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Aula 02 FCO - Intervenções Terapêuticas em Oncologia

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Fisioterapia Clínica em Oncologia 
Elaboração: Prof. Dr. Alexandre Castelo Branco 
1 
 
1 Intervenções Terapêuticas em Oncologia 
 
AULA 02 – INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS EM ONCOLOGIA 
 
QUIMIOTERAPIA: 
A quimioterapia é um método de tratamento que utiliza compostos químicos 
(quimioterápicos) para tratamento de diversos tipos de câncer. 
 
COMO AGEM OS QUIMIOTERÁPICOS? 
Os quimioterápicos não são letais de forma seletiva, ou seja, não afetam apenas as células cancerígenas, 
mas também as normais, porém, o maior dano ocorre nas células malignas. Eles interferem diretamente 
na síntese de enzimas das células malignas, o que provoca um bloqueio na função e proliferação dessas 
células. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS 
A aplicação da quimioterapia pode envolver um (monoquimioterapia) ou mais (poliquimioterapia) 
quimioterápicos, sendo o mais comum combinar-se, considerando que sua eficácia atinge populações 
celulares em diferentes fases do ciclo celular. O método pode ser utilizado em combinação com a 
radioterapia e a cirurgia. 
CURATIVA: 
Tem o objetivo de controlar completamente o tumor, como ocorre em alguns casos de leucemias, 
carcinomas de testículo e linfomas de Hodgkin. 
ADJUVANTE: 
Realizada após a cirurgia, tem o objetivo de exterminar células malignas residuais, diminuindo a 
incidência de metástase. 
NEOADJUVANTE: 
Realizada antes da cirurgia, tem o objetivo de reduzir parcialmente o tumor para posteriormente 
complementar a cura com cirurgia e/ou radioterapia. 
PALIATIVA: 
Sem finalidade curativa, tem o objetivo de melhorar a qualidade de sobrevida do paciente, como ocorre 
no câncer de células pequenas do pulmão. 
 
Fisioterapia Clínica em Oncologia 
Elaboração: Prof. Dr. Alexandre Castelo Branco 
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2 Intervenções Terapêuticas em Oncologia 
 
TOXICIDADE DOS QUIMIOTERÁPICOS 
Já vimos que os quimioterápicos não atuam apenas nas células cancerígenas, mas também nas normais, 
por esse motivo, para que tais células tenham um tempo de recuperação, a quimioterapia é aplicada 
com intervalos de tempo necessários para a recuperação da medula óssea. Esses intervalos são 
denominados ciclos periódicos. 
Os efeitos tóxicos dos quimioterápicos dependem do tempo de exposição e da concentração da droga, e 
varia conforme o tecido, sendo aplicadas doses iniciais menores em pacientes idosos e debilitados, até 
que se determine o grau de toxicidade e de reversibilidade dos sintomas indesejáveis. 
Os principais efeitos tóxicos dos quimioterápicos são: 
 
EFEITOS PRECOCES 
(0 a 3 dias) 
EFEITOS IMEDIATOS 
(7 a 21 dias) 
EFEITOS TARDIOS 
(meses) 
EFEITOS ULTRA-
TARDIOS 
(meses ou anos) 
Náusea 
Vômito 
Mal-estar 
Fraqueza muscular 
Artralgia 
Exantema 
Alopecia 
Mielossupressão 
Mucosite oral 
 
Esclerodermia 
Nefrotoxidade 
Neurotoxidade 
 
Infertilidade 
Fibrose hepática 
Distúrbio crescimento 
(em crianças) 
 
É importante salientar que constantemente novos quimioterápicos vem sendo testados visando a 
redução dos efeitos tóxicos acima, embora a maioria desses medicamentos ainda é inacessível à maioria 
dos pacientes, tanto pelo alto custo, como pela baixa disponibilidade comercial, além disso, também 
acompanham efeitos tardios ainda não totalmente definidos e bem controlados. 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS 
Embora existam alguns quimioterápicos que podem ser administrados por via oral ou outras vias 
específicas (intravesical, intrapleural, intratecal, arterial), a maiora é administrada por via venosa: 
 
 
 
 
 
 
Fisioterapia Clínica em Oncologia 
Elaboração: Prof. Dr. Alexandre Castelo Branco 
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3 Intervenções Terapêuticas em Oncologia 
 
CVP – Cateter Vascular Periférico: 
É a via mais utilizada, cuja extremidade distal está fora da veia cava superior, com inserção de baixa 
complexidade, baixo potencial para causar complicações na inserção, baixa taxa de infecção e pode ser 
realizada à beira do leito. 
 
CVC – Cateter Vascular Central: 
O cateter é considerado central quando sua extremidade distal está localizada na veia cava superior. O 
CVC beneficia o paciente por facilitar a coleta de sangue e por reduzir as dolorosas punções periféricas. 
Por causa do efeito colateral do tratamento, o paciente com câncer apresenta trombocitopenia, e o uso 
do CVC pode facilitar a coleta de amostra de sangue para seguimento. As principais indicações do CVC 
são: infusão de medicamentos, infusão de nutrição parenteral, medida de pressão venosa central, 
estabelecimento de via venosa de urgência, acesso para hemodiálise ou plasmaférese e coleta de 
amostra sanguínea. 
 
 
 
 
Fisioterapia Clínica em Oncologia 
Elaboração: Prof. Dr. Alexandre Castelo Branco 
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4 Intervenções Terapêuticas em Oncologia 
 
RADIOTERAPIA: 
Tratamento no qual se utilizam radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células 
aumentem. Estas radiações não são vistas, e durante a aplicação o paciente não sente nada. A 
radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia ou outros recursos no tratamento dos 
tumores. 
 
Metade dos pacientes com câncer são tratados com radiações, e é cada vez maior o número de pessoas 
que ficam curadas com este tratamento. Para muitos pacientes, é um meio bastante eficaz, fazendo 
com que o tumor desapareça e a doença fique controlada, ou até mesmo curada. 
Quando não é possível obter a cura, a radioterapia pode contribuir para a melhoria da qualidade de 
vida. Isso porque as aplicações diminuem o tamanho do tumor, o que alivia a pressão, reduz 
hemorragias, dores e outros sintomas, proporcionando alívio aos pacientes. 
 
PROCEDIMENTO 
O número de aplicações necessárias pode variar de acordo com a extensão e a localização do tumor, dos 
resultados dos exames e do estado de saúde do paciente. Para programar o tratamento, é utilizado um 
aparelho chamado simulador. 
Através de radiografias, o médico delimita a área a ser tratada, marcando a pele com uma tinta 
vermelha. Para que a radiação atinja somente a região marcada, em alguns casos pode ser feito um 
molde de gesso ou de plástico, para que o paciente se mantenha na mesmo posição durante a 
aplicação. 
O paciente ficará deitado sob o aparelho, que estará direcionado para o traçado sobre a pele. É possível 
que sejam usados protetores de chumbo entre o aparelho e algumas partes do corpo, para proteger os 
tecidos e órgãos sadios. 
 
Fisioterapia Clínica em Oncologia 
Elaboração: Prof. Dr. Alexandre Castelo Branco 
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5 Intervenções Terapêuticas em Oncologia 
 
TIPOS DE RADIOTERAPIA 
 
Teleterapia (ou externa): O aparelho fica afastado do paciente. 
 
 
Braquiterapia (ou interna): O aparelho fica em contato direto com o organismo do paciente, sendo 
utilizada principalmente em tumores de cabeça e pescoço, útero, tiróide, próstata, mama. Há 
necessidade de hospitalização, e pode ser necessário receber primeiro a teleterapia. 
 
 
ETAPAS DO TRATAMENTO 
 
1ª Etapa – Consulta médica: Um médico radioterapeuta examinará o paciente, fará uma série de 
perguntas para saber tudo o que tem ocorrido e pedirá alguns exames, se necessário. Quando os 
exames estiverem prontos, serão definidos o tipo e o tempo do tratamento. 
2ª etapa – Programação do tratamento: Para programar o tratamento, é utilizado um aparelho 
chamado simulador ou tomógrafo, que ajuda o médico a delimitar a área a ser tratada, marcando a pele 
com uma tinta vermelha. Essas marcações não devem ser retiradas antes do término do tratamento. A 
fim de que a radiação atinja somente a área a ser tratada, em alguns casos, um molde de plástico 
poderá ser feito (como uma máscara, por exemplo), para ajudar a manter a cabeça na mesma posição 
durante a aplicação. Nesse caso, a marcação da área a ser tratada é feita na máscara, e não na pele. 
Fisioterapia Clínica em Oncologia 
Elaboração: Prof. Dr. Alexandre Castelo Branco 
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6 Intervenções Terapêuticas em Oncologia3ª etapa – Física Médica: A ficha da programação é encaminhada para a sala da Física Médica, onde são 
feitos os cálculos para assegurar que a dose aplicada será igual à prescrita. Lá também é feito o controle 
de qualidade dos equipamentos. 
4ª etapa – Aplicações: O paciente receberá um cartão contendo o local e o nome do aparelho no qual 
será tratado, o nome do médico, o dia e a hora da aplicação. Nos dias e horários marcados, um técnico 
de radioterapia receberá o cartão e o paciente será chamado para a sala do aparelho especificado. 
Durante a aplicação, o paciente ficará sozinho na sala, posicionado na mesa de tratamento. A máscara 
ou molde do tratamento será guardada na sala do aparelho, para ser usada sempre que o paciente vier 
receber a aplicação. As aplicações com radiação ionizante acontecem de segunda a sexta-feira e são 
marcadas no cartão do paciente. É importante que ele não falte nenhum dia, para não prejudicar o seu 
tratamento. 
Como proceder durante a aplicação? O paciente ficará deitado sob o aparelho, que estará direcionado 
para o traçado sobre sua pele ou máscara, em uma posição determinada pelo técnico. Durante um ou 
dois minutos deverá ficar imóvel, para que a radiação não ultrapasse os limites da área marcada. 
Consulta de Enfermagem: Ao iniciar as aplicações no aparelho, o paciente comparecerá à consulta de 
Enfermagem com a ficha da programação, que fica no aparelho, para que seja avaliado e orientado 
sobre as reações de pele e higiene oral. 
Revisão médica: A partir da segunda semana de aplicação o paciente terá uma consulta de revisão com 
seu médico, para realizar um exame físico e avaliar os efeitos do tratamento. Uma vez por semana é 
feito o controle do médico e da Enfermagem para diminuir os efeitos que possam surgir. 
 
REAÇÕES ADVERSAS 
A intensidade dos efeitos da radioterapia depende da dose do tratamento, da parte do corpo tratada, 
da extensão da área radiada, do tipo de radiação e do aparelho utilizado. Geralmente aparecem na 3ª 
semana e desaparecem poucas semanas depois de terminado o tratamento. 
Cansaço: o paciente deve diminuir as atividades e descansar nas horas livres. Algumas pessoas preferem 
se afastar do trabalho, outras trabalham menos horas no período de tratamento. 
Perda de apetite e dificuldade para ingerir alimentos: é recomendável comer pouco e em mais vezes. O 
paciente deve ingerir coisas leves e variar a comida para melhorar o apetite. Fazer uma caminhada antes 
das refeições também ajuda. Em alguns casos, a saliva torna-se mais espessa e altera o sabor dos 
alimentos, mas após o término do tratamento o paladar irá melhorar. 
Fisioterapia Clínica em Oncologia 
Elaboração: Prof. Dr. Alexandre Castelo Branco 
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7 Intervenções Terapêuticas em Oncologia 
Reações da pele: A pele que recebe radiação poderá coçar, ficar vermelha, irritada, queimada ou 
bronzeada, tornando-se seca e escamosa, condição conhecida como radiodermite. Alguns cuidados 
podem reduzir essas sensações: 
- Lavar a área com água e sabão, e enxugar com uma toalha macia, sem esfregar; 
- Não usar na área em tratamento cremes, loções, talcos, desodorantes, perfumes, medicações ou 
qualquer outra substância não autorizada pelo médico; 
- Só utilizar qualquer tipo de curativo na pele (como gaze ou band-aid) com a orientação médica; 
- Não utilizar sacos de água quente ou gelo, saunas, banhos quentes, lâmpadas solares ou qualquer 
outro material sobre a pele em tratamento; 
- Proteger a pele da luz solar até um ano depois do fim do tratamento, usando protetor solar fator 15 ou 
uma blusa ou camiseta; 
- Evitar usar roupas apertadas, soutiens, camisas com colarinhos, calças jeans etc.; 
- Não usar tecidos sintéticos do tipo nylon, lycra, cotton ou tecidos mistos com muita fibra sintética. A 
roupa deve ser feita de algodão. 
 
 
HORMONIOTERAPIA: 
É uma modalidade terapêutica que tem como objetivo impedir a ação dos hormônios em células 
sensíveis. Algumas células tumorais possuem receptores específicos para hormônios, como os de 
estrógeno, progesterona e andrógeno e em alguns tipos de câncer, como o de mama e de próstata, 
esses hormônios são responsáveis pelo crescimento e proliferação das células malignas. Portanto a 
hormonioterapia é uma forma de tratamento sistêmico que leva à diminuição do nível de hormônios ou 
bloqueia a ação desses hormônios nas células tumorais, com o objetivo de tratar os tumores malignos 
dependentes do estímulo hormonal. A hormonioterapia pode ser usada de forma isolada ou em 
combinação com outras formas terapêuticas. 
 
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IMUNOTERAPIA: 
É um tratamento biológico cujo objetivo é potencializar o sistema imunológico, utilizando anticorpos 
produzidos pelo próprio paciente ou em laboratório. O sistema imunológico é responsável por combater 
infecções, além de outras doenças. Atuando no bloqueio de determinados fatores, a imunoterapia 
provoca o aumento da resposta imune, estimulando a ação das células de defesa do organismo, fazendo 
que essas células reconheçam o tumor como um agente agressor. 
CIRURGIA ONCOLÓGICA: 
Atualmente, 90% dos pacientes oncológicos são ou serão submetidos a algum tipo de procedimento 
operatório durante a evolução de sua doença. Apesar do progresso das outras modalidades 
terapêuticas, como radioterapia e quimioterapia, 60% dos pacientes com câncer são tratados, 
primariamente, com cirurgia. Hoje, sabe-se que, conceitualmente, o câncer é considerado uma doença 
sistêmica e, portanto, deve ser tratado como tal. O papel da cirurgia nesse cenário é o tratamento 
localizado da doença, o que, muitas vezes, não é suficiente. Salvo algumas exceções, a cirurgia é parte 
de um tratamento que envolve outras modalidades terapêuticas, ou seja, multidisciplinar. Nas próximas 
aulas, ao estudarmos cada tipo de câncer, abordaremos os procedimentos cirúrgicos em cada caso. 
REFERÊNCIAS: 
CASCIATO, D. A. Manual de Oncologia Clínica. São Paulo: Tecmedd, 2008 
RODRIGURES, A. B.; MARTIN, L. G. R.; MORAES, M. W. Oncologia Multiprofissional: Bases para 
Assistência. São Paulo: Manole, 2016.

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