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Terceiro Setor
A denominação “Terceiro Setor” é a de uma identidade em construção.
Até pouco mais de 20 anos não se utilizava a expressão “Terceiro Setor”. 
Se existe um “Terceiro Setor”, existe também, pelo menos, outros dois setores: o “Primeiro” e o “Segundo”.
O “Terceiro Setor” é composto tipicamente por organizações não governamentais e sem fins lucrativos.
Organizações com fins lucrativos (como empresas e corporações) são típicas do “Segundo Setor”, Organizações governamentais pertencem ao “Primeiro Setor”.
Pensar o “Terceiro Setor” separado do “Primeiro” e do “Segundo” setores é como pensar a cabeça separada do tronco e dos membros de uma pessoa.
O que distingue um “setor” do outro?
Há muito tempo para obter produtos que necessitavam foi necessário: 
· Estabelecer relações de troca com outras pessoas: quem tinha sal e precisava de arroz trocava sal com quem tinha arroz e assim por diante. 
As relações de troca foram ficando mais complexas e, criou-se um instrumento para facilitá-las: 
· o dinheiro.
Também, há muito tempo, as famílias perceberam que formar agrupamentos humanos oferecia algumas vantagens, tais como:
· interação, segurança, acesso a serviços e às trocas. Surgiram as comunidades e cidades.
Descobriu-se, porém, que viver em comunidade é diferente de viver isoladamente. 
Numa família, era fácil saber quem decide sobre o quê, mas e numa comunidade?
Quem deveria ser responsável pela limpeza do poço de uso comum, por exemplo? 
E o que fazer na época de seca? 
As pessoas passaram a estabelecer acordos de convivência entre si e a desenvolver formas de garantir o respeito a esses acordos e criar sistemas de representação que levassem à construção de novos acordos dentro da comunidade.
Qual é a natureza de cada setor?
O resultado esperado da existência das organizações Governamentais pode ser entendido como “ordem social” e condições mínimas para o desenvolvimento de todas as pessoas.
Do Governo espera-se que assegure o acesso à educação para 100% das crianças, por exemplo. 
As necessidades individuais podem ser mais bem respondidas pelas empresas, pela possibilidade e agilidade que têm de compreender melhor e atendê-las. 
Das organizações da sociedade civil se espera, como resultado, a ampliação de consciência das pessoas e, consequentemente, práticas inovadoras de desenvolvimento.
Quem são os beneficiários originais em cada setor?
Todas as pessoas que vivem em sociedade são, num sentido amplo, afetadas ou influenciadas pelos três setores.
A condição que elas se colocam em relação a cada setor é diferente: 
· Primeiro Setor, tornam-se cidadãos;
· Segundo Setor, tornam-se consumidores;
· Terceiro Setor, cada iniciativa do Terceiro Setor busca, em última análise, elevar os patamares de humanidade da sociedade
Prerrequisitos que devem ser respeitados pelos setores? 
Espera-se que:
Estado (Primeiro Setor) crie um ambiente propício ao desenvolvimento de cada um dos cidadãos
· Atua por meio de sua capacidade de estabelecer, executar e fazer cumprir leis, acordos básicos para a convivência em sociedade. (utilizase da lei, da polícia e da justiça para cumprir o seu papel.)
· Decisões são tomadas pelos eleitores e seus representantes.
· As votações e decretos atuam como mecanismos regulatórios
· Escolhas baseadas nos interesses da maioria e por questões de legalidade.
Estado (Primeiro Setor)
· Escolhas baseadas nos interesses da maioria e por questões de legalidade.
· Opera a partir de uma lógica política de direitos e deveres.
· Poder, normalmente, é delegado. Os eleitores, ao escolherem representantes, delegam a eles o poder de tomar certas decisões
· O dinheiro é tipicamente de todos, advindo do pagamento de impostos e taxas.
· O princípio a partir do qual está construído o Primeiro Setor é o da igualdade: todos os cidadãos têm os mesmos direitos e deveres, perante a lei todos são iguais.
· Fenômeno que podem surgir do desrespeito aos princípios (Corrupção)
Segundo Setor (empresas privadas) - que gere excedentes. Se uma empresa é incapaz de gerar excedentes (lucro, por exemplo), terá sua existência seriamente ameaçada. 
· Setor está baseado na produção e no consumo de bens e serviços, necessários à satisfação de necessidades humanas.
· (lança mão de meios, como a propriedade, o capital e a tecnologia. Uma empresa tem pelo menos um dono (mesmo que seja anônimo), sendo uma prerrogativa a propriedade. Uma organização governamental e uma associação da sociedade civil não têm dono (embora essa última seja privada).
· Decisões são tomadas por investidores e compradores. Em frente a uma prateleira de supermercado, cada pessoa sempre tem uma decisão a tomar.
· Oferta e a demanda atuam como mecanismo regulatório.
· Interesses mútuos e conveniências orientam as escolhas.
· Tende a operar mais baseado na técnica e no raciocínio compensatório, como a troca de um produto por certo montante em dinheiro.
· Convive-se com o chamado “poder aquisitivo”. Pessoas que não têm poder aquisitivo ficam praticamente excluídas deste Setor.
· O dinheiro é de cada um, fruto das transações de compra e venda.
· Princípio assentado na ética: toda troca tem que ser regida por um respeito mútuo, de maneira que satisfaça os interesses de ambas as partes – metaforicamente, toda troca tem que ser ética, de maneira que seja feita com qualquer pessoa do mesmo modo com que é feita com um irmão ou familiar.
· Fenômeno que podem surgir do desrespeito aos princípios (Exploração)- por exemplo, a busca por reduzir ao máximo o preço a pagar por uma coisa que se quer
Organizações do Terceiro Setor surgem tipicamente a partir de insatisfações relacionadas à sociedade aliadas ao vislumbre de que algo pode ser diferente.
· Organiza-se ao redor de causas.
· Setor tem como meios típicos de atuação: as ideias, ideais e trabalho voluntário.)
· Decisões são tomadas por aqueles que podem ser chamados de “tomadores de iniciativa” e por seus apoiadores.
· Mobilização e o engajamento são os principais mecanismos regulatórios. Uma iniciativa social terá tanto mais ou tanto menos força, quanto mais ou menos 
· Pessoas se mobilizarem e se engajarem nela e na causa a que se refere.
· Muitas decisões são tomadas considerando interesses de terceiros e o potencial existente em outras pessoas
Organizações do Terceiro Setor
· Opera a partir de uma lógica emancipatória e transformadora.
· O poder é normativo e vem da capacidade que se tem de estabelecer padrões, parâmetros, conceitos, paradigmas.
· Uma organização do Terceiro Setor terá tanto mais poder quanto mais assimiladas e reconhecidas forem as suas ideias pelos outros.
· O dinheiro é de terceiros, colocado à disposição por meio de doações.
· Está (ou deve se manter) baseado no princípio da liberdade: as pessoas podem se reunir para discutir quaisquer assuntos e idéias que lhes interessarem, pois, essa liberdade é necessária para propiciar o surgimento de ideias criativas e renovadoras
· Em períodos de ditadura, as pessoas perdem o direito à livre associação e à liberdade de imprensa justamente para que não tenham acesso a ou não difundam ideias que possam levar à mudança do sistema social vigente.
· Fenômeno que podem surgir do desrespeito aos princípios (Fanatismo) - chegar a pensar que todas as pessoas deveriam compartilhar das mesmas ideias.
Gerenciamento na área de saúde e seus desafios
Contexto dos serviços de saúde e as organizações do terceiro setor. 
Os profissionais precisam ter habilidades específicas e responsabilidades que não são usuais. 
É frequentemente dito que os gestores de saúde no Terceiro Setor devem possuir um contato real com a missão da organização, devem ter feeling político
Logo, cada vez mais profissionais, serão contratados por essas organizações de saúde, educação, e assistência social, atuando na assistência, na educação, como gestores, gerentes, auditores, consultores.
Consequentemente o Terceiro Setor será um campo que constituirá uma ótima oportunidade de carreira para esses profissionais.
Os principais personagens do terceiro setor
Fundações
São as instituições quefinanciam o terceiro setor, fazendo doações às entidades beneficentes. 
No Brasil, temos também as fundações mistas que doam para terceiros e ao mesmo tempo executam projetos próprios. 
A Fundação Bradesco é um dos raros exemplos de fundação com fundos.
Entidades Beneficentes
São as operadoras de fato, cuidam dos carentes, idosos, meninos de rua, drogados e alcoólatras, órfãos e mães solteiras; protegem testemunhas; ajudam a preservar o meio ambiente; educam jovens, velhos e adultos; profissionalizam; doam sangue, merenda, livros, sopão; atendem suicidas às quatro horas da manhã; dão suporte aos desamparados; cuidam de filhos de mães que trabalham; ensinam esportes; combatem a violência; promovem os direitos humanos e a cidadania; reabilitam vítimas de poliomelite; cuidam de cegos, surdos-mudos; 
Enfim, fazem tudo.
Fundos Comunitários
Community Chests são muito comuns nos Estados Unidos. 
Em vez de cada empresa doar para uma entidade, todas as empresas doam para um Fundo Comunitário, sendo que os empresários avaliam, estabelecem prioridades, e administram efetivamente a distribuição do dinheiro. 
Um dos poucos fundos existentes no Brasil, com resultados comprovados, é a FEAC, de Campinas
Entidades Sem Fins Lucrativos 
Infelizmente, muitas entidades sem fins lucrativos são, na realidade, lucrativas ou atendem os interesses dos próprios usuários. 
Um clube esportivo, por exemplo, é sem fins lucrativos, mas beneficia somente os seus respectivos sócios. 
Muitas escolas, universidades e hospitais eram no passado, sem fins lucrativos, somente no nome. 
O importante é diferenciar uma associação de bairro ou um clube que ajuda os próprios associados de uma entidade beneficente, que ajuda os carentes do bairro.
ONGs Organizações Não Governamentais
Nem toda entidade beneficente ajuda prestando serviços a pessoas diretamente. 
Uma ONG que defenda os direitos da mulher, fazendo pressão sobre nossos deputados, está ajudando indiretamente todas as mulheres. 
Nos Estados Unidos, esta categoria é chamada também de Advocacy Groups, isto é, organizações que lutam por uma causa. Lá, como aqui, elas são muito poderosas politicamente.
Empresas com Responsabilidade Social
A Responsabilidade Social, no fundo, é sempre do indivíduo, nunca de uma empresa jurídica, nem de um Estado impessoal. 
Caso contrário, as pessoas repassariam as suas responsabilidades às empresas e ao governo, ao invés de assumirem para si. Mesmo conscientes disso, vivem reclamando que os "outros" não resolvem os problemas sociais do Brasil.
Porém, algumas empresas vão além da sua verdadeira responsabilidade principal, que é fazer produtos seguros, acessíveis, produzidos sem danos ambientais, e de estimular seus funcionários a serem mais responsáveis.
Empresas Doadoras
Uma pesquisa feita por nós revela que das 500 maiores empresas brasileiras, somente 100 são consideradas parceiras do terceiro setor. 
Das 250 empresas multinacionais que têm negócios no Brasil, somente 20 são admiradas. 
A maioria das empresas consideradas parceiras são pequenas e médias e são relativamente desconhecidas pelo grande público.
Elite Filantrópica
Ao contrário de Ted Turner, Bill Gates Dos 54 bilionários que o Brasil possui, somente 2 são considerados bons parceiros do terceiro setor (Jorge Paulo Lehman e a família Ermírio de Moraes). 
A maioria dos doadores pessoas físicas são da classe média. 
Esta tendência continua na classe mais pobre. 
Quanto mais pobre, maior a porcentagem da renda doada como solidariedade
Pessoas Físicas
No mundo inteiro, as empresas contribuem somente com 10% da verba filantrópica global.
Pessoas físicas, notadamente da classe média, doam os 90% restantes. 
No Brasil, a nossa classe média doa, em média, 23 reais por ano, menos que 28% do total das doações. 
As fundações doam 40%, o governo repassa 26% e o resto vem de bingos beneficentes, leilões e eventos.
Empresas Juniores Sociais
Nossas universidades pouco fizeram para o social, apesar de serem públicas. 
É raro encontrar um professor universitário assessorando uma ONG com seus conhecimentos. 
Nos últimos anos, os alunos criaram Empresas Juniores Sociais, nas quais os alunos das escolas de Administração ajudam entidades. 
Algumas das mais atuantes são a FEA-Júnior da USP, a Júnior Pública da FGV, e os ex-alunos do MBA da USP.

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