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SUMÁRIO 
1 HISTÓRIA DA MEDICINA LEGAL .............................................. 3 
Noções da medicina legal ........................................................ 10 
2 ANATOMIA E FISIOLOGIA ..................................................... 14 
Sistema Nervoso.................................................................... 17 
Sistema Cardiovascular .......................................................... 18 
Sistema respiratório ............................................................... 21 
Sistema Digestório ................................................................. 23 
Sistema Endócrino ................................................................. 26 
Sistema Urinário .................................................................... 26 
Sistema Musculoesquelético .................................................... 27 
Sistema Reprodutor Feminino e Masculino ................................ 29 
3 FISIOLOGIA DO CORPO HUMANO .......................................... 32 
Sistema Nervoso.................................................................... 32 
Sistema Cardiovascular .......................................................... 35 
Sistema Respiratório .............................................................. 38 
Sistema Digestório ................................................................. 40 
Sistema Endócrino ................................................................. 43 
Sistema Musculoesquelético .................................................... 56 
Sistema Reprodutor Feminino e Masculino ................................ 61 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................. 64 
 
 
 
 
 
 
IMAGENS 
Figura 1 - Teoria hipocrática ........................................................ 4 
Figura 2 - Teoria da multicausalidade ............................................ 5 
Figura 3 - Posição anatômica ..................................................... 15 
Figura 4 - Planos de secção........................................................ 16 
Figura 5 - Sistemas do corpo humano ......................................... 17 
Figura 6 - Sistema nervoso ........................................................ 18 
Figura 7 - Coração .................................................................... 19 
Figura 8 - Sistema respiratório ................................................... 21 
Figura 9 - Sistema digestório ..................................................... 23 
Figura 10 - Sistema endócrino .................................................... 26 
Figura 11 - Sistema Urinário ...................................................... 27 
Figura 12 - Sistema esquelético .................................................. 29 
Figura 13 - Sistema reprodutor masculino ................................... 30 
Figura 14 - Sistema reprodutor feminino ..................................... 31 
Figura 15 - Neurônios ............................................................... 33 
Figura 16 - Sistema nervoso ...................................................... 35 
Figura 17 - Circulação sistêmica ................................................. 37 
Figura 18 - Fisiologia da respiração ............................................. 40 
Figura 19 - Fisiologia do sistema digestório .................................. 43 
Figura 20 - Glândula hipófise ..................................................... 44 
Figura 21 - Características pancreáticas ...................................... 49 
Figura 22 - Gônadas masculina .................................................. 52 
Figura 23 - Fisiologia renal ......................................................... 55 
Figura 24 - Osso longo .............................................................. 57 
Figura 25 - Tipos de ossos ......................................................... 58 
 
 
 
 3 
 
1 HISTÓRIA DA MEDICINA LEGAL 
A medicina é considerada como uma ciência que representa a arte de 
curar, com isso ela foi desenvolvida por diversas pessoas que se 
disponibilizaram para desenvolver métodos que pudessem 
proporcionar a cura de diversas doenças que podem acometer a 
sociedade. 
Dentre os primeiros relatos sobre a história da medicina destacam-se 
as ações desenvolvidas pelo pajé, representante das tribos indígenas 
que buscava desenvolver receitas ou métodos de procedimentos físicos 
buscando assim a cura de sua tribo, quando estes indivíduos 
apresentavam (FERREIRA, 2016). 
Os primeiros procedimentos físicos desenvolvidos são relatados a mais 
de 10 mil anos atrás, e se constituíam apenas em trepanações. Estes 
procedimentos eram realizados com objetivo de proporcionar a cura 
através da retirada de espíritos e males que possivelmente habitavam 
o corpo dos componentes da tribo e eram associados como os 
causadores de suas doenças. 
É importante ressaltar que as doenças antigamente não possuíam 
causas especificas, com isso surgiram diversas teorias relacionadas ao 
desenvolvimento das doenças. Dentre estas teorias, surgiu a teoria 
mística, teoria hipocrática e teoria dos miasmas. Entretanto, conforme 
a medicina foi evoluindo os conhecimentos sobre o desenvolvimento 
das doenças também foram aprimorados e relacionados com a o 
agente causador, o ambiente e o hospedeiro. 
A teoria mística afirmou por muito tempo que as doenças eram 
desencadeadas por castigos dos deuses que desencadeava nos 
 
 
 4 
 
humanos um desequilíbrio do espírito. Com isso, se justificava o fato 
de os humanos não prever quando as doenças iriam acontecer ou até 
mesmo a sua incapacidade de proporcionar a cura. Sendo assim, a cura 
era impossível de ser alcançada somente pelos humanos e se fazia 
necessário a intervenção de representantes religiosos (GUMÃO, 2004). 
Já na Grécia, Hipócrates relatou a mais de 2500 anos que as doenças 
estavam relacionadas com os quatro elementos da natureza, portanto, 
foi desenvolvida a teoria hipocrática ou dos humores. Que relacionava 
o desenvolvimento das doenças com os quatro elementos naturais, ar, 
água, fogo e terra. 
 
Figura 1 - Teoria hipocrática 
Nesta época o grupo de Galeno através da dissecção de alguns animais, 
desenvolveu peças anatômicas para serem utilizadas na comparação 
 
 
 5 
 
do corpo humano, através dos estudos. Este ato iniciou na Roma. 
Posteriormente, o Egito se aperfeiçoou a medicina e desenvolveram 
diversas técnicas de tratamento. Que proporcionou também a 
preservação de corpos mumificados. 
A teoria dos miasmas afirmava que as doenças eram desencadeadas 
pelos ares e odores nocivos espalhados através da poluição. Nesta 
época surgiu a malária que traduzida para o italiano significa “mau ar”. 
Foi graças a essa teoria que diversas ações de saúde pública foram 
desenvolvidas como o enterro de mortos, dejetos e a coleta de lixo. 
Atualmente a teoria da saúde e doença está relacionada com o agente 
causador, o hospedeiro e o ambiente em que o hospedeiro está 
inserido. Onde diversos fatores podem ser considerados como 
desencadeadores de doenças e as mesmas são relacionadas com a 
teoria da multicausalidade, ou seja, as doenças podem ser 
desencadeadas por diversos fatores (BYNUM, 2011). 
 
Figura 2 - Teoria da multicausalidade 
Durante a Idade Média a medicina teve que enfrentar um grande 
desafio devido às religiões que passou a tratar o corpo humano como 
sagrado e portando não poderia ser tocado para estudos ou 
 
 
 6 
 
dessecações. Com isso as primeiras dessecações foram autorizadas 
somente por volta de 1400, desde que fosse realizada com corpos de 
criminosos que naquela época eram condenados a morte. 
Entretanto, após esta autorização gerar grandes problemas ilegais que 
acabaram por tratar a medicina como uma área irregular. Isto ocorreu, 
pois, diversos médicos escondiam as mortes ou aguardavam as 
execuções para em seguida roubar o corpo docondenado. Além do 
roubo de corpos, foram relatados também o roubo de esqueletos 
enforcados (MINAYO-GOMEZ et al, 2009). 
Quando estas restrições foram derrubas a medicina ganhou força e 
passou a se desenvolver juntamente com outras ciências que eram 
descobertas. Dentre estas ciências destacam-se a biologia, física, 
química e outras ciências que contribuíam para o desenvolvimento da 
medicina e suas técnicas, que só foram possíveis através de 
experimentos. 
A medicina legal também conhecida como Medicina Forense ou 
Medicina Judiciária, é conceituada como um conjunto de 
conhecimentos médicos destinados para servir o Direito. A mesma 
coopera na elaboração, interpretação, colaboração e execução dos 
dispositivos legais assimilados ao campo de atuação da Medicina 
aplicada. 
A Medicina Legal surgiu para colaborar e solucionar as questões 
existentes na sociedade, que tornou a vida em grupo menos 
conturbada. Entretanto, antes mesmo a medicina já havia ligação com 
o Direito, pois as regras do bem viver sempre dependeram da 
influência entre a fisiologia e patologia, que só podiam ser analisadas 
 
 
 7 
 
através da medicina para ser relacionados corretamente com o 
comportamento humano (MONKEN, 2008). 
O primeiro ato documentado da Medicina Legal ocorreu através da 
Tanatoscopia que foi realizada no Ditador romano Caio Júlio César que 
em março de 44 a. C. foi vítima de um ataque por Marcus Julius Brutus 
seu filho adotivo. O médico que realizou a Tanatoscopia foi Antístio que 
relatou no corpo do ditador 23 golpes de adaga, porém somente um 
deles foi mortal. 
A Medicina Legal teve uma evolução histórica dividida em cinco 
períodos sendo eles o período Antigo, Romano, Idade Média, Canônico 
e Moderno/Científico. No período da Antiguidade as necropsias e 
vivisseção eram proibidas, devido ao fato dos cadáveres serem 
sagrados. No Egito, os cadáveres eram embalsamados e quando 
ocorriam crimes sexuais, o suspeito passava por uma espécie de prova. 
Ele era amarrado em uma sala e obrigado a ver a dança de algumas 
virgens nuas, se apresentasse ereção era condenado. E essa era a 
única forma de ação da Medicina Legal naquela época (MAURO, 2004). 
No período romano houve diversos relatos, porém todos são 
considerados imprecisos na história da Medicina Legal. Entretanto, 
nesta época surgiu o Código de Hamurabi, onde os juízes não eram 
obrigados a ouvir os médicos para decretar a penalidade do condenado 
e o código de Manu que determinou o impedimento dos testemunhos 
de crianças, idosos e deficientes mentais. 
Foi neste período ainda que foi elaborado o Tratado Chinês, que 
declarou várias instruções sobre os exames post mortem, listando 
alguns antídotos para venenos. A partir deste tratado foi possível 
 
 
 8 
 
identificar e aprimorar as técnicas para descoberta dos variáveis tipos 
de veneno que eram usados naquela época para causar crimes. 
Na Idade Média os médicos foram reconhecidos como testemunhas 
especiais perante o juiz, entretanto os juízes não eram obrigados a 
ouvir os depoimentos médicos. Porém, Carlos Magno defendia a ideia 
de que os julgamentos deveriam ser baseados em pautas médicas e os 
juízes deveriam ouvir seus depoimentos nos casos de lesão corporal, 
infanticídio, tortura, estupro, impotência e outros tipos de crimes. 
Já no período Canônico a perícia médica ganhou grande importância, 
onde passou a ser obrigatória para todos os feridos levados aos 
tribunais. 
Posteriormente, algumas cartas foram criadas por Felipe e tomadas 
como juramentos na nomeação de médicos, barbeiros e parteiras, para 
o seu licenciamento como peritos nos casos de lesões corporais e 
mortes violentas (GRAZIANO et al, 2012). 
Entretanto, após esta denominação as lesões corporais ainda 
continuavam sendo realizadas de forma clandestinas por anatomistas. 
Atém que em 1374 o Papa Gregório XI, concedeu às faculdades de 
medicina a autorização para a realização de estudos anatômicos e 
clínicos em cadáveres, quebrando assim a ideia de que o corpo deveria 
ser intocável ou tratado como templo após a morte. 
Em 1575 houve a primeira publicação do livro de Medicina Legal do 
Ocidente pelo médico Ambrisé Parré, que é aclamado principalmente 
pelos franceses como o pai da Medicina Legal. Antes disso em 1521 
quando Papa Leão X veio a óbito o seu corpo foi necropsiado na França 
de forma legal para descobrir a causa de sua morte. 
 
 
 9 
 
Em seu último período, o período moderno foi publicado na Itália o 
primeiro Tratado de Medicina Legal por volta de 1620. Sendo assim, a 
área da medicina voltada para o direito ganhou grande força, após a 
comprovação da importância desta disciplina. Foi assim que em 1650 
surgiu a primeira Faculdade de Medicina Legal na Alemanha. 
É importante ressaltar que no Brasil a Medicina Legal passou somente 
por três fases, sendo estas a fase estrangeira, fase de transição e a 
fase de nacionalização. Na fase estrangeira em 1832 houve o 
estabelecimento de regras para exame de corpo de delito e ensino da 
medicina legal nas universidades da Bahia e Rio de Janeiro. Três anos 
após surgiu o primeiro relato de perícia Médico Legal no Brasil. Em 
1854 foram uniformizados os primeiros exames médico legal e criado 
o primeiro necrotério do Rio de Janeiro (IWAMOTO et al, 2008). 
Na fase de transição em 1877 foi colocada em prática a Medicina 
Médico Legal que ganhou grande força no Brasil. Em 1895 houve a 
ampliação das áreas de estudo em medicina legal e em 1934 o 
surgimento do instituto médico legal RJ. 
No século XIX as Ciências Biológicas desencadearam uma grande 
evolução no descobrimento de doenças. A partir de então, algumas 
especialidades clínicas e cirúrgicas, se aliaram a Medicina Legal no 
Brasil, que passou a ser considerada como uma forma de medicina 
aplicada. 
Atualmente no Brasil a Medicina Legal é regida pelo Código de Processo 
Penal que foi criado em 1941 e está em vigor até os dias atuais. O 
mesmo determina que as pericias sejam realizadas somente por 
peritos oficiais em território nacional. Em 1967 foi criada a Associação 
 
 
 10 
 
Brasileira de Medicina Legal, que reconheceu e regulamentou está área 
no País (COUTINHO et al, 2008). 
Noções da medicina legal 
Para adentrarmos em algumas noções relacionadas a medicina legal é 
importante ressaltar que a está área da medicina envolve não somente 
aspectos clínicos, mas também aspectos judiciais. Com isso, se faz 
necessário a conceituação de alguns termos relacionados com a 
medicina e também os aspectos jurídicos (RODRIGUES, 2009). 
Tabela 1 - Conceitos da Medicina Legal 
Ambroise Pare (Considerado o pai 
da medicina legal) 
É a arte de fazer relatórios em 
juízo. 
Adelon A medicina considerada em sua 
relação com a existência das leis 
e administração da justiça. 
Afrânio Peixoto Mistérios da justiça 
Lacassagne Arte de pôr os conceitos médicos 
a serviço da justiça. 
Le Grand du saule Resolução de todas as questões 
especiais 
Nerio rojas Problemas judiciais 
Bonnet Totalidade das ciências médicas. 
Fávero Ciências Médico biológicas 
Hélio Gomes Medico e paramédicas 
Hoffmann Administração de justiça civil e 
criminal 
 
 
 11 
 
Tourdes A medicina legal atende os 
direitos do ser humano em 
sociedade 
Buchner Ciência do médico atendendo a 
ciência do direito 
Francisco Morais silva Investigação de fatos médicos e 
biológicos 
 
Tabela 2 - Ângulos da Medicina Legal 
Histórico 
Evolução da medicina legal: 
Pericial: a medicina a serviço da 
justiça. 
Legislativa: elaboração e revisão 
das leis ligadas às ciências 
biológicas. 
Doutrinária: Discussão de 
elementos jurídicos que 
dependem das ciências médicas. 
Filosófica: ética, moral e bioética 
médica. 
Profissional 
Busca entender como a medicina 
legal é realizada na prática. 
Subdivide-a em: 
Medicina legal pericial 
CriminalísticaIdentificação 
 
 
 12 
 
Didático 
Como a medicina legal é 
estudada. Ramos de estudo da 
medicina legal. 
Medicina legal geral: 
Deontologia: Deveres e 
obrigações dos médicos. 
Diceologia: direitos 
Medicina legal especial: 
Ramos específicos. 
Doutrinário 
Define especificidades de cada 
ramo do direito. 
 
A Medicina Legal apresenta diversas áreas de atuação no âmbito 
jurídico, dentre estas atuações destacam-se o âmbito criminal que se 
refere aos operadores dos direitos como promotores, juízes, advogados 
e delegados de polícia. No âmbito civil, trabalhista e para os médicos 
e dentistas, em diversos processos legislativos relacionados com a 
profissão. 
É importante ressaltar que ao direito civil a medicina legal colabora em 
diversas questões investigando, por exemplo, paternidade, 
impedimentos matrimoniais, personalidade civil entre outros. Em 
relação ao direito penal a mesma aplica seus conhecimentos em 
atividades como lesões corporais, sexualidade criminosa, tipos de 
aborto, homicídio, embriaguez entre outros. 
Em relação direito constitucional a medicina legal colabora através da 
dissolubilidade de matrimonio, proteção à criança e maternidade. Ao 
Direito Processual Penal ela desenvolve ações de proteção a 
testemunha, confissão, acareação do acusado e da vítima. Já no direito 
 
 
 13 
 
penitenciário atua com a psicossexualidade nas prisões e livramento 
condicional. No direito trabalhista atua investigando ações de 
insalubridade, higiene, doenças e prevenção de acidentes profissionais 
(JACÓ-VILELA et al, 2009.). 
Tabela 3 - Áreas de atuação da Medicina Legal 
Área de atuação Atividade desenvolvida 
Antropologia forense Identidade e identificação. 
Traumatologia forense Lesões corporais do ponto de 
vista jurídico e as energias 
causadoras dos danos 
Sexologia forense Trata dos delitos contra a 
dignidade e liberdade sexual. 
Tanatologia Investigação da morte e do 
morto. 
Toxicologia forense Estuda venenos e cáusticos. 
Asfixiologia forense Estuda os tipos de asfixia, 
mecanismos e sinais específicos. 
Psicologia e psiquiatria forense Responsabilidade penal e 
capacidade civil. 
Medicina legal desportiva Questões médicas voltadas ao 
esporte. 
Criminalística Indícios materiais de crime 
influencia no corpo de delito; 
dinâmica do crime. 
Criminologia Estuda questões sociais 
relacionadas à pratica do delito. 
Infortunística: Estuda as doenças ocupacionais. 
Genética médico-legal Vínculo entre familiares. 
 
 
 14 
 
Vitimologia Estuda a vítima e sua 
participação ou comportamento 
no delito. 
Policiologia Científica Auxílio das investigações e 
elucidações de crimes. 
 
2 ANATOMIA E FISIOLOGIA 
A divisão do corpo humano dá-se em quatro partes sendo elas, cabeça, 
pescoço, tronco e membros. A cabeça é a extremidade superior do 
corpo que através do pescoço é unida ao tronco. O tronco é a parte 
formada pelo tórax, abdômen e suas cavidades torácicas. Já os 
membros são divididos em superiores e inferiores. Os membros 
superiores são ligados ao tronco e os inferiores são ligados a pelve. 
Nos estudos anatômicos encontram-se termos para distinguir e 
conceituar normalidades e anormalidades, nesse caso, o que é normal 
na anatomia refere-se ao que é mais comum na análise das estruturas 
do corpo humano e por essas características, considerado “sadio”, 
ainda dentro do que se diz normal, são percebidas diferenças 
morfológicas que ainda que tragam certa diferença não interfere no 
funcionamento correto de tal organismo, denominam-se variações 
anatômicas externas e internas, é importante ressaltar que o corpo 
dissecado nem sempre terá as formas idênticas as figuras e peças 
estudadas e ainda assim será considerado e visto como normal. 
Ao que se diz respeito em conceituar o que não é normal na anatomia, 
é representado por anomalias e monstruosidades. Anomalia é quando 
ocorre certa variação morfológica com perturbação funcional, 
entretanto não prejudica a função, já a monstruosidade é quando 
 
 
 15 
 
ocorre a variação morfológica sendo que esta pode comprometer a 
função, deformar o corpo e até mesmo se tornar incompatível com a 
vida. 
A descrição anatômica conta com uma posição padrão para que seja 
possível o uso da mesma linguagem nos estudos, pesquisas e tudo 
aquilo que envolva o corpo humano. 
 
Figura 3 - Posição anatômica 
 
 
 16 
 
 
Figura 4 - Planos de secção 
A secção ou plano do corpo humano se divide em três principais tipos, 
a secção sagital separa apenas lado direito e esquerdo independente 
da proporção das partes, sempre paralela ao corte mediano que se 
refere ao corte centralizado em que se obtém duas partes idênticas, 
outro tipo de secção é a frontal, resulta na divisão das partes anterior 
e posterior, por último citaremos a secção transversal, que se trata da 
divisão que resulta em parte superior e inferior. 
Além disso, o corpo humano é formado por alguns sistemas que agem 
em conjunto para assegurar a vida e o bom funcionamento do corpo. 
Os sistemas encontrados no corpo humano são os sistemas 
cardiovascular, respiratório, digestório, nervoso, sensorial, endócrino, 
excretor, urinário, reprodutor, esquelético, muscular, imunológico e 
tegumentar (FORNAZIERO et al, 2009). 
 
 
 17 
 
 
Figura 5 - Sistemas do corpo humano 
Os sistemas do corpo humano devem ser conhecidos desde, a sua 
forma até a sua funcionalidade pelo médico-legal, que deverá 
desvendar quais as causas da morte ou problema encontrado, pelas 
características diferentes encontradas durante os exames realizados no 
corpo. Portanto, é importante ressaltar que cada sistema possui órgãos 
específicos, entretanto que cada sistema e cada órgão se interligam 
uns nos outros (BRAZ, 2009). 
Sistema Nervoso 
O sistema nervoso é constituído pelo encéfalo e medula espinhal. 
Juntos, são responsáveis pelo controle e coordenação de todas as 
atividades do organismo, graças a comunicação de suas diversas 
estruturas por intermédio de impulsos elétricos, fazendo com que cada 
estímulo chegue ao seu destino (CRUZ, 2009). 
 
 
 18 
 
 
Figura 6 - Sistema nervoso 
Sistema Cardiovascular 
O sistema cardiovascular consiste no sangue, no coração e nos vasos 
sanguíneos. Para que o sangue possa atingir as células corporais e 
trocar materiais com elas, ele deve ser, constantemente, propelido ao 
longo dos vasos sanguíneos. O coração é a bomba que promove a 
circulação de sangue por cerca de 100 mil quilômetros de vasos 
sanguíneos (BRITO, 2011). 
 
 
 19 
 
 
Figura 7 - Coração 
O coração é um órgão muscular oco localizado no centro do tórax. Os 
lados direito e esquerdo do coração possuem uma câmara superior 
(átrio), que coleta o sangue, e uma câmara inferior (ventrículo), que o 
ejeta. Para assegurar que o sangue flua em uma só direção, os 
ventrículos possuem uma válvula de entrada e uma de saída. 
Além disso, o coração possui quatro camadas, sendo estas o pericárdio, 
epicárdico, miocárdio e endocárdio. Cada uma destas camadas 
apresenta uma colocação diferente no coração, sendo designadas da 
mais externa até a mais interna que é o endocárdio. O pericárdio é a 
membrana que reveste e protege o coração. Ele restringe o coração à 
sua posição no mediastino, embora permita suficiente liberdade de 
movimentação para contrações vigorosas e rápidas (BRUM, 2009). 
O miocárdio é a camada média e a mais espessa do coração. É 
composto de músculo estriado cardíaco. É esse tipo de músculo que 
permite que o coração se contraia e, portanto, impulsione sangue, ou 
o force para o interior dos vasos sanguíneos. E por fim o endocárdio é 
 
 
 20 
 
a camada mais interna do coração. É uma fina camada de tecido 
composto por epitélio pavimentoso simples sobre uma camada de 
tecido conjuntivo. A superfície lisa e brilhante permite que o sangue 
corra facilmente sobreela. O endocárdio também reveste as valvas e 
é contínuo com o revestimento dos vasos sanguíneos que entram e 
saem do coração (BRITO, 2011). 
 
 
 
 21 
 
Sistema respiratório 
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e 
por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das 
cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a 
faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os 
alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões. 
 
Figura 8 - Sistema respiratório 
Fossas nasais: São duas cavidades paralelas que começam nas 
narinas e terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por 
uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior há 
dobras chamadas cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. 
Possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e 
 
 
 22 
 
células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das vias 
aéreas, como traqueia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No 
teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo 
sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar. 
Faringe: É um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e 
comunica-se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas 
narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de 
atingir a laringe. 
Laringe: É um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, 
situado na parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O 
pomo-de-adão, saliência que aparece no pescoço, faz parte de uma 
das peças cartilaginosas da laringe. A entrada da laringe chama-se 
glote. Acima dela existe uma espécie de “lingueta” de cartilagem 
denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos 
alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. 
Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias. O 
epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, 
capazes de produzir sons durante a passagem de ar. 
Traqueia: É um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 
10-12 centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas por 
anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, originando os 
brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento 
muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em 
suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora 
(graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas. 
Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com 
aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo envolvidos por uma 
 
 
 23 
 
membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os brônquios 
ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, 
os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a 
árvore brônquica ou árvore respiratória. Cada bronquíolo termina em 
pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido 
epitelial pavimentoso) recobertas por capilares sanguíneos, 
denominadas alvéolos pulmonares. 
Diafragma: A base de cada pulmão apoia-se no diafragma, um fino 
músculo que separa o tórax do abdômen (presente apenas em 
mamíferos) promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os 
movimentos respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo 
frênico controla os movimentos do diafragma (ARBEX et al, 2012). 
Sistema Digestório 
O sistema digestório é o sistema responsável por algumas funções 
como mastigação, deglutição, metabolização e absorção dos alimentos. 
Além disso, tudo aquilo que não é aproveitado pelo nosso corpo é 
excretado ainda pelo sistema digestório (CARITÁ et al, 2007). 
 
Figura 9 - Sistema digestório 
 
 
 24 
 
A boca é formada pelas bochechas (formam as paredes laterais da face 
e são constituídas externamente por pele e internamente por mucosa), 
Palatos duro (parede superior), Palatos mole (parede posterior), Língua 
(importante para o transporte de alimentos, sentido do gosto e fala). 
É onde o alimento é ingerido e preparado para a digestão no estômago 
e intestino delgado. O alimento é mastigado pelos dentes, e a saliva, 
proveniente das glândulas salivares, facilita a formação de um bolo 
alimentar controlável. 
Os dentes são estruturas cônicas, duras, fixadas nos alvéolos da 
mandíbula e maxila que são usados na mastigação e na assistência à 
fala. Crianças têm 20 dentes decíduos (primários ou de leite). Adultos 
normalmente possuem 32 dentes secundários (TORTORA, 2016). 
A língua é o principal órgão do sentido do gosto e um importante órgão 
da fala, além de auxiliar na mastigação e deglutição dos alimentos. 
Localiza-se no soalho da boca, dentro da curva do corpo da mandíbula. 
A raiz é a parte posterior, por onde se liga ao osso hioide pelos 
músculos hioglosso e genioglosso e pela membrana glossioidea; à 
epiglote, por três pregas da mucosa; ao palato mole, pelos arcos 
palatoglossos, e a faringe, pelos músculos constritores superiores da 
faringe e pela mucosa. 
A faringe é um tubo funicular que se estende das coanas até o esôfago 
dividido em três partes: nasal (respiração), oral (respiração e 
alimentação) e laríngea (contrações musculares). Comunica-se com as 
vias nasal, respiratória e digestória. O ato da deglutição normalmente 
direciona o alimento da garganta para o esôfago, um longo tubo que 
se esvazia no estômago. Durante a deglutição, o alimento 
normalmente não pode entrar nas vias nasais e respiratórias em razão 
 
 
 25 
 
do fechamento temporário das aberturas dessas vias (ALMEIDA, 
2014). 
O esôfago é um tubo fibro-músculo-mucoso que se estende entre a 
faringe e o estômago. Localiza-se posteriormente à traqueia 
começando na altura da 7ª vértebra cervical. Perfura o diafragma pela 
abertura chamada hiato esofágico e termina na parte superior do 
estômago. A presença de alimento no interior do esôfago estimula a 
atividade peristáltica, e faz com que o alimento se mova para o 
estômago. As contrações são repetidas em ondas que empurram o 
alimento em direção ao estômago. A passagem do alimento sólido, ou 
semissólido, da boca para o estômago leva 4 – 8 segundos; alimentos 
muito moles e líquidos passam cerca de 1 segundo. 
O estomago está situado no abdome, logo abaixo do diafragma, 
anteriormente ao pâncreas, superiormente ao duodeno e a esquerda 
do fígado. É parcialmente coberto pelas costelas. O estômago está 
localizado no quadrante superior esquerdo do abdome entre o fígado e 
o baço. O estômago é divido em 4 áreas (regiões) principais: Cárdia, 
Fundo, Corpo e Piloro. Com a função de Digestão do alimento Secreção 
de suco gástrica; Secreção de hormônios gástricos; Absorção de 
pequenas quantidades de água e substancias dissolvida. 
O intestino delgado, que consiste em Duodeno, Jejuno e Íleo, estende-
se do piloro até a junção ileocecal onde o íleo une-se ao ceco, a 
primeira parte do intestino grosso. Duodeno: parte proximal, Jejuno: 
média, Ìleo: distal. Função: absorção dos nutrientes. Intestino grosso 
O intestino grosso é dividido em 4 partes principais: Ceco (cecun), Colo 
(cólun) (Ascendente, Transverso, Descendente e Sigmoide), reto e 
Ânus (COSTA, 2008). 
 
 
 26 
 
Sistema Endócrino 
Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que 
apresentam como atividade característica a produção de secreções 
denominadas hormônios, que são lançados na corrente sanguínea e 
irão atuar em outra parte do organismo, controlando ou auxiliando o 
controle de sua função. Os órgãos que têm sua função controlada e/ou 
regulada pelos hormônios são denominados órgãos-alvo 
(SANTAMARTA, 2009). 
 
Figura 10 - Sistema endócrino 
Sistema Urinário 
O sistema renal é formado pelos rins, uretra, ureteres e bexiga onde 
cada um deles tem sua função específica na produção e eliminação de 
urina. Os rins são dois órgãos localizados atrás e fora da cavidade 
peritonealna parede posterior do abdômen. Estes se encontram bem 
protegidos externamente pelas costelas e os músculos abdominais e 
costais. Cada rim possui uma glândula suprarrenal que se localiza em 
seu ápice, estes são independentes, ou seja, cada uma tem sua função 
 
 
 27 
 
em relação ao suprimento sanguíneo e inervação. Cada rim tem ainda 
um córtex que contém os nefrons. As funções dos rins consistem na 
formação de urina, excreção de resíduos, regulação de eletrólitos, 
regulação do equilíbrio ácido-básico, controle do balanço hídrico e 
pressão arterial entre outras. 
A uretra origina-se no final da bexiga e termina no pênis e na mulher 
ela termina na vagina. Os ureteres são canais tubulares compostos por 
fibras e músculos que ligam os rins na bexiga. A bexiga é um saco 
muscular que se localiza atrás do osso pubiano e tem capacidade de 
acondicionar cerca de 300-500 ml de urina (BONITO, 2013). 
 
Figura 11 - Sistema Urinário 
Sistema Musculoesquelético 
O sistema locomotor tem a função de movimento, locomoção e 
deslocamento dos seres vivos. Faz parte desse sistema um conjunto 
de ossos, músculos e articulações. O esqueleto sustenta a estrutura do 
corpo, protege os órgãos internos, armazena mineral e íons e produz 
células sanguíneas. Um corpo humano em completa formação tem em 
 
 
 28 
 
geral 206 ossos ao todo, porém podem ser encontradas fontes em que 
essa quantidade esteja com alguma variação pois a formação e 
definição deles depende de alguns fatores como faixa etária, fatores 
individuais e critérios de contagem. 
O esqueleto humano é dividido em dois grupos topograficamente, 
ossos axiais e apendiculares. Os axiais são compostos por crânio, 
coluna vertebral e caixa torácica, já os apendiculares são compostos 
dos membros superiores e inferiores, os referidos grupos são unidos 
pela cintura pélvica e escapular. 
Os músculos são constituídos pelas fibras musculares, células 
alongadas ricas em miofibrilas de proteínas, responsáveis pela 
contração muscular. Ao se contrair, o músculo ocasiona o movimento 
do corpo e ou de órgãos internos. Os músculos apresentam-se em três 
tipos: estriado esquelético (ligado ao esqueleto e com contração 
voluntária), liso (encontrado na parede dos órgãos ocos, apresenta 
contração involuntária), estriado cardíaco (possui fibras de contração 
involuntária). 
Os músculos, tendões e ossos produzem diversos tipos de movimentos 
através do trabalho que realizam em conjunto nos pontos onde existem 
articulações (SOEIRO, 2011). 
 
 
 29 
 
 
Figura 12 - Sistema esquelético 
Sistema Reprodutor Feminino e Masculino 
Cada testículo é composto por um emaranhado de tubos, os túbulos 
seminíferos, onde O sistema reprodutor masculino é o sistema 
responsável pela produção dos gametas masculinos, tal como a 
maturação e introdução destes no aparelho reprodutor feminino. Como 
processos fisiológicos relacionadas a essas funções, há a produção de 
hormônios e do sêmen. Sua forma e função estão intimamente 
relacionadas à evolução dos sistemas de acasalamento em primatas e 
ao conflito sexual entre macho e fêmea (AMÉRICO et al, 2012). 
Existem três formas de se dividirem os órgãos do sistema genital 
masculino: anatomicamente, funcionalmente ou embriologicamente. A 
divisão anatômica compreende uma parte externa e uma parte interna. 
Na parte externa, está o pênis e o escroto, tal como as camadas do 
testículo. A parte interna compreende as vias espermáticas, as 
glândulas acessórias e os testículos. É formado por diversos órgãos, os 
testículos, os epidêmios, os ductos deferentes, as glândulas seminais, 
a próstata, o ducto ejaculatório e o pênis (PINTO; PIERUCCI, 2013). 
 
 
 30 
 
 
Figura 13 - Sistema reprodutor masculino 
O sistema reprodutor feminino apresenta características diferentes de 
acordo com cada fase em que a mulher se encontra, sendo assim na 
Infância a vulva apresenta-se sem pelos, os pequenos lábios e o 
clitóris, o meato urinário e o hímen não são visíveis facilmente. As 
mamas não estão desenvolvidas e abaixo do mamilo não há saliência 
glandular. Não existe função genital (os ovários não secretam 
hormônios e não há muco na vagina). 
Já na puberdade ocorre maturação dos órgãos e liberação de alguns 
hormônios. Ocorre em média entre 11e 12 anos. Antes dos 9 anos, 
considera-se puberdade precoce e, após os 15 anos, retardada. 
Começa a produção do muco cervical no colo uterino, inicia-se a 
menarca (sangramento devido à descamação do endométrio). A 
mucosa vaginal espessa-se e se descama, produzindo um muco 
espesso e branco. 
 
 
 
 31 
 
Na idade adulta a repetição das ovulações, da puberdade até a 
menopausa, constitui-se a cada vez, tentativa de gravidez. A 
menstruação é prova evidente da não conclusão desse processo. 
 
Figura 14 - Sistema reprodutor feminino 
 
 
 
 
 32 
 
3 FISIOLOGIA DO CORPO HUMANO 
Sistema Nervoso 
O encéfalo é responsável pela transmissão de impulsos elétricos em 
um sistema que permite que cada estímulo seja enviado corretamente 
ao seu destino. A medula espinhal é o importante centro de ação 
reflexão do corpo, onde as respostas mais complexas são controladas. 
É onde se originam os trinta e um pares de nervos espinhais que saem 
da medula inervando músculos, pele e órgãos. 
Neurônios: é a unidade básica do cérebro que é responsável por 
receber as mensagens eletroquímicas (sinapse) realizada nos dendritos 
e enviá-las para o corpo realizado no axônio e ainda tem as células da 
neuroglia que tem a responsabilidade de nutrir, sustentar e proteger 
os neurônios. 
Células especializadas, denominadas neurônios, são as principais 
responsáveis pelo recebimento e transporte de informações, por meio 
de alterações elétricas que ocorrem na região da membrana conhecida 
por impulsos elétricos. 
Esses ocorrem, geralmente, da extremidade de um neurônio para a de 
outro, sendo que o local de junção entre estes é chamado de sinapse 
nervosa. Na grande parte das sinapses, os citoplasmas apresentam 
mediadores químicos: os neurotransmissores. Esses permitem a 
ocorrência destes impulsos ao se ligarem a proteínas de membrana da 
célula seguinte (CRUZ, 2009). 
 
 
 33 
 
 
Figura 15 - Neurônios 
Encéfalo é constituído de cérebro, cerebelo, e tronco encefálico, esse 
último é formado pelo mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano e 
diencéfalo. Cérebro é constituído pelos hemisférios cerebrais 
(telencéfalo) e diencéfalo. Estes primeiros são unidos pelo corpo 
caloso: uma estrutura constituída de fibras nervosas. Em cada uma 
dessas duas regiões existem divisões de determinadas áreas, 
delimitadas por sulcos mais profundos: os lobos frontais, parietais, 
temporais e occipitais. Estes se dão aos pares (um em cada 
hemisfério), e cada tipo coordena uma função específica - como a 
audição, ligada aos lobos temporais. 
A região mais externa do cérebro é denominada córtex cerebral, rico 
em corpos de neurônios e, em razão de sua tonalidade, era 
denominado “substância cinzenta”. O córtex possui áreas sensoriais, 
motoras e associativas (interpretação de sensações e elaboração de 
planos de ação). 
A região mais interna do cérebro, rica em dendritos e axônios, 
geralmente revestidos por mielina, é a substância branca, que leva 
informações ao córtex, e recebe dele instruções acerca do 
 
 
 34 
 
funcionamento do corpo. Cerebelo coordena os movimentos e a 
postura corporal, mantendo nosso equilíbrio e permitindo com que 
façamos determinadas tarefas, como andar de bicicleta. Isso só é 
possível porque ele recebe diversas informações do encéfalo e medula 
espinal. Também possui substância cinzenta externa e substância 
branca, internamente (DE KERCKHOVE, 2015). 
Tronco encefálico: é formado apenas por substância branca. 
Mesencéfalo recebe e coordena informações relativas ao tônus 
muscular e postura corporal. É, também, responsável pelos reflexosvisuais e auditivos. Ponte também auxilia em relação ao tônus 
muscular, postura e equilíbrio. Além disso, controla a respiração e 
coordena a movimentação do corpo, inclusive dos olhos e pescoço. 
Bulbo raquidiano, também chamado de medula oblonga, participa de 
processos vitais, como respiração, batimentos cardíacos e 
vasoconstrição. Medula espinal se localiza em nossas vértebras, na 
região onde estas são perfuradas. Ao contrário do cérebro e cerebelo, 
a camada cinzenta da medula encontra-se mais interna que a camada 
branca. Ela é quem recebe primeiramente as informações transmitidas 
das mais diferentes regiões do corpo, para depois encaminhá-las para 
o encéfalo. Da mesma forma, as informações oriundas deste passam 
por ela, para depois serem conduzidas às regiões específicas. . 
Além disso, a medula é responsável por reflexos rápidos em resposta 
a emergências, como retirar imediatamente a mão da tomada ao 
receber choque. Tudo isso acontece nesta região graças aos trinta e 
um nervos espinhais que contém. 
É composto pelo sistema nervoso central: constituído de encéfalo e 
medula espinal, é responsável por processar informações. E sistema 
 
 
 35 
 
nervoso periférico: com nervos, gânglios e terminações nervosas, se 
encarrega pela condução dessas informações pelo corpo (COSTA, 
2008). 
 
Figura 16 - Sistema nervoso 
Sistema Cardiovascular 
O sangue que sai do ventrículo esquerdo, rico em oxigênio, é 
impulsionado para a artéria de maior calibre do corpo: a aorta. Seu 
objetivo é alimentar as células de todos os tecidos. Para tanto, possui 
muitas artérias menores que recebem o sangue da aorta, conduzindo-
o para lugares diferentes. 
As artérias vão-se dividindo e ficando cada vez menores, até se 
tornarem arteríolas – os últimos e pequenos ramos do sistema arterial, 
que atuam como válvulas controladoras pelas quais o sangue é liberado 
para os capilares. Os capilares, por sua vez, possuem paredes 
extremamente permeáveis - o que permite a passagem de nutrientes, 
gases e substâncias para as trocas com o meio - e são capazes de 
 
 
 36 
 
dilatar-se de acordo com a necessidade do tecido irrigado (BRITO, 
2011). 
Após efetuar as trocas com o meio, o sangue, agora rico em detritos e 
gás carbônico, é recolhido pelas vênulas, que o conduzem e 
gradativamente confluem formando veias de calibre cada vez maior 
até chegar à veia cava, que o deposita no átrio direito. As finas paredes 
musculares dos átrios, no entanto, não possuem força para vencer a 
resistência muscular das artérias, porém uma vez repletos de sangue 
desencadeiam a abertura da válvula tricúspide - que se localiza entre 
o átrio direito e o ventrículo direito e, quando aberta, permite a 
passagem do sangue do átrio para o ventrículo; quando fechada, 
impede o retorno sanguíneo do ventrículo para o átrio. Como as 
paredes ventriculares são espessas e capazes de vencer a força 
vascular das artérias, o sangue é mais uma vez, empurrado para fora 
do coração (BRUM, 2009). 
Uma vez no ventrículo direito, o sangue é impulsionado para a artéria 
pulmonar, sendo posteriormente conduzido aos pulmões – onde 
efetuará importantes trocas, deixando gás carbônico e recolhendo 
oxigênio (Hematose). Entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar 
localiza-se a valva do tronco pulmonar ou semilunar, que impede o 
refluxo de sangue para o ventrículo direito. Rico em oxigênio para as 
células, o sangue necessita percorrer o organismo. Para isso, é 
novamente conduzido ao coração pela veia pulmonar, que o libera no 
átrio esquerdo. Este, valendo-se de válvulas (mitral ou bicúspide) que 
o separam do ventrículo esquerdo e impedem o refluxo sanguíneo, 
repassa o sangue para essa câmara. 
De volta ao ventrículo esquerdo, este novamente vence a força da 
potente parede aórtica para reiniciar o processo. Entre o ventrículo 
 
 
 37 
 
esquerdo e a artéria aorta encontra-se a válvula aórtica que, quando 
aberta, permite a saída de sangue para as artérias e, quando fechada, 
impede o seu refluxo. A distribuição de sangue pelo organismo recebe 
a denominação de circulação sistêmica ou grande circulação. 
A pressão com que o sangue é bombeado para as artérias precisa ser 
adequada às suas resistências e às necessidades dos tecidos. Assim, 
uma pressão abaixo do nível necessário resulta em lesões teciduais 
pela falta de oxigenação de suas células. E uma pressão contínua acima 
do nível suportável pelas paredes vasculares pode resultar no seu 
rompimento. A quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada 
minuto é denominada débito cardíaco (SILVERTHORN, 2010). 
 
Figura 17 - Circulação sistêmica 
 
 
 
 
 
 38 
 
Sistema Respiratório 
O oxigênio é suprido as células, enquanto o dióxido de carbono é 
removido dessas células através do sangue circulante. As células estão 
em íntimo contato com os capilares, cujas paredes finas possibilitam a 
passagem fácil ou a troca de oxigênio e de dióxido de carbono. O 
oxigênio difunde-se do capilar para o liquido intersticial através da 
parede capilar. Neste ponto difunde-se através da membrana das 
células teciduais onde é usado pelas mitocôndrias para a respiração 
celular. 
Após a ocorrência dessas trocas capilares teciduais, o sangue penetra 
nas veias sistêmicas (onde é denominado sangue venoso) e segue o 
seu trajeto até a circulação pulmonar. A concentração de oxigênio no 
sangue dos capilares dos pulmões é menor nos alvéolos. Em virtude 
desse gradiente de concentração, o oxigênio difunde-se dos alvéolos 
para o sangue. O dióxido de carbono, que apresenta uma maior 
concentração no sangue do que nos alvéolos, difunde-se do sangue 
para dentro dos alvéolos. O movimento de ar para dentro e para fora 
das vias respiratórias repõe o oxigênio e remove o dióxido de carbono 
continuamente das vias respiratórias e dos pulmões (CARPENITO; 
MOYET, 2009). 
Durante a inspiração, o ar flui do ambiente para dentro da traqueia, 
brônquios, bronquíolos e alvéolos. Durante a expiração o gás alveolar 
faz o mesmo trajeto em direção contraria. Os fatores físicos que 
determinam o fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões são 
coletivamente designados como mecânica da ventilação e incluem as 
variações da pressão de ar, a resistência ao fluxo de ar e a 
complacência pulmonar. 
 
 
 39 
 
Variações da pressão do ar: o ar flui de uma região de pressão mais 
alta para outra de pressão mais baixa. Durante a inspiração, o 
movimento do diafragma e de outros músculos da respiração aumenta 
a cavidade torácica e, portanto, diminui a pressão no interior do tórax 
até um nível abaixo daquela da pressão atmosférica. Em consequência 
o ar é puxado pela traqueia e pelos brônquios para o interior dos 
alvéolos. Durante a expiração, o diafragma relaxa e os pulmões se 
retraem, resultando em diminuição do tamanho da cavidade torácica. 
A seguir a pressão alveolar excede a pressão atmosférica, e o ar flui 
dos pulmões para a atmosfera. 
Resistência das vias respiratórias: é determinada pelo raio ou tamanho 
da via respiratória através da qual o ar está fluindo. Com o aumento 
da resistência é necessário um esforço respiratório maior que o normal 
para alcançar níveis normais de ventilação. Complacência: refere-se a 
elasticidade e expansividade dos pulmões e das estruturas torácicas. 
Permite o aumento do volume pulmonar quando a diferença de pressão 
entre a atmosfera e a cavidade torácica, faz com que o ar flua para 
dentro (TORTORA, 2016). 
 
 
 
 40 
 
 
Figura 18 - Fisiologia da respiração 
 
Sistema Digestório 
O processo da digestão começa com o ato da mastigação, quando 
então o alimento é fracionado em partículas pequenas que podem ser 
deglutidas e misturadas com enzimas digestivas. A deglutição começa 
com um ato voluntario que é regulado pelo centro da deglutição na 
medula oblonga do Sistema Nervoso Central (SNC). Quando o bolo de 
alimentoé deglutido, a epiglote move-se para cobrir a abertura 
traqueal e evitar a aspiração de alimento para dentro dos pulmões. 
A deglutição que impulsiona o bolo alimentar para dentro da parte 
superior do esôfago termina então como uma ação reflexa. O músculo 
liso na parede do esôfago contrai-se em uma sequência rítmica a partir 
da porção superior do esôfago, no sentido do estomago, para 
impulsionar o bolo alimentar ao longo do trato. 
 
 
 41 
 
Durante esse processo de peristalse esofágica, o esfíncter esofágico 
inferior relaxa e permite que o bolo alimentar entre no estomago. 
Durante esse processo de peristalse esofágica, o esfíncter esofágico 
interior relaxa e permite que o bolo alimentar entre no estomago. Em 
seguida o esfíncter esofágico inferior se fecha firmemente para evitar 
o refluxo do conteúdo gástrico para dentro do esôfago. 
O estomago armazena e mistura o alimento com as secreções, secreta 
um líquido altamente ácido secretado por glândulas. A função dessa 
secreção é clivar o alimento em componentes mais absorvíeis e ajudar 
na destruição de bactérias ingeridas. A pepsina é uma enzima 
importante na digestão da proteína (ALMEIDA, 2014). 
As contrações peristálticas no estomago impulsionam o conteúdo 
gástrico na direção do piloro. Como as grandes partículas de alimento 
não podem atravessar o esfíncter elas são devolvidas para o corpo do 
estomago. Dessa maneira, o alimento no estomago é agitado 
mecanicamente e clivado em partículas menores. 
A peristalse no estomago e as contrações do esfíncter pilórico 
permitem que o alimento parcialmente digerido entre no intestino 
delgado em uma velocidade que possibilite a absorção de nutrientes. 
Esse alimento misturado com secreções gástricas é chamado de quimo. 
Os hormônios neurorreguladores encontrados nas secreções gástricas 
controlam a motilidade gástrica e as secreções gástricas. 
Com o quimo no intestino delgado, as secreções duodenais, ou seja, 
originadas nos órgãos acessórios – pâncreas, fígado e vesícula biliar e 
das glândulas na parede do próprio intestino são misturadas com o 
quimo. Essas secreções contêm enzimas digestivas secretadas pelo 
pâncreas: tripsina, ajuda na digestão da proteína; amilase, que ajuda 
 
 
 42 
 
na digestão do amido; e a lipase, que ajuda na digestão dos lipídios. 
Secretadas pelo fígado e armazenado na vesícula biliar a bile, auxilia 
na emulsificação das gorduras ingeridas facilitando sua digestão e 
absorção. 
No intestino delgado ocorrem dois tipos de contrações: as de 
segmento, que produzem as ondas de mistura que movimentam o 
conteúdo intestinal para frente e para trás em um movimento de 
trituração. E a peristalse intestinal, que impulsiona o conteúdo do 
intestino delgado no sentido do cólon. Ambos os movimentos são 
estimulados pela presença do quimo. 
No intestino grosso as bactérias são um componente importante que 
ajudam a terminar a clivagem do material residual, principalmente das 
proteínas e sais minerais não digeridos. São liberados dois tipos de 
secreções: a solução eletrolítica, uma solução de bicabornato que age 
para neutralizar os produtos finais formados pela ação bacteriana. E o 
muco, que protege a mucosa contra o conteúdo Inter luminal e fornece 
adesão para a massa fecal. A atividade peristáltica lenta e fraca move 
o conteúdo ao longo da via e permite a reabsorção eficiente de água e 
eletrólitos. Com isso o material digerido chega ao reto para ser 
excretado em formato de fezes (CARVALHO, 2011). 
 
 
 43 
 
 
Figura 19 - Fisiologia do sistema digestório 
 
Sistema Endócrino 
Hipófise: é responsável pela liberação de vários hormônios essenciais 
como o do crescimento e a prolactina que estimula a produção de leite 
pelas glândulas mamárias e o aumento das mesmas. 
 
 
 44 
 
 
Figura 20 - Glândula hipófise 
 
Adenohipófise: A parte anterior da hipófise, a adenohipófise, é 
composta de tecido epitelial glandular e é altamente vascular e 
constituída de células epiteliais de tamanho e forma variados, dispostas 
em cordões ou folículos irregulares. Sintetiza e libera pelo menos oito 
hormônios importantes: Somatotropina (STH), envolvida no controle 
do crescimento do corpo; Mamotropina (LTH), que estimula o 
crescimento e a secreção da mama feminina; Adrenocorticotropina 
(ACTH), que controla a secreção de alguns hormônios corticais da 
glândula suprarrenal; Tirotrofina (TSH), que estimula a atividade da 
glândula tireoide; Hormônio estimulador do folículo (FSH), que 
estimula o crescimento e a secreção de estrógenos nos folículos 
ováricos e a espermatogênese nos testículos; Hormônio das células 
intersticiais (ICSH), que ativa a secreção de andrógenos através do 
testículo; Hormônio Luteinizante (LH), que induz a secreção de 
progesterona pelo corpo lúteo; Hormônio estimulador de melanócitos 
(MSH), que aumenta a pigmentação cutânea (SANTAMARTA, 2009). 
Neurohipófise: O lobo posterior da hipófise é uma evaginação 
descendente do assoalho do diencéfalo. A porção posterior da hipófise 
 
 
 45 
 
é composta por tecido nervoso e, portanto, é chamada de 
neurohipófise. Sintetiza dois hormônios: Vasopressina (ADH), 
antidiurético, que controla a absorção de água através dos túbulos 
renais; Ocitocina, que promove a contração do músculo não estriado 
do útero e da mama. Os dois hormônios da neurohipófise são 
produzidos no hipotálamo e transportados no interior do infundíbulo 
(haste hipofisária) e armazenados na glândula até serem utilizados. Os 
impulsos nervosos para o hipotálamo estimulam a liberação dos 
hormônios da neurohipófise. 
 Hipotálamo: regula determinados processos metabólicos, 
temperaturas corporais, fome, sede e sono. Importante na homeostase 
corporal e é o principal centro da expressão emocional como o humor 
e do comportamento sexual, influenciando em funções tão diversas 
como o metabolismo, a reprodução, as respostas aos estímulos 
agressivos e à produção de urina. O hipotálamo está intimamente 
relacionado com a hipófise no comando das atividades. Ele controla a 
secreção hipofisária, produz ocitocina e hormônio antidiurético, que 
são armazenados pela hipófise (BILA, 2007). 
 
a) Controle Vegetativo e Endócrino 
Regulação cardiovascular é alteração da pressão arterial e 
frequência cardíaca; 
Regulação da temperatura: a temperatura do sangue que passa 
pelo hipotálamo regula a atividade dos neurônios, aumentando assim 
a atividade e temperatura, regulando-a; 
 
 
 46 
 
Regulação hídrica: controla a água corporal através da sensação de 
sede e perda de água pela urina. 
Contração uterina e ejeção de leite é o hipotálamo produz ocitocina, 
que controla essas duas atividades. Controle hipotalâmico: o 
hipotálamo estimula a hipófise secretar hormônios (RODRIGUES, 
2009). 
 
b) Função Comportamental 
As áreas do hipotálamo como hipotálamo lateral, ventromedial e 
periventricular estão relacionados com a sensação de sede, fome, 
agressividade, tanto produção dessas sensações quanto sensação de 
saciedade. A área periventricular está relacionada com sensação de 
medo e punição. A atividade sexual é estimulada principalmente pelas 
regiões anteriores e posteriores. 
Tireoide: É uma estrutura de dois lobos localizada no pescoço (em 
frente à traqueia) e produz hormônios, principalmente tiroxina (ou 
Tetraiodotironina - T4) e triiodotironina (T3), que regulam a taxa do 
metabolismo e afetam o aumento e a taxa funcional de muitos outros 
sistemas do corpo, e é controlada principalmente pelo TSH (hormônio 
estimulante da tireoide) que é secretado pela hipófise anterior. O iodo 
é um componente essencial tanto do T3 quanto do T4. A tireoide 
também produz o hormônio calcitonina, que possui um papel muito 
importante na homeostase do cálcio, suprindo a reabsorção óssea. 
A glândula tireoide se desenvolve do endoderma associada à parte 
faríngea do tubo digestivo e sua principalfunção é a regulação do 
metabolismo corporal, ela ainda pode interferir no desenvolvimento e 
 
 
 47 
 
crescimento normais. Quando existe alguma anormalidade no aumento 
de tamanho dessa glândula, surge o bócio. O TSH e os hormônios 
tireoidianos fetais são importantes para o desenvolvimento do sistema 
nervoso central e do esqueleto ainda no crescimento intrauterino 
(DELATTRE, 2009). 
Suprarrenais: são principalmente responsáveis pela liberação de 
hormônios em resposta ao stress através da síntese e liberação de 
hormônios corticosteroides, como o cortisol, e de catecolaminas, como 
a adrenalina. Estimulam a conversão de proteínas e gorduras em 
glicose, ao mesmo tempo em que diminuem a captação de glicose 
pelas células, aumentando, assim, a utilização de gorduras e afetam 
no funcionamento dos rins. 
Uma glândula suprarrenal seccionada revela um córtex externo, de cor 
amarela e formando a massa principal, e uma fina medula vermelho-
escuro, formando cerca de 10% da glândula. A medula é 
completamente envolvida pelo córtex, exceto no seu hilo. 
O córtex suprarrenal é uma fina camada externa (periférica), mostra 
três zonas celulares: as zonas glomerulosa (mais externa), fasciculada 
(mais larga) e reticulada (mais interna). O córtex secreta os hormônios 
chamados esteroides. 
Zona Glomerulosa: Produzem aldosterona (mineralocorticoide), que 
tem função importante na regulação do volume e da pressão do 
sangue, e na concentração do equilíbrio eletrolítico do sangue. Em 
geral, a aldosterona retém o sódio e a água e elimina potássio 
(TODOROV, 2012). 
 
 
 48 
 
Zona Fasciculada: Produzem hormônios que mantêm o equilíbrio dos 
carboidratos, proteínas e gorduras (glicocorticoides). O principal 
glicocorticoide é o cortisol. 
 
Zona Reticulada: Podem produzir hormônios sexuais (progesterona, 
estrógenos e andrógenos). 
O córtex é essencial para a vida; a remoção completa é letal sem 
terapia de substituição. Também exerce considerável controle sobre os 
linfócitos e tecido linfático. 
 
Medula Supra-renal: 
A medula da supra-renal secreta dois hormônios: 
1. Epinefrina (Adrenalina), que possui efeito acentuado sobre o 
metabolismo de carboidratos; 
2. Norepinefrina (Noradrenalina), que produz aceleração do coração 
vasoconstrição e pressão sanguínea elevada. 
Esses hormônios são classificados como aminas e por estarem no 
grupo químico chamado. catecol, são denominadas catecolaminas. 
Esses hormônios são produzidos em emergências e estresse, 
produzindo os seguintes efeitos (além dos descritos acima): 
Conversão de glicogênio em glicose no fígado; 
Elevação do padrão metabólico. 
Pâncreas: Produz muitos hormônios importantes, como a insulina que 
transporta a glicose para dentro da célula, o glucagon que aumenta a 
 
 
 49 
 
glicemia (nível de glicose no sangue). As células que produzem esses 
hormônios são denominadas ilhotas pancreáticas (Langerhans). 
O pâncreas humano pode conter mais de um milhão de ilhas, 
geralmente mais numerosas na cauda. Essas ilhotas possuem dois 
tipos de células: os endocrinócitos alfa, que produzem glucagon e os 
endocrinócitos beta que produzem insulina. 
Ação da insulina: diminui os níveis de glicose através de dois 
mecanismos: 1) aumenta o transporte de glicose do sangue para o 
interior das células; 2) estimula as células a queimar glicose como 
combustível. A insulina é o único hormônio que diminui a glicose 
sanguínea. 
Ação do glucagon: esse hormônio aumenta a glicose sanguínea de duas 
maneiras: 
1. Estimulando a conversão de glicogênio em glicose no fígado; 
2. Estimulando a conversão de proteínas em glicose (DA ROSA, 2019). 
 
Figura 21 - Características pancreáticas 
 
 
 50 
 
 
Gônadas: testosterona é a mais importante, ela é responsável pelo 
desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas e 
pela espermatogênese, produzida pelos testículos. Os ovários secretam 
dois tipos de hormônios: estrógeno e progesterona. O estrógeno 
promove desenvolvimento das características sexuais secundárias 
femininas, a fase proliferativa do ciclo menstrual, ovogênese e 
ovulação e muitas mudanças durante a gravidez. A progesterona 
promove a fase secrecional (lútea) do ciclo menstrual, preparação do 
útero para gravidez e preparação das mamas para lactação. 
Ovários: produzem dois hormônios sexuais femininos: o estrógeno e a 
progesterona. Esses hormônios participam do desenvolvimento e do 
funcionamento dos órgãos genitais femininos e da expressão das 
características sexuais femininas, sendo que tais características se 
desenvolvem principalmente em resposta ao estrógeno. Elas incluem: 
Desenvolvimento das mamas; 
• Distribuição da gordura nos quadris, coxas e mamas; 
• Distribuição de pelos em áreas específicas do corpo; 
• Maturação de órgãos genitais; 
• Fechamento das cartilagens epifisiais dos ossos longo/s. 
 
Tanto o estrógeno como a progesterona são controlados por hormônios 
de liberação no hipotálamo, e pelas gonadotropinas da adenohipófise. 
O principal hormônio secretado pelos testículos é a testosterona, que 
auxilia na maturação dos espermatozoides e é responsável pelas 
características sexuais masculinas, tais como: 
• Crescimento e desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos; 
 
 
 51 
 
• Crescimento musculoesquelético; 
• Crescimento e distribuição dos pelos; 
• Aumento da laringe, acompanhado por alterações da voz. 
 
A secreção da testosterona é controlada por hormônios de liberação 
produzidos no hipotálamo, e pelos hormônios luteinizantes da 
adenohipófise. 
O timo possui determinadas funções secretoras hormonais e linfáticas 
(produzindo linfócitos T). Ele varia de tamanho e atividade, 
dependendo da idade, doença e do estado fisiológico, mas permanece 
ativo mesmo na idade avançada. Ao nascimento pesa cerca de 10 a 
15g, crescendo até a puberdade, quando ele pesa de 30 a 40gm, ou 
seja, apresenta- se muito maior na criança do que no adulto, sendo 
que após a puberdade, a glândula involui, ou se torna menor, sendo 
substituído por tecido conjuntivo a adiposo. No início da vida, ele é de 
cor cinza-róseo, mole e finamente lobulado, constituído em dois lobos 
piramidais iguais, unidos por tecido conectivo frouxo. Após a meia 
idade, o timo torna-se amarelado devido à sua gradual substituição por 
tecido adiposo (SANTAMARTA, 2009). 
 
 
 52 
 
 
Figura 22 - Gônadas masculina 
O timo tem a função de produzir diversas substâncias (inclusive 
hormônios) que regulam a produção de linfócitos, a diferenciação e as 
atividades no timo. Essas substâncias incluem quatro polipeptídeos 
principais quimicamente bem distribuídos: timulina, timopoetina, 
timosina alfa I e timosina beta IV. 
A timulina é produzida dentro do timo e precisa da presença de zinco 
para a atividade funcional (reage exclusivamente com as células T). A 
timopoetina intensifica diversas funções da célula T. A timulina e a 
timopoetina agem sistematicamente para dar regulação imune 
perfeitamente ajustadas das células T, auxiliando a manutenção do 
equilíbrio entre as atividades de seus diferentes subconjuntos. As 
atividades da timosina alfa I e beta IV não são bem claras. Sabe-se 
que as timosinas promovem maturação dos linfócitos no interior do 
timo e estimulam o desenvolvimento e a atividade dos linfócitos no 
desempenho de suas funções linfáticas por todo corpo (BRANDI, 2010). 
 
 
 53 
 
Frequentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, 
formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema 
nervoso pode fornecer ao sistema endócrino informações sobre o meio 
externo, enquanto o sistema endócrino regula a resposta interna do 
organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino em 
conjunto com o sistema nervoso atua na coordenação e regulação das 
funções corporais (DELATTRE, 2009). 
 
3.6 Sistema UrinárioNa fisiologia do sistema urinário é importante compreendermos desde 
o seu princípio que se relaciona com a produção da urina. A urina é 
produzida nos rins em diversas fases que permite eliminar diversos 
resíduos do organismo. Entretanto, é importante ressaltar que os rins 
possuem outras funções relevantes como a regulações, 
nomeadamente iônicas acidobásicas. 
A primeira fase da formação urinaria é a filtragem sanguínea, onde o 
sangue passa pelos capilares porosos que se encontram nos tubos 
urinários. Com isso pequenas moléculas são capazes de atravessar as 
paredes dos capilares e são recolhidas pelo tubo urinário. A partir de 
então o conteúdo filtrado é chamado de urina primaria e possui 
características bem próximas do plasma sanguíneo. 
A partir da filtragem ocorre a reabsorção que se processa nos tubos 
contornados e fundamentalmente no tubo contornado proximal. 
Permite o refluxo na circulação sanguínea de moléculas e íons 
indispensáveis ao organismo. Estes transportes são frequentemente 
associados a uma reabsorção de água; alguns requerem a utilização 
de energia celular enquanto outros transportes decorrem de forma 
 
 
 54 
 
passiva. Os principais íons reabsorvidos são os seguintes: cloreto, 
sódio e potássio (KAWAMOTO; CAMPOS, 2014). 
A bexiga é considerada como o órgão que guarda e armazena por 
tempo determinado, sendo assim uma hora ou outra a urina deverá 
ser eliminada. Entretanto é importante ressaltar que as características 
da bexiga alteram de acordo com o volume de urina que se encontra 
em seu interior. 
Quando vazia, a bexiga está localizada inferiormente ao peritônio e 
posteriormente à sínfise púbica, já quando cheia, ela se eleva para a 
cavidade abdominal. É um órgão muscular oco, elástico que, nos 
homens situa-se diretamente anterior ao reto e, nas mulheres está à 
frente da vagina e abaixo do útero. Quando a bexiga está cheia, sua 
superfície interna fica lisa. 
Na saída da bexiga urinária é encontrado o músculo chamado de 
esfíncter que é capaz de se contrair involuntariamente e prevenindo 
assim o esvaziamento da bexiga. Permitindo que o indivíduo possa 
controlar a liberação urinária. Entretanto, essa capacidade de conter a 
urina é limitada, onde a bexiga só é capaz de suportar no máximo 
800ml de urina. Por fim a uretra é um tubo que conduz a urina da 
bexiga para o meio externo, sendo revestida por mucosa que contém 
grande quantidade de glândulas secretoras de muco. A mesma se abre 
através do óstio externo da uretra (BONITO, 2013). 
 
 
 55 
 
 
Figura 23 - Fisiologia renal 
 
As células corporais necessitam de líquido extracelular para funcionar 
de forma adequada e sua concentração ocorre de acordo com a 
quantidade adequada de eletrólitos e outros solutos. É o rim que varia 
as proporções relativas entre o soluto e a água encontrada na urina. 
Sendo assim os rins liberam o excesso de água. 
É importante ressaltar que o hormônio antidiurético denominado de 
vasopressina representa a necessidade de eliminar a urina diluída. O 
rim forma urina concentrada através da excreção contínua de solutos, 
enquanto a reabsorção de água aumenta, com a consequente 
diminuição do volume de urina formada. Embora múltiplos mecanismos 
controlem a quantidade de sódio e água excretada pelos rins, os 
principais sistemas de controle são o sistema do ADH e o mecanismo 
da sede. Sistema musculoesquelético (ORSOLIN, 2009). 
 
 
 56 
 
Os ossos são formados pelo tecido ósseo, este tem como principal 
célula os osteócitos e como substância intercelular a matriz óssea 
(formada por sais de cálcio, fósforo e pela proteína colágena). 
Associada ao tecido ósseo encontra-se o tecido cartilaginoso 
(revestindo as epífises ósseas) tecido conjuntivo formando o periósteo 
e tecido hematopoiético (representado pelas medulas vermelha e 
amarela) (BONITO, 2013). 
Sistema Musculoesquelético 
a) Classificação dos ossos 
Os ossos passam por algumas classificações afins de que sejam 
devidamente conhecidos e facilite a identificação dos mesmos. 
A primeira classificação será referente aos ossos longos, planos e 
curtos. Os Longos são aqueles em que o comprimento é notavelmente 
maior que a sua largura e espessura (alguns exemplos, fêmur, úmero, 
falanges), estes possuem duas extremidades (epífises) e um corpo 
(diáfise), o osso longo é considerado tubular por ter no interior de seu 
corpo uma cavidade (canal medular), responsável pelo 
armazenamento de medula óssea, outra característica se trata de que 
se ainda em desenvolvimento ou crescimento, é possível identificar 
cartilagem entre as extremidades e o corpo dos ossos. Os Planos são 
aqueles em que o comprimento e largura são similares e prevalecem a 
espessura (alguns exemplos são os ossos do crânio como o frontal e 
occipital e de outras partes como a escápula). Os Curtos são aqueles 
quem que o comprimento, a largura e a espessura são similares 
(alguns exemplos são os ossos do tarso e carpo). 
 
 
 57 
 
 
 
Figura 24 - Osso longo 
Existem ainda ossos que não se enquadram nessa primeira 
classificação devido suas características diferentes, por esse motivo 
houve a necessidade de uma segunda classificação, esta será referente 
aos ossos irregulares, pneumáticos e sesamóides. Os irregulares são 
aqueles que possuem forma indefinida e morfologia incompreensível 
(alguns exemplos são as vértebras e osso temporal). Os pneumáticos 
são aqueles que possuem cavidade podendo ter mais de uma, essas 
são denominas seio, possuem mucosa e são condicionados para a 
passagem de ar (alguns exemplos são ossos do crânio como o frontal, 
este possui seios frontais). Os sesamóides são aqueles que se formam 
de maneira natural em tendões que são muito estimulados, causando 
certa tensão e estresse no local, desta forma o corpo entende que haja 
necessidade da calcificação de algum nódulo, podem ser encontrados 
nas palmas e plantas (o exemplo natural e presente na anatomia dos 
 
 
 58 
 
seres humanos é a patela). Observe abaixo imagens que facilitarão a 
compreensão. 
 
Figura 25 - Tipos de ossos 
 
b) Articulações 
As articulações são os pontos de contato entre os ossos que formam o 
esqueleto. Na maioria das vezes permitem o deslizamento de uma 
superfície óssea sobre a outra possibilitando os movimentos corporais. 
Muitos delas possuem ainda ligamentos, cordões fibrosos que prendem 
um osso a outro. 
Estas se classificam em móveis que também podem ser chamadas 
diartroses. Permitem movimentos que podem ser bastante amplos 
(como a articulação do ombro com o braço) ou apenas para frente e 
para trás (como a articulação do joelho). São as articulações mais 
complexas do corpo, uma vez que possuem cartilagens revestindo os 
ossos para absorver impactos e diminuir os atritos; a própria 
articulação é revestida por uma cápsula fibrosa (membrana sinovial) 
repleta de um liquido gelatinoso chamado Sinóvia. A articulação móvel, 
 
 
 59 
 
também chamada de ligação sinovial, pode ser reforçada por 
ligamentos. 
Já as semimóveis que também podem ser chamados de anfiartroses, 
promovem movimentos discretos ás vezes imperceptíveis. As 
articulações entre as vértebras da coluna são exemplos. 
Em contrapartida as articulações imóveis não proporcionam nenhum 
movimento. Não possuem cápsulas nos ligamentos articulares, as 
superfícies ósseas se tocam diretamente sendo por isso chamados de 
suturas. As linhas denteadas entre os ossos do crânio são exemplos. 
O sistema muscular é o conjunto de todos os músculos do organismo 
que nos permitem realizar ações voluntárias (correr, andar, pular), 
executar os movimentos respiratórios, os batimentos cardíacos, o 
peristaltismo, promover as expressões faciais, etc. Os músculos podem 
ser lisos (contração lenta e involuntária), estriado cardíaco (contração 
rítmica, rápida e involuntária) e estriados esqueléticos (contração 
rápida e voluntária)(MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). 
c) Estrutura dos Músculos Esquelético 
Os músculos esqueléticos são formados pelo agrupamento de inúmeras 
fibras musculares. Estas são longas e finas, polinucleadas de contração 
rápida e voluntária. As fibras musculares se agrupam em feixes e o 
agrupamento destes formam o músculo. A unidade funcional do 
músculo esquelético é o sarcômero, formado pela organização das 
proteínas contrateis actina e miosina (miofibrilas). A contração dos 
sarcômeros promove a contração do músculo como um todo. 
É importante o estudo da função e localização de alguns músculos. Nos 
membros superiores temos: Bíceps braquial (localiza-se na parte 
 
 
 60 
 
anterior do braço e promove a flexão do antebraço sobre o braço) e 
tríceps braquial (localiza-se na parte posterior do braço e promove a 
extensão do antebraço). No tronco temos: Músculos da face 
(promovem as expressões faciais e a mastigação); Trapézio (promove 
o levantamento dos ombros); Deltóide (promove a abdução do braço); 
peitoral maior (promove a flexão do braço). 
Nos membros inferiores temos: Quadríceps femoral (localiza-se na 
parte anterior da coxa e promove a extensão da perna); Sartório ou 
Costureiro (promove a flexão da coxa sobre o quadril); Gastrocnêmio 
(é a batata da perna e promove a flexão plantar). 
No Sistema Muscular observa-se que os músculos se distribuem aos 
pares, em outras palavras, se um músculo faz determinada ação (por 
exemplo, o Bíceps braquial que faz a extensão do antebraço) existe um 
outro que faz a ação contrária (por exemplo, o Tríceps braquial que faz 
a extensão do antebraço). Estes músculos são ditos agonista (que faz 
a ação) e antagonista (que faz a ação contrária). Para que um 
movimento ocorra é necessária a contração do agonista e o 
relaxamento do antagonista para o movimento de alavanca sobre a 
articulação. 
O músculo utiliza a respiração aeróbica (glicose + oxigênio) para gerar 
energia, porem quando o músculo é muito exigido ele passa a fazer 
também respiração anaeróbica (fermentação lática, que usa o lactato 
+ H20 para gerar energia) para obter mais energia; nesse processo 
obtém-se também o ácido lático que causa a câimbra (TORTORA, 
2016). 
 
 
 
 61 
 
Sistema Reprodutor Feminino e Masculino 
Cada testículo é composto por um emaranhado de tubos, os túbulos 
seminíferos, onde ocorre a formação dos espermatozoides 
(espermatogênese). Em meio aos túbulos seminíferos, as células 
intersticiais ou de Leydig (nomenclatura antiga) produzem os 
hormônios sexuais masculinos, sobretudo a testosterona, responsáveis 
pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres 
sexuais secundários. A produção de gametas e hormônios começa na 
puberdade (PINTO; PIERUCCI, 2013) 
Trata-se das bolsas que seguram o testículo em posição afastada do 
corpo. Sua funcionalidade, para além da sustentação dos testículos é 
essencial no processo reprodutivo. O escroto é o responsável pelo 
desenvolvimento de temperaturas adequadas para a formação de 
espermatozoides férteis. Um espermatozoide leva cerca de 70 dias 
para ser produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente 
na temperatura normal do corpo (36,5°C). Assim, os testículos se 
localizam na parte externa do corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem 
a função de termorregulação (aproximam ou afastam os testículos do 
corpo), mantendo-os a uma temperatura geralmente em torno de 1 a 
3 °C abaixo da corporal, garantindo assim a temperatura ideal para a 
formação dos espermatozoides como já foi referido (AMÉRICO et al, 
2012). 
O pênis é um Órgão copulador que possui em seu interior três cilindros 
de tecido esponjosos (os corpos cavernosos), formado por veias e 
capilares sanguíneos modificados. Os corpos cavernosos ao se encher 
de sangue provocam a ereção do pênis. A região anterior do pênis 
forma a glande, onde a pele é fina e apresenta muitas terminações 
nervosas, o que determina grande sensibilidade à estimulação sexual. 
 
 
 62 
 
A glande é recoberta por uma prega protetora de pele chamada 
prepúcio, às vezes removida cirurgicamente por meio da circuncisão. 
O epidídimo é uma estrutura em forma de C, constituída de cabeça, 
corpo e cauda, situada na margem posterior de cada testículo. Além 
de atuar como via condutora de gametas também armazena 
espermatozoides até o momento da ejaculação. É no epidídimo que os 
espermatozoides sofrem a maturação durante seu desenvolvimento, 
que ocorre aproximadamente em 2 meses, são dois tubos enovelados 
que partem dos testículos, onde os espermatozoides são armazenados. 
Lá eles terminam a sua maturação (adquirem o flagelo, ganhando 
mobilidade) e ficam lá até a hora da eliminação durante o ato sexual. 
O ducto ejaculatório é formado pela junção do ducto deferente com o 
ducto da vesícula seminal. O ducto ejaculatório também constitui via 
condutora de gametas, porém possui menor dimensão e calibre do que 
as demais vias condutoras de espermatozoides. Seu trajeto passa pelo 
interior da próstata. 
O ducto deferente é o prolongamento da cauda do epidídimo, sendo a 
estrutura responsável pela condução do espermatozoide até o ducto 
ejaculatório, dois tubos que partem dos epidídimos, circundam a 
bexiga urinária e unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as 
vesículas seminais. 
A fisiologia do sistema reprodutor feminino deve ser entendida a partir 
do ciclo menstrual, que é uma hemorragia uterina cíclica devido à 
espoliação do endométrio (camada interna do útero). Inicia-se no 
primeiro dia do ciclo e termina no primeiro dia da menstruação 
seguinte e tem variação de uma mulher para a outra (20 a 40 dias e 
em média 28 dias). 
 
 
 63 
 
Ocorre devido às influências hormonais; dois hormônios são liberados 
pela hipófise (FSH, hormônio folículo estimulante, e LH, hormônio 
luteinizante) e dois hormônios liberados pelo ovário (estrogênio e 
progesterona). 
O ciclo menstrual ainda é dividido em algumas fases, sendo a primeira 
fase chamada de fase proliferativa que vai do primeiro dia da 
menstruação até o dia em que ocorre a ovulação. Nesta fase há o 
amadurecimento do óvulo que será expulso do Folículo de Graf, sendo 
que esse irá migrar para o ovário (ovulação). O endométrio atinge o 
máximo de espaçamento, fica bastante vascularizado. Os hormônios 
que atuam nesta fase são: FSH e estrogênio. A ovulação ocorre 14 dias 
antes do primeiro dia da menstruação vindoura. 
A segunda fase é chamada de secretora e vai do momento da ovulação 
até o 1° dia da menstruação e durará mais ou menos 14 dias. Devido 
à ação da progesterona, o endométrio permanece aderido ao útero. 
Já a terceira fase é chamada de menstrual ou espoliativa, onde caso 
não haja fecundação do óvulo, haverá descamação do endométrio e 
ocorrerá então o sangramento vaginal (menstruação); logo após o ciclo 
inicia-se novamente. 
Quando a mulher não menstrua mais entra na fase que chamamos de 
climatério ou menopausa, a mesma ocorre entre os 45 anos e os 50 
anos, em média, há alterações hormonais e não ocorre mais ovulação. 
Pode ocorrer bruscamente ou por etapas, inicia-se com espaçamento 
das menstruações, seguindo-se períodos longos de amenorreia até a 
suspensão completa do ciclo. Podem ocorrer alterações de 
comportamento até mesmo manifestações físicas (PINTO; PIERUCCI, 
2013). 
 
 
 64 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
ALMEIDA, Rosiney Rocha et al. Avaliação de objetos de aprendizagem 
sobre o sistema digestório com base nos princípios da Teoria Cognitiva 
de Aprendizagem Multimídia. Ciência & Educação (Bauru), v. 20, n. 
4, p. 1003-1017, 2014. Disponível: < 
https://www.redalyc.org/pdf/2510/251032706015.pdf>. Acesso 31 de 
Julho de 2019. 
AMÉRICO, Juliana Heloisa Piné et al. Desreguladores endócrinos no 
ambiente e seus efeitos na biota e saúde humana. Pesticidas: 
Revista de Ecotoxicologia e Meio Ambiente, v. 22, 2012.

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