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AO DOUTO JUÍZO DO __ JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE (COMARCA DESTINADA) (Autor), brasileiro, estado civil, profissão, nascido aos .../.../..., portador da Carteira de Identidade n.º ..., SESP/..., inscrito no CPF sob n.º ..., residente e domiciliado na Rua ..., Bairro ..., n.º ..., Cidade – Estado., vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excelência, através de seu procurador, propor: AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ E, ALTERNATIVAMENTE, AUXÍLIO-DOENÇA - COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA Em face de INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, pessoa jurídica de direito público, podendo ser citada na Advocacia Geral da União na (Endereço do Requerido), pelos motivos de fato e de direito a seguir. I. DA SÍNTESE DOS FATOS A Parte Autora requereu em data de (Data do Requerimento), junto à Autarquia Previdenciária, a concessão de benefício por incapacidade n.º ..., que foi indeferido, conforme comunicado de decisão anexo. Com efeito, o motivo da negativa ao pedido foi alegado ausência de incapacidade laborativa, após a realização da perícia administrativa. Entretanto, a Parte Autora vem acometida por patologias: (Descrevas a patologia de acordo com o Laudo Médico e a Cid), que a incapacitam para o trabalho, conforme demonstrado pelos documentos médicos ora anexados. Por tal motivo, se ajuíza a presente ação. II. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA O direito ao Auxílio-Doença decorre, inicialmente, do Texto Constitucional: Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: I - Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; Em cumprimento à determinação constitucional, a legislação ordinária (Lei n. 8.213/91) determina a concessão do benefício, com destaque para os seguintes dispositivos legais: Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser- lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. (...) Dessa forma, o pedido do Autor encontra amparo legal nos dispositivos citados. III. JURISPRUDÊNCIA Sustentam a pretensão do Autor, diversos precedentes do Judiciário: 82156978 - PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO- DOENÇA. QUALIDADE DE SEGURADO COMPROVADA. INCAPACIDADE PARCIAL E PERMANENTE. LAUDO CONCLUSIVO. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS MORATÓRIOS. 1. Hipótese que não comporta a remessa necessária, considerando que é possível verificar de plano que a condenação imposta até a data da prolação da sentença não ultrapassa o valor de 60 (sessenta) salários mínimos, nos termos do art. 475, I, do CPC/73, vigente à ocasião da prolação da sentença. 2. O benefício de auxílio-doença funda-se no art. 59 da Lei nº 8.213/91, que garante sua concessão ao segurado que esteja incapacitado para o trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos, cumprido o período de carência respectivo, equivalente a doze contribuições mensais. De seu turno, na forma do art. 42 da referida Lei, é devida aposentadoria por invalidez ao segurado total e permanentemente incapacitado para o exercício de atividade que lhe assegure a subsistência, uma vez cumprida a carência exigida. 3. No caso, no que tange ao requisito da incapacidade, a conclusão da perícia médica judicial, realizada em 07/03/2013 (fls. 78/85), lastreada em exames clínicos e laboratoriais, concluiu expressamente que o Autor (43 anos, semianalfabeto, trabalhador rural) é portador de "transtorno dos discos da coluna lombar em tratamento medicamentoso e fisioterápico sem melhora do quadro". CID M51.1 e M54.4, havendo incapacidade parcial e permanente para o exercício de atividades laborais. Afirma que "o periciando deverá evitar atividades que exijam forçar a coluna lombar". O laudo pericial mostra-se claro, objetivo e conclusivo, não padecendo de qualquer irregularidade. Por sua vez, a qualidade de segurado do autor restou comprovada, uma vez que, embora cessado o último vínculo laboral em 26/02/2011 (CTPS. fls. 24), o perito do juízo afirmou que o início da incapacidade remonta a março/2011 (resposta ao quesito 12. fls. 85), o que resta evidenciado pelos laudos médicos e exames constantes dos autos. Restou caracterizada, portanto, a incapacidade ainda no período em que o autor ostentava a qualidade de segurado. Por sua vez, as conclusões do laudo técnico judicial conduzem à conclusão de que esta incapacidade perdurou até 13/08/2012, momento que o autor requereu à percepção do auxílio doença, negado administrativamente pelo INSS, por não constatação de incapacidade laborativa (fls. 26). Ressalte-se que, "não ocorre a perda da qualidade de segurado, quando a falta de recolhimento da contribuição previdenciária por mais de doze meses consecutivos, decorre de incapacidade para o trabalho" (REsp nº 310.264/SP, Rel. Min. Fernando Gonçalves, 6ª Turma, DJ 18.2.2002, pág. 530), de que é exemplo a hipótese dos autos. Assegura-se, assim, o direito à percepção do benefício de auxílio doença, desde a data do requerimento administrativo, nos termos fixados na sentença recorrida. 4. O STF, apreciando o tema 810 da repercussão geral a partir do RE nº 870947, fixou as seguintes teses, nos termos do voto do Relator: 1) O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em que disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, é inconstitucional ao incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária, aos quais devem ser aplicados os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em respeito ao princípio constitucional da isonomia (CRFB, art. 5º, caput); quanto às condenações oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação dos juros moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é constitucional, permanecendo hígido, nesta extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 com a redação dada pela Lei nº 11.960/09; e 2) O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em que disciplina a atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao impor restrição desproporcional ao direito de propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina. Com isto, segundo o voto vencedor, os benefícios previdenciários devem ter as parcelas vencidas atualizadas monetariamente segundo o IPCA-E, a partir da vigência da Lei nº 11.960/09. No período que antecede à vigência do citado diploma legal, a correção monetária se fará nos termos do Manual de Cálculos da Justiça Federal. Considerase, ainda, de acordo com precedente do STJ (RESP 201700158919, Relator (a) HERMAN BENJAMIN, STJ, SEGUNDA TURMA, DJE 24/04/2017), que a matéria relativa a juros e correção monetária é de ordem pública e cognoscível, portanto, de ofício, razão por que se afasta a tese de reformatio in pejus nesses casos. 5. Apelação a que se nega provimento. Alteração, de ofício, quanto à regulamentação dos juros e correção monetária (item 4). (TRF 01ª R.; AC 0031797- 86.2014.4.01.9199;Segunda Turma; Rel. Juiz Fed. Conv. Saulo Casali Bahia; DJF1 21/05/2018) CPC, art. 475 LEI 8213, art. 59 (grifo nosso) IV. DA PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL Considerando que a prova pericial é fundamental para o deslinde das questões ligadas aos benefícios por incapacidade e para uma adequada análise do nexo de causalidade e da consequente incapacidade, faz-se mister que o Médico Perito observe o Código de Ética da categoria, e especialmente em relação ao tema, a Resolução nº 2.183/2018 do CFM, que dispõe sobre as normas específicas de atendimento a trabalhadores. A recente resolução abarca dois pontos fundamentais: 1) a necessidade do Perito analisar o histórico clínico e laboral do segurado, além de seu local e organização de trabalho (incorporando a antiga Resolução nº 1.488/98), e 2) que o perito fundamente eventual discordância com parecer emitido por outro médico, incorporando o Parecer nº 10/2012 do CFM. Outrossim, também deve ser observado o Manual de Perícias do INSS (2018), que prevê que: “O Perito necessita investigar cuidadosamente o tipo de atividade, as condições em que é exercida, se em pé, se sentado, por quanto tempo, com qual grau de esforço físico e mental, atenção continuada, a mímica profissional (movimentos e gestos para realizar a atividade, etc.)”, além das condições em que esse trabalho é exercido. Portanto, REQUER a Parte Autora que, quando da realização da prova pericial, sejam observadas as referidas disposições legais, uma vez que não apenas se tratam de normas cogentes e – portanto – vincula a atividade do médico, sob pena de nulidade do laudo pericial, como também não cabe ao Judiciário ser mais realista que o rei, no tocante ao Manual de Perícias editado pelo próprio réu. V. DO IMEDIATO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER Conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei 10.259/01, no âmbito dos Juizados Especiais Federais o recurso inominado interposto, via de regra, não possui efeito suspensivo. Por este motivo, eventual deferimento do presente petitório compele o INSS a cumprir de forma imediata a decisão de primeiro grau, para o efeito de conceder e implantar o benefício postulado em favor da Parte Autora, tendo em vista a natureza alimentar da presente. VI. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossa Excelência: 1. O deferimento da Gratuidade da Justiça, pois a parte Autora não tem condições de arcar com as custas processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família; 2. A produção de todos os meios de prova, principalmente documental, testemunhal e pericial. Com relação à última, REQUER seja nomeado médico (Especificar médico da área da patologia do Autor), haja vista ser a incapacidade do Autor inserida nesta área da medicina; 3. O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a Subsidiariamente: 1. Conceder aposentadoria por invalidez à parte Autora, a partir do Requerimento administrativo, ou seja, a partir de (Data do Requerimento); 2. Conceder o benefício de auxílio-doença à parte Autora, a partir do Requerimento administrativo, ou seja, a partir de (Data do Requerimento); 2. Após a sentença de procedência, seja o INSS intimado a cumprir imediatamente a obrigação de implantar o benefício, conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei 10.259/01; 3. Pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e moratórios, incidentes até a data do pagamento; 4. Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorários advocatícios, eis que cabíveis em segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei 10.259/01.Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente a prova pericial com nomeação de médico Ortopedista. VII. DO VALOR DA CAUSA Dá –se à Causa valor de R$ .... (Valor por Extenso), referente às parcelas vencidas até a propositura da presente e mais 12 parcelas vincendas, ressaltando que caso o processo dure mais que 12 meses as prestações sucessivas serão acrescidas ao valor pretendido na causa. Termos em que, pede e aguarda deferimento Cidade – Estado, Data Advogado OAB n.º QUESITOS FORMULADOS PARA REALIZAÇÃO DA PERÍCIA COM ORTOPEDISTA: 1- O Requerente possui alguma lesão ou doença? Se afirmativa a resposta, qual? 2- Se positivo o quesito nº 1, há impedimento para a realização de atividades habituais? 3- Se positivo o quesito nº 2, a incapacidade é permanente ou temporária? 4- Havendo redução da capacidade laborativa, qual seria o seu grau em termos de percentual? 5- Há possibilidade de readaptação, considerando idade, escolaridade, atividade da empresa; e consequências do exercício do trabalho para enfermidade? O Requerente informa que não possui condições financeiras para nomeação de assistente técnico, protestando pela apresentação de quesitos suplementares. Termos em que, pede e aguarda deferimento Cidade – Estado, Data Advogado OAB n.º
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