motivação (crenças, planos, metas expectativas, as atribuições, o autonconceito) retirando o peso biologicista/ fisiologicista e ambiental dos aspectos motivacionais. (REEVE, 2006) Teorias da Motivação Algumas Miniteorias (REEVE, 2006): Teoria Motivacional de Realização (Atkinson, 1964) Teoria atribucional da motivação de realização (Weinwer, 1972) Teoria do Fluxo (Csikszentmihalyi, 1975) Motivação Intrínseca (Deci, 1975) Teoria do estabelecimento de metas (Locke, 1968) Teoria do desamparo aprendido (Seligman, 1975) Teoria da auto eficácia (Bandura, 1977) Teorias da Motivação Com a virada do novo milênio, as grandes teorias acabaram. E o que surgiu para substituir um campo outrora unificado e dominado por um compromisso consensual a uma série de grandes teorias foi a adoção de três pontos em comum por parte de um eclético grupo de pesquisadores: (1) questões fundamentais (p. ex., o que causa o comportamento energético e direcionado?); (2) constructos fundamentais (ou seja, necessidades, cognições, emoções e eventos externos) e (3) uma história compartilhada. (REEVE, 2006, p.27) Teorias da Motivação A Primeira Grande Teoria motivacional é a da VONTADE, considerada como faculdade da mente que possui o poder de guiar o corpo para a ação. René Descartes e a Primeira Grande Teoria Motivacional Racionalismo Nesta concepção, o corpo ( a experiência sensorial) adquire um estatuto de erro, de ilusão, de engano em termos da sua posição no mundo subjetivo: a experiência sensorial precisa ser corrigida pela razão. A primazia da razão como única forma de se chegar ao conhecimento confiável. Dualismo Mente e corpo são duas substâncias distintas – res cogitans e res extensa. O corpo é pensado em uma concepção puramente mecanicista. Campo de existência fundamental do sujeito cartesiano é a mente em detrimento do corpo. René Descartes e a Primeira Grande Teoria Motivacional Para Descartes, a principal força motivacional era a vontade. Descartes pensava que, se houvesse condições de entender a vontade, seria possível compreender a motivação. Segundo ele, a vontade inicia e direciona a ação; cabe a ela decidir se e quando agir. Já as necessidades corporais, as paixões, os prazeres e as dores criam impulsos à ação, mas esses impulsos só excitam a vontade. A vontade é uma faculdade (ou poder) que a mente, agindo no interesse da virtude e da salvação e exercendo seu poder de escolha, tem para controlar os apetites corporais e as paixões. (REEVE, 2006, p.15) René Descartes e a Primeira Grande Teoria Motivacional Darwin – seleção natural. Influência sobre o funcionalismo de William James. Surge a Teoria dos Instintos para explicar o que causa o comportamento humano. Sustenta que há uma dotação genética, mecânica e automática responsável por iniciar os comportamentos. Então, independente da experiência do animal, se o estímulo for adequado, o instinto fará com que ele realize o comportamento geneticamente herdado. A Segunda Grande Teoria Motivacional: O Instinto. O feito de Darwin foi que seu conceito motivacional tinha condições de explicar o que a vontade dos filósofos não conseguia – ou seja, de onde a força motivacional provém em primeiro lugar. (REEVE, 2007, p.16) Desta forma, a motivação sai de uma perspectiva totalmente mentalista e vai para o “outro lado da moeda”, torna-se determinada pela biologia. Dois foram os autores responsáveis por disseminar o instinto como mola propulsora do comportamento: William James e William McDougall. A Segunda Grande Teoria Motivacional: O Instinto. James fundamentou-se bastante na teoria de Darwin para atribuir vários instintos aos seres humanos, que eram divididos basicamente em físicos, como a sucção e a locomoção, e mentais, como a imitação e a sociabilidade. (REEVE, 2007) Para iniciar um instinto, o único fato necessário era o gatilho, ou a pista contextual adequada. A Segunda Grande Teoria Motivacional: O Instinto. Para William McDougall, os instintos eram compostos de componentes cognitivos, afetivos e a tendência de aproximação ou afastamento do objeto. Para ele, sem os instintos, os seres humanos seriam incapazes de iniciar qualquer ação. Sem esses “motores primários”, os seres humanos seriam como massas inertes, corpos sem quaisquer impulsos para a ação. (REEVE, 2007, p.17) A Segunda Grande Teoria Motivacional: O Instinto. Entretanto, após a aceitação da Teoria dos Instintos como uma explicação para o processo motivacional, quando se iniciou a identificação de quais eram os instintos humanos e verificou-se a complexidade dos comportamentos humanos que originaram mais de 6.000 possibilidades diferentes de instintos, observou- se que esta teoria não conseguia atingir seu objetivo, pois todos os seus conceitos pautavam-se numa lógica circular, onde a causa explica o comportamento e inversamente, o comportamento explica a causa. Reeve (2007) explica que: O problema aqui é a tendência a confundir a nomeação com a explicação (p. ex., dizer que as pessoas são agressivas porque elas têm o instinto de serem agressivas). Confundir nomeação e explicação é algo que nada acrescenta ao entendimento da motivação eda emoção. (p.17) A Segunda Grande Teoria Motivacional: O Instinto. Apesar da Teoria dos instintos ter perdido a força para a explicação dos comportamentos humanos, é inegável a existência de padrões de comportamentos estereotípicos e não aprendidos nas espécies animais. Para estes comportamentos, os Etologistas, consideram a existência de estruturas neuronais herdadas que não são modificadas e que se relacionam, não com padrões de comportamentos gerais, mas com fragmentos de comportamentos situacionalmente bem delimitados, denominados padrões de ação-fixa. (REEVE, 2007) Etologia O uso da palavra “instinto”. Área da biologia que estuda o comportamento animal.. Konrad Lorenz – imprinting – gansos - Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1973. “Imprinting“ ou estampagem - fenômeno exibido por vários animais filhotes, principalmente, aves como pintinhos e patinhos. Após saírem dos ovos, os filhotes seguirão o primeiro objeto em movimento que eles encontrarem no ambiente, o qual pode ser a mãe, mas não necessariamente. Período crítico de aproximadamente 13 – 16 h. Irreversível. https://www.youtube.com/watch?v=JGyfcBfSj4M https://www.youtube.com/watch?v=JGyfcBfSj4M O conceito que surge para substituir o instinto é o impulso (drive). Com a Teoria do Impulso, chega-se ao “meio termo” entre o biológico e o psicológico, pois o impulso serve às necessidades corporais, energizando o comportamento através do entendimento cognitivo do que está lhe ocorrendo organicamente. O mecanismo básico se inicia com um déficit corporal, gerando uma necessidade (fome, sede, sono). Este déficit/ desequilíbrio orgânico gera tensão que impulsiona o organismo para a meta, ou aquilo que permitirá a saciedade do corpo e sua volta à homeostase/ equilíbrio orgânico. Os dois teóricos proeminentes relacionados à Teoria do Impulso são Sigmund Freud e Clarck Hull. A Terceira Grande Teoria – o Impulso Para Freud, a pulsão está na fronteira entre o psíquico e o corporal, o que não significa ser ou estar numa interseção entre soma e psique. Entretanto, a fonte da pulsão é a excitação de um órgão e sua meta é o cancelamento da excitação. (GARCIA-ROZA, 1999) Freud explica, ainda que a pulsão não é equivalente à necessidade corporal, pois há uma diferença fundamental entre as duas: a necessidade é uma força momentânea provocada por um déficit que pode ser saciado; já a pulsão não. Ela é uma força constante, considerada um estímulo para o psíquico, ou seja, situa-se fora dele, e da qual não se tem como fugir. (GARCIA-ROZA, 1999) Neste sentido, os órgãos do corpo possuiriam duas fontes de excitação: as necessidades, que são fisiológicas (como a fome e a sede), e outra de natureza pulsional, vinculada ao corpo considerado erógeno/ sexual (corpo voltado para o prazer) onde a satisfação total da pulsão é impossível e a saciedade temporária ocorre quando se alcança o objeto de desejo. A teoria do Impulso (pulsão) de Freud O que está em jogo não é a totalidade do organismo, sua relação com o meio circundante e sua finalidade adaptativa, mas sim um aparelho cuja regulação, pelo princípio do prazer e pelo princípio da realidade, funciona em termos de trama das representações e cujo produto final é uma ação específica (que nada tem a ver, necessariamente, com um comportamento adaptativo). (Garcia Rosa, 1995,p.89) A teoria do Impulso (pulsão) de Freud Os quatro elementos da pulsão 1. Pressão: é considerada o fator motor ou a exigência de trabalho da pulsão; pode ser entendida como um quantum de excitação que tende à descarga. (GARCIA-ROZA, 1999, p.88); entendida como uma força constante impossível de ser saciado apenas com a descarga motora, mas implica na discriminação do seu alvo e não o retorno à homeostase de uma função orgânica. 2. Alvo: é aquilo que gera a satisfação da pulsão e o seu desaparecimento, através da eliminação do estado de tensão da fonte. Entretanto, como a pulsão é uma força constante, este alvo somente pode ser atingido parcialmente, porque ele representa a própria satisfação plena e a eliminação total da tensão pulsional, o que é impossível no âmbito da realidade. Esta busca pela satisfação procura reeditar a pré-história individual, uma satisfação plena e primeira, que se perde pelo simples fato da impossibilidade de se tê-la. (GARCIA- ROZA, 1995) A teoria do Impulso (pulsão) de Freud Os quatro elementos da pulsão 3. Objeto: considera-se o objeto da pulsão aquele que possui a propriedade ou potencial de fazê-la atingir o seu alvo. Não existe um único objeto, é aquilo que é mais mutável e não permanece vinculado a ela. O objeto do investimento pulsional, assim como o objeto do desejo, é uma representação e não um objeto externo no sentido de uma coisa-mundo. GARCIA-ROZA, 1995, p.94) 4. Fonte: a pulsão possui uma fonte somática, advém de uma excitação de um órgão do corpo. A teoria do Impulso (pulsão) de Freud Hull acreditava que a base da motivação era um estado geral de necessidade corporal provocado por um déficit global das condições corporais ideais. Este desequilíbrio orgânico provocado por todas as necessidades momentâneas do corpo gera um impulso, que é uma fonte de energia agrupada e origem básica da motivação. Entretanto, apesar de ativar o comportamento, o impulso não possui a capacidade de direcioná-lo. O direcionamento para a meta, ou para aquilo que saciará o déficit orgânico, aprendido durante a existência a partir de processos de reforço e consequência. Para Clarck Hull, a base do reforço que proporciona a aprendizagem e o hábito é a redução do impulso. A Teoria da Redução do Impulso (Drive) de Clarck Hull Nesta teoria, os impulsos eram divididos em primários e secundários: • Impulsos primários: estão associados aos estados de necessidades biológicas inatas e vitais, como: alimento, água, ar, a temperatura, micção, defecação, sono, a atividade, a relação sexual e o alívio da dor; • Impulsos secundários: configuram outros impulsos passíveis de motivar o organismo e estão relacionados aos estímulos situacionais ambientais. São aprendidos e possuem a capacidade de reduzir os impulsos primários. A Teoria da Redução do Impulso (Drive) de Clarck Hull Essa teoria foi bem aceita e muito popular na década de 1950. Ao longo das décadas seguintes, ela sofreu críticas importantes. Os principais questionamentos foram: (REEVE, 2007) 1ª) Se o impulso emerge das necessidades corporais, como explicar a existência de motivos que não tenham como fonte os desequilíbrios corporais? 2ª) Se é o impulso que energiza o comportamento, como explicar as fontes externas de motivação? 3ª) Se a aprendizagem acontece através do reforço que está pautado na redução do impulso, como explicar as aprendizagens que não possuem nenhuma vinculação com necessidades orgânicas e a correspondente redução do impulso? A Teoria da Redução do Impulso (Drive) de Clarck Hull Um incentivo é considerado um evento externo que possui a capacidade de energizar ou direcionar um comportamento de aproximação ou afastamento, dependendo de suas aprendizagens anteriores relacionadas aos incentivadores. (REEVE, 2007) Um princípio desta teoria é o hedonismo, ou a tendência á aproximação daquilo que gera prazer e afastamento daquilo que gera dor. Neste sentido, a motivação primária não seria desencadeada pela redução de um impulso, mas a expectativa sobre a gratificação do objeto. A Teoria do Incentivo Através da aprendizagem, as pessoas formam associações (ou expectativas) a respeito de quais objetos são gratificantes e, portanto, merecem uma aproximação, e quais objetos trazem desprazer e, portanto, provocam uma reação aversiva. De um modo geral, as teorias de incentive apresentvam três novas características: (1) novos conceitos motivacionais, tais como incentivos ou expectativas; (2) a ideia de que estados motivacionais podem ser adquiridos pela experiência ao invés deserem apenas herdados; e (3) um retrato da motivação que destacava as mudanças momento-a-momento (uma vez que incentivos ambientais podem mudar de um momento para outro). A Teoria do Incentivo Qualquer recompensa decorrente de comportamentos motivados, seja pela redução do impulso ou pela tendência de aproximação de objetos que geram prazer (Teoria do Incentivo), acionam o sistema de recompensa no cérebro que se refere à ativação dos neurônios de dopamina do núcleo accubens. Cabe esclarecer que os comportamentos adaptativos também estão baseados na liberação da dopamina e, desta forma, a liberação da dopamina pode ajudar a orientar os comportamentos adequados direcionados à sobrevivência. (GAZZANIGA; HEATHETORN, 2005) Circuito de recompensa arousal – excitação ou ativação fisiológica. A base desta teoria está na descoberta de um sistema no tronco encefálico relacionado à excitação (ativação) neurológica. A relação que se estabelece é entre a excitação do sistema neurológico, o ambiente estressor e a emoção que se sente. As ideias centrais eram as de que (1) os aspectos do ambiente (o grau a que eles são estimulantes, novos, estressantes) afetam a maneira do cérebro ser excitado e (2) as variações no nível de excitação apresentam uma relação (...) com o comportamento. Teoria da Excitação As ideias centrais dessa teoria são: 1. A excitação representa uma série de processos que governam a ativação, estados de alerta e de sono ou vigília. 2. O nível de excitação de uma pessoa varia de acordo com o grau de estimulação do ambiente. 3. Um nível moderado de excitação é acompanhado por uma experiência de prazer e de desempenho ótimo em tarefas. 4. As pessoas ativam comportamentos estratégicos para aumentar ou diminuir seu nível de excitação. 5. Quando o nível de excitação é baixo demais, as pessoas buscam oportunidades para aumentá-lo. Aumentos na estimulação ambiental são prazerosos e aumentam o desempenho em tarefa e diminuições na estimulação ambiental são aversivos e diminuem o desempenho. 6. Quando o nível de excitação é alto demais, as pessoas buscam diminuir a excitação. Aumentos na estimulação são aversivos e diminuem o desempenho e diminuições na estimulação ambiental são prazerosos e aumentam o desempenho. A Teoria da excitação Desta forma, (...) os ambientes não-estimulantes geram baixos níveis de excitação e emoção, tais como o tédio; já ambientes um pouco mais estimulantes geram níveis ótimos de excitação e emoção, tais como o interesse; e ambientes extremamente estimulantes geram excitações e emoções como o medo. (...) as pessoas preferem um nível ótimo de excitação, evitando seus níveis muito altos ou muito baixos.(REEVE, 2007, p.20) Teoria da Excitação Segundo Maslow, toda pessoa nasce com uma tendência à autorrealização, ou seja, ao desenvolvimento pleno de suas habilidades e potencial. Entretanto, para conseguir chegar a este estado de plenitude, onde o indivíduo consegue utilizar inteiramente seu potencial, Maslow defendia que existiam necessidades inferiores que precisariam ser satisfeitas para se chegar até este patamar mais elevado. A Teoria da Autorrealização e a Pirâmide das Necessidades de Abraham Maslow O movimento de satisfação das necessidades seria da base para o cume, pois a prioridade é a saciedade das necessidades que colocam em risco a vida (fisiológicas) e a segurança, consideradas primárias. Em seguida, viriam as necessidades secundárias, relacionadas ao sentimento de crescimento positivo e desenvolvimento das habilidades e potenciais: pertencimento e amor, estima e autorrealização. A Teoria da Autorrealização e a Pirâmide das Necessidades de Abraham Maslow Os indivíduos dotados da característica de autorrealização apresentam em comum as seguintes tendências: A Teoria da Autorrealização e a Pirâmide das Necessidades de Abraham Maslow 1. percepção objetiva da realidade; 2. plena aceitação da natureza; 3. compromisso e dedicação a algum tipo de trabalho; 4. simplicidade e naturalidade do comportamento; 5. necessidade de autonomia, privacidade e independência; 6. experiências de “pico” ou místicas intensas; 7. empatia e afeição pela humanidade; 8. resistência ao conformismo; 9. estrutura de caráter democrático; 10. atitude de criatividade; e 11. alto grau do que Adler chamava de interesse social. (p.412) As críticas realizadas à Pirâmide das Necessidades são relacionadas ao seu nível empírico. Se de fato Maslow conseguiu descrever várias necessidades humanas e, inclusive, a autorrealização vinculada à felicidade, é difícil verificar no cotidiano das pessoas o movimento proposto pela teoria. Por exemplo, muitas pessoas possuem sua necessidade de pertença e amor satisfeita através de amizades e relacionamentos duradouros e vínculos verdadeiros e acolhedores, porém não têm a necessidade de segurança e estabilidade satisfeita, como uma casa ou emprego estável. Outra crítica é a dificuldade de definir o que é autorrealização, visto que para cada pessoa será algo diferente. Nesse sentido, a hierarquia de Maslow é mais útil no nível descritivo do que no nível empírico. A Teoria da Autorrealização e a Pirâmide das Necessidades de Abraham Maslow Diferente das grandes teorias, que buscam explicar a motivação como um todo, as miniteorias limitam as suas explicações em fenômenos motivacionais específicos. Dentre os diversos aspectos relacionados à motivação, as miniteorias buscam explicar um em particular: Fenômenos motivcionais: (por exemplo, motivação para a conquista, a experiência de fluxo). Circunstâncias que afetam a motivação; Questões teóricas (por exemplo, qual é a relação entre cognição e emoção?). Teorias Atuais sobre Motivação Perspectiva Origem dos motivos Neurológica Ativações no SNC Biológica Psicofisiologia, hormônios Evolucionária Material genético Cognitiva Pensamentos e eventos mentais Cognitiva-social Crenças criadas socialmente Comportamental Incentivos ambientais Psicanalítica Processos Inconscientes (pulsões) Humanista Potencial humano para a auto-realização Como uma disciplina, o estudo da motivação participou da ascensão e queda de três formas principais de pensamento: vontade, instinto e impulse. Cada um desses conceitos motivacionais obteve grande aceitação, mas conforme novos dados surgiram, cada um desses conceitos se mostrou limitado. O estudo da motivação está atualmente na era das miniteorias. Teorias Atuais sobre Motivação
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