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Regionalização para o planejamento turístico: uma discussão sobre critérios para a determinação de áreas com vista a aplicar a politica pública para o setor

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Disciplina: Gestão de Destinos Turísticos
NOME: Karine Valesca de Freitas Verdugo
FICHA DE LEITURA
Título do artigo, capítulo: Regionalização para o planejamento turístico: uma
discussão sobre critérios para a determinação de áreas com vistas a aplicar a política
pública para o setor.
Obra ou Revista: Gestão pública do turismo no Brasil Teorias, metodologias e
aplicações
Autor : José Elmar Feger; Virgínia Elisabeta Etges
Numero de Paginas (inicial-final): 231-255 Editora: Educs
Local:Caxias do Sul Ano: 2014
Ideias Principais/ Conceitos
Regionalização como fator de desenvolvimento turístico; planejamento; Compreender e
demarcar a região turística de Marcelino Ramos(RS) e Piratuba(SC) ;
Autores
Boullón (2002;2005), Beni (2006), Knafou (1999), Acerenza (1991), Seakaran
(1992), Lacoste (1988), Morin( 2001), Boisier(2003), Middleton e Clarke (2002),
Dias (2005), Boisier(2003), Petrocchi(2001),
Aspectos Críticos
Introdução
➢ A perspectiva da regionalização, adotada pela política nacional de turismo
propõe, por meio da articulação entre instituições oficiais de turismo,
empresários e representantes da sociedade civil, a criação de regiões visando
transformar ações, antes focadas nos municípios, em um processo de
articulação mais amplo
➢ O estudo se norteou pelo seguinte questionamento: como se configura a
regionalização do Turismo a partir da distribuição espacial dos atrativos e do
comportamento do fluxo de visitantes nas áreas de influência dos municípios
de Marcelino Ramos(RS) e Piratuba(SC)?
➢ Os dois municípios foram Escolhidos por causa da impossibilidade de técnica
e financeira de abranger todas as regiões turísticas do país, e em razão de
desenvolverem atividade turística desde a década de 70.
➢ A teoria que se foi tomada por referência, foi a da espacialidade diferencial
segunda a qual uma região definida a priori pode limitar a apreensão da
realidade, visto que ela (região) se configura no espaço a partir das
inter-relações entre os diversos elementos antropológicos, sociais.
econômicos e ecológicos nela existentes.
➢ A premissa básica é de que, uma regionalização que não representa a
diversidade e a complexidade do espaço terrestre como resultado das
interseções entre os múltiplos conjuntos espaciais, produz delimitações de
áreas para estudos e intervenções que não representam a evidência que se
processa no espaço, e com isso conduzem a demarcação de áreas que não
contribuem para o esclarecimento dos fenômenos nela inscritos.
➢ O turista é o determinante das práticas turísticas em um território, e por
consequência deste fato ocorre a estruturação de empreendimentos
econômicos, afim de atendê-lo (infraestrutura turística) e portanto criando as
evidências da integração espacial.
➢ Tomando-se como premissa que a territorialização do Turismo ocorre pelo
seu praticante (O Turista), colheram-se evidências da sua presença em
estabelecimentos hoteleiros, em atrativos e meios de alimentação. Na medida
em que a circulação dos visitantes ficou circunscrita a um determinado
território, tomou-se esse espaço como demarcação adequada para a realização
do estudo proposto
➢ Mesmo os municípios praticando o turismo desde os anos 70, buscou-se
analisar os dados atuais porque não há séries históricas adequadas para análise
temporal de toda a área demarcada.
➢ O estudo caracteriza-se como delineamento transversal ou cross sectional.
➢ Os objetivos poderiam ser alcançados adotando as premissas da espacialidade
diferencial, já que a regionalização do Turismo envolve uma infinidade de
elementos físicos e suas relações com atores locais e externos.
➢ O desenvolvimento é o resultado de um processo de interação e
interdependência entre objetos e pessoas o qual se inscreve no território a
partir da percepção e ação dos agentes.
➢ Região é formada por diversos conjuntos que sobrepõe, interconectam e não
são necessariamente ocupantes de um único espaço com contornos iguais.
Marco teórico.
➢ A definição de turismo adotada no estudo foi Middleton e Clark que utilizam
as definições da OMT, que compreende a atividade turística relacionada ao
deslocamento de pessoas do seu local de residência por períodos
determinados e não motivadas por razões de exercício profissional.
➢ Para a compreensão do Turismo em um processo de planejamento, importa
considerar o tempo permanência do visitante no destino, que subdivide-se em
duas categorias: os turistas e os excursionistas. O visitante é considerado
turista quando permanece e pernoita em um meio de hospedagem do núcleo
receptivo, já o excursionista e visitante de um dia é a pessoa que não
permanece mais de 24 horas no local visitado.
➢ Para entender o fenômeno turístico como objeto de estudo científico
adotou-se os métodos e abordagens como de Acerenza e Boullón que o vêem
como um sistema aberto de um conjunto de fatores.
➢ O turista é o fator determinante das práticas turísticas em determinado
território, este entendimento é importante para a compreensão da pesquisa.
➢ A abordagem de desenvolvimento regional foi uma das principais estratégias
adotadas para o alcance das metas por parte do governo federal concretizadas
no Programa de Regionalização do Turismo - Roteiros do Brasil.
➢ A visão de desenvolvimento considerado na política pública é um conceito
complexo, axiológico, multidimensional, construtivista, qualitativo em sua
essência, e é alcançado por simultaneidades que o façam surgir, que são
fenômenos culturais e sociais, que são frutos da interação e dos intercâmbios
entre os membros de um sistema social, constituindo-se nas características
funcionais inerentes ao objeto agregado.
➢ De acordo com o Boullón, uma forma de regionalização compreende o
interesse de intervir em determinado espaço, por questões estratégicas, cujos
limites são estabelecidos por decisões político-administrativas as quais são
denominadas as regiões - plano ou regiões programas.
➢ Quando não se considera a representação da diversidade da complexidade do
espaço terrestre, ocorre a delimitação de áreas para estudos e intervenções que
não correspondem a evidência e ao movimento que se processa no espaço;
nesse sentido, produz uma regionalização que engessa a realidade ao invés de
contribuir para esclarecê-la
➢ O planejamento físico tem a finalidade de ordenar as ações do homem sobre o
território, ocupando-se em resolver harmonicamente a construção de todo tipo
de edificações, bem como antecipar o efeito da exploração dos recursos
naturais.
➢ O espaço turístico é consequência da presença e distribuição territorial dos
atrativos turísticos que são a matéria-prima do Turismo.
➢ A melhor forma de determinar um espaço turístico é recorrer ao meio do
método empírico, observando-se as distribuições territoriais dos atrativos e
dos empreendimentos, detectando-se os agrupamentos e as concentrações
visualmente.
➢ O primeiro conjunto por meio do qual se pode caracterizar um espaço
turístico é a zona turística, para existir ela deve dispor de um mínimo de 10
atrativos turísticos próximos, sem importar a categoria que pertencem.
➢ Após delimitar uma zona turística verifica se há possibilidade de dividir lá
em unidades menores, que recebem o nome de área turística, que é constituída
por uma superfície menor dotada de atrativos turísticos contíguos em números
também menor do que a zona, essa área turística necessita de infraestrutura.
➢ Outra subdivisão é o Centro Turístico que se refere a todo conglomerado
urbano, que em seu próprio território ou área de influência, possui atrativo
turístico de tipo e hierarquia suficientes para motivar uma viagem.
➢ Os centros turísticos podem ser classificados em quatro tipos os de
distribuição, os de estada, escala e excursão.
➢ Boullón acrescenta também o centro de diversão que pertence à categoria de
uso do tempo livre, se trata da diversão e do lazer.
➢ As unidades turísticas consistem em concentrações menores de equipamentos
erigidos para explorar intensamente um ou vários atrativos situados um dentro
do outro.
➢ Os núcleos correspondema todos os agrupamentos com números de atrativos
inferiores a 10 de qualquer hierarquia ou categoria, isolados no território.
Métodos e procedimentos
➢ Para compreender e demarcar a região turística mais adequada ao
planejamento, buscando considerar o interesse dos agentes locais e
governamentais, usou -se a teoria dos sistemas adaptativos complexos.
➢ O método de estudo utilizado é a pesquisa qualitativa, já que não pretende
apenas identificar os elementos do sistema turístico no território e sim as
interações existentes neles.
➢ Para isso definir os elementos para contemplar no levantamento de Campo os
componentes do sistema turístico como hospedagem alimentação e atrativos.
➢ As pessoas que responderam os questionários foram os gerentes os
responsáveis pelo turismo da entidade consultada.
➢ O período de levantamento do campo foi entre os meses de novembro de
2009 e março de 2010.
➢ Após realizar a entrevista com cada representante, passou-se a visitar cada
um deles e efetuar os procedimentos de coletas de dados.
➢ Como se trata de uma pesquisa qualitativa Não há necessidade de
levantamento de dados estatísticos foram mapeados 508 estabelecimentos
mas apenas 334 responderam as pesquisas Porém esse número de
respondentes não invalidou o trabalho.
➢ Para determinar os conjuntos formados a partir da localização foi utilizado um
aparelho GPS para marcar as coordenadas de cada um dos estabelecimentos
visitados.
➢ Para possibilitar a compreensão do perfil dos usuários de empreendimentos
no caso dos meios de hospedagem e alimentação, foram incluídas duas
questões aos entrevistados a primeira buscou saber se os frequentadores dos
estabelecimentos caracterizados como turistas, representantes comerciais,
prestadores de serviços, ou outros; e a segunda buscou identificar a origem da
demanda.
Análise dos dados.
➢ Ao verificar a distribuição dos atrativos verificou-se que eles se encontram
dispersos pelo território, havendo maior densidade deles em alguns
municípios como, Treze Tílias, Concórdia Fraiburgo e Videira Tangará e
Pinheiro Preto e Itá.
➢ Dos 22 municípios investigados restaram 14 com pelo menos um atrativo
citado como origem ou destino dos turistas totalizou 67 atrativos efetivos.
➢ O espaço dessa abrangência poderia ser considerado uma zona turística pois
possui 67 atrativos. Porém torna-se necessário definir se ela pode ser dividida
em áreas turísticas, além disso é importante para que se possa caracterizar
como área turística que haja pelo menos um Centro Turístico, por isso antes
de chegar a essa conclusão, optou-se por classificar inicialmente os espaços
menores para depois verificar uma possível divisão da região.
➢ Como todos os municípios abrangidos pela pesquisa tem algum atrativo
turístico e todos possuem pelo menos um acesso pavimentado, poderia se
concluir que na área investigada, todos os municípios assumiriam uma
categoria de conjuntos turísticos
➢ Porém alguns municípios possuem poucos atrativos turísticos Então os
municípios Maximiliano de Almeida, Peritiba, Ipira, Capinzal, Lacerdópolis,
Herval d’Oeste, Luzerna, Ibicaré, foram notados com o Centro Turístico,
indicando que caracterizariam como corredores turísticos.
➢ Os municípios de ouro Paim Filho Pinheiro preto e Tangará foram
considerados como conjuntos de excursão e potenciais centros de excursão
que ocorre devido ao pequeno número de atrativos.
➢ Joaçaba, Videira, Concórdia e Fraiburgo podem ser classificados como
centros de excursão, já que recebem visitantes de outros municípios nos
atrativos e nos restaurantes.
➢ Piratuba possui grande concentração de meios de hospedagens e é citada por
quase 15 municípios, sendo assim, compreende um centro de estada e que
gradativamente desempenha papel de centro de distribuição
➢ Já Treze Tílias se compreende potencialmente centro de distribuição.
Considerações finais
➢ A principal linha orientadora da investigação foi a regionalização do Turismo,
tomando por parâmetro, a distribuição espacial dos atrativos e o
comportamento do fluxo de visitantes nas áreas de influência dos municípios
de Marcelino Ramos(RS) e Piratuba(SC).
➢ As conclusões da pesquisa não diferem de outras que seguem o mesmo
método para caracterizar espaços turísticos as quais já foram amplamente
difundidas por Boullón.
➢ A novidade está na determinação da própria abrangência espacial da pesquisa
que perseguiram os pressupostos da espacialidade diferencial preconiza que a
regionalização deve ocorrer a partir da prática dos fenômenos no território.
➢ Para utilizar a espacialidade diferencial como premissa o primeiro ponto a
identificar a existência de atrativos e agrupar os municípios com base nesse
pressuposto isso leva a identificação de municípios com potencial e sem
potencial.
➢ O processo de regionalização tomando-se por base a prática da atividade leva
a configurações espaciais diversas das tradicionais. Nesse caso, traz impactos
nos agentes responsáveis pelas políticas e pela aplicação de recursos
especialmente públicos.

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