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WL-P & R-51-TGE-02-Conceito de Sociedade - Origem-002

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Waldeck Lemos 
Perguntas & Respostas 
 
Disciplina: 
Teoria Geral do Estado 
Folha: 
1 de 2 
 
Perguntas & Respostas/WLAJ/DP 
QUESTÕES 
 
Fonte: CRETELLA JUNIOR, J. e CRETELLA NETO, J. - 1.000 Perguntas e Respostas Sobre Teoria Geral do 
Estado – Editora Forense Jurídica (Grupo GEN). 
 
CAPÍTULO 02 - CONCEITO DE SOCIEDADE - ORIGEM 
 
01) Quais os principais filósofos, ao longo da História, partidários da corrente de pensamento contratualista? 
R.: Os principais filósofos dessa corrente foram/são: a) o grego Platão (século IV a.C.), que se refere a uma 
sociedade racionalmente construída, isenta de impulsos naturais que a instituíram; b) o inglês Thomas Moore 
(século XVI), que descreve uma sociedade ideal, em que inexistem os males que considerava afetar todas as 
sociedades; c) o italiano Tommaso Campanella, também no século XVI, cuja obra A Cidade do Sol descrevia uma 
sociedade utópica, à semelhança do que fizera Thomas Morus, na obra Utopia; e d) o inglês Thomas Hobbes 
(século XVII), cuja obra O Leviatã é considerada a primeira sistematização da doutrina contratualista. 
 
02) Quais as principais idéias de Hobbes? 
R.: Para Thomas Hobbes (1588 - 1679), cuja obra fundamental é Leviatã, publicada em 1651, os homens vivem, 
inicialmente, sem poder e sem organização (isto é, nascem num estado da natureza), que somente vêm a surgir 
depois que estes estabelecem entre si um pacto, que estabelece as regras de convívio social e de subordinação 
política. O motivo pelo qual firmam este pacto encontra-se na convicção de que, não o fazendo, caminharão para 
a mútua destruição, em virtude da tensão que existe nas relações sociais. Essa tensão, se não for devidamente 
coibida (pelo Estado, cujo poder resulta desse pacto), impelirá os homens ao conflito aberto. Para Hobbes, no 
entanto, o conflito não deriva, em princípio, dos bens que o homem possui, e sim, da honra, que é constituída pelo 
poder que detém, ou pelo respeito que a ele devotam os semelhantes. Em resumo, para Hobbes: a) o homem é 
artífice de seu destino, não Deus ou a natureza; b) o homem pode conhecer sua condição atual, miserável, e 
também os meios para alcançar a paz e a prosperidade; c) somente por meio do contrato pode o homem 
organizar-se em sociedade. 
 
03) Quando começaram a ser contestadas as idéias absolutistas de Hobbes? 
R.: As idéias de Hobbes passaram a ser contestadas a partir do final do século XVII, por John Locke (1632 - 1704), 
considerado o fundador da doutrina denominada empirismo, segundo a qual todo o conhecimento deriva da 
experiência. Suas obras fundamentais são: Cartas Sobra a Tolerância, Ensaio Sobre o Entendimento e Dois 
Tratados Sobra o Governo Civil. Locke é conhecido pela doutrina da fábula rasa do conhecimento, formulada 
como crítica à doutrina das idéias inatas, concebida por Platão e retomada por René Descartes. Locke, no entanto, 
é também, um contratualista. A oposição verdadeiramente acentuada a Hobbes começou no século XVIII, na 
França, com as idéias preconizadas por Montesquieu e por Rousseau. 
 
04) Em que difere, fundamentalmente, a teoria de Locke da de Hobbes? 
R.: Para Locke, no estado de natureza, já eram os homens dotados de razão, e desfrutavam da propriedade que, 
num significado primitivo e genérico, designava a vida, a liberdade e os bens como direitos naturais do ser 
humano. Num sentido estrito, Locke passa a empregar o conceito de propriedade como o domínio sobre bens 
móveis e imóveis. Para Hobbes, a propriedade inexistia no estado de natureza, sendo instituída pelo Estado--
Leviatã após a constituição da sociedade civil; tendo criado a propriedade, poderia o Estado, também, suprimi-la, 
o que é inaceitável para Locke, que considera a propriedade pré-existente à sociedade (ou seja, é direito natural 
do homem), razão pela qual não pode ser tomada pelo Estado. 
 
05) Qual a teoria de Montesquieu para a formação da sociedade? 
R.: Montesquieu (1689 - 1755), cujo nome era Charles de Secondat, tinha o título nobiliárquico de Barão de Ia 
Brède e de Montesquieu, sendo conhecido por este último nome. Sua obra fundamental é O Espírito das Leis. 
Considerava ele que, embora o homem adentrasse ao mundo em um estado de natureza, ele não iria buscar o 
conflito, ou subjugar outro ser humano. Precisamente o contrário deveria ocorrer: o homem, nesse estado 
primitivo, sentir-se-ia tão inferiorizado e cheio de temores, que não teria a coragem para atacar outro ser humano. 
Postulou a existência de leis naturais, que impulsionam o homem em direção à vida em sociedade: a) o desejo de 
paz, derivado dos temores que tinha o homem, no estado de natureza; b) a consciência de suas necessidades, 
que levava o homem a buscar comida e abrigo; c) a atração natural entre sexos opostos, que somente poderia 
frutificar em ambiente harmonioso; d) a intenção de viver no seio de um grupo multiplicador de forças, onde se 
sentiria seguro. 
 
Waldeck Lemos 
Perguntas & Respostas 
 
Disciplina: 
Teoria Geral do Estado 
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06) De que modo explica Rousseau a organização da sociedade? 
R.: Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778), autor da obra O Contrato Social, de 1762, retoma o pensamento de 
Hobbes, de que a sociedade é constituída a partir de um pacto social, e propõe o exercício da soberania pelo 
povo, como condição primeira para sua libertação. Para Rousseau, o fundamento da formação da sociedade 
humana deve ser encontrado na vontade, e não na natureza humana. E essa associação voluntária de indivíduos 
tem por objetivo a proteção dos bens de cada membro, e também a defesa da vontade geral do povo, que resulta 
da síntese das vontades individuais, e não de uma mera soma delas. O filósofo postula que um governo somente 
satisfaz a vontade geral quando edita legislação que tenha por objetivo assegurar a liberdade e a igualdade dos 
indivíduos. Por suas idéias, os revolucionários de 1789 o elegeram como patrono da Revolução Francesa. 
 
07) Qual a corrente atualmente predominante, com relação aos fundamentos da formação da sociedade? 
R.: Atualmente, predomina uma corrente de pensamento mista, que reúne elementos do naturalismo e também do 
contratualismo; ao mesmo tempo em que se entende existir uma necessidade natural do homem de associar-se, 
reconhece-se a importância de sua consciência e manifestação da vontade para moldar a forma de organização. 
O ser humano é considerado, portanto, como um homem social. 
 
08) Que correntes de pensamento procuram explicar a finalidade social? 
R.: Duas correntes de pensamento procuram explicar a finalidade social: a) a determinista; e b) a voluntarista. 
 
09) Em que consiste a corrente determinista? 
R.: A corrente determinista explica a finalidade social como sendo condicionada a leis naturais, inexoráveis, que 
condicionam a vida da sociedade, sem que os membros da sociedade possam lutar para alterar seus fatores 
condicionantes, que são de ordens diversas, como a econômica, a geográfica, a étnica e outras. 
 
10) Qual a deficiência da explicação fornecida por essa corrente? 
R.: Se aceita a corrente determinista, deverá a evolução da sociedade ser considerada como pré-determinada, isto 
é, seus membros deveriam submeter-se incondicionalmente às leis, sem jamais tentar efetuar quaisquer 
mudanças, 
aguardando passivamente que os fatos se sucedam, sem a possibilidade de sobre eles interferir. Logo, o homem 
seria impotente para empreender qualquer tentativa de avanço social. 
 
 
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