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Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos

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Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
ADOÇÃO Do Pacto
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos foi adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 19 de dezembro de 1966; é um Pacto assim, de amplitude mundial.
Entrou em vigor em 1976, quando foi atingido o número mínimo de adesões de 35 Estados.
O Congresso Brasileiro aprovou-o através do Decreto-Legislativo n 226, de 12 de dezembro de 1991, depositando a Carta de Adesão na Secretaria Geral da Organização das Nações Unidas, em 24 de janeiro de 1992. Desde então o Brasil tornou-se responsável pela implementação e proteção dos direitos fundamentais previstos no Pacto.
Países que assinaram o Pacto
Todos os 196 países foram propostos ao Pacto, dentre os 196, 189 assinaram. Coréia do Norte, mas retificou que deseja abandonar o Pacto e China, Cuba, Taiwan, Seicheles e Comores retificaram sobre a assinatura, Saara Ocidental, Sudão do Sul, Arábia Saudita, Omã, Emirados Árabes Unidos, Myanmar e Malásia não assinaram o Pacto.
PROMULGAÇÃO do Pacto
Na época em que se iniciou a discussão para a criação de um documento que reunisse todos os direitos da pessoa humana, foram pensados em dois modelos:
Um único que conjugasse as duas características de direito;
Um que promovesse a separação dos direitos civis e políticos, dos direitos sociais, econômicos e culturais.
Os países ocidentais, cujo entendimento prevaleceu, defendiam que os direitos civis e políticos eram autoaplicáveis, enquanto os direitos sociais, econômicos e sociais eram “programáticos”, necessitando de uma implementação progressiva.
A ONU defendia a indivisibilidade dos direitos humanos, pois os direitos civis e políticos só existiriam no plano nominal se não fossem direitos sociais, econômicos e culturais e vice-versa.
Deste modo, o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos foi adotado no auge da Guerra Fria, reconhecendo, entretanto, um conjunto de direitos mais abrangente que a própria Declaração dos Direitos Humanos.
Posicionamento brasileiro
Devido a ditadura militar que governou o país por 21 anos, o Governo brasileiro somente ratificou o Pacto quando seus principais aspectos já se encontravam garantidos na atual Constituição Federal, em seu título II, “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”.
Os Direitos e princípios consagrados no Pacto
Pacto reafirma o direito dos povos à autodeterminação, que implica de seu estatuto político e de desenvolvimento econômico, social e cultural. (artigo 1º)
É dever dos Estados-membros a adoção de medidas legislativas e ou administrativas visando à introdução em seus ordenamentos jurídicos internos dos direitos e garantias fundamentais previstas no Pacto. É imperativamente resguardado o livre acesso à justiça para a reclamação de eventuais violações.
Direito à igualdade (artigo 2º do Pacto) – “sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de qualquer outra natureza”.
A igualdade tem-se revelado como um dos alicerces do sistema legal brasileiro, a Constituição Federal brasileira de 1988 destaca tal direito.
CF/88, tem o mesmo sentido no artigo 5º, caput, ressaltando que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País, o pleno direito à igualdade.
Igualdade de direitos entre homens e mulheres (artigo 3º do Pacto) – a preocupação com o tema é tamanha, onde o Pacto destaca claramente a necessidade de que seus Estados-partes também haverão de se comprometer e assegurar a homens e mulheres a igualdade de gozo de todos os direitos civis e políticos.
CF/88, artigo 5º, inciso I, destaca tal igualdade.
Direito à vida, no artigo 6º do Pacto, reza que o direito à vida é inerente à pessoa humana e deverá ser protegido pela lei. E mais ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida.
CF/88, consagrado de forma clara pelo direito interno na própria Constituição no artigo 5º, caput.
Na legislação infraconstitucional, o Código Penal Brasileiro dedica um capítulo para a tutela da vida humana, classificando como hediondo, previsto no artigo 121, §2º do código citado.
Ressalta-se a eventual instituição da pena de morte é terminantemente abolida na Constituição Brasileira, tratando-se de uma cláusula pétrea, como os demais direitos previstos e citados no código.
Convenção Americana de Direitos Humanos – Pacto de San José, ratificada em 1922, cujo artigo 4º, também ressalta de que os Estados que já tiveram abolido a pena de morte não poderão mais restabelecê-la.
Proibição da tortura e penas cruéis – artigo 7º do Pacto, é quase totalmente reproduzido na CF/88 – “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”
Direito à liberdade – artigo 9º do Pacto, estabelece que toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoal, sendo que ninguém poderá ser preso ou encarcerado arbitrariamente, salvo pelos motivos previstos na lei.
CF/88, artigo 5º LXI, “ninguém será preso senão em flagrante delito....”
Princípio da presunção de inocência (art. 5º, LVII).
Princípio da razoável duração do processo (art. 5º, LXXVIII).
Tais princípios não reconhecidos expressamente no nível constitucional, mas sim na jurisprudência brasileira.
Garantias às pessoas presas, no artigo 10 do Pacto, toda pessoa privada de sua liberdade deverá e terá de ser tratada com humanidade e respeito á dignidade inerente à pessoa humana.
CF/88 e LEP estabelecem direitos e deveres aos presos, reforçando a ideia do Pacto.
Garantias aos menores infratores, sendo separados dos adultos e assim, receberem tratamento condizente com sua idade e condição jurídica.
O ECA predefine em seu artigo 123, onde o adolescente entre 12 e 18 anos, se cometer delito será a ele imposta a medida socioeducativa de internação, que importa em privação de liberdade e deverá cumpri-la em entidade para adolescentes, não se admitindo sob qualquer hipótese sua inserção ao lado de pessoas adultas.
Direito à justiça, presente no artigo 14 do Pacto, todas as pessoas são iguais perante os Tribunais e Cortes de Justiça, cabendo o exercício da defesa pessoal e o direito de estar presente ao julgamento.
Cabe ao réu a presença em audiências garantindo-lhe a possibilidade de exercer o princípio do contraditório da ampla defesa e assim, defender-se de depoimentos a ele atribuídos, havendo assim uma dualidade entre as posições no litígio.
Também no Pacto dispõe que ninguém poderá ser obrigado a confessar-se culpado, o que na CF/88 é conferido ao preso o direito de manter-se calado em seu interrogatório.
Liberdade do pensamento, salvos no artigo 18 e 19 do Pacto, dispõe sobre o direito à liberdade de pensamento, de consciência, de religião e de expressão, todos citados também amplamente consagrados na Constituição Federal.
Direitos políticos e da associação, resguardados no artigo 25 do Pacto, e novamente, no artigo 14 da CF. Onde, todos os cidadãos têm o direito de participar de assuntos políticos do Estado, de votar e serem votados, por meio de voto secreto.
COMITÊ DE DIREITOS HUMANOS
Para acompanhar a implementação nos ordenamentos jurídicos internos dos Estados que fazem parte desses direitos e garantias fundamentos previstos neste Pacto e para buscar uma solução para conflitos surgidos entre os Estados, foi instituído um Comitê de Direitos Humanos no âmbito da Organização das Nações Unidas.
O Comitê é composto por dezoitos membros eleitos entre pessoas de elevada reputação moral e experiência em matéria de direitos humanos indicados pelos Estados-partes. É recomendável, também, experiência jurídica. É vedada no Comitê a presença de mais de um representante da mesma nacionalidade.
O Comitê analisará os relatórios apresentados pelos Estados-partes sobre as medidas adotadas para a implementação dos direitos previstos no Pacto e sobre as condições gerais dos direitos humanos no país.
Como o Governo brasileiro ratificou o Pacto apenas em 1992, o primeiro relatório foi entregue, com pequeno atraso, em 1994, elaborado pelo Ministro das RelaçõesExteriores em cooperação com a Fundação Alexandre de Gusmão e o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, que realizou todo o trabalho de pesquisa que serviu de base para o relatório. O Governo brasileiro prepara-se para a elaboração do segundo relatório.
O comitê e o brasil
Denúncias de violação
O Pacto dispõe que as denúncias de descumprimento por algum dos Estados-partes dos deveres nele estabelecidos somente poderão ser feitas por um igual. O Estado denunciante comunicará, primeiramente o Estado violador, que terá três meses para responder a denúncia. Se, passado seis meses, a divergência não tiver sido resolvida entre os próprios Estados, aí sim, a denúncia será levada ao Comitê.
A função do Comitê, então, será a de tentar uma solução amistosa para a questão entre os Estados-partes, solução que esta deverá se basear no respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais reconhecidas no Pacto.
Se a questão persistir sem solução satisfatória, poderá constituir uma Comissão de Conciliação, com cinco membros designados pelos Estados interessados, que também tentará uma solução amistosa para a divergência.
O grande problema é que se tal solução amistosa não for alcançada, não há nenhuma outra medida que o Comitê ou a Comissão formada possa tomar, restando a questão, não ser solucionada.
CONCLUSÃO
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, abrange muitos dos direitos fundamentais da pessoa humana, reafirmando a Declaração Universal. Vários dos princípios são genéricos, mostrando-se mais detalhados em outros diplomas internacionais específicos, como a Convenção Americana de Direitos Humanos, a Convenção Interamericana para prevenir e punir a tortura, para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher e tantas outras citadas.
De qualquer forma, o Pacto constitui-se inequivocamente para a proteção dos direitos fundamentais da pessoa humana, que embora reconhecidos neste, em outros tratados internacionais e na própria legislação interna ainda carecem de atenção e importância na cultura do povo brasileiro.
grupo
Julia da Silva – 31740219
Laura Palmiro – 31744631
Myllena Reis – 31738125
Pedro Perassa – 31739539
Fim da apresentação de slides. Clique para sair.

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